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ATLS ATD3 Catarina Alipio XXIIB Dor torácica: - Representa em torno de 5% a10% das consultas em Pronto-Socorro. - Síndrome coronária aguda (SCA) é responsável por quase 1/5 das causas de dor torácica e 2% a 10% dos pacientes com este diagnóstico são, inadvertidamente, liberados e podem apresentar uma evolução clínica desfavorável. Tipos de dor torácica: - Os 5 principais grupos de etiologias de dor torácica por ordem decrescente de prevalência, são: • Causas músculo esqueléticas. • Gastrointestinais. • Cardíacas. • Psiquiátricas. • Pulmonares. Causas de dor torácica: Colher história do paciente é o mais importante para tentar definir a causa. - Doenças cardíacas isquêmicas: • Angina estável. • Angina instável. • IAM sem supra desnível do segmento ST. • IAM com supra desnível do segmento ST. - Doenças gastrointestinais: • Doença ulcerosa peptica. • Colelitíase, colescistite. • Coledocolitíase, colangite. • Pancreatite aguda e crônica. - Doenças cardíacas não isquêmicas: • Dissecção aguda de aorta. • Doença cardíaca valvar. • Cardiomiopatia induzida por estresse (Takosubo). • Pericardite. • Miocardite. Cardiomiopatia hipertrófica. - Doenças da parede torácica: • Mialgia. • Costocondrite. • Síndrome de Tietze. • Lesões ósseas (fraturas, metástases). • Doença discal cervical. • Fibromialgia. • Herpes Zoster e neuralgia. - Doenças pleuropulmonares: • Tromboembolismo. • Hipertensão pulmonar. • Pneumotórax hipertensivo. - Doenças psiquiátricas: • Crise de pânico. • Transtorno do pânico. • Transtorno de ansiedade generalizada. • Depressão. - Doenças gástricas: se confunde muito com dor torácica isquêmica. • RGE. • Espasmo esofágico. • Esofagite. • Ruptura esofágica. • Mediastinite. Sinais de dor torácica: - Os 4 sinais mais frequentes apresentados pelos pacientes com dor torácica aguda: A. Sinal de Levine. B. Sinal da Palma. C. Sinal do Braço. D. Sinal do Apontamento. 5 Dor Torácica Dr. Kelly - DATA: 23/05 ATLS ATD3 Catarina Alipio XXIIB - Todos esses sinais podem ser SCA. Tipo A) definitivamente anginosa: - Dor em aperto ou queimação, em repouso, ou desencadeada pelo esforço ou estresse, com irradiação para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato. - N ã o s ã o n e c e s s á r i o s e x a m e s complementares para a def in ição diagnóstica. Tipo B) provavelmente anginosa: - As características da dor torácica fazem da insuficiência coronária a principal hipótese, po rém, são neces sár io s exames complementares para a definição diagnóstica. • Dor atípica. Tipo C) possivelmente anginosa: - Dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária a principal hipótese (dor torácica atípica), p o r é m , s ã o n e c e s s á r i o s e x a m e s complementares para excluí-la. Tipo D) definitivamente anginosa: - Dor torácica atípica, cujas características não incluem a insuficiência coronária aguda no diagnóstico diferencial. • “Coração apaixonado”. Classificação: - DOR TIPO A → definitivamente anginosa (presença das características típicas). - DOR TIPO B → provavelmente anginosa (presença de 2 características típicas). - DOR TIPO C → provavelmente não anginosa (presença de 1 característica típica). - DOR TIPO D → definitivamente não anginosa (nenhuma característica típica). Anamnese: - A história da dor deve incluir: • Localização. • Início. • Intensidade. • Tipo de dor. • Mudança da natureza da dor. • Irradiação. • Sintomas urinários ou intestinais. • Fatores agravantes ou amenizastes da dor. Score de HEART: - Feito para auxil iar os médicos da emergência na escolha da hipótese diagnóstica e na decisão da melhor estratégia terapêutica, foi desenvolvido o escore HEART4. - O escore HEART facilmente identifica a probabilidade de eventos adversos (morte, infarto, revascularização miocárdica urgente[angioplastia ou cirurgia]), no período de seis meses após a apresentação, auxiliando na triagem de pacientes com dor torácica aguda na emergência. - Os pacientes com escore de 0 a 3 pontos a p r e s e n t a m : c h a n c e d e 1 , 6 % d e experimentarem um evento adverso; - Para aqueles com escore de 4 a 6 pontos uma chance 13%; - E para os com pontuação 7 ou mais, 50% de chance de apresentarem um evento adverso. 