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• Renato, 23 anos, jogava vôlei • Sofreu distensão muscular e se automedicou com paracetamol 750 mg aliviou a dor, mas não parou de treinar aumentou a dosagem chegando a tomar 6 comprimidos em um dia • Uso de destilado e corote + 2 comprimidos de paracetamol 750 mg dia seguinte acordou amarelo • Anteriormente ao visitar o médico por estar também amarelo, soube que tem um problema “genético” que não precisava se preocupar • Depois de ter descansado no domingo segunda acordou ictérico (olhos), com náuseas e dor em hipocôndrio direito • Após algum tempo apresentou piora da icterícia (olhos e pele) e urina muito escuros • Hipóteses de colegas: hepatite alcoólica; pedra na vesícula • Pronto socorro: o Exame físico: fígado 4 cm abaixo do rebordo costal; ausência de ascite o Ultrassonografia: hepatomegalia; sem dilatação das vias biliares intra e extra hepáticas o Solicitou exame de sangue o Resultados dos exames: foi detectado problema sério no fígado e ficou internado o Comparação com os outros exames: Exames anteriores Exames do PS ASL 28 1249 ALT 27 934 Fosfatase alcalina 102 206 Gama- GT 41 415 Bilirrubina indireta 1,7 1,2 Bilirrubina direta 0,2 3,4 Bilirrubina total 1,9 4,6 PORTANTO, no exame anterior a bilirrubina indireta estava maior que no OS e a bilirrubina direta e total PROBLEMA CENTRAL: paciente ictérico HIPÓTESES: OBJETIVOS: Pesquisar sobre o paracetamol ● Farmacodinâmica O paracetamol é um analgésico e antitérmico, que promove: ● Analgesia: ● Elevação do limiar da dor ● Inibindo a síntese de prostaglandinas ao nível do SNC → REDUZ A FEBRE ● Bloqueia a geração do impulso doloroso ao nível periférico ■ Ou seja, bloquea a geração de impulsos nos quimiorrecetores sensíveis à bradicinina, responsáveis pela ação dos impulsos nocicetivos ● Inibição da COX - 3 (inibição da conversão de ácido araquidônico em prostaglandina ou tromboxanos) ■ Ou seja, diminuem os níveis de PGE2 SNC a partir da ciclooxigenase ■ Mas tem uma fraca atividade anti-inflamatória que tem sido explicada pela fraca ação inibitória do paracetamol sobre a COX-1 e COX-2. ● Antagonista da substância P da espinal medula → neurotransmissor responsável pela modulação da dor ● Antipirese: ● Atua sobre o centro hipotalâmico regulador da temperatura para produzir uma vasodilatação periférica que: ● aumento do fluxo de sangue na pele, de sudorese e da perda de calor e ação central provavelmente relacionada com a inibição da síntese de prostaglandinas no hipotálamo. ● Inibe a ação de pirogénios endógenos nos recetores N-metil-d-aspartato (NMDA) do hipotálamo, resultando em vasodilatação periférica, sudorese e dissipação de calor ● Os pirogénios endógenos produzidos pelos leucócitos provocam um aumento de prostaglandinas E no líquido cefalorraquidiano. ● Interação medicamentosa Não se recomenda a ingestão de paracetamol com altas doses de barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina, sulfimpirazona. − barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina e sulfimpirazona: a hepatotoxicidade potencial do paracetamol pode ser aumentada por grandes doses ou administração prolongada destes fármacos. − álcool: a hepatotoxicidade potencial do paracetamol pode ser aumentada com a ingestão crônica e excessiva de álcool. O consumo de álcool afeta negativamente a função hepática e pode aumentar o risco de toxicidade no fígado com o uso de produtos que contenham paracetamol, especialmente após overdose. − medicamentos hepatotóxicos, indutores de enzimas hepáticas: o risco de hepatotoxicidade com doses tóxicas únicas ou com o uso prolongado de doses elevadas do paracetamol pode aumentar nos pacientes que se utilizam dessas substâncias. − anticoagulantes derivados da cumarina ou da indandiona aumentar o efeito do anticoagulante, possivelmente devido à diminuição da síntese hepática dos fatores que favorecem a coagulação. ● Contraindicação Além disso, o paracetamol é contraindicado para pessoas com insuficiência renal ou hepática, etilistas crônicos (pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool) —dado o seu alto poder de toxidade (hepatotoxicidade) ● Efeitos adversos Paracetamol é relativamente não tóxico, em doses terapêuticas. ■ Outras reações de sensibilidade, incluindo edema de laringe, angioedema, reações anafilactóides, podem ocorrer raramente. ■ Trombocitopenia, leucopenia, pancitopenia têm sido associados com uso de derivados p-aminofenol, especialmente com administração prolongada de altas doses. ■ Neutropenia e púrpura trombocitopênica têm ocorrido com uso de paracetamol. ■ A agranulocitose tem sido relatada raramente em pacientes recebendo paracetamol. ● SNC: cefaléia de rebote ● AD: hepatite, insuficiência hepática, pancreatite ● AGU: cólica renal, insuficiência renal, piúria estéril ● HEMAT: agranulocitose, trombocitopenia, anemia, hipoglicemia https://consultaremedios.com.br/carbamazepina/bula https://consultaremedios.com.br/rifampicina/bula ● DERM: dermatite alérgica, reações alérgicas ■ Distúrbios metabólicos e nutricionais: perda de apetite; ok ■ Distúrbios gastrintestinais: vômitos, náusea e desconforto abdominal; ok ■ Distúrbios hepatobiliares: necrose hepática, insuficiência hepática aguda, icterícia, hepatomegalia e sensibilidade anormal à palpação do fígado; ● A necrose hepática é o efeito tóxico agudo mais grave associado com a superdosagem e é potencialmente fatal. ■ Distúrbios gerais e condições do local de administração: palidez, hiperidrose e mal-estar geral; ○ Intoxicação (Verificar qual tipo de lesão induzida no fígado) ■ A toxicidade por paracetamol pode resultar de uma única dose tóxica, de ingestão repetida de grandes doses (por exemplo 7,5 a 10 g/dia por 1 a 2 dias), e de ingestão crônica da droga. ● Se uma superdosagem foi ingerida, o indivíduo deve ser hospitalizado por vários dias, mesmo sem efeitos aparentes, pois o máximo dano hepático não se torna