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Educação Inclusiva: Desafios e Perspectivas

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Acadêmicos [footnoteRef:1]
Tutor Externo[footnoteRef:2] [1: Fabio Machado Pinto, Gessica Souza Santos de Oliveira, Greicy Cordeiro Santos, Isa Ferreira Da Cruz] [2: Sandra Gorete Medeiros dos Santos Teixeira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso ( Licenciatura em Pedagogia – 1950) Prática Interdisciplinar III – 25/11/2018
] 
RESUMO
O objetivo do presente artigo é fazer uma reflexão sobre escola inclusiva, e seus desafios na atualidade, mediante uma revisão bibliográfica que trata do assunto em questão. Percebe-se que o modelo de educação inclusiva está sendo bem disseminado nas escolas brasileiras, porém, a muitos desafios, visto que a escola e os professores não estão totalmente preparados para atender a demanda de alunos com necessidades educacionais especiais. Contudo, a urgência para a formação de professores que trabalhe com sucesso nessas classes inclusivas é latente e implica em novas atitudes e competências para lidar com a inclusão em sala regular. E com a finalidade de divulgar essa reflexão entre as pessoas engajadas em transformar o modelo de ensino das escolas regulares, o presente estudo visa a aplicabilidade de cada reflexão expondo as idéias centrais contidas na verdadeira inclusão, evitando a exclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Sabe-se que a verdadeira inclusão só se efetiva com a ajuda de todos que fazem parte da comunidade escolar. A gestão administrativa juntamente com o conselho pedagógico são fundamentais para o trato com a aplicabilidade das políticas publicas para a escola inclusiva, o atendimento Educacional Especializado – AEE, que tem a função de elaborar e colocar em prática atividades diversificadas no atendimento especializado que complementa a formação do aluno, contribuindo com o professor da sala de aula regular nas suas atribuições, como também, aglutinar esforços para auxiliar nas formações continuadas dos seus profissionais. Conhecer profundamente esse tema é fundamental para toda a comunidade escolar.
Palavras – chave: Escola inclusiva. Formação de professores. Atendimento educacional especializado.
1 INTRODUÇÃO
12
Educação Inclusiva é uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças. As diferenças sempre existiram. Na Educação Inclusiva elas precisam ser reconhecidas e valorizadas sem preconceito, o que é previsto na Constituição, sendo uns dos direitos dos cidadãos. Na pratica, entretanto, realizar essa inclusão, não se resume apenas a garantir a presença dessas pessoas em todos os espaços, mas diminuir ou extinguir as praticas excludentes e 
discriminatórias. O problema da exclusão social, em seu contexto mais geral, se traduz como falta de acesso as oportunidades, oferecida pela sociedade aos seus membros. Isso implica que um individuo é considerado socialmente excluído quando este é privado dos seus direitos sociais, civis e/ou econômicos.
Em muitos casos, isso acontece porque a deficiência toma um lugar central. Não há possibilidade de conviver com ela. Dita de outro modo, a pessoa passa aser mais definida pelo que ela não tem, do que pelos diversos elementos que tem. Para quebrar esse paradigma é necessário que as deficiências sejam trabalhadas em um contexto de diversidade. Todos têm necessidades especificas e cada um vive e aprende à sua maneira.
A política de inclusão por si só não garante a inclusão como realidade nas escolas brasileiras, por isso, a escola comum se individualiza como inclusiva quando reconhece e valoriza essas diferenças de características quando luta contra e não tem praticas discriminatórias, de segregação, garantindo a todos o direito de aprender a aprender. O caminho a ser percorrido coloca diante de nós, educadores, a superação de barreiras construídas ao longo de anos de exclusão e preconceito social. Afinal, compreender a diversidade exige conhece - lá em suas mais variedades expressões e incorporá-la ao cotidiano escolar numa prática pedagógica voltada para a construção da cidadania. 
