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Dermatoses por agentes biológicos Infecções bacterianas Impetigo Conceito: infecção bacteriana das camadas superficiais da epiderme. Agentes etiológicos: Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes (pode progredir para celulite ou preceder eritema nodoso ou multiforme). Alta contagiosidade. Infecção de pele íntegra ou infecção secundária por trauma. Raramente progride para infecção sistêmica (glomerulonefrite pós estreptocócicos). Epidemiologia: mais frequente em crianças e nos meses de mais calor. Diagnóstico: clínico. Pode pedir cultura para identificação do agente. Tratamento: antibiótico em áreas que tem infecção recorrente. Não bolhoso (impetigo infeccioso de Tilbury Fox) Localização preferencial é em torno do nariz e da boca e nas extremidades. Ocorre no local de pequenos traumatismos como escoriações, queimaduras e picadas de insetos. Inicialmente ocorre mácula eritematosa que evolui rapidamente para bolha ou vesícula. A crosta resultante é espessa e de coloração amarelada. Bolhoso Etiologia estafilocócica. Ocorre mais em neonatos. É caracterizada por formação de vesículas que rapidamente se transformam em bolhas grandes que sofrem processo de pustulização. As crostas resultantes são finas e acastanhadas. Localizadas mais em face, períneo, nádegas. As lesões não envolvem a mucosa. Desaparecem em 2-3 semanas. Ectima Forma profunda de etiologia Estreptocócica. Caracteristicamente inicia-se por pústula, que evolui para úlcera com crosta espessa e aderente. Localização preferencial nas pernas. Complicação: glomerulonefrite. Cicatrização lenta – deixa cicatriz. Gangrenoso Complicação de septicemia por Pseudomonas aeruginosa. Acomete pacientes imunodeficientes (neutropenicos). As lesões podem ser únicas ou múltiplas. Máculas eritematosas indolores que se tornam endurecidas, bolhosas ou pustulares. Região glútea, perineal e nos membros. Foliculite Inflamação folicular: infeccioso, trauma e oclusão. Fatores predisponentes: roupas oclusivas, barbear- se com frequência, imunossupressão, clima quente e úmido. Podem ser superficiais ou profundas. Predominante em couro cabeludo, barba, axilas e nádegas. Agente etiológico principal: Staphylococcus aureus. Paroníquia Comparável a uma foliculite na medida que é uma infecção supurativa dolorosa da prega ungueal. Agente etiológico: S. aureus. Cicatriza rapidamente após a liberação de pus. Foliculite superficial (ostial ou impetigo de Bockhart) Pequenas pústulas muito superficiais, em número variável, centradas por pelo. Nas crianças são comuns no couro cabeludo e nos adultos nas áreas da coxa e nádegas. Tratamento: antibióticos tópicos ou loções antiacneicas. Foliculite profunda Foliculite decalvante Pústulas relativamente superficiais. Evolução crônica. Aspecto típico de “cabelo de boneca”. Tratamento: antibióticos e dapsona (100 mg/dia durante alguns meses com resultados após 2 meses e deve ser reduzida posteriormente para 25 mg/dia). Foliculite queloidiana Localização típica na nuca. Pústulas confluem e levam à formação de fístulas e fibrose de aspecto queloidiano. Predominante em raça negra. Tratamento: uso de antibiótico (clindamicina). Furúnculo Infecção estafilocócica do folículo piloso e glândula sebácea anexa. Carbúnculo: quando há vários furúnculos no mesmo lugar. Antraz: múltiplos pontos de drenagem pus juntos causado pela infecção por B. anthracis. Manifestações clínicas: ● Inicia-se por lesão eritematoinflamatoria bastante dolorosa, centrada por pelo, com evolução aguda (dias). Após 2-4 dias torna-se flutuante; ● Nódulo eritematoso, com vários pontos de necrose, que evolui para grande área ulcerada; ● Eliminação do tecido necrosado (carnegão); ● É comum em áreas pilosas sujeitas a atrito e sudorese, como axilas, nádegas e face. Diagnóstico: clínico. Quando necessário, exame bacteriológico e antibiograma. Tratamento: ● Compressa de água