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Diabetes mellitus - avaliação, diagnóstico e manejo

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Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Os 3 países com mais casos de Diabetes são os mais 
populosos, entretanto o Brasil ocupa o 4° lugar em 
prevalência, mesmo tendo uma população menor que 
países que estão atrás dele no ranking. 
A região nordeste possui a maior taxa de mortalidade 
por DM. Apesar das regiões Sudeste e Sul serem mais 
populosas e com maior número de idosos, a assistência 
é melhor, com um melhor acesso ao sistema de saúde. 
O aumento da prevalência do diabetes está associado 
a diversos fatores, como rápida urbanização, transição 
epidemiológica, transição nutricional, maior 
frequência de estilo de vida sedentário, maior 
frequência de excesso de peso, crescimento e 
envelhecimento populacional e, também, à maior 
sobrevida dos indivíduos com diabetes. 
Diabetes e suas complicações constituem as principais 
causas de mortalidade precoce na maioria dos países; 
aproximadamente 4 milhões de pessoas com idade 
entre 20 e 79 anos morreram por diabetes em 2015, o 
equivalente a um óbito a cada 8 segundos. Doença 
cardiovascular é a principal causa de óbito entre as 
pessoas com diabetes, sendo responsável por 
aproximadamente metade dos óbitos por diabetes na 
maioria dos países. O diabetes é responsável por 10,7% 
da mortalidade mundial por todas as causas, e isso é 
maior do que a soma dos óbitos causados por doenças 
infecciosas (1,1 milhão por HIV/ AIDS, 1,8 milhão por 
tuberculose e 0,4 milhão por malária). 
DM TIPO 1 
Tipo 1A – deficiência de insulina por destruição 
autoimune das células beta pancreáticas, comprovada 
por exames laboratoriais. 
• Tipo 1B – deficiência de insulina de natureza 
idiopática. 
• Corresponde a 5 a 10% de todos os casos. 
• Doença autoimune, poligênica. 
• Destruição das células b pancreáticas. 
• Deficiência completa na produção de insulina. 
• Mais frequentemente diagnosticado em crianças, 
adolescentes e, em alguns casos, em adultos jovens. 
• Afeta igualmente homens e mulheres. 
DM TIPO 2 
Perda progressiva de secreção insulínica combinada 
com resistência à insulina. 
• corresponde a 90 a 95% dos casos de DM. 
• Etiologia complexa e multifatorial: forte herança 
• familiar, hábitos dietéticos e inatividade física >> 
excesso de peso (80 a 90% dos casos). 
• A partir da quarta década de vida. 
• Assintomática por muitos anos. 
• Raramente cursa com cetoacidose diabética. 
DIABETES GESTACIONAL 
Hiperglicemia de graus variados diagnosticados 
durante a gestação, na ausência de critérios de DM 
prévios. 
SINAIS E SINTOMAS DA DIABETES 
• Os 4 P’s: Poliúria, polidipsia, perda de peso, 
polifagia. 
• Sintomas menos específicos: Fadiga, fraqueza e 
letargia; Visão turva (ou melhora temporária da 
visão para perto); Prurido vulvar ou cutâneo, 
balanopostite; 
• Complicações crônicas: Proteinúria, Neuropatia 
diabética (câimbras, parestesias e/ou dor nos 
membros inferiores 
• Doenças intercorrentes. 
FATORES DE RISCO 
• Idade materna avançada. 
• Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso 
na gravidez atual. 
• Disposição central excessiva de gordura corporal. 
• História familiar de Diabetes em parentes de 
primeiro grau. 
• Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, 
hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual. 
• Antecedentes diabéticos de abortamento de 
repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, 
macrossomia ou DMG. 
• Síndrome do ovário policístico. 
• Baixa estatura (inferior a 1,5 m). 
CRITÉRIOS PARA RASTREAMENTO DE DIABETES 
Indivíduos com idade < 45 anos, sugere-se 
rastreamento e DM2 em indivíduos com sobrepeso ou 
obesidade e que apresentem mais um fator de risco 
para DM dentre os seguintes: 
• Pré-diabetes; 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
• História familiar de DM (parente de primeiro grau); 
• Raça/etnia de alto risco para DM (negros, 
hispânicos ou índios Pima); 
• Mulheres com diagnóstico prévio de DMG; 
• História de doença cardiovascular; 
• Hipertensão arterial; 
• HDL-6 < 35 mg/dL e/ou triglicérides > 250 mg/dL; 
• Síndrome de ovários policísticos; 
• Sedentarismo; 
• Acantose nigricans. 
