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Análise Econômica do Direito (UniFatecie) (1)

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Análise Econômica do 
Direito
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
M775a Monteiro, Daniela Carla 
 Análise econômica do direito / Daniela Carla Monteiro 
 Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 67 p. : il. Color. 
 
 
 
1. Direito econômico. 2. Microeconomia. 3. Macroeconomia. 
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a 
 Distância III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 343.07 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTORA
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
● Mestra em Economia Regional - Universidade Estadual de Londrina. 
● Bacharel em Ciências Econômicas - Universidade Estadual de Maringá. 
● Especialista em Direito do Estado - Universidade Estadual de Londrina. 
● Professor Formador EAD - UniCesumar.
● Professor de graduação na Faculdade Cidade Verde (FCV). 
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM-2002), Especialização em Direito do Estado - área de concentração em Direito Admi-
nistrativo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL - 2006) e Mestrado em Economia 
Regional pela Universidade Estadual de Londrina (UEL - 2013). É professora Adjunta do 
Departamento de Ciências Econômicas da Faculdade Cidade Verde (FCV) e professora 
Formadora (EAD) no Centro Universitário de Maringá (Unicesumar).
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/0168207316464790
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá, querido (a) acadêmico (a), seja muito bem-vindo (a) ao livro de Análise Eco-
nômica do Direito. É com um imenso prazer que lhe apresento este livro, que preparei com 
muito carinho e dedicação. Me chamo Daniela Carla Monteiro, sou formada em Ciências 
Econômicas pela Universidade Estadual de Maringá e sou Mestra em Economia pela 
Universidade Estadual de Londrina. Como você pôde perceber, a economia, sem dúvida 
nenhuma é uma das minhas grandes paixões. Logo, falar de economia, pesquisar sobre 
economia e escrever sobre economia para os meus alunos é uma tarefa muito prazerosa 
que me enche de orgulho.
Seria impossível, diante da proposta de elaboração desta obra, esgotar todo o 
conteúdo que compreende a Análise Econômica do Direito. Por isso, procurei trabalhar 
o contexto e as caracteristicas mais importantes de cada tema abordado. Sem dúvida 
nenhuma, posso afirmar que a Análise Econômica do Direito é indispensável para a sua 
formação, pois a economia faz parte da vida das pessoas e por conseguinte, dos conflitos 
por elas enfrentados. É possível que você conheça ou já tenha ouvido falar dos conteúdos 
que serão tratados nesta obra, tamanha a sua magnitude, por isso aproveite e converse 
sobre eles com seus avós, pais, tios, maridos, esposas, namorados, namoradas e amigos. 
Em se tratando da estrutura geral do livro, para que você tenha uma noção dos 
temas que será abordado, farei uma breve apresentação das quatro unidades que com-
preendem esta obra. Na unidade I, denominada de Introdução à economia, subdividida em 
3 tópicos, você estudará: (a) O conceito de economia; (b) Sistemas econômicos e fluxos 
reais e monetários; e (c) Demanda de mercado. 
Na Unidade II, por sua vez, denominada de Introdução à Microeconomia, sub-
dividida em três tópicos, você estudará: (a) Elasticidade, (b) Oferta de Mercado; e (c) 
Elsticidade-preço da oferta. Sequencialmente, na unidade III, batizada de Introdução à 
Macroeconomia, subdividida em três tópicos, você estudará: (a) Equilíbrio de Mercado; (b) 
Crescimento econômico; e (c) Inflação: conceitos e causas.
Por fim, na unidade IV, cuja denominação dada foi O lado monetário e externo da 
economia, subdividida também em 3 partes, você aprenderá sobre: (a) Moeda: conceito, 
funções e tipos, oferta e demanda; (b) O papel das taxas de juros; e sobre a (c) Deter-
minação da taxa de câmbio. Para fechar a minha apresentação geral do livro, gostaria de 
deixar registrado aqui uma pequena dica, que proporciona grandes resultados. Dedique-se 
a ler e a interagir com os textos, a fazer anotações, a esclarecer suas dúvidas, a verificar as 
indicações de leitura, a realizar novas pesquisas sobre os assuntos abordados, a responder 
às atividades propostas, entre outros. Todo e qualquer conhecimento adicional contribui 
para a construção e para a consolidação de sua formação. 
Um forte Abraço!
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 4
Introdução à Economia
UNIDADE II ................................................................................................... 21
Introdução à Microeconomia
UNIDADE III .................................................................................................. 37
Introdução à Macroeconomia
UNIDADE IV .................................................................................................. 52
O Lado Monetário e Externo à Economia
4
Plano de Estudo:
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● Conceito de Economia;
● Sistemas econômicos e fluxos reais e monetários;
● Demanda de mercado.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o conceito de economia;
● Definir sistemas econômicos e fluxos reais e monetários;
● Analisar a teoria da demanda.
UNIDADE I
Introdução à Economia
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
5UNIDADE I Introdução à Economia
INTRODUÇÃO
Querido (a) aluno(a), seja muito bem-vindo a primeira unidade do livro de Análise 
Econômica do Direito. Nesta unidade, você aprenderá sobre conceitos fundamentais em 
economia e sobre a teoria da demanda. A relevância desse conhecimento, não oferece 
dúvidas, vez que continuamente concepções econômicas determinam nos sistemas econô-
micos o modo como devem ocorrer os planejamentos, as execuções, os procedimentos, os 
comportamentos, os desempenhos, entre outros, tanto das unidades familiares e produtivas 
quanto dos governos e setor externo.
Nessa direção, visando atingir os objetivos de aprendizagem já elencados, a uni-
dade em questão foi dividida em três tópicos, sendo eles: (1) Conceito de economia;(2) 
Sistemas econômicos e fluxos reais e monetários; e (3) Demanda de mercado. No primeiro 
tópico, você aprenderá o conceito de economia, o que são fatores de produção, como 
todas as sociedades enfrentam recursos produtivos escassos dadas as necessidades 
humanas ilimitadas e conhecerá a curva de possibilidade de produção. No segundo tópico, 
por sua vez, você aprenderá a organização e os tipos de sistemas econômicos, bem como 
suas características, funcionamento e problemas. Por fim, no terceiro e último tópico, você 
aprenderá a teoria da demanda.
Assim sendo, ao término desta unidade, você será capaz de compreender os con-
ceitos fundamentais em economia que influenciam o dia a dia das unidades produtivas, das 
famílias, dos governos e do resto do mundo, ou seja, das sociedades em geral. Ademais, 
será capaz de entender o funcionamento do sistema econômico e da demanda de merca-
do. Tenho certeza, que diante dessas informações, você deve estar se perguntando: Por 
que um estudante de direito precisa aprender economia? E eu te respondo, meu caro (a) 
aluno (a), porque relações entre direito e economia existem. Porque o direito civil, criminal, 
constitucional, entre outros, se relacionam com a economia e é daí que vem a chamada 
análise econômica do direito. Isto posto, prepare-se para o que vem por aí.
Bons estudos
Prof. Ma. Daniela Carla Monteiro
6UNIDADE I Introdução à Economia
1. CONCEITO DE ECONOMIA
Cotidianamente, independente da classe de agentes econômicos à qual pertence-
mos, somos levados a interagir com questões econômicas, tais como formação de preços, 
desemprego, inflação, oscilações nas taxas de juros, déficit/superávit público, entre outros 
(MENDES, 2004). Isto é, as questões econômicas têm ao longo do tempo regulado o nosso 
dia a dia, ou seja, tem regulado a sociedade. Desta forma, faz-se necessário estudar tais 
questões, ao passo que uma boa parte dos relevantes problemas que atualmente as socie-
dades enfrentam são decorrentes delas (PASSOS; NOGAMI, 2003). 
Em outras palavras, estudar economia, fará com que você conheça melhor o mundo 
que te cerca, pois permitirá formar opiniões a respeito dos grandes problemas econômicos 
do nosso tempo, tornando-nos cidadãos de fato em nossa sociedade” (PASSOS; NOGAMI, 
2003, p. 3). Registre-se que, embora grande parte dos agentes econômicos, sendo eles: (a) 
empresas; (b) consumidores; (c) governos; e (d) setor externo, participem das atividades de 
natureza econômica, poucos detêm “conhecimentos teóricos que lhes permitam analisar os 
problemas econômicos que nos cercam” (PASSOS; NOGAMI, 2003, p. 3). 
Ademais, estudar tais questões ajudará no processo de tomada de decisões, haja 
vista que a economia, segundo Mendes (2004, p. 3), “é o estudo das escolhas feitas pelas 
pessoas diante de situações de escassez”. Entende-se por escassez o cenário em que se 
encontram recursos produtivos limitados, ou seja, que não existem em quantidade suficien-
te para atender a todas as necessidades. 
7UNIDADE I Introdução à Economia
REFLITA
Etimologicamente, a palavra economia deriva do grego oiknomía (de oikos, casa; no-
mos, lei).
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 2)
Logo, devem ser utilizados de diferentes maneiras, de tal modo que se deve 
sacrificar uma coisa por outra (MENDES, 2004). Os recursos produtivos são conhecidos 
como: (a) Terra ou recursos naturais; (b) Mão de obra ou trabalho; e (c) Capital, conforme 
apresentado no quadro 1:
QUADRO 1: DEFINIÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO
Terra ou Recurso 
Natural
Mão de obra ou 
trabalho
Capital
Consistem em todos 
os bens econômicos 
utilizados na produção 
e que são obtidos 
diretamente da natureza, 
como os solos, os 
minerais, as águas (a 
fauna, a flora, o sol e o 
vento, entre outros. 
Incluem toda a atividade 
humana utilizada na 
produção de bens e 
serviços.
Corresponde aos 
conjuntos dos edifícios, 
máquinas, equipamentos 
e instalações que a 
sociedade dispõe para 
efetuar a produção. 
