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As filosofias de base da Gestalt-terapia Psicoterapia Existencial Fenomenológica 7° semestre - UCPEL Professora Deisi Moura Rodrigues Frederick Salomon Perls (1893 -1970) • Psiquiatra e psicoterapeuta alemão. Fundador da Gestal-terapia, surgida em 1951 quando Perls, Goodman e Hefferline publicaram o livro Gestalt Terapia. A Gestalt-terapia • Surgiu no séc passado, na década de 50, nos EUA. A palavra “Gestalt” é alemã e não tem tradução literal para a nossa língua, mas possui um significado de “dar forma”, de “partes que se relacionam formando um todo”. Fontes da Gestalt-Terapia • Psicologia da Gestalt • Fenomenologia • Existencialismo • Humanismo • Teoria de campo (Kurt Lewin) • Teoria Organísmica (Kurt Goldstein) • E muitas outras, incluindo o zen budismo... Fenomenologia • Estudo dos Fenômenos. • Fenômeno: Aquilo que aparece, aquilo que é, o que se pode perceber. • Interesse da fenomenologia: Fenômenos da consciência • Edmund Husserl: É o grande nome da fenomenologia. Franz Brentano antes dele p o r é m j á s e d e d i c a v a a o s e s t u d o s fenomenológicos. Além deles, Maurice Merleau Ponty, Martin Heidegger e outros trouxeram importantes contribuições a esse campo. Fenomenologia Princípios: • Todo ato mental incorpora algo externo, algo que aparece. Por isso, para a fenomenologia, ter consciência é sempre “ter consciência de algo”. A consciência não existe sozinha. • Assim chegamos ao conceito de INTENCIONALIDADE: nossa consciência tem Intencionalidade, ou seja, ela sempre se direciona a algo. Portanto, na fenomenologia intencionalidade é sinônimo de interesse, direcionamento. Nossa consciência se orienta para aquilo que aparece, se orienta para as coisas. • Porém esse consciência está “contaminada” por interpretações, ideias, valores, suposições. Fenomenologia • Mas a fenomenologia considera que podemos purificar nossa relação com os fenômenos através do exercício da REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA, que propõe voltar às coisas mesmas, como elas se mostram, no presente, sem contaminá-las com interpretações; ver a essência das coisas na sua complexidade aqui-e-agora. Fenomenologia • O essencial é a vivência imediata, tal como é percebida ou sentida corporalmente – até imaginada – assim como o processo que está se desenvolvendo aqui-e-agora. • A nossa percepção do mundo e do que nos rodeia é dominada por fatores subjetivos irracionais, que lhe conferem um sentido, diferente para cada um. Fenomenologia e Gestalt-terapia • A GT nos mostra que cada pessoa é um mundo. Tem um olhar singular para a realidade. O papel do gestalt-terapeuta não, é interpretar o mundo do cliente, mas tentar enxergá-lo tal como se mostra. Ele não tentará interpretar os sintomas usando o passado. Ele se concentrará no presente. O passado só se torna relevante na terapia, na medida em que aparece no presente. Fenomenologia e Gestalt-terapia • O gestalt-terapeuta trocará o “por que” pelo “como”. Ou seja, estará concentrado em como o cliente vive e sente uma situação; a metodologia fenomenológica de intervenção baseia-se na descrição e não a interpretação. • Assim também ajuda o cliente a ver-se sem preconceitos, sem suposições. Ajuda-o a tomar consciência de si e do aqui-e-agora. A ver as coisas tais como se mostram e não limitadas por inúmeras interpretações; • Essa tomada de consciência é chamada em GT de AWERENESS; Fenomenologia e Gestalt-terapia • A GT traz as pessoas para o presente. O exercício da awareness indaga “de que vc está consciente agora?”. E no presente se encontram as experiências somáticas, cognitivas e sensoriais. • Abordar esses elementos ajuda a pessoa a se soltar, a se desprender dos julgamentos prévios advindos da educação, promovendo um encontro da pessoa com a forma singular com que experencia o mundo. Isso é fenomenológico: interessar-se pela pessoa única que está diante de nós. Fenomenologia e Gestalt-terapia • No olhar da fenomenologia, tudo o que a pessoa traz é a verdade sobre ela, pois nos informa como a ela está se relacionando consigo e com o mundo naquele momento. • Dentro da fenomenologia não existe resposta universal. Existem respostas possíveis para um indivíduo dentro de uma situação específica. Parte-se da verdade da pessoa naquele momento de vida. Fenomenologia e Gestalt-terapia • Existem diferentes ângulos de observação da realidade. Interessa saber como determinada percepção afeta a experiência de vida da pessoa. • O sujeitou-se percebe está atravessado pelo mundo. O ser é no mundo. Os dois são uma coisa só. A separação só é possível na abstração racional. O conhecimento vai se dar na relação sujeito/objeto. Existencialismo • Raízes – Sócrates e Santo Agostinho • Séc XIX – Surgimento da filosofia da existência: Kierkegaard e Nietzsche. • Busca do significado da existência humana, restaurando o valor dos sentimentos, das escolhas e da individualidade humana, sufocados pelo racionalismo. Existencialismo • Interessa aos existencialistas estudar fenomenologicamente tanto as experiências que os indivíduos têm em comum quanto a forma como cada um experencia