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Teoria Geral dos Recursos

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Teoria Geral dos Recursos 
Podemos ver que na doutrina existem várias conceituações quanto a definição 
de recurso, todavia uma definição que abarca boa parte da bagagem trazida pela 
temática é a realizada pelo professor Manoel Antônio Teixeira Filho (2011, p. 61), 
que traz o seguinte: 
Recurso é o direito que a parte vencida ou terceiro prejudicado, possui de, na 
mesma relação processual e atendidos os pressupostos de admissibilidade, 
submeter a matéria contida na decisão recorrida a reexame, pelo mesmo órgão 
prolator ou por distinto órgão e hierarquicamente superior com o objetivo de 
anulá-la ou reformá-la total ou parcialmente 
Na doutrina também encontra-se uma grande diversidade de teorias a respeito 
da natureza jurídica do recurso. Contudo pode-se dizer que as de maior 
relevância são as que afirmam tratar-se de uma ação autônoma ou como um 
direito de subjetividade processual. Não se deve confundir recursos com ações 
autônoma de impugnação, como por exemplo as ações rescisórias, ações 
anulatórias de atos processuais e habeas corpus. 
Podemos ver que o fundamento maior que move a existência de recursos 
processuais se quanto a tese que postula pela falibilidade humana, ou seja, o 
Magistrado, mesmo que seja investido de poder jurisdicional e pode ser tido 
como equiparado á um braço do estado, ainda assim não perde sua característica 
de pessoa humana, e por isso ainda fica vulnerável a cometer erros e se equivocar 
em suas sentenças e decisões. Dessa forma, o doutrinador Amauri Mascaro 
Nascimento (2003, p. 22) aponta alguns fundamentos que movem a necessidade 
de se haver recursos em um processo, quais sejam: 
1) a necessidade psicológica de formar o convencimento da parte inconformada 
para que passe a aceitar a decisão que a desfavoreceu 
 
2) a falibilidade do ser humano, portanto, do juiz, pois maior que seja a sabedoria 
dos juízes nunca será a ponto de dotar as suas decisões da perfectibilidade que 
se possa pretender; o induzimento a maior prudência, pois a possibilidade 
processual de reapreciação da sentença por outro órgão atua no sentido de levar 
o prolator da decisão a julgar com maior cuidado. 
De forma inicial, temos que os recursos são interponíveis apenas contra as 
sentenças prolatadas em primeiro grau e acórdãos. Já a decisão interlocutória, é 
passível de recurso apenas quando produz efeitos de decisão definitiva, como 
ocorre no momento em que o Magistrado extingue a execução na fase de 
liquidação por forças da contestação de inexistência de crédito a ser satisfeito, 
por exemplo. Importante ressaltar que no processo trabalhista não cabem 
recursos contra despachos realizados pelo juiz. 
Dessa forma, temos que de modo a evitar a preclusão do direito de se questionar 
determinadas decisões interlocutórias, é aceito que a parte deve manifestar seu 
protesto na primeira oportunidade que lhe caber, seja em audiência, seja nos 
autos do processo, sendo que tal protesto pode ser feito de forma escrita ou 
verbal. 
Princípios Recursais no Processo Trabalhista 
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE 
Vemos que o artigo 22, I, da Constituição Federal de 1988, dota à União Federal 
a competência privativa para se legislar sobre direito processual, sendo que 
assim, somente deve ser considerado recursos no processo do trabalho, aqueles 
expressamente previstos em Lei Federal. A importância de tal principio se da 
justamente de modo a evitar que as partes criem recursos ao longo do processo, 
instaurando um caos normativo e comprometendo de forma definitiva a 
celeridade e a eficácia processual. 
PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE OU UNIRRECORRIBILIDADE 
Principio que faz jus ao fato de que a lei prevê somente um tipo de recurso para 
cada decisão, sendo que dessa forma as partes não podem interpor dois ou mais 
recursos simultaneamente contra uma mesma decisão proferida. A consequência 
direta de tal logica é que os recursos devem ser interpostos sucessivamente, e 
jamais de forma simultânea. 
PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO 
Uma vez interposto o recurso, ele não poderá ser repetido ou alterado. Trata-se 
de preclusão consumativa: interposto o recurso, o ato será consumido. 
 É importante frisar que não existe mais a aplicação do Princípio da Variabilidade 
na CLT, que possui características opostas ao Princípio da Consumação. 
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE 
Vemos que existem decisões judiciais que acabam por trazerem debates e 
polêmicas no meio doutrinário e jurisprudencial a respeito de qual deve ser o 
recurso adequado para se interpor quanto a esta. Dessa forma, constatada essa 
situação e por força do princípio da fungibilidade admite-se a substituição do 
recurso erroneamente interposto por um que seria tido como adequado para se 
questionar determinadas decisões realizadas. 
Dessa forma, constata-se que a aplicação do princípio em questão visa impedir 
que a parte seja prejudicada frente a uma determinada situação que possa ser 
considerada escusável em detrimento de uma rigorosa aplicação do princípio da 
singularidade recursal. 
