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Propedêutica Neurológica Agenda • Introdução à propedêutica neurológica: importante fazer o diagnóstico sindrômico, etiológico e topográfico • Revisão da neurofisiologia e anatomia • Exame neurológico normal e sinais de alerta • Fundamentos do diagnóstico neurológico • Funções corticais superiores: mais desenvolvidas • Fala e linguagem • Agnosias e apraxias • Exame neurológico do paciente em coma • Discussão de casos • Importante adotar uma rotina fixa (sequência de exames) • Dificuldade em realizar diagnóstico neurológico • Lesões em diferentes níveis podem causas os mesmos achados • Fisiopatologia neurológica pode ter efeitos positivos e negativos • Perda de função motora ou sensorial pode ser transitória ou permanente • Muitas doenças apresentam sintomas característicos sem alterações ao exame físico e neurológico, sendo primordiais os dados de anamnese para a suspeita diagnosticam e condução do caso Obs: o exame neurológico é demorado, não é errado direcioná-lo para a queixa principal Sistema Nervoso Central • Cérebro e medula espinhal • Cérebro: lobo frontal, parietal, occipital e os temporais, corpo caloso, hipófise e tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) • Temos raízes ventrais (efetor) e dorsais (sensitiva) • Fibras eferentes = movimento (órgão efetor) – fibras descendentes • Fibras aferentes = sensitivo (recebe o estímulo) – fibras ascendentes (corno posterior) • Piramidais: passa pela decussação da pirâmide • Estímulo voluntario vem direto do córtex Encéfalo • Origem das respostas complexas do SNC, raciocínio lógico-matemático, fala, movimentos complexos • Cada sub-região tem funções características • Divisão anátomo-funcional Lobos • Lobos frontais: funções cognitivas superiores o Raciocínio lógico e abstrato o Memória o Comportamento social • Cognitivo – memória e aprendizado • Giro pré-central = motor • Giro pós-central = sensitivo • Temporal: audição, fala • Occipital: visão • Frontal: comportamento social, capacidade de abstração Diencéfalo: • Tálamo: processa os impulsos sensoriais e os retransmite para o córtex cerebral. Essas funções relacionam-se com sensibilidade, motricidade e comportamento emocional • Hipotálamo: mantem a homeostasia – equilíbrio das funções o Regula: temperatura, FC e PA o Influencia o sistema endócrino – lembrando da proximidade com a hipófise o Regulação e interação de processos emocionais, coordenando as manifestações periféricas das emoções • Simpático = luta e fuga Cerebelo: equilíbrio • Centro integrador da motricidade • Manutenção do equilíbrio, coordenação e marcha • Relacionado com o controle do tônus muscular • Aprendizagem motora Obs: Andragogia: passa pelas experiencias previas e princípios, para depois gerar o aprendizado Regiões anatomofuncionais. 1. No telencéfalo, os lobos frontais representam a região final de processamento das funções cognitivas superiores (raciocínio lógico e abstrato, memória, comportamento social, etc.) 2. Os giros pré- -central e pós-central correspondem, respectivamente, às áreas motora e sensitiva primárias. 3. O cerebelo representa o centro integrador da motricidade, tendo papel essencial na manutenção do equilíbrio, da coordenação e da marcha. 4. O tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo), o diencéfalo e o telencéfalo ainda contêm a origem dos 12 pares de nervos cranianos e do sistema nervoso autônomo. 5. Existem, ainda, regiões especializadas em funções altamente complexas, como as áreas de Wernicke (entendimento da linguagem) e Broca (expressão linguagem), responsáveis pelo entendimento e pela expressão da linguagem, respectivamente. Obs: Sistema piramidal (corticoespinal e corticobulbar) → decussação das pirâmides vai contralateral → então paresia motora e parestesia sensitiva do lado direito tem mais chance de ter pegado as áreas da fala Medula • Cinco segmentos: o cervical (C1 a C8), o torácico (T1 a T12), o lombar (L1 a L5) – L3 e L4 (anestesias) o sacral (S1 a S5) o coccígeo. • Suas raízes “se abrem” como um rabo