o medo, a liberdade, o amor, a responsabilidade, o ódio, a culpa, o desespero, a esperança, a angústia, a solidão. É o primado da vivência concreta em relação aos princípios abstratos. Existencialismo • A existência precede a essência: O ser humano é um ser que se faz, está condenado à liberdade, não nasce pré-determinado como uma semente que não pode escolher qual tipo de árvore se tornará. Cada existência humana é singular. • O Existencialismo resgata a originalidade irredutível, da experiência individual, objetiva e subjetiva. Existencialismo • Construímos a nossa existência através das escolhas que fazemos no mundo. As circunstâncias externas interferem, mas não aniquilam nossa liberdade de escolha. • Sartre: “O IMPORTANTE NÃO É AQUILO QUE FAZEM DE NÓS MAS O QUE NÓS FAZEMOS COM ISSO” (responsabilidade: cada um participa ativamente da construção do seu projeto existencial e confere um sentido original ao que acontece e ao mundo que o rodeia, construindo sua liberdade a cada dia). Existencialismo e Gestalt-terapia • Para o existencialismo, cada um é o mais fiel intérprete de si mesmo. • Na GT o cliente é que detém a última palavra sobre si. É considerado um ser concreto, único, respeitado em sua individualidade, irrepetível. Ele é levado a assumir a sua liberdade de forma responsável, conhecendo se profundamente e entendendo que deve estarno mundo, mas sem esquecer de si, daquilo que lhe é genuíno. Existencialismo e Gestalt-terapia • O ser humano é “ser em processo”, uma vez que nunca está acabado, mas em constante transformação, reconstrução, atualização. Daí a importância do aqui-e-agora, pois estamos sempre a caminho conquistando, rejeitando, incorporando, projetando... Existindo! • Na GT o cliente é um ser sempre em projeto que vai em direção a algo e o terapeuta é o consultor desse projeto, sem tirar do cliente a função de “arquiteto de si mesmo”, com plena liberdade para modificar o que julgar conveniente. Existencialismo e Gestalt-terapia • O terapeuta tenta fazer a ponte entre o desejo do paciente, o projeto e sua concretização, tentando equilibrar o ideal e o possível no momento presente. O objetivo é reduzir ou evitar projetos inacabados para ser cada vez mais ele mesmo, o que confere a sensação de empoderamento. • Isto parte de uma tomada de consciência (AWARENESS) que considera todos os sistemas internos e externos que estão em contato com o indivíduo. Humanismo • A Escola humanista se organiza em torno da psicologia e da prática clínica, na década de 30, mas ganha força após a segunda guerra mundial. • Enfatizando as potencialidades do ser humano, a pessoalidade, a individualidade e a dignidade, acredita que o humano em sua individualidade transcende qualquer explicação. • Todo o organismo busca o equilíbrio, a homeostase, tem a tendência à atualizar suas potencialidades. Psicologia e Psicoterapia da Gestalt • Max Wertheimer, Kurt Koffka, Wolfgang Köhler • O todo dá significado às partes. Cada fenômeno psicológico deve ser estudado em sua integralidade, do todo para as partes. • Lei da pregnância: Nossa experiência psicológica sempre será tão boa quanto às circunstâncias permitirem. “Boa” refere-se à organização, simetria, simplicidade, regularidade. • Relação figura-fundo: Figura é objeto de atenção. Fundo: Difuso. Tudo que não é objeto da nossa atenção. Psicologia e Psicoterapia da Gestalt • Princípio da continuidade: Estímulos visuais que apresentem uma relação de continuidade entre si serão identificados como uma unidade perceptiva, um todo. • Princípio do fechamento: Figuras incompletas podem ser percebidas como completas. Sempre iremos em busca de sentido, mesmo quando nossa experiência é bastante incompleta. • Para os gestaltistas, as nossas ações são mais governadas pela nossa realidade subjetiva do que pelo mundo físico. Uma mesma realidade pode ter muitos significados dependendo da realidade subjetiva de quem observa. Teoria de campo: Organismo-ambiente • Concebida por Kurt Lewin, essa teoria postula que as relações da pessoa acontecem no campo (representação simbólica e dinâmica da posição psicológica de uma pessoa, com a demonstração das forças que atuam sobre ela). • A partir dessa visão de totalidade (espaço vital), o sintoma passa a ser relativizado é visto como fruto de um fato psicológico inacabado, gerador de tensão pela necessidade não satisfeita ou interrompida. Teoria organísmica holística • Goldstein (2000), autor da teoria organísmica, privilegia os determinantes externos do comportamento, considerando que o indivíduo sempre estará à procura do ambiente mais propício à sua autorrealização. • O sintoma é a evidência de uma derrota e fala da frustração do indivíduo em se deparar com a recusa do ambiente de lhe satisfazer as necessidades. Irrompe como um ajustamento disfuncional, a superação negativa do processo de equalização. Taoísmo e Zen-budismo • Relaxamento, respiração, consciência corporal, meditação, constatação de que tudo está em processo de mudança e nada é permanente no universo. • E agora, que tal um pouco de prática? (Experimento em grupo).
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