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REDES SOCIAIS E TIC'S

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Carlos Eduardo Cayres
Redes Sociais e as TIC'S
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Carlos Eduardo Cayres
Redes Sociais e as TIC'S
R
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 S
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TI
C
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C385r Cayres, Carlos Eduardo.
 Redes Sociais e as Tecnologia da 
Informação e Comunicação. / Carlos Eduardo 
Cayres. – João Pessoa: FUNEPI, 2016.
125f.
ISBN: 
1. Redes Sociais. 2. Tecnologia. 2. 
Informação. 3. Comunicação. I. Título.
FUNEPI CDD: 371.3
Diretor Geral: Daniel Porto Campello
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Pró-Diretoria de Educação à Distância: Thiago Silveira Coelho
Coordenação de Curso: Marcelle Chaves Sodré
Capa e Editoração: Andresa Guilhen Zam; André Morais; Diego R. Pinaffo; 
Renata Sguissardi; Welder Henrique O. Carvalho
Revisão Textual e Normas: Rosângela Maria de Carvalho
Ficha catalográfica realizada pela bibliotecária 
Este livro é publicado pelo Programa de Publicações Digitais da FACULDADE TRÊS 
MARIAS
FICHA CATALOGRÁFICA - SERVIÇO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO – 
FACULDADE TRÊS MARIAS
SOBRE A FACULDADE
A Faculdade FUNEPI, atualmente, Três Marias é 
uma instituição de ensino superior pluricurricular, 
credenciada pela Portaria do Ministério da Educação nº 
663 de 1º julho de 2015, que tem como objetivo ministrar 
cursos presenciais e a distância nas diversas áreas de 
conhecimentos; atender a demanda do setor produtivo, 
industrial, comercial e de prestação de serviços; 
desenvolver pesquisa nas áreas de saúde, educação, 
ciência e tecnologia, bem como atuar na extensão 
universitária. Para atendimento aos estudantes, contará 
com as organizações empresariais como parcerias que 
terão papel de auxílio na integração da faculdade com a 
comunidade, além dos programas institucionais de apoio 
aos discentes.
MISSÃO
Formar profissionais diferenciados, que atuem de 
forma autônoma, capazes de atender a demanda do 
mercado, com ética e espírito empreendedor.
VISÃO
Ser reconhecida como instituição de ensino superior 
por meio da oferta qualificada de cursos de graduação e de 
pós-graduação de alto nível.
VALORES
Gestão consciente, ética, respeito mútuo, qualidade de 
ensino, e compromisso social.
AP
RE
SE
N
TA
ÇÃ
O
Redes 
Sociais e as 
Tecnologias da 
Informação e 
Comunicação
Carlos Eduardo Cayres
Olá caro(a) aluno(a),
Sou Carlos Eduardo Cayres, graduado em Ciência da Computação 
pela UNIDERP – Universidade para o Desenvolvimento do Estado e 
da região do Pantanal, Especialista em Desenvolvimento de Aplicações 
para Internet pela mesma IES. Atuo como professor universitário 
desde 1998 na área de teoria da computação, desenvolvimento web 
e programação de computadores. Atualmente sou coordenador 
do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas 
da Universidade Anhanguera-Uniderp e trabalho na área de 
desenvolvimento de Sistemas para Internet.
AP
RE
SE
N
TA
ÇÃ
O A disciplina de Redes Sociais e Tecnologia da Informação 
e Comunicação terá seu conteúdo dividido em 3 unidades. 
Na unidade I serão abordadas as mudanças na sociedade 
e no trabalho, provocadas pelas novas tecnologias. Na 
unidade II trabalharemos com a aplicação das novas 
tecnologias na EaD e suas formas de mediação. Já na 
unidade III, vamos debater a organização e construção da 
ação educativa em ambientes virtuais. 
Bons estudos!
SU
M
ÁR
IO
SU
M
ÁR
IO
AS MUDANÇAS NA SOCIEDADE E NO TRABALHO, PROVOCADAS 
PELAS NOVAS TECNOLOGIAS 11
UNIDADE 1 11
INTRODUÇÃO .................................................................................. 13
NOVAS TECNOLOGIAS NA CULTURA E NO TRABALHO .............. 13
CONCEITO DE TECNOLOGIA .......................................................... 17
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E O TRABALHO ......................... 18
A INSERÇÃO DAS TIC NO TRABALHO ............................................ 21
A INTERNET ..................................................................................... 24
A ESTRUTURA ESTRATÉGICA DAS TIC ............................................ 26
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL ........................................................ 30
AS CONDIÇÕES DE TRABALHO ...................................................... 32
NOVAS TECNOLOGIAS NA EAD E SUAS FORMAS DE 
MEDIAÇÃO 59
UNIDADE 2 59
INTRODUÇÃO ................................................................................. 60
NOVAS POSTURAS FRENTE À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.............. 60
A INTERATIVIDADE NA EAD .......................................................... 63
POSSÍVEIS CAMINHOS DA INTERATIVIDADE ................................ 70
SU
M
ÁR
IO
SU
M
ÁR
IO
REDES SOCIAIS COMO ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM NA WEB .. 73
ORGANIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DA AÇÃO EDUCATIVA EM 
AMBIENTES VIRTUAIS 105
UNIDADE 3 105
INTRODUÇÃO .................................................................................
106
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..............................................................
106
NOVOS MODELOS PEDAGÓGICOS MEDIADOS PELAS NOVAS 
TECNOLOGIAS .................................................................................
111
TECNOLOGIAS, MÍDIAS E RECURSOS DE UM AMBIENTE VIRTUAL 
122
CONCLUSÃO ...................................................................................
164
As mudanças na sociedade 
e no trabalho, provocadas 
pelas novas tecnologias 
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar as novas formas de relações pessoais e de 
trabalho medianas pela Tecnologia da Informação e da 
Comunicação, seus recursos e ferramentas..
PLANO DE ESTUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
• Novas tecnologias na cultura e no trabalho
• Conceito de tecnologia
• A sociedade da informação e o trabalho
• A inserção das TIC no trabalho
• A internet
• A estrutura estratégica das TIC
• A formação profissional
• As condições de trabalho
Carlos Eduardo Cayres
13
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
INTRODUÇÃO
O trabalho colaborativo tem sido potencializado pelo 
uso das tecnologias, possibilitando também que se es-
tenda a questões teóricas e práticas. A ênfase em torno 
do trabalho agora é criar possibilidades de cooperações 
e produções coletivas. 
É preciso tomar cuidado ao examinar tudo isso. Serão 
apresentadas especulações em torno do trabalho e sua 
organização a partir das novas técnicas em rede, sem a 
pretensão de fechar este ponto ainda em pleno desen-
volvimento, introduzindo um diálogo sobre a cultura tec-
nológica e suas implicações nas mudanças no trabalho. 
NOVAS TECNOLOGIAS NA CULTURA E NO 
TRABALHO 
Grande parte dos trabalhos relacionados à Cibercultura 
tem deixado de lado um aspecto importante que é seu 
14
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
lado sociológico, definindo-se três aspectos em uma for-
ma nova de trabalho social: 
• Uma mudança cultural, estabelecendo uma nova relação 
mais horizontal e interativa que as mídias anteriores.
• Tendo aspecto de trabalho, ainda de forma não muito clara, 
pode ser classificado como imaterial.
• Como principal aspecto é que este produto é socializado e 
existe a tendência de ser produto livre de código aberto. 
Como se deu o surgimento do primeiro instrumento 
de trabalho, um pedaço de pau para atingir um animal 
ou pegar uma fruta em uma árvore, isso não importa. 
Foi com o uso do fogo com elemento transformador 
do alimento que o homem introduziu a subjetividade 
no trabalho e na sobrevivência, para transformar o ali-
mento produzido em um novo alimento ou para seu 
aquecimento.
15
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Provavelmente, a escrita surgiu nesta fase, ainda que 
expressa na forma de desenho de animais, também é 
provável que os chifres de animais abatidos fossem um 
dos primeiros instrumentos de trabalho deste homem. 
Este foi certamente, um dos elementos acelerador da 
formação da comunidade e de transformação da sim-
ples coleta doalimento na natureza, para a formação 
de comunidades sedentárias com o início de cultivo. Os 
rios tiveram grande influência na formação das primei-
ras grandes civilizações do ocidente. 
Surgem neste período os primeiros códigos e as primei-
ras escritas, os escribas passam a ocupar papel de des-
taque nas cortes, dando um impulso no desenvolvimen-
to da subjetividade humana. 
A forma de expressão deste período é tradicionalmente 
oral, ou seja, fundamentada nos ensinamentos passa-
dos às pessoas de forma “falada”, pois os escritos em 
16
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
papirus tinham alto custo e muitas vezes estes eram la-
vados destruindo as informações ali contidas, para es-
crita de novas informações. 
A indústria moderna organizou os aspectos objetivos do 
trabalho, como conjunto de atividades, recursos, instru-
mentos e técnicas de que o homem se serve para pro-
duzir, em uma velocidade não conhecida antes. 
O desenvolvimento das técnicas químicas e mecânicas 
inicialmente, e as elétricas e eletrônicas em uma segun-
da fase, apresentaram um progresso material jamais 
experimentado pela humanidade em tão curto espaço 
de tempo, porém os aspectos subjetivos necessários ao 
desenvolvimento humano foram deixados em segundo 
plano, quando não ignorados. 
A subjetividade agora não implica apenas na distribui-
ção dos bens materiais e culturais, mas na aceitação 
destes bens entre diversas formas de bens da cultura, 
17
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
incluindo a espiritualidade e a religião. 