morna; ● Drenagem, pois é flutuante; ● Tratamento cirúrgico para retirada do carnegão (obrigatório). ● Uso de antibiótico sistêmico. Erisipela Infecção bacteriana da derme com acometimento linfático. Agente etiológico predominante: Estreptococos beta hemolítico grupo A. Ocorre após perda da barreira cutânea. Fatores de risco: traumas, dermatomicoses, estase venosa, obesidade, diabetes. Localizadas mais em membros inferiores, face, e região perianal. Manifestações clinicas: ● Eritema vivo e intenso edema doloroso, com bordas bem delimitadas; ● Podem evoluir para bolhas e, até mesmo, necrose com ulceração posterior; ● É acompanhada de linfangite e linfadenopatia regional aguda; ● Elefantíase pode ocorrer. Complicações: nefrite e septicemia. Diagnóstico: cultura para identificação de agente. Tratamento: ● Penicilina-procaína; ● Em casos graves, penicilina cristalina 3Mi U, IV de 4 em 4 h; ● Outras opções: cefalosporinas de primeira geração. Celulite Infecção subaguda crônica profunda. Afeta derme e hipoderme. Predominantemente estreptocócica. Comum em membros inferiores, face (em crianças). Manifestações clínicas: ● Eritema menos vivo e bordas mal definidas; ● “Casca de laranja”; ● Em casos de infecção grave – presença de vesículas, bolhas, pústulas ou tecido necrótico; ● Febre, calafrios, mal-estar e linfadenopatia regional podem estar associados. Diagnóstico: clinico. Cultura para identificação de agente. Tratamento: ● Repouso do membro, analgesia e antibioticoterapia; ● Etiologia estreptocócica: Penicilina-procaína; ● Etiologia estafilocócica: oxacilina (100-150 mg/kg/dia IV de 4/4 h) ou cefalotina (100-150 mg/kg/dia IV 4/4 h ou 6/6 h). Infecções virais Herpes simples Doença infectocontagiosa recorrente causada pelo herpes vírus. HSV 1: oral ou extragenital. Primo-infecção é mais comum na infância (30-60%). HSV 2: genital ou perigenital. 90% se infectam, mas não manifestam sintomas. Transmissão: contato com a doença ativa ou com assintomático. Manifestações clínicas: ● Caracteriza-se pela formação de vesículas túrgidas e brilhantes, dispostas, em geral, em grupo. ] ● Gengivoestomatite herpética: comum na infância; lesões vesicobolhosas e erosivas na mucosa oral. Herpes recidivante: determinado pela diminuição da imunidade associada a traumas, exposição solar. Herpes em imunocomprometidos: lesões numerosas e ulcerações profundas sem tendência a regressão. Herpes Genital: múltiplas vesículas agrupadas em base eritematosa com lesões evoluindo para úlceras. Diagnóstico: ● Citologia: Teste de Tzank; ● Isolamento viral; ● Imuno-histoquímica; ● PCR e sorologia. Tratamento: ● 1º episódio → Aciclovir 200 mg – 2 cps VO 3x/dia por 7 dias; ● Recidiva → Aciclovir 200 mg – 2 cps VO 3x/dia por 5 dias (período prodrômico); ●v Imunossuprimidos → Aciclovir 10-15 mg/kg EV de 8/8h por 5 a 7 dias. Objetivo: reduzir os sintomas, pois não tem como curar visto que o vírus fica latente. Tratamento tópico: Penciclovir creme 1% 2/2h por 4 dias, aciclovir pomada não é eficaz. Herpes zoster Recorrência da infecção pelo vírus varicela zoster. Mais comum em idosos. Reativação de foco latente gânglio raiz dorsal. Indicador precoce de imunossupressão. Erupção unilateral. Pródromos: dor e parestesia. Dor lancinante de origem neuropática. Manifestações clínicas: ● Vesículas, exulceração e crostas; ● Padrão de distribuição linear com múltiplas vesículas agrupadas em base eritematosa seguindo o trajeto do nervo; ● Lesões cutâneas eritematopapulosas, dolorosas, que evoluem para vesículas e bolhas, e seguem um dermátomo (Zosteriforme).Pacientes com imunossupressão: lesões com necrose e hemorragia, múltiplos dermátomos, disseminação. Paciente com HIV: aparecimento em indivíduos jovens, acometimento de mais de um dermátomo, quadros disseminados e envolvimento mais frequente do sistema nervoso central e ocular. Pode apresentar lesões verrucosas atípicas e recorrência. Diagnóstico: clínico + teste de