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Patologia Oral: Lesões Brancas • Lesões que resultam do aumento da espessura do epitélio de superfície, adquirindo uma coloração branca/esbranquiçada. • Usualmente resultam do aumento da produção de ceratina (hiperceratose), com ou sem aumento da espessura do epitélio (acantose) ou fibrose do tecido conjuntivo subjacente. • Possuem diferentes etiologias: hereditárias, reativas, relacionadas à inflamação ou imunológicas, infecciosas ou idiopáticas. • Geralmente, são assintomáticas. Ceratose friccional: ↪ Resulta da irritação mecânica crônica, produzindo uma superfície ceratótica áspera “calo”. • Não precisa de tratamento - Reversíveis após a eliminação do trauma. • Detectável em rebordos edêntulos, ou trígono retromolar, pela função mastigatória. • Diagnóstico diferencial - Leucoplasia. Histopatologia: • Camada de hiperceratose • Tecido epitelial acantótico Linha Alba: ↪ Alteração comum da mucosa caracterizada por linha branca Etiologia - Pressão, irritação por fricção ou trauma de sucção. • Achados clínicos - Linha branca, geralmente bilateral e na altura da linha de oclusão dos dentes, pode ser escamosa ou proeminente (dentes posteriores). Histopatologia: • Mucosa oral apresentando hiperortoceratose e edema intracelular • Tecido conjuntivo fibroso com inflamação crônica leve Tratamento: • Não é necessário • Pode ocorrer regressão espontânea Morsicatio Buccarum (Mastigação crônica da bochecha): Morsicatio é a mastigação crônica da mucosa (bochecha, língua, lábios). Etiologia -Trauma crônico • Achados clínicos: - Acomete frequentemente pessoas estressadas, + mulheres - Afeta mais comumente a mucosa jugal bilateral - Outros sítios - Lábio e língua (associadas ou não) - Áreas brancas, espessas e fragmentadas - Superfície dilacerada e destacada - Porção média da mucosa jugal anterior (plano oclusal) Histopatologia: - Mucosa oral exibindo hiperparaceratose, acantose e projeções de ceratina - Superfície pode estar dilacerada e colonizada superficialmente por bactérias - Células vacuoladas na porção superficial da camada espinhosa Diagnóstico: Apenas com características clínicas Biópsia rara Tratamento: Não é necessário Proteção acrílica bilateral Leucoedema: Placa branco-acinzentada, assintomática, difusa, oral ou leitosa, simetricamente distribuída mucosa jugal e, em menor extensão, pela mucosa labial. • Considerada uma alteração de normalidade • Mais comuns em negros e fumantes • Não requer tratamento – Diagnóstico clínico – Estiramento da mucosa • Edema intracelular da camada espinhosa • Diagnóstico diferencial - O nevo branco esponjoso, reação a uma mordedura crônica da mucosa e líquen plano Candidíase: Infecção fúngica mais comum na cavidade oral causada pelo fungo dimórfico do gênero Candida. Termo antigo - Monilíase. Agente etiológico Cândida albicans, C. tropicalis, krusei e outros. Microorganismo da flora oral. Infecção superficial leve – Disseminada e fatal. Fatores de evidência de doença. - Estado imunológico do hospedeiro. - Ambiente da mucosa oral. - Cepa da Cândida albicans. Características clínicas: Tipo clínico: A) Pseudomembranosa. B) Eritematosa. - Atrófica aguda. - Glossite romboidal mediana. - Multifocal crônica. - Queilite angular. - Estomatite protética. Características clínicas: A) Pseudomembranosa (sapinho). - É o tipo mais bem reconhecido. - Placas brancas, cremosas, destacáveis ≈ queijo cottage ou coalhada. ↪ Massa desordenada de hifas, células descamadas e tecido necrótico. - Mucosa subjacente normal ou eritematosa. - Iniciada: Antibióticos, imunossuprimidos e crianças até 2 anos. - Sensação de queimação ou gosto desagradável. - Mucosa jugal, palato, dorso de língua e orofaringe. Características histopatológicas: - Epitélio escamoso estratificado, hiper paraceratinizado e projeções epiteliais alongadas. - Coleções de neutrófilos e hifas/pseudo hifas na camada de ceratina. - Exocitose e infiltrado inflamatório crônico subjacente. Diagnóstico: – Clínica + Citopatologia. – Cultura. Tratamento: – Nistatina. – Miconazol (Daktarin gel). – Fluconazol. Queilite Actínica: - Ceratose Solar ou Actínica. - Displasia epidérmica devido à radiação actínica. - Lesão cancerizável – Classificação Histopatológica. ↪ A