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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA ANÁLISE ECONÔMICA DE MERCADO Entrega da Avaliação - Trabalho da Disciplina [AVA 2] AMANDA ROCHA DA SILVA VOLTA REDONDA/RIO DE JANEIRO 2022 As Crises Econômicas Mundiais As principais crises econômicas do capitalismo contemporâneo foram as ocorridas em 1929 e 2008. A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, deu-se após um contexto de super produção e baixo consumo em meio à economia liberal dos "loucos anos 20" nos EUA, o que iniciou uma reação em cadeia de baixa nas ações e, por fim, quebra da Bolsa de Valores. A crise norte-americana marcou a decadência do liberalismo econômico e espalhou-se para o resto da rede financeira mundial, gerando anos críticos que só começaram a melhorar após o New Deal. Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos. Sendo assim, os Estados Unidos, ao mesmo tempo que conseguiam uma produção econômica muito grande, pois tinham compradores dentro e fora do país, também estimulavam a oferta de crédito para estes compradores, bem como a política de aumento salarial para empregados. Entretanto, sempre quando havia um período de pequena recessão, isto é: decréscimo na produção econômica, o governo intervinha no mercado aplicando mais crédito (dinheiro e títulos da Bolsa de Valores) para reparar os danos. A medida de expansão de crédito tornava as taxas de juros artificiais, sem lastro com as reservas de crédito reais, que eram ancoradas na poupança. Os investidores que tinham ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque recebiam um sinal falso da expansão de crédito e, consequentemente, acabavam por ampliar os seus negócios, aumentar salários, e investir ainda mais. Este processo gerou uma “bolha inflacionária”, pois, em 1929, chegou um momento em que não se podia mais esconder o caráter artificial da expansão econômica: havia muito dinheiro emitido circulando, mas sem valor real com a produção. Já sob o governo Hoover, a Bolsa de Valores de Nova Iorque, responsável pela administração dos investimentos aplicados e do crédito emitido, entrou em colapso. As principais consequências da Crise de 1929 foram o desemprego em massa, a falência de várias empresas, tanto do setor industrial quanto do setor agrícola, e a pobreza, que assolou grande parte da população americana. Muitos países que estavam atrelados ao sistema de crédito americano também sofreram uma grande recessão em suas economias. Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam- se pelo país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo). New Deal foi um conjunto de medidas sócio econômicas tomadas por um grupo economistas, no governo do presidente Franklin Delano Roosevelt (1933–1937), dos Estados Unidos. Até então, o país era regido pelo liberalismo econômico, ou seja, o Estado era proibido de intervir na economia. Segundo a lógica liberalista, se houvesse liberdade econômica, haveria mais condições do país ser mais rico. As Medidas do Acordo–New Deal – Investimento na infraestrutura do país. Foram construídos hospitais, escolas, rodovias, usinas, aeroportos, pontes, hidrelétricas e muitas outras obras. Além de viabilizar uma vida melhor para os cidadãos, o intuito era de oferecer empregos, pois com o crack da Bolsa muitos ficaram sem. – Redução do horário de trabalho. Com 8h diárias de trabalho, as indústrias precisariam de mais mão de obra e assim seriam obrigadas a contratar mais pessoas. – Incentivo a agricultura. Com empréstimos e auxílios a pequenas e grandes propriedades, o Governo ajudava os proprietários a pagar dívidas acumuladas, incentivava a variedade de gêneros agrícolas e atraía as pessoas para a zona rural, pois o êxodo rural estava em crescimento e gerando dificuldades sociais na zona urbana. – Modificações nos sistemas. O Governo criou novas leis e passou a ter controle sobre o sistema financeiro e a controlá-lo. Assim, evitava fraudes e diminuía ricos bancários. – Controle dos preços e dos produtos de empresas. Uma das causas da crise foi o aumento demasiado de produtos e o acordo foi feito para que o Governo tomasse controle do tamanho da produção, para evitar superprodução seguida de falência e controlar a inflação. Produtos básicos como o petróleo e o carvão também tiveram seus preços fixados. – Melhorias para a sociedade. Foi criada a Previdência Social, o Seguro Desemprego, seguro para idosos acima de 65 anos, proibição do trabalho infantil, legalização de sindicatos, aumento de salários e um tipo de ajuda para