Tzank. Tratamento: ● Aciclovir 800mg VO de 4/4h; ● Analgesia (Dor neuropática): antidepressivos e anticonvulsivantes – Carbapentina. Risco de neuralgia pós-herpética: depois que melhora das lesões, ele continua com dor e pode durar meses → continua com tratamento. Varicela Primo-infecção pela varicela zoster. Benigna e autolimitada. Transmissão: vias aéreas - altamente contagiosa. Sintomas constitucionais: hiperemia orofaríngea, febre alta, astenia e tosse seca. Desenvolvimento do rash cutâneo, eritematoso e pruriginoso. Manifestações clínicas: ● Rash pruriginoso – 5 dias; ● Distribuição craniocaudal; ● Lesões em vários estágios evolutivos: pápulas, vesículas, crostas; ● Acometimento de mucosas. Complicações: otite media, pneumonia, meningite. Diagnóstico: ● Clínico; ● Isolamento viral ou sorologia – se necessário. Tratamento: ● Limpeza das lesões → evitar infecções secundárias; ● Sintomáticos; ● Controle do prurido; ● Evitar AAS → sangramento; ● Não é recomendado o uso de antivirais em menores de 12 anos, somente em casos de doenças moderada/grave → Aciclovir 200mg/kg VO 4x/dia. Exantema súbito Etiologia: herpes vírus 6. Frequente na infância. Doença branda e autolimitada. Na fase inicial os sintomas são inespecíficos, como diarreia leve, pápulas eritematosas na mucosa do palato mole e úvula, tosse, linfadenopatia, edema palpebral, abaulamento da fontanela anterior e inflamação do tímpano. A febre cessa em crise surgindo, então, uma erupção de lesões eritematosas ou eritematopapulosas, algumas rodeadas por halo claro, podendo desaparecer à compressão. Inicia-se no tronco, no pescoço, nas extremidades proximais e, eventualmente, na face. A involução ocorre após 2 a 3 dias, sem descamação. Complicações: convulsão, meningoencefalite. Tratamento: sintomáticos. Molusco contagioso Agente etiológico: Poxvirus; Atinge pele e mucosas. Benignas e autolimitadas. Manifestações clínicas: pápulas com aspecto translúcido com umbilicação central, geralmente em tronco, fossa cubital, axilas, fossas poplíteas e genitália. Complicação: prurido, eczematização e infecção secundária. Diagnóstico clínico. Tratamento: ● Curetagem; ● Aplicação de hidróxido de potássio; ● Crioterapia. Doença mão pé boca Agente etiológico: Coxsackie virus. Manifestações clínicas: ● Febre baixa, dor abdominal, astenia; ● Lesões orais precedendo as lesões cutâneas ou simultaneamente; ● Maculas, pápulas eritematosas – vesículas alongadas, circundadas com halo claro localizadas no dorso de mãos e pés, palmas e plantas, boca; ● Formas monossintomáticas. Diagnóstico clínico. Tratamento: sintomáticos. Eritema infeccioso Agente etiológico: Parvovírus B19. Replicação viral na medula. Imunidade permanente. Fase prodrômica: exantemas. Manifestações clínicas: ● Região malar: bochecha esbofeteada, exantema rendilhado em tronco, pescoço e extremidades; ● Prurido; ● Poliartropatia – adulto. Recidivas: luz solar, estresse, alta temperatura, exercício físico. Importante solicitar hemograma – contagem de reticulócitos. Diagnóstico clínico. Tratamento: sintomáticos. Papiloma vírus humano DNA vírus da família Papoviridae. Proliferação epitelial em pele e mucosa. Manifestação clínica: verruga – tipos (vulgar, filiforme, plantar, plana, genital, acuminado gigante, papulose bowenóide). Transmissão por contato: pele não-íntegra. Potencial oncogênico (cérvix – CA de colo de útero). Variante vulgar HPV 2, 27, 57. Evolução imprevisível, 65% desaparecem em 2 anos. Manifestações clínicas: pápulas verrucosas com pontos hemorrágicos, característicos do HPV. Variante filiforme Geralmente acomete crianças. Pálpebra e nariz. Trata-se de elementos filiformes muito ceratósicos, em geral isolados, pouco numerosos, com maior frequência na face de pessoas adultas. A verruga digitiforme é uma variedade da filiforme e constitui a reunião de várias lesões, dando o aspecto de dígitos. Variante plana HPV 3 e 10. Constitui pápulas pouco salientes