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1 Sumário ALZHEIMER ................................................................................................................................... 3 FATORES DE RISCO ....................................................................................................................... 4 DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................... 5 EXAME DE MARCADORES BIOLÓGICOS ....................................................................................... 6 A DOENÇA DE ALZHEIMER ANTES DOS SINTOMAS ..................................................................... 7 DEMÊNCIA ..................................................................................................................................... 8 1º estágio – leve ................................................................................................................... 11 2º estágio moderado de Alzheimer ...................................................................................... 12 3º estágio – grave de Alzheimer – indivíduos podem viver de 1 a 5 anos ............................. 13 TRATAMENTO ............................................................................................................................. 15 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO .............................................................................................. 15 OUTRAS MEDICAÇÕES E SUBSTÂNCIAS ..................................................................................... 19 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO ..................................................................................... 19 1. ESTIMULAÇÃO COGNITIVA ..................................................................................................... 20 2. ESTIMULAÇÃO SOCIAL ............................................................................................................ 21 3. ESTIMULAÇÃO FÍSICA ............................................................................................................. 22 4. ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE ............................................................................................... 22 5. TRATAMENTOS ESPECÍFICOS PARA PROBLEMAS ESPECÍFICOS ............................................ 22 FATORES NUTRICIONAIS ............................................................................................................ 23 DICAS PARA PACIENTES COM ALZHEIMER ................................................................................ 26 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 32 2 3 O envelhecimento acarreta mudanças no organismo do indivíduo e traz consigo algumas doenças. Entre as alterações relacionadas à idade, estão as dos cinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. Neste curso você estará conhecendo melhor à doença de Alzheimer e sabendo como lidar com ela. ALZHEIMER A Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. Quase todas as suas vítimas são pessoas idosas. Talvez, por isso, a doença tenha ficado erroneamente conhecida como “esclerose” ou “caduquice”. Seu nome oficial refere-se ao médico Alois Alzheimer, o primeiro a descrever a doença, em 1906. Ele estudou e publicou o caso da sua paciente Auguste Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos, desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação, distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender e se expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Após o falecimento de Auguste, aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu as alterações que hoje são conhecidas como características da doença. Não se sabe por que a Doença de Alzheimer ocorre, mas são conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença. As duas principais alterações que se apresentam são as placas senis decorrentes do depósito de proteína beta-amiloide, anormalmente produzida, e os emaranhados neurofibrilares, frutos da hiperfosforilação da proteína tau. Outra alteração observada é a redução do número das células nervosas (neurônios) e das ligações entre elas (sinapses), com redução progressiva do volume cerebral. 4 FATORES DE RISCO A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de demência da Doença de Alzheimer (DA). Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. As mulheres parecem ter risco maior para o desenvolvimento da doença, mas talvez isso aconteça pelo fato de elas viverem mais do que os homens. Os familiares de pacientes com DA têm risco maior de desenvolver essa doença no futuro, comparados com indivíduos sem parentes com Alzheimer. No entanto, isso não quer dizer que a doença seja hereditária. Embora a doença não seja considerada hereditária, há casos, principalmente quando a doença tem início antes dos 65 anos, em que a herança genética é importante. Esses casos correspondem a 10% dos pacientes com Doença de Alzheimer. Pessoas com histórico de complexa atividade intelectual e alta escolaridade tendem a desenvolver os sintomas da doença em um estágio mais avançado da atrofia cerebral, pois é necessária uma maior perda de neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso, uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida. Outros fatores importantes referem-se ao estilo de vida. São considerados fatores de risco: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Esses fatores relacionados aos hábitos são considerados modificáveis. Alguns estudos apontam que se eles forem controlados podem retardar o aparecimento da doença. A doença de Alzheimer se caracteriza por uma deterioração progressiva das funções intelectuais, transformando a evolução da doença em algo muito variável. Em alguns casos, a evolução é muito rápida – menos de um ano; já em outros, essa deterioração pode levar mais de 15 anos.É importante lembrar que a evolução dos sintomas não é igual para todos, e que cada etapa pode se desenvolver gradualmente ao longo dos anos. Estudos recentes demonstram que essas alterações cerebrais já estariam instaladas antes do aparecimento de sintomas demenciais. Por isso, quando aparecem as manifestações clínicas que permitem o estabelecimento do diagnóstico, diz-se que teve início a fase demencial da doença. As perdas neuronais não acontecem de maneira homogênea. As áreas comumente mais atingidas são as de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e pelas funções executivas que envolvem planejamento e execução de funções complexas. Outras áreas tendem a ser atingidas, posteriormente, ampliando as perdas. A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. 