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Fisiologia da lactação A glândula mamária corresponde a uma glândula sudorípara modificada que secreta leite para nutrição da prole. O epitélio glandular possui células secretoras conhecidas com parênquima, onde os alvéolos formam uma camada única de células epiteliais. Os alvéolos drenam para ductos pequenos se unindo a ductos maiores até abrir em uma cisterna ou diretamente na teta. Os alvéolos são recobertos por células mioepiteliais (contráteis) que respondem ao reflexo da ejeção do leite. Os alvéolos se organizam em unidades conhecidas como lóbulos, cada um deles envolvidos por um septo distinto de tecido conjuntivo. Estes se agrupam em unidades maiores denominadas lobos, que também são rodeados por septos de tecido. Enquanto que o tecido conjuntivo no interior da glândula e que sustenta as células secretoras é denominado de estroma. O estroma sustenta também vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. A proporção parênquima/estroma é controlada por mecanismo hormonal. Durante a lactação da vaca encontra-se maior quantidade de parênquima que estroma e no período seco isto se inverte. A glândula mamária Destaques da Aula MAMOGÊNESE, LACTOGÊNESE E GALACTOPOESE CURVA DE LACTAÇÃO A GLÂNDULA MAMÁRIA DESCIDA DO LEITE COLOSTRO Circulação sanguínea e linfática As duas metades do úbere recebem suprimento sangíneo das artérias pudendas externas ipsilaterais. As artérias pudendas externas passam pelos canais inguinais e dividem-se em ramos. O ramo cranial supre de sangue o quarto mamário anterior e o rama caudal supre o quarto mamário posterior. SECAGEM DAS VACAS POR DANIELA GOMES 1. DESENVOLVIMENTO FETAL Aos 35 dias de gestação, forma-se uma linha mamária do estrato germinativo. Aos 60 dias o botão mamário se aprofunda na derme e a teta começa a ser formada. Aos 100 dias começa a formação de canais na extremidade do botão e prossegue produzindo eventualmente uma abertura para o exterior. No final da gestação se formam os ductos papilares e as cisternas lácteas. Mamogênese Pequena parte do suprimento sanguíneo é garantido pela artéria perineal ventral (ramo da pudenda interna). A drenagem sanguínea do úbere da vaca é feita pelas veias pudendas externas, veias epigástricas superficiais e veia perineal. As glândulas mamárias têm uma extensa rede de vasos linfáticos que drenam para os linfonofos supramamários. Os vasos eferentes desses linfonodos passam para os linfonodos ilíacos externos. Por meio dos troncos lombares, a linfa passa através do ducto torácico, penetrando no sistema venoso próximo a origem da veia cava cranial. UM INTENSO FLUXO SANGUÍNEO É CONDIÇÃO PARA ALTA PRODUÇÃO SECRETÓRIA DAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS. APÓS O PARTO OCORRE RAPIDAMENTE DESVIO DO FLUXO SANGUÍNEO DO ÚTERO PARA AS GLÂNDULAS MAMÁRIAS. Antes do primeiro ciclo estral o parênquima mamário começa a crescer a uma taxa mais rápida do que o corpo como um todo. Durante cada ciclo estral a GM é estimulada por hormônios (estrogênio e progesterona) e ocorre o crescimento associado com o alongamento e ramificação dos ductos mamários e desenvolve-se o sistema lóbulo- alveolar. Momento em que os alvéolos se desenvolvem em maior velocidade, onde parte do tecido adiposo é substituído por tecido glandular. No decorrer da primeira gestação, ocorrerá a maturação das glândulas mamárias permitindo que elas atinjam sua completa capacidade funcional. As células epiteliais mamárias completarão a sua diferenciação. O crescimento acelerado durante a gestação deve-se provavelmente a secreção aumentada e sincrônica de horrmônios (estrogênio e progesterona) e polipeptídeos (prolactina, GH e lactogênio placentário). Até o final da gestação a GM terá o nº de células alveolares ampliada por hipertrofia. 2. DESENVOLVIMENTO PRÉ-PÚBERE Sistema mamário do nascimento até a puberdade sofre pouco desenvolvimento. A velocidade de crescimento tem relação direta com o crescimento corporal. O aumento do tamanho nesta fase deve-se ao aumento do tecido conjuntivo e gordura. A GM fica em estado latente durante este período. Contudo, o estado nutricional da fêmea pode antecipar ou postergar a puberdade. 