de cavalo na altura da primeira e da segunda vértebras sacrais (L I a L II), a chamada cauda equina • A periferia é ocupada pela substância branca medular, na qual se encontram os tratos ou vias neuronais descendentes (vias motoras – partem do encéfalo em direção à periferia) e ascendentes (vias sensitivas – partem da periferia em direção ao encéfalo). • O centro medular,“H”, ocupado pela substância cinzenta (corpos neuronais), suas funções incluem a elaboração de respostas estereotipadas, como os reflexos e a modulação das vias ascendentes e descendentes. • Corno posterior = sensitivo • Corno anterior= motor • Neurônio motor 1 – giro pós central • Neurônio 2 = Medula – a nível medular podemos ter uma modulação do estímulo Sistema Nervoso Periférico • Nervos periféricos e nervos cranianos. • Nervos periféricos se projetam para o coração, vísceras, pele e membros. o Aferentes: sensitivos o Eferentes: motores • Origem dos 12 pares cranianos o Cérebro: 2 pares (olfatório e óptico) o Tronco: 10 pares o Alguns nervos são limitados a funções motoras ou sensoriais gerais, enquanto outros exercem funções especializadas, tais como olfato, visão ou audição (NC I, II, VIII). Anamnese Neurológica • Identificação completa • Pesquisa sinais e sintomas • Pesquisa antecedentes pessoais e familiares • Atenção para sintomas de alerta neurológico o Súbito: trauma- abrupto o Insidioso: hormônios, picos medicamentosos Evolução dos sinais e sintomas • Estacionária: doença que deixa sequela, como por exemplo um trauma medular ou hemorragia cerebral. • Regressiva: no decorrer dos meses(dias), houver melhora dos sinais/sintomas, • Progressiva: lembra patologias que aumentam com o tempo, como as doenças degenerativas e as lesões expansivas. • Paroxística e redicivante; diferem apenas na duração dos sintomas. No primeiro tipo, os sinais/ sintomas devem durar por minutos ou poucas horas (ex. crise epiléptica, enxaqueca) enquanto no segundo tipo, os sinais/sintomas poderão durar meses (ex. Esclerose Múltipla) e depois regredir, total ou parcialmente. • Ondulante; caracteriza algumas doenças que sofrem influência de fatores internos, como a hipo ou hiperglicemia, uremia ou externos como o frio (afetando a circulação cerebral, por exemplo) – período da tarde, em algum dia específico Antecedentes Pessoais: • Condições de gestação: moléstias, febre, uso de medicamentos, traumas, exames radiológicos, tratamentos por radiações. • Condições de nascimento e neonatais: tipo de parto, anoxia cerebral, choro, sucção, convulsões, icterícia, complicações cardiorrespiratórias. • Desenvolvimento psicomotor. • Rendimento escolar e no trabalho. Traumatismos cranioencefálicos. Moléstias infecciosas. Teníase. Moléstias venéreas. Condições de nutrição. Etilismo. Tabagismo. Drogas e Tóxicos. Convulsões. Antecedentes familiares: • Moléstias semelhantes e neurológicas na família. • Consanguinidade dos pais. Verminose Anamnese: • Cefaleia • Episódios de perda ou rebaixamento do nível de consciência • Amnésia • Convulsões • Náuseas e vômitos (hipóxia bulbar • Disfagia • Dor fácil ou qualquer outro tipo • Distúrbios do sono • Distúrbios motores o Plegia = não mexe nada o Paresia = algum grau de força o Parestesia: sensação de sentir pouco o Anestesia = não está sentido • Distúrbios do movimento o Movimentos involuntários: tremores, fasciculados, balismo o Dismetrias • Distúrbios de equilíbrio • Distúrbios sensitivos: parestesia e anestesia • Distúrbios visuais: ambliopia (diminuiçãoda capacidade visual, falta de estímulo do olho afetado), amaurose (perda total da visão por afecção do nervo óptico ou centros nervosos) e diplopia (visão dupla) • COMPLETAR COM O SLIDE Anamnese neurológica: • Identificação completa • Pesquisa de sinais e sintomas • Pesquisar AP e AF • Atenção para sintomas de alerta neurológico – IMPORTANTE o Cefalia o Tontura ou vertigem o Fraqueza muscular o Dormência, sensações anormais ou perda de sensibilidade o Crises convulsivas o Tremores ou movimentos involuntários Sinais/ sintomas de alerta Cefaleia • Pergunte a