Dessa forma, temos algumas condições para a aplicação do princípio da 
fungibilidade, quais sejam: 
 A ausência de erro grosseiro ou de má-fé 
 Ausência da utilização de recursos impróprios de maior prazo, por haver 
perdido o prazo do recurso cabível 
 Ausência da utilização do recurso de maior devolutividade visando escapar 
à coisa julgada formal 
 Ausência de utilização de provocação apenas de divergências na 
jurisprudência para se assegurar, posteriormente, de outro recurso 
Nesse sentido, de forma a sistematizar de melhor forma o princípio da 
fungibilidade, o TST trouxe a Súmula 421, que trata especificamente do princípio 
em questão: 
I – Tendo a decisão monocrática de provimento ou denegação de recurso, 
prevista no art. 557 do CPC, conteúdo decisório definitivo e conclusivo da lide, 
comporta ser esclarecida pela via dos embargos de declaração, em decisão 
aclaratória, também monocrática, quando se pretende tão somente suprir 
omissão e não, modificação do julgado. 
II – Postulando o embargante efeito modificativo, os embargos declara- tórios 
deverão ser submetidos ao pronunciamento do Colegiado, convertidos em 
agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual. (ex-OJ n. 
74 – inserida em 8.11.2000) 
PRINCÍPIO DO NON REFORMATIO IN PEJUS 
O presente princípio postula que é vedado ao Tribunal no julgamento de um 
determinado recurso proferir decisões desfavoráveis para o recorrente, de forma 
a coloca-lo em situação mais gravosa do que aquela em que este já se encontra 
posto a sentença prolatada em primeira instância. A sentença pode vir a ser 
impugnada de forma total ou parcial, contudo não de forma a trazer mais danos 
ao recorrente do que outrora já existia. 
PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE 
Princípio que expressa a afirmação de que a parte tem a necessidade de recorrei 
ou aceitar a decisão de forma voluntária. Com isso, o Magistrado não pode 
conhecer matérias que efetivamente não foram objeto do recurso interposto. 
Contudo vemos que uma exceção a tal princípio se da quando se tratar de 
matérias de ordem pública, sobre as quais enquanto não houver o trânsito em 
julgado não é possível de se operar a preclusão, ou se vier a tratar de decisões 
desfavoráveis proferidas contra a fazendo pública, caso que se submete ao 
reexame. Sobre o reexame a Súmula 303 do TST traz o seguinte: 
N. 303. FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO. (nova redação em 
decorrência do CPC de 2015) 
I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência 
da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo 
quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) 
salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito 
público; b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, 
as respectivas autarquias e fundaçõesde direito público e os Municípios que 
constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os 
demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. 
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em: a) 
súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) 
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do 
Trabalho em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em 
incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito 
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou 
súmula administrativa. 
III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho 
está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente 
público, exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. 
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação 
processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela 
concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como 
impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese 
de matéria administrativa. 
PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
Tem-se como fundamento maior do princípio em questão que as decisões 
interlocutórias não são recorríveis de imediato, somente permitindo-se sua 
reapreciação em recursos da decisão definitiva. Contudo há algumas exceções 
quanto a essa lógica que pode ser vista através da leitura da Súmula 214 do TST: 
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1o, da Consolidação das Leis do 
Trabalho, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas 
hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou 
Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de 
impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de 
incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional 
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no 
art. 799, § 2o, da Consolidação das Leis do Trabalho. 
Vemos, dessa forma que temos que é possível o recurso contra decisão do TRT 
que contrarie a Jurisprudência Sumulada do TST ou de Sessões Especializadas. 
Ainda sobre as decisões interlocutórias de Tribunais que podem ser impugnadas 
mediante recurso para o próprio tribunal e por fim o entendimento de que a 
decisão de acolhimento de exceção de incompetência territorial que determina a 
remessa dos autos para vara pertencente a TRT distinto, o que leva ao 
exaurimento a jurisdição perante o tribunal que a proferiru. 
Embargos de Declaratórios 
Primeiramente devemos ressaltar que o poder judiciário como um todo é 
baseado no princípio da inércia, sendo que este se refere que o judiciário somente 
pode se manifestar quando é provocado. Uma vez provocado, tem o dever de se 
manifestar e prestar a devida tutela jurisdicional, proferindo decisões, que se 
relacionam ou não com o mérito processual, coerente com o caso que lhe é 
apresentado. 
Ocorre que muitas vezes as decisões proferidas são passíveis de omissões, 
obscuridades ou de elementos contraditórios, sendo que nesses casos enseja-se 
a propositura dos embargos de declaração, que possui plenamente a natureza de 
recurso. 
Temos que nos embargos de declaração, a competência para se julgar é do 
próprio Magistrado que prolatou a decisão que está sendo embargada, o que se 
diferencia substancialmente dos demais recursos, que são julgados por um juízo 
diferente daquele que prolatou a decisão que encontra-se em questionamento. 
Dessa forma vemos que a competência para se julgar o presente recurso cabe ao 
mesmo órgão que proferiu a decisão embargada, contudo, não necessariamente 
do mesmo magistrado que veio a prolatar a decisão. Dessa forma, é possível 
notar que muitos tribunais estabelecem o seu próprio modo de se julgar os 
embargos declaratórios, tendo em vista seus próprios regimentos internos. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
Como vimos, os embargos declaratórios fundamentam-se de forma vinculada, de 
modo tal que seu cabimento depende da presença de vícios específicos que são 
trazidos pelo artigo 897-A da CLT: 
Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo 
de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão 
subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito 
modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e 
manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. 