3. DESENVOLVIMENTO NA PUBERDADE 4. DESENVOLVIMENTO NA GESTAÇÃO Involução mamária Após um período ou ciclo de lactação deverá ocorrer a involução mamária que corresponde à diminuição do número e da atividade das células epiteliais do alvéolo mamário. Os espaços previamente ocupados pelos alvéolos em degeneração são substituídos por células adiposas. A extensão da degeneração alveolar varia com a espécie e está governada pela capacidade hormonal manter as estruturas lobulo alveolares. Lactogênese É o processo de preparação da glândula mamária que ocorre durante a gestação para a produção de leite. Corresponde à diferenciação e multiplicação das células alveolares mamárias. Num primeiro estágio ocorrerá a adaptação da célula alveolar para o processo posterior de síntese do leite (adaptação enzimática e morfológica). Neste período ocorre pequena secreção de leite. O segundo estágio começa a secreção copiosa de todos os componentes do leite na proximidade com o parto e permanece por diversos dias após o parto em muitas espécies. Galactopoese É a capacidade de manter o ciclo da lactação. O processo requer estímulos neurais e endócrinos para que ocorra a conservação do número de células alveolares, uma intensa atividade de síntese celular e eficácia do reflexo da ejeção do leite. O processo requer a remoção frequente do leite, pois a síntese do leite não persiste apesar de um estado hormonal adequado. Sequencialmente deverá ocorrer a síntese dos constituintes do leite dentro das células alveolares, o transporte intracelular desses constituintes, a descarga dos constituintes no lúmen alveolar, o fluxo passivo para grandes ductos e cisternas e finalmente o reflexo de ejeção do leite. Diversos hormônios são essenciais para a manutenção de uma intensa síntese e secreção leite e somente a ocitocina é requerida para a remoção do leite. A descida do leite é ativada pela liberação da OCITOCINA pela HIPÓFISE, QUE INDUZ A CONTRAÇÃO DAS CÉLULAS MIOEPITELIAIS QUE ENVOLVEM OS ALVÉOLOS E PEQUENOS DUCTOS DO ÚBERE. Em resposta à estimulação TÁTIL, VISUAL, AUDITIVA, HORÁRIO, LOCAL DE ORDENHA, são enviados sinais para o cérebro nos núcleos supraóptico e paraventricular do HIPOTÁLAMO, localizado na região central do cérebro. Nestes núcleos, a OCITOCINA é sintetizada e transportada para a HIPÓFISE, de onde é liberada para a circulação sanguínea, após a estimulação dos tetos. A contração das células mioepiteliais, como resultado da ação da ocitocina, desloca o leite armazenado nos alvéolos para a cavidade da cisterna, deixando todo o leite sintetizado pela glândula mamária disponível para a remoção pela ordenha. Para que ocorra a EJEÇÃO DO LEITE OU DESCIDA DO LEITE, a resistência do canal do teto deve ser superada e a contração das células mioepiteliais deve assegurar força suficiente para o leite sair dos alvéolos e alcançar os ductos. Outra forma de liberação do estímulo, ocorre à medida que o feto é forçado para o canal do parto, uma vez que o mesmo provoca uma estimulação de mecanorreceptores no trato reprodutivo materno, que leva a um aumento de liberação hipofisária da ocitocina. Descida do leite Durante a síntese, o leite é continuamente armazenado nos alvéolos, ductos e cisternas da glândula mamária. Aproximadamente 80% do leite armazenado no úbere das vacas está localizado nos alvéolos e pequenos ductos. Somente cerca de 20% do leite total produzido está localizado nas cisternas da glândula e do teto e são prontamente ordenhados após a colocação do conjunto de teteiras no início da ordenha, sem a necessidade de descida do leite. PARA QUE OCORRA UMA ORDENHA COMPLETA, HÁ NECESSIDADE DE UM REFLEXO NEUROENDÓCRINO, QUE É RESPONSÁVEL PELA LIBERAÇÃO DA FRAÇÃO ALVEOLAR DO LEITE PARA A CISTERNA. A ejeção do leite pode ser inibida quando os níveis de adrenalina e noradrenalina, hormônios liberados em condiçõesestressantes estão elevados. Composição do leite Gordura do leite - rico de ácidos graxos; Lactose - principal carboidrato formado por glicose + galactose; Proteínas - caseínas (alfa, beta e K caseína), alfa- lactoalbumina e beta-lactoalbuminas (produzidas na GM), albumina sérica (fígado) e as imunoglobulinas (linfócitos); Outros componentes: Ca, P, K, Cl, Na e Mg minerais primários do leite. Entre os principais componentes temos: O leite contém todos os nutrientes necessários para a sobrevivência e o crescimento do recém-nascido. Os nutrientes incluem: energia (lipídeos e carboidratos), proteínas, aminoácidos, vitaminas, minerais, eletrólitos e água. A composição básica do leite pode ser considerada pouco variável, mas observa-se que nos seus constituintes individuais as variações entre as espécies são significativas. Dentro de uma mesma espécie as variações na composição do leite estão relacionadas a vários fatores, entre eles: genética, natureza da dieta, fase de lactação e até mesmo com o momento dentro da amamentação (início, meio e fim). Colostro Difere do leite por apresentar maior concentração de proteína, Na+ e Cl- e menor concentração de lactose e K+. Nos bovinos, o colostro tende a ser viscoso e amarelado. O colostro além de nutrir a cria, protege contra os agentes infecciosos. O colostro é uma rica fonte de nutrientes, especialmente de vitamina A, lipídeos e proteínas. As caseínas e albuminas, também estão presentes em concentrações relativamente altas no colostro. Uma exceção é a lactose cuja síntese é inibida