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ALINE CARVALHO 
• MORIAN FELIPE CHEUTCHUK KNEUBIL ROCHA 2017203059 
 
AO JUÍZO DA ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXX – ESTADO DE XXX 
 
 
Processo nº: xxx 
 
 
 TERESA, devidamente qualificada nos autos em epígrafe, através de seu 
advogado ao final assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência 
apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos do artigo. 396, do Código de 
Processo Penal, pelas razões a seguir expostas: 
 
 
1- BREVE SINTESE DOS FATOS: 
 
O mérito da denuncia refere-se ao enquadramento no delito de estelionato, conforme 
os termos do artigo 171, do Código Penal. 
A Sra. TERESA, ora ré, fora denunciada pela prática de estelionato por conta de um 
episodio ocorrido em face do Sr. Wilson. 
Conforme restara apurado na fase inquisitorial, a Sra. TERESA teria fraudado um 
bilhete ganhador de loteria e comercializado como se verdadeiro fosse, pelo valor de R$ 
90,00 (noventa reais). 
Enxergando a oportunidade de lucrar com a compra do bilhete, Wilson adquiriu o 
bilhete, contudo, após dirigir-se até a agencia bancária responsável pelo pagamento do 
prêmio, fora informado de que se tratava de um bilhete falso, portanto, fora vitima de uma 
fraude. 
Antes mesmo que Wilson tomasse qualquer providencia acerca do caso, o agente 
bancário notificou a polícia acerca do ocorrido. 
Ademais, conforme apurado no inquérito policial, retara comprovado – e assumido – 
que Teresa teria sim cometido o delito e que, além do mais, Wilson nem se interessava 
em seguir com o processo. 
Se não bastasse Wilson, lesado pelo ato, não querer ver o fato ser processado, também 
restara comprovado que Teresa apenas cometeu a prática ilícita pois sua filha que sofre 
de asma necessitava de um remédio no valor de R$ 85,00 (oitenta e cinco reais), sendo 
que Teresa havia acabado de ser demitida, bem como não possuía condições de comprar 
o medicamento naquele momento. 
Portanto, como havia risco de sua filha falecer caso o remédio não fosse tomado – 
conforme informação confirmada pelo médico da menina -, não restou alternativas à 
TERESA, se não a prática do delito. 
Assim, tendo em vista os fatos acima narrados e a presente denúncia fora 
indevidamente recebida na data de 21 de setembro de 2020, portanto merece ser revista 
a fim de declarar a ré inocente. 
 
2. PRELIMINARMENTE 
 
2.1. DA AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO 
Após a nova redação dada ao artigo 171 do Código Penal, através da Lei 13.926/2019 
– pacote anticrime- instituiu-se o parágrafo 5º ao artigo, o qual prevê a necessidade de 
representação para a procedência do processo, vejamos: 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, 
em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em 
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento: 
 (...) 
 § 5º Somente se procede mediante representação, 
salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
 II - criança ou adolescente; 
 III - pessoa com deficiência mental; ou 
 IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou 
incapaz. 
Grifos nossos. 
 Portanto, conforme o artigo acima exposto, para que se proceda com o caso é 
necessário que haja representação. 
 Assim, como o caso em tela não se enquadra em nenhuma das hipóteses trazidas 
pelos incisos acima mencionados, bem como que, desde o inicio a pessoa lesada pela 
prática ilícita, o Sr. Wilson, recusou-se em processar o caso. 
 Diante disso, ante a ausência de representação da vítima, com fulcro no parágrafo 
5º do art. 171 do Código Penal, requer seja nula a continuidade do processo. 
 
3. DO MÉRITO 
 
3.1.DA EXCLUSÃO DE ILICITUDE 
 
Conforme explanado anteriormente, o ato praticado pela Sra. TERESA, se deu única 
e exclusivamente pelo risco de morte iminente de sua filha no caso da falta do remédio. 
Dessa forma, conforme restou provado pelo médico da garota, o remédio era essencial 
para sobrevivência da filha da Sra. TERESA. No mais, tendo em vista que acabara de ser 
demitida de seu emprego e de que não possuía a menor condição de arcar com os custos 
do medicamento, não restou outra alternativa senão a prática ilícita cometida. 
Nesse sentido, o artigo 23 do Código Penal, ao que tange a exclusão de ilicitude, 
prevê: 
Exclusão de ilicitude 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art2
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o 
fato: 
 I - em estado de necessidade; 
 Por estado de necessidade o artigo 24 do CP define: 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem 
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não 
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo 
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
Assim, considerando a situação em que a ora ré se encontrava no momento, qual seja, 
estado de necessidade, requer-se a exclusão da ilicitude e, por consequência, a absolvição 
da ré. 
 
4. DOS PEDIDOS: 
 
Diante do exposto, requer a defesa: 
a) A nulidade do processo frente a ausência de representação; 
b) A absolvição do réu ante a exclusão de ilicitude invocada pelo estado de 
necessidade; 
c) A produção de provas em todos os meios admitidos em direito; 
 
Termos em que, 
Pede deferimento 
 
01 de outubro de 2020. 
 
Advogado 
OAB/UF

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