DIAGNÓSTICO 
NORMOGLICEMIA: 
• Em jejum (mg/dL): < 100 
• Glicose 2 horas após sobrecarga com 75g de 
glicose (mg/dL): Glicose em jejum (mg/dL): < 140 
• HbA1c (%): < 5,7 
Pré-diabetes ou risco aumentado para DM: 
• Em jejum (mg/dL): ≥ 100 E <126* 
• Glicose 2 horas após sobrecarga com 75g de glicose 
(mg/dL): ≥ 140 e < 200 
• HbA1c (%): ≥ 5,7 e < 6,5 
A pré diabetes não caracteriza uma patologia em si, 
mas uma condição de alto risco para o 
desenvolvimento de DM2. 
DIABETES ESTABELECIDO: 
• Glicose 2 horas após sobrecarga com 75g de glicose 
(mg/dL): ≥ 200. 
• Glicose ao acaso (mg/dL): ≥ a 200 com sintomas 
inequívocos de hiperglicemia. 
• HbA1c (5): > ou igual a 6,5. 
Na ausência de sintomas de hiperglicemia é necessário 
confirmar o diagnóstico pela repetição de teste. 
FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA A 
INSULINA 
Puberdade, gestação e envelhecimento; Etnia; 
medicamentos corticoides, inibidores de protease etc.; 
Obesidade, dislipidemia, hipertensão e diabetes tipo 2; 
Doenças autoimunes, infecções e estresse fisiológico. 
SÍNDROME METABÓLICA 
Fatores associados: 
• Apneia do sono, esteatose hepática 
• Obesidade central 
• Dislipidemia aterogênica 
• Resistência insulínica 
• Hipertensão arterial 
QUAIS OS CRITÉRIOS PARA DIANÓSTICO DE 
SÍNDROME METABÓLICA 
ABORDAGEM DA PESSOA PORTADORA DE 
DIABETES 
ASPECTOS RELEVANTES DA HISTÓRIA CLÍNICA DA 
PESSOA COM DM 
• Identificação: sexo, idade, raça e condição 
socioeconômica. 
• História atual: duração conhecida do DM e controle 
glicêmico; sintomas (polidipsia, poliúria, polifagia, 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
emagrecimento, astenia, prurido vulvar ou 
balanopostite, diminuição brusca da acuidade 
visual, infecções frequentes), apresentação inicial e 
evolução dos sintomas, estado atual. 
• Investigação sobre diversos aparelhos e fatores de 
risco: dislipidemia, tabagismo, sobrepeso e 
obesidade, sedentarismo, perda de peso, 
características do sono, função sexual, dificuldades 
respiratórias. Queixas sobre infecções dentárias, da 
pele, de pés e do aparelho genito-urinário; úlcera de 
extremidades, parestesias, distúrbios visuais. 
• História pregressa: infarto agudo do miocárdio 
(IAM) ou acidente vascular cerebral (AVO) prévios; 
intercorrências metabólicas anteriores 
(cetoacidose, hiper ou hipoglicemia etc.); passado 
cirúrgico e história gestacional. 
• História familiar: de diabetes mellitus (pais, filhos e 
irmãos), doença cardiovascular e outras 
endocrinopatias. 
• Perfil psicossocial: hábitos de vida (incluindo uso de 
álcool e outras drogas), condições de moradia, 
trabalho, identificação de vulnerabilidades, como 
analfabetismo e déficit cognitivo, potencial para 
autocuidado, rede de apoio familiar, entre outros. 
• Avaliação de consumo alimentar: incluindo o 
consumo de doces e açúcar, sal, gordura saturada e 
cafeína. 
• Medicações em uso: uso de medicações que 
alteram a glicemia (tiazídicos, betabloqueadores, 
corticosteroides, contraceptivos hormonais orais, 
por exemplo); tratamentos prévios e resultados. 
• Prática de atividade física 
ASPECTOS RELEVANTES DO EXAME FÍSICO DA 
PESSOA COM DM 
Medidas antropométricas: obtenção de peso e altura 
para cálculo do índice de massa corporal (IMC) e 
aferição da cintura abdominal (CA). 
