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ABUSIVIDADE DA PUBLICIDADE INFANTIL

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Aluna: Paola da Costa Duarte Quintanilha
Matricula: 20192100752
Disciplina: Direito do Consumidor
ABUSIVIDADE DA PUBLICIDADE INFANTIL
Conceito de publicidade: 
A publicidade é um instrumento que contribui na divulgação de bens e serviços, colaborando com a economia e gerando riquezas, pressupõem a venda de produtos ou a prestação de serviço entre o fornecedor e consumidor, sendo anunciado através dos meios de comunicação, podendo conter os valores e os modos de pagamentos, mais sempre visando comunicar, seduzir e conquistar explicita ou subliminarmente, mexendo nos “pontos-chaves” de cada consumidor para então cumprir o objetivo de induzir a comprar. 
Segundo Vidal Serrano Nunes Júnior:
Publicidade é “o ato comercial de índole coletiva, patrocinado por ente público ou privado, com ou sem personalidade, no âmago de uma atividade econômica, com a finalidade de promover, direito ou indiretamente, o consumo de produtos e serviços”
Deve se observa que o Código e Defesa do Consumidor em seu art. 37 dispõem sobre a proteção do consumidor e dá outras providências, sendo proibidas todas as publicidades enganosas e abusivas, logo deve se observado todo o conteúdo para não haver o excesso, pois a publicidade não é um dever do fornecedor, mas facultativo, o que deve ser observado todos os dispositivos que os regulam. 
 Nesse entendimento Aliete Almeida acrescenta:
A regra do sistema instituído pelo Código é a de sua proibição, independentemente de ter causado prejuízos efetivos aos consumidores. Isto porque, ela é vedada enquanto atividade objetivamente considerada, para proteção ao consumidor, e não para punição do comportamento do anunciante. Para sua caracterização, não é necessário aferir se houve dolo ou culpa do anunciante. Ela gera um dano moral para a coletividade, na medida em que ofende valores seus, sendo passível de reparação. (ALMEIDA, 2011, p. 44).
Cabe salientar que a responsabilidade do fornecedor é objetiva, como dispõe o art.14 do CDC, todavia em seu § 4º traz a exceção “A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa”.
Conceito de abuso de direito 
O abuso de direito se encontra positivado no artigo 187 do Código Civil de 2002 que diz: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”, ou seja, comete o abuso de direito o individuo que usa de um direito, poder e coisa além do que autorizado ou excedendo as limitações do direito causem danos ou lesões a outrem, tendo assim o dever de indenizar, devendo ser exercido de forma equilibrada, com base na boa-fé e honestidade. De acordo com Paulo Nader, “abuso de direito é espécie de ato ilícito, que pressupõe a violação de direito alheio mediante conduta intencional que exorbita o regular exercício de direito subjetivo”.
De acordo com o mesmo autor, Paulo Nader, traz os requisitos para que seja considerado abuso de direito em seu livro “Curso de Direito Civil. Parte Geral”, pag.: 549.
Titularidade de direito: O agente responsável civilmente há de estar investido da titularidade de um direito subjetivo, ao exercitá-lo, por si ou subordinados.
Exercício irregular do direito: O titular do direito, todavia, por espírito de emulação, costuma ir além do necessário na utilização do que o seu direito lhe oferece.
Rompimento de limites impostos: o agente extrapola os limites ditados por fins econômicos ou sociais. Há sempre um desvio dos fins que a lei colima e se acham previstos no art. 5º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.
Violação do direito alheio: Para se amparado pela justiça deve ocorrer a violação do direito alheio.
Elemento subjetivo da conduta: O legislador especificou o elemento culpa como requisito do ato ilícito, no entanto no abuso de direito não deixou claro, mas pode ser subentendida na expressão “Também comete ato ilícito...” Art. 187 do código civil.
Nexo de causalidade: É indispensável que a lesão ao direito tenha a sua causa eficiente no exercício irregular de um direito subjetivo.
Hipervulnerabilidade do publico infantil
O público infantil é hipervulnerabilidade em relação a publicidade, pois possuem a vulnerabilidade agravada em função de sua condição especial de criança, as mesmas são bombardeadas diariamente com anúncios inapropriados, visto que atualmente á um grande meio de comunicação trazendo consigo mensagens subliminares que as encantam e seduzem, sempre com o intuito de estimular desejos e aumentar os lucros das companhias, mexendo com o psicológico para pode atrair. Por estarem em período de formação, são facilmente seduzidas por publicidades que utilizam práticas abusivas ou enganosas contrariando a lei, por não saber distinguirem o que é necessário e o que não é, se encontram e estado de vulnerabilidade. 
