Buscar

DOR TORÁCICA

Prévia do material em texto

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DOR TORÁCICA 
INTRODUÇÃO 
• A dor torácica pode ser de diagnóstico problemático, pois, embora apresente etiologias benignas na maioria dos casos, pode estar 
associada a patologias graves, potencialmente fatais e de rápida evolução. 
• O diagnóstico diferencial das patologias que podem cursar com dor torácica é vasto, e é quase impossível investigar tudo. Assim, 
a avaliação inicial com base na anamnese e exame físico é importante para triagem dos potencialmente graves. De forma mais 
específica, também é fundamental descartar as síndromes coronarianas agudas, TEP, pneumotórax hipertensivo, tamponamento 
cardíaco, ruptura de esôfago e a dissecção de aorta. 
• A dor é considerada uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada à lesão real ou potencial dos 
tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das suas experiências anteriores. 
EPIDEMIOLOGIA 
• 5 milhões de pessoas ao ano, com idade superior a 25 anos, possuem como queixa a dor torácica nas unidades de urgência. (EUA 
2009). 
• Cerca de 55% dos pacientes que se encontram nas unidades de emergência com diagnóstico de dor torácica possuem etiologia não 
cardíaca. (EUA 2008). 
• Em 2007, o Registro Multicêntrico Internacional sobre Dor Torácica (CHEPER) concluiu que 5% dos pacientes admitidos nas 
unidades de emergência apresentavam dor torácica. 
• A maioria dos pacientes apresenta causa de baixo risco de vida como etiologia da dor torácica, mas é necessária uma investigação 
clínica abrangente para a definição segura do diagnóstico etiológico. 
CAUSAS DE DOR TORÁCICA 
• Os 5 principais grupos de etiologias que causam dor torácica são: musculoesqueléticas, gastrointestinais, cardíacas, psiquiátricas e 
pulmonares. Além da Síndrome Coronarianas Agudas (SCA), algumas se destacam pelo caráter mais grave, como 
DOR OSTEOMUSCULAR 40% 
GASTRINTESTINAIS 15% 
CAUSAS CARDÍACAS NÃO ISQUÊMICAS 10% 
ANGINA ESTÁVEL 9% 
ANGINA INSTÁVEL OU IAM 8% 
PSIQUIÁTRICAS 7% 
PULMONARES 6% 
OUTROS 5% 
• A dor musculoesquelética é a principal causa de dor torácica em serviços de emergência. Representando cerca de 36%, e a 
osteocondrite é responsável por 13% dos casos. 
• As principais de origem cardíacas são as coronariopatias: angina instável, IAM, angina estável, TEP, pericardite. 
• As causas cardiovasculares de dor torácica são: doença coronária, doença valvar aórtica (estenose e insuficiência), cardiomiopatia, 
pericardite, dissecção e aneurisma, prolapso da valva mitral, TEP e hipertensão pulmonar. 
CARACTERÍSTICAS DA DOR TORÁCICA 
• Caráter da dor: 
o Típica: constrição, compressão, queimação, “peso”, “dor surda”. 
o Atípica: facada, agulhada, pontadas, piora ao respirar. 
• Localização da dor: 
o Típica: retroesternal, ombro esquerdo, pescoço, face, dentes, região interescapular e epigástrica. 
o Atípica: ombro direito e hemitórax direito. 
• Fatores desencadeantes: 
o Típica: exercício, excitação, estresse, frio e refeições copiosas. 
o Atípica: ao repouso. 
SINAIS MAIS FREQUENTES APRESENTADOS PELOS PACIENTES COM DOR TORÁCICA AGUDA 
 
• A (Sinal de Levine); B (Sinal da Palma); C (Sinal do Braço); D (Sinal do Apontamento). 
CARACTERIZAÇÃO DA DOR QUANTO À POSSIBILIDADE DE SCA (ISQUEMIA MIOCÁRDICA) - PROVA 
• Dor tipo A: dor definitivamente anginosa. Quase certeza do diagnóstico, independente dos exames. As características são: em 
aperto ou pressão, piora com esforço físico e/ou estresse emocional, alivia com nitrato ou repouso. 
• Dor tipo B: dor provavelmente anginosa. Isquemia é a principal hipótese. Exige exames complementares para confirmação do 
diagnóstico. Presença de duas características típicas. 
• Dor tipo C: dor provavelmente não anginosa. Isquemia não é a principal hipótese. Exige exames complementares para excluir o 
diagnóstico. Presença de uma características típica. 
• Dor tipo D: dor definitivamente não anginosa. Isquemia é improvável. Nenhuma característica típica está presente. 
 