5 DIAGNÓSTICO É muito comum que os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer (DA) sejam confundidos com o processo de envelhecimento normal. Essa confusão tende a adiar a busca por orientação profissional e, não tão raro, a doença é diagnosticada tardiamente. Recomenda-se que, diante dos primeiros sinais, as famílias procurem profissionais e/ou serviços de saúde especializados para diagnóstico precoce no estágio inicial da doença, o que favorecerá a evolução e o prognóstico do quadro. Nos quadros de demência da Doença de Alzheimer, normalmente observa-se um início lento dos sintomas (meses ou anos) e uma piora progressivadas funções cerebrais. A certeza do diagnóstico só pode ser obtida por meio do exame microscópico do tecido cerebral do doente após seu falecimento. Antes disso, esse exame não é indicado, por apresentar riscos ao paciente. Na prática, o diagnóstico da Doença de Alzheimer é clínico, isto é, depende da avaliação feita por um médico, que irá definir, a partir de exames e da história do paciente, qual a principal hipótese para a causa da demência. Exames de sangue e de imagem, como tomografia ou, preferencialmente, ressonância magnética do crânio, devem ser realizados para excluir a possibilidade de outras doenças. Faz parte da bateria de exames complementares uma avaliação aprofundada das funções cognitivas. A avaliação neuropsicológica envolve o uso de testes psicológicos para a verificação do funcionamento cognitivo em várias esferas. Os resultados, associados a dados da história e da observação do comportamento do paciente, permitem identificar a intensidade das perdas em relação ao nível prévio, e o perfil de funcionamento permite a indicação de hipóteses sobre a presença da doença. O mapeamento pode ser útil ainda para a programação do tratamento de estimulação cognitiva, que considera as habilidades que merecem investimentos para serem preservadas e aquelas que precisam ser compensadas. A Doença de Alzheimer não deve ser a principal hipótese para o quadro demencial quando houver evidências de outras doenças que justifiquem a demência (por exemplo, doença vascular cerebral ou características típicas de outras causas de demência), ou quando há uso de medicação que possa prejudicar a cognição. É reconhecida uma fase da Doença de Alzheimer anterior ao quadro de demência. Essa fase é chamada de comprometimento cognitivo leve devido à Doença de Alzheimer. Essa hipótese é feita quando ocorre alteração cognitiva relatada pelo paciente ou por um informante próximo, com evidência de comprometimento, mas ainda há a preservação da independência nas atividades do dia a dia. Pode haver problemas leves para executar tarefas complexas anteriormente habituais, tais como pagar contas, preparar uma refeição ou fazer compras. O paciente 6 pode demorar mais para executar atividades ou ser menos eficiente e cometer mais erros. No entanto, ainda é capaz de manter sua independência com mínima assistência. Não é possível saber se pacientes que apresentam esse quadro evoluirão para a demência. Muitos pacientes apresentam um comprometimento cognitivo leve que não tem como causa a Doença de Alzheimer, e muitos não evoluem para a demência, mas é importante que o paciente e seu familiar procurem um profissional para a avaliação cuidadosa e seguimento. Uma novidade nas pesquisas científicas é a análise de biomarcadores de beta- amiloide (das placas senis) e de proteína tau (dos emaranhados neurofibrilares) que estão sendo estudados para auxiliar no diagnóstico preciso da Doença de Alzheimer. Porém, essa análise ainda não é indicada para a prática clínica. Por enquanto, ela está restrita a pesquisas. No campo das pesquisas na área da genética, sabe-se que alguns genes estão relacionados a maior risco de desenvolvimento da doença. EXAME DE MARCADORES BIOLÓGICOS O diagnóstico da Doença de Alzheimer continua sendo clínico, mas a diferença verificada desde o início da atual década foi a constatação de que marcadores biológicos podem auxiliar a tornar o diagnóstico da DA mais preciso. Os marcadores biológicos que passam a fazer parte da investigação clínica são o beta-amiloide e a proteína fosfo-tau. A proteína beta-amiloide, como se sabe, é acumulada nas placas senis, um dos marcos patológicos da doença. Essa proteína é produzida normalmente no cérebro e há evidências de que quantidades muito pequenas dela são necessárias para manter os neurônios viáveis. O problema na DA é que sua produção aumenta muito e moléculas acumulam-se como oligômeros, levando à alteração nas sinapses, o primeiro passo para a série de eventos que leva à perda de neurônios e aos sintomas da doença. Normalmente, a beta-amiloide é eliminada pelo liquor, mas na DA sua acumulação no cérebro faz com que sua concentração no liquor caia. Simultaneamente, ocorre fosforilação da proteína tau, que forma os emaranhados neurofibrilares dentro dos neurônios, que é outra alteração patológica conhecida da DA. Com a morte neuronal, a fosfo-tau é eliminada pelo liquor, aumentando sua concentração. Dessa forma, na DA ocorre diminuição da concentração de beta-amiloide e aumento da concentração de fosfo-tau no liquor. É necessário ter em mente algumas implicações desse exame: A alteração das concentrações de marcadores por si não garante o diagnóstico de DA, que deve ter a correlação com sintomas clínicos. Essas alterações podem ser úteis no diagnóstico diferencial entre DA e outras demências, quando o que ocorre com frequência é a superposição de sintomas. 7 Com os marcadores biológicos, é possível fazer o diagnóstico da doença prodrômica(e o conjunto de sinais e sintomas) , isto é, de pessoas com queixa e dificuldade objetivamente verificadas, mas que não preenchem os critérios para o diagnóstico de demência como, por exemplo, as que não têm prejuízo em suas atividades. Pessoas com doença prodrômica têm chance muito elevada de vir a desenvolver a demência da DA. Essa mudança nos paradigmas do diagnóstico levou também a uma mudança na busca de novos tratamentos, que agora são dirigidos para a produção e agregação de moléculas de beta-amiloide e para a inibição da produção de fosfo-tau. A DOENÇA DE ALZHEIMER ANTES DOS SINTOMAS Os marcadores biológicos e os estudos sistemáticos do cérebro deixaram claro que, por um período de 15 a 20 anos, estão acontecendo alterações no cérebro antes do diagnóstico da demência da Doença de Alzheimer, ainda que seja em sua fase inicial. Assim, poderíamos falar em: Envelhecimento normal: não há alterações clínicas ou queixa de mau funcionamento cognitivo. Perdas referentes ao processo de