aparente antes de 2 a 4 dias após a ingestão da droga ■ O paracetamol também pode ser oxidado a uma espécie reativa e potencialmente tóxica, a N-acetil-p-benzoquinoneimina (NAPQI). ● Em dosagem terapêutica, a glutationa pode conjugar-se com a NAPQI e, assim, destoxificá-la, porém a superdosagem provoca depleção das reservas de glutationa, deixando a NAPQI livre ○ Quantidade livre de NAPQI se liga rapidamente aos hepatócitos, inciando o processo de injúria com necrose hepatocelular centrolobular, ■ que pode se seguir por uma resposta inflamatória secundária a partir das células de Kupffer em um segundo estágio, estendendo a zona de lesão hepática ○ Se esse processo não for controlado, poderá ocorrer necrose dos hepatócitos e insuficiência hepática aguda. ○ Fases da intoxicação: ■ 30-24 anorexia, náusea, vômito ■ 24-72 lesão nos fígados, aumenta as transaminases ■ 72-96 hepatócito toxicidade máxima ■ 96-semanas Posologia A dose recomendada de paracetamol varia de 10 a 15 mg/kg/dose, com intervalos de 4 a 6 horas entre cada administração. Não exceda 5 administrações (aproximadamente 50-75 mg/kg), em um período de 24 horas. Para crianças abaixo de 11 kg ou 2 anos, consultar o médico antes do uso. Classe Terapêutica: analgésico não narcótico, antipirético ● sem atividade anti-inflamatória ■ Metabolismo: ● A metabolização do paracetamol pode produzir intermediários altamente reativos nas células hepáticas, neste processo, a maior parte sofre conjugação: 5. Conjugação com glucoronídeo (cerca de 55 a 60%) - ácido glicurônico i. Em adultos, a maior parte do paracetamol é conjugada com ácido glucorônico e em menor extensão com sulfato 6. Conjugação com sulfato (cerca de 30 a 35%) i. Em recém nascidos prematuros e a termo, e, em crianças de baixa idade, predomina o conjugado sulfato 7. 5% ou menos são excretados na forma inalterada 8. Os 5 a 10% restantes são oxidados um intermediário reativo, a N-acetil-p benzoquinoneimina(NAPQI). ■ Essa oxidação é catalisadapor enzimas citocromo P450(CYP), principalmente CYP2E1, bem como pela CYP3A4 CYP1A2, e pel prostaglandin H synthase(PHS)● que cria um composto eletrofílico reativo, chamado NAPQI → uma substância hepatotóxica ● Em dosagem terapêutica, a glutationa pode conjugar-se com a NAPQI e, assim, destoxificá-la, formando um metabólito atóxico prontamente excretado ○ porém a superdosagem provoca depleção das reservas de glutationa, deixando a NAPQI livre para atacar proteínas celulares e mitocondriais, resultando finalmente em necrose dos hepatócitos ○ Os metabólitos derivados do glucoronídeo, sulfato e glutationa são desprovidos de atividade biológica. ■ Eliminação: ● Em adultos a meia vida de eliminação do paracetamol é cerca de 2 a 3 horas e em crianças é cerca de 1,5 a 3 horas. ○ Ela é aproximadamente uma hora mais longa em recém-nascidos e em pacientes cirróticos. ● O paracetamol é eliminado do organismo sob a forma de: ○ Conjugado glucoronídeo (45% a 60%) ○ Conjugado sulfato (25% a 35%), ○ Tióis (5% a 10%), como metabólitos de cisteína mercaptopurina e catecóis (3% a 6%), ■ que são excretados na urina. ● A depuração renal do paracetamol inalterado é cerca de 3,5% da dose. N acetilcisteina Mucolítico, Antídoto ● Farmacodinâmica ○ interage com as pontes de dissulfeto de mucoproteínas é utilizada por nebulização, oral ou IM ○ N acetilcisteína: recuperar a glutationa que se liga no metabólito tóxico, logo, é um antioxidante, além de fluidificante Interagem com (quebram) as pontes de dissulfeto de mucoproteínas, aumentando a fluidez do muco ● Interação medicamentosa paracetamol- A maior parte do metabolismo do paracetamol consiste na conjugação com glucorônico e sulfato, existindo uma pequena parte que se converte, através do citocromo P-450 reductase, num metabólito muito reativo que se liga ao hepatócito de forma irreversível. O primeiro efeito tóxico do paracetamol é a hepatotoxicidade causada por este metabólito reativo, chamado n-acetil- p-benzoquinoneimina (NABQI). Em doses terapêuticas o NAPQI é inativado pela glutationa, mas em altas doses ocorre um aumento do NABQ formado causando a diminuição na reserva hepática de glutationa. A NABQI livre em excesso provoca necrose hepática e aumento do estresse oxidativo no fígado O uso da acetilcisteína repõe as reservas de glutationa no fígado e nos rins. Esta reposição de glutationa vai inativar os NABQI que estão livres e em excesso devido à superdose A acetilcisteína pode permitir reparar o dano oxidativo por produzir cisteína e glutationa e pode agir como fonte de sulfato para permitir a união com o paracetamol. ● Contraindicação contra-indicado para pacientes com histórico de hipersensibilidade conhecida a acetilcisteína e/ou demais componentes de sua formulação. Não deve ser administrado à pacientes com úlcera gastroduodenal. ● Efeitos adversos irritação da garganta, rinorréia (33), estomatite, náusea (23), vômito (23), hipertensão intracraniana (29), febre e frio. Todas estas reações adversas são geralmente pouco freqüentes. ● Posologia De maneira geral a posologia é de 9 a 15 mg/Kg/dia, • Compreender o resultado dos exames AST ALT Fosfatase Alcalina Gama-GT Bilirrubina indireta Bilirrubina direta Bilirrubina Total Exames anteriores Exames do PS 28 1249 27 934 102 206 41 415 1,7 1,2 0,2 3,4 1,9 4,6 ○ Transaminases (TGO e TGP) ■ As transaminases ou aminotransferases são enzimas presentes dentro das células do nosso organismo, ● Responsáveis pela metabolização de algumas proteínas. ○ As duas principais aminotransferases são a TGO (transaminasse glutâmica oxalacética) e a TGP (transaminase glutâmica pirúvica). ○ Elevação TGO e TGP ■ Exame: é realizada uma coleta do soro sanguíneo para análise laboratorial. ● O TGO e TGP são medidos na parte líquida do sangue, o soro. Os valores de referência são: ○ TGO: entre 5 e 40 unidades por litro de soro. ■ conhecido como transaminase oxalacética ou AST (aspartato aminotransferase). ■ É produzida