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Caderno: Civil V Criada em: 06/03/2020 16:52 Atualizada … 06/03/2020 17:05 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com AULA 1 - 04/03/20 CONTRATOS EM ESPÉCIE E-mail: liane.tabarelli@pucrs.br P1 - 29/04 - MISTA P2 - 01/07 - MISTA PE - 06/07 - DISSERTATIVA G2 - 13/07 - OBJETIVA Não é cumulativa. Provas valem 9 pontos. Consulta ao Código Civil. Haverá elaboração de 2 minutas. Escritores: Rizzardo, Peluzo e Sanseverino. Código Civil/02 Lei 10.406/2002 - Ciclo da existência humana Parte Geral Livro I - Pessoas Livro II - Bens Livro III - Fatos Jurídicos Parte Especial Livro I - Obrigações + Contratos Livro II - Empresa Livro III - Coisas/Reais Livro IV - Família Livro V - Sucessões Art. 538 a Art. 853 Exercício da cidadania. Avaliação 1 e 2 = entrega 29/04 - vale 1 Avaliação 3 e 4 = entrega 01/07 - vale 1 mailto:liane.tabarelli@pucrs.br Caderno: Civil V Criada em: 09/03/2020 09:41 Atualizada … 27/06/2020 12:32 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com AULA 2 - Doação - 09/03/20 DOAÇÃO Esta disciplinado a partir do art. 538 do CC. Ex.: doação de bens para os filhos Doador -> Donatário Elementos dos contratos - Doação Partes Doador e donatário Objeto Bens ou vantagens Forma Escrita (regra geral) No mínimo 2 partes. Doador - é aquele que se desfaz de algo do seu patrimônio. Ou seja, realiza a transferência patrimonial (móveis ou imóveis) e/ou vantagens (ex.: cheque pré datado, ações da bolsa de valores) Donatário - beneficiário. Liberalidade -> espontânea, livre -> Se não for poderá ser revogado ou anulado. Doação - Elementos Subjetivo: Doador -> "Animus Donandi" - vontade livre - ato espontâneo Objetivo: bens ou vantagens -> Transferência patrimonial *A doação é contrato, em regra, gratuito, unilateral, consensual e formal. - Resposta - Em regra geral, o contrato de doação é Unilateral, Gratuito, Consensual e Formal. Bilateral (deveres recíprocos) ≠ Unilateral (dever só para 1 dos contratantes) Oneroso (sacrifício no patrimonial para ambos os contratantes) ≠ Gratuito (sacrifício no bolso só para 1 dos contratantes) Real (a partir da entrega da "res" negociada) ≠ Consensual (a partir do consenso/acordo - assinatura) - A partir de que momento o contrato é considerado existente, valido e capaz de produzir efeitos Informal (= não solene) ≠ Formal (= solene - escrito) Doação mais comum: doação pura e simples (= típica) não solicita nada em troca. - Contrato unilateral: Doador -------------> Donatário DEVER Doação menos comum: Doação com encargo (doação onerosa ou doação com ônus ou doação gravada ou doação modal) - há um dever/uma tarefa - Contrato bilateral - Admite revogação pelo descumprimento do encargo. Doador <----------------> Donatário DEVER Forma dos Contratos (como eles são celebrados) - Livre Verbal Símbolos Escrita * - Instrumento Público de doação - Será realizado por tabelião (agente público), são as chamadas escrituras públicas. - Instrumento Particular de doação - Será realizado por pessoas particulares (partes e/ou advogados) Toda vez que for doação de imóvel acima de 30x o salario mínimo do Brasil (30 mil) deverá ser feito por escrituras públicas. Reconhecimento de Firma (Assinatura) em contrato Por semelhança - Conferencia da assinatura. Por autenticidade - Na frente do tabelião. Art. 541, caput - doação sempre por forma escrita - solene Exceção: Art. 541, parag. único - objeto de pequeno valor econômico não precisa ser escrito, basta só entregar. Pode-se ser verbalmente mas exige a tradição dos bens doados. Caderno: Civil V Criada em: 09/03/2020 19:44 Atualizada … 23/03/2020 19:08 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com AULA 3 - Cont. da doação - 11/03/20 Continuação da aula sobre Doação. *A doação é um contrato que