• Exame da cavidade oral: atenção para a presença de 
gengivite, problemas odontológicos e candidíase. 
• Medida da PA e frequência cardíaca: duas medidas 
de PA, separadas por, pelo menos, um minuto, com 
paciente em posição sentada. (EM DUAS POSIÇÕES) 
• Pescoço: palpação de tireoide (quando DM tipo 1). 
• Ausculta cardíaca e pulmonar. 
• Exame dos pés: lesões cutâneas(infecções 
bacterianas ou fúngicas), estado das unhas, calos e 
deformidades. Avaliação dos pulsos arteriais 
periféricos e edema de membros inferiores; exame 
neurológico sumário. 
• Exame de fundo do olho 
ROTINA COMPLEMENTAR MÍNIMA PARA 
PESSOA COM DM 
• Glicemia de jejum e HbA1C. 
• Colesterol total, HDL e triglicerídeos. 
➢ A fração LDL pode ser calculada utilizando-se a 
fórmula de Friedewald: LDL = CT – HDL – TG/5 (para 
triglicerídeos abaixo de 400 mg/dL). 
• Creatinina sérica. 
• Exame de urina tipo 1 e, se necessário, 
• microalbuminúria ou relação albumina/creatinina. 
• Fundoscopia. 
OBS. Diabetes é uma condição sensível à Atenção 
Primária à Saúde. 
QUAIS AS METAS NO CONTROLE DO DIABETES? 
TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS: 
MEDIDAS DE ESTILO DE VIDA 
MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA 
A mudança do estilo de vida reduziu a incidência de 
DM2 em 58% em 3 anos e em 34% ao longo de 10 anos 
• Ponto chave: envolvimento do paciente e dos 
familiares 
• Educação voltada para a autogestão contínua 
• Serviços multidisciplinares 
• Individualização do tratamento 
• Fatores psicossociais que afetam o 
autogerenciamento 
PRINCÍPIOS GERAIS DA ORIENTAÇÃO 
NUTRICIONAL NO DIABETES MELLITUS 
A DIETA LOW CARB OU BAIXA EM CARBOIDRATOS 
PROMOVE MAIOR REDUÇÃO DA HBA1c QUE A DIETA 
NORMAL NESSE NUTRIENTE? 
NÃO. 
Embora existam inúmeros estudos com diferentes 
proporções de carboidratos, ainda não é possível 
afirmar uma proporção específica desse nutriente para 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
pessoas com diabetes e se essa proporção é diferente 
da população em geral. 
Como o carboidrato é o nutriente que exerce maior 
influência na variabilidade glicêmica pós-prandial, as 
evidências atuais sugerem que tipo de carboidrato 
independente da proporção tem grande relevância. 
Isso porque carboidratos, quando consumidos na 
forma de açúcares ou amido, apresentam respostas 
diferentes daqueles consumidos prioritariamente com 
fibras, compostos bioativos, vitaminas, minerais e 
baixo teor de gorduras. Além disso, a resposta pode ser 
mais lenta e menos exacerbada conforme a forma de 
consumo. 
Diretrizes internacionais sobre diabetes lançadas nos 
últimos anos reforçam com alto grau de evidência (A) 
importância da inclusão de cereais integrais como 
parte da alimentação diária. 
A diminuição da sacarose pela indústria alimentícia não 
deve ser sinônimo de um aumento expressivo de 
edulcorantes e outros aditivos em produtos 
industrializados. A preferência por alimentos in natura, 
e minimamente processados, e a moderação no 
consumo de alimentos processados e ultra 
processados devem ser prioridades para toda a 
população, com ou sem diabetes. 
Quanto aos princípios da alimentação saudável 
deliberados pelas sociedades científicas, é consenso a 
importância de incentivar o consumo de carboidratos a 
partir de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes e 
produtos lácteos, evitando- -se fontes de carboidratos 
que contenham altas concentrações de gorduras, 
açúcares e sódio. 
Vale destacar que a OMS não recomenda 
concentrações inferiores a 130 g/dia para adultos, por 
ser uma importante fonte de substrato energético 
cerebral e para outros processos metabólicos 
INGESTÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS 
As mesmas precauções direcionadas à população em 
geral sobre o consumo de álcool aplicam-se aos 
indivíduos com diabetes. Bebidas alcoólicas 
consumidas durante uma refeição, incluindo 
carboidratos, podem levar, inicialmente, a maiores 
níveis glicêmicos e insulinêmicos em pacientes com 
DM2. Dependendo da natureza dos carboidratos na 
refeição, ou em período de jejum, poderá ocorrer 
hipoglicemia reativa. 
