Prévia do material em texto
D I S C I P L I N A D E S E M I O L O G I A U N I V E R S I D A D E D E M O G I D A S C R U Z E S FA C U L D A D E D E M E D I C I N A A U L A 1 0 D I A R R E I A BIBLIOGRAFIA TRATADO DE CELMO CELENO PORTO MANUAL DO CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO A N AT O M I A ♠ F I S I O L O G I A PAT O L O G I A “Diga-me e eu esquecerei. Ensina-me e eu me lembro. Envolva-me e eu aprendo”. (Benjamin Franklin) h t t p : / /www.pau lode ta r so l i be ra l esso . c om PAULO DE TARSO D I A R R E I A CONCEITO 6 / 47 Diar re ia FREQUÊNCIA SINTOMA VOLUME CONSISTÊNCIA PAULO DE TARSO D I A R R E I A CONCEITO 7 / 47 D I A R R E I A É o aumento do teor l íqu ido das fezes com consequente d iminu ição da cons is tênc ia das mesmas; f requentemente assoc iado ao aumento do vo lume feca l , ass im como ao aumento do número de de jeções, usua lmente t rês ou mais ao d ia . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CONCEITO 8 / 47 Disenter ia SINTOMAS SÍNDROME SINTOMAS PAULO DE TARSO D I A R R E I A CONCEITO 9 / 47 D I S E N T E R I A É uma s índrome, comumente observada na amebíase e na sh igue l lose , qua l i f i cada pe la assoc iação da d ia r re ia à có l ica abdomina l (dor em const r ição e in tensa) , ao tenesmo no f ina l da evacuação (sensação do lo rosa no es f ínc te r ana l ) e às fezes mucossangu ino len tas (com muco e sangue) . PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 10 / 47 Mecan ismos MOTORA EXUDATIVAOSMÓTICA SECRETORA PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 11 / 47 M E C A N I S M O S Do ponto de v is ta e t iopa to lóg ico , a d ia r re ia é gênero que admi te quat ro espéc ies , qua is se jam a osmót ica , a secre to ra , a exsudat iva e a motora . PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 12 / 47 Diar re ia motora H2O MOTOR EFEITOSACELERADO HIPER HIPER PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 13 / 47 D I A R R E I A M O TO R A O h iper t i reo id ismo, ass im como a d ia r re ia func iona l , p romove o aumento da mot i l idade do in tes t ino de lgado com consequente ace le ração do t râns i to in tes t ina l do que decor re a menor absorção de água e e le t ró l i tos , res tando aos mesmos d i r ig i rem -se às fezes . PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 14 / 47 Diar re ia osmót ica MÁ ABSORÇÃO OSMOSE EFEITOS PO L F S G H2O∄ PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 15 / 47 D I A R R E I A O S M Ó T I C A A s índrome de má absorção re ta rda a absorção de água e e le t ró l i tos no in tes t ino de lgado. Por consegu in te , há acúmulo dessas subs tânc ias , o que e leva a p ressão osmót ica in t ra lumina l . PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 16 / 47 Diar re ia secre to ra AMPc H2O T TOXINA SECREÇÃO EFEITOS T PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 17 / 47 D I A R R E I A S E C R E TO R A Entero tox ina bacter iana (ex. Escher ich ia co l i , Vib r io cho lerae ) ou med icamento (ex. an t i - in f lamatór io , ant ib ió t ico , an t iác ido , an t i -h iper tens ivo , an t ia r r í tm ico , card io tôn ico) es t imu la à s ín tese de AMP c íc l i co in t race lu la r ao que a mucosa do de lgado responde secre tando a t ivamente água e e le t ró l i tos . PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 18 / 47 Diar re ia exsudat iva POROS H2O C EXSUDAÇÃO EFEITOS C LESÃO PAULO DE TARSO D I A R R E I A ETIOLOGIA 19 / 47 D I A R R E I A E X S U D AT I VA Um processo in f lamatór io (ex. co l i te ) , i squêmico (ex. vo lvo de s igmoide) ou neop lás ico (ex. l in foma d i fuso) desencade