É sensível que os povos desejam esta autonomia e ao 
mesmo tempo desejam a coparticipação no desenvolvi-
mento global, porém a gestão de bens e de sua distribui-
ção sofre ainda os antagonismos que precipitaram duas 
grandes guerras mundiais. 
CONCEITO DE TECNOLOGIA
Tecnologia é um termo que abrange o conhecimento 
técnico e científico e a aplicação destes conhecimentos 
por meio de sua transformação no uso de ferramentas, 
processos e materiais elaborados ou empregados a par-
tir de tal conhecimento.
A tecnologia tem ganhado cada vez mais espaço na vida 
social dos indivíduos. As atuais inovações tecnológicas 
têm como principal ferramenta os computadores, que 
são utilizados em atividades práticas no dia a dia das 
18
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
pessoas. Nas últimas décadas o crescimento do uso dos 
computadores tem sido apontado como uma das princi-
pais causas do desenvolvimento tecnológico, como pode 
ser observado na Figura 1.
Figura 1 - Recursos tecnológicos.
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E O 
TRABALHO
Segundo Bonilla (2005), o termo “sociedade da infor-
mação” vem sendo utilizado para caracterizar a épo-
ca atual em que vivemos referenciando as mudanças 
19
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
relacionadas às TICs, à economia, estilo de vida e outros 
aspectos. A autora destaca algumas definições de socie-
dade da informação:
• Definição tecnológica: a ênfase reside no espetacular avanço 
das tecnologias e das notáveis transformações nos processos 
de armazenamento e transmissão da informação.
• Definição econômica: relacionada à mensuração do tamanho 
e crescimento da indústria da informação.
• Definição ocupacional: baseada nas transformações que vêm 
ocorrendo no setor do trabalho.
• Definição espacial: sustentada pelas ideias de velocidade e 
compreensão do espaço-tempo global.
• Definição cultural: referente ao crescente volume de infor-
mações que circulam diariamente pelos meios de comuni-
cação e formam um novo ambiente informacional.
As definições citadas ainda não tornam o conceito 
20
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
de sociedade da informação preciso. Tais conceitos 
atribuem destaque as TICs no cotidiano da socieda-
de moderna, mas são insuficientes para defini-las por 
completo.
Muitas são as interpretações sobre as inovações tecnoló-
gicas, criando-se diversos conceitos a respeito. Segundo 
Schaff (1993), as mudanças sociais que estão ocorrendo 
são definidas como “revolução técnico-científica”, tendo 
como um de seus desdobramentos a “segunda revolu-
ção técnico-industrial”, trazendo a microeletrônica com 
eixo principal. Para o autor o desemprego foi uma das 
maiores consequências de tal “revolução”, as pessoas 
perderam seus empregos para a automatização indus-
trial. Isso provocou um incremento da produtividade e 
da riqueza social e ao mesmo tempo a redução da de-
manda de trabalho humano.
Realmente, ao se incorporar novas tecnológicas ao pro-
cesso produtivo, tende-se a gerar uma maior valorização 
21
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
do capital, reduzindo o uso de material humano. Não quer 
dizer que a mão de obra humana seja substituída pelas 
máquinas, mesmo porque, as máquinas são consideradas 
instrumentos de trabalho. Desprezar o trabalho humano 
faz com que o entendimento das mudanças históricas da 
época se tornem sem sentido. 
É fato que as novas tecnologias estão cada vez mais pre-
sentes na sociedade atual, mas isto não quer dizer que 
ela seja o centro das relações sociais, mesmo que exer-
çam um forte impacto nestas relações.
A INSERÇÃO DAS TIC NO TRABALHO
As Tecnologias da Informação e da Comunicação são a 
definição de ferramentas criadas para satisfazer neces-
sidades do homem, tendo como principal criador a so-
ciedade capitalista.
Algumas formas de regulação social foram criadas para 
se manter as bases da sociedade capitalista. Segundo 
Gerra (2000), destaca-se a “racionalidade instrumental”, 
22
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
que encontra-se dependente do alcance de fins particu-
lares e resultados imediatos. Isso a torna útil às estrutu-
ras da sociedade capitalista, reduzindo a reflexão crítica 
humana a meras técnicas.
A tecnologia tem grande expansão com o surgimento 
da computação eletrônica e da informática. Na cultura 
moderna faz parte do cotidiano dos indivíduos em to-
das as áreas de conhecimento e atuação, até mesmo 
no convívio humano através das redes sociais.
23
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Figura 2 - Tecnológicos no trabalho.
A utilização desta tecnologia não passa apenas pelo sa-
ber as técnicas e ferramentas, mas deve passar pelo ver-
dadeiro por que da sua utilização pelo indivíduo agente. 
As novas tecnologias da informação e da comunicação 
trazem muitas consequências e pode-se observar seu 
poder multiplicador em praticamente todos os meios de 
convivência dos indivíduos. Em várias áreas as TIC têm 
trazido novas formas de expressão, conhecimentos, 
possibilidades, pensamentos e por consequência, novos 
desafios e perspectivas. 
Diante da importância de se reconhecer o verdadeiro pa-
pel da tecnologia na sociedade atual, não sendo apenas 
caracterizado como conhecimento dos meios e ferramen-
tas disponíveis, mas sim como algo que modifica, produz 
e reproduz métodos inovadores e diferenciados de viver e 
de se inserir nas relações sociais (VELOSO, 2012).
24
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
A INTERNET
A internet em seus vários desdobramentos quanto a 
disponibilização de recursos de interação entre indiví-
duos, tem apresentado um potencial significativo. Seus 
recursos facilitam a interação e comunicação entre gru-
pos heterogêneos, possibilitando em tese, a manuten-
ção das identidades culturais e dos valores éticos.
Atualmente a Internet se configura não apenas como 
uma questão tecnológica, ela pode ser entendida como 
um importante fator cultural que influencia nas mudan-
ças das formas de se relacionar e viver em sociedade.
Os meios de comunicação instantâneos, por exemplo, 
as redes sociais, blogs, Skype,e-mails e outros (Figura 3), 
a Internet tem modificado significativamente os meios 
de comunicação entre os indivíduos. Da mesma forma, 
a Internet tem sido utilizada como meio de produção e 
disseminação de grandes quantidades de informação, 
por exemplo, bibliotecas digitais, livros disponíveis em 
25
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
rede, e a própria Wikipédia uma grande enciclopédia 
virtual. Utilizada de forma correta, a Internet pode-se 
configurar como uma importante ferramenta para o de-
senvolvimento pessoal e coletivo, proporcionando inú-
meras contribuições para o trabalho, o ensino, o laser e 
a cultura (VELOSO, 2012).
Figura 3 - Ferramentas de comunicação.
26
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
A ESTRUTURA ESTRATÉGICA DAS TIC
A possibilidade de produzir mudanças na qualidade re-
ferentes ao contexto social aponta para a importância 
da tecnologia. É um potencial que pode servir tanto ao 
interesse das classes dominantes da sociedade, e tam-
bém contribuir para elaboração de um projeto voltado a 
população de massa (VELOSO, 2012).
Para que todo o potencial das TIC seja realmente se-
dimentado, faz-se necessário um processo adequação 
deste recurso, valorizando outras competências e não 
somente a tecnologia (VELOSO, 2012).
Utilizar de forma crítica e rígida os recursos tecnológicos 
pode trazer alterações na realização de muitas atribui-
ções e competências. Isso tende a gerar efeitos positivos 
no desenvolvimento das diversas profissões. A utilização 
dos recursos das TIC pode contribuir para que os pro-
fissionais potencializem competências e habilidades no 
contexto de sua atuação em diversas políticas sociais 
27
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
públicas (VELOSO, 2012).
As TIC podem nos ajudar a identificar as desigualdades e 
potencializá-las, ao mesmo tempo estipular as relações 
entre diferentes dados e informações, estimulando es-
paços para o diálogo, aprendizagem e compartilhamen-
to (VELOSO, 2012).
Segundo Veloso (2012), no que se refere às profissões 
quanto ao uso das TIC aponta-se para algumas condi-
ções fundamentais, sendo três elementos básicos que 
possibilitam a integração das TIC ao trabalho: vontade 
e interesse dos profissionais em utilizar as tecnologias; 
existência de condições de trabalho adequadas; existên-
cia de formação profissional voltada para o tratamento 
deste tema (VELOSO, 2012).
Um dos fatores importantes para uma melhor absorção 
das TIC ao trabalho é a formação profissional, que deve 
contribuir para operacionalizar os recursos técnicos e 
28
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
também, quebrar o paradigma da resistência do seu uso, 
demonstrando as diversas alternativas e efeitos positi-
vos da utilização correta da tecnologia (VELOSO, 2012).
Uma das alternativas para tentar quebrar a resistência 
ao uso das TIC por parte dos profissionais das diversas 
áreas é a reflexão que pode ser realizada nos meios de 
capacitação, como cursos de graduação, pós-gradua-
ção, capacitações e demais espaços de debate (VELOSO, 
2012).
No que se refere à formação profissional, não se pode 
pensar em um simples ensino da informática básica, 
mas uma formação que direcione os profissionais para 
o entendimento e absorção dos potenciais das TIC, pos-
sibilitando a inserção dos benefícios da tecnologia no 
ambiente de trabalho. Não se pode esquecer que para 
uma adequação das TIC ao ambiente de trabalho é pre-
ciso verificar as condições e disponibilidade de recursos 
físicos, materiais e humano em quantidade e qualidade 
29
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
necessárias para realização das atividades tecnológicas.