de superfície plana e lisa, com menos de 5 mm de diâmetro, muito numerosas, localizadas em geral na face e no dorso da mão de adolescentes. Apresentam cor clara a castanho-escuro e, muitas vezes, mostram-se em arranjo linear pelo fenômeno isomórfico. As verrugas planas em regressão mostram sinais clínicos de inflamação e tornam-se pruriginosas, eritematosas e edematosas. Ao involuírem, halos despigmentados podem surgir ao redor das lesões. Variante plantar São pápulas que, devido à sua localização, crescem de forma endofítica. Em geral, são assimétricas e pouco numerosas, medindo de alguns milímetros a alguns centímetros; são dolorosas e podem impedir a marcha normal. Mostram superfície ceratósica grosseira, com pontos negros correspondendo a capilares trombosados no topo das papilas e, por vezes, um anel periférico de espessamento da pele, sendo popularmente chamadas “olho de peixe”. Quando múltiplas e superficiais coalescem formando placas, constituindo a chamada verruga plantar tipo mosaico; lesões isoladas profundas e endofíticas são chamadas de verruga plantar tipo mirmécia. Verrugas anogenitais (condiloma acuminado) Lesões em região do períneo, grandes e pequenos lábios, ânus e cavidade vaginal. Baixo risco: HPV 6 e 11. Alto risco: HPV 16 e 18. Maiores taxas de infecções pelo HPV em mulheres < 25 anos. Manifestações clínicas: lesões vegetantes, úmidas, isoladas ou agrupadas com aspecto de couve flor, pápulas sésseis, ceratósicas, verruga vulgar-símile e, às vezes, de proporções gigantescas; são popularmente conhecidas como “crista de galo”. Verrugas malignas (papulose bowenóide) HPV 16 e 18. Caracteriza-se por múltiplas pápulas ou placas verrucosas, hipercrômicas ou eritematoacastanhadas. Diagnóstico: ● Clínico; ● Biópsia: suspeita de neoplasia; ● Identificação do DNA viral por meio de testes de hibridização molecular (PCR). Tratamento: ● Cáustico; ● Imunomoduladores; ● Procedimentos cirúrgicos: remoção das lesões– excisão com bisturi, eletro cauterização, e crioterapia. Micoses cutâneas Pitiríase versicolor Agente etiológico: Malassezia furfur. Fatores predisponentes: atividade hormonal e oleosidade da pele, má-nutrição, hiperidrose, imunodepressão. Manifestações clínicas: manchas podem ser hipocrômicas ou hipercrômicas, eritematosas em regiões sebáceas. Descamação furfurácea - Sinal de zileri. Diagnóstico: ● Clínico; ● Exame direto KOH 10%: hifas curtas, curvas e largas e elementos leveduriformes alargados (blastoconídeos) em cacho de uva ou com aspecto de “espaguete com almôndegas”; ● Luz de Wood: amarelo-ouro. Tratamento: cetoconazol tópico. Tínea nigra (ceratofitose negra) Agente etiológico: Hortaea werneckii. Clínica: manchas pretas ou escuras nas regiões palmar e plantar ou nas bordas dos dedos e em outras áreas. Tratamento: antifúngicos tópicos. Tínea Corporis Agente etiológico: ● T. rubrum (adultos); ● M. canis (crianças). Clínica: lesões eritematodescamativas, circinadas, isoladas ou confluentes, uma ou várias com crescimento centrífugo (Anular). Diagnóstico: exame direto KOH 10%. Tratamento: isoconazol creme, itraconazol 100mg por 4 semanas. Pedis intertriginosaAgente etiológico: T. mentagrophytes var. interdigitale Clínica: pregas interdigitais. Tratamento: isoconazol creme. Cruris Agente etiológico: T. rubrum, E. floccosum, T. mentagrophytes. Clínica: lesões eritematodescamativas a partir da prega inguinal. Prurido intenso. Tratamento: isoconazol 1% creme; itraconazol 100 mg. Mannum Agente Etiológico: T. rubrum. Ceratose maior nos sulcos naturais. Tratamento: isoconazol creme. Capitis Clínica: lesões eritematodescamativas no couro cabeludo. Tratamento: griseofulvina. Outros tipos Microspórica: M. canis ● Única placa com intensa inflamação, eritematodescamativa. Tricofítica: T. tonsurans. ● Placa de tonsura eritematodescamativa e cotos pilosos, única/múltiplas no couro cabeludo. Favosa: T. schoenleinii. ● Inflamação crônica, formação das