exposição prolongada à luz solar afeta significativamente os lábios induzindo a danos irreversíveis ao DNA das células epiteliais. ↪ Causas: + Homens, Leucodermas, Idade avançada, Exposição solar ocupacional, Cigarro. • Nomenclaturas - Queilose actínica, “lábio do agricultor”, “lábio do marinheiro”. • Atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior. • Perda de limite entre mucosa e semi-mucosa. • Ressecamento (formação de crostas). • Ulcerações. Histopatologia: • Epitélio atrófico. • Presença de ceratina. • Infiltrado crônico discreto. • Elastose solar. # Tratamento: • Uso de protetor labial. • Aplicação tópica de 5-fluoruracila. • Laser, crioterapia, eletrocauterização e dermoabrasão. • Displasia moderada/severa – vermelhonectomia. • Prognóstico favorável. Leucoplasia: ↪ Lesão predominantemente branca da mucosa oral que não pode ser caracterizada como qualquer outra. - Diagnóstico por exclusão. - 80 a 85% das lesões cancerizáveis. - Lesão cancerizável mais bem conhecida. - Mucosa jugal, gengiva, assoalho, ventre e borda de língua, palato. - Homens 3:1 Mulheres. - 80% das leucoplasias ocorrem em fumantes. Leucoplasia Verrucosa Proliferativa: Forma agressiva de leucoplasia. - Grande potencial para transformação maligna. - Mulheres, 62 anos. - Vários locais na boca – mucosa jugal e língua. - Recorrência e progressão histológica. - Excisão cirúrgica ampla – esperança de controle. Displasia Epitelial: ↪ Displasia Leve; Displasia Moderada; Displasia Severa + Carcinoma in situ. # Tratamento: - Biópsia na área mais representativa. - Completa remoção, se possível. - Abandono do consumo do fumo. - Excisão cirúrgica, crioterapia ou ablação a laser. - Acompanhamento por longos períodos. Leucoplasia Pilosa: ↪ É uma das manifestações orais mais comum dos pacientes HIV+. • Etiopatogenia - Associação com o vírus Epstein-Barr (EBV). • Pode ser a primeira ou primeiras manifestações dos pacientes HIV+. • Aspecto clínico: Placas brancas aderidas localizadas geralmente em bordo lateral de língua (Não destacável) - Superfície corrugada - Geralmente bilateral. # Características histopatológicas: - Epitélio pavimentoso estratificado com hiperparaceratose, corrugações ou finas projeções da superfície. - Epitélio apresenta acantose e zona em faixa de células com citoplasma claro (balonizante) na porção superficial da camada espinhosa. - Halo perinuclear branco com marginação da cromatina. - Núcleo em colar – Replicação do EBV. - Candidíase associada - Resposta inflamatória. • Diagnóstico diferencial: - ceratose traumática. - líquen plano placa. - candidíase hiperplásica. - leucoplasia. • Diagnóstico: Histopatologia. • Tratamento: Não requer, porém responde a altas doses de ACYCLOVIR (Zovirax). Líquen Plano: ↪Doença inflamatória crônica mediada imunologicamente. • Etiopatogenia: - Desconhecida? - Associação com estresse emocional. • Períodos de remissão – melhora e piora do quadro. Características clínicas: • Adultos - (4 a 6ª década). • > Gênero Feminino (3:2). • Raro em crianças. • Prevalência: Cavidade Oral - 0,1 a 0,2%. • Em pele: ■ Pápulas poligonais, pruríticas e purpúreas. ■ Estrias de Wickham - Linhas brancas entrelaçadas, assintomáticas. • Outros Locais de Envolvimento: ■ Glande do Pênis. ■ Mucosa Vulvar. ■ Unhas. Reticular: + comum – Estrias de Wickham: - Placa. - Atrófico. - Erosivo – lesões ulceradas e dolorosas. - Bolhoso. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS: • Ortoceratose ou Paraceratose. • Cristas epiteliais pontiagudas “dentes de serra”. • Degeneração hidrópica. • Ceratinócitos em degeneração - Corpos colóides, citóides, hialinos ou de Civatte. • Infiltrado Inflamatório em Faixa (Linfócitos T). • Pode haver áreas de DISPLASIA – Risco de transformação maligna é baixo (variante erosiva). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Reação Liquenóide a drogas - Estomatite - Ulcerativa- Crônica - Lúpus - Eritematoso - Ceratose - Friccional - Doença do Enxerto contra o hospedeiro - Candidíase - Leucoplasia • Corticosteróides tópicos ou sistêmicos – Nos casos de Sintomatologia. • Medicamento – Dexametasona (0,5%). • Antifúngicos tópicos. • Orientação ao paciente. • Exames de acompanhamento (3 a 6 meses).
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