Outro fator relevante quanto à absorção das TIC no am-
biente de trabalho, está relacionada ao interesse dos 
profissionais no seu uso. A resistência dos profissionais 
em inserir no seu trabalho os recursos oferecidos pelas 
tecnologias pode estar relacionada à falta de interesse 
no seu uso, ou seja, não há interesse, mas na verdade, 
há uma resistência quanto à incorporação das TIC no 
ambiente de trabalho.
Tal resistência está relacionada às mudanças e me-
lhorias que as TIC podem introduzir na realização das 
tarefas do cotidiano do profissional. Isso implica em 
atualização profissional, mudança de perfil, que traz 
melhorias na execução dos trabalhos, direcionando o 
profissional para as novas tendências inovadoras e fir-
mando sua presença no mercado de trabalho cada vez 
mais tecnológico.
30
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
A FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Uma abordagem mais aprofundada da importância da 
inserção das TIC no trabalho durante a formação pro-
fissional é um fator que pode contribuir muito para a 
quebra da barreira que ainda existe a tal inserção.
Para fixar a inserção das TIC no ambiente de trabalho 
subtende-se que no processo de formação profissio-
nal sejam abordando tanto os aspectos gerais do uso 
da tecnologia, quanto os benefícios que as TIC podem 
agregar às profissões.
Alguns profissionais buscam qualificação por meio de 
cursos de informática básica voltada para os editores 
de texto, planilhas eletrônicas e outros aplicativos mais 
utilizados no cotidiano do trabalho. Em alguns casos a 
qualificação se dá dentro da própria empresa, até mes-
mo por necessidade de aperfeiçoamento em virtude de 
mudanças nos sistemas operados pelos profissionais.
31
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
A grande demanda das atividades desenvolvidas no dia 
a dia dos profissionais fomenta a necessidade da inser-
ção das TIC. É importante identificar as necessidades 
nos processos do trabalho para adequação das tecnolo-
gias apropriadas.
A importância da abordagem das TIC na formação pro-
fissional não quer dizer que tal conteúdo deva ter prio-
ridade sobre os demais conteúdos que contemplam a 
formação profissional nas diversas áreas. A tecnologia 
deve ser trabalhada em igualdade de relevância com as 
demais competências e habilidades que fazem parte do 
trabalho profissional, deixando bem claro que a tecnolo-
gia não é prioridade na autonomia do trabalho, mas se-
gundo Veloso (2012) no projeto profissional, nos valores 
e nas referências fundamentais das profissões.
Sendo assim, a formação profissional preocupada com a 
abordagem das TIC pode contribui para que seja tratada 
como conteúdo complementar na formação profissional, 
32
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
útil partindo do princípio que possibilita uma articulação 
das competências profissionais, não sendo no processo 
de formação, o principal item.
Conforme Veloso (2102), a presença das TIC na forma-
ção profissional é uma condição de grande importância, 
embora não seja a única para que o processo de intro-
dução das tecnologias ao trabalho aconteça de forma 
rica e consistente. A abordagem das TIC na formação 
profissional pode tornar-se fundamental para que os 
profissionais possam desenvolver uma percepção crite-
riosa de tais tecnologias.
AS CONDIÇÕES DE TRABALHO
Com as discussões anteriores é possível verificar que 
informatizar não leva naturalmente a introdução das 
TIC no trabalho. Tal introdução precisa de condições 
para que os profissionais entendam o verdadeiro po-
tencial que os recursos da tecnologia podem agregar ao 
trabalho.
33
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Segundo Veloso (2012), isso demanda um série de esfor-
ços que envolvem a existência de condições adequadas 
de trabalhos, bem como envolvimento com o trabalho, 
vontade política, formação e qualificação profissional 
contínuas, dentre outros fatores. Muitas vezes as condi-
ções necessárias para a incorporaçãodas TIC não estão 
disponíveis para os profissionais, dificultando tal incor-
poração. Portanto, conhecer as condições de trabalho 
dos profissionais é vital para que a incorporação das TIC 
seja possível.
Embora condições para incorporação não seja o único pré-
-requisito, considera-se aspecto básico, sendo condição a 
presença de materiais e objetos necessários à incorporação.
Em muitas organizações a falta de condições adequadas 
de trabalho, até mesmo a falta de requisitos mínimos 
necessários para o desenvolvimento profissional sobre-
carregando o trabalhador, gerando um ambiente tenso 
e estressante.
34
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Mesmo com tantas dificuldades muito profissionais so-
nham com a inserção com a introdução das TIC nas ro-
tinas do trabalho, tentando eliminar as barreiras reais 
presentes no dia a dia. Pode-se apontar a dificuldade de 
acesso a equipamentos básicos para a prática das TIC, 
como computadores, impressoras, suprimentos de in-
formática, e também, a falta de espaços para qualifica-
ção na área.
Para uma efetiva introdução das TIC no ambiente pro-
fissional é relevante que as condições de trabalho sejam 
favoráveis. Ma maioria dos casos a frequência da tecno-
logia se dá em ambientes de trabalho que existam con-
dições que os profissionais acreditam ser adequadas. 
Incentivar a introdução das TIC à rotina do trabalho 
deve passar por uma reflexão da importância que as 
condições de trabalho exercem em tal processo. A 
simples existência de condições não garante a intro-
dução das TIC, é preciso articulação entre condições 
35
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
e potencialidades que as TIC poderão agregar ao tra-
balho, aí sim, processos de formação profissional que 
atenda as demandas e especificidades de cada profis-
são se fazem necessário, ajudando no processo de in-
trodução da TIC no trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As tecnologias possibilitam que o trabalho colaborativo 
também se estenda a questões teóricas e práticas. A ên-
fase em torno do trabalho agora é criar possibilidades 
de cooperações e produções coletivas. 
É preciso tomar cuidado ao examinar tudo isso, foi apre-
sentada uma deliberada especulação em torno do tra-
balho e sua organização a partir das novas técnicas em 
rede, sem a pretensão de fechar este ponto ainda em 
pleno desenvolvimento, mas de introduzir o diálogo so-
bre Cibercultura. 
36
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
FIQUE POR DENTRO
No link a seguir há um vídeo sobre TIC – Tecnologia da Informação 
e da Comunicação:
<http://www.youtube.com/watch?v=cl1291SqSow>.
REFLITA
É apresentado abaixo um artigo da professora Martorelli 
Dantas debatendo EaD, ambiente corporativo e formação 
continuada. Aproveite a leitura e reflita sobre os assuntos bri-
lhantemente debatidos pela professora.
O ENSINO A DISTÂNCIA NO AMBIENTE CORPORATIVO, 
UMA FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
Martorelli Dantas(*)
Não é de hoje que se diz que é preciso estudar sempre. É 
necessário que os profissionais, sejam quais forem as suas 
áreas de atuação, estejam em contínuo processo de desen-
volvimento e aprendizado. Esta realidade tem feito profissio-
nais já estabelecidos no mercado de trabalho retornarem aos 
bancos escolares, para fazerem MBA’s e cursos de especia-
lização. Refletir, repensar e trocar experiências com outras 
37
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
pessoas igualmente envolvidas no mundo produtivo tornou-
-se compulsório.
Mas nem todas as pessoas têm oportunidade de tempo e 
condições financeiras para estes cursos, que em geral são 
caros e demandam o deslocamento do profissional, freqüen-
temente, para outros países, e quando não, para outros esta-
dos. Há profissionais que estão em um momento tal de suas 
vidas que a retirada do “front” de trabalho neste instante não 
seria estratégica. As razões são várias: dificilmente consegui-
riam retornar para ocupar a mesma posição depois do perío-
do de estudos, não têm reservas financeiras para bancarem 
tal afastamento, não contam com um projeto de estímulo à 
educação continuada em suas empresas. É para esses profis-
sionais, inclusive, que o modelo corporativo de EaD (Ensino a 
Distância) parece-me especialmente apropriado.
Disse “inclusive” porque EaD não é uma forma de estudar 
para quem não tem tempo ou dinheiro. Quem não tem tem-
po para estudar e não tem recursos para financiar este estu-
do, nem conta com quem possa fazê-lo, simplesmente não 
pode estudar. É urgente que desfaçamos o engano de que 
é possível fazer bons cursos, ter bons professores e ter um 
crescimento profissional real sem investimento. Isso não é 
possível, e acredito que nunca foi nem nunca será.
Mas voltando à questão da utilização do Ensino a Distância no 
ambiente corporativo, devo afirmar que esta tem sido uma 
38
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
tendência dos nossos dias.
Primeiro foram as grandes universidades do mundo que co-
meçaram a utilizar com seus alunos de MBA, já na década de 
80, meios como apostilas, fitas de vídeo e áudio, para instruí-
rem aqueles com maior dificuldade de deslocamento. Com o 
advento da Internet parece que todos esses recursos encon-
traram um só caminho para ligarem alunos, professores e a 
própria instituição de ensino. Isso com a facilidade de que a 
comunicação pode ser feita não apenas de um para muitos, 
mas de forma completamente interativa, constituindo uma 
verdadeira comunidade de aprendizado.
Mais recentemente as empresas de grande porte como a 
Accor Brasil, BankBoston, DataSul e Visa perceberam o poten-
cial e a necessidade de manter suas estrelas dentro de suas 
próprias portas e criaram as Universidades Corporativas. Elas, 
nada mais são, que a criação, intramurus, de comunidades 
de aprendizado colaborativo, que oferecem a oportunidade 
aos funcionários da empresa de trocarem suas experiências 
e aprenderem com especialistas convidados. E nenhum canal 
se mostrou mais eficaz para isso que a Internet, com seus re-
cursos multimídia e infindas possibilidades de interação.