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 	O conceito de inclusão no âmbito específico da educação, implica, antes de mais, rejeitar, por principio a exclusão (presencial ou acadêmica) de qualquer aluno da comunidade escolar. Para isso, a escola que pretende seguir uma política de Educação Inclusiva (EI) desenvolve políticas, culturas e práticas que valorizam o contributo ativo de cada aluno para a construção de um conhecimento construído e partilhado e desta forma atingir a qualidade acadêmica e socio cultural sem discriminação.
 	Atualmente a demanda por uma escola inclusiva e de qualidade para todos é intensa, necessitando-se da implementação de ações e atitudes que possibilitem a universalização do acesso a uma escola básica de qualidade, democrática e inclusiva.
Podemos dizer que no Brasil existem concomitante dois modelos de escolas primeiro a inclusiva e as demais escolas. A educação para todos está relacionada às políticas sociais, a distribuição de renda, ao acesso diferenciado dos bens materiais e a cultura, entre outros. Hoje com a globalização exige dos trabalhadores capacidade de aprendizagem e de resolução de problemas, flexibilidade, versatilidade para realizar tarefas em constante processo de modificação. É valorizada, a iniciativa pessoal, a capacidade de trabalhar em grupos, a capacidade de comunicação oral e escrita. A educação apresenta – se como uma condição básica para o desenvolvimento humano que incide na qualidade da força do trabalho. A educação moderna define seus objetivos em termos de competências a serem adquiridas pelos alunos. A melhor escola é aquela que oferece um ensino de qualidade e habilidades para um mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo. Neste contexto as escolas não conseguem atingir seus objetivos propostos. Nessa caracterização alunos que se afastam levemente dos padrões aceitáveis, cujo comportamento, desempenho ou necessidades de recursos especiais tornam-se indesejáveis nas salas de aulas. No processo de educação formal se realiza um modo particular de forma tal que durante o percurso uma parte dos alunos é promovida e atravessam os vários níveis, outra é marginalizada, excluída, ocorre isto porque a escola é uma instituição rígida e tem dificuldades de aceitar e trabalhar as diferenças.
 	Os debates sobre a educação inclusiva se disseminam, estudos são feitos, contribuindo para futuras políticas de transformação da estrutura educacional, no que diz respeito ao acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos. Sendo assegurado o direito de toda criança com necessidades educacionais especiais frequentar a escola regular é imprescindível que o professor tenha formação adequada, que a escola seja acessível na sua estrutura e que seja contemplada com as políticas públicas, como por exemplo, a oferta do Atendimento Educacional Especializada – AEE
O atendimento educacional especializado (AEE), previsto pelo Decreto n° 6.571/2008, é parte integrante do processo educacional, sendo que os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação nas classes comuns de ensino regular e no atendimento educacional especializado (AEE). O objetivo deste atendimento é identificar habilidades e necessidades dos estudantes, organizar recursos de acessibilidade e realizar atividades pedagógicas especificas que promova seu acesso ao currículo. Este atendimento não substitui a escolarização em classe comum e é ofertado no contra turno da escolarização em salas de recursos multifuncionais da própria escola, de outra escola pública ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios. 
Neste contexto, as principais legislações que fomentaram os processos Educacionais Inclusivos foram:Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, com três artigos específicos a Educação Especial Educação Inclusiva; as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº2/2001, na qual destacam em seu artigo 2º a inclusão de todos os alunos nos sistemas regulares de ensino, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento de todos os educandos, independentemente, de suas necessidades educacionais especiais( NEE). 
Em 2008 a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, fortalece o processo de inclusão, visto que tem como objetivo assegurar a inclusão de todos os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, nas classes regulares de ensino, tendo à escola a responsabilidade de adaptar-se em relação às NEE de seus alunos (MENDES, 2006). Neste documento os espaços segregados, escolas e salas especiais devem se transformar em espaços de apoio ao processo de inclusão, passando a se constituir em Centro de Atendimento Especializado e Salas de Recursos respectivamente. 