automaticamente transfere a propriedade do bem doado. Resposta: Errado. A propriedade do bem doado somente se transmite pela tradição, se bem móvel ou pelo Registro Imobiliário, se imóvel. O contrato é apenas a causa da transferência. Propriedade Bem Imóvel ->1245, CC -> "Quem não registra não é dono" -> registrar o contrato -> Cartório de registros de imóveis Bem Móvel -> 1267, CC -> Tradição (entrega) da coisa *A aceitação é indispensável para o aperfeiçoamento (formação) da doação e sempre deve ser expressa. Resposta: Errado Contrato= Proposta + Aceitação Embora a aceitação seja indispensável para o aperfeiçoamento da doação, pode ser expressa, tácita ou presumida (ou ficta). Expressa - no próprio Contrato - assinatura no contrato Tácita - comportamento do donatário - retirar o bem, regularização, pagamento do ITCD ("causa mortis", Contribuinte doador) Presumida - pela lei - Art. 539 (prazo para aceitação) e Art. 546 (casamento futuro) - Divorcio - presume a lei que eu aceite. *O silêncio atua como manifestação da vontade (aceitação). Resposta: Certo, desde que a doação seja pura. *Mesmo sendo donatário absolutamente incapaz não se dispensa a aceitação, tendo em vista ser a doação um contrato formal. Resposta: Errada Sujeito ativo da doação -> Doador Sujeito passivo da doação -> Donatário Art. 543 - Se o donatário for absolutamente incapaz dispensa-se a aceitação, desde que se trata de doação pura. *Doador informa ao seu advogado que deseja doador um imóvel ao seu neto absolutamente incapaz. Diz que seus pais não podem comparecer representando-o como donatário. É possível a lavratura da escritura pública somente com a presença do doador? Resposta: Certo - Doação Pura a absolutamente incapaz - art. 543 *Não há restrição à doação de ascendentes para descendente, pelo que não se necessita da anuência dos demais descendentes ou do cônjuge. Resposta: Certo Para compra e venda necessita da concordância dos demais descendentes ou do cônjuge. Art. 544 - A doação de ascendente a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Instituto da colação - aviso - alegar que já recebeu o adiantamento - deverá ser corregido monetariamente (dinheiro) Ex.: 2020 - patrimônio 900mil Doação para um dos três filho no valor de 300mil 2040 - falecimento da doadora - patrimônio 600mil Logo o filho que já recebeu o adiantamento deverá apresentar a colação, então nesse caso apenas os outros dois filhos irão receber. 900 -600 = 300 2020 - 900mil Doação 100 mil para um filho de três. 2040 - falecimento - 500mil + 100 = 600 1 filho recebe 100 2 filho recebe 200 3 filho recebe 200 2020 - 900 mil Doação 300mil para um filho de três 2040 - falecimento - 300mil + 300 = 600 1 filho recebe 200 2 filho recebe 100 + 100 do irmão 3 filho recebe nada, deverá passar o valor para os irmão, visto que já recebeu. Caderno: Civil V Criada em: 23/03/2020 19:15 Atualizada … 23/03/2020 20:08 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com URL: https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=63926 AULA 5 - Cont. da Doação - 18/03/20 1) Em forma de subvenção periódica (art. 545) - em vezes de ser entregue em um único momento, será entregue periodicamente (ex.: mês a mês), termina na morte do doador. 2) Em comum a mais de uma pessoa (conjuntiva) (art. 551) - em conjunto a mais de uma pessoas. Precisa ser feito expressamente (ex.: doar a quantia de 900 mil. E eu quero que apenas uma das três pessoas receba 600 mil). 3) Inoficiosa (art. 549) - o doador tendo pessoas por lei herdeiros necessário, acaba disponibilizando apenas 50% do seu patrimônio, ou seja pode doar apenas 50% de seus bens, só a parte excedente ser nula.. 4) Com cláusula de retorno ou reversão (art. 547) - Caso o donatário morra antes, será retornado para o doador o bem doado, mas deverá ter essa clausula no contrato, caso não tenha será incluído no inventario do donatário. 