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EMBALAGEM ATIVA DE QUITOSANA EM FRUTAS DUPLA: HELOISA BARBOSA DE OLIVEIRA VICTOR GARCIA DIAS CORREIA EMBALAGEM ● Definição Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), (BRASIL, 2001, p. 2), define-se a embalagem para alimentos como um “invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou não, destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente ou não”, matérias-primas, produtos semi- elaborados ou produtos acabados. PLÁSTICO X BIOPLÁSTICO ● Hoje em dia, o mundo sem plástico parece inimaginável, dado que é uma das principais embalagens utilizadas, fazendo parte das rotinas diárias da população. ● O quarto maior produtor de plástico do mundo é Brasil com 12 milhões de toneladas (Ritchie y Roser 2018). ● O desenvolvimento e uso de bioplásticos é uma alternativa para reduzir essa contaminação, já que o tempo de decomposição do bioplástico é menor em comparação com o plástico sintético. BIOPOLÍMEROS ● Os biopolímeros são polímeros de origem natural, produzidos por organismos vivos, são moléculas na forma de cadeias formadas por blocos químicos repetitivos e construídos a partir de recursos renováveis, que podem se degradar no meio ambiente. São muito importantes porque possuem propriedades excepcionais como não toxicidade e biodegradabilidade (Mohiuddin et al. 2017). BIOPOLÍMEROS - QUITOSANA ● Dentre os biopolímeros que vêm sendo mais utilizados na produção de embalagens e revestimentos alimentares, a quitosana se destaca em virtude de suas propriedades favoráveis. ● A quitosana é um polissacarídeo catiônico, produzida a partir do processo de desacetilação da quitina, que pode ser extraída de cascas de crustáceos e moluscos (Nair et al., 2018). Representa uma matéria-prima biodegradável, atóxica, capacidade para desenvolver filmes, antimicrobiana, antioxidante e antifúngica, qualidades importantes na elaboração de revestimentos comestíveis (Aloui, 2014; Yuan, Chen & Li, 2016). VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO BIOPLÁSTICO EM FRUTAS ● Os revestimentos comestíveis biodegradáveis são uma alternativa para conservação de frutos pós-colheita, estendendo a vida de prateleira desses alimentos. Dado que, os frutos são alimentos com elevado grau de perecibilidade, sendo propícios a processos fisiológicos e bioquímicos, característicos do processo de amadurecimento, que reduz a vida útil, aumenta o desperdício e ocasiona perdas econômicas relevantes. ● ● Cerca de 25% do total de frutos nos países desenvolvidos e mais de 50% nos países subdesenvolvidos, segundo estudos de Omar (2014) e Ansari e Tuteja (2015), perdem-se no pós-colheita em virtude da ação de pragas que causam doenças nas etapas de armazenamento, deslocamento e venda. Diante disso, a utilização de revestimentos comestíveis é considerada uma tecnologia promissora para estender a vida de prateleira de frutos e vegetais além de diminuir a utilização de embalagens plásticas . VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO BIOPLÁSTICO EM FRUTAS ● Os revestimentos representarem materiais de baixo custo, serem biodegradáveis, ecologicamente adequados e capazes de criar barreira semipermeável contra gases e vapor de água, contribuindo na diminuição da proliferação de microrganismos e melhora do aspecto visual (Nair, Saxena & Kaur, 2018; Dhall, 2013). ● A quitosana é capaz de manter a qualidade de vegetais e frutas, por reduzir a produção de etileno e, consequentemente, a taxa de respiração e a transpiração (Muzzarelli, 2012). Outro atributo importante é o seu amplo espectro de atividade antimicrobiana contra bactérias, fungos filamentosos e leveduras, microrganismos deteriorantes de várias frutas e vegetais (Zhong, Song & Li, 2011). Aplicação de revestimentos a base de quitosana na conservação de frutos pós-colheita. ● O estudo de Duan, Wu, Strik e Zhao (2011) envolvendo a aplicação de revestimentos comestíveis a base de quitosana solúvel em ácido e quitosana solúvel em água em cultivares de mirtilos frescos pré-lavados submetidos a condições de armazenamento