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Introdução a Anestesiologia Odontológica . A capacidade de prevenir a dor sem induzir perda de consciência foi um dos principais passos no avanço da medicina e da odontologia; . A anestesia local impede a geração e a condução de um impulso nervoso. . Os anestésicos locais estabelecem um bloqueio de via química entre a origem do impulso (ex., a incisão do bisturi nos tecidos moles,) e o cérebro. Portanto, o impulso abortado impedido de chegar ao cérebro, não pode ser interpretado como dor pelo paciente. Revisão – Neurofisiologia: O neurônio é capaz de transmitir mensagens entre o SNC e todas as partes do corpo. Há dois tipos de neurônios: sensoriais (aferentes) e motores (eferentes). . Os neurônios sensoriais são capazes de transmitir a sensação de dor para SNC e consistem em três partes: O processo periférico (zona dendrítica) é o segmento mais distal do neurônio sensorial e é composto por uma arborização de terminações nervosas livres. Essas terminações respondem à estimulação produzida nos tecidos em que se encontram, provocando um impulso que é transmitido centralmente ao longo do axônio. O axônio é uma estrutura fina semelhante a um cabo. Em sua extremidade mesial há uma arborização semelhante àquela vista no processo periférico. Essa arborização faz sinapse com diversos núcleos do SNC para distribuir os impulsos nervosos que chegam em seus locais apropriados dentro do SNC para a interpretação. O corpo celular é a terceira parte do neurônio. No neurônio sensorial aqui descrito, o corpo celular está localizado em alguma distancia do axônio, a principal via de transmissão de impulsos nesse nervo. O corpo celular do nervo sensorial, portanto, não está envolvido no processo de transmissão de impulso, sendo sua função primaria proporcionar suporte metabólico vital para o neurônio inteiro. . As células nervosas que conduzem impulsos do SNC para a periferia (glândulas, músculos etc) são chamadas de neurônios motores e são estruturalmente diferentes dos neurônios sensoriais, pois seu corpo celular fica interposto entre o axônio e os dendritos. Nesses neurônios o corpo celular, além de proporcionar suporte metabólico para a célula, ele também é um componente integrante do sistema de transmissão de impulsos. Perto de sua terminação, o axônio se ramifica com cada ramo, finalizando como terminação bulbosa do axônio (ou botão). As terminações do axônio fazem sinapse com as células musculares. Axônio . Fibra nervosa única . Longo cilindro de citoplasma neural (axoplasma), envolto por uma bainha fina, a membrana nervosa ou axolema. . O axoplasma, uma substancia gelatinosa, é separado dos líquidos extracelulares por uma membrana nervosa contínua. A própria membrana é coberta por uma camada isolante de mielina rica em lipídeos. . O corpo celular e o axoplasma não são essenciais para a condução nervosa, mas são importantes. . A membrana celular nervosa bloqueia a difusão de moléculas solúveis em água, para ser seletivamente permeável a determinadas moléculas através de poros ou canais especializados e para transduzir informações por receptores proteicos responsivos à estimulação química ou física por neuro transmissores ou hormônios. . O potencial de repouso da membrana O potencial da membrana é a diferença de potencial elétrico ou voltagem entre fora e dentro dela. A membrana celular do neurônio contém milhares de pequenas moléculas conhecidas como canais. Estes canais permitem a passagem de íons de sódio ou potássio. Geralmente os canais no neurônio são fechados. Neste estado a carga do interior da membrana celular é mais negativa do que a carga que se encontra no exterior. Na maioria, o interior do neurônio está -70 milivolts em relação ao exterior do neurônio (em repouso). A membrana celular de um neurônio é polarizada por causa dessa diferença elétrica através da membrana. Os neurônios geram sinais elétricos por meio de breves e