respeito da localização, da intensidade, da duração e de quaisquer sinais e/ou sintomas associados, como alterações visuais, fraqueza ou perda da sensibilidade. Sempre é preciso pesquisar sinais incomuns de cefaleia, tais como instalação abrupta (“como um trovão”), ocorrência após os 50 anos de idade e manifestações clínicas associadas, como febre e rigidez de nuca, o que justifica o exame à procura de papiledema e de sinais neurológicos focais. • Cefaleias primárias: o Tensional o Enxaqueca o Cefalalgias • Cefaleias secundárias o Hemorragia subaracnóidea o Tumor cerebral o Arterite de células gigante o Cefaleias pós-convulsão o Neuralgias cranianas = neurologia do trigêmeo ( Tontura ou Vertigem • Tontura: sensação de desiquilíbrio corporal. Vertigem: Tontura do tipo rotatório (sente o ambiente movendo ao redor) • Vertigem: geralmente associada a sistema vestibular, nervos vestibulares e estruturas centrais – mesmo parado ocorre • Ataxia: alteração do equilíbrio caracterizada por falta de coordenação motora, geralmente associado com cerebelo e vias cerebelares • OBS: explorar se o desconforto ocorre por desequilíbrio e falta de coordenação ou por vertigem. • Algum medicamento está contribuindo para a tontura? • Existem sinais e/ou sintomas associados, como visão dupla (diplopia), dificuldade de formar palavras (disartria) ou dificuldade com a marcha ou desequilíbrio (ataxia)? O paciente apresenta fraqueza muscular? • Diplopia, disartria, ataxia no ataque isquêmico transitório (AIT) vertebrobasilar ou no acidente vascular cerebral (AVC). Fraqueza muscular • Diferencie fraqueza proximal da fraqueza distal. No caso de fraqueza proximal, pergunte se o paciente consegue pentear o cabelo, se é capaz de alcançar objetos em uma prateleira alta, se tem dificuldade de se levantar de uma cadeira ou para galgar um degrau alto. • Fraqueza muscular proximal bilateral, com sensibilidade preservada, ocorre em miopatias secundárias ao etilismo, fármacos como glicocorticoides e distúrbios inflamatórios da musculatura, como polimiosite e dermatomiosite. • No transtorno da junção neuromuscular miastenia gravis ocorre fraqueza muscular proximal, tipicamente assimétrica, que se exacerba aos esforços (fadigabilidade), frequentemente associada a manifestações bulbares como diplopia, ptose, disartria e disfagia. • Para identificar fraqueza muscular distal, é preciso perguntar sobre força na mão ao tentar abrir a tampa de um frasco ou ao usar uma tesoura ou chave de fenda. O paciente tropeça ao caminhar? • Fraqueza bilateral predominantemente distal, frequentemente com perda sensorial, sugere uma polineuropatia, como no diabetes melito. Obs: quando a fraqueza é de origem vascular é difícil nutrir a periferia então é de distal para proximal e neurológica a fraqueza já é proximal Perda Sensorial • Pesquise se existe perda ou alteração da sensibilidade, como formigamento ou agulhadas sem um estímulo óbvio (parestesias)? As disestesias (alteração da sensibilidade em resposta a um estímulo) podem durar mais tempo que o próprio estímulo. • Considere: parestesias nas mãos e ao redor da boca na hiperventilação; compressão localizada de um nervo, como ocorre na dormência na mão causada por distúrbios dos nervos mediano, ulnar ou radial; compressão de raízes nervosas com perda sensorial em Dermátomo consequente a osteófitos vertebrais ou hérnia de disco intervertebral, ou lesões centrais consequentes a AVC ou esclerose múltipla. • Dermátomo Síncope • Perguntar se o paciente já desmaiou resulta em discussão sobre episódios de perda da consciência (síncope). • Trata-se de síncope se ocorrer perda completa, embora temporária, da consciência consequente a redução do fluxo sanguíneo cerebral (comumente denominado desmaio). • Obtenha uma descrição completa do episódio, incluindo o que o desencadeou, se houve algum sinal e/ou sintoma prévio, se o paciente estava de pé, sentado ou deitado quando aconteceu e quanto tempo durou. O que o desencadeou? O paciente ouviu vozes quando desmaiava ou quando voltou a si? Quão rápida foi a