Muito embora a legislação vigente e os documentos normativos estejam impulsionando, ou mesmo norteando a organização de sistemas educacionais inclusivos, é mister destacar que sem mudança de postura, que deve ser desenvolvida por todos os protagonistas que fazem parte da comunidade escolar, será quase impossível tornar tais políticas efetivas. Haja vista que não se trata de uma simples inserção de alunos com NEE nos sistemas regulares de ensino, mas sim, de uma reestruturação em relação à cultura, a prática e as políticas vivenciadas nas escolas, de modo que estas respondam à diversidade de alunos
As políticas educacionais brasileiras preveem o direito a diversidade e a inclusão tais direitos são reforçados nos documentos eu orientam a elaboração dos currículos e as práticas educacionais no País. Estão presentes nos parâmetros Curriculares Nacionais nas Diretrizes para educação e na Política de Inclusão Social. 
As escolas inclusivas propõem um modo de se constituir um sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtude dessas necessidades. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. 
A escola, na perspectiva inclusiva, não tem apenas seu espaço físico adaptado às pessoas com necessidades especiais. A escola, na perspectiva inclusiva, deverá oferecer qualidade à permanência com êxito destes alunos; mudança de comportamento da comunidade escolar e o reconhecimento do aluno deficiente como sujeito de direito igual a todos, capaz de trocar sua própria trajetória, caso contrário será exclusão dentro da inclusão, aponta Moreira (2013,SP). 
Sassaki apud Vaillant (2003,P.22-23) aborda de forma mais ampla as principais características de uma escola inclusiva.
TABELA 01 – PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DE UMA ESCOLA INCLUSIVA
	1- Um senso de pertencer 
	Filosofia e visão de que todas as crianças pertencem à escola e à comunidade e de que podem aprender juntos. 
	2- Liderança
	O diretor envolve-se com a escola toda no provimento de estratégias.
	3- Colaboração e cooperação
	Envolvimento de alunos em estratégias de apoio mútuo (ensino de iguais, sistemas de companheiro, aprendizados cooperativos, ensino em equipe, co-ensino, equipe de assistência aluno-professor, etc).
	4- Novos papéis e responsabilidades
	Os professores falam menos e assessoram mais, psicólogos atuam mais junto aos professores nas salas de aula, todo o pessoal da escola faz parte do processo de aprendizagem.
	5- Parceria com os pais
	Os pais são parceiros igualmente essenciais na educação de seus filhos. 
	6- Acessibilidades
	Todos os ambientes físicos são tornados acessíveis e, quando necessário, é oferecida tecnologia assistiva. 
	7- Ambientes flexíveis de aprendizagem
	Espera-se que os alunos se promovam de acordo com estilo e ritmo individual de aprendizagem e não de uma única maneira para todos. 
	8- Estratégias baseadas em pesquisas 
	Aprendizado cooperativo, adaptação curricular, ensino de iguais, instrução direta, ensino recíproco, treinamento em habilidades sociais, instrução assistida por computador, treinamento em habilidades de estudar, etc.
	9- Novas formas de avaliação escolar
	Dependendo cada vez menos de testes padronizados, a escola trabalha com cada aluno rumo aos respectivos objetivos.
	10- Desenvolvimento profissional continuado 
	Aos professores são oferecidos cursos de aperfeiçoamento contínuo visando melhoria de seus conhecimentos e habilidades para melhor educar seus alunos.
Fonte: Sassaki (1997). Site Educação on-line, checagem sobre as praticas inclusivas (9/11/2001)
	A preocupação com estas condições básicas e a efetivação dos estudantes com escolas regulares fica ainda mais evidente com os dados de Arruda e Almeida (2014.P.8):
 “Estima-se no Brasil um total de 2.724 escolas especiais, 4;325 classes especiais e 17.469 escolas públicas regulares com apoio pedagógico especializado (apenas 31,5% do total).” Pensando no Processo pedagógico, os autores fazem outra alerta. Dos 2,3 milhões de professores brasileiros apenas 55 mil se dedicam a Educação Especial (2,3 %), 77,8% com formação especifica na área e 47% lotados em escolas regulares (53% em escolas especiais)” (Arruda; Almeida, 2014, P8.