Fonte: Mendes (2004, p. 5) e Viceconti e Neves (2010, p. 6)
Assim, em decorrência da escassez, os agentes econômicos se defrontam com 
situações que os levam sempre a escolher. Vale destacar que, se por um lado, tem-se a 
escassez dos recursos, de outro, tem-se as necessidades e/ou desejos dos agentes que 
são ilimitados, ou seja, sempre queremos e precisamos de mais bens e serviços. Logo, os 
agentes econômicos se defrontam com recursos finitos e com desejos e/ou necessidades 
infinitas. Por conseguinte, a economia é o estudo das escolhas. As escolhas realizadas 
pelos agentes resultam nas escolhas da sociedade (MENDES, 2004). Em síntese, “o pro-
blema econômico está centralizado no fato de que os recursos disponíveis ao homem para 
produzir bens e serviços são limitados, mas a sua necessidade ou desejo desses bens e 
serviços varia e é insaciável” (MENDES, 2004, p. 3). 
8UNIDADE I Introdução à Economia
Nessa direção, cabe às unidades produtivas escolher os bens e serviços que serão 
produzidos. Vale ressaltar que, numa economia que conta com milhares de produtos, as 
opções de escolha são inúmeras (MÓCHON, 2007). A escolha em questão deve ser feita 
com base nas possíveis combinações de produção. Segundo Mendes (2004), para deter-
minar quais combinações de produção são mais adequadas, às unidades produtivas levam 
em consideração duas questões: 1) os recursos produtivos são limitados; 2) não é possível 
realizar mudanças tecnológicas, ou seja, o nível de tecnologia também é limitado. Tal limite 
é ilustrado pela curva de possibilidades de produção. De acordo com Móchon (2007, p.3):
A curva de transformação – ou fronteira de possibilidades de produção (FPP) 
– mostra a quantidade máxima possível de bens ou serviços que determina-
da economia pode produzir com os recursos e a tecnologia de que dispõe e 
dadas as quantidades de outros bens e serviços que também produz.
Para ilustrar a curva de possibilidade de produção num gráfico, por se tratar de um 
conceito abstrato, vamos tentar por meio de um exemplo hipotético aproximar o referido 
conceito a uma situação prática, baseado em Viceconti e Neves (2010): Suponha que uma 
determinada unidade produtiva possua os seguintes fatores de produção: capital (30 má-
quinas) e mão de obra ou trabalho (120 trabalhadores), e que sua linha de produção esteja 
direcionada à produção de apenas dois bens. Ademais, suponha que não há nenhuma 
inovação tecnológica no processo de fabricação do produto e que a unidade produtiva não 
possa comprar mais máquinas nem contratar mais trabalhadores, ou seja, os fatores de 
produção são fixos ou constantes. 
SAIBA MAIS
A curva ou fronteira de possibilidade de produção expressa a capacidade máxima de 
produção da sociedade, supondo pleno emprego dos recursos ou fatores de produção 
de que se dispõe em dado momento de tempo. Trata-se de um conceito teórico com o 
qual se ilustra como a escassez de recursos impõe um limite à capacidade produtiva de 
uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre diferentes alternativas de produção. 
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 5 - 6)
Em suma, considere uma economia com conhecimento tecnológico fixo ou cons-
tante, com fatores de produção fixos ou constantes e com capacidade de produção para 
apenas dois bens: parafusos do tipo A e parafusos do tipo B.
9UNIDADE I Introdução à Economia
Sequencialmente, consideremos que o gestor da empresa solicite ao engenheiro 
de produção da firma um levantamento (vide quadro 2) das possíveis possibilidades de 
produção. Tais possibilidades devem levar em consideração a utilização plena e eficiente 
dos recursos produtivos envolvidos no processo (nesse caso, 30 máquinas e 120 homens).
QUADRO 2: LEVANTAMENTO DAS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
PARAFUSO DO TIPO A PARAFUSO DO TIPO B
20 0
18 1
15 2
11 3
6 4
0 5
Fonte: Viceconti e Neves (2010, p. 2)
De acordo com o levantamento feito pelo engenheiro de produção, quando todos os 
fatores produtivos(30 máquinas e 120 homens) forem empregados na produção dos para-
fusos do tipo A, 20 (vinte) unidades do mesmo serão produzidas. Por outro lado, quando o 
emprego total dos recursos produtivos (30 máquinas e 120 homens) forem empregados na 
produção dos parafusos do tipo B, serão produzidas apenas 5 (cinco) unidades do mesmo. 
As escolhas que visam à produção de uma, duas ou mais unidades de parafusos do tipo B, 
gerarão deslocamentos de fatores de produção alocados na produção de parafusos do tipo 
A para a produção de parafusos do tipo B.
Tal procedimento resultará em perdas na produção de parafusos do tipo A. Por 
exemplo, para produzir (1) uma unidade de parafusos do tipo B, com o deslocamento dos 
fatores produtivos da produção de parafusos do tipo A para a produção de parafusos do tipo 
B, abrir-se-á mão de (2) duas unidades de parafusos do tipo A (diferença entre 20 e 18=2). 
Observe que aumentos na produção de parafusos do tipo B levam a reduções na fabrica-
ção de parafusos do tipo A e vice-versa, até que um ponto limite seja atingido. O gráfico 1, 
mostra as possibilidades de produção contidas no levantamento feito pelo engenheiro da 
hipotética firma supracitada, colocando-se no eixo das abscissas (horizontal) a produção 
de parafusos do tipo A e no eixo das ordenadas (vertical) a produção de parafusos do tipo 
B. A união das possibilidades de produção por uma curva originam a então discutida curva 
ou fronteira de possibilidades de produção. 
10UNIDADE I Introdução à Economia
GRÁFICO 1: CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
Fonte: Viceconti e Neves (2010, p. 3)
Analisando, ainda que sucintamente, o gráfico 1, pode-se concluir que: a) Sendo 
a produção máxima de parafusos do tipo A 20 (vinte) unidades e a produção máxima de 
parafusos do tipo B 5 (cinco) unidades, produzir parafusos do tipo B é mais difícil do que 
produzir parafusos do tipo A; b) Os pontos sobre a curva ou fronteira de possibilidades 
de produção nos mostram a produção máxima de um bem (parafusos do tipo A), dada a 
produção do outro bem (parafusos do tipo B). Por exemplo, se a firma optar por produzir 15 
(quinze) unidades do parafuso tipo A, ela poderá produzir, no máximo, 2 (duas) unidades 
do parafuso do tipo B; c) Pontos internos a CPP (curva ou fronteira de possibilidade de 
produção) representam produção menor do que as possibilidades de produção da empre-
sa, ou seja, a firma está operando com capacidade ociosa ou com recursos que não estão 
sendo utilizados de modo eficiente (subutilização dos recursos produtivos). Por exemplo, 
suponha que a firma em questão opte por produzir 11 (onze) unidades de parafusos do tipo 
A e 1 (uma) unidade de parafuso do tipo B; d) Pontos fora da CPP representam produção 
maior do que as possibilidades de produção da empresa. Por exemplo, suponha que a 
referida firma opte por produzir 11 (onze) unidades de parafusos do tipo A e 4 (quatro) 
unidades de parafusos do tipo B. De acordo com os pressupostos assumidos, sabemos 
que essa combinação de produção é impossível, haja vista que os recursos produtivos e a 
tecnologia que a unidade produtiva em questão dispõe são fixos ou constante e insuficien-
tes para tais quantidades; e) A questão mais relevante a ser apontada é de que aumentos 
na produção de um dos parafusos (por exemplo, do tipo B) só acontecerão em detrimento 
da produção do outro tipo de parafuso (por exemplo, do tipo A), isto, se a firma estiver em 
pontos situados na CPP. Em outras palavras, para obterem-se mais dos parafusos do tipo 
B, seria necessário sacrificar a produção dos parafusos do tipo A e vice-versa.
11UNIDADE I Introdução à Economia
A quantidade perdida dos parafusos do tipo A que essa firma precisa incorrer para 
aumentar a produção de parafusos do tipo B (ou vice-versa) é denominada de custo de 
oportunidade, que, segundo Mendes (2004, p. 8), é um dos “princípios fundamentais para 
a análise econômica”. De acordo com Móchon (2007), o custo de oportunidade deve ser 
entendido mediante a curva de possibilidades de produção como aquilo que renunciamos 
para obter algo. Em termos mais precisos, 
O custo de oportunidade de uma decisão é aquilo a que se deve renunciar 
para obter algo. Em outras palavras, o custo de oportunidade de um bem ou 
serviço é a quantidade de outros bens ou serviços a que se deve renunciar 
para obtê-lo (MÓCHON, 2007, p. 4).
No caso do gráfico 1, denominamos custo de oportunidade de parafusos do tipo B 
o número de parafusos do tipo A que é preciso deixar de produzir para produzi-lo. Como 
mostra o quadro 2, incrementos na produção de parafusos do tipo B elevam cada vez 
mais o custo de oportunidade, ou seja, o custo de oportunidade é crescente. O custo de 
oportunidade é crescente em decorrência da transferência de recursos produtivos a uma 
“nova produção”, ao passo que tais recursos se mostram menos aptos à nova atividade. 
Diante disso, a transferência dos recursos produtivos vai ficando cada vez mais complexa 
e onerosa. Em outras palavras, os recursos produtivos não são completamente adaptáveis 
em outras linhas de produção (VASCONCELLOS; GARCIA, 2011).
