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DOR TORÁCICA Faculdade Integrada Tiradentes - FITS Interpretação Clínica DEFINIÇÃO DOR TORÁCICA: A dor torácica é um sintoma que pode está associado a distintas etiologias. Ela é percebida na região anterior do tórax e pode apresentar-se diferentemente no tocante a sua intensidade, forma e curso. DOR: “Experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das suas experiências anteriores.” IASP- International Association for the Study of Pain EPIDEMIOLOGIA ● Na maioria das vezes está associada a condições de baixo risco, mas na minoria dos casos em que se trata de alto risco, o risco de morbidade e mortalidade é alto. ● É uma das principais queixas de procura aos Departamentos de Emergência, representando de 4,7 a 6,2% dos atendimentos. ● É a 3ª maior causa de internações no SUS, ficando atrás apenas das de origem respiratória e das internações obstétricas. ● Cerca de 32% dos casos de dor torácica que chegam na emergência são de origem isquêmica e ¼ das internações nos últimos 12 meses são relacionadas a doenças isquêmicas e infarto agudo do miocárdio. ETIOLOGIA QUADRO CLÍNICO A. sinal de Levine; B. sinal da palma; C. sinal do braço; D. sinal do apontamento. ABORDAGEM INICIAL ● Deve-se considerar dor torácica qualquer sensação desagradável relatada pelo paciente e que se localize abaixo do nariz e acima da cicatriz umbilical; ● Anamnese e exame físico dirigidos para causas de maior risco; ● Avaliar características da dor, antecedentes e fatores de risco; ● Eletrocardiograma (ECG) em todos os pacientes com dor torácica ou suspeita de equivalente anginoso em até 2 minutos de sua entrada no Departamento de Emergência. Esse exame deve ser visto por um médico e avaliado em até 10 minutos de sua entrada. 1. Característica e localização Característica: aperto, queimação, opressão, peso; Localização: retroesternal, precordial, epigástrica; 2. Irradiação e/ou fatores associados Irradiação: dorso, mandíbula, membros superiores (principalmente esquerdo), ombros, pescoço; Fatores associados: náuseas, dispneia, sudorese, vômitos, palidez; 3. Fatores de melhora e/ou piora Piora: esforço físico, estresse emocional; Melhora: uso de nitrato, repouso. AVALIAÇÃO DA DOR EXAMES INICIAIS NA DOR TORÁCICA CAUSAS CARDÍACAS ● Dor Tipo A (definitivamente anginosa): dor em aperto ou queimação, em repouso, ou desencadeada pelo esforço ou estresse, com irradiação para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato. Não são necessários exames complementares para a definição diagnóstica. ● Dor Tipo B (provavelmente anginosa): as características da dor torácica fazem da insuficiência coronária a principal hipótese, porém, são necessários exames complementares para a definição diagnóstica. ● Dor Tipo C (possivelmente anginosa): dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária a principal hipótese (dor torácica atípica), porém, são necessários exames complementares para excluí-la. ● Dor Tipo D (definitivamente não anginosa): dor torácica atípica, cujas características não incluem a insuficiência coronária aguda no diagnóstico diferencial. DOR TORÁCICA CLASSIFICAÇÃO ANGINA ESTÁVEL QUADRO CLÍNICO E TRATAMENTO ● Doença Arterial Crônica ● Dor em tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores ● Desencadeada ou agravada por: atividade física ou estresse emocional ● Duração: 2 a 10 minutos ● Atenuada por: repouso e/ou nitrato, ● Características não se alteram no período de 2 meses ANGINA ESTÁVEL QUADRO CLÍNICO E TRATAMENTO ● Mudança do Estilo de Vida ● Terapêutica medicamentosa (beta- bloqueadores, BCC, Nitratos, Trimetazidina); ● Terapêutica cirúrgica e intervencionista (Cirurgia de revascularização miocárdica) ANGINA INSTÁVEL QUADRO CLÍNICO ● Síndrome