Para minimizar este desafio da falta de preparo, tanto das escolas como dos professores, Casa grande (2009, s.p) sugere quatro pontos essenciais de flexibilização que se torna imprescindíveis quando há na classe alunos com necessidades educacionais especiais. São eles:
ESPAÇO: Adaptação do ambiente escolar para permitir que todos tenham acesso às dependências da escola. Isso inclui rampas e elevadores, mas não só. Entram ai também o reordenamento da sala de aula, por exemplo, e a identificação de materiais em braile para que um cego possa se locomover e encontrar o que procura com autonomia. 
TEMPO: Determinação de um período maior para que as crianças e jovens possam retomar conteúdos, realizar tarefas mais complexas entregar trabalhos e realizar provas. Um surdo pode precisar disso nas aulas de Língua Portuguesa, por exemplo, quando tiver de redigir um texto. 
CONTEUDO: Adequação do programa previsto no currículo ou no planejamento de cada aula com objetivo de garantir que estudantes com necessidades educacionais especiais aprendam bem parte da matéria, em lugar de se dispersar por enfrentar desafios acima de suas possibilidades. Uma criança com Síndrome de Down eu não consegue fazer cálculos mais complexos sobre juros, por exemplo, tem condições de aprender a calcular o troco numa compra.
RECURSOS: Busca de materiais didáticos ou de outras estratégias para ensinar determinados conteúdos, facilitando a aprendizagem. É a mais comum, geralmente relacionada a todos os tipos de deficiência. 
 
Uma serie de estratégias deverão ser incorporadas por toda comunidade escolar para que tenhamos uma Escola Inclusiva. Com base em Silveira e Nascimento (2013), abordamos como imprescindíveis estas ações: criar oportunidades para que todos aprendam, em sala de aula comum, com a mesma faixa etária; Responsabilizar o professor sobre todos os alunos da classe, com ou sem deficiência; Realizar adaptação curricular com materiais também adaptados; ofertar metodologias diferenciadas; Adaptar conteúdos e métodos; Adaptar o processo de avaliação; Interação entre profissionais, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, para orientar o trabalho do professor; Favorecer a participação e a interação entre alunos, com sistemas alternativos de comunicação; Interação do aluno com outros alunos em todas as atividades da escola; Criação de condições físicas, ambientais e materiais no ambiente escolar; Investir em formação continuada dos professores; Acreditar que é possível fazer mais e melhor.A orientação inclusiva diz respeito a escola em sua totalidade, sendo um equivoco considerar que cabe apenas ao professor de sala de aula essa responsabilidade. Entre as barreiras que impedem que a escola inclusiva se torne realidade naprática cotidiana de nossas escolas, tem sido apontado ‘’o despreparo dos professores do ensino regular para receber em suas salas de aulas geralmente repletas de alunos com problemas de disciplina e aprendizagem, os alunos com necessidades especiais’’.(BUENO et al, 1999 apud GLAT;NOGUEIRA, 2002,p.03)
De acordo com MANTOAN(2001,p.112) 
o desespero e as salas de aulas numerosas e com problemas de disciplina e aprendizagem tem sido o o maior desculpa para justificar o estado atual da maioria das nossas escolas que resistem a inclusão de portadores de necessidades especiais.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL,1998), dispõe que é competência do professor a tarefa de individualização das situações de aprendizagem oferecida as crianças, considera as suas capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas.