no fígado e está presente também no coração, músculos, rim e cérebro, portanto não é específica para diagnóstico de problemas hepáticos. ○ TGP: entre 7 e 56 unidades por litro de soro. ■ conhecido como transaminase pirúvica ou ALT (alanina aminotransferase). ■ É produzida, em sua grande maioria, no fígado e é um marcador mais específico de doença hepática. ■ Quando a dosagem está normal, a maior parte destas enzimas se encontram dentro das células do fígado. ■ Quando a dosagem apresenta resultados incomuns, as enzimas são derramadas no sangue. ● A elevação dos níveis de TGO e TGP pode indicar lesão de células do fígado, por infecções, medicamentos, intoxicação, tumores, traumas, dentre outros fatores. ○ A elevação de TGP é mais específica, enquanto a elevação de TGO pode indicar lesão em outros órgãos e tecidos como músculos, rins, cérebro e coração ■ A elevação considerada anormal é quando os valores se encontram acima de 30-40 UI/ML, o que mostra que existe alguma destruição celular ○ Fosfatase alcalina: AUMENTADO ■ É uma enzima que está presente em diversos tecidos do corpo, estando em maior quantidade nas células dos ductos biliares, que são os canais que conduzem a bile do interior do fígado para o intestino, e nos ossos, sendo produzida pelas células envolvidas na sua formação e manutenção. ■ O exame da fosfatase alcalina é geralmente utilizado para investigar doenças no fígado ou nos ossos, quando estão presentes sinais e sintomas como dor no abdômen, urina escura, icterícia ou deformações e dor ósseas, por exemplo. Adulto: 46 a 120 U/L ■ Fosfatase alcalina alta ● A fosfatase alcalina pode estar elevada quando existem problemas no fígado como: ○ Obstrução do fluxo biliar, provocados por cálculos biliares ou câncer, que bloqueiam os canais que conduzem a bile para o intestino; ○ Hepatite, que é uma inflamação no fígado que pode ser provocada por bactérias, vírus ou produtos tóxicos; ○ Cirrose, que é uma doença que conduz à destruição do fígado; ○ Consumo de alimentos gordurosos; ○ Gama-GT: AUMENTADO ■ O teste da gama-glutamil transpeptidase (GGT), ou exame Gama GT, mede a quantidade da enzima GGT no sangue. ● A GGT funciona no corpo como uma molécula de transporte, ajudando a mover outras moléculas ao redor do corpo. Ele desempenha um papel importante em ajudar o fígado a metabolizar drogas e outras toxinas. ○ Está concentrada no fígado, mas também está presente na vesícula biliar, no baço, no pâncreas e nos rins. ■ Valor de referência: AUMENTADA ● A faixa normal de níveis de GGT é de 9 a 48 unidades por litro (U / L). Valores normais podem variar devido a idade e sexo. ■ ALTO: ● Os níveis sanguíneos de GGT são geralmente elevados quando o fígado está danificado. ○ O etilismo também é associado a elevação das concentrações séricas de GGT. Na verdade, mesmo pequenas doses de álcoolsão capazes de aumentar sua concentração no plasma sanguíneo. ○ O exame de Gama GT pode indicar, na maior parte dos casos, coledocolitíase (cálculos biliares). Entretanto, algumas outras patologias hepáticas também são caracterizadas por aumentos da GGT sérica, como hepatites e cirrose hepática. ○ Bilirrubina indireta: AUMENTADA ■ Valor de referência: Bilirrubina indireta: 0,20 a 0,80 mg/dL. ■ A bilirrubina indireta pode se acumular quando há uma grande destruição de hemácias – além daquela considerada normal -, jogando na circulação sanguínea uma quantidade de bilirrubina maior do que a capacidade do fígado de excretá-la. ■ Essa destruição é chamada de hemólise e pode ocorrer por vários motivos: ● Uso de fármacos, como ribavirina, benzocaína, dapsona, fenazopiridina, paraquat, gás arsênico e chumbo. ■ O acúmulo de bilirrubina indireta também pode ocorrer por incapacidade do fígado em conjugar a mesma em bilirrubina direta. ● A síndrome de Gilbert e a síndrome de Crigler-Najjar são duas doenças genéticas que podem causar icterícia por deficiência da enzima do fígado responsável pela conjugação da bilirrubina (leia: SÍNDROME DE GILBERT, CRIGLER-NAJJAR e DUBIN-JOHNSON). ■ A elevação da bilirrubina direta ocorre por obstrução biliar ou lesão nas células do fígado (lesão hepática).É comum em casos de: ● Cálculos biliares: depósitos de material sólido, normalmente cristais de colesterol, na vesícula biliar; ● Fibrose nos ductos biliares: bloqueio dos ductos biliares por cicatrizes que ocorrem no fígado; ● Tumores: os tumores causam obstrução biliar e provocam alteração no metabolismo da bilirrubina direta. ○ Bilirrubina direta: AUMENTADA ■ Valor de referência: Bilirrubina direta: 0,00 a 0,20 mg/dL; ■ A icterícia por bilirrubina direta ocorre quando o fígado consegue conjugar a bilirrubina, mas por algum motivo não consegue excretá-la em direção aos intestinos. Entre as principais causas podemos citar: ● Hepatites virais. ● Esteatose hepática grave.● Cirrose hepática. ● Cirrose biliar primária. ● Obstrução das vias biliares por cálculos. ● Câncer do fígado ou das vias biliares. ● Câncer do pâncreas com obstrução das vias biliares. ○ Bilirrubina Total: AUMENTADA ■ Valor de referência: Bilirrubina total: 0,20 a 1,00 mg/dL; ■ Os níveis elevados de bilirrubina total e indireta no sangue indicam um aumento da produção de bilirrubina ou deficiência do fígado relacionada ao metabolismo desta substância. Ocorre em casos de: ● Anemia hemolítica: doença na qual ocorre a degradação prematura dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias); ● Síndrome de Gilbert: distúrbio benigno e genético que causa elevação nos níveis de bilirrubina na corrente sanguínea; ● Cirrose hepática: doença que provoca a substituição do tecido normal do fígado por tecido cicatricial e impede o órgão de desempenhar sua função. Este tecido cicatricial ocorre quando o fígado sofre lesões contínuas e repetidas por consumo abusivo de álcool, por exemplo. • Relacionar os sinais e sintomas com o possível diagnóstico ● Etiologia (de cada uma à genética, medicação, álcool) medicamentosa ■ A hepatite medicamentosa é uma grave inflamação do fígado causada pelo uso prolongado de alguns tipos de medicamentos, especialmente aqueles que têm capacidade para causar irritação do fígado, como o Paracetamol → o que pode resultar em hepatite aguda ou hepatite fulminante, por exemplo ● Epidemiologia ● Os dados epidemiológicos de hepatopatia medicamentosa são certamente subestimados uma vez que a maioria dos casos é assintomático e não necessita de tratamento. ● Estima-se que lesões mais significativas correspondem a menos de 10% dos casos. ● Por exemplo, na Inglaterra se observa cerca de 22 casos por 1 milhão de habitantes, com maior prevalência no sexo feminino. Há poucos dados disponíveis em países menos desenvolvidos. ● Fisiopatologia ■ A metabolização do paracetamol pode produzir intermediários altamente reativos nas células hepáticas, neste processo, a maior parte sofre conjugação: 1. Conjugação com glucoronídeo (cerca de 55 a 60%) - ácido glicurônico i. Em adultos, a maior parte do paracetamol é conjugada com ácido glicurônico e em menor extensão com sulfato 2. Conjugação com sulfato (cerca de 30 a 35%) i. Em recém nascidos prematuros e a termo, e, em crianças de baixa idade, predomina o conjugado sulfato 3. 5% ou menos são excretados na forma inalterada 4. Os 5 a 10% restantes são oxidados um intermediário reativo, a N-acetil-p benzoquinoneimina(NAPQI). ○ Essa oxidação é catalisadapor enzimas citocromo P450(CYP), principalmente CYP2E1, bem comopela CYP3A4 CYP1A2, e pela prostaglandin H synthase(PHS) ■ que cria um composto eletrofílico reativo, chamado NAPQI → uma substância hepatotóxica ■ Em dosagem terapêutica, a glutationa pode conjugar-se com a NAPQI e, assim, destoxificá-la, formando um metabólito atóxico prontamente excretado ● porém a superdosagem provoca depleção das reservas de glutationa, deixando a NAPQI livre para atacar proteínas celulares e mitocondriais, resultando finalmente em necrose dos hepatócitos ○ Quantidade livre de NAPQI se liga rapidamente aos hepatócitos, inciando o processo de injúria com necrose hepatocelular centrolobular, ■ que pode se seguir por uma resposta inflamatória secundária a partir das células de Kupffer em um segundo estágio, estendendo a zona de lesão hepática ● A glutationa é um antioxidante intracelular que protege as células contra o estresse oxidativo, neutralização as lesões. O paracetamol, por sua vez, quando administrado a ponto de “overdose”, causa grave hepatotoxicidade por debilitar a glutationa, que consequentemente causa necrose centrilobular da zona 3 onde possui maior concentração de dejetos metabólitos dos hepatócito ● O NAPQI excessivo pode esgotar o GSH hepático e ligar-se às proteínas e ao DNA, o que acaba levando a alterações patológicas dos hepatócitos, incluindo estresse oxidativo, disfunção mitocondrial, necrose celular e apoptose ● Se esse processo não for controlado, poderá ocorrer necrose dos hepatócitos e insuficiência hepática aguda. ■ Posologia: ● O fármaco é mais eficaz se introduzida em 8 h após a ingestão do paracetamol. Após 24 h, o benefício do antídoto é questionável, mas deve ser administrado ○ Deve ser administrada em uma dose de ataque de 140mg/Kg; seguida de uma dose de manutenção de 70 mg/Kg de 4 em 4 horas, até um total de 17 doses, conforme a evolução do caso. ○ A n-acetilcisteína é igualmente eficaz se for dada por via oral ou IV. ● O gosto da n-acetilcisteína não é agradável, podendo ainda causar vômitos ■ Mecanismo de ação: ● Administração de um antagonista capaz de bloquear a ação do fármaco ● Uma das consequências da superdosagem consiste na depleção da glutationa intracelular pelo metabólito do fármaco, a N-acetil-p benzoquinoneimina (NAPQI). ○ NAC produz a restauração das reservas de glutationa, podendo impedir a ocorrência de insuficiência hepática e morte ● NAC reage diretamente com a NAPQI ○ desativando o metabólito tóxico NAPQI do acetaminofen (N-acetil-p-benzoquinona imina) antes de que cause dano às células hepática ● Não reverte os danos já causados ● Quadro clínico ■ Os sintomas da hepatite medicamentosa surgem de forma repentina, normalmente após o uso do medicamento, sendo os principais sintomas: ● Febre baixa; ● Cor amarelada na pele e na parte branca dos olhos; ● Coceira pelo corpo; ○ A deposição do pigmento na pele, além de ser responsável pela coloração amarelada, também causa uma coceira intensa. Muitas vezes, o paciente se queixa mais da coceira do que da própria alteração de cor da pele. ● Dor no lado direito do abdômen; ● Náuseas; ● Vômitos; ● Mal-estar; ● Urina escura como cor de coca-cola; ○ Quando a icterícia é de origem direta, ou seja, devido a bilirrubina solúvel em água, podemos ter mais dois achados típicos: ■ Colúria ● Quando há muita bilirrubina direta no sangue, há consequentemente muita bilirrubina sendo filtrada pelos rins. O resultado é uma urina cor escura (tipo Coca-Cola) ou com um alaranjado forte, causado pelo excesso de pigmento na mesma. ● Como a bilirrubina indireta não é solúvel na água, ela não é filtrada pelos rins. Portanto, a colúria é um sinal típico de icterícia por bilirrubina direta. ● Cansaço fácil e sem razão aparente ● Fezes de cor clara como argila ou massa de vidraceiro. ■ É importante que os sintomas da hepatite medicamentosa sejam identificados rapidamente, pois quando o tratamento é feito nas fases iniciais da doença, é possível controlar os sintomas e diminuir a inflamação do fígado ○ i) Na 1a fase (0,5-24 horas) a sintomatologia é inespecífica, sendo caracterizada por anorexia, náuseas, vómitos e mal-estar. Alguns pacientes poderão não apresentar manifestações clínicas neste período; ○ ii) Na 2a fase (24-72 horas) ocorre o aparecimento de lesões no fígado, dor no quadrante superior direito do abdômen, aumento das transaminases hepáticas como a alanina transaminase (ALT) e o aspartato transaminase (AST), aumento da bilirrubina, hipoglicemia, acidose