§1oOs erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de 
qualquer das partes. 
§2oEventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá 
ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que 
ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. 
§3oOs embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros 
recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a 
representação da parte ou ausente a sua assinatura. 
Dessa forma constatamos que o essencial para se ter a premissa de propositura 
de um embargo de declaração é a presença dos elementos omissão, contradição, 
obscuridade ou manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do 
recurso. 
A OMISSÃO 
Vemos que haverá omissão quando a decisão prolatada deixar de tangenciar 
determinados pontos ou questões sobre os quais o Juiz teria o dever de 
pronunciar sobre de ofício ou a requerimento. Dessa forma, temos que o artigo 
1.022 do Novo Código de Processo Civil, que aplica-se subsidiariamente ao 
processo do trabalho, considera como omissa a decisão que possuir os seguintes 
elementos: 
 Deixar de se manifestar sobre a tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos aplicável ao caso sob julgamento. 
 Deixar de manifestar sobre incidentes de assunção de competência 
aplicável ao caso sob julgamento. 
 Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua devida relação com a causa ou a questão decidida. 
 Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo 
concreto de sua incidência no caso em concreto 
 Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão 
 Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, 
em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador 
 Se limitar a invocar precedentes ou enunciado de súmula, sem identificar 
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob 
julgamento se ajusta aqueles fundamentos 
 Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superação do entendimento 
A CONTRADIÇÃO 
Se dará como contraditório aquela decisão jurisdicional que for dotada de 
incoerência interna na própria decisão. Poderá essa contradição ocorrer na 
fundamentação, no dispositivo, entre a fundamentação e o dispositivo, bem 
como entre a ementa e o corpo do acórdão. 
Com isso, um exemplo importante de se ressaltar é que não se deve falar em 
contradição quando ocorre de a parte opor embargos alegando que determinada 
decisão se faz contraria as provas presentes nos autos, visto que o que a parte 
busca neste caso em específico é a reforma da decisão e não um mero 
afastamento de contradições, sendo que este deve constar dentro da própria 
decisão. Um exemplo pratico de contradição seria o Magistrado que fundamenta 
sua decisão no sentido de inocentar o reclamado ao pagamento de horas extras, 
contudo em seu dispositivo, condena-o a pagar as referidas horas. 
A OBSCURIDADE 
Vemos que o vício de obscuridadedeve ser constatado quando houver falta de 
clareza ou precisão dentro da decisão. Importante destacar que o artigo 897-A 
da CLT supracitado faz jus apenas à omissões, contradições e manifestos 
equívocos nos exames de pressupostos extrínsecos do recurso nos casos em que 
os embargos forem possuidores de efeitos modificativos, não mencionando 
diretamente o caso específico da obscuridade. Isso se deve em decorrência do 
fato de que a obscuridade em si não ter efeito modificativo, posto que a única 
finalidade do embargo relativo a obscuridade é fazer com que o Magistrado 
realize um novo pronunciamento esclarecendo o teor de seu primeiro, dotando 
esse novo pronunciamento de um conteúdo mais claro e autêntico. 
MANIFESTO EQUÍVOCO NO EXAME DE PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS 
DO RECURSO 
Vemos que a presente situação não se constitui como um vício presente no artigo 
1.022 do CPC, sendo uma característica com previsão unicamente no processo 
do trabalho, em decorrência direta do artigo 897-A da CLT. Assim, nota-se que 
caberão os embargos declaratórios quando houver dois requisitos que são 
cumulativos entre si: 
 A existência de manifesto equivoco. 
 O tratamento de pressupostos extrínsecos, quais sejam a tempestividade, 
representação, preparo, depósito recursal e regularidade formal 
Cumpre ressaltar que antigamente, o TST possuía o entendimento que a oposição 
de embargos declaratórios que possuíam como objeto o manifesto equívoco na 
análise dos pressupostos extrínsecos, somente seria cabível da decisão ad quem. 
Todavia, com o advento do CPC, que veio a admitir de forma expressa o 
cabimento dos embargos em qualquer situação judicial, o Tribunal Superior do 
Trabalho cancelou sua antiga Orientação Jurisprudencial nº 377, que postulava a 
antiga tese, de forma a viabilizar o cabimento de embargos com base no presente 
vício da decisão do juízo a quo, bem como do juízo ad quem. 
DA CORREÇÃO DE ERROS MATERIAIS 
Vemos que no processo civil, existe a possibilidade de correção de erros materiais 
presentes na decisão através dos embargos de declaração, conforme expresso 
pelo artigo 1.022, III do CPC. 
Contudo, diferentemente do que ocorre nesta seara, no direito do trabalho a 
correção desses erros não dependem da oposição de embargos de declaração, 
fato que pode ocorrer de ofício ou a requerimento de qualquer uma das partes 
através da elaboração de uma simples petição, haja vista o estabelecido no artigo 
897-A, §1º da CLT. Porem, não há qualquer impedimento de que a parte requisite 
tal correção por meio do embargo declaratório. 