envelhecimento envolvem principalmente alterações físicas e sensoriais. Doença pré-clínica: as pessoas não apresentam alteração clínica alguma e sua avaliação clínica será normal, exceto no final desta fase, quando testes de memória e de outras áreas da cognição podem mostrar alterações muito sutis. Por outro lado, verifica- se uma mudança nos marcadores biológicos, com queda na concentração de beta- amiloide e aumento na concentração de fosfo-tau. Exame de ressonância com marcador para beta-amiloide mostrará que esta substância está se acumulando no cérebro. A não ser por esses exames especiais, e que ainda estão disponíveis em poucos lugares, não se pode fazer o diagnóstico de doença pré-clínica. Doença prodrômica: aqui começam as queixas de memória, que se tornarão mais acentuadas ao longo do tempo. A avaliação clínica mostra objetivamente que há alteração, a mais comum sendo nos testes de memória. Nesta fase, a ressonância com marcador para beta-amiloide mostra maior acúmulo e a ressonância convencional começa a mostrar atrofia cerebral, particularmente para os hipocampos, que constituem uma área central da memória. Nesta fase, as pessoas continuam com suas atividades e, portanto, não se pode falar em demência, apesar de no final desta fase manterem as atividades, principalmente as mais complexas, que requerem mais memória e planejamento, como gerenciar finanças ou planejar viagens, que exigem um esforço maior. Para essas pessoas, portanto, o diagnóstico pode ser feito pelo exame clínico, ajudado pelo exame de liquor e pela ressonância de cérebro. Demência da Doença de Alzheimer: a DA, como a conhecemos, envolve perdas significativas de capacidades com interferência nas atividades cotidianas. Nesse sentido, as mudanças previsíveis para diagnóstico e tratamento da DA serão: 8 O tratamento será mais precoce, preferencialmente na fase prodrômica. Caso se chegue de fato a medicações mais eficientes,então a perspectiva para as pessoas com DA mudará radicalmente. DEMÊNCIA A demência é uma doença mental caracterizada por prejuízo cognitivo que pode incluir alterações de memória, desorientação em relação ao tempo e ao espaço, raciocínio, concentração, aprendizado, realização de tarefas complexas, julgamento, linguagem e habilidades visuais-espaciais. Essas alterações podem ser acompanhadas por mudanças no comportamento ou na personalidade (sintomas neuropsiquiátricos). Os prejuízos, necessariamente, interferem com a habilidade no trabalho ou nas atividades usuais, representam declínio em relação a níveis prévios de funcionamento e desempenho e não são explicáveis por outras doenças físicas ou psiquiátricas. Muitas doenças podem causar um quadro de demência. Entre as várias causas conhecidas, a Doença de Alzheimer é a mais frequente. Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. A doença de Alzheimer causa a morte das células nervosas e perda de tecido em todo o cérebro. Com o passar do tempo, o cérebro encolhe muito, o que afeta quase todas as suas funções. Estas imagens mostram: Um cérebro sem a doença Um cérebro com Alzheimer em estágio avançado Uma comparação entre os dois cérebros Aqui temos outra imagem para comparar como a enorme perda de células altera todo o cérebro na doença de Alzheimer em estágio avançado. Este slide mostra uma "corte" transversal pela metade do cérebro entre os ouvidos. •Um cérebro sem a doença Um cérebro com Alzheimer em estágio avançado 9 No cérebro com Alzheimer: O córtex encolhe, danificando as regiões envolvidas com os pensamentos, planos e lembranças. Esse encolhimento é principalmente grave no hipocampo, uma região do córtex que exerce papel importante na formação de novas lembranças. Os ventrículos (espaços preenchidos por fluido dentro do cérebro) ficam maiores. Os cientistas também podem ver os efeitos terríveis da doença de Alzheimer quando analisam tecido cerebral com o microscópio: Ventrículos HIPOCAMPO O córtex encolhe Córtex 10 O tecido com Alzheimer possui um número bem menor de células nervosas e de sinapses do que um cérebro saudável. As placas, depósitos anormais de fragmentos de proteína, se agrupam entre as células nervosas. As células nervosas mortas e prestes a morrer contém emaranhados neurofibrilares, que são formados por filamentos torcidos de outra proteína. Os cientistas não sabem ao certo o que causa a morte de células e a perda de tecido em um cérebro com Alzheimer, mas as placas e emaranhados são os principais suspeitos. 11 As placas e emaranhados (mostrados nas regiões sombreadas em azul) tendem a se espalhar por todo o córtex em um padrão previsível de acordo com o avanço da doença de Alzheimer. A velocidade de progressão varia muito. As pessoas com Alzheimer vivem, em média, oito anos, mas algumas pessoas podem sobreviver por até 20 anos. O curso da doença depende, em parte, da idade da pessoa quando a doença foi diagnosticada e se a pessoa possui outros problemas de saúde. Com a finalidade de ajudar os familiares a compreenderem as mudanças que ocorrem durante a evolução da doença, podemos dividir em 3 fases: leve, moderado e severo 1º estágio – leve Nos estágios iniciais, antes que os sintomas possam ser detectados com os testes atuais, as placas e emaranhados começam a se formar nas regiões do cérebro envolvidas O estágio inicial raramente é percebido. Parentes e amigos (e, às vezes, os profissionais) veem isso como "velhice", apenas uma fase normal do processo do envelhecimento. Como o começo da doença é gradual, é difícil ter certeza exatamente de quando a doença começa. Esse estágio tem uma duração aproximada de quatro anos, onde podemos observar: Alterações da memória; Dificuldade para aprender coisas novas; Ter problemas com a propriedade da fala (problemas de linguagem). Desorientação espacial: o paciente não reconhece bem o lugar onde está. Aprendizagem e memória Pensamento e planejamento 12 Mudanças de humor e sintomas de depressão ou ansiedade, como apatia, perda de iniciativa, etc. Nesta fase, a linguagem, as habilidades motoras e a percepção continuam bem. O doente é capaz de manter uma conversa, é sociável e compreende a comunicação, como gestos, entonação, etc. Ter perda significativa de memória – particularmente das coisas que acabam de acontecer. Não saber a hora ou o dia da semana. Ficar perdida em locais familiares. Ter dificuldade na tomada de decisões. Ficar inativa ou desmotivada. Reagir com raiva incomum ou agressivamente em determinadas ocasiões. Apresentar perda de interesse por hobbies e outras atividades Nos estágios de leve , as regiões do cérebro importantes para memória e pensamento e planejamento desenvolvem mais placas e emaranhados que estavam presentes nos estágios iniciais. Como resultado disso, os indivíduos desenvolvem problemas com a memória e o pensamento graves a ponto de interferir no trabalho ou na vida social. Eles também podem ficar confusos e ter dificuldades ao lidar com dinheiro, ao se expressarem e para organizarem os pensamentos. Muitas pessoas com Alzheimer são diagnosticadas durante estes estágios. 