Logo, os custos de oportunidade de se produzir uma unidade de parafusos do tipo B 
são duas unidades de parafuso do tipo A (diferença entre 20 e 18). Observe que o parafuso 
seguinte (do tipo B) tem um custo de oportunidade maior, ou seja, de três parafusos do tipo 
A (intervalo entre 18 e 15) e assim sucessivamente. Assim sendo, a curva de possibilidades 
de produção nos ilustra o problema da escassez, haja vista que num dado período de 
tempo “empresas” possuem fatores de produção e nível tecnológico constantes, de modo 
que a produção de um bem advém das custas do outro. Vale ressaltar que as análises e 
discussões aqui realizadas para esta firma hipotética podem ser empregadas também para 
uma economia qualquer em que apenas dois bens pudessem ser produzidos e para a qual 
os fatores de produção e o nível tecnológico fossem fixos ou constantes. 
12UNIDADE I Introdução à Economia
2. SISTEMA ECONÔMICO E FLUXOS REAIS E MONETÁRIOS
Define-se sistema econômico como a forma na qual uma sociedade está organi-
zada. A referida organização ocorre em termos econômicos, políticos e sociais. O principal 
objetivo de tal organização é fazer crescer as atividades econômicas, que por sua vez 
são as atividades de produção, distribuição e consumo de bens e serviços (VICECONTI; 
NEVES, 2010). As instituições que desenvolvem as atividades econômicas são nominadas 
agentes econômicos e são divididas, de acordo com Viceconti e Neves (2010), em quatro 
classes: unidades produtivas ou empresas, unidades familiares ou famílias, setor público 
ou governo e setor externo ou resto do mundo.
As unidades produtivas ou empresas são as instituições responsáveis pela produ-
ção de bens e serviços de uma nação. Diante disso, para realizar suas atividades, deman-
dam ou procuram fatores de produção, que são por sua vez recompensados por meio de 
remuneração. O principal objetivo das unidades produtivas ou empresas em uma economia 
de mercado é a obtenção de lucros. As unidades familiares ou famílias são as instituições 
que oferecem os serviços dos fatores de produção às unidades produtivas ou empresas. 
O principal objetivo das unidades familiares ou famílias em uma economia de mercado 
é a obtenção de remuneração. Destaca-se que os proprietários das unidades produtivas 
ou empresas fazem parte concomitantemente das duas instituições supracitadas, ou seja, 
enquanto responsáveis pela produção, fazem parte da instituição unidades produtivas ou 
empresas e, enquanto proprietários dos fatores de produção, das unidades familiares ou fa-
mílias. A tal instituição cabe ainda o consumo dos bens e serviços produzidos na economia.
13UNIDADE I Introdução à Economia
Compõem o Setor Público ou Governo os entes da administração direta, nos âm-
bitos federal, estadual e municipal. O principal objetivo do Governo em uma economia de 
mercadoé oferecer bens e serviços à coletividade, de modo a satisfazer o maior número de 
necessidades e assim elevar o bem-estar de todos. As empresas públicas e as sociedades 
de economia mista, por objetivarem lucros, não são consideradas nesta instituição e sim 
na instituição unidades produtivas ou empresas. O setor externo ou resto do mundo é com-
posto por todas as instituições que mantêm relações econômicas com o país/economia que 
se está analisando e que tenham sua estrutura física fora das fronteiras geográficas deste.
Assim sendo, visando desenvolver e/ou fazer crescer as atividades econômicas, 
cabe a toda economia o estabelecimento de suas normas. Normas estas que devem 
ser respeitadas por todos os agentes. Por exemplo, as unidades produtivas devem ter 
autorizações específicas, entre elas, o alvará de funcionamento para atuar, ou seja, para 
produzir e comercializar seus produtos. Essa é apenas uma das normas que compõem 
as inúmeras existentes nas economias. Tais normas e suas relações com as unidades 
produtivas e familiares, bem como com os setores público e externo, formam o que cha-
mamos de sistema econômico.
A estrutura de um sistema econômico capitalista pode ser melhor analisada por 
meio de um modelo de economia de mercado que não permita interações com o setor 
público e com o setor externo. Note que as famílias e as empresas nesse modelo interagem 
em apenas dois mercados, sendo eles o mercado de bens e serviços e o mercado de 
fatores de produção (MENDES, 2004). Desta forma, as famílias oferecem no mercado de 
fatores de produção recursos produtivos. As empresas, por sua vez, oferecem no mercado 
de bens e serviços sua produção. No entanto, as famílias demandam no mercado de bens 
e serviços a produção das empresas, ao passo que as empresas demandam no mercado 
de fatores de produção os recursos produtivos. Essa interação é conhecida como fluxo real 
da economia (VASCONCELLOS, GARCIA, 2011).
Mas atenção, a supracitada interação só é possível com a presença da moeda, 
que é destinada à remuneração das famílias pelo uso dos recursos produtivos, bem como 
para o pagamento dos bens e serviços adquiridos. Isto posto, tem-se um fluxo monetário. A 
junção dos fluxos real e monetário da economia cria o que denominamos de Fluxo Circular 
de renda. A figura 2 descreve sucintamente as interações que compõem esse fluxo (VAS-
CONCELLOS; GARCIA, 2011).
14UNIDADE I Introdução à Economia
FIGURA 1: FLUXO CIRCULAR DE RENDA
Fonte: Vasconcellos (2004, p. 10) VASCONCELLOS, Marco Antônio S.; GARCIA, Manuel E. 
Fundamentos de economia. 4.ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2004.
Destaca-se que, tanto no mercado de bens e serviços quanto no mercado dos 
fatores de produção, visando determinar os preços, as forças da oferta e da demanda 
atuam em conjunto. Assim sendo, no mercado de bens e serviços, essa interação forma os 
preços dos produtos, ao revés do mercado de fatores de produção, que forma os preços 
dos recursos produtivos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2011). Por fim, vale ressaltar que as 
interação entre famílias e empresas, nesses mercados, são limitadas pela escassez. Em 
outras palavras, as famílias, embora tenham desejos ilimitados, possuem rendas limitadas 
ao passo que empresas, devido a recursos produtivos finitos, incorrem em restrições de 
produção (MENDES, 2004). 
15UNIDADE I Introdução à Economia
3. DEMANDA DE MERCADO
A demanda por um determinado bem é dada pela quantidade deste bem que os 
compradores desejam adquirir num determinado período de tempo. Por exemplo, a de-
manda por laranjas é dada pela quantidade de laranjas que os compradores de laranjas 
desejam adquirir num determinado período de tempo. Nessa direção, pode-se dizer que 
a demanda depende de uma série de fatores, entre eles: (a) o preço do bem; (b) a renda 
do consumidor; (c) o preço de outros bens; e (d) os hábitos e gostos dos consumidores. 
O preço do bem é sem dúvida nenhuma a variável mais relevante para que o consumidor 
decida o quanto vai adquirir do bem; se o preço for considerado atrativo, provavelmente ele 
adquirirá maiores quantidades do que se for considerado caro ou pouco atrativo. Embora 
muitas vezes o consumidor considere, por exemplo, barato o preço do bem, ele pode não 
ter dinheiro, isto é, renda suficiente para comprá-lo; por outro lado se a renda do consu-
midor aumentar em decorrência de um aumento de salário, provavelmente ele adquirirá 
maiores quantidades dos bens que desejar; se a renda diminuir ou cessar, por ter perdido 
o emprego, ocorrerá o processo contrário.
Por outro lado, se o consumidor deseja adquirir por exemplo, laranjas, ele não olha-
rá somente o preço destas mas também o preço de bens substitutos tais como limões ou 
maracujá; da mesma forma se ele desejar adquirir café, não considerará somente o preço 
deste, mas também do leite já que, em nosso país o consumo destes bens associados, 
gera o famoso pingado.
16UNIDADE I Introdução à Economia
SAIBA MAIS
Bens substitutos, são aqueles bens em que o consumo de um substitui o consumo de 
outro, tais como laranja e limão, carne bovina e carne suína, entre outros. Já os bens 
complementares, são aqueles cujo consumo está associado, tais como: leite com acho-
colatado; pão com salsicha; e arroz com feijão.
Fonte: a autora.
Os hábitos e gostos dos consumidores são variáveis de extrema relevância, pois o 
preço do bem pode estar atrativo, inclusive quando comparado ao de bens substitutos e o con-
sumidor pode até possuir renda para adquiri-lo, no entanto, pode simplesmente não consumi-lo, 
por não estar habituado ou condicionado ao seu consumo, simplesmente por não gostar.
Nessa direção, a demanda por um determinado bem é resultado da ação conjunta 
ou combinada de todas essas variáveis. Entretanto, de acordo com Viceconti e Neves 
(2010, p. 19), para que se possa analisar o efeito na demanda de uma mudança no valor de 
uma variável considerada isoladamente, os “economistas recorrem à hipótese do coeteris 
paribus, expressão latina que significa tudo mais permanecendo constante”.
Assim, por exemplo, caso se deseje saber o que ocorre com a demanda de sor-
vetes se o preço do mesmo aumentar, é preciso supor que todas as demais variáveis que 
influenciam a demanda (renda, preço de outros bens e gosto ou preferência) permaneçam 
com o mesmo valor, de modo que a variação da demanda seja atribuível exclusivamente à 
variação do preço.
Esta relação denomina-se de função demanda do bem sorvete e a sua representa-
ção gráfica é chamada de curva de demanda do bem sorvete.
FIGURA 2: CURVA DE DEMANDA OU PROCURA DO BEM X
Fonte: Vasconcellos e Garcia ( 2014, p. 40)
17UNIDADE I Introdução à Economia
Observe que a quantidade procurada do bem, neste caso sorvete, varia inversa-
mente ao comportamento do seu preço, ou seja, se o preço do sorvete aumentar, a sua 
quantidade demandada diminuirá e se o preço do sorvete diminuir, a quantidade procurada 
do bem aumentará. Ou seja, a Lei Geral da Demanda, afirma que existe uma relação inver-
sa entre preço e quantidade.
Suponha que agora, a curva de procura inicial fosse a reta indicada pela letra D0. 