recuperação? O início e a compensação foram lentos ou rápidos? • Pessoas jovens sob estresse emocional e que apresentam sinais e/ou sintomas premonitórios de rubor, sensação de calor ou náuseas podem ter uma síncope vasodepressora (ou vasovagal) de instalação lenta e de compensação lenta. • Considere: o Crises convulsivas o Condições “neurocardiogênicas”, como síncope vasovagal, síndrome de taquicardia postural, síncope de seio carotídeo e hipotensão ortostática o Arritmias, principalmente taquicardia ventricular e bradiarritmias, frequentemente com síncope de início e término súbitos. o Também se deve questionar se alguém testemunhou o episódio. Qual era o aspecto do paciente antes, durante e após o episódio? Houve algum movimento semelhante a uma convulsão dos braços ou das pernas? Ocorreu incontinência urinária ou fecal? o Atividade motora tônico-clônica, incontinência e estado pós-comicial nas crises convulsivas generalizadas. Ao contrário da síncope, podem ocorrer lesões como mordida da língua ou equimoses nos membros. o Dependendo do tipo de transtorno convulsivo, pode ocorrer perda da consciência ou sentimentos, processos mentais ou sensações anormais, inclusive odores, além de movimentos anormais. Obs: lembrar de perguntar sobre ter batido a cabeça, fazer TC e idoso pode ter um intervalo lucido e só manifestar 2 dias depois Crises Epilépticas • As crises epilépticas são uma descarga elétrica súbita e excessiva pelos neurônios corticais e podem ser sintomáticas, com uma causa identificável, ou idiopáticas. Faça uma anamnese meticulosa. • No caso de crises epilépticas sintomáticas agudas, considere traumatismo cranioencefálico (TCE), consumo de etanol, cocaína e outras substâncias psicoativas; abstinência de etanol, benzodiazepínicos e barbitúricos; agravos metabólicos consequentes a níveis sanguíneos altos ou baixos de glicose ou níveis sanguíneos baixos de cálcio ou sódio; AVC agudo e meningite ou encefalite. Tremores ou Movimentos Involuntários • Deve-se questionar o paciente quanto à ocorrência de tremores, abalos ou movimentos corporais que não possam ser controlados voluntariamente. O tremor ocorre em repouso? Piora com o movimento intencional voluntário ou com posturas persistentes? • Tremores unilaterais de baixa frequência em repouso, rigidez e bradicinesia são típicos da doença de Parkinson. • Tremores essenciais são movimentos bilaterais, de alta frequência dos membros superiores que ocorrem com o movimento dos dois membros e a postura sustentada e costuma ceder quando o membro está relaxado. Anamnese e Exame Físico Neurológico • Funções superiores o Consciência o Cognição o Compreensão o Comunicação (linguagem) • Motricidade o Voluntária (movimentação espontânea e força) o Involuntária (reflexos, movimentos anormais) o Automática (tônus e marcha) o Coordenação e equilíbrio • Sensibilidade o Superficial o Profunda o Especial o Sinais meníngeos • Pares cranianos• Funções autonômicas Funções corticais superiores • Nível de consciência • Nível de atenção • Humor • Iniciativa • Capacidade de julgamento e de crítica • Coordenação de ideias • Memória para fatos recentes e antigos • Capacidade de comunicação verbal Definições • Letargia: o paciente parece sonolento, mas abre os olhos, olha para o examinador, e responde às perguntas • Obnubilação: definido como a incapacidade de manter o estado de vigília que um estímulo externo seja aplicado. É indistinguível do sono normal, porém persiste continuamente • Torpor: sono semelhante ao normal, porém o paciente não altera a posição no leito espontaneamente, despertando apenas com estímulos vigorosos e repetitivos. Nos casos mais graves, há alterações das frequências cardíaca e respiratórias • Coma: superficial, profundo e coma dépassé • Morte encefálica: falência total e irreversível das funções encefálicas Coma • Coma Superficial: o Não tem comunicação do meio, com reflexos do troco encefálico preservado o Atividade motora somente com estímulos dolorosos o Reflexos do tronco encefálico preservados: pupilar, córneo palpebral, oculocefálico, vestíbulo