metabólica e insuficiência renal aguda. Considera-se a existência de hepatotoxicidade quando os níveis de ALT ou de AST ultrapassam 1000 UI/l ○ iii) Na 3a fase (72-96 horas) ocorre a hepatotoxicidade máxima podendo ocorrer insuficiência hepática fulminante, hemorragia, septicemia,edema cerebral síndrome da angústia respiratória, incluindo a falência de múltiplos órgãos e morte; diagnóstico- ● A abordagem geral em pacientes suspeitos de intoxicação deve incluir os seguintes dados: identificação dos agentes envolvidos (congestas), avaliação da gravidade, dose ingerida estimada, intenção do uso (suicida ou não), padrão do uso (agudo/crônico), tempo da ingesta e condições clínicas que possam predispor ao dano hepático. ● A amostra sérica para dosagem do Paracetamol deve ser obtida dentro de 4 a 24h após a ingesta para que possa ser aplicada no Nomograma de RumackMattheus. Este nomograma classifica em ‘casos possíveis’ e ‘casos prováveis’ de desenvolver hepatotoxicidade, identificando os pacientes que se beneficiam em receber o antídoto após uma overdose aguda. ● Em pacientes com história de ingesta há mais de 24h, o nível sérico deve ser utilizado apenas para confirmar o consumo da medicação, e a anamnese, associada aos níveis de AST e ALT, devem ser determinantes na decisão do tratamento. ● No quadro de intoxicação aguda deve-se solicitar primeiramente a dosagem sérica de Paracetamol e AST. Caso estejam alterados podem ser solicitados TP/INR, bilirrubinas, gama-GT, eletrólitos, fosfato, lactato, e exames de função renal. Neste caso, os exames de função hepática e o TP devem ser repetidos a cada 24h, até que os níveis de AST comecem a decair. ● Na intoxicação crônica, o diagnóstico requer uma combinação da anamnese, manifestações clínicas compatíveis e anormalidades laboratoriais. O nível sérico da medicação freqüentemente encontra-se dentro da faixa terapêutica e não se correlaciona com a toxicidade como no caso de overdoses agudas. Em pacientes com sinais de hepatotoxicidade, devem ser solicitados AST, ALT, TP/INR e creatinina diariamente. ● Tratamento ■ Na intoxicação aguda, N-acetilcisteína é recomendada se a hepatotoxicidade for provavelmente baseada na dose do paracetamol ou em seu nível sérico ● A lavagem gástrica deve ser realizada em todos os pacientes, de preferência dentro de 4 após a ingestão de sobredose tóxica de paracetamol ● Uso de carvão ativado durante as primeiras 2h após a administração. ● O dano hepático, pode ser evitado se for administrada uma dose inicial de N-acetilcisteína até um período de tempo entre as 8 e as 12 horas após a ocorrência da overdose. ● Prognostico Fase 1 - Ausência de Injúria Hepática (0,5-24h): assintomático ou manifestações clínicas inespecíficas (náuseas, vômitos, diaforese, palidez, malestar). Exames laboratoriais de função hepática se mantêm normais, ou apresentam discreta elevação de transaminases. Fase 2 - Início da Injúria Hepática (24h–72h): dor no quadrante superior direito e aumento do fígado. Ocorre melhora dos sintomas da primeira fase. A Aspartato Aminotransferase (AST) é o marcador mais sensível para detectar o início da hepatotoxicidade e precede evidências de disfunção hepática (aumento do INR e de bilirrubinas). Pode ocorrer uma perda de função renal. Fase 3 - Hepatotoxicidade Máxima (72h–96h): reaparecimento dos sintomas da primeira fase (náuseas, vômitos) simultaneamente a icterícia, confusão mental (encefalopatia hepática), coma e hemorragia. Os níveis de AST e da Alanina Aminotransferase (ALT) são maiores a 10.000 IU/L. Anormalidades de TP/INR, glicose, lactato, creatinina e pH são essenciais para determinar o prognóstico e o tratamento. Desfechos desfavoráveis geralmente ocorrem nesta fase, com falência hepática fulminante. Se o paciente sobreviver, ocorre resolução completa da disfunção hepática, sem sequelas. Fase 4 – Resolução (4 dias a 2 semanas): pacientes que sobrevivem ao terceiro estágio entram numa fase de recuperação da função hepática. A recuperação histológica ocorre após a melhora clínica e pode demorar até três meses. Após este período não se encontram evidências de fibrose hepática. Injúria Renal (24h–48h após a ingesta):hematúria, proteinúria, elevação de uréia e creatinina. Ocorre principalmente devido a necrose tubular aguda. A elevação da creatinina ocorre 2 a 3 dias após a ingesta (pico no 7º dia) e normaliza em um mês. Mas pode haver necessidade de diálise se o paciente apresentar oligúria. Fator de risco- Pessoas com idade avançada são as mais propensas a desenvolverem a hepatite medicamentosa por, na maioria das vezes, fazerem uso de outras medicações, ingerirem álcool, além da possível existência de doença hepática prévia. Gravidez, consumo de álcool e obesidade também são considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doença Existem fatores que podem determinar a ocorrência de toxicidade do paracetamol até mesmo por doses terapêuticas.Esses fatores podem depender do indivíduo, como genética, idade, comorbidades e uso de outras medicações, ou podem ser relacionados a seus hábitos de consumo, principalmente a ingestão de bebidas alcóolicas alcool ● A hepatopatia alcoólica é provocada por uso abusivo e prolongado de etanol, sem necessariamente estar ligada a dependência ao etanol, mas com outros fatores predisponentes, genéticos e ambientais, como o vírus da hepatite B e C, que possui prevalência de 30% nessa população ● Por motivos que devem estar relacionados com o metabolismo gástrico do etanol, como a menor concentração de álcool-desidrogenase e diferenças na composição corporal, as mulheres são mais suscetíveis a lesão hepática ● A ingestão em curto prazo de até 80 g/dia em homens (5-6 cervejas ou ± 200 mL de destilado com 40% de álcool) e 40g/dia em mulheres, geral mente produz alterações hepáticas brandas reversíveis, como a esteatose alcoólica ● A ingestão crônica de 40-80 g/dia, até mesmo valores mais baixos para