controladas mudanças na permeabilidade de suas membranas celulares a íons específicos (Na+ e K+). Um impulso nervoso começa quando a pressão ou outros sensores entram e desequilibram a membrana plasmática do neurônio, a tal ponto que o potencial de diferença atinja uma tensão limite de cerca de 55 milivolts negativos. Isso faz com que centenas de canais de sódio nessa região da membrana se abram rapidamente, permitindo a entrada de sódios com carga positiva para dentro da membrana da célula. O interior da membrana ficará temporariamente mais positivo em relação ao exterior, fazendo com que a tensão suba. Se o potencial da membrana se torna mais positivo do que está no potencial de repouso, então a membrana é despolarizada. Com o impulso, passa a começar a abrir canais de potássio carregado positivamente, permitindo o fluxo de íons potássio, o que faz com que o interior do axônio retorne às suas cargas negativas. Posteriormente a voltagem irá cair, e a membrana ficará repolarizada, pois tem agora em seu interior, cargas negativas, e no exterior, cargas positivas. Este processo de despolarização e repolarização da membrana do neurônio é chamado de potencial de ação. Potencial de ação é apenas um outro nome utilizado para um impulso nervoso. Depois de um impulso nervoso alguns canais de potássio permanecem abertos um pouco mais do que o necessário para trazer a membrana de volta ao potencial de repouso; - Se o potencial da membrana se torna mais negativo do que estava no potencial de repouso, a membrana é hiperpolarizada. Neste estágio o neurônio é incapaz de conduzir um impulso nervoso e entra no período refratário. o período refratário é muito curto onde a bomba de sódio e potássio continuam a retornar íons de sódio para fora e os íons de potássio para o dentro do axônio, retornando assim o neurônio ao potencial de repouso. . Algumas fibras nervosas são cobertas por uma camada lipídica isolante de mielina. As fibras mielinizadas estão confinadas em camadas de bainhas lipoproteicas de mielina enroladas em forma de espiral, as quais na realidade continuem uma forma especializada de célula de Schwann. As propriedades isolantes da bainha de mielina possibilitam que um nervo mielinizado conduza impulsos de maneira muito mais rápida que num nervo não mielinizado de tamanho igual. Anestesia Local . Devido à dor, muitos procedimentos odontológicos seriam impraticáveis caso não existisse o recurso da anestesia local. . São fármacos seguros. . Para obter uma anestesia local segura e com profundidade e duração adequadas, o cirurgião-dentista deve conhecer a farmacologia e a toxidade dos anestésicos locais e dos vasoconstritores. Como agem os anestésicos locais . Os anestésicos locais são fármacos que suprimem a condução do estímulo nervoso de forma reversível, promovendo a insensibilidade de uma determinada região. . O estimulo doloroso é transmitido pelas fibras nervosas (axônio) desde sua origem (polpa dental, periósteo, etc.) até o cérebro na forma de potenciais de ação, que são propagados por despolarização transitórias das células nervosas, devido a entrada de íons de sódio (Na+) através dos canais de sódio. . Teoria do receptor especifico: Os anestésicos locais, na sua forma não ionizada, atravessam a membrana do axônio e penetram na célula nervosa. No interior da célula nervosa, as moléculas ionizadas de anestésico local se ligam a receptores específicos nos canais de sódio, reduzindo ou impedindo a entra do íon na célula. Características gerais dos anestésicos locais . São bases fracas, pouco solúveis em água e instáveis quando exposto ao ar. . Parauso clínico, são adicionados ao ácido clorídrico, formando um sal: cloridrato. . Os anestésicos locais exibem três porções bem definidas em sua estrutura: 1. Porção hidrofílica, que permite sua injeção nos tecidos. 2. Porção lipofílica, responsável pela difusão do anestésico através da bainha nervosa. 