Nesse entendimento João Pedro Schimidt e Alex Silva Gonçalves aduzem:
A publicidade possui elementos persuasivos capazes de influenciar o pensamento das crianças e adolescentes, visto que os personagens infantis, os brinquedos e as músicas conhecidas por eles estimulam uma imagem positiva sobre o produto ou serviço divulgado, mas não uma análise do mesmo. Quando feita dessa forma, será abusiva, já que se vale do fato de a criança ser facilmente induzida às imagens de caráter infantil, bem como a inexperiência do adolescente, considerando apenas o sucesso do propósito da publicidade que é o de persuadir o possível consumidor.
Ainda de acordo com os autores “A publicidade causa diversos impactos negativos nas crianças e nos adolescentes, como: estresse familiar, obesidade infantil, erotização precoce, violência e alcoolismo. ” (Gonçalves e Schimidt, 2017).
Verbicaro e Silva (2017, p. 04) afirmam que:	
 A abordagem utilizada é agressiva, fruto de um verdadeiro assédio, subjugando a capacidade de escolha e reflexão do indivíduo, obrigando-o a decidir por impulso e de acordo com um único padrão estético estabelecido, o que naturalmente se agrava se o destinatário da mensagem for uma criança, cujo desenvolvimento intelectual incompleto a impede de discernir, ou mesmo de se precaver de conteúdos invasivos e não menos abusivos, daí porque é possível falar de que o público infantil se enquadra na categoria dos “hipervulneráveis”
Cabe salientar que o Supremo Tribunal de Justiça STJ, confirmou que a publicidade dirigida para o publico infantil é ilegal, REsp. 1.558.086, e conforme dito pelo site Criança e Consumo 2020, por unanimidade, o colegiado reconheceu a abusividade no direcionamento da comunicação mercadológica ao público infantil, considerando ilegal a comercialização e venda casada dos produtos e dos brindes. O relator, ministro Herman Benjamin, destacou em seu voto que os produtos participantes da campanha – margarina, presunto, apresuntado, pizza, lasanha, file de frango ao branco, dentre outros – não devem ser comercializados com o direcionamento às crianças, pois “não são nada saudáveis e nem recomendados para o público infanto-juvenil”. O ministro Francisco Falcão, em sua fala destacou que “esse tipo de publicidade dirigida ao público infantil deve ser considerada criminosa”.
Dessa forma pode se concluir que define o abuso da publicidade infantil o fato da mesma abusar da ingenuidade e inexperiência de uma criança que ainda esta em desenvolvimento, enganando e induzindo a comprar produtos e serviços, ainda mais em tempos em que a tecnologia no meio desse publico tem se tornado rotineiro. 
Por sua vez esta longe de acabar, cabe a os pais e responsáveis juntamente com o poder judiciário fiscalizar e julgar severamente a pratica de tais atos, já que o publico infantil ainda não tem como se defender de tal abuso e ilegalidade. 
Fontes:
ALMEIDA, Aliete Marisa S. D. N Teixeira. A publicidade enganosa e o controle estabelecido pelo CDC. IN: Doutrinas Essenciais. Direito do Consumidor. Vol. III. São Paulo. Ed. Revista dos Tribunais, 2011, p. 25/53.
NUNES JÙNIOR, Vidal Serrano. Publicidade comercial: proteção elimites na Constituição de 1988. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001, p. 22-23.
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil. Parte Geral – vol. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
SCHIMIDT, João Pedro; GONÇALES, Alex Silva. Publicidade Infantil, Regulação Estatal E Formação De Valores Em Prol Do Consumo Consciente. Revista de Direito do Consumidor. vol. 114/2017. p. 147 – 175. Nov - Dez/2017.
VERBICARO; Dennis; SILVA, Camille Barroso. O assédio de consumo no âmbito da publicidade infantil. Revista Direitos sociais e políticas públicas (Unifafibe). Disponível em: www. unifafibe.com.br/revista/index.php/direitos-sociais-politicas-pub/article/.../pdf_1. Acesso em: 10 jan. 2019.
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-28/publicidade-e-propaganda-no-codigo-de-defesadoconsumidor/#:~:text=Segundo%20Vidal%20Serrano%20Nunes%20J%C3%BAnior,e%20servi%C3%A7os%E2%80%9D%5B1%5D, acessado em 10/04/2022, ás 12:15. 
https://www.migalhas.com.br/depeso/284819/a-publicidade-no-codigo-de-defesa-do-consumidor, acessado em 10/04/2022, ás 13:32.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/natureza-juridica-do-abuso-de-direito-a-luz-do-codigocivilde2002/#:~:text=553)%2C%20%E2%80%9Cabuso%20de%20direito,regular%20exerc%C3%ADcio%20de%20direito%20subjetivo%E2%80%9D.&text=%E2%80%9CO%20abuso%20de%20direito%20consiste,a%20causar%20dano%20a%20outrem, acessado em 10/04/2022, ás 13:45.
https://criancaeconsumo.org.br/noticias/nova-decisao-do-stj-ratifica-que-publicidade-dirigida-para-crianca-e-ilegal/, acessado em 10/04/2022, ás 15: 09.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm, acessado em 10/04/2022, ás 15: 52.

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