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MOLUSCOS : CARACTERÍSTICAS, CLASSIFICAÇÕES, TÉCNICAS DE COCÇÃO. Mariana Melo Costa Ana Paula Alves UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE NUTRIÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DOS ALIMENTOS NUTA32 – PESCADOS, FRUTOS DO MAR E CARNES EXÓTICAS PESCADOS: MOLUSCOS -São animais invertebrados aquáticos e terrestres caracterizados por possuir corpo mole (Filo Mollusca, do latim molluscus, mole). -100 mil espécies - desde pequenos caramujos de 1mm a mariscos e lulas gigantes - a maioria possui concha, porém em alguns ela é apenas vestigial. Google Imagens , 2022 Google Imagens , 2022 E n g e p e s c a 2 0 2 2 PESCADOS: MOLUSCOS Gastrópodes: São os que possuem apenas uma concha, também chamados de univalves. Ex: o abalone, os escargots. Bivalves: São os que possuem duas conchas, ligadas por uma articulação. Ex: o mexilhão, a ostra e a vieira. Cefalópodes: São os que possuem os "pés na cabeça", ou seja, tem os tentáculos ou braços ligados diretamente à cabeça Ex: a lula e o polvo ARAUJO et al., 2014 MOLUSCOS : TEXTURA Bivalves – músculos adutores: desafios para os cozinheiros, mas vantagens na conservação. Contração rápida – fechar rapidamente as conchas Semelhante ao músculo rápido dos peixes – branco, translúcido e relativamente macio Porção que mantém a concha fechada – rígido, grande quantidade de colágeno – cozido por tempo prolongado. Em vieiras, geralmente é retirado ↑ Tecido muscular - ↑ mais elástico MOLUSCOS: TEXTURA Bivalves - Escorregadios, macios e crocantes quando crus - Elásticos e difíceis de mastigar quando cozidos. Abalone, Polvo e Lula Tecido muscular com grande quantidade de colágeno e um arranjo complexo de fibras Cocção rápida – elásticas e difíceis de mastigar Cocção até 50-55° C – desnaturação do colágeno – fibras ficam duras Cocção lenta, suave e contínua – Fibras macias (MCGEE, 2011) Textura e ciclo de vida -Próximo da desova são macios e cremosos - depois da desova são flácidos e magros MOLUSCOS: SABOR Bivalves – sabor mais intenso Água na boca, principalmente se comidos crus. Aminoácidos - Controle osmótico quase exclusivo ácido glutâmico Reserva de energia Glicogênio - aumenta a sensação de viscosidade e transforma-se lentamente em moléculas doces Cocção - ↓ Sabor – calor prende alguns aminoácidos na teia de proteínas - menos perceptíveis Altera e intensifica o aroma (BARHAM, 2002; MCGEE, 2011) Ex: Salinidade e ciclo de vida – criação de ostras. MOLUSCOS: SABOR Polvo e Lula– sabor menos doce e menos intenso Controle osmótico - óxido de trimetilamina Quantidades pequenas de aminoácidos Sépia – pigmento contido em uma bolsa – esguichado quando o animal se sente ameaçado. Mistura de compostos fenólicos Sabor dos moluscos e seu ciclo de vida (BARHAM, 2002; MCGEE, 2011) MOLUSCOS: CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS Mariscos: bivlaves que vivem debaixo da areia Expostos a venda vivos, valvas fechadas Cheiro agradável Carne úmida e bem aderida a concha, aspecto esponjoso, cor cinzenta clara nas ostras e amarela nos mexilhões Polvo e lula Pele: lisa e úmida Olhos: vivos e salientes nas órbitas Carne: consistente e elástica Ausência de pigmentação estranha Cheiro: próprio (EVANGELISTA, 2001) Os moluscos comestíveis mais comuns no Brasil : Berbigões (vôngoles) Caracóis (escargots) Sururus Sarnambis Lambretas Ostras Mexilhões Vieiras (SOUZA, 2012) http://malaguetacomunicacao.com.br/wp-content/uploads/2010/03/escargot1188999512.jpg Moluscos: como escolher e manipular bivalves - São vendidos frescos e vivos, fechados - Quando fora da