DO PRAZO PARA OPOSIÇÃO DO EMBARGO DECLARATÓRIO 
Vemos que os embargos de declaração possuem uma regra de prazos um tanto 
quanto diferente dos prazos recursais dos demais recursos trabalhistas, 
possuindo prazo de 5 dias para sua oposição. Destaquemos que a Fazenda 
Pública, o Ministério Público do Trabalho bem como a Defensoria Pública tem 
prazo em dobro, isto é, de 10 dias. 
Importante destacar que os litisconsortes devem ter procuradores distintos, bem 
como de escritórios de advocacia distintos. Estes não dispõe de prazo em dobro 
para se apresentar os embargos declaratórios, posto que não se aplica ao 
processo do trabalho o artigo 1.023, §1º e o artigo 229 do CPC, haja vista a 
incompatibilidade existente em vista da celeridade que é inerente a Justiça 
Trabalhista. 
Recurso Ordinário no Processo do Trabalho 
Vemos que o recurso ordinário é o meio recursal utilizado no âmbito processual pelo qual 
as partes podem discutir novamente e de forma ampla a matéria que fora decidida em 
primeira instância, tanto em termos de direito quanto em termos de fatos, sendo, portanto, 
de natureza ordinária e de livre fundamentação pelas partes. 
O seu cabimento encontra-se na fase de conhecimento processual, haja vista que na fase 
executória, o recurso adequado seria o agravo de petição, sendo cabível inclusive nos 
procedimentos especiais que serão abordados em aulas futuras. 
A previsão legal do recurso ordinário encontra-se expressa através do artigo 895 da CLT, 
sendo que deve ser interposto dentro do prazo de 8 dias, sendo este o mesmo prazo para 
o protocolo das contrarrazões. Sempre importante ressaltar que a Fazenda Pública, o 
Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública tem o prazo dobrado, ou seja, no 
caso de recurso ordinário terão o prazo de 16 dias, valendo a mesma regra para as 
contrarrazões. 
Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: 
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias 
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de 
sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer 
nos dissídios coletivos. 
§1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: 
I - (VETADO). 
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator 
liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo 
imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; 
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de 
julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; 
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação 
suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se 
a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, 
registrando tal circunstância, servirá de acórdão. 
§2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o 
julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas 
sujeitas ao procedimento sumaríssimo. 
Temos que o recurso ordinário trata-se de um recurso que possui devolutividade ampla, 
seja sob a ótica de sua profundidade, seja na extensão de seu conteúdo. Contudo, é 
importante se frisar que existe um caso específico que leva em conta a concessão judicial 
de efeito suspensivo no recurso ordinário. Este é a hipótese de recurso ordinário de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/2000/Mv0075-00.htm
sentença normativa, no caso em que o presidente do TST confere efeito suspensivo, na 
proporção e extensão conferidas em seu despacho. 
Hipóteses de Cabimento 
Em regra, o recurso ordinário é cabível de todas as decisões definitivas ou terminativas 
das varas do trabalho, contudo, nos atentemos a algumas dimensões específicas das 
hipóteses de cabimento de tal recurso. 
RECURSO ORDINÁRIO DE SENTENÇA 
Como já dito, o recurso ordinário é cabível tanto de decisões definitivas quando de 
terminativas, sendo que dessa forma necessário se faz distinguir ambas as decisões. 
As decisões definitivas são, em regra, as que resolvem o mérito do processo, posto o 
artigo 487 do CPC, senão vejamos: 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I- acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II- decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
IIl - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do§ 1 o do art. 332, a prescrição e a decadência 
não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
Sob outra perspectiva, as decisões terminativas configuram-se como aquelas que 
extinguem o processo sem resolução de mérito, haja vista o artigo 485 do CPC: 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
li- o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III- por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa 
por mais de 30 (trinta) dias;IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e 
regular do processo; 
V- reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI- verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo 
arbitral reconhecer sua competência; 
VIII- homologar a desistência da ação; 
IX- em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição 
legal; e 
X- nos demais casos prescritos neste Código. 
RECURSO ORDINÁRIO DE ACÓRDÃO DO TRT 
O recurso ordinário também tem a possibilidade de ser cabível em detrimento das 
decisões terminativas ou definitivas frente a competências que são originariamente dos 
TRTs, isto é, processos que se iniciam no TRT. Isso ocorre por exemplo nos dissídios 
coletivos, mandados de segurança e ações rescisórias. 
Sendo assim, havendo recurso ordinário nas hipóteses citadas, temos que o órgão 
competente para julgar tal recurso é o TST por meio das sessões de dissídios coletivos. 
Nos casos específicos de mandado de segurança, ações rescisórias e demais ações 
individuais de competência originária do TRT, ficam sob competência das sessões de 
dissídios individuais do TST. 
RECURSO ORDINÁRIO DE DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
Como já vimos, os recursos ordinários se aplicam a sentenças de primeira instância ou 
acórdãos decorrentes de decisões de competência originária do TRT. Todavia, o TST veio 
a admitir o recurso ordinário de decisões interlocutórias na hipótese de reconhecimento 
de incompetência territorial com remessa dos autos para TRT distinto aquele a que se 
vincula o juízo excepcionado, através da Súmula 214. 
Há também o caso da incompetência absoluta, com o encaminhamento dos autos a outra 
Justiça (Federal ou Estadual), sendo que isso vem a ocorrer devido ao fato de que mesmo 
se tratando de decisão interlocutória, no caso o processo termina na justiça do trabalho, 
motivo pelo qual o artigo 799, §2º da CLT admite interposição de recurso. 
Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, 
com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência. 
§2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se 
terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las 
novamente no recurso que couber da decisão final. 
Ainda, é cabível o recurso ordinário da decisão que julga parcial e de forma antecipada o 
mérito do processo, que corresponde ao julgamento antecipado dos pedidos ou parcela 
dos pedidos que já estiveram em condições de imediato julgamento ou forem 
incontroversos, o que vem a possibilitar a formação de coisa julgada material. Dessa 
forma, o TST, através de sua normativa 36/2016, aceita que nesses casos, o recurso 
ordinário é cabível, posto que considera tais decisões interlocutórias como equivalentes a 
sentenças. 
Por fim, ressalta-se que todas as demais decisões interlocutórias não são recorríveis de 
imediato, haja vista o artigo 893, §1º da CLT. Suas impugnações não ocorrerão 
imediatamente, mas no momento de insurgência da própria sentença. 
Juízo de Retratação 
Como regra temos que o juiz não pode alterar sua sentença após proferida, contudo há 
três hipóteses em que será possível o juiz se retratar. 
 Com o indeferimento da liminar da petição inicial, o que provoca a extinção do processo 
sem resolução de mérito. Quando se trata de sentença, o recurso cabível no processo 
trabalhista é o recurso ordinário, que deve ser interposto no prazo de 8 dias. Com isso 
é facultado a retratação do juiz no prazo de 5 dias, isto é, o próprio juiz que prolatou a 
decisão pode reforma-la. Sem retratação, segue-se o trâmite normal do processo. 
 Com a extinção sem resolução de mérito. Interposto o recurso ordinário, o juiz terá 5 
dias para se retratar 
 Com a improcedência liminar. Nesse caso, interposto o recurso, o juiz também tem 5 
dias para se retratar, e havendo esta, determinará a o prosseguimento do processo com 
a citação do réu. Não havendo retratação, determinará citação do réu para apresentar 
contrarrazões no prazo de 8 dias. 
Recurso de Revista 
 
Com relação ao recurso de revista, vemos que este é sobretudo um recurso que possui 
natureza extraordinária. 
Os recursos, como já visto, podem ser classificados sobre sua natureza em ordinários ou 
extraordinários, sendo que os ordinários são aqueles que visam a tutela de direitos 
subjetivos, ou seja, de tal modo que se permite discutir toda a matéria processual, seja 
esta de direito ou de fato. Já o recurso com natureza extraordinária se fundamenta sobre 
a tutela do direito objetivo, isto é, visa a exata aplicação do direito, sendo que a 
verificação fática não se faz presente nestes recursos, bem como o reexame de provas, 
sendo que fica-se restrito somente a análise da matéria de direito, haja vista a Súmula 126 
do TST. 
Com isso, chegamos a conclusão de que o recurso de revista não objetiva corrigir 
injustiças ou erros em matéria de fato no processo em questão, mas sim verificar se a 
norma foi aplicada de forma correta ao caso em concreto. Além disso, o recurso de 
revista visa buscar a exata aplicação da norma e dar uniformidade de interpretação da 
Constituição Federal para que dessa forma haja a garantia da segurança jurídica às partes 
e uma efetiva aplicação da tutela jurisdicional. 
Quanto ao reexame de provas, temos que tanto a doutrina quanto a jurisprudência são 
enfáticas ao postergar que: 
Súmula no 279 do STF. Para simples reexame de prova não cabe recurso extra- 
ordinário. 
Súmula no 7 do STJ. Pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. 
 É necessário salientar que em tal recurso, o direito subjetivo pode ainda ser tutelado, contudo 
de modo indireto, sendo que a tutela do direito objetivo pode vir a provocar benefícios para o 
direito subjetivo das partes litigantes. 
O TST pode realizar qualificação jurídica dos fatos, e somente podem ser qualificados se 
forem incontroversos ou se constarem derivados do acórdão original 
PRAZO DO RECURSO DE REVISTA 
O presente recurso segue a regra geral dos recursos trabalhistas, devendo ser interposto 
no prazo de 8 dias, sendo que o mesmo prazo também vale para as contrarrazões do 
recurso de revista. 
Importante lembrar que a Fazenda Pública, o Ministério Público do Trabalho tem prazos 
em dobro, isto é, de 16 dias, sendo o mesmo válido para as contrarrazões. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
A previsão legal do recurso de revista encontra-se no artigo 896 da CLT 
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das 
decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho, quando: 
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado 
outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios 
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência 
uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; 
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo 
Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em 
área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, 
interpretação divergente, na forma da alínea a; 
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à 
Constituição Federal. 
§1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: 
 I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da 
controvérsia objeto do recurso de revista; 
 II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedadea dispositivo de lei, 
súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com 
a decisão regional 
 III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos 
da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de 
lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade 
aponte 
 IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado 
por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi 
pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o 
trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e 
verificação, de plano, da ocorrência da omissão 
§2oDas decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, 
em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não 
caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da 
Constituição Federal. 
§7º A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando 
como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo 
Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior 
do Trabalho. 