5) Feita a entidade futura (art. 554) - Caduca-se em 2 anos, caso a entidade não esteja pronta. 6) Doaçãouniversal (art. 548, CC) - Trata-se de uma modalidade nula. Vedada. Não pode alguém se desfazer de todo o seu bem. Revogação do Contrato de doação. Art. 555, CC - 2 causas: 1. Descumprimento do encargo (Art. 562, CC); 2. Ingratidão do donatário -Não existem motivos, outros, que autorizem que uma doação seja revogada. Que não os motivos expressamente em leis, sendo o fato e que por leio o donatário seja ingrato. Descumprimento do encargo - prazo -> atraso -> mora (tem que estar expresso no contrato o prazo, ou seja judicialmente notificado do prazo) Ingratidão do donatário - Expressamente no art. 557. - Causas praticadas pelo donatário Art. 556, CC - renúncia antecipada? - veda, por parte do doador, evitar que os donatário se valha de sua torpezas. Art. 557, CC - rol taxativo - Matou/tentar matar, ofensa física, injuria/calunia/difamação e recusar alimentos (no momento de vulnerabilidade do doador). Art. 558, CC - outras vítimas - doador pode ser vitima dos atos do art. 555, bem como podendo ser conjugues, ascendentes, descendentes, ou irmão do doador. Art. 559, CC - direito personalíssimo + prazo ação revocatória - Prazo de 01 ano, a contar do dia que soube o fato, que soube dos fatos praticados pelo donatário. Art. 560, CC - prosseguimento pelos herdeiros da ação ajuizada pelo doador - Direito personalíssimo do doador (animus donanti), por lei só poderá o doador solicitar a revogação. Tentativa de homicídio, e caso o doador venha falecer poderá os herdeiros. Art. 563, CC - direitos de terceiros - caso eu seja o donatário e vendi o bem que foi doado para mim, e doador solicita revogação, a compradora do bem não tem nada a haver com a relação, sendo assim deverei ressarcir com o valor do bem. Art. 564, CC - doação não sujeitas à revogação - Caderno: Civil V Criada em: 23/03/2020 20:10 Atualizada … 23/03/2020 20:55 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com AULA 6 - Locação Urbana - 23/03/20 Contrato de arrendamento (paga imóvel alheio para explorar - agropecuária, pecuária ou extrativa - Estatuto da terra - 4504/64 - Decreto 59.566) x contrato de locação (residencial ou comercial) - Distinção: Critério da destinação do imóvel (pouco importa aonde é, se situa geograficamente na área rural ou urbana) Locação: residencial ou não residencial LOCAÇÃO URBANA Diploma Legal: Lei n° 8.245, de 18/10/1991 (Lei do inquilinato - LI ou Lei das locações) Código Civil Brasileiro – Art. 565 a Art. 578 – Locação de Coisas Conceito Legal: “Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.” Na locação de coisas, que pode ter por objeto bens móveis e imóveis, as disposições gerais do Código Civil aplicam-se principalmente ao tocante à locação de móveis e subsidiariamente, quando não houver disposição específica em contrário, às locações imobiliárias. Alugam-se veículos, animais de carga ou montaria, máquinas e vestimentas, como alugam-se lotes, lojas, residências e apartamentos. Não se alugam energia elétrica, gás, calor ou semelhantes, por que seu uso os consome. Nomenclatura: Locador: aquele que cede ou dá uma coisa em locação; Locatário: aquele que recebe uma coisa em locação. Características: 1) Cessão temporária do uso e gozo da coisa, não há transferência da propriedade; 2) Cessão remunerada através de um aluguel ou locativo; 3) Contratualidade – tem natureza contratual, consistindo em: a) Contrato Bilateral (locador e locatário se obrigam reciprocamente)*; b) Contrato Oneroso: há vantagem para ambas as partes (pagamento de aluguel e uso para o outro); c) Contrato Comutativo: as vantagens mútuas são equivalentes e conhecidas na celebração do contrato*; d) Contrato Consensual: se perfectibiliza com a manifestação da vontade das partes, não necessitando a entrega da coisa e salvo algumas exceções não exigem formalidades; e) Contrato de Execução Continuada: as obrigações se renovam no decorrer do prazo contratado. Ex.: o pagamento do aluguel. * É aplicável o princípio da exceção do contrato não cumprido (art. 476 e 477, CCB/02). 