escútulas fávicas. Diagnóstico: ● Exame micológico direto; ● Luz de Wood. Candidíase Agente etiológico predominante: Candida albicans. Fatores desencadeantes: imunossupressão, tratamento prolongado com corticoide, antibióticos, gravidez, estados de umidade prolongada. Diagnóstico: ● Exame direto: blatoconídios globosos ou ovais, com e sem brotamento, hifas e pseudo-hifas, septos hialinos. Oral Acomete lactentes e adultos imunocomprometidos. Perleche/Queilite angular. Tratamento: ● Fluconazol 150 mg; ● Solução de violeta de genciana 2%, três a quatro vezes ao dia. Intertriginosa Mamas pendulares, axila, virilha, pregas abdominais, área retal, interdigital. É caracterizada por lesões erosivas, fissurais, úmidas, com induto esbranquiçado, pruriginoso, e também por pequenas lesões satélites arredondadas, eritematoescamosas, e, até mesmo, por pústulas abacterianas. Tratamento: Fluconazol 150mg + nistatina creme. Ungueal e periungueal Onicólise associada a paroníquea. Destruição completa do leito ungueal. Erosão do corpo ungueal distal e lateral dos quirodáctilos. Tratamento: Fluconazol 150mg/sem até cura clínica. Das fraldas Área de intertrigo artificial criada sob uma fralda molhada. Pústulas satélites características. Tratamento: ● Hidrocortisona 1%; ● Nistatina creme 100.000 UI. Vaginite/balanite Lesões erosivas esbranquiçadas, úmidas e pruriginosas, na vagina e no sulco balanoprepucial. Corrimento esbranquiçado vaginal é característico; não ocorre em circuncidados. Prurido, disúria, dispareunia. Tratamento – Vulvovaginal: ● Miconazol 2% creme, via vaginal, OU ● Fluconazol 150 mg, VO, dose única. Tratamento – Balanite: Miconazol 2% creme 2x/dia por 15 dias. Esporotricose Micose causada pelo fungo da espécie Sporothrix schenckii. Transmissão: ocorre pelo contato do fungo com a pele ou mucosa por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo mais comum o gato. Só se contrai a doença pelo contato com meios ou animais contaminados, não havendo transmissão de pessoa para pessoa. Sintomas: variam de acordo com a forma com que a doença se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea e aparecem após a contaminação da pele pelo fungo provocando o desenvolvimento de uma lesão inicial, muito similar a uma picada de inseto. São três formas: cutaneolinfática, cutânea localizada (verrucosa ou fixa) e disseminada. O período de incubação varia de uma semana a um mês, podendo chegar a seis meses após a entrada do fungo no organismo. Diagnóstico: ● Cultura; ● Exame histopatológico; ● Imunofluorescência direta; ● Intradermorreação com esporotriquina; ● Teste de aglutinação. Tratamento: ● Itraconazol 200 mg/dia (100 mg VO 12/12h) até 4 semanas após a cura clínica (3 meses); ● Iodeto de potássio - IK (solução saturada 1,42 g/ml: 0,07 g/gota 5 gotas VO 3x/dia, aumentando a dose diariamente ou semanalmente até 1,5-2 g (40-50 gotas 3x/dia); ● Anfotericina B lipossomal IV 3-5 mg/kg/dia: graves, gestantes, formas sistêmicas; ● Termoterapia 45º. Lobomicose Micose cutânea, eminentemente crônica, em geral restrita à pele e ao tecido celular subcutâneo. É característico o aspecto queloidiforme, embora tenham sido observadas lesões vegetantes, infiltrativas, ulceradas, gomosas e tuberocircinadas. As lesões têm consistência sólida, de coloração rósea ou amarronzada, lisas ou com pequenas escamas ou crostas, de crescimento lento. Localizam-se preferencialmente nos membros inferiores, pavilhões auriculares e membros superiores; são menos frequentes na face, tórax, ombros e nas regiões glútea, sacra e plantar. Em geral, são assimétricas e circunscritas a uma região; raramente são generalizadas, e estas provavelmente decorrem de autoinoculações exógenas. Diagnóstico: histopatologia. Tratamento: ● Eletrocoagulação; ● Exérese cirúrgica; ● Criocirurgia. Cromomicose É uma doença fúngica polimorfa com distribuição mundial, aparecendo com maior prevalência nas regiões tropicais e