Se a escola entrou na empresa, e não mais para alfabetizar, 
é preciso também que a pedagogia faça o mesmo. Não há 
formação, crescimento e transformação sem educação, e o 
39
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
ensino corporativo não é exceção à regra. É preciso formar 
educadores capazes de dimensionar modelos e estratégias 
próprias para a implantação de sistemas de educação con-
tinuada através do EaD dentro das empresas, sob risco de 
despendermos inutilmente esforços, tempo e recursos.
A Aquifolium é uma empresa, entre outras, que tem se dedi-
cado a preparar esses educadores para agirem dentro de uni-
versidades, escolas, corporações e iniciativas independentes.
Já passaram por nossos cursos, eventos e palestras mais de 
mil alunos, os quais estão engajados em um mercado de tra-
balho crescente e exigente. Acredito que muitas empresas 
que já possuem toda uma estrutura de comunicação interna 
através da Internet, poderiam usar os equipamentos e o pes-
soal treinado, sob a supervisão e orientação de educadores, 
para desenvolver seus próprios cursos de aperfeiçoamento 
profissional. Para implementá-los não precisa ser rico, basta 
ser grande.
(*) A autora é professora da Escola Superior de Marketing do 
Recife, da Universidade de Pernambuco e membro da Equipe 
Pedagógica da Aquifolium Educacional.
Fonte : <http://www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/
martorelli.html.> Acessado em 23/09/2013.
40
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
REFLITA
É apresentada abaixo uma entrevista do professor Wilson 
Azevedo debatendo a tecnologia na educação. Aproveite a 
leitura e reflita sobre os assuntos brilhantemente debatidos 
pelo professor.
TECNOLOGIA EM FAVOR DA EDUCAÇÃOEntrevista concedida ao portal WWWork
Wilson Azevedo
wwwork: Quais são os serviços oferecidos pela Aquifolium?
Wilson Azevedo: A Aquifolium é uma empresa que desenvol-
ve projetos para a internet, com forte ênfase no aspecto huma-
no e comunicacional da rede, sem negligenciar o tratamento 
adequado da tecnologia. Nossa unidade de negócios educa-
cionais, a Aquifolium Educacional, dedica-se especificamente 
à educação on line, isto é, ao desenvolvimento de projetos de 
educação utilizando redes informatizadas, sendo a educação 
à distância o principal campo que vem demandando nossa 
atuação.
wwwork: Na sua opinião, como está sendo o desenvolvimen-
to do ensino à distância no Brasil?
Wilson Azevedo: Primeiramente, creio que deve-se destacar 
que o Brasil ocupa posição de destaque em nível mundial no 
41
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
que diz respeito à educação à distância. Aqui foram desenvol-
vidos os mais bem-sucedidos programas com uso de rádio e 
TV. Um exemplo deles é o TeleCurso 2000, caso de sucesso, 
destacado mundialmente. Mas, ainda estamos num proces-
so embrionário. Temos algumas iniciativas que deveriam ser 
corretamente classificadas no campo editorial e no mercado 
de publicações, embora esteja muito claro para a maioria das 
pessoas que o fato de se ler um livro que tem o título “curso 
de alguma coisa” não significa que se esteja efetivamente fa-
zendo um curso. Ainda não se tem a mesma clareza quando 
se trata de publicações eletrônicas em páginas na web.
wwwork: A educação à distância existe desde fins do século 
XVIII. A evolução da tecnologia é um dos principais motivos 
para a popularização do ensino à distância? Você acha que é 
uma tendência a utilização cada vez mais frequente e usual 
da internet no ensino?
Wilson Azevedo: Não diria que estejamos assistindo a uma 
popularização da EaD no Brasil. Pelo contrário, estamos as-
sistindo a um processo compreensível de elitização da edu-
cação à distância. A EaD no Brasil sempre foi vista como uma 
modalidade popular, ou voltada para os andares inferiores do 
edifício social, uma maneira de, supletivamente, atender aos 
que iam ficando excluídos do sistema educacional presencial. 
Nossos principais programas à distância sempre estiveram 
42
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
voltados à alfabetização e à formação básica da população 
de baixa renda.
O advento das redes corporativas e da internet conferiu um 
novo status a educação à distância. A educação online vem 
sendo vista por empresas e instituições de ensino como uma 
forma nova de atender a outro tipo de excluído, não o ex-
cluído social, mas o excluído pela falta de disponibilidade de 
tempo ou pela distância em relação aos centros de excelên-
cia, uma elite gerencial, executiva, profissional que vem se di-
rigindo os mais recentes esforços em educação online.
wwwork: Quais são as vantagens e desvantagens da educa-
ção à distância para os alunos e professores?
Wilson Azevedo: As principais vantagens, mas também os 
maiores perigos, se encontram na flexibilidade em relação ao 
tempo. Alunos e professores não ficam mais presos às gra-
des de horários que definem uma hora para começar e outra 
para encerrar uma aula. Alunos e professores precisam de 
maior disciplina para estabelecer os horários que lhes são 
mais convenientes - e efetivamente dedicar-se ao estudo nes-
tes horários. Isto requer um perfil mais autônomo e indepen-
dente para o aluno, coisa que nosso sistema educacional não 
incentiva nem desenvolve.
Além disto, no caso específico da educação on line, o alu-
no - e também o professor - precisa adaptar-se a uma outra 
43
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
ecologia pedagógica, um outro ambiente caracterizado por 
uma temporalidade multissincrona, uma espacialidade virtu-
al e uma sociabilidade comunitária. Esta adaptação é um pro-
cesso delicado que precisa ser bem trabalhado para evitar-se 
o fracasso, a angústia e a frustração.
wwwork: E a relação entre estudante e professor, não fica 
prejudicada?
Wilson Azevedo: Na EaD convencional, baseada em módu-
los auto-instrucionais, com uso de servico postal, rádio ou TV, 
este sempre foi um problema. Mais ainda do que a relação 
estudante-professor, a fecunda experiência de relaciona-
mento interpessoal e comunitário em turmas de alunos era 
totalmente impossível com uso destas tecnologias. Mas jus-
tamente uma das maiores contribuições das novas tecnolo-
gias da informação e da comunicação, notadamente da inter-
net, reside na possibilidade de interação coletiva à distância 
- que pode ser intensa, de altíssima qualidade e elevado grau 
de profundidade, quando bem incentivada e trabalhada. A 
maior contribuição está nesta possibilidade de envolver alu-
nos e professores em comunidades virtuais de aprendizagem 
colaborativa.
wwwork: A motivação do estudante não diminui com o en-
sino à distância? Esse tipo de ensino não estimula uma indi-
vidualização dos estudantes por não estarem reunidos em 
44
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
grupos?
Wilson Azevedo: No modelo baseado na chamada auto-ins-
trução isto é um fato. Mas este foi um modelo desenvolvido 
diante dos limites impostos pelas tecnologias classificadas 
como da primeira (rádio, TV) e da segunda geração (software 
educativo, CD-ROM) e pela orientação do contexto econômi-
co e cultural da sociedade industrial. Com o advento da cha-
mada “sociedade da informação” e das tecnologias de tercei-
ra geração, as das redes de computadores, não precisamos 
ficar presos a este modelo. Aliás, é um desperdício utilizar a 
internet apenas para a auto-instrução, um equívoco de enfo-
que desenvolver um curso on-line como se fosse um CD-ROM 
educativo. A internet combina as 3 possibilidades de comu-
nicação: de um-para-um, de um-para-muitos e, sobretudo, 
de muitos-para-muitos. Via internet, comunidades virtuais 
de aprendizagem colaborativa podem envolver o estudante, 
mantendo sua motivação e estimulando a constante e inten-
sa troca e cooperação de todos com todos. Não perceber 
isto tem sido um equívoco, infelizmente, ainda muito comum 
em iniciativas educacionais na internet. Mas acho que esta-
mos assistindo a um processo de gradual amadurecimento, 
tanto de instituições, quanto do público, que nos fará perce-
ber com mais nitidez que a aprendizagem colaborativa em 
45
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
comunidades virtuais oferece o modelo mais adequado à 
educação on-line.
É apresentado abaixo um artigo debatendo EaD e o 
mercado de trabalho. Aproveite a leitura e reflita sobre 
os assuntos brilhantemente debatidos pela professora.
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O MERCADO DE 
TRABALHO 
Ana Carolina Garcez Bueno Carneiro 
César Augusto Garcez Bueno Carneiro
Mariana Mayrink Giardini 
RESUMO
A revolução tecnológica mudou costumes, hábitos e 
valores na sociedade contemporânea e trouxe facilida-
des para a área da educação, que é uma das que mais faz 
uso dos recursos tecnológicos. A competição e exigência 
46
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
do mercado de trabalho levam cada vez mais pessoas 
a buscarem conhecimento e uma formação (gradua-
ção, pós-gradução, mestrado, doutorado) e o EAD tem 
proporcionado essa facilidade a muita gente, que por 
motivo de distancia, financeiro e outros, não pode es-
tar presente em uma faculdade, mas também surge a 
preocupação da aceitação do mercado com relação 
ao profissional na área da Aquacultura/Engenharia 
de Pesca/Aquicultura, Técnico em Piscicultura, formado 
pelo ensino a distância. 
PALAVRAS-CHAVE: EAD, Tecnologia, Profissional. 