4) Presença das Partes Intervenientes – LOCADOR de um lado e o LOCATÁRIO de outro; Distinções com outros contratos (Sílvio de Salvo Venosa): A locação distingue-se da compra e venda, embora na origem romana tenha havido confusão, porque nesta há obrigação de transferir o domínio; na locação, cede-se o uso com obrigação de restituição. Distingue-se, também, do depósito, embora neste possa haver autorização de uso da coisa, porque depósito é contrato real, enquanto a locação é consensual; nesta a remuneração é essencial, podendo o depósito ser gratuito. Com empréstimo, a locação também apresenta afinidade, porque ambos os negócios implicam utilização da coisa alheia. No comodato, porém, empréstimo destinado às coisas não fungíveis, a gratuidade é essencial, enquanto a onerosidade é essencial na locação. Mútuo é empréstimo de coisas fungíveis, implicando a transferência da propriedade. Na enfiteuse, também existe cessão onerosa de uso, mas esta é instituto dos direitos reais e implica cessão temporária. O mesmo se pode dizer com relação ao direito de superfície, instituto de direito real, reintegrado ao ordenamento positivo pelo presente Código (arts. 1.369 a 1.377). Elementos Essenciais: 1) CONSENTIMENTO VÁLIDO – a manifestação recíproca de vontade em se obrigar um em relação ao outro em determinada prestação. (A – paga o aluguel ao outro; B – entrega a coisa à locação ao outro) O Consentimento não pode ser viciado (ERRO, DOLO, LESÃO, ESTADO DE PERIGO, COAÇÃO, SIMULAÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES) como também deve ser INEQUÍVOCO, não se exige forma escrita para que seja expresso. Pode ser indireto o consentimento ou tácito desde que pague o aluguel e outro permita o uso e gozo do bem. 2) CAPACIDADE DOS CONTRATANTES – exige-se que os contratantes tenham consciência de seu ato e o pratique livre e espontaneamente. O contrato de locação envolve somente atos de administração, pois não transfere o domínio, apenas o uso e gozo sobre a coisa, pelo que não é tão rigoroso quando a capacidade das partes. P. ex. a pessoa casada não precisa do consentimento do outro para locar. EXCEÇÃO: art. 3º Lei no. 8.245/91 – locação predial urbana por prazo igual ou superior a dez anos). Qualquer um dos consortes poderá contratar como locatário e o outro terá direito de continuar a locação após a sua morte, diante da presunção de que a locação foi feita em nome da família. 3) CESSÃO DE POSSE DO OBJETO LOCADO: o objeto deverá ser: a) Infungível – ao final da locação o locatário deverá devolver a coisa sem diminuição de sua substância, ou seja, deverá devolver em mesmo estado que foi locada. LOCAÇÃO IMÓVEIS COMERCIAIS – Lei n° 8.245/91 – art. 51 a art. 57 e art. 71 a art. 75. Direito à renovação compulsória: - contrato a renovar for escrito e com prazo determinado; - o prazo mínimo da locação do contrato a renovar for de 5 (cinco) anos; - o locatário estiver em exploração de seu negócio, mesmo ramo, pelo prazo ininterrupto de 3 (três) anos consecutivos. Direito à renovação deverá ser exercido dentro do prazo decadencial – de um ano até os seis meses precedentes da data do término do contrato a prorrogar. Hipóteses de recusa à renovação (Lei n° 8.245/91 - art. 52): - realização de obras por determinação do Poder Público; - para fazer modificações que aumente o valor do negócio ou da propriedade; - para uso próprio; - para transferência