§8oQuando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus 
de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do 
repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em 
que houver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado 
disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer 
caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. 
§9oNas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de 
revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do 
Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da 
Constituição Federal. 
§10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e 
por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de 
execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), 
§11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o 
Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando 
o mérito. 
§12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. 
§13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção 
Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela 
maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere o § 3opoderá ser afeto ao 
Tribunal Pleno. 
§14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão 
monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de 
representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de 
admissibilidade. 
 Dessa forma, em suma, entende-se que cabe recurso de revista nas seguintes hipóteses: 
 Divergência jurisprudencial 
 Violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição 
Federal da República 
A divergência jurisprudencial é considerada um pressuposto especifico para a 
interposição do recurso de revista como visto, sendo que nestes casos a turma do TST 
somente irá passar a analisar o mérito do recurso se for demonstrada a divergência 
alegada, sendo este um juízo de admissibilidade para seu julgamento. 
Ultrapassado esse juízo, a turma irá adentrar no mérito do recurso, definindo a melhor 
interpretação cabível a norma que pode ser a do acórdão recorrido ou a realizada no 
acórdão-paradigma, ou até mesmo pode optar por outra interpretação que entender mais 
adequada ao caso concreto. 
Já quanto a violação de dispositivo constitucional, basta o recorrente invocar o dispositivo 
constitucional que considera violado para eu se ultrapasse o juízo de admissibilidade do 
recurso. 
Após, a turma passa para o juízo de mérito, onde irá verificar se a decisão impugnada está 
violando ou não o dispositivo indicado. 
RECURSO DE REVISTA NO RITO SUMARÍSSIMO 
Vemos que no rito sumaríssimo, o recurso de revista deve preencher os pressupostos 
supracitados. 
Todavia, tendo em vista a celeridade que se busca no rito sumaríssimo, o seu cabimento 
nesta hipótese se torna bem restrito, sendo que somente se admite o recurso de revista nas 
seguintes hipóteses: 
 Contrariedade a Súmula do TST 
 Contrariedade à súmula vinculante do STF 
 Violação de forma direta a Constituição Federal, visto o artigo 896, §9º 
Desta forma, não cabe recurso de revista no rito sumaríssimo nas seguintes hipóteses: 
 Violação de lei federal 
 Divergência jurisprudencial 
 Contrariedade a orientação jurisprudencial do TST 
RECURSO DE REVISTA NA FASE DE EXECUÇÃO 
Nota-se que na fase de execução o recurso de revista constitui-se como ainda mais restrito, 
sendo que somente é admitido quando houver ofensas diretas e literais a normativas 
constitucionais, visto o artigo 896, §2º. Dessa forma, visualizemos o que postula a Súmula 
nº 266 do TST: 
Súmula no 266 do TST. Recurso de revista. Admissibilidade. Execução de sentença 
A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo de 
petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os 
embargos de terceiro; depende de demonstração inequívoca de violência direta à 
Constituição Federal. 
Ressalta-se que a Lei nº 13.015/14 veio a ampliar o cabimento do recurso de revista na 
fase executória em duas hipóteses, sendo estas a de execução fiscal e de controvérsias da 
fase de execução que envolvem certidão negativa de débitos trabalhistas. Em ambas as 
hipóteses caberá o recurso de revista nas seguintes hipóteses: 
 Violação à lei federal 
 Divergência jurisprudencial 
 Ofensa à Constituição Federal 
Agravos no Processo Trabalhista 
Agravo de Petição no Processo Trabalhista 
Ao contrário do que temos no processo civil, em que o recurso de apelação é utilizado 
tanto na fase de conhecimento quanto executória, os recursos no processo trabalhista são 
fracionados. Dessa forma, quando tratamos de decisões que são prolatadas na fase de 
conhecimento, o recurso que é cabível é o recurso ordinário, enquanto na fase executória 
é o agravo de petição, devidamente previsto no artigo 897, “a” da CLT 
 Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias 
a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; 
Assim, deve-se interpô-lo no prazo de 8 dias, sendo o mesmo prazo para as contrarrazões, 
e sempre ressaltando que a Fazendo Pública, Ministério Público do Trabalho e Defensoria 
Pública tem prazo dobrado de 16, sendo o mesmo válido para as contrarrazões. 
EFEITOS 
O artigo 899 da CLT dispõe que os recursos trabalhistas terão efeito meramente 
devolutivo. No agravo de petição esse dispositivo deve ser interpretado conjuntamente 
com o artigo 897, §1º da CLT, o que vem a provocar divergências por parte da doutrina 
e jurisprudência. 
Mesmo que saibamos que os títulos judiciais definitivos não se transformam em 
provisórios, vemos que pelo artigo 897, §1º há uma contrariedade a essa regra. Isso devido 
ao fato de que ao declinar que a parte não impugnada será executada até o final, há a 
imposição de que a interpretação de que a parte impugnada, por ter efeito meramente 
devolutivo, poderá ser executada de forma provisória, tendo as limitações impostas pelo 
artigo 520 do CPC. 