concha são vendidos pré-cozidos - Melhor conservado em gelo, cobertos por um pano molhado - cuidado com a água do degelo - Adquirem mais qualidade ao ficar em água fria com sal - Esfregue bem os moluscos antes de abri-los para remover pedrinhas e areia, - Jogue fora os que estiverem abertos ou danificados - Ao cozinhar eles se abrem, jogue fora os que se mantém fechados Vôngole ou Berbigão Encontrado em todo o litoral brasileiro; Pequeno molusco de concha branca canelada. Devem ser vendidos vivos; Valvas fechadas; Cheiro agradável e pronunciado; Carne úmida e bem-aderente à concha, de apecto esponjoso, cinzenta-clara nas ostras e amareladas nos mexilhões. Sabor bastante acentuado; Pode ser consumido cru, cozido ou em molhos e recheios. SPAGHETTI ALLE VONGOLE Sarnambi ou cernambi Possui bela concha; Vive enterrado em areia; Muito popular no NE Brasileiro; Consumido cozido em leite de coco, em frigideiras e tortas. Risotto de Mariscos Sururu Comum no litoral de Maceió (Lagoa do Mundaú) Encontrado em águas salobras, manguezais e embocaduras dos rios; Carne saborosa e alimento de mesma atenção dos outros mariscos; Consumido cozido em molhos e recheios. Caldinho de Sururu Lambreta Congênere do sururu; Pouco conhecido no sul do Brasil; Muito popular na Bahia; Servida cozida acompanhada de molho vinagrete/campanha; Sua carne lembra o escargots, podendo ser servida com manteiga de ervas. Búzio/Caracol-do-mar Vive nas rochas e pedras junto às costas de mares mais frios; Após cozido pode ser consumido com molhos tipo campanha ou ainda misturados com arroz, ou em caldeiradas. Escargots Tipo de caramujo terrestre utilizado amplamente na gastronomia internacional; 2 variedades: Escargots romano: concha listrada de marrom e branco Petit gris: menor e de cor acinzentada caramujo de jardim Sabor surpreendente apimentado Geralmente são consumidos cozidos em court-bouillon por 40 min., reservando as conchas para servir. Podendo ser também assados ou cozido em salamandra http://malaguetacomunicacao.com.br/wp-content/uploads/2010/03/escargot1188999512.jpg CUIDADO -Achatina fulica, o caramujo gigante africano Sucedâneo do escargot Concha de 7-12 cm e peso de 100g - Reprodução eficiente - Se adaptam a diversos ambientes - Diversidade de alimentos - Podem estivar por meses Espécie exótica invasora Angiostrongilíase Arboviroses Ostras Produzem pérolas; Fruto do mar mais macio Amplamente consumidas em todo mundo; Mais de 120 espécies catalogadas; Perecível, dura apenas um dia Variedades produzidas no Brasil: Ostra de pedra (mais saborosa), ostra de mangue e ostra de fundo (maior); Crossotera brasiliana Ostra de Cananéia – S.P Sabor delicado (60g); Crossotera gigas Ostra de Santa Catarina mais salgada e maior (80g); Ostrea pueichana Bahia e ES sabor acentuado e pequena; Podem ser consumidas frescas, cozidas, assadas ou com molhos. Cuidados com ostras e mariscos em geral Alimento de difícil digestão pelo seu alto teor protéico; Ao comprar o molusco vivo: verificar concha fechada, cheiro forte, mas agradável, ao ser pressionada não pode produzir ruídos, ao ser aberta, sua carne e o líquido que envolve devem ser claros e límpidos; Deve ser mantida viva até a hora de preparo (câmara fria 6°C – 8°C), consumida no mesmo dia; Intoxicação alimentar provocado por ostras é extremamente grave. Per capita: 8 a 10 ostras por pessoa Mexilhões Cosmopolitas Molusco de concha lisa de cor preta azulada (6cm); Aderido às pedras e com a presença de algas; Sua carne é creme e laranja com toques de preto; Tomar os mesmo cuidados no momento da compra como todos os moluscos; Ao ferver para limpar e