2º estágio moderado de Alzheimer As placas e os emaranhados também se espalham para regiões envolvidas com: Fala e compreensão de discurso Percepção de onde o corpo está em relação aos objetos ao seu redor Conforme a doença de Alzheimer avança, os indivíduos podem passar por alterações na personalidade e no comportamento e apresentar dificuldades para reconhecer amigos e familiares. Pensamento e Planejamento Memória Fala e compreensão do discurso Percepção de onde o corpo está em relação aos objetos ao seu redor javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; 13 A duração desse estágio pode durar de dois até dez anos. É onde ocorrem as alterações mais importantes do funcionamento do cérebro, com a aparição dos sintomas mais chamativos. Como a doença progride, as limitações ficam mais claras e mais graves. A pessoa com demência tem dificuldade com a vida no dia a dia. Na fase moderada, são comuns dificuldades mais evidentes com atividades do dia a dia, com prejuízo de memória, com esquecimento de fatos mais importantes, nomes de pessoas próximas, incapacidade de viver sozinho, incapacidade de cozinhar e de cuidar da casa, de fazer compras, dependência importante de outras pessoas, necessidade de ajuda com a higiene pessoal e autocuidados, maior dificuldade para falar e se expressar com clareza, alterações de comportamento (agressividade, irritabilidade, inquietação), ideias sem sentido (desconfiança, ciúmes) e alucinações (ver pessoas, ouvir vozes de pessoas que não estão presentes). Afasia- O doente começa a ter dificuldades na fala e linguagem. Apraxia – O doente tem dificuldades em realizar funções básicas já aprendidas, como se vestir e utilizar talheres. Perda parcial da capacidade de reconhecimento, mas ainda consegue recordar de ambientes familiares e de orientações pessoais, como seu nome, idade e lugar de nascimento. Ainda recorda de seu cônjuge e parentes. É descuidado com sua higiene pessoal. Fica confuso em relação as suas memórias, dizendo lembrar ou reconhecer algo que não conhece. Pode ficar muito desmemoriada, especialmente com eventos recentes e nomes das pessoas. Pode não gerenciar mais viver sozinha, sem problemas. É incapaz de cozinhar, limpar ou fazer compras. Pode ficar extremamente dependente de um membro familiar e do cuidador. Necessitade ajuda para a higiene pessoal, isto é, lavar-se e vestir-se. A dificuldade com a fala avança. Apresenta problemas como perder-se e de ordem de comportamento, tais como repetição de perguntas, gritar, agarrar-se e distúrbios de sono. Perde-se tanto em casa como fora de casa. Pode ter alucinações (vendo ou ouvindo coisas que não existem). Começam as manifestações neurológicas em forma de debilidade muscular, como alterações de postura, caminhada, entre outros. Aparecimento de sinais psicóticos, como alucinações e ilusões. Depende cada vez mais da presença de um cuidador. O doente perde o interesse por passatempos e atividades das quais gostava antes. Ele se mostra cansado, sonolento e repete várias vezes os mesmo atos, como dobrar várias vezes a mesma peça de roupa. 3º estágio – grave de Alzheimer – indivíduos podem viver de 1 a 5 anos 14 No estágio avançado de Alzheimer, a maior parte do córtex está gravemente danificada. O cérebro encolhe muito em função da morte de células em todo o órgão. As pessoas perdem a capacidade de se comunicarem, de reconhecerem a família e as pessoas queridas e de cuidarem de si mesmas. Nesse ponto os sintomas cerebrais se agravam, acentuando a rigidez muscular e a resistência a alteração de postura. Podem surgir tremores e crises epiléticas. Os pacientes se mostram profundamente apáticos, perdendo as capacidades automáticas adquiridas, como a de tomar banho, se vestir sozinho, andar ou comer. O estágio avançado é o mais próximo da total dependência e da inatividade. Distúrbios de memória são muito sérios e o lado físico da doença torna-se mais óbvio. A pessoa pode: Apresenta uma certa perda de resposta a dor; Aparecimento de incontinência urinária e fecal; Os pacientes ficam acamados, com alimentação assistida, dependendo totalmente dos cuidadores. Ter dificuldades para comer. Ficar incapacitada para comunicar-se. Não reconhecer parentes, amigos e objetos familiares. Ter dificuldade de entender o que acontece ao seu redor. É incapaz de encontrar o seu caminho de volta para a casa. Ter dificuldade para caminhar. Ter dificuldade na deglutição. Ter incontinência urinária e fecal. Manifestar comportamento inapropriado em público. Ficar confinada a uma cadeira de rodas ou cama. Fala e compreensão de discurso. 15 Na fase grave, observa-se prejuízo gravíssimo da memória, com incapacidade de registro de dados e muita dificuldade na recuperação de informações antigas como reconhecimento de parentes, amigos, locais conhecidos, dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição, dificuldade de entender o que se passa a sua volta, dificuldade de orientar-se dentro de casa. Pode haver incontinência urinária e fecal e intensificação de comportamento inadequado. Há tendência de prejuízo motor, que interfere na capacidade de locomoção, sendo necessário auxílio para caminhar. Posteriormente, o paciente pode necessitar de cadeira de rodas ou ficar acamado. TRATAMENTO Até o momento, não existe cura para a Doença de Alzheimer. Os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença. As pesquisas têm progredido na compreensão dos mecanismos que causam a doença e no desenvolvimento das drogas para o tratamento. Os objetivos dos tratamentos são aliviar os sintomas existentes, estabilizando-os ou, ao menos, permitindo que boa parte dos pacientes tenha uma progressão mais lenta da doença, conseguindo manter-se independentes nas atividades da vida diária por mais tempo. Os tratamentos indicados podem ser divididos em farmacológico e não farmacológico. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Tabela dos medicamentos mais usados Os principais remédios para tratar o Alzheimer, disponíveis no SUS ou por particular, são: Para que serve Exemplo de medicamento Anticolinesterásicos Atrasar a progressão da doença e diminuir sintomas Donepezila, Rivastigmina(Exelon), Galantamina Memantina Diminuir os sintomas da doença -- Antipsicótico Para equilibrar os comportamentos, evitando a excitação e agitação e evitar delírios e alucinações Olanzapina, Quetiapina, Risperidona 16 Ansiolítico Para controlar a ansiedade e dormir Clorpromazina, Alprazolam, Zolpidem Antidepressivos Para estabilizar o humor e emoções Sertralina, Nortriptilina, Mirtazapina, Trazodona Portadores do mal de Alzheimer contam com um aliado no combate à doença. A novidade é um adesivo transdérmico (que passa pela pele) que substitui a medicação via oral e dá qualidade de vida aos pacientes. O adesivo, chamado de Exelon Patch, é vendido com prescrição médica e deve ser aplicado uma vez ao dia em qualquer parte do corpo. O medicamento substitui os dois comprimidos diários do método tradicional de tratamento. Segundo estimativa da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer), 50% dos portadores de Alzheimer no Brasil – cerca de um milhão de pessoas – adotaram o adesivo como tratamento para a doença. “A vantagem é que reduz-se os efeitos colaterais gastrointestinais comuns às terapias orais, como náuseas e vômitos, que muitas vezes são causados pela ingestão de uma grande quantidade de comprimidos”, explica Viviane Abreu, presidente da Abraz. O geriatra Antônio Spinacci Roveri diz que o adesivo pode ser um grande aliado do paciente porque permite o controle visual da aplicação – muitos doentes se esquecem de tomar o comprimido, já que a perda de memória é uma das conseqüências da doença. “É importante também fazer um rodízio do local de aplicação do adesivo para evitar que ocorra irritação na pele”, diz Antônio. O mecanismo de atuação do Exelon Patch, que custa R$ 450, é o mesmo das drogas orais. 17 Ele libera gradativamente a rivastigmina, usada na contenção sintomática da doença. Alto custo dificulta comercialização o preço do medicamento – produzido no Brasil pelo laboratório Novartis – ainda assusta quem precisa da medicação. Uma caixa com 30 adesivos, que dura um mês, custa cerca de R$ 450. “Desde que foi lançado, no ano passado, a venda vem crescendo, mas ainda não é muito grande por causa do valor”, afirma a balconista Eliege Gismonte. A rivastigmina em comprimido é distribuída gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o que não ocorre com o adesivo, que só é vendido em farmácias. “É por isso que a adesão não atingiu índices maiores”, diz Viviane, da Abraz. O mal de Alzheimer não tem cura e é a terceira maior causa de mortes entre idosos no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Caracterizada como uma forma de demência que afeta a memória, o humor, o comportamento e as habilidades motoras, a doença degenera o cérebro progressivamente. IMPORTANTE: somente um adesivo deve ser aplicado por vez. Você deve remover o Exelon® Patch do dia anterior antes de aplicar o próximo. Não corte o adesivo em pedaços. Exelon Onde aplicar o Exelon® Patch? Antes de aplicar o Exelon® Patch, certifique-se de que sua pele esteja: Limpa, seca e sem pelos; Sem nenhum pó, óleo, hidratante ou loção que possa interferir na aderência apropriada do adesivo a sua pele; Sem cortes, erupções e/ou irritações. A cada 24 horas remova com cuidado qualquer adesivo de Exelon® Patch existente antes de colocar um novo. Ter vários adesivos em seu corpo poderia expô-lo a uma quantidade excessiva deste medicamento, o que pode ser potencialmente perigoso. Aplicar APENAS UM adesivo por dia em APENAS UM dos seguintes locais (mostrados nas figuras abaixo): parte superior do braço, esquerdo ou direito, ou peito, lado esquerdo ou direito, ou parte superior das costas, lado esquerdo ou direito ou parte inferior das costas, lado esquerdo ou direito. Evite lugaresonde o adesivo pode ser deslocado por roupa apertada. 18 Na Doença de Alzheimer, acredita-se que parte dos sintomas decorra de alterações em uma substância presente no cérebro chamada de acetilcolina, que se encontra reduzida em pacientes com a doença. Um modo possível de tratar a doença é utilizar medicações que inibam a degradação dessa substância. A primeira medicação, testada há mais de 30 anos, foi a fisostigmina, que apesar de proporcionar melhora da memória foi inutilizada por provocar muitos efeitos colaterais. A primeira droga utilizada em larga escala e aprovada pela agências reguladoras, em 1993, foi a tacrina. Porém, essa medicação caiu em desuso com o advento de novas medicações, pela dificuldade na administração e pelo risco de complicações e efeitos adversos. As medicações que atuam na acetilcolina, e que estão aprovadas para uso no Brasil nos casos de demências leve e moderada, são a rivastigmina, a donepezila e a galantamina (conhecidas como inibidores da acetilcolinesterase ou anticolinesterásicos). As vantagens e as desvantagens de cada medicação e o modo de administração devem ser discutidos com o médico que acompanha o paciente. Teoricamente, a resposta esperada com o uso dessas medicações é uma melhora inicial dos sintomas, que será perdida com a progressão da doença, mas há evidências de que essas drogas podem estabilizar parcialmente essa progressão, de modo que a evolução torne-se mais lenta. Parte superior do braço direito ou esquerdo Lado direito ou esquerdo do peito Lado Frente OU OU Costas Costas OU OU Costas superior direito ou esquerdo Costas inferior direito ou esquerdo 19 Os efeitos positivos, que visam à melhoria ou à estabilização, foram demonstrados para a cognição, o comportamento e a funcionalidade. A resposta ao tratamento é individual e muito variada. A memantina é outra medicação aprovada para o tratamento da demência da Doença de Alzheimer. Ela atua reduzindo um mecanismo específico de toxicidade das células cerebrais. É possível também que facilite a neurotransmissão e a neuroplasticidade. O uso da memantina, isoladamente ou associada aos anticolinesterásicos, é indicado no tratamento das pessoas com Doença de Alzheimer nas fases moderada a grave. Para o tratamento da demência da Doença de Alzheimer nas fases leve a moderada, até o momento, a memantina tem demonstrado resultados conflitantes entre os estudos. Portanto, não há respaldo na literatura científica para o uso da memantina nos estágios iniciais da Doença de Alzheimer. Os sintomas comportamentais e psicológicos podem ser tratados com medicações específicas e controladas. Muitas medicações, com expectativa de bons resultados, podem ser indicadas para o tratamento e o controle de agitação, agressividade, alterações do sono, depressão, ansiedade, apatia, delírios e alucinações. É importante que doses e horários das medicações prescritas sejam seguidas com rigor. Alterações ou reações não esperadas devem ser comunicadas ao médico responsável pelo tratamento, para possíveis ajustes. É terminantemente desaconselhável que pacientes ou familiares testem modificações, sob risco de efeitos indesejáveis e prejuízo no controle de sintomas. OUTRAS MEDICAÇÕES E SUBSTÂNCIAS Não são incomuns prescrições de outras substâncias e medicações para o tratamento da demência da Doença de Alzheimer. As evidências, até o momento, são de ineficácia do tratamento com ginkgobiloba, selegilina, vitamina E, Ômega 3, redutores da homocisteína, estrogênio, anti-inflamatórios e estatina. Sendo assim, o uso dessas substâncias e medicações, com fim específico de tratamento para a demência, não é recomendado. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Há evidências científicas que indicam que atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade. 20 O treinamento das funções cognitivas como atenção, memória, linguagem, orientação e a utilização de estratégias compensatórias são muito úteis para investimento em qualidade de vida e para estimulação cognitiva. Pacientes mais ativos utilizam o cérebro de maneira mais ampla e frequente e sentem-se mais seguros e confiantes quando submetidos a tarefas prazerosas e alcançáveis. A seleção, frequência e distribuição de tarefas deve ser criteriosa e, preferencialmente, orientada por profissionais. Com o intuito de auxiliar os pacientes, algumas famílias ou cuidadores tendem a sobrecarregá-los com atividades que julgam poder ajudar no tratamento, desfavorecendo resultados e correndo o risco de criar resistência ou de tornar o ambiente tenso. A qualidade e a quantidade de estímulos devem ser monitoradas e avaliadas a partir da resposta dos pacientes. É de fundamental importância para a adesão às propostas que essas atividades sejam agradáveis e compatíveis com as capacidades dos pacientes. O intuito dos tratamentos não farmacológicos não é fazer com que a pessoa com demência volte a funcionar como antes da instalação da doença, mas que funcione o melhor possível a partir de novos e evolutivos parâmetros. Quando estimulados e submetidos a atividades que conseguem realizar, os pacientes apresentam ganho de autoestima e iniciativa, e assim tendem a otimizar o uso das funções ainda preservadas. As intervenções oferecidas podem ser de três áreas diversas. Quando combinadas, podem obter melhores resultados. Embora sejam importantes, sugere-se cautela na oferta de tratamento com intervalo entre atividades. 1. ESTIMULAÇÃO COGNITIVA Consiste em atividades ou programas de intervenção que visam a potencializar as habilidades cognitivas mediante a estimulação sistemática e continuada em situações práticas que requerem o uso de pensamento, raciocínio lógico, atenção, memória, linguagem e planejamento. O objetivo geral desse tipo de estimulação é minimizar as dificuldades dos pacientes a partir de estratégias compensatórias, para que possam fazer uso de recursos intelectuais presentes de maneira consistente. Podem ser feitas atividades grupais ou individuais. Em ambos os casos, deve-se atentar para as necessidades dos pacientes, para situações do dia a dia que promovam autonomia e capacidade decisória, a partir de novas estratégias, para o cumprimento de tarefas. 21 Durante as atividades são utilizadas técnicas que resgatam memória antiga, exploram alternativas de aprendizado, promovem associação de ideias, exigem raciocínio e atenção dirigida, favorecem planejamento com sequenciamento em etapas e antecipação de resultados e consequências, proporcionam treino de funções motoras e oferecem controle comportamental relacionado aos impulsos e reações. Pode ser praticada em tarefas variadas como jogos, desafios mentais, treinos específicos, construções, reflexões, resgate de histórias e uso de materiais que compensem dificuldades específicas (por exemplo, calendário para problemas de orientação temporal). 2. ESTIMULAÇÃO SOCIAL São iniciativas que priorizam o contato social dos pacientes estimulando as habilidades de comunicação, convivência e afeto, promovendo integração e evitando a apatia e a inatividade diante de dificuldades. Além de intervenções em grupo para estimulação cognitiva e física, podem ser realizadas atividades de lazer, culturais, celebração de datas importantes e festivas. É essencial que sejam organizadas a partir das experiências anteriores do paciente e que envolvam temas que despertem seu interesse e motivação. Lugares muito movimentados e com muitas pessoas podem dificultar o aproveitamento dos pacientes, pois estímulos simultâneos podem deixá-los confusos. Sugere-se que a família observe o comportamento de pacientes em situações sociais e que verifique se estão à vontade e aproveitando. Caso o idoso com Alzheimer tenha dificuldade em acompanhar conversas paralelas ou fique agitado com a movimentação, a conduta deve ser ade tornar o ambiente mais propício para ele, com menos estímulos simultâneos. Nesse caso, não há necessidade de cancelar compromissos, mas de proporcionar ambiente mais calmo e com menos pessoas a cada encontro. Para o idoso, o contato com a família tende a ser a principal fonte de convívio e satisfação a partir de interação social. Diante das dificuldades dos idosos com Alzheimer, pode parecer que as alternativas de contato fiquem limitadas a ponto de inviabilizar o relacionamento. Isso não é verdade. Há muitas maneiras de relacionamento de qualidade com alcance mútuo de satisfação: resgatar histórias antigas, especialmente envolvendo lembranças agradáveis e que tenham relevância familiar, contato físico e afetuoso bem como acompanhamento de rotina e atividades diárias. São esses os tipos de tarefas que o paciente tende a ficar mais à vontade e aproveitar melhor o momento de encontro com familiares. 22 3. ESTIMULAÇÃO FÍSICA A prática de atividade física e de fisioterapia oferece benefícios neurológicos e melhora na coordenação, força muscular, equilíbrio e flexibilidade. Contribui para o ganho de independência, favorece a percepção sensorial, além de retardar o declínio funcional nas atividades de vida diária. Alguns estudos mostram que atividades regulares estão associadas a evolução mais lenta da Doença de Alzheimer. Além de alongamentos, podem ser indicados exercícios para fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos moderados, sob orientação e com acompanhamento dirigido. 4. ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE O ambiente da pessoa com Doença de Alzheimer influencia seu humor, sua relação com as pessoas e até sua capacidade cognitiva. Diante de situações agitadas ou desorganizadas, pode haver uma tendência à confusão mental que prejudica o funcionamento de modo geral. Por isso, oferecer ambiente adequado pode ser uma forma de minimizar sintomas, bem como favorecer a qualidade de vida. Organizar o ambiente tem como objetivo inibir ou controlar as manifestações de sintomas comportamentais como ansiedade e agitação, delírios e alucinações e inadequações sociais. O ambiente deve ser tranquilo, com situações previsíveis, evitando características que possam ser interpretadas como ameaçadoras. Sugere-se utilizar tom de voz ameno e evitar confrontos e conflitos desnecessários, repetitivos e duradouros, diminuir e evitar barulhos e ruídos, amenizar estímulos luminosos muito intensos, deixar o ambiente claro, limpo e organizado, estabelecer uma rotina estável e simplificada. 5. TRATAMENTOS ESPECÍFICOS PARA PROBLEMAS ESPECÍFICOS Nos estágios iniciais da Doença de Alzheimer são esperadas reações emocionais negativas, assim como dificuldade de adaptação a mudanças, com prejuízos sociais progressivos. Lidar com as perdas associadas ao processo de adoecimento envolve o confronto com déficits e, consequentemente, com frustrações. Nessa etapa da doença, é esperado que o paciente identifique, pelo menos parcialmente, os prejuízos e tente evitá-los. Por isso, pode acontecer de ficar menos motivado para atividades e encontros sociais. Em fases mais avançadas da doença, em que os sintomas passam a ser mais evidentes, o confronto com prejuízos que interferem na autonomia é mais presente. Alguns pacientes podem precisar de monitoramento constante, para evitar exposição a situações de risco. Em algumas famílias, pode ser necessário o auxílio de cuidadores profissionais ou de mais integrantes na equipe de cuidados. 23 Além de auxílio dos cuidadores, podem ser necessários tratamentos específicos, envolvendo a busca pela minimização de dificuldades que passam a interferir nas atividades diárias. Os tratamentos mais frequentes são os que requerem estímulo à locomoção e motricidade, deglutição, comunicação e nutrição. A cada etapa da doença, profissionais especializados podem ser indicados para minimizar problemas e orientar a família, com o objetivo de favorecer a superação de perdas e enfrentar o processo de adoecimento, mantendo a qualidade de contato e relacionamento. Muitos são os profissionais que cuidam de pessoas com Doença de Alzheimer. Além de médicos (geralmente neurologistas, geriatras, psiquiatras ou clínicos gerais), há a atuação de outros profissionais de saúde: psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores, educadores físicos, assistentes sociais e dentistas. FATORES NUTRICIONAIS Você irá entender a relação nutricional dos alimentos com a prevenção e o tratamento do Alzheimer, conhecendo cada tipo de alimento essencial a saúde. Também aprenderá na prática receitas nutritivas e simples de serem feitas, para melhorar a alimentação do portador de Alzheimer. Orientação individualizada e multiprofissional Evitar excesso ou carências nutricionais Boa nutrição - Saúde geral e funcionamento cerebral A alimentação saudável é muito importante para o bem estar, disposição física e cognição O monitoramento da família é muito importante a fim de favorecer uma alimentação balanceada e evitar alterações no apetite, perda de peso ou até mesmo fome exagerada 24 Qualquer alteração no peso ou no apetite, o médico e o nutricionista devem ser comunicados para possíveis adequações na dieta. Comida na temperatura adequada Oferecer em prato térmico A refeição de ser atraente: cores, utensílios, porções menores Escolher os alimentos certos pode fazer toda a diferença na adoção de hábitos saudáveis É necessário protecer o cérebro dos radicais livres, consumindo alimentos antioxidantes e anti-inflamatórios Devemos manter uma alimentação saudável e equilibrada, incluindo frutas, verduras e legumes, leguminosas, oleaginosas, iogurte e alimentos fonte de ômega 3 (peixe, linhaça, chia, nozes) e 9 (azeite, azeitonas, abacate) Devido ao hidroxitirosol, impede a degeneração dos neurônios, retardando o envelhecimento cerebral Dicas para uma boa nutrição: Monitoramento: é comum esquecer que realizou uma refeição Atenção com dificuldades de deglutição e engasgos Saúde bucal Atenção a memória, o paciente pode esquecer que já comeu e querer mais uma refeição - controle de horários e rotina Estimule o paciente a comer devagar Mastigação é importante na absorção de nutrientes Com os alimentos certos podemos prevenir doenças, inclusive as neurodegenerativas como o Alzheimer Alimentos: Azeite de oliva extra virgem: Fonte de vitamina E, que tem ação antioxidante, atuando na reconstrução das fibras nervosas. Ver se está em um frasco escuro, verde Recomendações: acidez até 0,5% é o ideal Amêndoas: Fonte de aminoácidos, selênio e Vitamina E Manutenção da memória e do desempenho cognitivo Espinafre: Excelente fonte de potássio e magnésio Contém luteína, antioxidante que ajuda na prevenção de obstrução arterial Outros Couve, taioba Linhaça: Além de proteínas e fibras, contém ômega 3 - protetor cardiovascular e cerebral Tomate: Quanto mais vermelho, mais licopeno, importante antioxidante 25 Consumir sempre aquecido, aumentando sua biodisponibilidade Chá verde: Libera catequinas antioxidante com propriedade anti-inflamatória e anticancerígena Cereais integrais: Fonte de fibras, ajudam na saúde cardiovascular e intestinal, mantendo o cérebro irrigado Nozes: Fonte de ômega 3 e selênio, contém polifenóides, poderoso anti- inflamatório, além de ser uma excelente fonte protéica Receitas: Bolo nutritivo de banana Ingredientes 3 bananas grandes 2 ovos 1 xícara de farelo de veia 1 xícara de iogurte natural 1 xícara de açúcar mascavo 2 colheres de sopa de óleo de canola ou óleo de coco 1/2 xícara de nozes picadas 1 colher de sopa de fermento 1 colher de sopa de semente de linhaça dourada 1 colher de sopa de semente de chia Tomates Recheados Ingredientes 3 tomates italianos 1/2 molho de espinafre1/2 ricota pequena 1 cebola pequena ralada Manjericão a gosto Queijo parmesão ralado a gosto 3 colheres de sopa de amêndoas em lascas 6 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem Sal e pimenta do reino a gosto Espaguete Delícia Ingredientes 1/4 de pacote de espaguete integral 2 tomates italianos cortados 1 cenoura pequena ralada 1 berinjela pequena picada Folhas de manjericão a gosto Azeite de oliva extra virgem a gosto Sal e pimenta do reino a gosto 26 Suco antioxidante Ingredientes: 1/4 de beterraba 4 morangos 1 fatia de melancia Suco anti-inflamatório Ingredientes: 1 pera pequena 10 uvas 1 xícara de chá verde Hortelã a gosto Creme de Papaia Ingredientes: 1/2 mamão papaia 1 colher de sopa de mel 1 pote de iogurte natural desnatado congelado DICAS PARA PACIENTES COM ALZHEIMER 6 dicas para o banho da pessoa com Alzheimer 1- Dê sempre o banho no mesmo horário, para a pessoa com alzheimer se acostumar a rotina 2- Sempre avise que está na hora do banho, para reforçar o compromisso com a atividade 3- Coloque fitas adesivas ou pisos antiderrapante dentro e na saída do Box 27 4- Prepare os materiais na seqüência em que serão usados: xampu,sabontes, toalhas, etc. 5- Ao terminar elogie o idoso para reforçar positivamente o banho. 