subtropicais, que acomete principalmente o tecido subcutâneo dos membros inferiores e é causada pela inoculação traumática do fungo pigmentado. No início, apresenta-se por lesão papular eritematodescamativa e, posteriormente, por lesões verrucosas, nodulares, em placas, tumorais e cicatriciais, podendo haver disseminação local lenta, por comprometimento linfático. O diagnóstico pode ser realizado pelo exame microscópico: os raspados são corados com Hidróxido de Potássio a 10% e examinados à procura de corpúsculos muriformes ou escleróticos. As lesões inicias devem ser submetidas, se possível, à exérese cirúrgica, sendo que lesões irresecáveis devem ser manejadas com terapia antifúngica, Itraconazol e Terbinafina, por no mínimo 6 a 12 meses, combinada com tratamentos físicos, como criocirurgia com nitrogênio líquido para lesões localizadas e pequenas, e excisão cirúrgica para lesões que possibilitem retirada com amplas margens. Paracoccidioidomicose Micose crônica, subaguda ou raramente aguda, produzida pelo Paracoccidioides brasiliensis, com comprometimento tegumentar e visceral. É doença granulomatosa sistêmica potencialmente letal e considerada a micose endêmica mais importante da América. Existem 3 padrões: ● Mucocutâneas: as infecções muito frequentemente envolvem a face, em especial as bordas mucocutâneas do nariz e da cavidade oral. Em geral, leveduras são abundantes e apresentam lesões puntiformes sobre bases granulares de úlceras que se expandem lentamente. ● Linfáticas; ● Viscerais: caracterizadas por lesões focais que causam aumento, em especial, de fígado, baço e linfonodos abdominais, algumas vezes com dor abdominal concomitante. As infecções podem ser mistas, envolvendo combinações dos 3 padrões. Diagnóstico: cultura e/ou histopatologia. Tratamento: itraconazol. Dermatozoonoses Escabiose Doença contagiosa produzida pelo Sarcoptes scabiei var hominis. Dermatose pruriginosa predominantemente noturna. Manifestações clínicas: ● Lesão típica é o túnel escabiótico, que mede 5 a 15 mm, de cor acizentada clara ou da cor da pele; ● Vesícula do tamanho de uma cabeça de alfinete; ● Pápulas eritematosas escoriadas agrupadas; ● Localização preferencial nos dedos, nas pregas interdigitais, nos punhos, nos cotovelos, nos mamilos, nas pregas axilares, na genitália. Diagnóstico: ● Clínico; ● Pesquisa de ácaros. Tratamento: ● Permetrina; ● Ivermectina. Larva migrans cutânea Bicho geográfico. Causada pela penetração acidental de larvas de espécies de Ancylostoma. Manifestações clínicas: ● Prurido moderado a intenso; ● Lesões serpiginosas, trajeto linear; ● Lesão papulosa ou papulovesiculosa na face inicial, seguida peloaparecimento de lesão linear eritematoedematosa serpeante; ● Podem ser observadas vesículas e bolhas; ● Mais frequentes em pé, pernas, glúteos e coxas. Diagnóstico: ● Clínico; ● Exame histopatológico. Tratamento: ● Tiabendazol 5 a 10% em creme; ● Infecção extensa – ivermectina ou albendazol. Tungíase Bicho de pé. Causada pela Tunga penetrans (pulga pequena). Manifestações clínicas: ● Lesão papulonodular amarelada com ponto central negro; ● Pode ocorrer inflamação com eritema perilesional ou infecção maciça – aspecto “favos de mel”; ● Locais mais frequentes são os pés. Diagnóstico: clínico Tratamento: ● Remover a pulga – eletrocoagulação e curetagem; ● Infecção bacteriana – antibióticos tópicos e sistêmicos. Dermatite vesicante por Paederus Potó - liberação do liquido vesicante (pederina). Clínica: ardor, prurido seguidos de eritema, vesicopústulas e crostas de arranjo variável. São mais frequentes em pescoço, faces e braços. Regride em 7 a 12 dias, podendo ser prolongado quando há infecção bacteriana secundaria. Região periorbital – blefarite, conjuntivite. Diagnóstico: ● Clínico; ● Exame histopatológico. Tratamento: ● Banhos e compressas úmidas; ● Cremes ou pomadas corticosteroides; ● Antibióticos.
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