Sendo o bem normal, caso houvesse um aumento da renda dos consumidores, ou em 
qualquer outro determinante da demanda, coeteris paribus, a curva da procura D0 iria se 
deslocar para a direita, o que por sua vez indica que , aos mesmos preços o consumidor 
estaria disposto a adquirir maiores quantidades do bem. A nova curva de demanda é repre-
sentada pela reta D1.
18UNIDADE I Introdução à Economia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido (a) Aluno (a), estamos chegando ao fim da primeira unidade do livro de 
Análise Econômica do Direito. Vamos relembrar, ainda que brevemente, tudo que você 
aprendeu até aqui? Primeiramente, você aprendeu que a economia é uma ciência social 
que estuda produção, circulação e consumo de bens e serviços. Tais bens e serviços são 
utilizados para satisfazer as necessidades humanas. Isto é,a economia não é uma ciência 
exata e por essa razão, há tanta discordância entre os economistas. Nessa direção, você 
aprendeu ainda o que são fatores de produção; o que a curva ou fronteira de possibilidade 
de produção mostra; e o que é custo de oportunidade.
Sequencialmente, você aprendeu sistema econômico e fluxos reais e monetários, 
ou seja, você aprendeu o que é sistema econômico e quais são as suas bases, bem como 
a forma como a economia se organiza por meio do fluxo circular de renda. Por fim, você 
aprendeu o que é demanda, quais são os determinantes da demanda, e quais são os de-
terminantes da demanda que provocam movimento e deslocamento da curva. Muita coisa, 
não é mesmo? Isto posto, a partir de agora, pode-se afirmar que você compreende porque 
a economia é uma ciência da escassez; porque existe uma contradição entre fatores de 
produção e necessidades humanas; a relevância da curva ou fronteira de possibilidades 
de produção e do conceito de custo de oportunidade; o funcionamento de um sistema 
econômico capitalista; a forma como a economia se organiza por meio do fluxo circular de 
renda e o que é demanda de mercado.
Na próxima unidade, você aprenderá sobre elasticidade, que nada mais é do que 
uma medida de sensibilidade de uma variável em relação a outra, aprenderá sobre oferta 
de mercado, que conceitua-se como a disposição a ofertar por intervalo de tempo, dado os 
determinantes da oferta e estudará a elasticidade-preço da oferta.
Em suma, a partir de agora você conhece conceitos fundamentais em economia e 
está apto a analisar, ainda que de modo geral, o mundo em que vivemos, principalmente no 
âmbito dos negócios, cenário onde a economia se faz presente continuamente.
19UNIDADE I Introdução à Economia
LEITURA COMPLEMENTAR
PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS DE TODAS AS SOCIEDADES
O fato de os recursos produtivos estarem disponíveis em quantidades limitadas 
e de as necessidades humanas serem praticamente ilimitadas leva, inevitavelmente, à 
escolha. A necessidade de escolher fica evidente quando se consideram os três problemas 
fundamentais que todas as sociedades devem dar resposta: O que produzir? Como produ-
zir? Para quem produzir?
Que bens e serviços serão produzidos e em que quantidade? Serão produzidos 
muitos bens de consumo, como roupas, ou se dará mais atenção aos bens de produção, 
como fábricas, que permitirão incrementar o consumo no futuro? Serão produzidas muitas 
roupas de baixa qualidade ou poucas de boa qualidade? A produção de bens materiais, 
como alimentos e automóveis, será incrementada, ou será enfatizada a produção de servi-
ços destinados a ocupar o tempo livre, tais como concertos e espetáculos teatrais? 
Como os bens e serviços serão produzidos? Com que recursos e com que técnica 
as empresas o produzirão? Quem desenvolverá cada uma das atividades? A energia a ser 
empregada será fornecida por usinas hidrelétricas, térmicas, nucleares ou por centrais de 
energia solar? A produção será prioritariamente artesanal ou altamente mecanizada, incluindo 
a utilização de robôs? As grandes empresas pertencerão à iniciativa privada ou ao Estado?
A quem se destinará a produção? Quem consumirá os bens e serviços produzidos? 
Em outras palavras, como o total da produção nacional será usufruído pelos diferentes 
indivíduos e famílias? Será favorecida a distribuição igualitária da renda ou, pelo contrário, 
serão permitidas grandes diferenças de renda?
Quem responde a essas perguntas básicas nas economias capitalistas são os 
diferentes agentes econômicos que atuam em uma infinidade de mercados. As pessoas 
decidem que produtos e serviços vão comprar, a que profissão vão se dedicar e quanto 
dinheiro vão guardar. As empresas decidem que produtos e serviços vão produzir e como 
vão produzi-los. Os governos decidem que projetos e programas vão realizar e como eles 
serão financiados. Essas decisões do governo baseiam-se nos orçamentos públicos. Em 
todos os casos, a chave está na atuação de uma ampla rede de mercados.
Fonte: Móchon (2007, p. 2). 
20UNIDADE I Introdução à Economia
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeco-
nomia
Autor: MANKIW, N. Gregory. 
Editora: Campus
Sinopse: Esta é uma introdução à economia totalmente voltada 
para os estudantes da graduação. Com questões e conteúdos 
atuais, o livro mostra a relação entre economia, política e atualida-
de e busca dar ao estudante uma base sólida de conhecimentos 
dos principais tópicos da Economia. O objetivo desse livro é ajudar 
os estudantes a aprender as lições fundamentais de economia e 
mostrar-lhes que essas lições podem ser aplicadas ao mundo em 
que vivem.
FILME/VÍDEO 
Título: A grande aposta
Ano: 2016.
Sinopse: Em 2008, o guru de Wall Street Michael Burry percebe 
que uma série de empréstimos feitos para o mercado imobiliário 
está em risco de inadimplência. Ele decide então apostar contra o 
mercado investindo mais de um bilhão de dólares dos seus inves-
tidores. Suas ações atraem a atenção do corretor Jared Vennet 
que percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. 
Juntos, esses homens fazem uma fortuna tirando proveito do co-
lapso econômico americano.
21
Plano de Estudo:
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● Elasticidade;
● Oferta de mercado;
● Elasticidade-preço da oferta.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o conceito de elasticidade;
● Definir oferta de mercado;
● Analisar a elasticidade-preço da oferta.
UNIDADE II
Introdução à Microeconomia
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
22UNIDADE I Introdução à Economia 22UNIDADE II Introdução à Microeconomia
INTRODUÇÃO
Querido (a) aluno(a), seja muito bem-vindo a segunda unidade do livro de Análise 
Econômica do Direito. Nesta unidade, você aprenderá sobre microeconomia. A microeco-
nomia, nada mais é do que um ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento do 
mercado de um determinado grupo de produtos ou de simplesmente um produto, isto é, a 
microeconomia estuda o comportamento tanto de compradores quanto de vendedores de 
tais bens. A título de exemplo, pode-se citar o mercado de produtos agrícolas. Assim sendo, 
pode-se dizer que a microeconomia estuda as partes.
Nessa direção, visando atingir os objetivos de aprendizagem já elencados, a unidade 
em questão foi dividida em três tópicos, sendo eles: (1) Conceito e exemplos de elasticidade; 
(2) Oferta de mercado; e (3) Elasticidade-preço da oferta. No primeiro tópico, você aprenderá 
o conceito de elasticidade preço da demanda; elasticidade renda da demanda; e elasticidade 
cruzada da demanda. No segundo tópico, por sua vez, você aprenderá o conceito de oferta 
de mercado, bem como os determinantes da oferta, entre eles: o preço do bem, o preço dos 
insumos, a tecnologia, e o preço de outros bens. Por fim, no terceiro e último tópico, você 
aprenderá por meio de um exemplo o conceito de elasticidade preço da oferta.
Assim sendo, ao término desta unidade, você será capaz de compreender os 
conceitos fundamentais em microeconomia que influenciam o dia a dia das unidades pro-
dutivas, das famílias, dos governos e do resto do mundo, ou seja, das sociedades em geral. 
Ademais, será capaz de entender a relevância de se compreender a elasticidade ou a ine-
lasticidade de determinados produtos. Tenho certeza, que diante dessas informações, você 
deve estar se perguntando: O que diferencia um produto elástico de um produto inelástico? 
E eu te respondo, meu caro (a) aluno (a), a sensibilidade com relação às mudanças de 
preços. Produtos menos sensíveis, ou seja, inelásticos, geram uma zona de conforto maior 
para os vendedores e vice-versa. Isto posto, mãos à obra! 
Bons estudos
Prof. Ma. Daniela Carla Monteiro
23UNIDADE I Introdução à Economia 23UNIDADE II Introdução à Microeconomia
1. ELASTICIDADE
O termo elasticidade, nada mais é do que uma medida de sensibilidade de uma 
variável em relaçãoa outra. Isto é, quando calcula-se a elasticidade de um determinado 
produto, mensura-se sua sensibilidade quando um variável muda de comportamento, afe-
tando diretamente a outra variável com a qual se relaciona. Quando você estudou demanda 
de mercado, você aprendeu que a Lei Geral da demanda estabelece uma relação inversa 
entre preço e quantidade, certo? Pois bem, desta forma, sabe-se que todas as vezes que o 
preço sobe, a quantidade demandada cai e que todas as vezes que o preço cai, a quantida-
de demandada sobe. E é exatamente aí que entra a elasticidade, vamos ver como? Você 
poderia estar me perguntando em que proporção ocorre essa queda ou esse aumento da 
quantidade demandada, afinal essa queda poderia ser mais que proporcional, menos que 
proporcional ou na mesma proporção, não é mesmo?