Necessário frisar que a possibilidade do prosseguimento da execução é permitida mesmo 
na hipótese de agravo de petição de decisão de embargosà execução. Assim, não 
impedindo o prosseguimento da execução, o agravo de petição poderá ser interposto nos 
próprios autos, ocasião esta que a execução será feita por carta de sentença, ou em forma 
de instrumento, encaminhando-se ao tribunal as peças necessárias ao deslinde da 
controvérsia 
PROCEDIMENTO 
Temos que o agravo de petição é interposto no juízo prolator da decisão impugnada, 
dirigindo suas razões recursais ao órgão competente para se julgar o mérito do recurso. A 
petição que será interposta é uma petição simples, incidindo o artigo 899 da CLT. 
Todavia, as razões recursais devem ser devidamente fundamentadas, bem como deve 
delimitar as matérias e os valores aos quais se discorda. 
Dessa forma, uma vez interposto o agravo, temos dois juízos de admissibilidade 
possíveis: 
 Juízo de admissibilidade negativo, quando não estiverem presentes os pressupostos 
recursais, sendo que neste caso o recurso será processado, podendo o interessado se 
valer de agravo de instrumento, que será abordado no próximo tópico 
 Juízo de admissibilidade positivo, se estiverem presentes todos os pressupostos 
recursais 
Sendo o juízo de admissibilidade positivo, o recurso deverá ser processado, de forma a 
intimar as partes contrárias para a apresentação de suas contrarrazões no prazo de 8 dias. 
Sendo o agravo de petição feito de forma instrumental, o recorrente deverá fornecer as 
peças necessárias para o exame das controvérsias. 
Apresentadas as contrarrazões o juiz poderá reexaminar os pressupostos de 
admissibilidade do recurso em questão. Mantida a admissibilidade, os autos serão 
encaminhados para o juízo competente. 
Após chegar ao tribunal e passar por todos os trâmites administrativos, não sendo caso de 
decisão monocrática, o relator elaborará seu voto no prazo de 30 dias. Após isso, realizar-
se-á a audiência de julgamento, onde os procuradores terão a oportunidade de realizar 
suas sustentações orais. Na audiência pode ser constatada a necessidade de produção de 
provas ou saneamento de vícios, os quais o relator pode determinar diligencias e pericias. 
Proferido os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para 
redigir o acórdão o relator ou, se este for vencido na decisão, o autor do primeiro voto 
vencedor. O voto pode vir a ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo 
presidente. Salienta-se que o se for o caso do voto vencido, será necessariamente 
declarado e considerado parte integral do acórdão para todos os fins legais, inclusive 
possíveis prequestionamentos. Após lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no 
órgão oficial no prazo de 10 dias. 
Agravo de Instrumento no Processo Trabalhista 
Vemos que no processo civil o agravo de instrumento possui a finalidade maior de 
impugnar as decisões interlocutórias. Já no processo do trabalho, como já dito, as decisões 
de cunho interlocutórias não são suscetíveis de interposição de recursos, tendo em vista 
o tão zelado princípio da celeridade processual, sendo que para essas decisões apenas é 
cabível impugnações de decisões negativas do primeiro juízo de admissibilidade dos 
recursos. 
A previsão legal para o agravo de instrumento no processo trabalhista encontra-se 
expressa através do artigo 897, “b” e §2º a 7º da CLT, senão vejamos: 
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: 
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. 
§2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de 
petição não suspende a execução da sentença. 
§3oNa hipótese da alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, 
presidido pela autoridade recorrida, salvo se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 
1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do 
Tribunal Regional a que estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto 
no art. 679, a quem este remeterá as peças necessárias para o exame da matéria 
controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido determinada a 
extração de carta de sentença. 
§4º - Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria 
competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada 
§5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do 
agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, 
instruindo a petição de interposição: 
I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, 
das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, 
da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se 
pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal a 
que se refere o § 7o do art. 899 desta Consolidação; 
II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da 
matéria de mérito controvertida 
§6oO agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, 
instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os 
recursos. 
§7oProvido o agravo, a Turma deliberará sobre o julgamento do recurso principal, 
observando-se, se for o caso, daí em diante, o procedimento relativo a esse recurso. 
PRAZO 
Vemos que o agravo de instrumento segue a regra geral dos recursos trabalhistas, 
possuindo 8 dias de prazo para sua interposição, sendo o mesmo prazo válido para as 
contrarrazões. Lembre-se sempre que a Fazenda Pública, o Ministério Público do 
Trabalho e a Defensoria Pública tem o prazo dobrado de 16 dias, sendo o mesmo válido 
para as contrarrazões. 
Nesse caso, apenas necessário de atentar ao fato de que o agravo que se destina a 
destrancar recurso extraordinário no STF tem prazo de 15 dias. 
HIPÓTESE DE CABIMENTO 
Vemos que no processo trabalhista, o agravo de instrumento é uma modalidade recursal 
restrita, isso porque não é destinado unicamente a destrancar o recurso não processado no 
juízo a quo. O recurso visa a impugnação de decisões negativas do primeiro juízo de 
admissibilidade do recurso. 
Um exemplo prático dessa tese seria quando uma determinada sentença condena a 
empresa X a pagar horas extras ao reclamante. Não se conformando com a decisão, 
interpõe-se o recurso ordinário. Entretanto, no primeiro juízo de admissibilidade, que é 
feito pelo órgão prolator da sentença, é rejeitado o processamento do recurso, sob um 
argumento de que não houve pagamento correto das custas processuais. Dessa forma, 
para que o recurso ordinário possa chegar ao TRT, a empresa pode interpor o agravo de 
instrumento. 