ia o aumento da permeab i l idade da mucosa in tes t ina l do que decor re uma maior passagem de água e e le t ró l i tos do meio in te rno para o lúmen. PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 20 / 47 Decá logo feca l CONSISTÊNCIA VOLUME DURAÇÃOFREQUÊNCIA RELAÇÕES CONTEÚDO GASES JEJUMASPECTO ODOR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 21 / 47 D E C Á L O G O F E C A L O médico deve inves t igar dez carac ter ís t i cas , qua is se jam a cons is tênc ia , o vo lume, a f requênc ia , a duração, os fa to res que acompanham, o con teúdo, o aspecto , os gases , o odor e a re lação com o je jum. PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 22 / 47 Cons is tênc ia DRENO BOM WALT DISNEY DRENO RUIM DRENO PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 23 / 47 C O N S I S T Ê N C I A Pode ser pas tosa , l íqu ida ou semi l íqu ida . No pr ime i ro caso houve pouco pre ju ízo da absorção in tes t ina l , logo a in te rcor rênc ia deu -se no in tes t ino g rosso . Nos demais , inversamente , ocor reu grande pre ju ízo da absorção in tes t ina l , de modo que, aqu i lo que lhe deu causa ag iu ao n íve l do in tes t ino de lgado, no duodeno. PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 24 / 47 Volume ASPIRADOR BOM MANUEL URIBE ASPIRADOR RUIM ASPIRADOR PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 25 / 47 V O L U M E O vo lume pode es ta r aumentado ou aumentad íss imo. No pr ime i ro caso, a absorção no in tes t ino de lgado ocor reu de modo regu la r, logo t ra ta -se de d ia r re ia ba ixa . Por ou t ro lado , na segunda s i tuação, a absorção no in tes t ino de lgado ocor reu de mane i ra i r regu la r, pe lo que res ta c la ro es ta r a í a sede do d is tú rb io d ia r re ico . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 26 / 47 Frequênc ia NORMAL SAMUEL COLT AUMENTADA GATILHO PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 27 / 47 F R E Q U Ê N C I A A f requênc ia pode es ta r aumentada ou mui to aumentada. No pr ime i ro caso , ver i f i ca -se que a sede da in te rcor rênc ia d ia r re ica encont ra -se no in tes t ino de lgado. Já , na segunda s i tuação, percebe -se que a sede da in te rcor rênc ia es tá no grosso, porções d is ta is . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 28 / 47 Duração NEWTONCURTA LONGA DOENÇA CRÔNICA DOENÇA AGUDA PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 29 / 47 D U R A Ç Ã O A d ia r re ia pode ser aguda ou c rôn ica . Na pr ime i ra s i tuação, é decor ren te de doença aguda, momentânea, uma in tox icação a l imentar ou um vo lvo de s igmoide . Já no segundo caso, é p roven ien te de uma doença c rôn ica , que pers is te no tempo, como, por exemplo , uma s índrome de má absorção ou um h iper t i reo id ismo. PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 30 / 47 Relações func iona is ESPECÍFICAS GERAIS ESPECÍFICAS DESIDRATAÇÃO OSM MOT F MOT S EXU SEC E E DESENTERIA PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 31 / 47 R E L A Ç Õ E S F U N C I O N A I S A perda de peso advém da má absorção (d ia r re ia osmót ica) , a febre da in fecção in tes t ina l bac ter iana (d ia r re ia secre to ra) , a dor da in f lamação, da isquemia ou da neop las ia (d ia r re ia exsudat iva ) e a ag i tação ps icomotora do h iper t i reo id ismo (d ia r re ia motora) . A có l ica , o tenesmo, o muco e o sangue, da d isen ter ia . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 32 / 47 Conteúdo GORDURA ALIMENTO SANGUE OSM NL < 7 G > 14 G 7 A 14 G NL DI ES ME EN HE PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 33 / 47 C O N T E Ú D O Al imentos d iger íve is ind icam má absorção de macronut r ien tes (carbo id ra to , p ro te ína e gordura) . Gordura (es tea tor re ia ) susc i ta fezes c la ras , b r i lhan tes , f lu tuantese exp los ivas , ind icando má absorção de l ip íd ios . Sangue pode ser v ivo ( en teror rag ia ) ou degradado, em bor ra de ca fé (me lena) . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 34 / 47 Aspecto BORRA DE CAFÉ LUSTROSA SANGUE CLARO PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 35 / 47 A S P E C TO As fezes c la ras , lus t rosas e f lu tuantes ocor rem na v igênc ia do excesso de gordura , a es tea tor re ia . As fezes com co lo ração vermelho v ivo ind icam a presença de sangramento p róx imo ao ânus ( en teror rag ia ) . E , as fezes em bor ra de ca fé re t ra tam o sangramento d is tan te do ânus, degradando -se o sangue (me lena) . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 36 / 47 Gases TÍPICOS EXPLOSIVO TODAS ESTEATORREIA PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 37 / 47 G A S E S A d ia r re ia pode cursar com gases em quant idade esperada hab i tua lmente ou mui to aumentada e com cará te r exp los ivo . No pr ime i ro caso , percebe -se a p resença de gordura moderada (14 gramas) . Na segunda s i tuação, acentuada (a lém de 14 gramas) , res tando ra t i f i cada a v igênc ia da es tea tor re ia . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 38 / 47 Odor FECAL MÍSERO SANIOSO BACTÉRIAS ENZIMAS PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 39 / 47 O D O R A d ia r re ia pode te r odor san ioso ou pú t r ido . No pr ime i ro caso, t ra ta -se do t íp ico odor desagradáve l das exonerações, o que ocor re na ausênc ia de in fecção (d ia r re ia osmót ica , exsudat iva e motora) . Na segunda s i tuação, o odor é excess ivamente san ioso , o que se ver i f i ca na presença da in feção (d ia r re ia secre to ra) . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 40 / 47 Relação com je jum MELHORA TESTE NÃO MELHORA PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 41 / 47 R E L A Ç Ã O C O M J E J U M A in t rodução de je jum pode, con forme o resu l tado a lcançado, o r ien ta r o mecan ismo e t iopa togên ico da d iar re ia . Se o processo d ia r re ico d iminu i ou cessa, será osmót ica . Por ou t ro lado , se permanece imper tu rbado, secre tora ou exsudat iva . PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 42 / 47 Al ta versus ba ixa ALTA DIARREIA BAIXA ALTA BAIXA PAULO DE TARSO D I A R R E I A CARACTERES SEMIOLÓGICOS 43 / 47 D I A R R E I A A LTA V E R S U S D I A R R E I A B A I X A A d ia r re ia a l ta , va lendo d izer na t iva do duodeno, tem cons is tênc ia mui to d iminu ída ( fezes l íqu idas) , vo lume mui to aumentado e f requênc ia pouco aumentada. Já a d ia r re ia ba ixa , ou se ja do có lon , tem cons is tênc ia pouco d iminu ída ( fezes pas tosas) , vo lume pouco aumentado e f requênc ia mu i to aumentada. PAULO DE TARSO D I A R R E I A TRATAMENTO 44 / 47 Tr íade CAUSA HIDRATAÇÃO DROGA 3 L PAULO DE TARSO D I A R R E I A PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO 45 / 47 T R ATA M E N TO Remover o fa to r causa l : a l imento (osmót ica) , ant ib ió t ico (secre tora) , cor t i co ide (exsudat iva) e l evo t i rox ina (motora) . H id ra tação v ia o ra l ou in t ra - venosa com vo lume de 3 l i t ros por d ia . Med icamentos como F lo ra t i l , En terogermina , Imosec e Imod ium para regu la r izar a f lo ra in tes t ina l e in te r romper o p rocesso. PAULO DE TARSO D I A R R E I A CONCLUSÃO 46 / 47 INTRODUÇÃO FISIOLOGIA PATOLOGIASEMIOLOGIA ANATOMIA F I M