ocular e tosse • Coma Profundo: o Reflexos do tronco deprimidos ou abolidos o Não apresenta reação aos estímulos dolorosos o Pode haver distúrbios das funções autonômicas • Coma dépassé: o Pode ser reversível, apneia associada das funções autonômicas, ex. hipotermia intensa ou intoxicação por barbitúricos Exame do estado mental em Paciente Lúcido • Estado de consciência: coma, confusão mental. Delírio. Excitação psicomotora. • Estado mental: Orientação auto e alopsíquica. Atenção. Memória (fixação, conservação, evocação). Afetividade. Associação de idéias. Raciocínio. Alucinação e ilusão. • Estado emocional: apatia, depressão, ansiedade, hiperemotividade. • Avalia-se a orientação no tempo (dia, mês, ano, idade, etc) e no espaço (endereço onde reside, onde está agora, há quanto tempo, etc). • A atenção e a memória podem ser testadas solicitando ao paciente para repetir sequências de números ou palavras na ordem direta ou inversa, fazer pequenos cálculos como, por exemplo, tirar 7 de 100 • Quanto à memória, pode-se testar a memória remota, que dificilmente é perdida (onde nasceu, onde morou quando criança, os filhos, etc), a memória recente que, frequentemente, é comprometida nas síndromes demenciais e pode ser testada, perguntando-se se já almoçou, como veio até o hospital, que dia é, qual a cidade onde está, etc. Sequência – importante • Atitude e comportamento geral (aparência, modo de vestir-se, mímica facial, modo de expressar-se, comportamentos e reações durante o exame) • Conhecimentos gerais (testes para avaliação da capacidade intelectual) • Estado emocional: depressivo (ainda tem expressão), ansioso, apático (não tem mais expressão - indiferência), hipermotividade • Atenção (voluntária, espontânea e evocada) • Orientação (autopsíquica e alopsíquica – do todo) • Memória (imediata, recente, remota) • Sensopercepção: fechar os olhos e ter uma percepção do espaço ao redor • Pensamento (curso, forma e conteúdo). • Grau de alteração do nível de consciência • Confusão mental • Distúrbios de comunicação através da fala e da linguagem • Agnosias e apraxias. Miniexame do Estado Mental: MEEM • Ferramenta de triagem, pois possui boa sensibilidade (93,6%), ainda que baixa especificidade (46,1%), para detectar um possível comprometimento cognitivo em pacientes sem alteração do nível de consciência • Domínios o Orientação o Retenção o Atenção e cálculo o Memória o Linguagem o Distúrbios da comunicação verbal: fala espontâneo, compreensão oral, repetição, nomeação, leitura, escrita • A avaliação do MEEM pode ser complementada por outros testes, como o de “fluência verbal” e o “teste do relógio” Teste de fluência verbal • Paciente terá que falar o maior número de animais em um minuto • Paciente terá que falar o maior número de frutas em um minuto Fala e Linguagem • Uma das funções humanas mais elaboradas • Depende do funcionamento harmônico de diversos sistemas • Três modalidades o Percepção o Expressão oral o Expressão escrita • Pode-se identificar na anamnese o Disfonia o Disfalia o Disartria o Taquilalia o Bradilalia o Gagueira o Afasia • Disfonia: distúrbios do timbre e da intensidade o Causas: laringite, neoplasias, paralisia das pregas vocais (uni ou bilateral) • Dislalia: distúrbios da articulação da palavra que decorre de causas múltiplas, excluídas as perturbações neurológicas. • Disartria: distúrbios da artivulação das palavras ocasionados por alterações neurológicas, em nível periférico ou central o As palavras podem ser anasaladas, mal articuladas ou pouco nítidas, mas o aspecto simbólico central da linguagem permanece intacto o Causas ▪ Lesões motoras do SNC ou do SNP ▪ Doença de Parkinson ▪ Doença cerebelar o Taquilalia: aceleração da fala o Brasilalia: lentificação em pronunciar palavras o Gagueira: interrupção da fala, com tal frequência e anormalidade que chamam a atenção e interferem na comunicação Afasia • Distúrbios na produção ou compreensão da linguagem • Geralmente causada por lesões no hemisfério cerebral dominante • As causas mais comuns de afasias são: o