6- Caso a pessoa se recuse a tomar banho, espere um tempo e a convide novamente 6 Dicas para dar remédios aos doentes com Alzheimer: 1. Ofereça uma pílula de cada vez- faça questão de mostrar a pílula para que ele veja o que está ingerindo e se sinta mais seguro. 2. Use copos transparentes. É importante que o doente veja o líquido presente ali e sinta-se seguro. 3. Verifique se o doente engoliu o remédio. É importante sempre verificar se o doente engoliu ou cuspiu o medicamento. 4. Tenha uma rotina de medicamentos. Tente dar remédios sempre no mesmo horário. A rotina provoca uma sensação de segurança. 5. Caso o doente cuspa a medicação: Nesses casos a dica e triturar o remédio e misturar nos alimentos ou no suco. 6. Elogie o doente a cada remédio que ele tomar. Estimule-o positivamente e tente fazer com que a pessoa associe a medicação a sensações positivas! 5 dicas para lidar com a falta de apetite da pessoa com Alzheimer 28 1. Veja se a falta de apetite tem relação com os remédios. Diga ao médico a falta de apetite do doente e avaliem se a medicação tem algum papel. 2. Tente fazer alguma atividade antes do horário de comer. Qualquer atividade que canse a pessoa com Alzheimer e valida, incluindo tomar um banho. 3. Confira a temperatura do alimento. Cheque sempre se o alimento não está muito quente ou muito frio. 4. Verifique a deglutição e a mastigação do doente. Dificuldades com isso podem ser responsáveis por recusas de alimentos. Consulte um fonoaudiólogo. 5. Seja criativo no cardápio. Tente formas de adequar os alimentos necessários para o doente a pratos que ele sempre gostou. Formas de lidar com a agressividade da pessoa com Alzheimer 1. Seja compreensivo: lembre-se que a agressividade e causada pelo Alzheimer e não é pessoal. 2. Não o repreenda: repreender o doente de forma brusca pode piorar a crise. Tenha paciência. 3. Use distrações: tente distrair o idoso com algo que ele goste, como um livro, música ou um passeio, por exemplo. 4. Reduza os estímulos: durante uma crise de agressividade desligue os sons e tvs ou convide-o para ir a um cômodo mas calmo. 5. Não force atividades: caso o doente se recuse a fazer uma atividade, tente convencê-lo não obrigá-lo. 6. Procure um médico: se as crises de agressividade estiverem muito fortes e constantes, e hora de consultar um médico. 29 5 coisas para nunca fazer com a pessoa com Alzheimer: 1. Nunca discuta. Sempre diga que concorda! 2. Nunca argumente. Use algo para distrai-la! 3. Nunca a deixe com vergonha. Dê incentivos! 4. Nunca peça para que se lembre. Ajude a recordar! 5. Nunca diga ”já te disse”. Repita o quanto for necessário! 7 Dicas para o quarto da pessoa com Alzheimer 1. O quarto deve ser um ambiente tranquilo e relaxante 2. Evite tapetes e mobílias com padrões confusos e ruídos altos. Isso pode irritar e confundir o doente 3. Utilize cores lisas e sem padrões na decoração do ambiente. 4. Nas paredes, use cores contrastantes para que a pessoa possa ver com clareza onde acaba o chão e começa a parede. 5. Durante a noite não deixe o quarto completamente escuro. Mantenha um abajur ou a luz do corredor acessa, caso o doente queira ir ao banheiro. 6. Mantenha uma jarra e um copo de plástico com agua próximos a cama do doente. Isso evita que ele se levante à noite. 7. Evite qualquer coisa que possa calçar tropeços e quedas como moveis no centro do quarto, tapetes soltos e cadeiras instáveis. 30 Atividades físicas para pessoas com Alzheimer 1. Consulte um médico para avaliar e saber quais são as melhores atividades para o idoso. 2. Exercício diminuem a ansiedade e melhoram a força muscular do doente 3. Ao praticar atividade física, o idoso se sente útil e isso eleva o bem-estar 4. Faça um calendário de atividade física e os inclua na rotina da pessoa com Alzheimer 5. Exercícios fazer o idoso se manter mais independente por mais tempo 6. Além disso, podem reduzir o avanço da doença 5 dicas para organizar a casa da pessoa com Alzheimer: 1. Evite ambientes com muitos estímulos. Informações demais podem confundir o idoso. 2. Se precisar mudar algo no ambiente. Faça de forma gradativa. 3. Mantenha os objetos sempre no mesmo local. 4. Realize as atividades de rotina sempre no mesmo lugar e horário. 5. Preserve objetos e mobílias que tenham algum significado para a pessoa com Alzheimer. 31 5 dicas para deixar a pessoa com Alzheimer mais segura em casa: 1. Evite tapetes e use pisos antiderrapantes para evitar escorregões. 2. Instale barras de apoio no box e perto do vaso sanitário. 3. Evite mesinha de centro, que podem calçar tropeços. 4. Guarde números de emergência em local de fácil acesso. 5. Informe aos vizinhos que em sua casa mora alguém com Alzheimer 6 frutas para prevenir e tratar o Alzheimer 1. Cereja: tem vitaminas do complexo B, muito potássio e ajuda também na saúde cardiovascular 2. Morango: ajuda a prevenir a diabetes, fator de risco para o Alzheimer 3. Roma: forte ação oxidante, combate os radicais livres e reduz perdas cognitivas 4. Mirtilo: também com ação antioxidante, protege células nervosas e melhora a função cerebral 5. Goji berry: combate os radicais livres e atua também contra doenças crônicas 6. Framboesa: contem antocianinas, que são anti-inflamatórias e antioxidantes 32 A importância de estimular a independência da pessoa com Alzheimer 1. Se a pessoa ainda tem condições de realizar algumas tarefas sozinha, estimule-a! 2. Manter o máximo de independência e muito importante para saúde mental. 3. Atividades do dia a dia como escovar os dentes, calçar sapatos ou regar as plantas devem ser encorajadas. 4. Em caso de dificuldades, ofereça sua ajuda para orientar quanto ao melhor a ser feito. 5. E fique sempre por perto para evitar acidentes. BIBLIOGRAFIA Pesquisa em 21/08/2017 àss 8:00, http://abraz.org.br/ Pesquisa em 20/8/2017 as 9:00 http://alzheimer360.com/cursos/treinando-o-cerebro-para-prevenir-ou-diminuir-o- avanco-do-alzheimer Pesquisa em 18/8/2017 as 8:00, https://brasilidosos.wordpress.com/2008/04/10/laboratorio-lanca-adesivo-inedito- para-tratamento-de-alzheimer/ Pesquisa em 22/8/17 às 10:00, http://www.alz.org/brain_portuguese/08.asp http://abraz.org.br/
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