Recurso Adesivo e Reexame Necessário 
Recurso Adesivo 
O recurso adesivo não é um tipo de recurso, e sim uma forma de se interpor um dos tipos 
de recursos já estudados. Em outras palavras, o recurso adesivo é a interposição de um 
recurso por quem não manifestou intenção de recorrer no prazo próprio, contudo, ao 
observar a interposição de recurso pela parte contrária, escolheu não apenas contrarrazoar 
o recurso oposto pela outra parte, mas também apresentar recurso próprio. 
Observa-se, portanto, que o recurso adesivo é interposto posteriormente ao prazo de 
recurso autônomo, ou seja, no prazo que é aberto para contrarrazões. Assim, para que seja 
possível a utilização do recurso adesivo a outra parte deve ter recorrido, o que só é 
possível caso ocorra sucumbência reciproca, pois apenas nesse caso haverá interesse de 
recurso pelas duas partes (art.997, §1º CPC). 
Importante observar, ainda, que o recurso adesivo é interposto no prazo de resposta do 
recurso da outra parte, ou seja, o recurso adesivo é subordinado ao recurso da outra parte, 
que se denomina “independente”. Isso ocorre porque a parte, no prazo de interposiçãode 
recurso independente, não manifestou interesse de recorrer, apenas surgindo esse 
interesse quando a outra parte recorreu. Consequência dessa subordinação é insculpida 
do parágrafo 2º do art. 997 do CPC: 
§2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as 
mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, 
salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo 
de que a parte dispõe para responder; 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele 
considerado inadmissível. 
Como se observa do supracitado parágrafo, a subordinação do recurso adesivo perante o 
recurso independente se relaciona com os requisitos de admissibilidade e julgamento, 
sendo a competência para julgamento do recurso adesivo a mesma do recurso principal. 
Em adição, maior consequência da vinculação entre recurso adesivo e principal é a 
subordinação do conhecimento daquele ao conhecimento deste, como preceitua o item II 
do parágrafo 2º do art.997 CPC. 
Por fim, o entendimento sumulado do TST encontra-se no sentido de entender compatível 
o recurso adesivo ao processo trabalhista, sendo possível a interposição adesiva do 
Recurso Ordinário (RO), do Agravo de Petição, do Recurso de Revista (RR) e de 
embargos, como se observa do texto da Súmula 283 da referida corte: 
Súmula nº 283 do TST 
RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. 
CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) 
dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista 
e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com 
a do recurso interposto pela parte contrária. 
Reexame Necessário 
O reexame necessário também é conhecido como recurso obrigatório ou recurso ex 
officio, apesar de não ser considerado um recurso por faltar voluntariedade em sua 
interposição. 
Conceitua-se o reexame necessário como a garantia de que as sentenças contrárias, total 
ou parcialmente, à União, Estados, Municípios e Distrito Federal, bem como suas 
autarquias e fundações de direito público, sejam obrigatoriamente reexaminadas pelo 
Tribunal para que tenham eficácia, ainda que não haja provocação dos referidos entes. 
O instituto em comento encontra-se previsto no art. 496 do CPC, de aplicação subsidiária 
no direito processual laboral: 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de 
confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
Depreende-se da análise do art. 496 que a remessa necessária não se aplica a pessoas 
jurídicas de direito privado, nem mesmo àquelas que integram a Administração Pública 
indireta, como é o caso de empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Vale ressaltar que mesmo o art.496 trazendo duas hipóteses de aplicação da remessa 
necessária, divididas em inciso I e II, estas redundam em apenas uma: decisões contrárias 
à Fazenda Pública. Isso ocorre porque a execução fiscal apenas pode ser promovida por 
entes da Fazenda Pública. Consequência dessa constatação é o fato de as sentenças de 
procedência dos embargos à execução fiscal serem decisões contrárias à Fazenda Pública. 
Todavia, existem casos em que mesmo a sentença sendo contrária à União, Estados, 
Municípios, Distrito Federal, suas autarquias e fundações de direito público, esta não será 
reexaminada. Isso ocorre por força da previsão da Súmula 303, item I, do TST que traz 
limites de valores de condenação que, quando não ultrapassados, levam à inaplicabilidade 
do reexame necessário: 
Súmula nº 303 do TST 
FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do 
CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016 
I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da 
Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a 
condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) salários mínimos 
para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; b) 500 
(quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas 
autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos 
Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas 
autarquias e fundações de direito público. 
Nessa senda, a mesma Súmula, em seu item II, ainda traz outras hipóteses que, quando 
configuradas no caso prático, obstam o reexame necessário: 
Súmula nº 303 do TST 
FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do 
CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016 
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em: 
a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em 
julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção 
de competência; 
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do 
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
Por fim, a Súmula 303, em seus itens III e IV, afirma que a ação rescisória está suscetível 
ao reexame necessário assim como o mandado de segurança, nos termos que se seguem: 
Súmula nº 303 do TST 
FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do 
CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016 
III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está 
sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, 
exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em 
03.06.1996) 
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação 
processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela 
concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como 
impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de 
matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 
25.11.1996 e 03.06.1996).

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