retirar a carne descartar as conchas que não abrirem; Podem ser encontrados congelados. Paella Valenciana Coquilles Saint-Jacques Encontrados em mares frios e costas bascas da França e Espanha e na Galícia; No Brasil criação em Santa Catarina e nas proximidades de Cabo Frio-RJ. O que se serve no Brasil como Coquilles Saint-Jacques Vieiras sem coral. Outras variedades: Abalone ou orneaux; clams, dos norte-americanos; pétoncles – vieiras; bigorneaux e bulots – encontrados na França. Vieira gratinada ao creme de açãfrão. Lulas ou calamar Não possuem conchas, porém são moluscos (cefalópodos) tentáculos na cabeça; Possuem corpo alongado e comprido; Possui uma bolsa de tinta no interior de seu corpo utilizada para camuflar contra predadores; A tinta de lula é apreciada na culinária e usada em pratos famosos do Mediterrâneo (principalmente na Espanha). Sépia Lula muito comum no Mediterrâneo; Calamares en su tinta. Risotto al nero di seppia Espaguetti com tinta de lula Polvos Cefalópodo de tamanho variado; Corpo com cabeça e 8 tentáculos Carne dura, porém saborosa; Pode ser comprado fresco e consumido imediatamente após limpo e cozido em água com sal. Pode ser servido de várias formas quentes ou frias; Amplamente utilizado na cozinha asiática; Arroz de polvo Polvo grelhado com purê de mandioquinha Ceviche de polvo MÉTODOS DE COCÇÃO: CALOR SECO Grelhar e Chapear - Utilizar temperatura alta para selar a carne e evitar a perda de sucos - Utilizar pouca ou nenhuma gordura - Aplicado em lulas e polvos (já cozidos em cocção úmida). (NETO e Lopes, 2011; ARAUJO et al., 2014; IAC, 2010) MÉTODOS DE COCÇÃO: CALOR SECO Fritura por imersão ou meia imersão Empanados: crosta crocante e interior macio Sem empanamento: retração brusca das fibras e saída excessiva de sucos - Imersão total ou parcial (frigir ) do alimento em óleo à alta temperatura - Atentar-se para ponto de fumaça da gordura utilizada - Preferir óleos vegetais monitorando os mesmo (NETO e Lopes, 2011; ARAUJO et al., 2014; IAC, 2010) MÉTODOS DE COCÇÃO: CALOR ÚMIDO Utilizado para carnes com mais tecido conjuntivo Fervura ou escalfado Dispensa uso de gordura Utiliza meio aquoso Hidratam o alimento e dissolvem substâncias responsáveis pelo valor nutricional, sabor e aroma Pode ser utilizado fundos ou líquido ácido (Court-bouillon e vinho) Em panela de pressão o próprio polvo solta o líquido do cozimento (geralmente 8-10min/kg). (NETO e Lopes, 2011; ARAUJO et al., 2014; IAC, 2010) REFERÊNCIAS BARRETO, Ronaldo Lopes Pontes. Passaporte para o Sabor: Tecnologias para elaboração de cardápios. São Paulo: Editora SENAC, 2000. Caramujo Africano. Disponível em https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo- Africano-Achatina-fulica. Acesso em Maio de 2022. INSTITUTO AMERICANO DE CULINÁRIA (IAC). Chef Profissional. 3 ed. Ed. Senac São Paulo, 2010. MCGEE, Harold. Comida e Cozinha: Ciência e Cultura da Culinária. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes, 2011. https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo-Africano-Achatina-fulica https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo-Africano-Achatina-fulica https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo-Africano-Achatina-fulica https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo-Africano-Achatina-fulica https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo-Africano-Achatina-fulica https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo-Africano-Achatina-fulica https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Caramujo-Africano-Achatina-fulica
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