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Faculdade Unylea
	Educação inclusiva no Brasil
	Paper
	
	Juliana Costa Bernardes
	26/05/2022
Paper apresentado na disciplina Sociedade da educação no Brasil da tutora Aline Sabbi Essenburg com pontuação máxima de 15 pontos.
A educação inclusiva no Brasil
Juliana Costa Bernardes [footnoteRef:1] [1: Pós-graduanda em Docência em Biblioteconomia pela Faculdade Unyleya. E-mail: bernardesjc77@gmail.com] 
A educação promove o acesso ao ensino a todos os cidadãos. As pessoas com deficiências, síndromes ou transtornos também possuem esse direito assegurado por meio da educação inclusiva. Objetivar a contextualização do sistema educacional brasileiro na perspectiva da educação inclusiva e repensar a prática educacional do modelo vigente. A pesquisa tem base bibliográfica qualitativa que traz uma reflexão sobre a educação inclusiva no contexto educacional brasileiro. Esse estudo proporcionou repensar as práticas cotidianas de sala de aula respeitando a individualidade de cada aluno e a necessidade de evoluirmos como sociedade inclusiva. 
Palavras-chaves: Educação inclusiva; Prática educacional; Educação brasileira. 
1. Introdução
As mudanças na educação para as pessoas com deficiências ou transtorno de aprendizagem foram iniciadas a partir do final do século XX. Há alguns anos, o acesso à educação não era proporcionado a todos, crianças e jovens com alguma deficiência ou transtorno de aprendizagem eram excluídas do sistema educacional. 
A educação é um direito fundamental de todos, assim, todas as crianças em idade escolar devem ter acesso a um ensino de qualidade, tenham elas deficiência ou não. Sendo assim é necessário entender e debater o cenário da educação inclusiva no Brasil a fim de proporcionar a adequação do ambiente escolar e nivelar as oportunidades de igualdade a todos. 
A educação inclusiva no Brasil é bastante recente, foi na década de 60 que este assunto começou a ser discutido no país, então como se pode perceber é uma prática nova que apresenta muitas falhas e necessita de discussão dentro da comunidade escolar e sociedade civil para busca de melhorias. 
Mas afinal o que é educação inclusiva? Segundo Pletsch e Fontes (2006) e Glat e Blanco (2007) é pensar uma escola onde é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e na qual os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem. Glat, Pletsch e Fontes (2007) afirmam que para se tornar inclusiva, a escola precisa formar professores e equipe de gestão, bem como rever as formas de interação vigente entre todos os segmentos que a compõem e que nela interferem. Isto implica, de acordo com os autores, avaliar e redesenhar a estrutura, organização, projeto político-pedagógico, recursos didáticos, práticas avaliativas, metodologias e estratégias de ensino da escola. 
Apesar de a legislação brasileira ter definido a educação inclusiva em seu texto, esse tipo de educação ainda apresenta inúmeros desafios para uma inclusão plena e com qualidade no sistema regular de ensino. Então, podem-se levantar inúmeros questionamentos sobre a falha da inclusão efetiva no sistema educacional brasileiro, tais como: quais práticas pedagógicas são de fato relevantes para inclusão efetiva das pessoas com deficiência? Como a ideia de educação inclusiva foi construída historicamente? O que determina a legislação sobre educação inclusiva no Brasil? 
A pesquisa sobre o tema surge a partir da lacuna existente entre a legislação educacional que determina o atendimento aos alunos com necessidades educativas e a realidade do ambiente escolar. É a partir da constatação da ideia de uma educação inclusiva idealizada e uma prática educacional comprometida é que a pesquisa foi pautada. 
2. Fundamentação teórica: contexto histórico e paradigmas educacionais: 
A partir dos anos 1990, a educação inclusiva foi reconhecida como política educacional prioritária na maioria dos países, entre eles o Brasil. Segundo a UNESCO (1994) o princípio básico da Educação inclusiva é que todos os alunos, independente de suas condições socioeconômicas, raciais, culturais ou de desenvolvimento, sejam acolhidos nas escolas regulares, as quais devem se adaptar para atender às suas necessidades, pois estas se constituem como os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias. 