de fundo de comércio existente hámais de um ano, sendo o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendentes detentor da maioria do capital; LOCAÇÃO IMÓVEIS RESIDENCIAIS – Lei n° 8.245/91 – art. 17, art. 18 e art. 85. b) Inconsumível – a coisa não pode ser consumível, pois do contrário impediria a sua restituição pelo locatário; c) Suscetível de gozo – tanto material ou jurídico, ou seja, deverá ser lícito e possível o objeto da locação, sob pena de nulidade do contrato; d) Determinado ou determinável – o objeto deve ser identificável; e) Dado por quem de direito possa – ou o proprietário, ou mandatário, etc. f) Alienável ou inalienável – não precisa o bem estar no comércio, pois não implica ato de disposição do bem. LOCAÇÃO PARA TEMPORADA – Lei n° 8.245/91 – art. 48. “Art. 48. Considera-se locação para temporada aquela destinada à residência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cursos, tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos que decorram tão- somente de determinado tempo, e contratada por prazo não superior a 90 (noventa) dias, esteja ou não mobiliado o imóvel.” a) quando imóvel for mobiliado a descrição dos móveis deverá constar obrigatoriamente no contrato; b) o aluguel poderá ser pago de uma só vez e antecipadamente; c) o locador poderá exigir qualquer das garantias previstas no artigo 37, da Lei n° 8.245/91; d) a permanência do locatário por mais de 30 (trinta) dias após o término do prazo resulta em prorrogação da locação por prazo indeterminado, não mais podendo ser exigível o aluguel e encargos de forma antecipada; e) sendo prorrogada a locação inicialmente para temporada por prazo indeterminado, o locador somente poderá denunciar o contrato após 30 (trinta) meses de seu início ou nas hipóteses do art. 47. 4) REMUNERAÇÃO – o aluguel que o locatário paga periodicamente ao locador. O aluguel deverá ser certo e determinado ou determinável. Normalmente em dinheiro ou em percentual da arrecadação obtida com uso do bem dado em locação. Ex.: Cinema paga “x” da arrecadação da bilheteria. Ver artigos 17, 18 e 19, Lei n° 8.245/91 (valor, reajuste, revisão) 5) LAPSO DE TEMPO DETERMINADO OU NÃO – a locação poderá ser por prazo determinado ou indeterminado, mas nunca perpetuamente. É um contrato temporário. Não há limite de prazo. Exceto prédios da união que não poderão ser locados por mais de 10 anos. Dec-Lei n° 9.760/46 – art. 96, parágrafo único. O contrato de locação predial urbana poderá ser estipulado por qualquer prazo, mas se for igual ou superior a dez (10) anos dependerá da vênia conjugal (art. 3º da Lei n° 8.245/91). Havendo prazo convencionado o locador não poderá exigir a retomada do prédio antes do vencimento do prazo, nem o locatário poderá devolver ao locador senão pagando multa (art 4º Lei n° 8.245/91). O contrato de locação residencial por tempo determinado por prazo igual ou superior a 30 (trinta) meses, cessará de pleno direito, findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso. Se o locador não promover a retomada, a locação se prorrogará por prazo indeterminado. (art. 46 parágrafos 1º e 2º , Lei n° 8.245/91). - DENÚNCIA VAZIA (prazo de 30 meses) – Art. 46 d Lei n° 8.245/91; - DENÚNCIA CHEIA (prazo inferior a 30 meses e prazo indeterminado) – Art 47, I a V, Lei n° 8.245/91 Se por prazo indeterminado, o LOCATÁRIO pode devolver mediante aviso prévio ao LOCADOR com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. COISA VENDIDA DURANTE A LOCAÇÃO, na locação residencial, o adquirente poderá pedir a retomada nos termos do art. 8º da Lei n° 8.245/91, ou seja, mediante denúncia cheia ou motivada, exceto se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência no caso de alienação e estiver registrado no Registro de Imóveis, hipóteses em que o adquirente deverá