 O álcool afeta a alimentação e a glicemia, 
prejudicando o controle do DM2. Como interfere na 
ação da insulina, dos secretagogos de insulina e do 
glucagon, aumenta o risco de hipoglicemia em 
indivíduos que fazem uso dessas substâncias. Pode, 
também, reduzir os níveis glicêmicos e a consciência de 
hipoglicemia (o álcool e a hipoglicemia têm efeitos 
adversos independentes, mas aditivos, sobre a função 
cognitiva). A redução da ingestão energética, que pode 
incluir consumo diminuído de álcool (1 g de álcool = 7 
kcal), é importante para o controle do peso em 
indivíduos com sobrepeso ou obesidade, como parte 
da gestão do diabetes. 
Para adultos com diabetes, a ingestão diária de álcool 
deve ser limitada a uma dose ou menos para mulheres 
e a duas doses ou menos para homens. 
Entendem-se por uma dose 150 mL de vinho (uma 
taça), 360 mL de cerveja (uma lata pequena) ou 45 mL 
de destilados (uma dose com dosador-padrão), medida 
equivalente a 15 g, em média, de etanol. Nesses casos, 
deve ser ingerido com carboidrato durante o consumo 
da bebida ou antes, sendo necessário, por vezes, ajuste 
da dose de insulina ou dos secretagogos de insulina. Se 
o exercício físico acompanhar o consumo de bebida 
alcoólica, em período noturno, a glicemia deverá ser 
monitorada durante a noite e no dia seguinte 
• Bebida alcóolica + carboidratos: risco de 
hipoglicemia 
• Álcool + hipoglicemia: rebaixamento cognitivo 
• Álcool = ingestão energética 
• 1 dose para as mulheres, 2 doses para os homens 
Obs. O profissional de saúde deve discutir o consumo 
de álcool com seus pacientes, para informá-los do 
possível ganho de peso e dos riscos de hipoglicemia. 
RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES 
• Existem cinco estágios de mudança que os 
indivíduos percorrem ao alterar o próprio 
comportamento: pré-contemplação, 
contemplação, preparação, ação e manutenção. 
• É necessário que se incorporem nos serviços de 
saúde novas abordagens capazes de motivar os 
pacientes com diabetes 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
• Intervenções educativas levam à melhora dos 
índices de massa corpórea das pessoas com 
diabetes. 
• Atividades em grupo, conduzidas pela equipe 
multidisciplinar, estimulam a socialização e a 
consequente troca de experiências, aumentando o 
conhecimento do indivíduo acerca da própria 
doença. 
• O educador deve levar em consideração a 
autonomia da pessoa: mais do que transferir 
conhecimentos, precisa abrir espaço para que o 
paciente construa os próprios objetivos. 
• Em uma abordagem centrada no paciente, a 
comunicação eficaz é considerada a rota para o 
engajamento do paciente, 
• Questões abertas, para entender os aspectos 
emocionais, as percepções e conhecimentos do 
paciente, proporcionam uma avaliação centrada 
na pessoa com diabetes que podem ser usadas no 
diagnóstico e/ou em outros encontros para 
auxiliar no processo educativo contínuo. 
• Comparando-se a educação individual (por 
intermédio de consultas com nutricionistas, 
enfermeiras ou outros educadores) à educação 
em grupos de pacientes, utilizando-se a mesma 
metodologia, o resultado sobre o controle 
metabólico foi equivalente. O aprendizado em 
grupo apresentou melhor relação custo-benefício. 
• As habilidades a serem desenvolvidas na educação 
em diabetes incluem: inspecionar os pés 
regularmente, monitorar a pressão arterial, 
automonitoramento da glicose no sangue e 
manutenção de registros de cuidados pessoais. 
• O desenho e a implementação de novas tecnologias 
devem ser criteriosamente estudados, para que 
sejam cada vez mais utilizadas, porém com a 
qualidade e efetividade necessárias. 
• O educador e o educando tornam-se sujeitos que 
aprenderão com as experiências de ambos, 
tornando o processo natural e capaz de promover 
mudanças. 