mulheres, é con siderada um fator de risco para lesão grave. Fisiopatológico -O efeito hepatotóxico do álcool no parênquima hepático pode ser explicado por: ● O álcool afeta diretamente a organização do citoesqueleto, a função mitocondrial e a fluidez de membrana. ● O acetaldeído, principal metabólito do etanol, induz a peroxidação lipídica e a formação de conjugados acetaldeí do-proteína, afetando a função citoesquelética e de membrana. ● Radicais livres são gerados durante a oxida ção do etanol, reagindo e danificando as membranas e proteínas. ● Inflamação mediada por citocinas e dano celular são a principal característica da hepatite alcoólica e da doença hepática alcoólica de forma geral, sendo TNF o principal efetor da lesão. ➔ O excesso de etanol absorvido pela circulação porta é metabolizado predominantemente na região centrolobular do lóbulo hepático, local onde existe a ↑ concentração da enzima álcool-desidrogenase. ➔ O oxigênio acaba sendo intensamente consumido, gerando hipóxia centrolobular, local mais afetado e visualizado nas biópsias hepáticas. ➔ Diferente da cirrose, a hepatite alcoólica pode ocorrer logo depois de semanas ou meses de consumo excessivo. o Quadro clínico ● Mal-estar, febre e icterícia ● Anorexia e perda de peso ● Desconforto abdominal superior e hepatomegalia dolorosa à palpação e febre Ascite e hemorragia digestiva por rotura de varizes esofagogástricas complicam até 30% dos casos de hepatite alcoólica aguda, mesmo na ausência de cirrose pré-estabelecida. Isso acontece devido à hipertensão portal decorrente do edema hepatocelular difuso.. Diagnóstico da hepatite alcoólica ● Parte dos casos podem ser assintomáticos e diagnosticados apenas pelos achados laboratoriais típicos: ● Hiperbilirrubinemia ● Fosfatase alcalina elevada (< 3x do valor máximo) ● Leucocitose neutrofílica ● AST e a ALT séricas elevadas, mas abaixo de 500 U/mL ● AST/ALT > 2 o Tratamento sem alcool corticoides o Prognostico Prognóstico para doença hepática alcoólica A esteatose e a hepatite alcoólica sem fibrose causadas pelo consumo de álcool são reversíveis, uma vez interrompido o consumo de álcool. Com a abstinência, a completa resolução da esteatose hepática pode ocorrer em 6 semanas. Fibrose e cirrose costumam ser irreversíveis. genetica ○ A icterícia é um sinal clínico que se caracterizapela cor amarelada da pele, mucosas e olhos. Ela surge quando há excesso de uma substância chamada bilirrubina. ○ A icterícia é um sintoma típico das doenças do fígado e das vias biliares, sendo as hepatites, a cirrose e a obstrução das vias biliares suas principais causas. ○ As síndromes de Gilbert, Crigler-Najjar e Dubin-Johnson são três doenças que ocorrem por uma alteração do fígado de origem genética, interferindo no metabolismo normal das bilirrubinas e levando ao surgimento da icterícia Síndrome de Gilbert ● A síndrome de Gilbert, também chamada de disfunção hepática constitucional, é uma doença genética que acomete cerca de 5 a 10% da população mundial. ●benigna que não causa maiores problemas de saúde. Ela é causada por um defeito em uma gene chamado UGT1A, responsável pela produção da enzima glucoronil transferase, que por sua vez é responsável pela transformação da bilirrubina indireta em direta. Na síndrome de Gilbert, esta enzima apresenta uma redução na sua atividade em até 80%, acarretando em um acúmulo de bilirrubina indireta no sangue. ● Para se ter a síndrome de Gilbert é preciso receber uma cópia defeituosa do gene UGT1A tanto da mãe quanto do pai. Quem recebe uma cópia defeituosa e outra normal, costuma apresentar apenas uma discreta alteração das bilirrubinas e não desenvolve a síndrome completamente. Cerca de 30% da população carrega apenas um gene UGT1A defeituoso e, na maioria das vezes, nem sequer desconfia deste fato. Sintomas ● Mesmo naqueles com duas cópias defeituosas do gene, a doença costuma ser assintomática, ou quase. Nestes, os apenas 20-30% de função da glucoronil transferase são suficientes para se manter as bilirrubinas em um nível sanguíneo abaixo dos 3,0 mg/dl, o que não causa uma icterícia facilmente identificável. ● Na maioria dos pacientes com síndrome de Gilbert, a icterícia só ocorre em períodos de estresse, como em jejum prolongado, exercícios físicos extenuantes, doença febril (desidratação, hemólise (destruição anormal das hemácias) ou, em algumas mulheres, durante o período menstrual. ● Muitos casos de Gilbert são descobertos acidentalmente através de análises de sangue de rotina para avaliação da função hepática O paciente nunca se queixou de nada, mas apresenta níveis de bilirrubina indireta acima dos valores de referência. O resto das análises do fígado (TGO, TGP, Fosfatase alcalina e Gama-GT) encontram-se normais. ■ Tratamento ● Não há necessidade de se tratar a síndrome de Gilbert, porém, alguns cuidados são necessários. A mesma enzima glucoronil transferase que transforma a bilirrubina indireta em direta, também é responsável pela metabolização de algumas drogas no fígado, como o anticancerígeno Irinotecan e o antiviral Indinavir. ○ Síndrome de Crigler-Najjar ■ A síndrome de Crigler-Najjar é outra doença genética causada por defeitos no metabolismo das bilirrubinas, Ao contrário da síndrome de Gilbert que é benigna e relativamente comum, a Crigler-Najjar é muito rara pode levar a complicações sérias. ■ O mecanismo é semelhante ao Gilbert, devido a um defeito na produção da enzima glucoronil transferase, porém, na Crigler-Najjar a sua deficiência é muito mais grave. ■ Na síndrome de Crigler-Najjar tipo 1, o recém-nascido já apresenta icterícia persistente logo após o nascimento, intoxicação cerebral pelo excesso de bilirrubinas, chamada de kernicterus, ● Síndrome de Dubin-Johnson ○ A síndrome de Dubin-Johnson também é uma doença genética que cursa com aumento das bilirrubinas e icterícia sem outras alterações nas análises do fígado. Porém, ao contrário das síndromes de Gilbert e