Coronariana Aguda. ● Dor semelhante à angina ESTÁVEL, porém mais intensa e duradoura. É precipitada por menos esforço, ocorre espontaneamente em repouso (como angina de decúbito) e tem natureza progressiva (crescente); ● Duração: <20 minutos; ● É clinicamente instável e pode constituir um prelúdio do IAM ou de arritmias ou, com menos frequência, de morte súbita; ANGINA INSTÁVEL DIAGNÓSTICO ● ECG periódicos SEM elevação do segmento ST maior que 1 mm em duas derivações contíguas ● Marcadores cardíacos periódicos (CK normal; troponina cardíaca pode estar ligeiramente aumentada) ● Angiografia coronária imediata para pacientes com complicações ● Angiografia tardia (24 a 48 h) para pacientes estáveis ● Teste Ergométrico posterior em regime ambulatorial ANGINA INSTÁVEL CONDUTA ● Estratificação de risco de eventos cardíacos maiores ● Tratamento medicamentoso: fármacos antiplaquetárias, fármacos antianginosos, anticoagulantes, beta-bloqueadores, IECA, BCC ● Terapia de reperfusão: intervenção coronariana percutânea ou cirurgia de revascularização do miocárdio ● Reabilitação depois da alta hospital e tratamento médico da doença coronariana INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) ● Dor torácica de início súbito, descrita como tendo duração maior que 30 minutos, com localização retroesternal ou precordial, podendo irradiar para ombro esquerdo, pescoço ou braço. Geralmente é referida como em pressão, aperto, compressão, peso ou queimação. Frequentemente inicia-se em repouso sem fatores desencadeantes; piora com pequenos esforços. Geralmente pode estar acompanhada de náuseas, vômitos, sudorese, dispneia e tontura. ● Nenhum achado do exame físico é diagnóstico ou patognomônico de IAM. ● Pode ser evidenciado B3, B4, galope, sopro de insuficiência mitral durante a dor ou estertores. QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) EXAMES COMPLEMENTARES ● ELETROCARDIOGRAMA ○ Alteração do segmento ST e onda T; ○ Bloqueio atrioventricular (BAV); ○ Alterações dinâmicas entre ECGs; ○ Padrões específicos de ECG isquêmicos: Wellens e De Winter. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) EXAMES COMPLEMENTARES ● BIOMARCADORES DE ISQUEMIA CARDÍACA ○ Troponinas I e T; ○ Após a necrose de cardiomiócito, começa a haver alteração do valor de troponina em 2 horas; ○ Os valores de troponina atingem o máximo após 24 a 48 horas do infarto e voltam a valores basais após 5 a 14 dias. ○ A troponina identifica o infarto agudo do miocárdio quando existe uma curva com elevação e queda de seu valor. ○ Troponina convencional: a dosagem deve ser feita na chegada do paciente e após 3 horas. ○ Troponina de alta sensibilidade: dosagem de troponina na chegada do paciente e após 1 hora. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) EXAMES COMPLEMENTARES ● A interpretação da troponina deve ser feita sabendo-se que: ○ Condições como insuficiência renal, insuficiência cardíaca, sepse, miocardite e outras podem provocar aumento de troponina. ● Teste de esforço; ● Cintilografia miocárdica; ● Angiotomografia de coronárias. PROTOCOLOS DIAGNÓSTICOS ACELERADOS ● Heart; ● T-MACS; ● EDACS; ● TIMI NSTEMI. ● Dor torácica, em geral aguda, de característica pleurítica, intensa e constante, com localização subesternal. Pode irradiar para o dorso, pescoço ou ombros; piora deitado e por inspiração; e alivia sentando-se e inclinando-se para a frente; ● Os pacientes podem apresentar associadamente dispneia e febre; ● O exame físico pode ser normal, mas frequentemente o atrito pericárdico é audível. É dinâmico, podendo desaparecer e reaparecer. ● As bulhas cardíacas podem ser abafadas. QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO PERICARDITE ● Repouso no leito; ● Tratamento anti-inflamatório com ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno ou indometacina; ● Colchicina. PERICARDITE EXAMES COMPLEMENTARES ● ELETROCARDIOGRAMA (ECG), elevação do segmento ST difusa em associação à depressão PR; ● ECOCARDIOGRAMA. TRATAMENTO PERICARDITE Electrocardiograma demonstrando aspectostípicos da pericardite aguda em apresentação. Há elevação ST difusa e depressão PR, exceto em aVR, onde há depressão ST e elevação PR. ELETROCARDIOGRAMA ACHADOS ISQUEMIA OU INFARTO DO MIOCÁRDIO PERICARDITE DOR TORÁCICA CARACTERÍSTICA PESADA COMO UMA PRESSÃO, ESFORÇO AGUDA, LANCINANTE, OCASIONALMENTE MACIÇA MUDA COM A RESPIRAÇÃO NÃO PIORA COM A INSPIRAÇÃO MUDA COM A POSIÇÃO NÃO PIORA QUANDO EM DECÚBITO DORSAL; MELHORA QUANDO SENTADO OU INCLINADO PARA FRENTE DURAÇÃO MINUTOS (ISQUEMIA); HORAS (INFARTO) HORAS A DIAS RESPONDE À NITROGLICERINA MELHORA SEM MUDANÇA EXAME FÍSICO ATRITO AUSENTE (A MENOS QUE A PERICARDITE ESTEJA PRESENTE) PRESENTE NA MAIORIA DOS PACIENTES ELETROCARDIOGRAMA (ECG) ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST CONVEXA LOCALIZADA CÔNCAVA DISSEMINADA DEPRESSÃO DO SEGMENTO ST RARA FREQUENTE DISSECÇÃO DE AORTA QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO ● Dor torácica de início súbito, que geralmente dura horas. Comumente, é descrita como de forte intensidade, dilacerante, geralmente na região anterior do tórax com irradiação para o dorso. A dor pode ser migratória; ● Ao exame físico, a dor torácica pode estar associada a sopro de insuficiência aórtica, tamponamento cardíaco, acidente vascular encefálico e assimetria dos pulsos periféricos. 25 PRINCIPAL CARACTERÍSTICA É A DOR ASSOCIADA COM SOPRO DE INSUFICIÊNCIA CARÓTIDA E DIFERENÇA DOS PULSOS PERIFÉRICOS SÚBITA E DILACERANTE MIGRATÓRIA DOR TORÁCICA DISSECÇÃO DE AORTA FATORES DE RISCO ● Sexo Masculino ● Doenças do Tecido conjuntivo ● Iatrogenia ● Traumas ● Eventos geneticamente moderados ● HAS: Em pacientes mais velhos ● COCAÍNA + Outras drogas: Em pacientes jovens ● Essas duas etiologias causam a dor torácica súbita através da diferença súbita de pressão arterial CLASSIFICAÇÃO Importante perceber se a lesão atinge a porção ascendente → local com maior número de complicações! CLASSIFICAÇÃO DE STANFORD DIAGNÓSTICO DOSAGEM DE D-DÍMERO: é um importante marcador para afastar a presença de dissecção aguda de aorta (<500ng/mL) IMAGENS: para evidenciar a dissecção, como a angioressonância, angiotomografia e o ecocardiograma transesofágico. Ecocardiograma transesofágico (à esquerda) e tomografia computadorizada (à direita), ambos mostrando a dissecção da aorta com o retalho da cama íntima formando a luz verdadeira da artéria (TL) e o falso lúmen (FL) dilatado. FISIOPATOLOGIA 1- Ruptura da camada intíma 2-Criando um lúmen falso 3-Colabamento do lúmen verdadeiro ESCALA DE RISCO CAUSAS NÃO-CARDÍACAS NÃO-CARDÍACA GASTROESOFAGIANA ● RGE: segunda causa mais prevalente de dor torácica não cardíaca; ● Mimetizam a doença coronariana crônica e aguda; ● Sintomas: ○ Pirose, ○ Regurgitação ○ Disfagia ○ Dor retro ou subesternal que é aliviada pela ingestão de antiácidos ou de nitratos, bloqueadores dos canais de cálcio ou repouso. REFLUXO GASTROESOFÁGICO (RGE) E ESPASMO ESOFÁGICO QUADRO CLÍNICO RGE → Duração: 10 a 60 minutos → Queimação retroesternal ascendente que pode estar associada a regurgitação → Piora após grandes refeições e com o decúbito dorsal; Melhora com antiácidos. ESPASMO ESOFÁGICO → Duração: 2 a 30 minutos → Aperto ou queimação retroesternal ascendente que pode irradiar para pescoço, costas ou braços → Semelhante à angina → Frequentemente inicia-se com repouso; pode ser desencadeado por deglutição, exercícios físicos e estresse; Melhora com nitroglicerina. CONDUTA TERAPÊUTICA 1. Excluir SCA; 2. Dor precordial atípica: ECG + Teste de esforço 3. Propedêutica