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Patologia Oral - Lesoes Clinicas II

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Patologia Oral: Lesões Brancas
• Lesões que resultam do aumento da espessura do epitélio de superfície, adquirindo uma coloração
branca/esbranquiçada.
• Usualmente resultam do aumento da produção de ceratina (hiperceratose), com ou sem aumento da
espessura do epitélio (acantose) ou fibrose do tecido conjuntivo subjacente.
• Possuem diferentes etiologias: hereditárias, reativas, relacionadas à inflamação ou imunológicas, infecciosas
ou idiopáticas.
• Geralmente, são assintomáticas.
Ceratose friccional:
↪ Resulta da irritação mecânica crônica, produzindo
uma superfície ceratótica áspera “calo”.
• Não precisa de tratamento - Reversíveis após a
eliminação do trauma.
• Detectável em rebordos edêntulos, ou trígono
retromolar, pela função mastigatória.
• Diagnóstico diferencial - Leucoplasia.
Histopatologia:
• Camada de hiperceratose
• Tecido epitelial acantótico
Linha Alba:
↪ Alteração comum da mucosa caracterizada por linha branca
Etiologia - Pressão, irritação por fricção ou trauma de sucção.
• Achados clínicos - Linha branca, geralmente bilateral e na altura da linha de oclusão dos dentes, pode ser
escamosa ou proeminente (dentes posteriores).
Histopatologia:
• Mucosa oral apresentando hiperortoceratose e edema intracelular
• Tecido conjuntivo fibroso com inflamação crônica leve
Tratamento:
• Não é necessário
• Pode ocorrer regressão espontânea
Morsicatio Buccarum (Mastigação crônica da bochecha):
Morsicatio é a mastigação crônica da mucosa (bochecha, língua,
lábios).
Etiologia -Trauma crônico
• Achados clínicos:
- Acomete frequentemente pessoas estressadas, + mulheres
- Afeta mais comumente a mucosa jugal bilateral
- Outros sítios - Lábio e língua (associadas ou não)
- Áreas brancas, espessas e fragmentadas
- Superfície dilacerada e destacada
- Porção média da mucosa jugal anterior (plano oclusal)
Histopatologia:
- Mucosa oral exibindo hiperparaceratose, acantose e projeções de ceratina
- Superfície pode estar dilacerada e colonizada superficialmente por bactérias
- Células vacuoladas na porção superficial da camada espinhosa
Diagnóstico:
Apenas com características clínicas
Biópsia rara
Tratamento:
Não é necessário
Proteção acrílica bilateral
Leucoedema:
Placa branco-acinzentada, assintomática, difusa, oral ou leitosa, simetricamente distribuída mucosa jugal e,
em menor extensão, pela mucosa labial.
• Considerada uma alteração de normalidade
• Mais comuns em negros e fumantes
• Não requer tratamento – Diagnóstico clínico – Estiramento da mucosa
• Edema intracelular da camada espinhosa
• Diagnóstico diferencial - O nevo branco esponjoso, reação a uma mordedura crônica da mucosa e líquen
plano
Candidíase:
Infecção fúngica mais comum na cavidade oral causada pelo fungo dimórfico do gênero Candida.
Termo antigo - Monilíase.
Agente etiológico Cândida albicans, C. tropicalis, krusei e outros.
Microorganismo da flora oral.
Infecção superficial leve – Disseminada e fatal.
Fatores de evidência de doença.
- Estado imunológico do hospedeiro.
- Ambiente da mucosa oral.
- Cepa da Cândida albicans.
Características clínicas:
Tipo clínico:
A) Pseudomembranosa.
B) Eritematosa.
- Atrófica aguda.
- Glossite romboidal mediana.
- Multifocal crônica.
- Queilite angular.
- Estomatite protética.
Características clínicas:
A) Pseudomembranosa (sapinho).
- É o tipo mais bem reconhecido.
- Placas brancas, cremosas, destacáveis ≈ queijo cottage ou coalhada.
↪ Massa desordenada de hifas, células descamadas e tecido
necrótico.
- Mucosa subjacente normal ou eritematosa.
- Iniciada: Antibióticos, imunossuprimidos e crianças até 2 anos.
- Sensação de queimação ou gosto desagradável.
- Mucosa jugal, palato, dorso de língua e orofaringe.
Características histopatológicas:
- Epitélio escamoso estratificado, hiper paraceratinizado e projeções epiteliais alongadas.
- Coleções de neutrófilos e hifas/pseudo hifas na camada de ceratina.
- Exocitose e infiltrado inflamatório crônico subjacente.
Diagnóstico:
– Clínica + Citopatologia.
– Cultura.
Tratamento:
– Nistatina.
– Miconazol (Daktarin gel).
– Fluconazol.
Queilite Actínica:
- Ceratose Solar ou Actínica.
- Displasia epidérmica devido à radiação actínica.
- Lesão cancerizável – Classificação Histopatológica.