A institucionalização da Educação especial no Brasil nos anos de 1970 ocorreu com a preocupação do sistema educacional público em garantir o acesso à escola aos alunos com deficiência. Em 1973 foi criado o CENESP (Centro Nacional de Educação Especial transformado em 1986 na Secretaria de Educação Especial – SEESP) no Ministério da Educação que introduziu a educação especial no planejamento das políticas públicas educacionais. Também sob a responsabilidade desse órgão foram implementados projetos de formação de recursos humanos especializados em todos os níveis, inclusive a formação de docentes em cursos de pós-graduação no exterior, permitindo o desenvolvimento acadêmico e científico da área de acordo com Ferreira e Glat (2003). 
A mudança do paradigma do modelo médico para o modelo educacional se deu com o seguinte discurso: “O deficiente [footnoteRef:2]pode aprender”. Segundo Glat (1995), a ênfase não era mais na deficiência do indivíduo, mas nas condições do meio proporcionar recursos adequados para a promoção do desenvolvimento da aprendizagem. Esse modelo manteve-se como um serviço especializado paralelo com currículos, metodologia, pessoal e organização própria. Segundo Glat, Pletsch e Souza (2007), as classes especiais eram espaços de segregação e não uma possibilidade de ingresso do aluno com deficiência nas classes comum. [2: Esse termo está em desuso. Hoje o termo mais apropriado é pessoa com deficiência. ] 
A matriz política, filosófica e científica era de integração do aluno com deficiência. Esse novo discurso sobre o espaço social das pessoas com deficiências tomou força em nosso país com a redemocratização e isso resultou em políticas públicas, objetivos e qualidade dos serviços de atendimento a essa população, marcando o desenvolvimento da área até nossos dias. Assim, surgiu o paradigma educacional de integração que se propunha oferecer aos alunos com deficiência um ambiente escolar menos restritivo possível. Esse modelo visava preparar os alunos das classes e escolas especiais para ingressarem em classes regulares. 
No entanto, esse modelo foi amplamente criticado com o passar dos anos por exigir dos alunos com deficiências uma preparação prévia para sua integração no ensino regular. Nesse modelo o problema ainda continuava centrado no aluno e a maioria desses alunos continuava matriculada em escolas ou classes especiais por não apresentarem condições de ingresso nas turmas regulares conforme Bueno et. al. (2001). 
Começaram então os questionamentos em relação à Educação especial desencadeando busca por alternativas pedagógicas menos segregadas e oficializadas nas políticas públicas nacionais e internacionais. Desse modo, na década de 1990, surge a proposta da Educação inclusiva no Brasil. A política educacional de Educação inclusiva, como já mencionado, necessita de uma reorganização da estrutura e da cultura escolar para o oferecimento de um ensino de qualidade para os alunos com necessidades educacionais especiais, incluído nesse conceito, os alunos com deficiências ou outras condições peculiares de desenvolvimento. 
Glat et al. (2003) apontam pesquisas que demonstram que a inserção de alunos com deficiências no ensino regular tem ocorrido de forma pontual e descontinuada na maioria dos estados e municípios brasileiros. Essa inserção se dá em muitos casos seguindo as práticas e preceitos do modelo de Integração. Apesar das escolas terem um discurso de aceitação à diversidade, na prática e no dia-a-dia não conseguem atender as especificidades do processo ensino-aprendizagem dos alunos com deficiências e necessidades especiais. 
A legislação brasileira apesarde ser considerada avançada não garante necessariamente as condições de cumprimento da Educação inclusiva. A implantação de um sistema educacional inclusivo requer inúmeras adaptações na estrutura escolar como também nas práticas pedagógicas. Uma das barreiras apontadas para efetiva prática pedagógica inclusiva é a formação dos professores e agente educacionais. Bueno (1993, 2001) aponta que a prática pedagógica inclusiva reque a formação de dois tipos de professores: os generalistas, regentes das classes regulares que teriam algum conhecimento e prática sobre a diversidade dos alunos; e os especialistas, capacitados para atuação com diferentes necessidades educacionais especiais, também responsáveis pelo suporte, orientação e formação continuada dos professores do ensino regular visando à inclusão bem como para atender diretamente aos alunos em modalidades de classes especiais, salas de recurso, ensino itinerante de acordo com o prescrito no artigo 59 da Lei de Diretrizes e Bases (1996): 
“Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: [...] III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns [...]”. 