evitar a miséria em que estavam vivendo os desempregados. O resultado do New Deal foi bastante satisfatório. No começo da década de 40, o acordo já demonstrava resultados favoráveis. A Bolsa de Valores já voltara a funcionar bem, o índice de desemprego teve uma grande queda, a renda mensal dos trabalhadores aumentou, a produção ficou em um ritmo desejável e as exportações e vendas para o mercado interno aumentaram. Com a expansão do crédito, conforme explicado no início do texto – e com um histórico de juros baixos no país – as pessoas passaram a hipotecar suas casas para investir em mais imóveis, o que gerou uma valorização destes, alimentando ainda mais o mercado imobiliário. O maior problema dessa expansão desordenada do crédito foi que uma parte considerável dos empréstimos foi concedida a pessoas que não possuíam condições de quitá-los, como desempregados e pessoas que não tinham renda comprovada. Além disso, os bancos criaram títulos no mercado financeiro lastreados nessas hipotecas (ou seja, lançaram títulos com o valor baseado nas hipotecas) e os vendiam para outros bancos, instituições financeiras, companhias de seguros e fundos de pensão, ativos negociados pelo mundo inteiro. Outro fator que contribuiu para a crise foi a estagnação da renda das famílias, movimento que vinha ocorrendo desde os anos 80. Além disso, os altos gastos do governo americano com as Guerras do Afeganistão e Iraque também contribuíram. Isso porque os gastos do Governo americano com as guerras foram elevados e contribuíram para o aumento da inflação no país. Com o aumento da inflação, o Federal Reserve (equivalente ao Banco Central) aumentou os juros a partir de 2004, na tentativa de diminuir a inflação. Entretanto, isso estrangulou financeiramente as famílias, que não conseguiam mais crédito nem honrar com as dívidas provenientes das hipotecas. Com isso, em 2006, algumas instituições de crédito que concediam as hipotecas de alto risco começaram a quebrar. Isso impactou diretamente vários bancos maiores envolvidos nas operações com o Lehman Brothers. A Crise Econômica 2008 no Brasil Em geral, os países emergentes – dentre eles o Brasil – sentiram menos os efeitos da crise. Entretanto, houve de fato uma forte queda no índice BOVESPA – que mede o valor Das ações negociadas na bolsa de valores do país – e um aumento no preço do dólar. Isso porque os investidores ao redor do mundo estavam resgatando as aplicações devido à quebra de confiança no mercado. Assim, as expectativas de crescimento econômico foram reduzidas e em consequência houve redução nas previsões para o PIB do país. Apesar do discurso otimista do presidente Lula e de um impacto menor do que o ocorrido nas economias americana e europeia, a crise teve um impacto significativo no país.Em outubro, a Sadia reportou prejuízo milionário com investimentos em derivativos tóxicos (títulos que foram comprados por um valor muito maior do que o real) que levaram a um prejuízo trimestral de mais de R$2 bilhões. Esses prejuízos culminaram na fusão da companhia com sua maior concorrente, a Perdigão, o que originou a BRF. Outra grande empresa brasileira, a Aracruz, também perdeu dinheiro com derivativos e teve mais de R$3 bilhões de prejuízos no último quarto de 2018 e fez um acordo de aquisição com a VCP, criando a Fibria. Após esses acontecimentos, o governo viu que era necessário agir e baixou a taxa básica de juros, SELIC, de 13,75% para 8,75% ao ano em 2009, diminuindo os juros pagos para empréstimos tanto de pessoas físicas quanto de empresas, com o objetivo de aumentar o dinheiro em circulação. Além disso, diminuiu a alíquota de impostos (principalmente IPI) para produtos da linha branca, materiais de construção e automóveis e liberou bilhões de reais em depósitos compulsórios para os bancos, para aumentar a liquidez no mercado, ou seja, estimular a produção das indústrias e aumentar o dinheiro em circulação para que as pessoas consumissem mais. Apesar de no ano de 2008 o PIB nacional ter aumentado 5,2%, com o impacto da crise, em 2009, obteve uma retração de 0,3%. Ainda, a bolsa de valores, Bovespa, teve uma queda em 2008 de 4%, a maior desde a década de 70. Referências: Crise de 1929 - https://www.historiadomundo.com.br/idadecontemporanea/crisede29.htm O que foi o New Deal? - https://www.estudopratico.com.br/o-que-foi-o-new-deal/ Crise de 1929 - https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm Crise Financeira de 2008. - https://www.politize.com.br/crise-financeira-de-2008/
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