• É essencial a adoção de estratégias promotoras de 
mudanças comportamentais, incluindo informação, 
educação e comunicação interpessoal 
(profissional/individuo), adaptadas aos objetivos, 
ao contexto sociocultural e ao estilo de vida da 
pessoa com diabetes. 
• Sugere-se o uso de um questionário para identificar 
o nível de informaçãoe qualidade de vida. 
• Mudanças no estilo de vida são difíceis de serem 
implementadas, mas muitos hábitos podem ser 
modificados com estimulação constante ao longo 
do acompanhamento interdisciplinar. 
• A educação em diabetes é um dos mais importantes 
investimentos em longo prazo, já que os custos da 
saúde dos indivíduos com diabetes e os gastos 
sociais decorrentes das complicações da doença são 
altos. 
• O saber escutar e uma análise em conjunto 
(profissional e paciente) sobre as falas e percepções 
são determinantes para aprofundar o diálogo em 
torno das necessidades e demandas em um 
processo de interação que visa à melhora do 
autocuidado e ao consequente sucesso no controle 
do diabetes. 
COMPORTAMENTO ALIMENTAR – ESTÁGIOS DE 
MUDANÇA 
No início do acompanhamento nutricional, é comum 
que os pacientes apresentem dificuldade em aceitar e 
implementar as mudanças necessárias no 
comportamento alimentar. Muitos indivíduos 
apresentam resistência à mudança, e outros podem ser 
rigorosos demais, pela ansiedade em mudar em 
virtude do medo das complicações da doença. Nesse 
sentido, é importante identificar o estágio de 
prontidão para mudança de comportamento, a fim de 
ajustar a abordagem nutricional e potencializar a 
adesão ao tratamento. 
No aconselhamento nutricional, deve-se investigar se o 
paciente buscou mudar e como foi essa experiência. É 
importante esclarecer que o autocuidado deve ser 
implementado antes de surgirem complicações 
clínicas, reforçando a responsabilidade do paciente no 
processo de mudança. Além disso, desconstruir mitos 
e crenças sobre a alimentação auxilia na flexibilização 
da dieta e favorece a adesão ao tratamento nutricional. 
Portanto, o planejamento alimentar deve considerar 
não apenas as necessidades nutricionais, mas também 
preferências alimentares, cultura, acesso aos 
alimentos, motivação e habilidades do paciente para a 
mudança de comportamento alimentar. 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: ESCOLHA DO 
AGENTE ANTIDIABÉTICO 
A escolha do medicamento deve levar em 
consideração: 
• Estado geral e idade do paciente; 
• Obesidade; 
• Comorbidades presentes (complicações do 
diabetes ou outras), principalmente doença renal 
crônica diabética e doença cardiovascular; 
• Valores das glicemias de jejum e pós-prandial, bem 
como HbAIC; 
• Eficácia do medicamento; 
• Risco de hipoglicemia; 
• Possíveis interações com outros medicamentos, 
reações adversas e contraindicações; 
• Custo do medicamento; 
• Preferência do paciente. 
PRINCIPAIS ANTIDIABÉTICOS ORAIS 
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS 
ANTIDIABÉTICOS 
RECOMENDAÇÕES GERAIS COM BASE NOS 
OBJETIVOS DE CONTROLE GLICÊMICO 
• Em pacientes com diagnóstico recente, a 
principal indicação consiste em modificação do 
estilo de vida associada ao uso da metformina 
• Quando a glicemia for inferior a 200 mg/dL, 
estarão indicados os medicamentos que não 
promovem aumento da secreção de insulina 
(principalmente obeso). 
• Quando a glicemia for superior a 200 mg/dL, mas 
inferior a 300 mg/dL, o tratamento oral vai 
depender do predomínio da insulinorresistência 
ou de insulinodeficiência/falência das células 
beta. 
• No paciente obeso, em associação à metformina, 
preferir medicações que levem a perda de peso, 
como análogos do GLP-1 e inibidores do SGLT2. 
• Nos pacientes com doença cardiovascular 
estabelecida, em associação à metformina ou em 
monoterapia, preferir os análogos do GLP-1 ou os 
inibidores do SGLT2. 
• Nos pacientes com DM2 e insuficiência renal leve 
e moderada, estão indicados os análogos do GLP-
1 e/ou os inibidores do SGLT2 
• Nos pacientes com doença cardiovascular 
estabelecida, mas com predomínio de 
insuficiência cardíaca, preferir os inibidores do 
SGLT2 em associação a metformina. 