INTRODUÇÃO 
As novas tecnologias já fazem parte da vida cotidiana da 
sociedade, e as mudanças comportamentais já são bem 
evidentes. A internet facilita a vida das pessoas, princi-
palmente com relaçãoa informações e pesquisas e agili-
dade em alguns tipos de serviço, a exemplo compras. A 
47
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
quantidade de informações também é grande, então é 
necessário filtrar as informações de seu interesse. 
As pessoas que pela correria do cotidiano, problemas 
financeiros, e outros de cunho pessoal que estão à pro-
cura de estudo para ingressar no mercado de trabalho, 
que está cada vez mais exigente, têm a necessidade de 
fazer uma faculdade, e hoje em dia temos o método EaD 
(EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA), que permite acesso a educa-
ção de forma mais fácil, inclusive em menos tempo que 
uma faculdade com ensino presencial. 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
É um ensino na qual o aluno não precisa esta fisicamen-
te presente em um ambiente de ensino como escola, 
universidade. A didática deste ensino depende da tecno-
logia, a exemplo, a internet, via mais utilizada hoje como 
estudos a distância por outro lado o aluno tem que se 
48
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
esforçar porque se torna um estudo mais autônomo 
que é empregado nos horários em que o aluno despose 
para dedicar-se ao estudo. 
EAD NO BRASIL 
Segundo a enciclopédia Wikipédia, no Brasil, desde a 
fundação do Instituto Rádio Técnico Monitor, em 1939, 
o hoje Instituto Monitor, iniciaram várias experiências 
de educação a distância com relativo sucesso. As ex-
periências brasileiras, governamentais e privadas, fo-
ram muitas e representaram, nas últimas décadas, a 
mobilização de grandes contingentes de recursos. No 
passado, os resultados não foram suficientes para ter 
aceitação governamental e social da modalidade de 
educação a distância no país. Porém, a realidade bra-
sileira já mudou e o governo brasileiro criou leis e es-
tabeleceu normas para a modalidade de educação a 
distância no país. 
49
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
As bases legais para essa modalidade foram estabeleci-
das pela Lei de Diretrizes e Bases na Educação Nacional 
n°9.394, de 20 de dezembro de 1996, regulamentada pelo 
decreto n°5.622 de 20 de dezembro de 2005, que revogou 
os decretos n°2.494 de 10/02/98, e n°2.561 de 27/04/98, 
com normatização definida na Portaria Ministerial n°4.361 
de 2004. No decreto n°5.622 dita que, ficam obrigatórios 
os momentos presenciais para avaliação, estágios, defe-
sas de trabalhos e conclusão de curso.Classifica os níveis 
de modalidades educacionais em educação básica, de jo-
vens e adultos, especial, profissional e superior. Os cursos 
deverão ter a mesma duração definida para os cursos na 
modalidade presencial e ainda, poderão aceitar transfe-
rência e aproveitar estudos realizados em cursos presen-
ciais, da mesma forma que cursos presenciais poderão 
aproveitar estudos realizados em cursos a distância.
Regulariza o credenciamento de instituições para 
oferta de cursos e programas na modalidade a 
50
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
distância (básica, de jovens e adultos, especial, pro-
fissional e superior). 
ASPECTO IDEOLÓGICO 
A EaD caracteriza-se por estabelecer uma comunica-
ção de diversas maneiras, suas possibilidades amplia-
ram-se em meio às mudanças tecnológicas como uma 
modalidade alternativa para superar limites de tempo e 
espaço. Seus referenciais são fundamentados nos qua-
tro pilares da Educação do Século XXI publicados pela 
UNESCO, que são: aprender a conhecer, aprender a fa-
zer, aprender a viver juntos e aprender a ser.
Desta forma, a Educação deixa de ser concebida como 
apenas transferência de informações e passa a ser nor-
teada pela contextualização de conhecimentos úteis ao 
aluno. Na educação a distância, o aluno é desafiado a 
pesquisar e entender o conteúdo, de forma a participar 
51
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
da disciplina. 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O MERCADO DE TRABALHO 
Apesar de a educação a distância ser um modelo sério, 
legalizado e com respaldo e amparo do MEC, e de ser 
adotado hoje em quase todas as faculdades e universi-
dades do Brasil, algumas pessoas que pretendem fazer 
uma faculdade à distância têm se preocupado com sua 
aceitação ou não pelo mercado de trabalho. Uns usam 
a expressão reconhecimento pelo mercado de trabalho, 
outros apenas aceitação, mas no fundo a preocupação 
é a mesma. O mercado de trabalho formal vai sempre 
optar pelo que é mais formal. O mercado menos formal 
tende a observar a capacidade do indivíduo e não ape-
nas a sua formação. Então, diante disso é evidente que 
a preocupação com o mercado de trabalho poderá se 
justificar ou não. 
52
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
OS ALUNOS DE HOJE E PROFISSIONAIS DE AMANHÃ 
A grande preocupação não é o que o mercado e traba-
lho acha ou deixa de achar da educação a distância e 
sim o tipo de profissional que as faculdades EAD vão 
enviar para o mercado. O receio maior é que muitas 
pessoas estejam despreparadas para enfrentar um 
curso a distância e conseqüentemente para ingressar 
no mercado de trabalho em que se pretende formar, 
dependendo da área, a exemplo a saúde, por irrespon-
sabilidade de um mau profissional, vidas podem estar 
em jogo. Diante do estudo feito, foi possível perceber 
que alguns alunos têm dificuldade de compreensão de 
um simples texto, prova disso são as dúvidas, comen-
tários em chats, rodapés, posts, sem contar nos erros 
de português (ortografia), grafia errada, a faculdade 
não corrige esses erros e provavelmente irão parar no 
mercado de trabalho. As baixas mensalidades de EAD 
e comodidade de horário e local despertam o interesse 
53
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
de muita gente, isso é bom, pois a faculdade é uma ex-
tensão e não o básico, logo os alunos devem fazer estu-
dos por conta própria, seja em cursinho ou através de 
conteúdo gratuito disponível na internet, criar o hábito 
de leitura e informação, adquirindo mais conhecimen-
to e experiência sobre a área de estudo desejada. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
É indiscutível que a educação a distância é a modalidade 
de ensino que mais cresce no país. O mercado de tra-
balho passa a reconhecer o valor e a importância que a 
EAD proporciona aos novos profissionais formados por 
um sistema que inibe a atitude passiva e capacita traba-
lhadores com perfis de autonomia e independência. “Os 
que se formaram mostram que têm bastante disciplina, 
empenho, são organizados e cumprem prazos”, acredita 
Constantino Cavalheiro, diretor da Catho Educação. “No 
54
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
processo seletivo, a empresa não avalia a modalidade 
de ensino, mas a instituição. Se é de renome, é aceita. 
O que conta é a reputação da escola. E mais importante 
que o certificado é o conhecimento do aluno e sua capa-
cidade de apresentar resultado.” 
Foram observados os crescentes índices de empresas 
que tanto acreditam na educação a distância como 
também usufruem dela como eficiente método de trei-
namento para a capacitação de seus colaboradores. 
“Em 2007, pela primeira vez desde a criação do Enade 
(2004), o Inep (órgão de avaliação e pesquisa do MEC) 
comparou o desempenho dos alunos dos mesmos cur-
sos nas modalidades a distância e presencial. Em sete 
das 13 áreas onde essa comparação é possível, alunos 
da modalidade a distância se saíram melhores do que 
os demais.” (Fonte: Folha de São Paulo) 
A realidade é que haverá sim empresas que irão torcer o 
nariz para quem fez uma faculdade a distância, mas isto 
55
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
não é regra no mercado. O importante é se preocupar com 
a sua formação e fazer a diferença, procurar uma institui-
ção confiável, usufruir de todosos recursos disponíveis 
para sanar as possíveis duvidas de conteúdo, para ser um 
bom profissional , enfim, assim terá aceitação do mercado 
sem nenhum problema. 
Fonte: www.abed.org.br/congresso2013/cd/380.doc
INDICAÇÕES DE LEITURA
VELOSO, Renato. Tecnologias da 
informação e comunicação. São 
Paulo: Saraiva, 2011.
56
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
LAURINDO, Fernando José Barbin; 
ROTONDARO, Roberto Gilioli. 
Gestão Integrada de Processos e 
da Tecnologia da Informação. São 
Paulo: Atlas, 2006.
ATIVIDADES
1) Reflita sobre o que você entende por Tecnologia da 
Informação.
2) Continuando as reflexões. Agora que você já tem 
a percepção do que é Tecnologia da Informação, o 
que você entende por Tecnologia da Informação e 
da Comunicação?
57
UNIDADE I - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
3) Faça uma pesquisa sobre a utilização de recursos 
tecnológicos no cotidiano das pessoas quanto às re-
lações sociais. O objetivo é identificar que tipos de 
recursos da TIC as pessoas têm utilizado nas rela-
ções pessoais de trabalho mediadas pela tecnologia.
Novas tecnologias na EAD e 
suas formas de mediação 
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Debater as mudanças que as novas Tecnologias de 
Informação e da Comunicação têm provocado nas relações 
socioculturais e na forma de promover a aprendizagem 
por meio dos recursos disponibilizados pelas novas 
ferramentas tecnológicas..
PLANO DE ESTUDO
Serão abordados os seguintes tópicos:
• Novas posturas frente à Educação a Distância
• Redes sociais como espaços de aprendizagem na web
• Possíveis caminhos da interatividade
• A interatividade na EAD
Carlos Eduardo Cayres
60
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
INTRODUÇÃO 
Uma das principais ferramentas das TIC favorável à demo-
cratização do saber é sem dúvida a internet. O conheci-
mento não se restringe somente a um grupo, é comparti-
lhado por um amplo número de indivíduos, independente 
do local em que é produzido. 