comercial, evidenciou que ambos os revestimentos obtiveram resultados favoráveis na diminuição da decomposição do fruto ao longo do período de armazenamento sob temperatura ambiente. Aplicação de revestimentos a base de quitosana na conservação de frutos pós-colheita. ● Dotto, Vieira e Pinto, (2015) em sua pesquisa, analisaram a qualidade microbiológica de frutos de mamão revestidos com quitosana. Os resultados indicaram que os frutos revestidos demonstraram valores inferiores de contagem de leveduras e bolores em relação às amostras sem tratamento (controle), principalmente após cinco dias de experimento. Pode-se concluir que as soluções de quitosana (150 e 300 kDa) mostraram eficácia em sua ação antifúngica e antibacteriana em frutos de mamão, elevando em quatro a sete dias sua vida útil microbiológica Aplicação de revestimentos a base de quitosana na conservação de frutos pós-colheita. ● No estudo de Zhu et al. (2008) envolvendo frutos de manga revestidos com quitosana, evidenciou-se que os frutos que receberam os tratamentos 1,0 e 2,0% de quitosana obtiveram um menor declínio no nível de acidez titulável (ATT) em comparação aos frutos sem tratamento (controle). Uma vez que os ácidos orgânicos (ácido cítrico, ácido málico e ácido glutâmico) representam substratos para o processo respiratório de frutos, ocorre uma redução nos teores de acidez titulável no decorrer da fase de amadurecimento das frutas. Sendo assim, pode-se dizer que a aplicação de películas comestíveis possui ação eficaz no atraso da redução da ATT, causando queda na taxa respiratória (Sharma et al., 2019). Aplicação de revestimentos a base de quitosana na conservação de frutos pós-colheita. ● No estudo de Pagno et al. (2017), foram analisados os atributos de qualidade de tomates com e sem revestimento de quitosana. Evidenciou-se que os frutos revestidos demonstraram redução nas médias de taxas de respiração, liberação de etileno e sólidos solúveis, ocasionando o atraso da maturação em relação aos frutos não revestidos (controle). Aplicação de revestimentos a base de quitosana na conservação de frutos pós-colheita. ● Daubaras, Kaya e Cesonien (2016) em seu estudo com frutos de kiwi vermelho cobertos com quitosana armazenados sob temperatura ambiente, verificaram que a concentração de sólidos solúveis totais nos frutos que não receberam o tratamento (controle) foi elevada em comparação aos valores obtidos dessa mesma análise nas amostras revestidas após os 14 dias de experimento. Pode-se inferir com esse resultado que houve uma rapidez do processo de deterioração dos frutos sem cobertura de quitosana. Aplicação de revestimentos a base de quitosana na conservação de frutos pós-colheita. ● Galo, Souza, Kusdra, Mattiuz (2014) analisando frutos de mamão papaia da cultivar “Sunrise Solo” com e sem películas comestíveis de quitosana nas concentrações de 0,25%; 0,50%; 0,75%; 1,0% e 1,25%, evidenciaram que todos os tratamentos demonstraram efeito benéfico nos atributos de qualidade dos frutos. O revestimento a 1% de quitosana, em especial, foi capaz de manter os atributos qualitativos dos frutos, estendendo sua vida útil em quatro dias. CONCLUSÃO Por fim, evidenciou-se que a maioria dos estudos analisados abordaram os efeitos de revestimentos de quitosana na conservação dos atributos de qualidade, bem como na extensão da vida útil dos frutos. Sendo uma embalagem ativa para as frutas, podendo substituir o uso de embalagens de plásticos. REFERÊNCIAS GOMES, Larissa. UTILIZAÇÃO DE REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS A BASE DE QUITOSANA E BENTONITA NA CONSERVAÇÃO PÓS COLHEITA DE FRUTOS. Orientadora: Karla Suzanne. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso na forma de artigo científico -Graduação em Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. GONZALES, Celeste UTILIZAÇÃO DE REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS A BASE DE QUITOSANA E BENTONITANA CONSERVAÇÃO PÓS COLHEITA DE FRUTOS LARISSA BENEVIDES SEREJO GOMES NATAL/RN 2020. Novembro, 2020
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