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Resumo - O meio é a mensagem

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Cultura das Mídias – Rafael
Data da prova: 05/10/2020
O meio é a mensagem
· A frase “o meio é a mensagem” significa que as consequências sociais e pessoais de qualquer meio – qualquer uma das extensões de nós mesmos – constituem o resultado do novo estalão introduzido em nossas vidas por uma nova tecnologia ou extensão de nós mesmos;
· A automação cria papéis que as pessoas devem desempenhar, em seu trabalho ou em suas relações com os outros, com aquele profundo sentido de participação que a tecnologia mecânica que a precedeu havia destruído;
· Não era a máquina, mas o que se fez com ela, que constitui de fato o seu significado ou mensagem;
· A reestruturação da associação e do trabalho humano foi moldada pela técnica de fragmentação que constitui a essência da tecnologia da máquina. Ela é integral e descentralizadora, assim como a máquina era fragmentária, centralizadora e superficial na estruturação das relações humanas;
· O conteúdo de qualquer meio ou veículo é sempre um outro meio ou veículo. O conteúdo da escrita é a fala, assim como a palavra escrita é o conteúdo da imprensa e a palavra impressa é o conteúdo do telégrafo. A fala é um processo de pensamento, real, não-verbal para si mesmo. Uma pintura abstrata representa uma manifestação direta dos processos do pensamento criativo;
· A mensagem de qualquer meio ou tecnologia é a mudança de escala, cadência ou padrão que esse meio ou tecnologia introduz nas coisas, humanas;
· O meio configura e controla a proporção e a forma das ações e associações humanas. O conteúdo ou uso desses meios são tão diversos quão ineficazes na estruturação da forma das associações humanas. Na verdade, não deixa de ser bastante típico que o conteúdo de qualquer meio nos segue para a natureza desse mesmo meio;
· O paradoxo da mecanização reside no fato de ser, ela mesma, a causa do desenvolvimento e das mudanças, enquanto o princípio da mecanização exclui a própria possibilidade de crescimento ou pela compreensão das transformações. Isso porque a mecanização se realiza pela fragmentação de um processo, seguida da seriação das partes fragmentadas;
· Com a velocidade instantânea, as causas das coisas vieram novamente à tona da consciência, o que não ocorria com as coisas em sequência e em consequente concatenação. Em lugar de perguntar o que veio primeiro, o ovo ou a galinha, começou-se a desconfiar que a galinha foi ideia do ovo para a produção de mais ovos;
· A mecanização nunca se revelou tão claramente em sua natureza fragmentada ou sequencial no nascimento do cinema – transportou-nos do mundo das sequências e dos encadeamentos para o mundo das estruturas e das configurações criativas. A mensagem do cinema enquanto meio é a mensagem da transição da sucessão linear para a configuração;
· O cubismo, segundo E. H. Gombrich “é a mais radical tentativa de extinguir a ambiguidade e acentuar a leitura integral do quadro”. Assim, o cubismo substitui o ponto de vista, ou faceta da ilusão perspectivista, por todas as facetas do objeto apresentadas simultaneamente. Ele desfaz a ilusão da perspectiva em favor da apreensão sensória instantânea do todo. Ao propiciar a apreensão total instantânea, o cubismo com o que de repente anunciou que o meio é a mensagem;
· A partir do momento em que o sequencial cede ao simultâneo, ingressamos no mundo da estrutura e da configuração;
· Em nosso próprio mundo, à medida que ganhamos consciência dos efeitos da tecnologia na formação e nas manifestações psíquicas, vamos perdendo a toda a confiança em nosso direito de atribuir culpas;
· Os padrões americanos, fincados na escrita como tecnologia uniforme aplicável a todos os níveis – educação, governo, indústria e vida social – estão agora ameaçados pela tecnologia elétrica. A tecnologia elétrica está dentro dos muros e nós somos insensíveis, surdos, cegos e mudos, ante a sua confrontação com a tecnologia de Gutemberg, através da qual se formou o modo americano de vida;
· Nossa resposta aos meios e veículos de comunicação – o que conta é o modo como são usados – tem muito da postura alvar do idiota tecnológico. O efeito de um meio se torna mais forte e intenso justamente porque o seu conteúdo e um outro meio. O conteúdo de um filme é um romance, uma peça de teatro ou uma ópera. O efeito da forma fílmica não está relacionado ao conteúdo do seu programa. O conteúdo da escrita ou da imprensa é a fala, mas o leitor permanece quase que inteiramente inconsciente, seja em relação à palavra impressa, seja em relação à palavra falada;
· Arnold Toynbee ignora a inocência a função dos meios na formação da história, mas contém muitos exemplos úteis ao estudante dos meios. Acha que, embora todas as sociedades orientais já tenham aceitado a tecnologia industrial e suas consequências políticas, “no plano cultural não se observa uma tendência uniforme e correspondente”. Os efeitos da tecnologia não ocorrem aos níveis das opiniões e dos conceitos: eles se manifestam nas relações entre os sentidos e nas estruturas de percepção, num passo firme e sem qualquer resistência. Toynbee aborda o tema do poder de transformação dos meios, em seu conceito da “eterização”, que ele tem como o princípio da simplificação e da eficiência progressivas em qualquer organização ou tecnologia. Acha que as respostas por nossas opiniões é que é relevante em relação aos efeitos dos meios e da tecnologia na sociedade. Um homem de uma sociedade letrada e homogeneizada já não é sensível à diversa e descontínua vida das formas. Ele adquire a ilusão da terceira dimensão e do “ponto de vista pessoal” como parte de sua fixação narcísica, excluindo-se assim da consciência para os quais transformamos naquilo que contemplamos; 
· Todo meio de comunicação também é uma arma poderosa para abater outros meios e veículos de outros grupos;
· Que os nossos sentidos humanos, de que os meios são extensões, também se constituem em tributos fixos sobre as nossas energias pessoais e que também configuram a consciência e experiência de cada um de nós pode ser percebido naquela situação mencionada por Jung: “Todo romano era cercado por escravos. O escracho e sua psicologia inundaram a Itália antiga, e todo romano se tornou interiormente e inconscientemente um escravo. Vivendo constantemente na atmosfera dos escravos, eles contaminaram sua psicologia, através do inconsciente. Ninguém consegue evitar essa influência.”

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