• Com os anos de evolução do DM2, ocorre 
redução da secreção de insulina com falha na 
monoterapia e/ou combinação de agentes orais 
com mecanismos de ação diferentes. 
• Quando houver necessidade de combinação 
terapêutica, a insulina basal noturna é uma opção 
eficaz associada a um ou mais agentes orais. 
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS 
Redução do risco cardiovascular e tratamento da 
dislipidemia 
Fatores de estratificação para pacientes com DM 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
• Idade > 49 anos para homens e > 56 anos para 
mulheres; 
• Diabetes mellitus com duração superior a 10 anos; 
• História familiar prematura de doença 
cardiovascular, 
• Presença de síndrome metabólica (critérios da IDF); 
• Hipertensão arterial sistêmica tratada ou não 
tratada; 
• Tabagismo atual; 
• Taxa de filtração glomerular estimada < 60 mL/min; 
• Albuminúria > 30 mg/g de creatinina; 
• Neuropatia autonômica cardiovascular; 
• Retinopatia diabética. 
Doença aterosclerótica clínica. 
• Síndrome coronariana aguda; 
• Angina estável ou infarto agudo do miocárdio 
prévio; 
• AVC isquêmico ou ataque isquêmico transitório; 
• Insuficiência vascular periférica (úlcera isquêmica); 
• Revascularização de qualquer artéria por 
aterosclerose: carótidas, coronárias, renais e de 
membros inferiores; 
• Amputação não traumática de membros inferiores; 
• Doença aterosclerótica grave com obstrução > 50% 
em qualquer artéria. 
DEFINIÇÃO DAS CATEGORIAS DE RISCO EM 
PACIENTES COM DM 
 
AVALIAÇÃO, PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO 
PÉ DIABÉTICO 
Áreas com pressão plantar anormal, favorecendo a 
úlcera de pé diabético. 
(A) Deformidades neuropáticas (dedos em garra), pele 
seca em calcâneo e hiperqueratose. Hipotrofia grave 
de músculos interósseos, hiperextensão de tendões e 
dedos em garra; (B) polineuropatia diabética motora 
com hipotrofia de pequenos músculos. 
 
FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO 
NEUROLÓGICA E DA PRESSÃO 
Estesiômetro ou monofilamento de náilon 
 
O estesiômetro de Semmes-Weinstein apresenta-se 
em um kit com o monofilamento de náilon de 10 g, da 
cor laranja, que detecta alterações de fibras grossas (A 
alfa [α] e beta [β]), relacionadas com a sensibilidade 
protetora plantar, que, em estudos prospectivos, está 
relacionada à sensibilidade de 66 a 91%, especificidade 
de 34 a 86% e valor preditivo negativo de 94 a 95%, 
colocando-o como o instrumento recomendado para o 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
rastreamento de PND e de risco de ulceração 
neuropática. 
 
Áreas de teste 
Aplicação do monofilamento de 10 g. O local de teste 
deve ser silencioso, mostrar o instrumento e explicar o 
teste ao paciente. Solicitar que diga “sim” ou “não” 
durante o toque nas áreas de teste (para confirmar a 
existência ou não de sensibilidade), aplicando força 
apenas o suficiente para curvar o monofilamento; 
procede-se a uma aplicação simulada e uma aplicação 
concreta nas mesmas áreas, para confirmar a 
identificação, pelo paciente, do local testado: se duas 
em três respostas estiverem corretas, descarta-se 
perda de sensibilidade protetora (PSP). Qualquer área 
insensível indica sensibilidade protetora alterada. 
 
FERRAMENTAS PARA A AVALIAÇÃO DA 
DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA 
Determinação do índice tornozelo-braço: com 
manguito de pressão, aferem-se as pressões sistólicas 
bilateralmente das artérias braquiais e das artérias do 
tornozelo (pediosas/tibiais anteriores e posteriores). A 
pressão sistólica máxima obtida das artérias do 
tornozelo é dividida pela maior pressão sistólica das 
artérias braquiais. O resultado do índice de 0,9 a 1,30 é 
normal e afasta DAP 
 
RECOMENDAÇÕES 
• Instrua uma pessoa com diabetes em risco 1 a 3 
para não andar com os pés descalços, não usar 
sapatos sem meias ou com chinelos de sola fina, 
seja em ambientes fechados, seja ao ar livre. 