até a ocasião do parto. As imunoglobulinas estão altamente concentradas no colostro é permite aos neonatos receber a imunidade passiva, o que garante uma rápida proteção contra os organismos ambientais. Os neonatos possuem um tempo ilimitado (24 a 36 horas) durante a qual as imunoglobulinas podem ser absorvidas através do intestino. Curva de lactação Depois do parto, a produção de leite aumenta a uma taxa acelerada até alcançar o desempenho máximo e, em seguida, o volume diário de leite diminui progressivamente até o final da lactação. Essa curva de lactação é semelhante em todas as espécies, mas as diferenças principais estão relacionadas com a amplitude do pico e com a persistência e a duração da lactação. No gado leiteiro, a produção de pico normalmente ocorre entre 3 a 4 semanas de lactação e então começa a declinar lentamente até o final da lactação. Depois de alcançar a produção de pico, a produção diária de leite diminui em consequência da redução de eficiência e da perda de parte das células secretórias, quase certamente por apoptose (morte progamada da célula). A taxa de redução da produção diária de leite depois do volume de pico e durante todo o restante da lactação é definida como persistência: os animais que têm declínios menores da produção são mais persistentes. Persistência da lactação Principais fatores fisiológicos que interferem na produtividade de vacas leiteiras são: idade do animal, estágio e ordem de lactação, tamanho do animal, duração do período seco, gestação e complicações pós-parto, grau de sangue e composição genética. Com relação aos fatores ambientais: estação ou mês de parição, frequência e intervalos de ordenha, período de serviço, instalações, manejo nutricional e dieta dos animais. Conhecer a curva de lactação é importante por várias razões, dentre elas: Manejo nutricional é baseado na prévia de produção do animal, ou seja, vacas que apresenta curva de lactação com menores declínios necessitam de menores quantidades de concentrado, do que as que têm o mesmo nível de produção e curvas com maiores declínios. Altas produções de leite, no período inicial da lactação levam a um esforço fisiológico extra por parte dos animais, causando, frequentemente, diminuição no desempenho reprodutivo e aparecimento de doenças metabólicas. No entanto, moderada produção, nesse período combinada com maiores persistências da lactação é preferível do que altas produções no início da lactação, aliada a rápidos declínios da produção de leite após esse período. Melhor conhecimento da provável curva de lactação permite alimentação mais eficiente, pois maiores respostas à alimentação são mais facilmente detectadas quando as vacas são agrupadas de acordo com o formato esperado da curva de lactação. Ao enviar uma newsletter corporativa, tenha em mente estas três coisas: Primeira: envie sua newsletter regularmente. Mantenha seu compromisso se for semanal, mensal ou trimestral. A segunda é ter um layout adequado. Crie um newsletter interessante e fácil de ler. Por último, garanta a qualidade do conteúdo e das imagens que você irá compartilhar. Verificar no início da secagem se a vaca não está com mastite. Se o teste der negativo a vaca está apta para o processo de secagem, caso contrário deve ser tratada a mastite. Esgotar bem o úbere, em seguida, colocar em cada teto o antibiótico de longa duração, próprio para secagem. Seguindo as recomendações de um profissional. Secagem das vacas leiteiras É um processo que interrompe a lactação, ou seja, o animal não pode ser ordenhado. Como secar a vaca? 1.Teste de mastite 2. Aplicação de antibiótico 3. Transfira o animal para outro local 4. Não ordenhe! 5. Rotina normal após a secagem Levar o animal para um piquete ou pasto, afastado do curral e do estábulo. A alimentação deve ser regrada, sem o fornecimento de concentrado. Porém, oferecer água em grande quantidade. Mesmo que o úbere esteja cheio de leite, isso não afetará a saúde da vaca, pois seu organismo absorverá o próprio leite. Porém, é importante observar diariamente o úbere para verificar se está avermelhado ou dolorido, algo raro de acontecer. Sendo necessário tratar a mamite. Após 2 semanas, a vaca não produzirá mais leite e a secagem estará completa. O produtor poderá retornar o fornecimento da alimentação adequada para o período do pós-parto. Referências FRANDSON, R. D. Anatomia e fisiologia dos animais da fazenda. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 454p. MORAES, I. A. Fisiologia da glândula mamária. Disponível em: http://www.uff.br/fisiovet/lactacao.pdf. SWENSON &REECE – Dukes- Fisiologia dos Animais Domésticos. 11ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 1996. 856p. Bons Estudos! @dani_zootecnista danigomes.hp@gmail.com
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