Nessa direção, para que você possa compreender melhor o porquê de se calcular 
a elasticidade preço da demanda de um produto, vamos a um exemplo. Suponha que o 
preço do feijão tenha sofrido um aumento de 10% e que por conseguinte a quantidade 
demanda tenha sofrido uma queda de 1%. Diante dessas informações, você já consegue 
facilmente afirmar que a queda na quantidade demanda foi menos que proporcional ao 
aumento do preço certo? Mas afinal, o que isso quer efetivamente dizer? Isso quer dizer 
que existem no mercado produtos considerados elásticos, inelásticos ou de elasticidade 
unitária. Assim sendo, quando calcula-se a elasticidade preço da demanda de um produto, 
24UNIDADE I Introdução à Economia 24UNIDADE II Introdução à Microeconomia
além de identificarmos a proporção da queda ou do aumento, identificamos se o produto 
é elástico, inelástico ou de elasticidade unitária. É o mesmo que dizer que o produto é 
sensível ou insensível com relação à mudança ocorrida no preço.
Isto posto, vamos aprender a calcular a elasticidade preço da demanda? Sim, eu 
disse calcular, pois você só será capaz de afirmar se o produto é elástico, inelástico ou de 
elasticidade unitária, se você calculá-lo. Mas não se preocupe, o cálculo é muito simples e 
você vai aprender rapidinho. A equação para calcular a Epd é a seguinte: 
Epd = Δ%QD/ Δ%P
Em que: 
Δ%QD = variação percentual da quantidade demandada.
Δ%P = variação percentual do preço.
Logo, para calcular a elasticidade do preço da demanda de um determinado bem e/
ou serviço, você deverá encontrar a variação percentual da quantidade demandada e dividi-
-la pela variação percentual do preço. Vamos a um exemplo? Suponha que a demanda por 
dois bens, aqui denominados de Laranjas e Bananas, se comportem da seguinte maneira:
Laranjas Bananas
P1 =10 Qd1=100 P1 = 20 Qd1=80
P2 = 12 Qd2=60 P2 = 24 Qd2=76
Nessa direção, ao calcular a elasticidade preço da demanda para as laranjas, você 
chegará ao seguinte resultado:
EpdLaranjas = -40%/+20% = |-2%|
E agora, será necessário apenas que você interprete o resultado, qual seja. |-2|. 
Para interpretar o resultado, existe uma regrinha básica, que é a seguinte: 1) Caso o resul-
tado calculado seja maior (>) que 1, o produto será considerado elástico, indicando que a 
variação percentual entre preço e quantidade foi mais que proporcional; 2) Caso o resultado 
calculado seja menor (<) que 1, o produto será considerado inelástico, o que por sua vez 
indica que a variação percentual entre preço e quantidade foi menos que proporcional; 3) 
Por fim, caso o resultado seja igual (=) a 1, o produto será de elasticidade unitária, indicando 
que a variação percentual entre preço e quantidade foi na mesma proporção. Desta forma, 
com base no resultado do cálculo feito para as laranjas, pode-se dizer que as mesmas são 
25UNIDADE I Introdução à Economia 25UNIDADE II Introdução à Microeconomia
consideradas bens elásticos. Quanto ao bem bananas, vou deixar com você o cálculo da 
Epd, ok? Assim você já vai treinando para os exercícios que estão por vir.
Agora vamos aprender a calcular a elasticidade renda da demanda. No entanto, 
antes de aprender a calcular, quero que você compreenda o conceito de elasticidade renda 
da demanda. A elasticidade renda da demanda, similar a elasticidade preço da demanda 
mede a variação percentual na quantidade demandada que decorre de variação percentual 
na renda. A equação para o cálculo é a seguinte:
Erd = Δ%QD/ Δ%R
Em que: 
Δ%QD = variação percentual da quantidade demandada.
Δ%R = variação percentual da renda.
Vamos a um exemplo? Suponha que você esteja diante destes dois cenários. No 
cenário 1, um determinado trabalhador com uma renda de R$ 1.000,00, demanda 40 unida-
des de um determinado produto. Já com uma renda de R$ 1.300,00, demanda 36 unidades 
do mesmo produto. No cenário 2, por sua vez, com R$ 1.000,00, demanda 50 unidades e 
com R$ 1.300,00, demanda 60 unidades.
Cenário 1 Cenário 2
R1 =1.000,00 Qd1=40 R1 = 1.000,00 Qd1=50
R2 = 1.300,00 Qd2=36 R2 = 1.300,00 Qd2=60
Nessa direção, ao calcular a elasticidade renda da demanda para o cenário 1, você 
chegará ao seguinte resultado:
Erd cenário 1= -10%/+30% = -0,33%
Note que a quantidade procurada no cenário 1 diminuiu quando a renda aumentou. 
Logo, o referido bem é um bem inferior.
26UNIDADE I Introdução à Economia 26UNIDADE II Introdução à Microeconomia
REFLITA
Você sabia que o coeficiente de elasticidade-renda dos bens inferiores é negativo, refle-
tindo o comportamento inverso entre quantidade procurada e renda?
Fonte: Viceconti e Neves, (2010, p. 55).
Por outro lado, ao calcular a elasticidade renda da demanda para o cenário 2, você 
chegará ao seguinte resultado:
Erd cenário 2= +20%/+30% = +0,66%
Percebeu a diferença entre os dois cenários? O coeficiente do bem que pertence ao 
cenário 2 é positivo, logo estamos diante de um bem normal. No entanto, ele é menor que 1, 
o que nos indica, de acordo com a regra, que estamos diante de um bem que tem demanda 
inelástica em relação a renda. Isto posto, agora quero que você conheça os cenários 3 e 4.
Cenário 3 Cenário 4
R1 =1.000,00 Qd1=60 R1 = 1.000,00 Qd1=20
R2 = 1.300,00 Qd2=78 R2 = 1.300,00 Qd2=30
Nessa direção, ao calcular a elasticidade renda da demanda para o cenário 3, você 
chegará ao seguinte resultado:
Erd cenário 3= +30%/+30% = 1%
Diante do resultado apresentado, nem preciso te dizer que estamos diante de 
um bem que apresenta elasticidade-renda da demanda unitária, ao passo que a variação 
percentual na renda e na quantidade demandada ocorreram na mesma proporção. Por fim, 
chegamos ao cenário 4, e por meio do cálculo da elasticidade renda para ele, chegamos ao 
seguinte resultado:
Erd cenário 4= +50%/+30% = 1,66...%
Note que neste cenário estamos diante de um bem que apresenta demanda elás-
tica em relação à variação da renda. Tais bens são denominados de bens de supérfluos 
ou de luxo. 
27UNIDADE I Introdução à Economia 27UNIDADE II Introdução à Microeconomia
Por fim, chegamos à chamada elasticidade cruzada da demanda, mas afinal, qual é 
o conceito de elasticidade cruzada da demanda? A elasticidade cruzada da demanda, nada 
mais é do que a mensuração da variação percentual na quantidade demandada de uma 
determinada mercadoria que decorre da variação percentual no preço de outra mercadoria. 
Em outras palavras, a elasticidade cruzada da demanda mensura a variação percentual na 
quantidade demandada de feijão que decorre da variação percentual no preço do arroz, por 
exemplo. A equação para calcular a Ecd é a seguinte: 
Ecd = Δ%QDx/ Δ%Pz
Em que: 
Δ%QDx = variação percentual da quantidade demandada de X
Δ%Pz = variação percentual do preço de Z.
Vamos a um exemplo? Suponhaque o preço do bem Z aumente em (+10%) e que 
a quantidade demandada de X, sofra uma queda de (-15%). Desta forma, a elasticidade 
cruzada da demanda será igual à: 
Ecd = -15%/+10% = |-1,5%|
Por ser negativo o sinal da elasticidade cruzada da demanda, pode-se afirmar que 
os bens X e Z são complementares. Observe que de fato, o preço do bem Z aumentou e a 
quantidade procurada de X diminuiu, o que indica que X e Z têm uma relação de comple-
mentariedade em seu consumo. 
SAIBA MAIS
O valor relativo da elasticidade cruzada da demanda deve ser analisado da seguinte 
forma: I) > 0, positivo – bens substitutos; II) < 0, negativo – bens complementares; III) 
igual a zero – bens de consumo independente.
Fonte: elaborado pela autora. 
Por outro lado, é importante destacar que o valor absoluto da elasticidade cruzada 
da demanda é maior que 1, ou seja, 1,5 – o que por sua vez indica que a demanda de X é 
elástica em relação ao preço de Z.
28UNIDADE I Introdução à Economia 28UNIDADE II Introdução à Microeconomia
2. OFERTA DE MERCADO
Escrever sobre oferta de mercado, nada mais é do que escrever sobre a forma como 
os produtores, também chamados de ofertantes, se comportam, ou seja, como eles veem 
o mercado e como eles tomam as suas decisões. Assim sendo, pode-se definir oferta de 
mercado como a quantidade que produtores estão dispostos a oferecer de um determinado 
produto ou serviço em um determinado intervalo de tempo. E porque a oferta é mensurada 
por intervalo de tempo? Você tem alguma ideia? A oferta é mensurada por intervalo de tempo 
porque existem momentos em que a disposição a oferta é maior ou menor, a depender do 
determinante. Em outras palavras, similar a demanda, a oferta também é influenciada por 
alguns fatores, dos quais trataremos aqui, entre eles, têm-se: o preço do bem; o preço dos 
insumos; a tecnologia; o preço de outros bens e qualquer outro fator que possa influenciar 
o comportamento da oferta, tal como um fator climático, por exemplo.
Nessa direção, para que você compreenda melhor esses fatores, vamos discutir 
separadamente cada um desses determinantes e vamos iniciar pelo preço do bem. Você 
tem ideia do motivo pelo qual o preço do bem é um determinante? Te parece óbvio? Eu 
acredito que sim, não é mesmo? Considere que você é um produtor de café e responda 
para si mesmo a seguinte pergunta: O preço de mercado do café é um determinante para 
você decidir continuar plantando café e oferecer quantidades cada vez maiores? A resposta 
para essa questão é sem dúvida nenhum “SIM”. Afinal, se o objetivo de um produtor de café 
é lucrar vendendo café, lhe interessa e muito o preço de mercado. Nesta direção, pode-se 
dizer que se o preço de mercado estiver atrativo o produtor terá uma disposição a ofertar 
cada vez mais quantidades maiores e vice versa.