Crigler-Najjar, neste caso a bilirrubina que se acumula é direta (conjugada). ● Diagnostico diferencial- ictericia ○ As principais causas são: ■ Hepatite infecciosa ■ Hepatopatia alcoólica ■ Hepatopatia por medicamentos ■ Leptospirose ○ Esclera - cuidado com indivíduos negros ○ Cavidade oral: freia da língua ○ Pele ■ Coloração amarelada da pele, da esclerótica e do freio da língua caracteriza icterícia (provocada pela presença de hiperbilirrubinemia). ● **Diferenciar de carotenemia: poupa as escleras ○ carotenemia: coloração amarelada/meio laranja ● Hepatite inflamatória (hepatite viral, hepatite autoimune, hepatite tóxica) ● Doença hepática alcoólica ● Obstrução biliar ● Icterícia aguda em jovens saudáveis sugere hepatite aguda viral, particularmente se houver história de um quadro prodrômico, fatores de risco, ou ambos; entretanto, superdose de paracetamol também é uma possível causa. ● É provável que icterícia aguda após exposição a toxinas hepatotóxicas em indivíduos previamente saudáveis ocorra por causa dessa substância. ● História longa de abuso de álcool sugere doença hepática alcoólica, mormente na presença de estigmas de hepatopatia ao exame físico. ● História pessoal ou familiar de icterícia recorrente sem outros achados sugere doença hereditária, possivelmente síndrome de Gilbert. ● Icterícia de instalação gradual, acompanhada de prurido, perda ponderal e acolia fecal sugere colestase intra ou extra-hepática. ● Icterícia sem dor em idosos, acompanhada de perda ponderal e massa palpável, mas mínimo prurido sugere obstrução biliar por câncer. Pesquisar sobre a síntese de bilirrubina ● Fisiologia ○ Como forma/metabolismo da bilirrubina ? ■ Formação e destino dos pigmentos biliares: ● 1. Hemácias com mais de 120 dias rompem-se nos capilares esplênicos (baço) ○ Depois de 120 dias são hemácias velhos, não aguentam a compressão de capilares estreitos ● 2. Liberação da Hgb (hemoglobina) https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/causas-da-hepatite https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica-alco%C3%B3lica/doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica-alco%C3%B3lica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/hepatite/vis%C3%A3o-geral-da-hepatite-viral-aguda https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o-por-paracetamol https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica-alco%C3%B3lica/doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica-alco%C3%B3lica https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-hep%C3%A1ticos-e-biliares/abordagem-ao-paciente-com-doen%C3%A7a-hep%C3%A1tica/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-inatos-que-causam-hiperbilirrubinemia#v45110603_pt ● 3. Endocitose ( pelo processo de pinocitose) da Hgb por macrófagos e digestão em duas porção: porção Heme (libera biliverdina e ferro e bilirrubina) e porção globina (quebra em aminoácidos) ○ Ferro é exocitado pela transferrina (proteína plasmática a qual se liga) para o local de armazenamento (fígado) ou para o local de formação das hemácias(medula óssea) ■ No fígado se liga a apoferritina ● 4. Exocitose da bilirrubina para o plasma ● 5. Ligação da bilirrubina na albumina plasmática (bilirrubina livre, indireta ou não conjugada) ○ Não consegue sair do corpo/ser excretada pela sua ligação com a albumina ○ Não pode ser eliminada na urina ● 6. Conjugação intra-hepática da bilirrubina com: ○ No fígado no espaço de disse a bilirrubina separa da albumina (que é drenada para dentro do vaso hepática), a bilirrubina entra na membrana do hepatócito pelo carregador do hepatócito e sofre conjugação para se tornar solúvel e poder ser filtrada ■ Conjuga com Ácido glicurônico (80%) → glicuronato de bilirrubina ■ Conjuga com Sulfatos (10%) → sulfato de bilirrubina ■ Outras substâncias ● Bilirrubina conjugada ou direta ● 7. Liberação da bilirrubina conjugada junto à bile ● 8. A bilirrubina sofre ação bacteriana no intestino delgado e forma de urobilinogênio ○ Urobilinogênio → estercobilinogênio → estercobilina (cor marrom nas fezes) ● 9. Por existir no sangue pode ocorrer a Filtração renal dos pigmentos circulantes e liberação de bilirrubina conjugada e urobilinogênio na urina ○ Ambos os pigmentos devem ser eliminados(bilirrubina conjugada e urobilinogênio) ○ Bilirrubina livre deve ser conjugada para sair no rim ○ Para onde ela vai quando tem excesso ? Hepatite: Icterícia intra-hepática ● Consequência da inflamação → tem-se a formação de cicatriz (proliferação de tecido fibroso) os hepatócitos morreram. ○ A cicatrização começa a fecharam os canalículo assim a bile fica concentrada. Dessa forma começa ir em direção ao sinusóides hepáticos (extravasamento da bile ocorre um aumento do sangue) ■ as quais aumentam no sangue e deixam o indivíduo amarelado ○ Sangue: Aumento da BI, um grande aumento do BD e aumento U ○ Urina: Aumento de BD e U Icterícia pós-hepática (obstrutiva) ● Obstrução do colédoco : não há bile liberado no duodeno (bile acumulado no fígado vaza para o sangue), não há sais biliares, não há emulsificação, não há digestão pelas lipases, perde vitaminas lipossolúveis ○ bile começa a refluir em direção ao fígado → os ductos começam a se encher de bile → não consegue ser eliminada e começa a extravasar em direção ao sinusóide ■ Fezes esteacorréicas (gordurosas e diarreicas) ■ Fezes acólicas: esbranquiçadas/ fezes sem cor (sem bilirrubina conjugada, logo, sem estercobilina nas fezes) ■ Indivíduo amarelo ■ Urina tipo coca-cola ● Pode causar cegueira noturnas = xeroftalmia pela falta de vitamina A, falta de vitamina D - osso fragilizado, falta de vitamina K - diminui a coagulação sanguínea e falta de vitamina E - infertilidade ● Sangue: aumento de BD e U ausente ou normal ● Urina: aumento BD e U ausente ou normal ○ Não aumento o U devido a obstrução então nem chega ao intestino OBS. Qual fica mais amarela ?? ● Icterícia intra-hepática fica muito mais amarela