Acidentes vasculares cerebrais (AVC) o Traumatismos cranioencefálicos (TCE) o Processos expansivos hemisféricos, como neoplasias do SNC Agnosia: dificuldade de reconhecer objetos ou sons por meio de estímulos sensitivos (táteis) ou sensoriais (auditivos ou visuais) – lembrar de sensação, tato preservado, mas não consegue nomear • Ausência de alterações ópticas, auditivas ou táteis • Causa: lesões cerebrais focais • Esteroagnosia: perda da capacidade de reconhecer objetos apenas pela palpação Apraxia: incapaz de executar certos atos motores de maneira adequada (ex. abotoar a camisa, amarrar os sapatos) mesmo om órgãos de execução intactos – lembrar da habilidade prática motora Obs: Deste ponto do exame em paciente lúcido, parte- se para avaliação da motricidade à Próxima aula Exame do paciente em coma • O coma pode ser por uma lesão estrutural, metabólica ou induzido por drogas • Assimetria e alterações de reflexos são dados importantes que sugerem lesões estrutural • Em paciente em coma, os testes clínicos mais fidedignos são os reflexos, alguns deles podendo, inclusive, colaborar no diagnóstico de morte encefálica • A inspeção é um item importante neste paciente. Observamos a cor de pele, a presença de traumatismo, salivação sanguinolenta (mordedura de língua = convulsão), respiração, bochechas, posição dos membros e atitude, em geral. • Na lesão do nervo facial, a bochecha do lado lesado se abaúla mais quando a expiração é forçada, através da boca semifechada. Um dos membros inferiores poderá estar rodado para fora, indicando paresia deste segmento. O paciente poderá estar em decúbito lateral com o pescoço e tronco estendidos e os membros fletidos (posição em cão de espingarda), indicando meningismo. • O estímulo doloroso é muito importante e se faz, em geral, através de beliscões em áreas do tronco e dos membros. Podera, algumas vezes, haver resposta motora unilateral (demonstrando uma hemiplegia) ou bilateral. Neste último caso, a resposta à dor poder ser adequada com retirada do segmento estimulado, global ou ausente indicando coma profundo. A resposta motora global poderá ser com extensão da cabeça, tronco e membros, com pronação dos membros superiores (reação de descerebração) ou com flexão dos antebraços e punhos em frente ao tronco (reação de decorticação). • O estímulo doloroso poderá serútil na demonstração de uma lesão medular pela ausência de respostas à dor, abaixo do nível lesado. • A prova de força muscular, no paciente em coma, é diferente da realizada no paciente consciente. No coma, erguese, passivamente, os membros superiores pelos punhos em ângulo de 60o com o eixo corporal e observa-se as mãos. Em geral, do lado plégico ela fica mais caída. A seguir, solta-se os membros superiores ao mesmo tempo, o lado plégico cairámais rápido • Outra prova consiste em fletir, passivamente, os antebraços sobre o braço estando este, rente ao corpo e com o cotovelo apoiado no leito. Solta-se os antebraços ao mesmo tempo e, o hemiplégico cairámais rápido (prova de Raimiste). Nos membros inferiores, dobra-se o joelho, segurando-se os dois pés unidos, apoiados na cama, o membro plégico abduzirámais rapidamenteque o outro. • Para examinar a motricidade ocular faz-se o teste dos olhos de boneca. Num paciente em coma, ao rodar a cabeça para o lado direito o olho direito se posicionar sem adução e o olho esquerdo em abdução. O mesmo acontecerá se rodarmos a cabeça para o lado esquerdo, para cima ou para baixo, os olhos sempre tenderão a permanecer, olhando para frente. Detecta-se assim, as deficiências dos nervos oculomotores. • Se não houver o fenômeno dos olhos de boneca, o paciente não estará em coma (conversão?) ou o coma estará muito profundo, próximo ou no estado de morte cerebral. Escala de Glasgow. • Idealizada para avaliação de vítimas de trauma (se < 8, Coma, indicação de IOT) • Considerar outras formas de avaliação ou escalas de acordo com o caso (Ex: Ramsay, RASS para pacientes sedados) Exame neurológico do paciente em coma
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