Os ambientes em rede minimizam as distâncias, promo-
vendo trocas colaborativas, criativas e autônomas. A es-
cola e a família tem que estar atentas a essas mudanças 
inevitáveis, nunca deixando de lado os valores humanos 
e éticos, indispensáveis a um bom convívio social. 
NOVAS POSTURAS FRENTE À EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA
As novas tecnologias de informação tendem a provo-
car mudanças socioculturais que a sociedade atual 
ainda não tem condições de assimilar. Ao se modificar 
61
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
aspectos sociais, resistências surgirão, principalmente 
por que, não se sabe o impacto que estas transforma-
ções provocarão. 
As redes sociais, como Facebook, Orkut, Skype (Figura 4), 
entre outras, apresentam formas de interação que atra-
em pela diversidade de informações com recursos varia-
dos: sons, imagens, tudo muito interativo. A escola tradi-
cional não traz novos desafios e isso causa desconfiança 
nas metodologias tradicionais de ensino. Isso gera um 
descaso diante das formas de aplicação de conteúdos e 
formas de avaliação que fogem ao cotidiano do jovem do 
século XXI. É preciso incorporar os meios audiovisuais em 
suas práticas estudantis e a gama de riquezas que as TICs 
podem proporcionar.
62
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Figura 4 - Facebook e Skype.
Os jovens do século XXI querem dialogar, discutir, di-
versificar e não apenas participar de um modelo de as-
similação de conteúdo. O conceito de “nativos digitais” 
segundo Belloni (1999) define estes jovens com muita 
propriedade, pois, frente à geração dos “imigrantes di-
gitais”, eles possuem habilidades e competências para o 
uso das novas tecnologias principalmente porque inte-
ragem no ambiente em rede com extrema naturalidade. 
Com isso, o compartilhamento de informações se tornou 
63
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
uma marca da nova web, em que os jovens procuram e 
desejam criar juntos, muito próximos do que Pierre Lévy 
(1999) definiu como inteligência coletiva. No entanto, 
existem desafios a serem desvendados na rede de infor-
mações, pois, se por um lado, ela pode ser fascinante, 
por outro, pode ser igualmente obscura, percorrendo 
caminhos perigosos. 
A INTERATIVIDADE NA EAD 
Mudar a postura passiva do telespectador, aproximan-
do-os das novas TICs, é um grande desafio para os indi-
víduos do século XXI. Pesquisas indicam um crescimento 
na modalidade em educação a distância e o ensino pre-
sencial não pode ser apenas transferido para o ensino a 
distância, por meio das novas ferramentas tecnológicas. 
É preciso ter cuidado com a preparação dos materiais, 
atentando para as especificidades dos educandos, con-
textualizando os conhecimentos na região onde o aluno 
64
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
está inserido. 
O governo, a partir de 2007, estabeleceu políticas de 
referências de qualidade para regulamentação dos cur-
sos a distância, com a finalidade de minimizar os efei-
tos muitas vezes insatisfatórios desta modalidade de 
ensino, preocupado com a grande expansão da EAD no 
Brasil. 
Um dos objetivos é garantir que uma proposta de pro-
jeto de curso superior a distância precisa estar atento 
a um forte compromisso institucional visando garantir 
uma formação técnico-científica para o trabalho, consi-
derando também, a dimensão política para a formação 
do cidadão. Além do mais, a educação superior presen-
cial ou a distância, nas suas diversas formas de combi-
nações entre presencial, presencial virtual e a distância, 
precisa evidenciar o desenvolvimento humano, diante 
do comprometimento da concepção de uma sociedade 
mais justa. 
65
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Outro fato importante no documento é que a educa-
ção deve superar a visão fragmentada do conhecimen-
to, elaborando uma estrutura de interdisciplinaridade e 
contextualização. 
A educação encontra nesse panorama um ambiente 
desafiador e diferente dos meios de comunicação de 
massa. Por exemplo, a televisão apresenta um material 
voltado ao consumo e à padronização do pensamento, 
a estrutura teórico/prática dos cursos de EAD percorre 
um caminho contrário, pois deve basear-se nos ques-
tionamentos, práticas e discursos inovadores para que 
consiga despertar a autonomia, criatividade e cidadania 
no seu público-alvo. 
Atentado para o problema, a EAD deve promover a in-
teração entre alunos e entre alunos e professores, uti-
lizando-se de ambientes que propiciem ferramentas 
como fóruns e chats, disponibilizando o conhecimento 
de forma autônoma. Assim sendo, é preciso diferenciar 
66
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
interação e interatividade, que, muitas vezes são colo-
cadas de forma prolixa. Para Belloni (1999), o conceito 
sociológico de interação é a ação recíproca entre dois ou 
mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é, en-
contro entre dois sujeitos, que pode ser mediada por al-
gum veículo técnico de comunicação (telefone ou carta). 
Em contrapartida, interatividade é o recurso técnico dis-
ponibilizado por um determinado meio, como hipertex-
tos em geral ou jogos eletrônicos. Existe também o con-
ceito de interatividade como a atividade humana que 
age sobre a máquina e recebe em troca uma resposta. 
Torna-se inevitável a mudança no papel do professor 
diante dos novos modelos de interatividade. O novo pa-
radigma exige que o professor se transforme em me-
diador do conhecimento rompendo a barreira dos en-
contros clássicos em sala de aula. No modelo tradicional 
a aprendizagem acontecia, muitas vezes, mediante tro-
cas teóricas por meio dos diálogos. Educadores atentos 
67
UNIDADE II - RedesSociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
aos objetivos propostos pela disciplina devem recorrer 
a diferentes linguagens, diversificando a compreensão 
dos diferentes conteúdos, indo ao encontro do mundo 
sociocultural dos educandos. O professor torna-se tam-
bém é um aprendiz das linguagens visuais e sonoras na 
atual quebra de paradigmas hierárquicos e cabe tam-
bém a ele a autoaprendizagem diante do novo contexto 
educacional. É um a caminho sem volta.
O uso das redes sociais, como prática de interação social, 
tem arrebanhado inúmeros adeptos, entretanto a mu-
dança da prática para o ambiente de aprendizagem, não 
consegue obter a mesma aceitação. Estudos apontam 
que os alunos de educação a distância ainda não con-
seguem dominar as diferentes formas interativas dis-
poníveis. Os ambientes virtuais de aprendizagem, como 
fóruns, salas de bate-papo, emails ainda não são bem 
utilizados pelos estudantes, isso faz com ele não se sin-
ta integrado ao curso do qual faz parte. Segundo Serra 
68
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
(2005), este fator é um dos determinantes para a evasão 
dos cursos na modalidade a distância. Talvez por esta 
razão que a nova regulamentação (2007) tenha definido 
que os cursos precisam estimular as trocas de saberes 
por meio de fóruns, salas de bate-papo, chats, pois são 
estas formas de convivência que permitem que o aluno 
avance nas etapas de compreensão dos conteúdos. 
A dificuldade de se expressar por meio da escrita é outro 
aspecto a considerar como obstáculo à interatividade, 
em especial ao eixo comunicativo (SERRA, 2005). Os tex-
tos podem apresentar duplo sentido ou ser escrito de 
forma confusa, dificultando a compreensão por parte do 
professor/tutor na aprendizagem. Na rede a quantidade 
de informações encontradas é muito diversificada e os 
alunos têm dificuldade em filtrar, pois não conseguem 
distinguir a relevância de um texto para outro, bem 
como a confiabilidade dos links das pesquisas. A habi-
lidade de filtrar o que realmente é relevante torna-se 
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Tecnologias da Informação e Comunicação
uma das competências indispensáveis ao saber e que 
se desenvolvem ao longo da prática de aprendizagem, 
tanto no ensino a distância quanto no ensino presencial.
É preciso considerar também o acesso aos meios tecno-
lógicos dos educandos: bibliotecas, laboratórios, video-
teca, entre outros. Além disso, a educação, sobretudo, 
na modalidade a distância, precisa disponibilizar cursos 
introdutórios sobre alfabetização digital, a fim de sanar 
dúvidas, para que os estudantes tenham condições de 
produzir bons resultados. 
Enfim, é indispensável que o material a ser disponibiliza-
do deve ser pensado e articulado por uma equipe mul-
tidisciplinar para que o ambiente de ensino-aprendiza-
gem seja atrativo, diminuindo o crescente abismo que 
separa a escola da sociedade. 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
POSSÍVEIS CAMINHOS DA INTERATIVIDADE
Pesquisas apontam que, a não interação provoca au-
sência de laços de comunicação, como consequência, 
um distanciamento do ambiente de aprendizagem em 
rede. A mudança de comportamento, porém, vem sen-
do exercitada de forma espontânea por meio das redes 
sociais ou pelas buscas de informação mediante maté-
rias jornalísticas, músicas, blogs, entre outros. 
Pode-se perceber que os usuários em rede gostam de ler 
notícias em rede e expor o seu pensamento aos demais, 
tecendo seus próprios comentários sobre o assunto. Esta 
prática tem se tornado frequente, mas ela nem sempre 
contribui para um debate democrático; pode-se criar um 
ambiente muitas vezes constrangedor, pois a divergência 
de opiniões acaba cirando uma atmosfera de hostilidade 
entre alguns indivíduos. 
As dificuldades em criar um ambiente de trocas de ideias 
verdadeiramente efetivas em rede, por meio do debate, 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
são as mesmas que se vê em sala de aula. 
