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AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DO TÓRAX Introdução: radiograficamente os órgãos são radiolucentes, onde as pequenas variações na densidade radiográfica são indicativas de alterações (complexidade de interpretação relacionada a profundidade torácica e aos pacientes pouco colaborativos); a importante realizar o raio X tanto na inspiração quanto na expiração para obter os resultados; Técnica Radiográfica: mínimo de duas projeções perpendiculares entre si; contraste fisiológico (mAs baixo/KV alto); ESTUDO RADIOGRÁFICO DA TRAQUEIA Se encontra radiolucente em toda a sua extensão; é realizada na posição LL e VD (nesta há a sobreposição de estruturas), onde é importante não rotacionar o tórax (deslocamento); o pescoço deve estar confortavelmente distendido (não realizar uma superextensão, pois forma um pseudoestreitamento na entrada do tórax); Aspecto normal : possui um contraste natural (ar), sendo radiolucente, onde se diferencia dos músculos do pescoço e mediastino; se localiza a direita no mediastino cranial; em um ângulo agudo com as vértebras torácicas (maior em animais de tórax profundo); e na base do coração há uma bifurcação (carina); DESLOCAMENTO: indica alterações em lobos pulmonares craniais, massas mediastinais, pleurais, cervicais, aumento cardíaco; Alterações radiograficas: deslocamento ventral onde o esogado encontra-se distendido, deslocamento dorsal, quando o coração encontra-se aumentado; além da presença de massas intratorácicas; Falsos positivos: em casos de extensão há a aparência de compressão na entrada do tórax; na dorsoflexão (deslocamento ventral), ventroflexão (deslocamento dorsal); No plano VD, onde há um leve desvio a direita é normal (em braquicefálicos o deslocamento é mais pronunciado); COLAPSO TRAQUEAL: pode ser congênito ou adquirido; deve ser observado no plano DV e LL (ideal), que indica um plano mais informativo, onde os membros devem estar em ângulo rero em relação a coluna vertebral; o há também o posicionamento tangencial que exacerba os sinais clínicos (animal em decúbito esternal, extensão dorsal da cabeça; pouco informativo); um colapso na região cervical tende a aparecer na inspiração, e na região torácica na expiração; Sinais característicos como a tosse seca, de natureza paroxística, semelhante a um grasnar de ganso; Alterações radiográficas: lúmen traqueal reduzido, com a margem dorsal de contorno indefinido, podendo ocorrer na porção cervical e/ou torácica; HIPOPLASIA CONGÊNITA TRAQUEAL : diminuição do lúmen traqueal por toda sua extensão; predisponentes em raças braquicefálicas, raro em felinos, e independe da inspiração e expiração; pode acabar predispondo a outras alterações como a pneumonia aspirativa; CALCIFICAÇÃO DE ANÉIS TRAQUEAIS: relacionada a animais idosos e raças condrosteoficas; RUPTURA/ESTENOSE TRAQUEAL: em casos se ruptura, há perfuração/trauma, crepitação do tecido subcutâneo (devido a opacidade aérea), tendo a estenose como consequência; a estenose é a resposta do tecido traqueal, podendo ser observada na projeção LL, em consequência a lacerações, traumas ou rupturas; OBSTRUÇÃO TRAQUEAL: é incomum; associada ao sinal súbito de tosse grave, devendo ser relacionada a um corpo estranho; há também a hiperinsuflação dos lobos pulmonares (achado inespecífico); caso o corpo estranho seja radiolucente, deve-se realizar traqueoscopia; NEOPLASIA: são raras; em casos de osteossarcoma, condrossarcoma ou adenossarcoma; normalmente observado como uma massa adentrando o lúmen traqueal; TRAQUEÍTE: caracterizada pelo espessamento da mucosa traqueal (inflamação); há ausência de evidências radiográficas, devido a perda da opacidade devido ao ar (exsudação); ESTUDO RADIOGRÁFICO DOS PULMÕES Avaliação através de padrões: alveolar, intersticial, bronquial, misto; diferem de acordo com a doença ou anormalidade: Padrão Alveolar: alvéolos preenchidos com líquido (deslocam o ar dentro dos alvéolos, ocasionando diminuição/perda do contraste); debris celulares (exsudato), infiltração neoplásica e colapso alveolar; Aspecto enevoado (algodão doce): indicam áreas com aumento de densidade que tendem a se unir; Broncogramas aéreos: onde o líquido preenche a região alveolar ao redor do brônquio, tornando o ar presente no lúmen bronquial visível e evidente; Perda de definição dos vasos; além de edema, hemorragia, pneumonia, granuloma, atelectasia; Padrão Intersticial: o interstício é o tecido que suporta vasos sanguíneos, linfáticos, brônquios e alvéolos; o acúmulo de fluido ou material nesse local caracteriza o padrão intersticial; Não estruturado: linear ou curvilíneo; diminuição generalizada do contraste; visibilização de vasos e silhueta cardíaca é dificultada, padrão reticular “favo de mel”; Estruturado : nodular; podendo ser miliar (0,3 a 0,5 cm), nodular (0,5 a 3 cm); massas (acima de 3 cm); Pode ocorrer em situações de edema pulmonar, hemorragia, neoplasias, pneumonia, granulomas, infestações parasitárias, fibrose pulmonar; Padrão Bronquial: quando as alterações nos brônquios se tornam mais evidentes, seja devido a densidade e espessura da parede ou bronquiectasia (alteração de diâmetro (aumento), ou diminuição do lúmen bronquial; Árvore brônquica mais evidente; calcificação das