Nessa perspectiva, não se pode estigmatizar as crianças pelo que diferem mais levar em consideração as suas singularidades respeitando-as e valorizando-as como fator de enriquecimento pessoal e cultural. A qualidade do processo de inclusão está, portanto, atualmente relacionada a estrutura organizacional de instituição, das relações dialogadas e dos significados que a escola apresenta aos seus participantes sobre as práticas inclusivas. 
Levando-se em conta o documento parâmetros curriculares nacionais- Adaptações Curriculares (BRASIL, 1998), acentua-se que a qualidade do Processo envolve questões mais amplas implicadas as políticas públicas, as decisões orçamentárias, à implantação de recursos humanos, aos materiais adequados em termos de qualidade e a adoção de medidas educacionais compatíveis em suas diferentes modalidades. 
Os educadores precisam estar dispostos às mudanças e estar constantemente revisando seus conceitos, ideologias e valores, para atuar como elemento facilitador no processo de conscientização da construção de sua cidadania e da capacidade crítica e reflexiva. Esse processo de construção deve partir de sua pratica e dos conhecimentos prévios que esta prática possibilita aos professores necessitam ser colocados em contexto de aprendizagem e aprender a fazer fazendo: errando, acertando, tendo problemas a resolver, discutindo, construindo hipóteses, observando, revendo, argumentando, tomando decisões, pesquisando “(Leite, 1999, P 28)”. 
Estamos conscientes de que o desafio colocado aos professores é grande e que partesignificativa continua “não preparada” para desenvolver estratégias de ensinodiversificado, mas, o aluno com necessidades especiais está na escola, então cabe a cada um, encarar esse desafio de forma a contribuir para que no espaço escolar, aconteçam avanços e transformações, ainda que pequenas, mas que possam propiciar o início de uma inclusão escolar possível. 
 Nesse sentido, direcionamos nossa atenção para as ações que cabem aos professores realizar na prática pedagógica no intuito de favorecer a aprendizagem de todos os alunos envolvidos no processo. Sugerimos algumas Adaptações Curriculares de Pequeno Porte (Adaptações Não Significativas), possíveis de serem 
aplicadas. 
 	De acordo com o MEC as adaptações curriculares são respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e dentre estes, os que apresentam necessidades educacionais especiais: a) de acesso ao currículo; b)de participação integral, efetiva e bemsucedida em uma programação escolar tão comum quanto possível; (BRASIL, 2000, p. 7) 
 	 Essas adaptações são assim chamadas, justamente por não exigirem autorização de instâncias superiores e terem sua implementação totalmente realizada através do trabalho docente. 
 De modo geral dentre essas adaptações que fazem parte do currículo, para garantir a inclusão e a permanência do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino regular, estão:
• A criação de condições físicas, materiais e ambientais na sala de aula;
• Favorecer o melhor nível possível de comunicação e interação do aluno com toda a comunidade escolar;
• Permitir e favorecer a participação do aluno em toda e qualquer atividade escolar;
• Lutar pela aquisição de equipamentos e materiais específicos necessários; 
• Realizar adaptações em materiais de uso comum em sala de aula; 
• Permitir sistemas alternativos de comunicação, tanto no decorrer das aulas como nas avaliações, para alunos que não utilizam a comunicação oral;
• Colaborar na eliminação de sentimentos de baixa autoestima, inferioridade, menos valia ou fracasso. 
 	As adaptações de pequeno porte (não significativas) constituem pequenos 
ajustes nas ações planejadas a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula. 
Além dessas adaptações gerais, é importante refletir também nas adaptações mais 
específicas de acordo com cada necessidade. 
 	É importante ressaltar ainda, que antes de se iniciar um trabalho com alunos 
com necessidades educacionais especiais, no ensino regular, é necessário que se 
faça um preparo dos demais alunos, no sentido de conscientização da importância 
da convivência na diversidade e no respeito às diferenças.