Apesar disso, ferramentas tecnológicas como o Orkut 
e o Facebook, enquanto redes sociais, têm demonstra-
do um envolvimento promissor no que diz respeito às 
comunidades associadas por um determinado assunto. 
Ainda assim, o fato de os participantes de comunidades 
estabelecerem trocas a partir de um interesse comum, 
muitas vezes, expressa um aprendizado que vai a além 
do ambiente em rede. 
A colaboração é surpreendente neste aspecto, seja pela 
disposição no esclarecimento de dúvidas ou pela troca 
de material entre os membros. Com a mesma proposta 
surgem os ambientes nos quais os usuários têm espaço 
para expor sua criação individual por meio de expres-
sões literárias, musicais. Por sua vez, o ambiente escolar 
do ensino presencial, também tem utilizado tais formas 
de interação fazendo a articulação entre os conteúdos 
curriculares. 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
As mudanças que norteiam as boas práticas sociais e 
que vem ocorrendo em meio ao ambiente em rede, ain-
da são novidade para grande parte da população. Faz-se 
necessário, um debate mais amplo em torno de políticas 
públicas, no contexto brasileiro, buscando uma demo-
cratização no acesso à rede, pois a falta de recursos que 
possibilitem o acesso às redes pela massa da população 
ainda é realidade no Brasil. 
Não podemos deixar de lado a má qualidade técnica da 
internet que dificulta a operacionalização do seu uso. 
Da mesma forma, encontram-se os estímulos legais que 
permitirão que a ampla população tenha acesso à TV 
digital, dinamizando assim, recursos interativos a favor 
destas mudanças. 
O acesso às tecnologias de informação e comunica-
ção tende a fortalecer os laços entre gerações, visto 
que, percebe-se uma diversidade entre os que viven-
ciam estas ferramentas desde o início do processo da 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
aprendizagem, os chamados “nativos digitais”, e os que 
não contaram com tal condição. 
REDES SOCIAIS COMO ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM 
NA WEB 
As redes sociais têm atraído cada vez mais um número 
maior de participantes, buscando interagir com pessoas 
conhecidas, estabelecer interação com outras pessoas e 
até mesmo interagir com grupos afins. 
Tendo em vista este quadro de interação, a forma e a 
frequência de utilização das redes sociais pelos alunos 
do ensino superior, será possível criar um meio para 
diagnosticar novas técnicas pedagógicas para a educa-
ção e formação.
As redes sociais na Web emergem das práticas de inte-
ração orientadas para a partilha e formação de grupos 
de interesse que estão na origem das narrativas digitais 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
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da Sociedade do Conhecimento. A construção coletiva e 
colaborativa na Web representa uma das principais ca-
racterísticas destas organizações. 
As formas e contextos de interação na rede são realiza-
dos por meio da mediação digital. Entretanto, o proces-
so se estende além da visão tecnológica da mediação 
e incide igualmente, nas práticas de mediação social e 
cognitiva entre os indivíduos que fazem parte da rede. 
Sendo assim, o conhecimento construído no contexto 
da rede torna-se uma representação coletiva. 
O conceito da rede no sentido de abertura nos reme-
te para a flexibilidade de um modelo organizacional 
com tendência não hierárquica, não centralizada e ho-
rizontal, descrito ainda pela interação nos meios digi-
tais e pelas experiências sociais e colaborativas. 
Tal flexibilidade integra a capacidade de reconfiguração 
do sentido e objetivos da rede social no seu processo 
75
UNIDADE II - Redes Sociais e as 
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de desenvolvimento. Novos desafios surgem para a 
reflexão educacional, ao nívelda inovação nos contex-
tos e práticas de aprendizagem para a Sociedade do 
Conhecimento. 
Atualmente as redes sociais na Internet representam 
uma nova forma de relacionamento na sociedade atu-
al. Cada vez mais as redes sociais têm assumido um 
papel central na Web 2.0, sendo vislumbrada como 
uma plataforma que aproveita a finalidade da rede, 
considerando que se utilizar as aplicações, mais ricas 
elas se tornam. 
As novas tecnologias têm causado profundas mudanças 
na compreensão dos processos de interação social, afe-
tando igualmente o processo de aprendizagem e conhe-
cimento. Pode-se citar a percepção de rede para a in-
teração social em um cenário globalizado, isso acarreta 
um novo pensamento sobre os modos de organização 
dos grupos e comunidades. 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
O conceito de Web 2.0, referindo-se a rede de produção 
individual, coletiva e colaborativa, introduz aos alunos 
novas formas e possibilidades de criação de conteúdos 
e de utilização desses, definidos como blogues, redes 
sociais, atividades em mundos virtuais e wikis, como 
mostra a Figura 5. 
Figura 5 - Interatividade através das redes de computadores.
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Os recursos da Web 2.0 como as redes sociais e os wikis, 
como diferencial para acrescentar novas metodologias 
de ensino e aprendizagem, permite desenvolver formas 
interativas e colaborativas para os estudantes, fazendo 
uso de recursos com os quais estão familiarizados. 
A preparação de novos conteúdos baseados na Web. 
A criação de conteúdos nas plataformas baseadas na 
Web acarreta o envolvimento dos alunos no desenvol-
vimento das suas competências, buscando aumentar 
a capacidade crítica e criativa. 
A utilização de blogues, wikis e redes sociais transfor-
mou a Internet com o aumento das suas potencialidade, 
dando ênfase a grande quantidade de informação rela-
cionadas entre si, e sempre disponível para os indivídu-
os conectados.
As redes sociais tornaram-se frequentes em ambientes 
de aprendizagem, permitindo a exploração de novas 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
formas de ensino e aprendizagem, salientando-se, como 
exemplo, o Facebook, que foca o espírito de comunida-
de colaborativa.
O paradigma do estudo centrado no estudante está em 
conformidade com a utilização que eles fazem das re-
des sociais, criando assim, de acordo com o seu perfil, 
uma rede de contatos e de partilha de informação e de 
conhecimento. 
Como exemplos de redes sociais, destacamos: Facebook, 
Youtube e Twitter.
O Facebook (Figura 6) surgiu em fevereiro de 2004, come-
çou por ser uma rede usada apenas por estudantes, mas 
foi ganhando espaço, tornando-se a rede social mais utili-
zada em todo o mundo. É uma rede social que permite a 
partilha de informação e mensagens, proporcionando aos 
utilizadores aderir a grupos organizados de trabalho, de 
ensino ou de região, para interagirem com outras pessoas 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
com interesses comuns. 
Figura 6 - Facebook.
O YouTube (Figura 7) é uma rede, essencialmente orien-
tada para a partilha de vídeo. Tem vindo a ser dotada 
de características mais sociais, nomeadamente, ao nível 
da inserção de comentários de vídeos e de partilha de 
opiniões. Surgiu em 2005 e é atualmente um dos sítios 
mais populares devido à diversidade e quantidade de 
conteúdos disponibilizados que variam desde vídeos de 
entretenimento até vídeos educativos e de promoção 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
empresarial. A revista Time elegeu o YouTube, em 2006, 
como a maior invenção do ano, por constituir uma pla-
taforma educativa e de entretenimento utilizada por mi-
lhões de pessoas. 
Figura 7 - Youtube.
O Twitter ou Tweeter (Figura 8) é uma rede social livre 
que apareceu em 2006 e desde então tem crescido em 
todo o mundo. É muitas vezes descrito como o “SMS da 
Internet”. O Twitter pode ser caracterizado por possuir 
uma interface que permite aos seus utilizadores enviar 
e ler “tweets” ou mensagens de outros utilizadores co-
nhecidos. Os tweets são baseados em textos que não 
ultrapassam 140 caracteres, sendo atualizados pelo 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
próprio utilizador. É necessária a criação de uma conta 
para poder aceder a esta interface, na qual se partilha 
conhecimento sobre diversos assuntos, tais como músi-
cas, fotos e fi lmes. 
Figura 8 - Twitter.
Mesmo sendo possível caracterizar com as redes sociais 
mais utilizadas atualmente, tal caracterização tende a ser 
imperfeita. Isso se justifi ca pelo dinamismo das suas po-
tencialidades e objetivos de utilização tornando difíceis 
tais caracterizações, bem como a diversidade de indivídu-
os e interesses por trás da utilização das redes sociais. 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso das TICs, principalmente a internet, permite um 
espaço favorável para a democratização do saber. O 
conhecimento não se restringe somente a um grupo, 
é compartilhado por um amplo número de indivíduos, 
independente do local em que é produzido. 
As distâncias são minimizadas pelo ambiente em rede, 
promovendo trocas colaborativas, criativas e autôno-
mas. A escola e a família têm que estar atentas a essas 
mudanças inevitáveis, nunca deixando de lado os valo-
res humanos e éticos, indispensáveis a um convívio so-
cial mais harmônico. 
Não basta apenas ter acesso às tecnologias, é preciso 
preparar os indivíduos, tanto na sua formação cultural, 
principalmente no domínio do código escrito, quanto no 
exercício de uma postura ética e responsável em relação 
aos ambientes em rede. 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
Por fim, as bases para uma democratização do ensino, 
seja presencial ou a distância, ainda vem sendo estru-
turadas, pois são inúmeros os fatores que envolvem a 
aprendizagem nos dias atuais.
FIQUE POR DENTRO
Vídeos da entrevista com o Prof. Dr. Gilberto Lacerda – Redes 
Sociais e EaD 
Parte 1:
<http://www.youtube.com/watch?v=RMIWsxFumFo>.