3. Cadeia intermediaria, que une as porções hidrofílica e lipofílica. E permite classificar os anestésicos em ésteres ou amidas. . Os ésteres foram os primeiros anestésicos a serem sintetizados, tendo como precursor a cocaína. A benzocaína é o único emprego atualmente em odontologia, apenas como anestésico de superfície em mucosas, na forma de pomadas e géis. . As amidas surgiram a partir de 1948, com a síntese de lidocaína. - Menor capacidade de produzir reações alérgicas. - Além da lidocaína, fazem parte desse grupo: prilocaína, mepivacaína, articaína, bupivacaína, ropivacaína e etidocaína. Lidocaína: 2% com ou sem vasoconstritor . É o anestésico mais empregado em todo o mundo. . Tempo de início (latência): 2-4min. - A duração de anestesia pulpar, sem vasoconstritor, é limitada apenas 5-10 min. Mas quando associada a um vasoconstritor, proporciona 40-60min. - Em tecido mole: 120-150min (com vasoconstritor) - Metabolizada no fígado e eliminada pelos rins. - Meia-vida plasmática: 1,6h - A sobredosagem promove a estimulação inicial do SNC, seguida de depressão, convulsão e coma. -Em geral, os medicamentos depressores do SNC, como narcóticos, quando empregados em conjunto com os anestésicos locais, levam à potencialização das ações cardiorrespiratórias dos anestésicos locais. Mepivacaína: 2% com vasoconstritor, 3% forma pura . Início de ação entre 1,5-2min. . Empregada em forma pura (na concentração de 3%), promove anestesia pulpar mais duradora do que a lidocaína (20 min técnica infiltrativa e 40 min técnica de bloqueio regional). . Duração de 3 a 5 horas em tecidos moles . Sofre metabolização hepática, sendo eliminada pelos rins. . Meia vida plasmática: 1,9h . Uso clínico: Prótese, exodontia, periodontia Prilocaína 3% com felipressina . Inicio de ação: 2-4min . Pode ser usada sem vasoconstritor, na concentração de 4%, mas no brasil não é comercializado de forma pura. . Metabolizada no fígado e nos pulmões . Eliminada pelos rins. . Meia-vida: 1,6h. . A sobredosagem produz aumento dos níveis de metemoglobina no sangue. Portanto, é recomendado maior cuidado em pacientes com deficiência de oxigenação (portadores de anemias, alterações respiratórias ou cardiovasculares). . Tempo de efeito: 60-90min em polpa, e 3-8 horas em tecidos moles. . Uso clínico: exodontia e endodontia Bupivacaína 0,5% com ou sem vasoconstritor . Sua cardiotoxidade é 4 vezes maior em relação a lidocaína, por isso é utilizada na concentração de 0,5%. . Quando associada à epinefrina, apresenta, em técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior, tempo de latência variando de 10-16min na região de molares e pré-molares. . Possui longa duração de ação. No bloqueio dos nervos alveolares inferior e lingual, produz anestesia pulpar por 4horas e em tecidos moles, até 12 horas. . vida plasmática 2,7 horas. . Indicada para procedimentos muito demorados e controle prolongado de dor nos pós-operatório . Não é recomendada para pacientes <12 anos, pelo maior risco de lesões por mordedura no lábio em razão da longa duração tem tecidos moles Articaína 4% com ou sem vasoconstritor . Inicio de ação, entre 1-2min. . Potencia 1,5 vezes maior que a lidocaína. . Sua meia vida plasmática é a mais curta (~40min). . A articaína reúne as condições ideais de ser o anestésico rotineiro em adultos, idosos e pacientes portadores de disfunção hepática. Res . Duração de 60-75 min na polpa, e 3-6 horas em tecidos moles. . Indicada para técnicas infiltrativa, mesmo na mandíbula. Benzocaína único anestésico do grupo éster disponível para uso odontológico no Brasil. . Anestésico tópico ou de superfície . Não deve ser empregada em indivíduos com história de hipersensibilidade aos ésteres. . Na concentração de 20%, a benzocaína, após a aplicação por 2min, promove anestesia da mucosa superficial, diminuindo ou eliminando a dor à punção da agulha, especialmente em região vestibular. . Na palatina essa ação é menos eficaz, da mesma forma que no local de punção para o bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual. Vasoconstritores Propriedades gerais Todos os sais anestésicos possuem ação vasodilatadora. Portanto, quando são depositados próximos das fibras ou dos troncos nervosos que se pretende anestesiar, a dilatação dos capilares sanguíneos da região promove sua rápida absorção para acorrente sanguínea, limitando em muito tempo de duração a anestesia. . O risco de toxidade é aumentado quando se empregam grandes volumes da solução ou quando ocorre uma injeção intravascular acidental, especialmente em relação ao SNC. . A associação dos vasos constritores aos sais anestésicos produz uma interação farmacológica desejável, pois essa ação vasoconstritora faz que o sal anestésico fique por mais tempo em contato com as fibras nervosas, prolongando a duração do anestésico e reduzindo o risco de toxidade sistêmica. . Outro efeito é a hemostasia, ou seja, a redução da perda de sangue nos procedimentos que envolvem sangramento. Classificação . No Brasil, usa-se soluções anestésicas locais de dois tipos: aminas simpatomiméticas ou felipressina. . As aminas simpatomiméticas: podem apresentar ou não um núcleo catecol, daí serem chamadas de catecolaminas ou não catecolaminas. . Catecolaminas: epinefrina, norepinefrina e corbadrina (sinônimos de adrenalina, noradrenalina e lavonordefrina). . Não catecolaminas: fenilefrina. . As aminas simpatomiméticas agem sobre receptores adrenérgicos, encontrados na maioria dos tecidos do organismo. Esses receptores são de tipo: alfa(α) com subtipos α1, e α2, ou beta(β), com subtipos β1, β2 e β3. A ação vasoconstritora é exercida pela interação com receptores α. Epinefrina: É o vasoconstritor mais utilizado. . O agente de escolha para a quase totalidade dos procedimentos odontológicos em pacientes saudáveis. . Promove a constrição dos vasos das redes arteriolar e venosa da área injetada por meio dos receptores α1. . Também interage com receptores β1 no coração, aumentando a frequência cardíaca, a força de contração e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. . A dosagem de epinefrina deve ser minimizada para os pacientes com doenças cardiovasculares. . Concentrações BR: 1:50.000, 1:100.000 E 1:200.000. A concentração 1:100.000 é a mais recomendável. . É eficaz na redução da perda de sangue durante os procedimentos cirúrgicos odontológicos Norepinefrina: Atua nos receptores alfa (90%) e receptores beta1 (10%). . A maioria dos relatos de reações adversas ao uso de vasoconstritores estão ligados a norepinefrina, como episódios de transitórios de hipertensão arterial. Por esse motivo, seu uso está sendo cada vez mais restrito ou até mesmo abolido. Corbadrina (levonordefrina): Atua por meio da estimulação direta dos receptores alfa (75%) e algumas atividades com beta (25%). Nenhuma vantagem em relação a epinefrina. Fenilefrina: Não apresenta qualquer vantagem em relação a epinefrina. Felipressina: Análogo sintético da vasopressina (hormônio antidiurético), está contida em soluções cujo sal anestésico é a prilocaína. . Concentração usada 0,03 Ul/mL. . Tem valor mínimo no controle de hemostasia, o que explica o maior sangramento observado durante os procedimentos cirúrgicos. Outros componentes das soluções anestésicas . Os anestésicos locaispodem conter: sal anestésico propriamente dito, vasoconstritor, um veículo (geralmente água bidestilada) e um antioxidante. . Nas soluções que contem vasoconstritor adrenérgico, é incorporado substâncias antioxidante, o bissulfito de sódio, que impede a biodegradação do vasoconstritor pelo oxigênio, que pode penetrar no interior do tubete. . O bissulfito de sódio reage com o oxigênio, antes que possa agir sobre o vasoconstritor. A importância disso é que o paciente pode sentir maior ardência ou queimação durante a injeção, quando se emprega um tubete mais “antigo” de anestésico com epinefrina ou similares, se comparado com um tubete novo. . Algumas soluções anestésicas podem conter