gastrointestinal: Prova empírica (IBP), pHmetria e endoscopia. *Espasmo: Nitratos, Bloqueadores dos Canais de Cálcio e repouso. PNEUMOTORÁX ● É caracterizado pela presença de ar no espaço pleural, normalmente pela ruptura de uma das pleuras. ● A perda da negatividade intrapleural e o colapso do tecido pulmonar progridem até que a ruptura seja vedada ou até que as pressões entre os espaços comunicantes igualem-se. ● Ocorre redução do volume pulmonar, da complacência pulmonar e da capacidade de difusão. NÃO-CARDÍACA NÃO-GASTROESOFAGIANA QUADRO CLÍNICO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ● Dor torácica de início súbito com horas de duração. ● É do tipo pleurítica, na região ipsilateral do tórax, acompanhada de dispneia. No Pneumotórax hipertensivo= ↑ FC+ cianose + hipotensão ● Ao exame físico, observa-se no lado do pneumotórax: aumento do volume do tórax na inspeção; redução da expansibilidade e do frêmito toracovocal na palpação; timpanismo na percussão e redução do murmúrio vesicular na ausculta. ● Diagnóstico: Anamnese+Exame físico+Exames de imagem (RX de tórax, TC,RM) ● A Exceção: Pneumotórax hipertensivo é clínico + tratamento emergencial. EMBOLIA PULMONAR ● A embolia pulmonar ou tromboembolismo pulmonar é a obstrução de uma das artérias pulmonares, impedindo desta forma a normal circulação sanguínea. ● O tromboembolismo venoso inclui Trombose Venosa Profunda (TVP) e Tromboembolismo Pulmonar (TEP). ● A TVP resulta da formação de coágulos sanguíneos nas grandes veias, habitualmente das pernas. O TEP resulta de TVPs que se soltaram e migraram até a circulação arterial pulmonar. TEP massivo com trombose afetando pelo menos metade da vasculatura pulmonar, costuma incluir dispneia, síncope, hipotensão e cianose. TEP submaciço inclui disfunção do VD com pressão arterial sistêmica normal. TEP de baixo risco, que inclui função de VD e pressão arterial sistêmica normais, têm prognóstico excelente. QUADRO CLÍNICO ● Dor torácica: semelhante a um infarto agudo do miocárdio. As dores se intensificam quando se respira profundamente (pleurisia). Se agrava com o esforço, entretanto não desaparece mesmo em repouso; ○ Geralmente horas a dias; início súbito ○ Dor pleurítica na região ipsilateral do tórax, acompanhada de dispneia. ○ Dispneia com ausculta pulmonar normal; Pode haver sinais de hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca direita ● Falta de ar: surge subitamente e piora com os esforços ● Tosse: pode ser com expectoração hemoptóica (hemoptises). Diagnóstico: - Laboratorial: ● Níveis séricos elevados de troponina, proteína plasmática tipo cardíaca ligadora de ácidos graxos e peptídeo natriurético. - Imagem: ● Ultrassonografia Venosa ● Tomografía de tórax (com contraste) ● Cintilografia Pulmonar ventilação/perfusão (indivíduos que não toleram contraste) ● Ecocardiografia Transtorácica DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Tratamento: - Anticoagulação: (1) terapia parenteral com transição para varfarina; (2) terapia parenteral com transição para um anticoagulante oral como dabigatrana ou edoxaban; (3) anticoagulação oral com rivaroxabana ou apixabana sem anticoagulação parenteral. - heparina não fracionada (HNF) intravenosa - heparinas de baixo peso molecular (HBPM) MÚSCULO ESQUELÉTICO - Traumática: ● A dor torácica é muitas vezes causada por contusão ou fratura de costela, frequente em adolescentes após injúria no esporte, acidente de motocicleta ou de carro. - Não traumática: ● A dor torácica após exercício intenso é geralmente o resultado de tensão muscular ou pelo uso excessivo da musculatura. QUADRO CLÍNICO ● Dor torácica é bem localizada e desencadeada pela compressão de um ponto. ● Sua intensidade pode variar desde surda até desconforto intenso e