• Pacientes que se apresentam no serviço de emergência com quadro de dor torácica que pode representar causa fatal devem ser 
levados imediatamente para a sala de emergência, com desfibrilador à disposição para uso eventual. As medidas iniciais para a 
estabilização incluem monitorização cardíaca, obtenção de acesso venoso e oxigênio suplementar. Durante o exame físico e a 
tomada da história, deve ser realizado o ELETROCARDIOGRAMA de 12 derivações, com resultado em, no máximo, 10 
MINUTOS da entrada no pronto-socorro. No exame físico, a verificação da PA em ambos os membros superiores e avaliação dos 
pulsos arteriais na região das ilíacas e das carótidas não podem ser esquecidas por permitirem o reforço na suspeita diagnóstica de 
dissecção da aorta. 
DOR TORÁCICA NA EMERGÊNCIA → ELETROCARDIOGRAMA COM 
RESULTADO EM ATÉ 10 MINUTOS DA CHEGADA!! 
• Apesar do ECG ser normal, na maioria dos casos, com dor torácica, cerca de 5% dos indivíduos com ECG normal apresentam SCA 
(síndrome coronariana aguda). Por isso, outros dados de história são necessários para a exclusão precisa do diagnóstico. 
• A sensibilidade do ECG para o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é de pouco mais do que 50%, por isso temos a necessidade 
de exames seriados e de observação com monitorização dos pacientes que suspeitamos. 
• É recomendado a realização de um segundo exame com intervalo de, no máximo, 3 horas após o primeiro, ou a qualquer momento 
em caso de recorrência da dor torácica ou de surgimento de instabilidade clínica. 
ANGINA ESTÁVEL 
Pressão torácica retroesternal, queimação ou peso, 
irradiação ocasional para pescoço, mandíbula, 
epigástrio, ombros ou membro superior esquerdo. 
Precipitação por exercício, tempo frio 
ou estresse emocional, duração de 2 a 
10 minutos. 
ANGINA EM REPOUSO 
OU INSTÁVEL 
A mesma da angina, porém possivelmente mais 
intensa. 
Geralmente menos de 20 minutos, com 
menor tolerância para o esforço. 
IAM 
A mesma da angina, porém possivelmente mais 
intensa. 
Início súbito, por mais de 30 minutos, 
associação com dispneia, fraqueza, 
náuseas e vômitos. 
PERICARDITE 
Dor aguda e pleurítica agravada com mudanças na 
posição, de duração variável. 
Atrito pericárdico. 
DISSECÇÃO AÓRTICA 
Dor excruciante, lacerante, de início abrupto, na 
parte anterior do tórax, frequentemente irradia 
para o dorso. 
Dor muito intensa, refratária, 
geralmente em contexto de hipertensão 
ou de um distúrbio subjacente do 
tecido conjuntivo (Síndrome de 
Marfan). 
EMBOLIA PULMONAR 
Início súbito de dispneia e dor, geralmente 
pleurítica, com infarto pulmonar. 
Dispneia, taquipneia, taquicardia e 
sinais de insuficiência cardíaca. 
HIPERTENSÃO 
PULMONAR 
Pressão torácica subesternal, exacerbada pelo 
esforço. 
Dor associada à dispneia e a sinais de 
hipertensão pulmonar. 
PLEURITE/PNEUMONIA 
Dor pleurítica, geralmente breve, sobre a área 
envolvida. 
Dor pleurítica e lateral à linha média, 
associada à dispnéia. 
PNEUMOTÓRAX 
ESPONTÂNEO 
Início súbito de dor pleurítica unilateral, com 
dispneia. 
Início abrupto de dispneia e dor. 
RGE 
Desconforto em queimação subesternal e 
epigástrica, de 10 a 60 minutos, 
Agravado por refeições pesadas e 
aliviado por antiácidos. 
COSTOCONDRITE 
(SÍNDROME DE 
TIETZE) 
Início súbito de dor intensa e fugaz. 
Reprodução pela pressão sobre a 
articulação afetada, possíveis edema e 
inflamação local. 
HERPES ZÓSTER 
Dor em queimação prolongada com distribuição 
em dermátomo. 
Rash vesicular, com distribuição para 
o dermátomo. 
SÍNDROME DO PÃNICO 
Aperto torácico ou dor comumente acompanhado 
por dispneia durando 30 minutos ou mais, sem 
relação ao esforço ou ao movimento. 
Frequentemente, outras evidências de 
distúrbios emocionais estão presentes.

Continue navegando