6 ATLS ATD3 Catarina Alipio XXIIB Angina estável: - Dura 2 a 10 minutos. - Em “crescimento”. - Não piora, se mantém da mesma forma (em intensidade). - Queimação ou aperto em região retro esternal ou precordial, podendo irradiar-se para pescoço, ombros ou braços. - Pode ter insuficiência coronariana amas não está tendo um evento agudo. - Desencadeada por exercício físico, estresse emocional, exposição ao frio e após grandes refeições. - Pode estar acompanhada de náuseas, vômitos, diaforese e dispneia. - Ge ra lmen te t em an teceden te de insuficiência coronariana (já infartou, ja1 fez cataterismo, antecedente familiar…). Angina instável: - Duração < 20 minutos em “crescimento”. - É uma piora. - Semelhante à angina estável, porém, mais intensa. - Angina instável = internação. - Pode iniciar-se em repouso ou com pequenos esforços, piora com pequenos esforços. - Geralmente pode estar acompanhada de náuseas, vômitos, diaforese e dispneia. Infarto (IAM): - Dor > 30 minutos em crescimento. - início súbito. - Semelhante à angina estável, mas mais intensa. - Frequentemente se inicia em repouso sem fatores desencadeante, piora com pequenos esforços. - Geralmente pode estar acompanhada de náuseas, vômitos, diaforese, dispneia e tontura. - É uma dor patognomônico. - Pode haver sinais de insuficiência cardíaca e arritmias. Estenose aórtica (AO): - Dura de 2 a 10 minutos, em “crescimento”. - Semelhante à angina estável. - Desencadeada pelo exercício físico. - Ausculta cardíaca mostra sopro sistólico em foco aórtico com irradiação para as carótidas. Pericardite: - Dor dura geralmente de horas a dias. - Dor aguda e pleurít ica em região retroesternal ou precordial, podendo irradiar-se para pescoço, ombro ou braço esquerdo. - Piora com inspiração profunda, tosse e decúbito dorsal e melhora na posição sentada com inclinação para frente. - Atrito pericárdico no exame físico. Miocardite: - Dura geralmente de horas a dia. - Semelhante à pericardite, mas, também pode lembrar o infarto agudo do miocárdio. - Atrito pericárdico, insuficiência cardíaca e arritmias ventriculares podem estar presentes. Dissecção de aorta: - Dissecção aguda da aorta. - Dor dura horas. - Início súbito. - Dor de forte intensidade, dilacerante, geralmente na região anterior do tórax com irradiação para o dorso. - A dor pode ser migratória. - Pode e s ta r a s soc iada a sopro de insuficiência aórtica, tamponamento cardíaco, acidente vascular encefálico e assimetria dos pulsos periféricos. Embolia pulmonar: - Dor dura horas a dias. - Início súbito. - Dor pleurítica na região ipsilateral do tórax, acompanhada de dispneia. 7 ATLS ATD3 Catarina Alipio XXIIB - Dispneia com ausculta pulmonar normal. - Pode haver sinais de hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca direita. Hipertensão pulmonar: - Dor dura 2 a 10 minutos. - Aperto retroesternal desencadeado por esforços. - Pode estar acompanhada de dispneia, fadiga e sinais de hipertensão pulmonar. Pneumonia: - Dor dura horas a dias. - Dor pleurítica na região ipsilateral do tórax. - A s s o c i a d a a f e b r e e t o s s e c o m expectoração. - Ausculta pulmonar com estertores subcreptantes e sopro brônquico. Pleurite: - Dor dura horas a dias. - Dor pleurítica na região ipsilateral do tórax. - Pode estar associada à febre. - Ausculta pulmonar com atrito pleural. Pneumotórax: - Dor geralmente de horas.- Início súbito. - Dor pleurítica na região ipsilateral do tórax, acompanhada de dispneia. - Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular diminuído no hemitórax acometido, associada à percussão timpânica. Refluxo gástrico: - Doença por refluxo gastroesofágico. - Dura 10 a 60 min. - Queimação retroesternal ascendente, p o d e n d o e s t a r a c o m p a n h a d a d e regurgitação. - Piora após grandes refeições e com o decúbito dorsal; melhora com antiácidos. 