Segundo Glat e Nogueira (2002) hoje ainda é recorrente a coexistência do ensino especial e regular no sistema educacional brasileiro. Essa situação ainda perdura por anos; em 2017 no Distrito Federal havia 527[footnoteRef:3] salas de recursos na rede pública, divididas em generalistas e específicas. Então, é preciso muita cautela na implementação da educação inclusiva no sistema educacional brasileiro, uma vez que esse modelo educativo deve ser visto como um processo progressivo, dinâmico e contínuo que pressupõe, segundo Glat, Pletsch e Souza (2007) a adaptação do sistema escolar e de cada instituição, acompanhada de uma mudança da cultura escolar para aceitar a diversidade de estilos e ritmos de aprendizagem entre seus alunos. [3: Reportagem de Larissa Sarmento, da Agência Brasília. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2017/07/07/alunos-com-deficiencia-tem-atendimento-especial-nas-escolas-publicas-do-df/] 
Deve-se enfatizar, então, que a Educação inclusiva não consiste apenas em matricular o aluno com deficiência em uma escola ou turma regular como um espaço para desenvolver a socialização desse aluno, mas proporcionar o ingresso e a permanência do aluno na escola com vistas a atender as peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. 
3. Considerações e discussões finais 
Para uma proposta efetiva de educação inclusiva é necessário e urgente considerar algumas vertentes, tais como: todo pessoa tem direito de acesso à educação de qualidade; todo pessoa é capaz de aprender; o processo de aprendizagem é único para cada indivíduo; o ambiente escolar comum beneficia a todos e a educação inclusiva diz respeito a toda sociedade. 
No entanto, é sabido que esse modelo educacional traz e apresenta inúmeros desafios que ainda não foram superados: infraestrutura escolar que não atende às especificidades da educação inclusiva, falta de profissionais capacitados na rede de ensino, falta de preparo de toda comunidade escolar para lidar com a inclusão, dentre outros. 
Assim se colocam imperiosas as discussões acerca de todos os problemas que perpassam esse modelo para que se rompa o círculo de exclusão dos alunos com deficiência do sistema escolar brasileiro. Então, é crucial não só conhecer os problemas de uma educação inclusiva como também adotar e propor práticas para uma efetiva proposta de inclusão dos alunos com deficiência no sistema escolar. Desse de modo para que o conceito de educação inclusiva proposto seja efetivo é necessário respeitar os diferentes ritmos de aprendizado dos alunos, capacitar professores e toda a gestão escolar e focar nas competências dos alunos e não em suas dificuldades. 
4. Referências bibliográficas 
BRASIL. Lei Federal n. 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, v. 134, n. 248, 22 dez. 1996.
BUENO, J. G. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993. 
______. A inclusão de alunos diferentes nas classes comuns do ensino regular. Temas sobre desenvolvimento, São Paulo, v. 9, n. 54, p. 21-27, 2001.
GLAT, R. A Integração social dos portadores de deficiências: uma reflexão. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1995.
 GLAT, R.; NOGUEIRA, M. L. de L. Políticas educacionais e a formação de professores para a educação inclusiva no Brasil. Revista Integração, Brasília, v. 24, ano 14, p. 22-27, 2002.
GLAT, Rosana; PLETSCH, Márcia Denise; SOUZA FONTES, Rejane de. Educação inclusiva & educação especial: propostas que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade Educação. Revista do Centro de Educação, vol. 32, núm. 2, 2007, pp. 343-355 Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria, RS, Brasil. 
PLETSCH, M. D.; FONTES, R. de S. La inclusión escolar de alumnos con necesidades especiales: directrices, prácticas y resultados de la experiencia brasileña. Revista Educar, Jalisco, México, n. 37, p. 87-97, 2006.

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