29UNIDADE I Introdução à Economia 29UNIDADE II Introdução à Microeconomia
Tendo compreendido o determinante preço, vamos nos ater agora ao determinante 
preço dos insumos. Sabe-se que os insumos são indispensáveis para a produção dos 
produtos. Por exemplo, considere uma padaria. Seus produtos principais são pães e bolos, 
certo? Logo, seu insumo principal é a farinha de trigo. Isto posto, consegue compreender 
porque o preço dos insumos é um determinante da oferta? A resposta para essa questão 
também é bastante simples, ao passo que mudanças no preço dos insumos provocam 
mudanças no preço final dos produtos. Logo, se o preço dos insumos estiverem favoráveis 
e/ou atrativos, a disposição a oferecer será cada vez maior. No entanto, se o preço dos 
insumos estiverem cada vez mais caros, a disposição a ofertar será cada vez menor, pelo 
simples fato dos custos de produção estarem cada vez maiores e os preços de mercado 
não estarem acompanhando tal evolução.
E assim chegamos ao determinante “tecnologia”. Sabemos que a tecnologia é 
indispensável à produção hoje em dia. Sabemos ainda que ela torna o processo produtivo 
mais eficiente, mais robusto. Assim sendo, pode-se dizer que aqueles que podem contar 
com a tecnologia em seu processo produtivo estarão dispostos a oferecer quantidades 
cada vez maiores de seus produtos e vice-versa. Por exemplo, uma tecnologia pode ser a 
aquisição de uma máquina para o processo produtivo. Ao adquirir essa máquina o processo 
produtivo fica mais eficiente e isso provocará uma disposição a ofertar maior. 
Agora vamos falar do determinante preço de outros bens. Sabe-se que o que mais 
temos no mercado é produtos concorrendo entre si, certo? Se sou produtora de café da 
marca X, é óbvio que o preço praticado pelo produtor de café da marca Y, é um determinante 
para a minha oferta. Ou seja, se o preço praticado pelo meu concorrente for mais atrativo 
que o meu para os consumidores, a minha disposição a ofertar será menor. Agora, se o 
preço do meu concorrente for menos atrativo que o meu, a minha disposição a ofertar será 
maior. Faz sentido para você? Tenho certeza que sim, mas para que essa situação faça 
sentido, você precisa considerar que o produtor que compara seu preço com o preço de seu 
concorrente não consegue aderir a sua política de preços. Ademais, os preços desses bens 
podem também se referir a um bem substituto, independente dele ser perfeito ou imperfeito. 
Por fim, vamos tratar do determinante “qualquer outro fator” que possa influenciar a 
oferta de um bem. Aqui, você deve considerar fatores como: climáticos, pandêmicos, entre 
outros. Ou seja, querido (a) aluno (a), muita coisa pode acontecer e muita coisa pode fazer 
com que um produtor esteja disposto a ofertar quantidades cada vez maiores ou menores 
de seus produtos. Desta forma, é importante ressaltar que o cenário econômico e político 
tem muito a contribuir com este determinante.
30UNIDADE I Introdução à Economia 30UNIDADE II Introdução à Microeconomia
Mas afinal, qual é o fator que determina um movimento ao longo da curva de 
oferta? O fator que determina um movimento ao longo da curva de oferta é o fator preço 
e você sabe porque? Porque a lei geral da oferta nos diz que todas as vezes que o preço 
sobe, a quantidade ofertada sobe, coetris paribus, e vice versa. Logo, existe uma relação 
direta entre preço e quantidade, dando a curva de oferta um formato ascendente ou 
positivamente inclinado.
FIGURA 1: CURVA DE OFERTA
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 45).
REFLITA
A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se 
ao fato de que, coeteris paribus, um aumento do preço de mercado eleva a rentabilidade 
das empresas, estimulando-as a elevar a produção.
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 45).
Os demais determinantes aqui estudados provocam deslocamento de curva. Nessa 
direção, a curva de oferta pode ser deslocada para a direita, quando houver uma disposição 
a ofertar mais e um deslocamento para a esquerda, quando houver uma disposição para 
ofertar menos. Isto é, fatores extra-preço podem deslocar a curva de oferta, tanto para a 
direita quanto para a esquerda, a depender do caso concreto. 
31UNIDADE I Introdução à Economia 31UNIDADE II Introdução à Microeconomia
FIGURA 2: MOVIMENTOS E DESLOCAMENTOS DA CURVA DE OFERTA
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 46).
A título de exemplo, pode-se citar a aquisição de uma máquina para colheita de 
café. Como o fator é o fator tecnologia, a disposição é ofertar quantidades cada vez maiores 
pelo ganho de eficiência na produção. Nessa direção, a curva de oferta sofrerá um deslo-
camento para a direita (vide figura c). A retirada de uma máquina do processo produtivo, 
provocará o processo inverso, ou seja, provocará o deslocamento para a esquerda (vide 
figura b).
32UNIDADE I Introdução à Economia 32UNIDADE II Introdução à Microeconomia
3. ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA
Ao chegarmos na chamada elasticidade preço da oferta, devemos utilizar o mesmo 
raciocínio empregado na elasticidade preço da demanda, que você aprendeu no tópico 1. 
Ou seja, para compreendero que é elasticidade preço da oferta e o que ela mensura, pre-
ciso que você compreenda primeiramente a sua definição, vamos lá? Elasticidade preço da 
oferta, nada mais é do que a mensuração da variação percentual da quantidade ofertada, 
em decorrência da variação percentual no preço do bem. Diferentemente da elasticidade 
preço da demanda, na elasticidade preço da oferta o resultado será sempre positivo, em 
decorrência da relação direta existente entre preço e quantidade ofertada. Ou seja, quando 
você aprendeu oferta de mercado, você aprendeu que quanto maior for o preço, maior 
será a quantidade que os empresários estarão dispostos a oferecer, coeteris paribus e 
vice-versa.
A equação para o cálculo da elasticidade preço da oferta é a seguinte:
Epo = Δ%QD/ Δ%P
Em que: 
Δ%QD = variação percentual da quantidade demandada.
Δ%P = variação percentual do preço
33UNIDADE I Introdução à Economia 33UNIDADE II Introdução à Microeconomia
Vamos lá, para um exemplo, que te ajude a compreender melhor esse cálculo e 
as análises que são possíveis de serem realizadas por meio dele. Suponha que estamos 
diante de um bem, aqui denomidado de gêneros alimentícios, e que ao preço de R$ 10,00, 
os produtores estejam dispostos a ofertar 20 unidades no mercado. Num segundo momento, 
considere que esse preço variou para R$ 15,00 (varição percentual de 50%) e que a dispo-
sição a ofertar nesse preço passe a ser de R$ 25,00 (variação percentual de 25%). Isto, é, 
observe que ao calcular a elasticidade preço da oferta, você chegará ao seguinte resultado:
Epo = +25% / +50% = +0,5%.
Ao analisar o resultado, pode-se dizer que este bem tem oferta inelástica com rela-
ção ao preço, ou seja, se o preço dele aumentar em 50%, a quantidade ofertada aumentará 
em 25%, isto é, a variação é menos que proporcional a variação do preço, mostrando então 
que a oferta é inelástica. Em outras palavras, o preço sobe, a quantidade ofertada sobre, 
mas sobe metade do que subiu o preço. Registre-se que as elasticidades da oferta são 
menos difundidas que as da demanda. De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014, p. 59): 
a elasticidade-preço da oferta mais frequente estudada é a dos produtos agrí-
colas, sendo inclusive apontada como a principal causa da inflação, de acor-
do com a chamada corrente estruturalista. Segundo essa teses, em países 
em via de desenvolvimento, a elasticidade da oferta de produtos agrícolas 
seria inelástica, pouco sensível a variações de preços.
Muito interessante, não é mesmo? Quanta coisa você aprendeu com os conceitos 
de elasticidade discutidos ao longo desta unidade. Espero que você tenha gostado bastante 
e que esteja preparado para os próximos conteúdos que apresentarei para você na unidade 
III. Até lá!!!!
34UNIDADE I Introdução à Economia 34UNIDADE II Introdução à Microeconomia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido (a) Aluno (a), estamos chegando ao fim da segunda unidade do livro de 
Análise Econômica do Direito. Vamos relembrar, ainda que brevemente, tudo que você 
aprendeu? Primeiramente, você aprendeu que elasticidade é uma medida de sensibilidade 
dentre variáveis. Nessa direção, aprendeu sobre elasticidade preço da demanda e como 
ela deve ser identificada e analisada. Afinal, um produto/serviço pode ser considerado 
elástico, inelástico e de elasticidade unitária. Não obstante, você aprendeu sobre elasti-
cidade renda da demanda que é uma elasticidade que mensura a variação percentual na 
quantidade demandada em decorrência de mudanças na renda do consumidor. Por meio 
de seu cálculo é possível apurar se estamos diante de um bem normal, inferior ou de luxo/
supérfluo. Por conseguinte, você aprendeu sobre elasticidade cruzada da demanda e com 
ela passou a identificar as situações/casos que envolvem os chamados bens substitutos e/
ou complementares.
E assim, chegamos à chamada oferta de mercado. Você se lembra que oferta de 
mercado nada mais é do que o quanto os produtores estão dispostos a ofertar em deter-
minado intervalo de tempo dado os determinantes da oferta? Tenho certeza que sim. Entre 
os determinantes da oferta, como você aprendeu, têm-se: o preço do bem, o preço dos 
insumos, a tecnologia, o preço de outros bens e qualquer outro fator que possa influenciar 
a oferta de um bem ou serviço. Aprendeu ainda, quais são os fatores que podem influenciar 
a oferta de um bem movimentando a curva de oferta e quais são os fatores que podem 
promover o seu deslocamento.