com mais intensidade e facilidade pq aumenta a bilirrubina conjugada que por não está ligada com a proteína e consegue mais facilmente se extravasar (fugir do capilar) para pele e mucosas, enquanto a bilirrubina livre está ligado com a albumina ● Anatomia FÍGADO: ● O fígado é um órgão intraperitoneal e também é a maior glândula do corpo. ● Está localizado majoritariamente no quadrante superior direito, ocupando o hipocôndrio direito, o epigástrio e o hipocôndrio esquerdo. ● Externamente, o fígado é dividido anatomicamente em lobos direito e esquerdo e dois lobos acessórios (o quadrado e o caudado) segundo as reflexões do peritônio e os vasos que irrigam o fígado e a vesícula biliar. Além dessa divisão, ainda existe a divisão funcional do fígado, dividindo-o em parte direita e parte esquerda (lobos portais), cujos tamanhos são mais proporcionais do que os dos lobos anatômicos. ● Cada parte recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e veia porta, e é drenada por seu próprio ducto hepático. VIAS BILIARES: ● Os hepatócitos secretam a bile para os canalículos biliares, os quais drenam para os ductos biliares interlobulares e em seguida, para os ductos biliares coletores da tríade portal intra-hepática, que se fundem para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo. Estes ductos se unem, originando o ducto hepático comum. Seguindo o caminho, o ducto cístico une a vesícula biliar ao hepático comum, formando assim o ducto colédoco (parte da tríade portal extra-hepática, do omento menor). ● Após sua junção com o ducto pancreático no lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o colédoco deságua no duodeno pela ampola de Vater (ou hepatopancreática). ■ O músculo da porção distal do ducto colédoco é mais espesso, formando o esfíncter, que ao contrair impede a bile de seguir para o duodeno, refluindo até a vesícula biliar, onde é concentrada e armazenada. VESÍCULA BILIAR: ● A vesícula biliar (com sete a dez centímetros de comprimento), situa-se na porção ínfero-anterior do fígado na junção de seus lobos direito e esquerdo, na fossa da vesícula biliar. ● A vesícula é divida em três partes: ○ Fundo ○ Corpo ○ Colo Secreção biliar: bile ● Produzida no fígado e armazenada e um pouco transformada na vesícula biliar ● Composição: sais biliares, pigmentos biliares (bilirrubina - em ser humano há mais desse pigmento - e biliverdina), colesterol (mantém em suspensão pelos sais biliares, que impedem sua deposição), água, eletrólitos, fosfolipídios e lectina Função dos sais biliares: Sais biliares estrutura: região polar/hidrossolúvel (cabeça) e região apolar/lipossolúvel (cauda) → substância anfipática ● União de 25 a 50 moléculas de sais biliares: formam micelas ● com as cabeças polares voltadas para o meio e as caudas voltadas para o centro Emulsificação dos triglicerídeos/colesterol - detergência (diminuição da tensão superficial (força de atração entre as moléculas de TG) → fragmentação do grande glóbulo de TG em pequenos glóbulos de TG → preparação dos TG para que as lipases digiram esses ● Fragmentações de TGs que se abrigam na união de sais biliares → micelas → só assim os TGs são digeridos pelas lipases pancreáticas (sais biliares NÃO digerem) ○ Enzima só se aproxima do TG/colesterol se este está dentro de uma micela ■ Os produtos da digestão continuaram dentro da micela ■ Digestão dos TG é pela lipase pancreática que quebra a ligação Éster ● A micela vai se fragmentando em pequenas micelas, fazendo com que os glóbulos de gordura também se fragmentem e se espalhem entre essas → a partir da emulsificação dos sais biliares ○ Aumentando a área de atuação das enzimas sobre esses TGs Transporte (a partir das micelas, sob ação do peristaltismo) dos produtos finais das digestões dos lipídios (glicerol, ácidos graxos e monoglicerídeos, vitaminas lipossolúveis- A, D, E e K ) até a borda em escova, onde estes passam pela matriz lipídica (absorvidos por difusão simples) e entram na célula ● Dentro da célula há a junção de 3 AGs com um glicerol, que são envoltos por uma cápsula protéica (formada pelo CG e RER)→ ressintetização do TG → cápsula proteica permite que o TG vá para o sangue ○ Que agora chama quilomicron (estrutura relativamente grande) que entra na linfa e depois vai para o capilar sanguíneo ○ Excesso: Ácido graxo de cadeia curta, no máximo média pode passar direto e entra no sangue ● Monoglicerídeo na borda em escova sofre a ação da lipase entérica → que vira ácido graxo e glicerol e pode entrar na cel. Pesquisar as manobras referentes a ascite macicez móvel, semicírculo de Skoda e manobra ou sinal de Piparote. ● Macicez móvel: é utilizada para um grau mais leve de ascite, em que se pede para o paciente ficar em decúbito lateral direito e esquerdo enquanto se percute a região lateral e central do abdome. Caso haja a presença de ascite, ao realizar a percussão, será perceptível a presença de som timpânico na lateral e som maciço no centro, isso acontece porque ao ficar em decúbito o líquido ascítico vai se deslocar conforme a gravidade. ● Semicírculo de Skoda: consiste em deixar o paciente em decúbito dorsal, em que ao percutir a região central do abdome obtém-se som timpânico, enquanto na periferia há som maciço pela presença do líquido ascítico. É uma técnica para verificação de uma ascite um pouco mais grave. ● Manobra de Piparote: corresponde a um teste para verificar a presença de ascite grave, e só pode ser realizada com a presença de dois médicos ou com a ajuda do paciente. É realizada por meio da colocação das mãos do paciente ou do médico auxiliador de forma vertical no sentido da linha médio-esternal, enquanto o médico examinador coloca suas mãos nas regiões laterais do abdome. Dessa forma, o examinador com apenas uma mão percute a lateral do abdome, e caso haja ascite, ele sentirá a vibração do líquido ascítico no outro lado do abdome.
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