 	Apesar da formação e capacitação docente serem reconhecidas pelas políticas públicas referentes à educação, a realidade é que os professores não foram e não são formados para uma educação inclusiva, foram formados em um modelo seletivo, excludente para uma escola seletiva/excludente , e tendem a reproduzir este modelo em suas práticas, a proposta de como romper esse círculo vicioso passa pela formação em um modelo inclusivo para uma escola inclusiva, o que certamente requer profunda mudança no enfoque da formação acadêmica. 
As necessidades educacionais especiais não estabelecem um padrão único, pois cada necessidade parte da condição individual e particular de um indivíduo, ou seja, podemos nos deparar com dois alunos que apresentam o mesmo tipo e grau de deficiência, porém, cada um deles poderá apresentar necessidades particulares, exigindo adaptações curriculares e metodológicas diferenciadas. Em outra situação possível nos deparamos com alunos que não possuem deficiências físicas, mas que necessitam de apoio diferenciado para percorrer o processo de ensino-aprendizagem. (GLAT; BLANCO, 2007).
 Os educadores precisam estar dispostos a mudanças e estar constantemente revisando seus conceitos, ideologias e valores, pra atuar como elemento facilitador no processo de conscientização da construção de sua cidadania e da capacidade crítica e reflexiva.
3- CONCLUSÃO
Em virtude do que foi mencionado podemos afirmar que não basta apenas impor a inclusão social, pois desta forma será realizada uma exclusão dentro da própria inclusão.
Todos os envolvidos devem entender a complexidade da inclusão social, espaços adaptados não são o suficiente para realizar a inclusão, não só os educadores mas toda a comunidade escolar deve está apta a acompanhar e se desenvolver juntos aos estudantes com necessidades educacionais especiais.
Vale salientar que todos devem ter acesso as mesmas oportunidades, devendo considerar que os educadores não receberam em sua formação uma capacitação inclusiva.
Tendo em vista que as necessidades educacionais são individuais e que independente da deficiência, pode haver uma necessidade diferenciada mesmo para alunos que portam o mesmo grau de deficiência física, precisamos cada vez mais de educadores dispostos a está constantemente se adaptando, promovendo mudanças de conceitos, valores, ideologias, dispostos realmente a atuar de forma a facilitar a construção de uma cidadania voltada a uma consciência crítica e reflexiva, capaz de interagir sem preconceitos com os diversos tipos de necessidades.
Dados estatísticos apontam que mais de 45 milhões de pessoas apresentam algum tipo de deficiência, representando cerca de 23% da populaçãobrasileira.
Partindo do princípio da educação temos os seguintes valores voltados ao nível de ensino destes brasileiros:
61% não tem nenhum grau de instrução ou atingiram apenas o ensino fundamental
17% concluíram o ensino médio ou possuem ensino superior incompleto
14% Ensino fundamental completo ou médio incompleto
E apenas 6% apresentam superior completo.
Isto ocorre porque a deficiência ainda tem tomado a atenção principal, quando na verdade o que deveria ser o foco principal seria como conviver com ela.
Conviver com o outro nos dá a capacidade de entender e explorar nossas capacidades e desafiar nossas possibilidades. Não há duvida de que é com a interação com o grupo e com as diferenças de sexo, de cor, de idade, de condição social e com as diferenças de aptidões e de capacidades físicas e intelectuais existentes no grupo que a criança vai construindo sua identidade, vai se testando seus limites, desafiando suas possibilidades e, consequentemente, aprendendo. Este é o mundo real.
Referências Bibliográficas
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GLAT, Rosana; BLANCO, Leila de Macedo Varela. Educação Especial no contexto de uma educação inclusiva. In: GLAT, Rosana. Educação inclusiva; cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro:7 letras, 2007.
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MANTOAN, M.T.E. A integração da pessoa com deficiencia. São Paulo:Memmon,1997.
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SILVEIRA, T. dos S. da; Nascimento, Luciana Monteiro do. Educação Inclusiva. Indaial: Uniasselvi, 2013.
STAIN BACK, S.; STAIN BACK, W. Inclusão: guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
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