Por fim, você aprendeu o que é elasticidade preço da oferta e como ela pode ser 
calculada. Aprendeu ainda que ela é menos difundida que a elasticidade preço da de-
manda. Muita coisa, não é mesmo? Isto posto, a partir de agora, você já pode afirmar 
que compreende bem o papel da elasticidade, inclusive, quando o assunto for oferta de 
mercado. Em suma, você está apto a começar a estudar a unidade III, onde você aprenderá 
sobre equilíbrio de mercado, crescimento econômico e inflação: conceitos e causas. Bons 
estudos e até lá!
35UNIDADE I Introdução à Economia 35UNIDADE II Introdução à Microeconomia
LEITURA COMPLEMENTAR
ESPECIALIZAÇÃO, PRODUÇÃO EM GRANDE ESCALA E CAPITAL
O moderno sistema de produção em série nas fábricas demonstra a eficácia da 
especialização. As economias derivadas da produção em grande escala não seriam possí-
veis se as técnicas produtivas modernas não se baseassem na especialização e na divisão 
do trabalho, entendida como a divisão da produção em uma série de pequenas tarefas ou 
etapas. Com a divisão do trabalho e a especialização, ganha-se eficiência, pois, por um 
lado, alcança-se a combinação adequada dos fatores produtivos e, por outro, obtém-se o 
maior volume de produção possível com a mínima quantidade factível de fatores produtivos.
A produção em massa, ou em grande escala, facilitada pela especialização, permite 
aumentar a relação entre capital e trabalho, isto é, o número de unidades de capital por uni-
dade de trabalho, e também o emprego de novas fontes de energia, o uso de mecanismos 
automáticos de auto-ajuste, a divisão de processos complexos em operações repetitivas 
simples e o uso de fases padronizadas na produção. 
As vantagens da especialização explicam, em grande medida, o fato de que muitos 
dos bens que consumimos hoje sejam fabricados por grandes empresas. Cabe ressaltar, 
porém, que a especialização e a divisão do trabalho são limitadas pela extensão do mer-
cado; afinal, os incrementos na produção derivados das economias de escala só serão 
aconselháveis se existirem mercados potenciais capazes de absorvê-los.
Essa necessidade de contar com mercados mais amplos, que permitam a especia-
lização e a troca como forma de aumentar a produção de bens e serviços, é o que está por 
trás dos processos de integração econômica dos países em áreas supranacionais, como 
a União Europeia ou o Mercosul, e do próprio processo de globalização da economia em 
nível mundial.
A globalização refere-se ao aumento da integração econômica dos países e se 
fundamenta no crescimento espetacular dos movimentos internacionais de bens, serviços 
e capital.
Fonte: Mochón (2007, p. 8)
36UNIDADE I Introdução à Economia 36UNIDADE II Introdução à Microeconomia
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Introdução à Economia
Autor: Paulo Viceconti 
Editora: Saraiva
Sinopse: Com a finalidade de apresentar os principais conceitos 
da área, a obra Introdução à Economia foi estruturada para abarcar 
todas as questões que envolvem esta importante ciência social, 
como a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços 
utilizados para satisfazer as necessidades humanas. Todos os 
aspectos da Teoria Econômica são abordados, tanto os concer-
nentes à Micro quanto à Macroeconomia, além da mainstream 
economics, formada pelas teorias contemporâneas e que possui 
grande aceitação por parte dos economistas. Sucesso editorial, a 
obra chega a sua 12ª edição, trazendo exercícios que enriquecem 
o conhecimento e fixam os conceitos adquiridosdurante a leitura, 
o que a torna ferramenta essencial para todos os que querem co-
nhecer a matéria, para os que precisam atualizar-se no assunto e 
também para os que estão se preparando para concursos públicos.
FILME/VÍDEO 
Título: WALL STREET – O DINHEIRO NUNCA DORME – 
Ano: 2010.
Sinopse: Depois de cumprir pena por uso de informação privile-
giada, Gordon Gekko está fora do mundo que um dia comandou. 
Tentando reparar seu relacionamento com a filha, Gekko forja uma 
aliança com seu noivo, Jake. Apesar de considerar Gordon uma fi-
gura paterna, descobre que o ex-investidor ainda é um mestre das 
manipulações e nada o impedirá de alcançar seus objetivos.
37
Plano de Estudo:
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
● Equilíbrio de Mercado;
● Crescimento econômico;
● Inflação: conceito e causas.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o equilíbrio de mercado;
● Definir crescimento econômico;
● Analisar o conceito de inflação e suas causas.
UNIDADE III
Introdução à Macroeconomia
Professora Me. Daniela Carla Monteiro
38UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
INTRODUÇÃO
Querido (a) aluno(a), seja muito bem-vindo a terceira unidade do livro de Análise 
Econômica do Direito. Nesta unidade, você aprenderá sobre macroeconomia. A macroeco-
nomia, nada mais é do que um ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento da 
economia como um todo, isto é, procura identificar e mensurar as variáveis que determinam 
o volume da produção total, o nível de emprego, o nível geral de preços, entre outros, bem 
como a inserção do sistema econômico na economia mundial.
Nessa direção, visando atingir os objetivos de aprendizagem já elencados, a 
unidade em questão foi dividida em três tópicos, sendo eles: (1) Equilíbrio de Mercado; 
(2) Crescimento Econômico; e (3) Inflação: Conceitos e causas. No primeiro tópico, você 
aprenderá que o mercado estará equilibrado quando demanda e oferta forem iguais a um 
determinado preço. No segundo tópico, por sua vez, você aprenderá o conceito de cres-
cimento econômico, suas principais fontes, os fatores que o influenciam, entre outros. Por 
fim, no terceiro e último tópico, você aprenderá o que é inflação e suas principais causas, 
entre elas, a demanda, o custo e a inércia.
Assim sendo, ao término desta unidade, você será capaz de compreender os 
conceitos fundamentais em macroeconomia que influenciam o dia a dia das unidades pro-
dutivas, das famílias, dos governos e do resto do mundo, ou seja, das sociedades em geral. 
Ademais, será capaz de entender a relevância de se compreender os movimentos que 
desequilibram e voltam a equilibrar os mercados. Tenho certeza, que diante desse apren-
dizado você será capaz ainda de diferenciar crescimento econômico de desenvolvimento 
econômico, voltando seu olhar aos indicadores responsáveis por tal mensuração. Ademais, 
observará o movimento inflacionário em nosso país com muito mais cautela, afinal, a partir 
deste estudo você estará apto a identificar o tipo de inflação que estamos vivenciando. Isto 
posto, mãos à obra! 
Bons estudos
Prof. Ma. Daniela Carla Monteiro
39UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
1. EQUILÍBRIO DE MERCADO
Se entendemos que a demanda nada mais é do que um “desejo” de compra e a 
oferta um “plano” de vendas, como podemos definir a quantidade que será efetivamente 
vendida? A resposta para esta questão é relativamente simples, ou seja, pelo equilíbrio de 
mercado. Mas afinal, quando o mercado estará equilibrado? O mercado estará equilibrado 
quanto tudo que estiver sendo ofertado estiver sendo demandado. Nessa direção, pode-se 
dizer que em termos gráficos, o equilíbrio de mercado será alcançado no ponto de intersec-
ção entre as curvas de oferta e demanda. Em outras palavras, pode-se definir equilíbrio de 
mercado como o “preço que os consumidores e produtores desejam consumir e oferecer na 
mesma quantidade, respectivamente” (ALBERGONI, 2008, p. 111). 
SAIBA MAIS
A demanda é definida como as várias quantidades nos vários níveis de preço que o 
consumidor está apto e disposto a adquirir. É uma intenção de compra e não a compra 
efetiva. A oferta, por sua vez, pode ser definida como as várias quantidades nos diversos 
níveis de preço que o produtor está disposto e apto a oferecer no mercado. Representa 
os planos de venda do produtor, não a venda efetiva. Lembre-se de que segundo a lei da 
demanda, quando os preços aumentam a quantidade demandada diminui, ou seja, há 
uma relação inversa entre preços e quantidades. Segundo a lei da oferta, quanto maior 
o preço maior a quantidade ofertada pelo produtor, ou seja, há uma relação direta entre 
as variáveis.
Fonte: Albergoni (2008, p. 109)
40UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
Para que você compreenda melhor a definição apresentada, vamos analisar juntos 
a figura XX, que nos apresenta um mercado equilibrado. 
FIGURA 1: EQUILÍBRIO DE MERCADO
Fonte: Vasconcellos e Garcia, (2014, p. 47).
Observe que de acordo com esta figura, o mercado estará equilibrado no ponto E, 
onde ao preço de R$ 6,00 a quantidade demandada e ofertada será de 6.000 unidades. 
Observe que qualquer preço praticado acima de R$ 6,00 provocará um desequilíbrio mer-
cadológico, ao passo que provocará um excesso de oferta e/ou uma escassez de demanda. 
O mesmo se aplica para valores inferiores a R$ 6,00, vez que tal condição provocará um 
excesso de demanda e/ou uma escassez de oferta.
REFLITA
Se os produtores oferecem mais quando os preços são maiores e os consumidores 
querem comprar mais por preços menores, como se chega ao equilíbrio de mercado?
Fonte: Albergoni (2008, p. 109).
41UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
Por outro lado, é importante destacar que existem vários fatores que podem deslocar 
tanto a curva de demanda quanto a curva de oferta. São os chamados fatores extra-preço. 
Tais deslocamentos podem ocorrer tanto para a direita quanto para a esquerda, sinalizan-
do aumentos ou diminuições nas quantidades ofertadas. A título de exemplo, gostaria de 
convidá-lo a analisar a figura XX, que retrata um deslocamento do ponto de equilíbrio em 
decorrência de alterações na demanda.