ainda uma substancia bacteriostática, geralmente metilparabeno, para impedir a proliferação de microrganismos. Porém não é necessário, já que o tubete anestésico odontológico é de uso único. . O cloreto de sódio é eventualmente adicionado ao conteúdo de uma solução anestésica local para torna-la isotônica em relação aos tecidos dos organismos. . A água bidestilada é usada como diluente para aumentar o volume da solução. Efeitos adversos dos anestésicos locais . A incidência de efeitos adversos é praticamente desprezível, porém podem ser fatais. . Todos os anestésicos locais atravessam facilmente a barreira hematocefálica. Por isso, a toxidade sistêmica dos anestésicos locais, após sua absorção para a corrente sanguínea, ocorre primeiramente pela pressão do SNC, mais sensível à ação desses fármacos. . Níveis elevados dos anestésicos podem ser provocados por: Injeções repetidas: Sobredosagem absoluta, ou seja, a injeção de um volume excessivo do anestésico; Injeção intravascular acidental: Sobredosagem relativa, quando o anestésico é administrado em doses adequadas, mas no interior de um vaso sanguíneo, atingindo concentrações muito superiores os habituais. . É imperativo que a injeção de uma solução anestésico local seja feita somente após a aspiração negativa e de forma lenta, na razão de 1mL/Min, ou seja, para cada tubete anestésico (1,8mL), o tempo de administração deve ser de ~90seg. Doses máximas de sal anestésico e vasoconstritor . O dentista deve considerar que, ao usar doses próximas das máximas, mesmo pacientes com bom estado de saúde geral (ASA I) podem exibir reações de toxidade. . Alguns pacientes podem apresentar sinais de toxidade mesmo com doses inferiores às máximas. Ao optar pelas doses máximas deve se considerar que o atendimento odontológico seja feito em nível ambulatorial e normalmente o cirurgião-dentista não dispõe de suporte técnico adequado para atender as intercorrências associadas às reações de toxidade. Como calcular o volume máximo da solução anestésico local - Três parâmetros: concentração do anestésico, doses máximas recomendadas e peso corporal do paciente. - Concentração: uma solução de 2%, independente de qual seja o anestésico, contém 2g do sal em 100ml, o que significa 20mg/mL. Como no Brasil, os tubetes vem com solução de 1,8ml, as soluções 0,5%, 2%, 3% e 4% deverão conter, respectivamente, a quantidade de 9, 36, 54 e 72mg do sal anestésico. Anestesia local de pacientes com comprometimento sistêmico . Paciente ASA III não pode ser atendido no consultório – Fazer abordagem inicial e encaminhar para o hospital. . Articaína e prilocaína: não podem ser usados em gestantes (a lidocaína é recomendável). . ASA II recomenda-se o mínimo possível de tubetes = 2 tubetes. Contraindicações do uso de epinefrina Recomenda-se que as soluções anestésicas locais com epinefrina (ou qualquer outro vasoconstritor adrenérgico) não sejam empregadas em pacientes nas seguintes condições: - Hipertensos; - História de infarto agudo do miocárdio; - Período de < 6 meses após acidente vascular encefálico; - Cirurgia recente de ponte de artéria coronária; - Hipertireoidismo não controlado* - Arritmas cardíacas; - Feocromocitoma; - História de alergia a sulfitos (maior prevalência em asmáticos) * - Pacientes que fazem uso de derivados das anfetaminas - Usuários de drogas ilícitas * Em pacientes com Hipertireoidismo controlado, as soluções com epinefrina 1:100.000 ou 1:200.000 são permitidas, respeitando-se o limite máximo de 2 tubetes. * Pacientes asmáticos, principalmente os que dependem de corticosteroides, podem possuir alergia aos sulfitos. - As opções para pacientes alérgicos ao bissulfito de sódio são a prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/ML e a mepivacaína 3% sem vasoconstritor. - Pacientes em condições adversas não controladas, os procedimentos que necessitam de anestésicos devem ser postergados. - Nas urgências odontológicas é imprescindível, sem