• Instrua e incentive a pessoa com risco 1 a 3 a 
inspecionar diariamente os pés e o interior dos 
caçados; lavar os pés diariamente esecar bem entre 
os dedos; usar emolientes para lubrificar a pele 
seca; cortar as unhas dos dedos dos pés de lado a 
lado; evite usar agentes químicos ou qualquer outra 
técnica para remover calos ou hiperqueratose. 
• Forneça educação estruturada a uma pessoa com 
diabetes com risco 1 a 3 sobre o autocuidado 
adequado dos pés, para prevenir ulceração. 
TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS 
ASSOCIADO A OUTRAS COMORBIDADES 
Manifestações musculoesqueléticas do diabetes 
mellitus 
Inúmeras associações entre diabetes mellitus (DM) e 
doenças musculoesqueléticas já foram descritas. 
Complicações musculoesqueléticas podem ocorrer em 
cerca de 36 a 75% dos pacientes com DM. Algumas 
dessas associações são indiretas, com fatores em 
comum tanto com o DM quanto com a doença 
reumática; por exemplo, a obesidade e a dislipidemia, 
que também se vinculam à gota e à osteoartrite. Outras 
doenças reumáticas são secundárias a complicações 
neurológicas e vasculares do DM, como a atroparia de 
Charcot e as osteólises. Muitas surgem por motivos 
ainda pouco claros, às vezes precedendo o 
aparecimento do DM, como a contratura de 
Dupuytren, ou ocorrem com mais frequência em 
familiares sem diabetes, como a espôndilo-hiperostose 
difusa idiopática (diffuse idiopathic skeletal 
hyperostosis, DISH). Outras, por sua vez, podem ser 
consideradas complicações do diabetes. A exposição 
crônica à hiperglicemia leva à formação de produtos 
finais da glicação avançada não enzimática (advanced 
glycation end-products, AGE) e de receptores de AGE 
(RAGE) nas estruturas ricas em colágeno, tornando o 
sistema musculoesquelético mais suscetível a dor, 
rigidez, limitação articular e lesão tecidual. Síndromes 
fibrosantes associadas ao diabetes incluem capsulite 
adesiva (CA) do ombro, tenossinovite de DeQuervain, 
dedo em gatilho, síndrome do túnel do carpo, 
contratura de Dupuytren e quiroartropatia diabética. 
Associações mais importantes entre diabetes mellitus 
e patologias reumatológicas. 
Manifestações (sinonímias) 
 Intrínsecas ao DM 
- Quiroartropatia diabética (síndrome da mão rígida ou 
limitação da mobilidade articular); 
- Infarto muscular diabético (mionecrose asséptica ou 
mionecrose diabética ou isquemia muscular diabética). 
Incidência aumentada em DM 
• Contratura de Dupuytren; 
• Tenossinovite do flexor palmar (dedo em gatilho 
ou tenossinovite estenosante do flexor de um 
dedo); 
• Síndrome da dor complexa regional tipo I 
(algoneurodistrofia, algodistrofria, distrofia 
neurológica simpática reflexa, atrofia de Sudeck); 
• CA do ombro (ombro congelado, periartrite de 
ombro ou bursite obliterativa); 
• Espôndilo-hiperostose difusa idiopática (EHDI), 
doença de Forestier, hiperostose anquilosante; 
• Piomiosite; 
Beatriz Castro e Silva de Albergaria Barreto Medicina – UNIFACS Turma XV 
 
• Artrite séptica; 
• Amiotrofia; 
• Artropatia de Charcot (neuroartropatia); 
• Osteólise (osteodistrofias reabsortiva e diabética); 
• Periartrite (tendinite) calcária de ombro (tendinite 
insercional calcificada ou manguito rotador 
calcificado); 
• Osteoartrose; 
• Síndrome do túnel do carpo. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
• Cirurgia metabólica para o paciente com diabetes e 
sobrepeso ou obesidade grau 1 
• Cirurgias restritivas 
• Cirurgias disabsortivas 
• Cirurgias mistas 
 
 
Referências: 
• SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade 
Brasileira de Diabetes: 2019-2020. 
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado 
da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria 
de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 162 p.: il. (Cadernos de 
Atenção Básica, n. 35)

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