↪ A exposição prolongada à luz solar afeta significativamente os lábios induzindo a
danos irreversíveis ao DNA das células epiteliais.
↪ Causas: + Homens, Leucodermas, Idade
avançada, Exposição solar ocupacional,
Cigarro.
• Nomenclaturas - Queilose actínica, “lábio
do agricultor”, “lábio do marinheiro”.
• Atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior.
• Perda de limite entre mucosa e semi-mucosa.
• Ressecamento (formação de crostas).
• Ulcerações.
Histopatologia:
• Epitélio atrófico.
• Presença de ceratina.
• Infiltrado crônico discreto.
• Elastose solar.
# Tratamento:
• Uso de protetor labial.
• Aplicação tópica de 5-fluoruracila.
• Laser, crioterapia, eletrocauterização e dermoabrasão.
• Displasia moderada/severa – vermelhonectomia.
• Prognóstico favorável.
Leucoplasia:
↪ Lesão predominantemente branca da mucosa oral
que não pode ser caracterizada como qualquer outra.
- Diagnóstico por exclusão.
- 80 a 85% das lesões cancerizáveis.
- Lesão cancerizável mais bem conhecida.
- Mucosa jugal, gengiva, assoalho, ventre e borda de
língua, palato.
- Homens 3:1 Mulheres.
- 80% das leucoplasias ocorrem em fumantes.
Leucoplasia Verrucosa Proliferativa: Forma agressiva de leucoplasia.
- Grande potencial para transformação maligna.
- Mulheres, 62 anos.
- Vários locais na boca – mucosa jugal e língua.
- Recorrência e progressão histológica.
- Excisão cirúrgica ampla – esperança de controle.
Displasia Epitelial:
↪ Displasia Leve; Displasia Moderada; Displasia Severa +
Carcinoma in situ.
# Tratamento:
- Biópsia na área mais representativa.
- Completa remoção, se possível.
- Abandono do consumo do fumo.
- Excisão cirúrgica, crioterapia ou ablação a laser.
- Acompanhamento por longos períodos.
Leucoplasia Pilosa:
↪ É uma das manifestações orais mais comum dos
pacientes HIV+.
• Etiopatogenia - Associação com o vírus Epstein-Barr
(EBV).
• Pode ser a primeira ou primeiras manifestações dos pacientes HIV+.
• Aspecto clínico: Placas brancas aderidas localizadas geralmente em bordo lateral de língua (Não
destacável) - Superfície corrugada - Geralmente bilateral.
# Características histopatológicas:
- Epitélio pavimentoso estratificado com hiperparaceratose, corrugações ou finas projeções da superfície.
- Epitélio apresenta acantose e zona em faixa de células com citoplasma claro (balonizante) na porção
superficial da camada espinhosa.
- Halo perinuclear branco com marginação da cromatina.
- Núcleo em colar – Replicação do EBV.
- Candidíase associada - Resposta inflamatória.
• Diagnóstico diferencial:
- ceratose traumática.
- líquen plano placa.
- candidíase hiperplásica.
- leucoplasia.
• Diagnóstico: Histopatologia.
• Tratamento: Não requer, porém responde a altas doses de ACYCLOVIR (Zovirax).
Líquen Plano:
↪Doença inflamatória crônica mediada imunologicamente.
• Etiopatogenia:
- Desconhecida? - Associação com estresse emocional.
• Períodos de remissão – melhora e piora do quadro.
Características clínicas:
• Adultos - (4 a 6ª década).
• > Gênero Feminino (3:2).
• Raro em crianças.
• Prevalência: Cavidade Oral - 0,1 a 0,2%.
• Em pele:
■ Pápulas poligonais, pruríticas e purpúreas.
■ Estrias de Wickham - Linhas brancas entrelaçadas, assintomáticas.
• Outros Locais de Envolvimento:
■ Glande do Pênis.
■ Mucosa Vulvar.
■ Unhas.
Reticular: + comum – Estrias de Wickham:
- Placa.
- Atrófico.
- Erosivo – lesões ulceradas e dolorosas.
- Bolhoso.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS:
• Ortoceratose ou Paraceratose.
• Cristas epiteliais pontiagudas “dentes de serra”.
• Degeneração hidrópica.
• Ceratinócitos em degeneração - Corpos colóides, citóides, hialinos ou de Civatte.
• Infiltrado Inflamatório em Faixa (Linfócitos T).
• Pode haver áreas de DISPLASIA
– Risco de transformação maligna é baixo (variante erosiva).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
- Reação Liquenóide a drogas
- Estomatite
- Ulcerativa- Crônica
- Lúpus
- Eritematoso
- Ceratose
- Friccional
- Doença do Enxerto contra o hospedeiro
- Candidíase
- Leucoplasia
• Corticosteróides tópicos ou sistêmicos – Nos casos de Sintomatologia.
• Medicamento – Dexametasona (0,5%).
• Antifúngicos tópicos.
• Orientação ao paciente.
• Exames de acompanhamento (3 a 6 meses).

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