Parte 2:
<http://www.youtube.com/watch?v=lHzKgcjajIM>.
Parte 3:
<http://www.youtube.com/watch?v=XQYu-yh64I0>.
Parte 4:<http://www.youtube.com/watch?v=PcmZHbNfK_M>.
REFLITA
É apresentado abaixo um artigo de uma personalidade im-
portante da educação brasileira, o professor Fredric M. Litto. 
Aproveite a leitura e reflita sobre os assuntos brilhantemente 
debatidos pelo professor.
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
EDUCAÇÃO A DISTANCIA NO BRASIL: INFLEXÍVEL E 
TUTELADA
Apesar da mão pesada e da visão estreita dos que controlam os 
freios da educação no país, a educação a distância é realidade 
consolidada e oportuna para o nosso desenvolvimento.
Fredric M. Litto
A confrontação de experiências e pesquisas entre instituições 
públicas e privadas de todo o país e do exterior discutidas no 
VIII Congresso Internacional de Educação a Distância, de 6 a 8 
deste mês em Brasília, deixou como resultado a perplexidade 
sobre como essa abordagem pedagógica está crescendo qua-
litativamente apesar dos ‘‘freios’’ colocados pelas entidades 
encarregadas de fiscalizar o andamento do ensino superior 
no Brasil.
As universidades corporativas virtuais de instituições res-
peitáveis como Petrobras, Caixa Econômica Federal, Xerox, 
Brahma, Algar, Accor, e Banco Boston, que podem operar li-
vremente, sem tutela governamental, estão ampliando cada 
vez mais as atividades. E o ensino fundamental e o básico, 
por meio de renomados e bem-sucedidos projetos como 
Telecurso 2000 (da Fundação Roberto Marinho em parceria 
com a Fiesp), Klick Educação e Biblioteca Virtual do EstudanteBrasileiro, revelam um celeiro de capacitação a distância de 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
centenas de milhares de brasileiros.
O gargalo segurando o desenvolvimento pleno de aprendiza-
gem a distância ocorre no ensino superior, onde a cultura se-
cular brasileira de centralização, credencialismo e tutelagem 
está criando situação paradoxal em que o próprio governo 
força os cidadãos e instituições do país a caminhar na direção 
de desobediência civil. Embora a Constituição garanta às uni-
versidades do país autonomia no tocante a seus currículos e 
auto-organização, de fato isso não ocorre, e instituições auto-
rizadas para ministrar cursos presenciais são obrigadas a so-
licitar nova autorização quando querem oferecer os mesmos 
cursos a distância. Durante o VIII Congresso, o responsável 
pela área de educação a distância no Ministério da Educação 
informou dados desconcertantes: nos últimos dois anos, ape-
nas seis cursos (cinco de graduação e um de pós-graduação 
latu senso) foram aprovados; atualmente existem quatro mil 
pedidos de autorização de cursos a distância aguardando 
averiguação; e, por ora, o Ministério não está aceitando no-
vos pedidos.
Está configurada, assim, situação clara de ‘‘freio’’, por meios 
burocráticos e antidemocráticos, visando favorecer certos 
atores que buscam favores particulares no cenário educacio-
nal brasileiro. Nos anos que restam a esta administração, não 
será possível averiguar a viabilidade pedagógica de quatro 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
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mil cursos. Dessa forma, fechando a porta para novas solici-
tações, são beneficiados os poucos que estavam na fila. E isso 
num cenário em que muitas instituições particulares estão 
iniciando atividades de educação a distância, visando a novas 
fontes financeiras que substituam mensalidades inadimplen-
tes nos cursos presenciais, enquanto as públicas querem dar 
acesso mais democrático ao ensino superior.
O mais incrível é que fora do Brasil a educação a distância é 
considerada ‘‘educação flexível’’, porque permite que o aluno 
participe do seu curso virtualmente, no dia e hora que qui-
ser, sem interferir em seu horário de trabalho. Parece que 
as autoridades do Ministério de Educação ignoram o fato de 
que países como Índia, Indonésia, Turquia e China têm me-
gauniversidades, instituições oferecendo ensino superior a 
distância para mais do que quinhentos mil alunos cada uma. 
No mês passado, a nova Universidade Estadual de Amazonas 
realizou um vestibular gratuito; foram 190 mil inscritos, o que 
representa 10% da população do estado. A demanda repri-
mida para a educação superior no Brasil é vasta e só pode 
ser plenamente atendida mediante opções como educação 
a distância. Trinta tentativas já foram feitas nos últimos trin-
ta anos para estabelecer uma ‘‘universidade aberta a distân-
cia‘‘ no país; todas fracassadas devido a forças ocultas que 
temem perder a hegemonia geográfica educacional. Já estão 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
correndo rumores de que os proprietários de instituições par-
ticulares, capazes de financiar as campanhas para as próxi-
mas eleições, estão favorecendo quem não favorece a expan-
são de educação a distância. Sem nova atitude, será inevitável 
repetir os erros do passado, quando o Brasil era um dos líde-
res internacionais de educação a distância (Telecurso, Projeto 
Minerva, Telepostos no Maranhão...) e perdeu essa posição 
devido à descontinuidade e ao desinteresse governamental.
Em reuniões recentes na América do Norte e na Espanha, tes-
temunhei a existência de projetos para a invasão da América 
Latina de cursos universitários a distância de boa qualidade. 
Por um lado, considero isso benéfico porque aumentaria 
para a nossa população a oferta de acesso ao conhecimen-
to; por outro, preocupa-me a evidente ameaça de uma nova 
colonização, tanto intelectual quanto econômica, que isso 
representa. Temo, também, o efeito que a invasão teria nas 
universidades públicas e privadas. De qualquer forma, trata-
-se de fenômeno irreversível, não controlável por portarias 
ou tentativas de censurar as redes digitais.
O ministro de Educação não pode continuar desestimulando 
os interessados em ensino superior a distância, como fez numa 
conferência com o Conselho de Reitores das Universidades 
Brasileiras, em dezembro passado; como o fez de novo no 
dia 4 de agosto último nas páginas deste jornal; e como o fez 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
Tecnologias da Informação e Comunicação
para um grupo de reitores de universidades católicas que 
estavam em Brasília recentemente para inaugurar sua rede 
multiinstitucional de educação a distância. Desinformado, ele 
não acredita que as universidades brasileiras tenham capaci-
dade e metodologia apropriadas para realizar aprendizagem 
de qualidade a distância. Os sucessos no exterior, nesse se-
tor, argumentam contra essa opinião desinformada. A vizinha 
Argentina, por exemplo, apesar da crise econômica que en-
frenta, é exemplo de expansão na área.
Apesar da mão pesada e da visão estreita dos que controlam 
os freios da educação no país, a educação a distância é reali-
dade consolidada e oportuna para o nosso desenvolvimento.
(*) Graduação em Rádio-Televisão – University of California, 
Los Angeles (1960) e doutorado em História do Teatro 
- Indiana University (1969). Desde 1995 é presidente da 
Associação Brasileira de Educação a Distância; Membro do 
Comité Executivo do ICDE - International Council of Open 
and Distance Learning; e membro do Conselho Editorial das 
revistas científicas: American Journal of Distance Education, - 
Revista Iberoamericana de Educación a Distancia, - Advanced 
Technology and Learning, - International Review of Research 
in Open & Distance Learning e - Open Learning. 
Fonte : http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista9/
forum%209-5.htm. Acessado em 24/09/2013.
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
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REFLITA
É apresentada abaixo uma entrevista do professor Wilson 
Azevedo. Aproveite a leitura e reflita sobre os assuntos bri-
lhantemente debatidos pelo professor.
COMUNIDADES VIRTUAIS PRECISAM DE ANIMADORES DA 
INTELIGÊNCIA COLETIVA
Entrevista concedida ao portal da 
UVB (Universidade Virtual Brasileira) 
Wilson Azevedo
Wilson Azevedo é diretor da Aquifolim Educacional e con-
sultor técnico-pedagógico do Senai. Nesta entrevista exclusi-
va à uvb.br, afirma que comunidades virtuais precisam de 
animadores, não de normas. “O segredo não está nem em 
normas, nem em tecnologia, está em pessoas, educadores 
capacitados para atuarem como animadores da inteligência 
coletiva em comunidades virtuais.”
UVB.BR - A adaptação de um estudante ao ambiente vir-
tual de estudo é fácil? Quais as maiores dificuldades e 
causas?
Wilson Azevedo - Nenhuma adaptação pode ser caracteriza-
da como “fácil”. Qualquer processo de adaptação envolve o 
ser humano como um todo. Não se trata apenas de “saber 
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UNIDADE II - Redes Sociais e as 
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mexer”, mas de sentir-se à vontade, e isto envolve aspectos 
sócio-afetivos, além de cognitivos e psico-motores.
A adaptação de estudantes ao ambiente virtual vai além do 
mero adestramento técnico-operacional. O ambiente on-line 
caracteriza-se por uma experiência com o tempo e o espaço 
diversa daquela que encontramos em ambientes presenciais, 
uma temporalidade multi-sincrona e um espaço fundamen-
talmente comunicacional, não-físico.
Não é uma questão de aprender a navegar na internet ou de 
aprender a usar o e-mail. É uma outra temporalidade dentro 
da qual o aluno precisa aprender a agendar-se e um novo 
espaço no qual precisa aprender a se movimentar, uma sen-
sação de contigüidade sem simultaneidade que a maioria da-
queles que iniciam cursos on-line nunca experimentou antes.
Mas é também uma outra experiência em termos de sociabi-
lidade, uma intensa

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