8 ATLS ATD3 Catarina Alipio XXIIB - . Espasmo esofágico: - Espasmo esofágico 2 a 30 min. - Aperto ou queimação retroesternal, podendo irradiar-se para pescoço, costas ou braços. - Pode ser semelhante à angina. - Frequentemente inicia-se em repouso; pode ser desencadeado por deglutição, exercício físico e estresse emocional; melhora com nitratos. - Presença de disfagia deve levantar suspeita de etiologia esofágica. Ruptura esofágica: - Dor dura horas. - Início súbito. - Dor retroesternal intensa. - Piora com deglutição e inspiração profunda. - Assoc iada a s intomas e s ina i s de mediastinite, como dispneia, febre, taquicardia e hipotensão. Exames diagnósticos: - Eletrocardiograma. - Exames laboratoriais. - Rx de tórax. - Ecocardiograma. - Tc de tórax. - Cineangiocoronariografia. Importância: - As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. • 2% chegam com via ao hospital. • 82% dentro de casa. • 16% locais públicos. Doença arterial coronariana (DAC): - Principal causa de morte nos EUA. - Média de idade 68 anos. - Prevalência no sexo maculino (3:2). - Cada 25 segundos um americano tem uma SCA. - Cada minuto há uma morte causada por este tipo de evento. - Redução média de 16,6 anos na expectativa de vida. - É o que mais mata no Brasil. Organogramas: - São importantes no PS para nos auxiliar nas condutas. Dor torácica: - TÍPICA: • Constrição. • Compressão. • Queimação. • Peso. - ATÍPICA: • Dor surda. • Facada. • Agulhada. • Pontada. • Piora ao respirar. • Aguda. 9 ATLS ATD3 Catarina Alipio XXIIB Doença coronariana aguda: - Probabilidade dos sinais e sintomas representarem síndrome coronária aguda secundária a doença arterial coronária: • ALTA: - História clínica. - Dor torácica/ MSE/ desconforto semelhante à angina prévia. - História conhecida de DAC, inclusive IAM. • INTERMEDIÁRIA: - Dor torácica/ MSE/ desconforto como sintoma principal. - Idade > 70 anos. - Sexo maculino. - DM. • BAIXA: - Sintomas isquêmicos na ausência de qualquer característica intermediária. - Pelo exame físico: • ALTA: SS de RM, hipotensão, sudorese, edema pulmonar ou estertores. • INTERMEDIÁRIA: doença vascular extra cardíaca. • BAIXA: dor torácica à palpação. - Pelo ECG: • ALTA: - Desvio do segmento ST (≥1mm) transitório ou inversão das ondas T em múltiplas derivaçõeS. - Ondas Q. • INTERMADIÁRIA: - Depressão do segmento ST de 0.5 a 1 mm ou inversão das ondas T > 1 mm. • BAIXA: - Inversão da onda T < 1 mm em derivações com R dominante. - Normal. - Marcadores de necrose miocárdica: - Troponina T = 0 a 0,04ng/ml. - Troponina I = 0 a 0,1 ng/ml. • ALTA: elevação da cTnI, cTnT ou CK-MB. • INTERMEDIÁRIA: normal. • BAIXA: normal. 10 ATLS ATD3 Catarina Alipio XXIIB - . Classificação do IAM: Etapas de tratamento da SCA: ‣ S) suporte clínico (MOVE). ‣ A) antiagregantes (AAS, clopidogrel). ‣ V) viabilizar perfusão (fibrinolítico ou intervenção percutânea). ‣ I) isquemia (BB e nitratos). ‣ C) coagulação (heparina). ‣ C) coração (IECA, BRA BB, estatina). ‣ O) organizar regulação. Critérios diagnósticos de IAM: 1. Aumento de marcadores de necrose miocárdica – troponina (pelo menos um valor acima do percentil 99) e; 2. Sintomas sugestivos de isquemia; 3. Novas alterações do segmento ST, onda T ou Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) novo; 4. Aparecimento de ondas Q patológicas no ECG; 5. Exame de imagem com perda de miocárdio viável ou nova alteração na contratilidade segmentar; 6. Identificação de trombo intracoronário na angiografia ou em autópsia. 7. Elevação do segmento ST em 2 derivações contíguas: • > 1,5 mm em mulheres. • > 2 mm em homens ≥ 40 anos. • > 2,5mm em homens < 40 anos (V2-V3) e/ou. • > 1 mm nas demais derivações. - BRE novo ou supostamente novo. TECA: - TERAPIA DE REPERFUSÃO INVASIVA: • Até 3 horas do início dos sintomas – sem diferenças entre estratégias. • Tempo Porta-Agulha – 30 minutos. • Tempo Porta-Balão – 60 minutos. - IAM com supra – intervenção imediata. • Est ratég ia imed iata quando dor refratária ou recorrente ou instabilidade hemodinâmica ou elétrica. 11
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