paredes brônquicas; anéis de parede radiopaca em plano transversal (calcificação ou infiltrado peri-bronquiolar) Padrão Vascular: alteração nos vasos pulmonares (tamanho, forma e contorno); LL – veias são ventrais e artérias são dorsais aos brônquios VD – veias são mediais e artérias são laterais aos brônquios Hipervascularização: número e tamanho de vasos aumenta (maior opacidade pulmonar; ICC e deslocamento cardíaco); Hipovascularização : escassez de vasos pulmonares (periferia pulmonar mais radiotransparente; desidratação e choque hipovolêmico); Padrão Misto: associação entre mais de um tipo de padrão, devido a doenças associadas e doenças crônicas; ESTUDO RADIOGRÁFICO DAS PLEURAS Estudo das membranas dos pulmões e cavidade torácica, sendo ela visceral e parietal; não é visível em situações normais; Efusão Pleural: líquido no espaço pleural (transudatos, exsudatos, hemorragias); Alterações Radiográficas: presença de margens e fissuras interlobares; aumento de radiopacidade difuso (tórax caudal); os lobos caudais apresentam aspecto de “folha”; silhueta cardíaca e delimitação diafragmática pouco visível; Pneumotórax : caracterizado pelo ar na cavidade pleural, seja devido a traumas, espontâneo ou iatrogênico; Alterações Radiográficas : retração dos lobos pulmonares; afastamento do ápice cardíaco do esterno; lobos pulmonares mais densos que o normal; DIAFRAGMA É a bainha músculo-tendínea que separa as cavidades abdominal e torácica; aspecto variável de acordo com o ciclo respiratório Aspecto normal : posição determinada por contraste de outros órgãos; ar dos pulmões; opacidade de tecidos moles do fígado; Congênitas: hérnias diafragmáticas; Adquiridas: ruptura diafragmática (histórico de trauma); AlteraçõesDiafragmáticas: sinais primários (fígado, estômago, alças intestinais deslocados cranialmente, pois o gás facilita a visibilização; Aumento da opacidade do tórax; orgãos abdominais não visualizados; fraturas de costela ou pneumotórax; contraste gastrointestinal; Neoplasias Pulmonares: primárias ou metástases; massas radiopacas bem demarcadas ou mal definidas, únicas ou múltiplas; Realizar projeções múltiplas: LL direita, LL esquerda, VD e DV; ESTUDO RADIOGRÁFICO DO CORAÇÃO Radiografia fornece uma visão panorâmica do coração; a diferença entre raças e espécies devem ser consideradas; avaliar sempre a caixa torácica antes de afirmar sobre o tamanho do coração; Em felinos, a caixa torácica é mais ampla, e o coração é aparentemente menor; já em cães de tórax profundo, intermediário e raso, há diferenças no posicionamento cardíaco; Mensurações: • LL, onde o coração está posionado na porção médio-ventral do tórax, sendo comprimento ápico-basilar entre 2/3 da altura do tórax (linha imaginária entre o ápice em direção à carina); • DV é a mais recomendada (nem sempre é possível) • VD é a mais realizada; O ponto mais largo do coração deve ser cerca de 2/3 da cavidade torácica; coração pode ser comparado a um relógio Vertebral Heart Size (VHS): avalia o tamanho do coração (medidas de comparação); soma-se o diâmetro vertical e horizontal (a partir da 4ª vértebra torácica) Cães 9,5 ± 1 Felinos 7,5 ± 0,3 Aumento das Câmaras Aumento do Átrio Direito: raramente ocorre isoladamente, onde normalmente o ventrículo direito está aumentado também; LL - elevação da traqueia (cranialmente à carina), e a veia cava caudal pode estar aumentada; VD - saliência da silhueta cardíaca cranial direita (posição 9 à 11 horas); Aumento do Ventrículo Direito: na vista LL, observa-se o aumento do contato com o esterno e do diâmetro crânio-caudal; e pela VD, observamos a margem cardíaca direita mais arredondada e próxima das paredes torácicas, presença de “D invertido” (em raça Cocker isto é normal), e deslocamento do ápice para a esquerda; Causas: Congênitas, ICC, Hipertensão Pulmonar Aumento do Átrio Esquerdo: em LL, observa-se a elevação da traqueia na porção terminal, perda da “cintura cardíaca” caudal, e o átrio parece uma opacidade que se estende em direção aos campos pulmonares; na VD, o átrio esquerdo mais saliente na posição correspondente (2 a 3 horas); Aumento do Ventrículo Esquerdo : em LL, observa-se a perda da cintura cardíaca cranial, a margem caudal mais verticalizada (quase um ângulo reto com o esterno), e uma elevação traqueal; em VD, há a margem cardíaca esquerda arredondada e mais próxima da parede torácica, além do ápice deslocado à direita Causas: Cardiopatias congênitas, dilatadas, defeitos valvares Cardiomegalia : aumento do VHS (hipertrofia ou dilatação), em casos de doenças valvares, miocárdicas, doenças infecciosas e metabólicas; LL - contorno arredondado; perda da “cintura” cranial e caudal; coração grande em relação ao tórax; coração direito em contato com o esterno, e o coração esquerdo verticalizado; traqueia e brônquios elevados; DV - diâmetro do coração está aumentado; área menor dos campos pulmonares; ápice deslocado caudalmente à esquerda; diafragma comprimido ou sobreposto; Efusão Pericárdica: aumento da sombra cardíaca (seja por sangue, exsudatos, transudatos) Alterações Radiográficas: sombra aumenta de tamanho e seu contorno torna-se arredondado; traqueia elevada; vasos pulmonares definidos; hepatomegalia/ascite podem estar associadas;
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