que tempo hábil para referenciar o paciente ao médico ou aguardar o tempo mais favorável para atendê-lo. - Hipertensão Arterial: Usar vasoconstritor felipressina 0,03 UI/ml, juntamente com a prilocaína 3%, os quais não produzem alterações no sistema cardiovascular. Em tratamento de urgência de paciente com pressão arterial descompensada recomenda-se utilizar anestésico sem vasoconstritor mepivacaína 3%. - Diabetes Mellitus: Está contraindicado o uso de anestésicos com vasoconstritor do tipo adrenalina nestes pacientes, porque este hormônio irá provocar quebra de glicogênio em glicose, podendo resultar em hiperglicemia. Por isso tende-se a escolher a prilocaína com felipressina, por este vasoconstritor não causar alteração na pressão arterial. A felipressina pode ser usada em pacientes com diabete tipo I e II • Gestantes: O anestésico mais seguro para gestantes é a lidocaína a 2%, pois tem a adrenalina 1:100.000, no máximo 2 tubetes por atendimento (14). • Crianças: O anestésico seguro para utilizar em crianças é a lidocaína 2% com adrenalina 1:200.000. A dose máxima com ou sem vasoconstritor pode ser dada, em 1 anestub para cada 9,09 Kg. Técnicas básicas de injeção . Antes de iniciar qualquer procedimento odontológico é recomendável aplicar um antisséptico tópico, para diminuir o risco de introdução de materiais sépticos nos tecidos moles, produzindo inflamação ou infecção. . Seque o tecido: Secar o tecido no local da penetração para remover detritos e retrair os tecidos para que haja visibilidade adequada. . Aplique um anestésico tópico: deve ser aplicada em pequena quantidade somente no local de penetração da agulha, entre 2 e 3. . Comunique-se com o paciente: durante a aplicação do anestésico tópico é importante que o operador converse com o paciente a respeito das razões para seu uso. . Estabeleça um apoio firme para a mão: Depois de o algodão com anestésico tópico ser removido do tecido, deve-se pegar a seringa de anestésico local preparada. - O apoio da mão varia de acordo com as preferencias e capacidade física do profissional – digito palmar ou digito digital. - Palma da mão para cima: melhor controle sobre a seringa, por estar apoiada pelo punho. Algumas técnicas para estabilização das mãos . Uso do tórax do paciente para estabilização da seringa durante anestesia (círculo); . Uso do queixo como apoio para o dedo, com o corpo da seringa estabilizado pelo lábio do paciente; . Caso necessário, a estabilização pode ser aumentada puxando-se o braço do administrador contra seu tórax. Ex.: Estabilização da seringa para bloqueio do nervo alveolar superior posterior direito: corpo da seringa sobre o lábio do paciente, um dedo apoiado no queixo e um no corpo da seringa, parte superior do branco mantida próximo do tórax do administrador para estabilidade máxima. . Não apoiar a seringa no braço ou ombro do paciente. . Deixe o tecido bem esticado: Os tecidosno local de penetração da agulha devem ser esticados antes da inserção da agulha. . O bisél da agulha sempre voltado para o osso. . Técnicas de distração: alguns profissionais sacodem o lábio quando a agulha é inserida para provocar uma distração no paciente. Conversar também é uma boa técnica. . Mantenha a seringa fora da linha de visão do paciente . Sempre observe o paciente e se comunique com ele. . Faça a agulha avançar lentamente até o alvo. . Deposite algumas gotas do anestésico antes de tocar o periósteo, pois ele é ricamente inervado. . A profundidade de penetração dos tecidos moles em qualquer local de injeção varia de um paciente para o outro. . Aspire / obtenha o refluxo: sempre antes de depositar um volume de anestésico local em qualquer área. . Objetivo: determinar onde está situada a extremidade da ponta da agulha (num vaso sanguíneo ou fora dele). . Muitas reações adversas ocorrem entre 5 e 10 minutos após a injeção anestésica. NUNCA DEIXE O PACIENTE SOZINHO!
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