persistente, durante horas a dias. ● Surge durante os movimentos ventilatórios, em especial na inspiração profunda ou na movimentação dos braços e do pescoço. ● Possíveis lesões específicas associadas a síndromes musculoesqueléticas. ● Presença de área sensível na parede torácica, achado bastante característico da origem musculoesquelética. ● Costocondrite caracteriza-se por dor difusa à palpação das cartilagens costais sem edema localizado DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Diagnóstico: - A escolha dos exames laboratoriais diante da suspeita de síndrome musculoesquelética é dirigida pela história clínica e pelo examefísico. Tratamento: - Aliviada com a administração de analgésicos, agentes antiinflamatórios e injeções locais de corticóides. PSICOEMOCIONAL ● Dor Torácica Psicogênica é definida como de origem emocional, sem a contribuição de fatores orgânicos. ● Relacionada a conflitos domésticos, dificuldades na escola ou trabalho, desacordo entre os pais e eventos como morte, doença ou separação. ● A dor torácica pode estar presente na síndrome do pânico, depressão e hipocondria. ● Ansiedade e estresse emocional são comuns e importantes causas de dor torácica em adolescentes, ocorrendo em cerca de 9 a 20% dos pacientes. ● Em um terço dos pacientes que procuram serviço de emergência devido à dor torácica, identifica-se alguma desordem psiquiátrica. QUADRO CLÍNICO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Quadro Clínico - Dor Torácica é caracterizada como: aguda, fugaz, precordial anterior esquerda exacerbada pela respiração profunda, ao inclinar-se ou com exercício físico. - Os transtornos de ansiedade podem cursar com dor torácica associada com a taquicardia, hiperventilação, sudorese, e palpitações; precedidos por sensação de medo e apreensão. - A reprodução da dor requer de 20 a 30 minutos de hiperventilação, podendo ocorrer vasoconstrição de artéria coronária. - Na forma subaguda e crônica, a dor torácica surge sem hiperventilação evidente. Diagnóstico: - As alterações eletrocardiográficas secundárias à hiperventilação dificultam o esclarecimento diagnóstico. - Atenção: causa psicogênica em pacientes que relatam dor precordial, história de vários infartos anteriores, e certa dissociação entre a intensidade da queixa e a observada. Tratamento: - Acompanhamento multidisciplinar com psicólogos, psiquiatras e terapias. - Tratamento da doença de base. ABORDAGEM DA DOR TORÁCICA NO PRONTO ATENDIMENTO46 FLUXOGRAMA DA DOR TORÁCICA NO PRONTO ATENDIMENTO https://ibb.co/txZh17Y https://ibb.co/txZh17Y Senhor de 59 anos chega ao pronto socorro com fácies de dor, agitado e inquieto, reclamando de uma dor no peito iniciada subitamente há uns 30 minutos quando comemorava o aniversário do neto. Refere que é uma dor muito intensa, “parece que vai rasgar meu peito”, com palpitação e desconforto respiratório. Diz ainda que a dor irradia para o membro inferior esquerdo (MIE) e mandíbula, deixando-os dormentes. Acompanhante relata que ele é diabético e hipertenso há 13 anos com fraca adesão às terapias medicamentosas. EF: paciente afebril e acianótico, em visível desconforto, mão fechada sobre a região esternal, desorientado no espaço e dispneico. Sudorese acentuada em face. AR normal e ACV apresentava bulhas rítmicas sem a presença de sopros. PA era de 180 x 110 mmHg, FC de 106 bpm e SpO2 95%. Pulsos radiais assimétricos. Sem outros achados significativos. CASO CLÍNICO 1. Quais as principais causas de dor torácica? 2. Quais achados semiológicos devem ser observados num paciente com dor torácica? 3. Qual a conduta (abordagem inicial) para dor torácica na sala de emergência? 4. Quais estratégias diagnósticas e terapêuticas podem ser empreendidas?
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