respeitá-lo. O meio de reaver a coisa é através da Ação de Despejo – art. 59 – Lei n° 8.245/91. MORTE DO LOCADOR – transfere-se aos herdeiros a locação (art. 10 – Lei n° 8.245/91) EXTINÇÃO DO CONCUBINATO, CASAMENTO – a locação continua com o cônjuge que continuar a residir no imóvel. (art 12 – Lei n° 8.245/91) 6) FORMA LIVRE – a lei não exige uma forma especial ao contrato. Não é necessário ser escrito, a não ser em casos em a lei exigir a forma escrita. Por exemplo: art. 13 e art. 51, I e II da Lei n° 8.245/91. Direitos e Deveres do Locador: A) Direitos: 1) Receber o pagamento do aluguel (art. 565, CCB) *penhor legal de bens que guarnecem o imóvel – art. 1.467, II, CCB) *prescrição – art. 206, parágrafo 3º , I, CCB – 3 anos. 2) Cobrar antecipadamente o aluguel quando a locação não seja garantida por caução real ou fidejussória e seja por temporada (Lei n° 8.245/91, art. 20, 42 e 49) *Art. 43 Lei n° 8.245/91 – contravenção penal. 3) Exigir garantias do Locatário, sendo apenas uma das seguintes: caução; fiança; seguro fiança; (art. 37, I, II, III, Lei n° 8.245/91) 4) Mover Ação de Despejo (Lei n° 8.245/91, art. 59 a 66) 5) Reaver o imóvel após o término do prazo da locação ou ressarcindo o locatário das perdas e danos (art . 571, parágrafo único, CCB) 6) Autorizar, por escrito, a cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel (art. 13 da Lei n° 8.245/91) 7) Pedir a revisão judicial do aluguel após 3 (três) anos. (art. 19, Lei n° 8.245/91) 8) Ser comunicado da sub-rogação na locação (divórcio, separação), poderá exigir novas garantias em substituição as anteriores (art. 12, parágrafo único – Lei n° 8.245/91) B) Deveres: 1) Entregar ao Locatário o imóvel locado em estado de servir ao uso a que se destina; 2) Manter o bem nesse estado pelo tempo do contrato (art. 22, III, Lei n° 8.245/91, art. 566, do CCB); 3) Responder pelos defeitos ou vícios ocultos do imóvel locado (art. 22, IV, Lei n° 8.245/91, art. 568, do CCB); 4) Garantir o uso pacífico da coisa locada (art. 566, CCB); 5) Pagar impostos, prêmio de seguro contra incêndio; taxa de administração imobiliária e despesas extraordinárias; 6) Fornecer recibo de aluguel e encargos; 7) Indenizar benfeitorias úteis ou necessárias (art. 1.219, CCB); 8) Dar preferência ao locatário ou sublocatário para adquirir o imóvel (art. 27 a art. 34, Lei n° 8.245/91); 9) Não exigir quantia além do aluguel ou encargos permitidos. Direitos e Deveres do Locatário: A) Direitos: 1) Exigir a entrega do bem, recibo de pagamento de manutenção de seu estado, garantia de uso pacífico; 2) Pedir do locador a relação do estado (VISTORIA) do imóvel no momento da locação. (art. 22, V, Lei n° 8.245/91); 3) Reter o imóvel enquanto não for ressarcido quando o imóvel foi requerido antes do vencimento da locação (art. 571, parágrafo único, CCB) e de benfeitorias necessárias ou úteis com consentimento por escrito do locador (art. 35, Lei n° 8.245/91); 4) Ter preferência para aquisição do imóvel (art. 27 a art. 34, Lei n° 8.245/91); 5) Purgar a mora para evitar a rescisão da locação; 6) Ser despejado mediante denúncia vazia ou cheia; 7) Sublocar, ceder ou emprestar o bem com consentimento prévio e expresso do locador; 8) Alegar impenhorabilidade dos bens móveis que guarnecem o imóvel (Lei n° 8.009/90, art. 2º , parágrafo único). B) Deveres: 1) Servir da coisa para o uso convencionado (art. 569,I, CCB; art. 23, II, Lei n° 8.245/91); 2) Cuidar do bem locado como se fosse seu (art. 569, I, CCB; art. 23, II, Lei n° 8.245/91); 3) Pagar pontualmente o aluguel; 4) Dar conhecimento ao locador de danos causados ao imóvel e turbações de terceiros. (art. 569, III, CCB; art. 23, IV, Lei n° 8.245/91); 5) Restituir a coisa ao final da locação no estado em que recebeu; 6) Pagar os encargos de limpeza, força e