FIGURA 2: DESLOCAMENTO DA CURVA DE DEMANDA
Fonte: Vasconcellos e Garcia (2014, p. 49).
Note que a curva de demanda está sendo deslocada para a direita. Suponha que 
tal deslocamento seja decorrente de um ganho de renda, o que permite que tal indivíduo 
demande quantidades maiores do bem. Observe ainda que um novo ponto de equilíbrio 
vai surgir, ponto B, pois o deslocamento da curva de demanda para a direita, num primeiro 
momento, provoca um desequilíbrio no mercado, pois a demanda aumentará diante de 
uma oferta até então constante. Tais produtores, precisarão se adequar a esse aumento 
da demanda. Nessa direção, ao se adequarem, oferta e demanda se igualam a um novo 
preço, sendo ele maior que o preço do equilíbrio inicial. Em se tratando de deslocamento da 
curva de oferta, a linha de raciocínio é exatamente a mesma, isto é, ao deslocar a curva de 
oferta, independente de ser para a direita ou para a esquerda, um novo ponto de equilíbrio 
irá surgir, em decorrência do desequilíbrio inicial provocado pelo deslocamento. Esse novo 
equilíbrio proporcionará novas quantidades para a demanda e oferta, quantidades estas 
que serão as mesmas para ambos, e um novo preço.
42UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
2. CRESCIMENTO ECONÔMICO
Quando se estuda economia, é impossível não falar de crescimento econômico, 
afinal, mensurar o crescimento econômico de uma país, região, estado ou município, é 
um procedimento bastante comum. A indicação de crescimento traz conforto, estabilidade, 
novos investidores, diminui especulação, mantém os empregos, o ritmo de investimentos, 
entre outros. Ou seja, estar crescendo economicamente é um bom sinal. Por outro lado, 
quando não se está crescendo, o medo da recessão, da crise, dos riscos, entre outros, 
aumenta e o cenário econômico tende a ser menosagressivo. Mas afinal, quando ocorre 
crescimento econômico? A resposta para esta questão é relativamente simples, ao passo 
que ocorre crescimento econômico quando há um aumento da produção e consumo de 
bens e serviços. Desta forma, pode-se dizer que o crescimento econômico retrata um 
aumento sustentado da atividade econômica em um determinado período de tempo. Mas 
afinal, como ele é mensurado? O crescimento econômico é mensurado por meio de índices 
como o Produto interno bruto, popularmente conhecido como PIB e produto nacional bruto, 
popularmente conhecido como PNB.
43UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
SAIBA MAIS
O produto é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma sociedade. 
Devemos observar o conceito de bens e serviços finais: são aqueles bens e serviços 
destinados diretamente ao consumidor, isto é, que não serão mais objeto de transfor-
mação na produção antes de serem adquiridos pelo consumidor. Portanto, estamos 
excluindo de nossa mensuração os bens e serviços intermediários que passam pelo 
processo de transformação e agregam valor antes de serem adquiridos pelo consumi-
dor. Se considerarmos esses insumos, estamos incorrendo em duplas contagens.
Fonte: Albergoni (2008, p. 189).
Nessa direção, a questão chave acerca do crescimento econômico é: como 
alcançar o crescimento econômico? Especialistas no assunto, afirmam que para que o 
crescimento econômico seja alcançado, é preciso que a economia alcance um resultado 
integrado, isto é, todos os setores, sendo eles: primários, secundários e terciários, devem 
crescer. Para tal, faz-se necessário investir em fontes de crescimento. As principais fontes 
de crescimento são: (a) capital físico; (b) capital humano; e (c) tecnologia. Em se tratando 
de capital físico, destaca-se que os mesmos correspondem aos ativos não humanos que 
são utilizados na produção. A título de exemplo, pode-se citar a máquinas, os equipamentos 
e as edificações. O capital humano, por sua vez, correspondem as atividades desenvolvidas 
por seres humanos. Quanto maior for a habilidade e o conhecimento do indivíduo para o 
exercício da atividade maior será a sua produtividade. Por isso, investir em capital humano 
no presente, pode ser um custo no período corrente, que será compensado no futuro pela 
sua melhor performance e em prol do progresso técnico. Por fim, a tecnologia correponde 
a força motora principal do crescimento econômico. Dados históricos nos mostram que 
o desenvolvimento tecnológico, entre outros, proporciona aumento na produtividade do 
trabalho, o que o torna indispensável para o crescimento econômico.
REFLITA
Por que medir a atividade econômica?
Fonte: Albergoni (2008, p. 187).
44UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
Por outro lado, é importante destacar que alguns fatores influenciam diretamente as 
variações do PIB, entre eles, destaca-se: (a) o consumo da população; (b) o investimento 
das empresas; (c) os gastos do governo; e (d) as exportações. Em se tratando do consumo 
da população, é fato que a economia crescerá mais quanto mais as pessoas gastarem. 
Desta forma, é óbvio afirmar que maior será o PIB quanto maior for o consumo e vice-ver-
sa. Já os investimentos das empresas, contribuem da seguinte maneira: quanto mais as 
empresas investem, mais elas contribuem com o crescimento do PIB, isto é, ao comprar 
máquinas, equipamentos, tecnologia, entre outros, as empresas ajudam no crescimento 
do país. Com os gastos do governo, não é diferente. Ou seja, quando o estado investe na 
economia, por meio da construção de obras e/ou estradas, contratação de funcionários 
e/ou adquirindo produtos de modo geral, ele também contribui para o crescimento. Por 
fim, mas não menos relevante, a contribuição das exportações, é indispensável para um 
crescimento sustentado, ao passo que o dinheiro que entra no país é utilizado para fins de 
investimento e consumo e com isso o Produto Interno bruto cresce. Logo, pode-se dizer 
que o crescimento econômico está voltado para produção e consumo e por conseguinte 
enriquecimento.
No entanto, cuidado para não confundir crescimento econômico com desenvolvi-
mento econômico. Essa confusão é muito comum entre os estudantes. O desenvolvimento 
econômico está voltado para a qualidade de vida das pessoas e é mensurado por meio de 
indicadores que consideram variáveis como educação, saúde, renda e pobreza. Atualmen-
te, o índice mais utilizado é o índice de desenvolvimento humano, popularmente conhecido 
como IDH.
45UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
3. INFLAÇÃO: CONCEITO E CAUSAS
Comumente, ouvimos falar sobre inflação. Seja nos noticiários, em jornais, em re-
vistas, ou até mesmo num bate papo entre amigos. No entanto, embora seja muito comum 
ouvir falar sobre inflação, a maioria das pessoas não sabem definir o que é inflação. Por 
isso, é importante que antes de qualquer outra análise você saiba definir o que é inflação. 
Nessa direção, define-se inflação, como alta persistente e generalizada dos preços da 
economia. Atente-se para essas duas palavras destacadas, quais sejam: persistente e 
generalizada. Isto é, se a alta de preços não for persistente e generalizada, não estamos 
diante de um contexto inflacionário e sim de um efeito transitório em decorrência de algum 
acontecimento que tenha afetado a economia. De acordo com Albergoni (2008, p. 267):
Inflação pode ser definida como aumento contínuo assistente generalizado 
do nível de preços. contínuo e persistente porque não ocorre esporadicamen-
te e sim em um período prolongado de tempo. Generalizado porque atinge os 
preços de todos os produtos da economia. O aumento dos preços de apenas 
um produto não caracteriza como inflação se não atingir os demais é apenas 
um fenômeno isolado.
A inflação não é um privilégio de uma ou outra economia, isto é, todas as economias 
precisam lidar com diferentes níveis de inflação. É fato que algumas economias enfrentam 
a questão da inflação com mais facilidade e que outras enfrentam problemas de natureza 
crônica e exagerada, denominada de hiperinflação. O Brasil enfrentou o problema da hipe-
rinflação entre as décadas de 80 e 90. A taxa de inflação chegou a patamares altíssimos. 
Nessa época as pessoas enfrentavam muitas dificuldades. É importante destacar que há 
46UNIDADE III Introdução à Macroeconomia
períodos em que ocorre a deflação que pode ser definida como redução contínua, persis-
tente e generalizada de preços. Ou seja, estamos diante do efeito contrário, pois ao invés 
de ocorrer um aumento dos preços o que há é uma redução constante. Nem preciso te dizer 
que esse é um evento bastante raro de acontecer, porém algumas economias, entre elas os 
Estados Unidos da América, já tiveram que lidar com esse fenômeno no final do século XIX.
O Brasil só conseguiu vencer o problema da hiperinflação entre as décadas de 
80 e 90, com a instituição de um plano de estabilização, após várias tentativas frustradas, 
popularmente conhecido como Plano Real. Embora, após a sua instituição ainda tenha 
havido focos inflacionários, nem de longe ele se aproximou da inflação vivida entre as 
décadas supracitadas. Mas afinal, qual é o maior efeito da inflação? A resposta para essa 
questão também é relativamente simples, ao passo que o maior efeito da inflação é a 
redução do poder de compra da moeda, isto é, a moeda utilizada no país sofre uma des-
valorização. Em outras palavras, o aumento generalizado e contínuo de preços exerce um 
efeito negativo sobre a economia e impõe consideráveis custos, ainda que esses custos 
sejam imperceptíveis.
SAIBA MAIS
Um dos custos da inflação é a necessidade de mais esforços para realizar transações. 
Quem fica com o dinheiro em mãos perde poder de compra. Se a inflação é diária, en-
tão a perda é cada vez maior. Nesse caso, para realizar as compras e evitar perda do 
poder de compra, as pessoas mantêm seu dinheiro no banco e precisam retirá-lo cons-
tantemente. Esses saques envolvem

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