luz, água, condomínio. (art. 23, VII, VIII, X e XII, Lei n° 8.245/91); 7) Reparar o imóvel dos estragos que der causa(art. 23, V, Lei n° 8.245/91); 8) Consentir nos reparos urgentes (art. 26, parágrafo único, Lei n° 8.245/91); 9) Dar caução em dinheiro, garantia fidejussória ou seguro fiança (art. 37, Lei n° 8.245/91); 10) Pedir prévio consentimento expresso do locador para poder sublocar, ceder ou emprestar o imóvel locado (art. 13, Lei n° 8.245/91); 11) Responder pelos prejuízos causados no imóvel por ato abusivo; podendo o locador exigir além das perdas e danos, rescindir o contrato (art. 570, CCB). Por exemplo: colocar fogo no imóvel. EXTINÇÃO DA LOCAÇÃO: 1) Distrato ou resilição bilateral; 2) Retomada do bem locado nos casos da lei; 3) Implemento de causa resolutória expressa (contrato de trabalho); 4) Perda da coisa locada (total); 5) Perda parcial da coisa locada; 6) Vencimento do prazo contratual (art. 46, Lei n° 8.245/91); 7) Desapropriação (art. 5º , parágrafo único, Lei n° 8.245/91); 8) Morte do Locatário, se não tiver sucessores (art. 11, Lei n° 8.245/91); 9) Nulidade ou anulabilidade do contrato (art. 45, Lei n° 8.245/91); 10) Resolução unilateral por infração contratual; 11) Extinção de usufruto ou fideicomisso; 12) Falência ou recuperação judicial (antiga concordata). Notas: 1) os artigos do CCB não estão derrogados pela Lei Especial, sendo aplicável subsidiariamente à mesma naquilo que não for conflitante; 2) o imóvel urbano é definido pelo seu uso e não de acordo com sua localização. Ainda que situado em área rural, mas destinado à moradia ou ao comércio, o imóvel deve ser considerado urbano para fins da locação e do direito que a rege (art. 1º da Lei n° 8.245/91); 3) prédio, na acepção jurídica, pode ser edificado ou não. Um lote ou terreno vazio pode ser locado para fins comerciais ou industriais e até mesmo residenciais; 4) a vinculação do aluguel à moeda estrangeira, à variação cambial ou ao salário mínimo é proibida (art. 17, Lei n° 8.245/91); 5) estão excluídos da regulamentação da Lei n° 8.245/91: os imóveis de propriedade do Estado (União, Estados e Municípios – Dec. n° 9.760/46 e Dec.-Lei n° 6.874/44); as locações de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos (contrato de locação de coisas, depósito e de locação de serviços); espaços destinados à publicidade (cartazes, luminosos e assemelhados); apart-hotéis, hotéis residência ou equiparados; arrendamento mercantil ou leasing; arrendamentos rurais (Lei n° 4.504/64); 6) a Lei n° 8.245/91 estipula condições especiais para rescisão de contrato de locação de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, bem como estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, como também templos religiosos. (art. 53 cc art. 63, parágrafos 2º e 3º , Lei n° 8.245/91); 7) a Lei n° 8.245/91 dá tratamento diferenciado à sublocação, consoante se verifica do disposto no art. 13 e seus parágrafos; art. 14; art. 15, art. 16; art. 21; art. 28; Caderno: Civil V Criada em: 25/03/2020 19:41 Atualizada … 25/03/2020 20:04 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com AULA 7 - ESTUDO DE CASOS: CONTRATO DE LOCAÇÃO URBANA - 25/03/20 ESTUDO DE CASOS: CONTRATO DE LOCAÇÃO URBANA 1. Júlio quer alugar sua vaga de garagem atualmente ociosa para seu vizinho Bernardo, que possui veículo. Bernardo reside no mesmo edifício que Júlio e, assim, a pernoite do carro se dará vinculada a necessidade de moradia do inquilino. Firmam por escrito um contrato de locação do box por 12 meses, onde consta cláusula expressa de impossibilidade de prorrogação do pacto. Ocorre que Júlio toma conhecimento de que a Lei das Locações estabelece que, em se tratando de locação para moradia, não pode haver retomada do imóvel por parte do locador livremente findo o prazo contratado, estando o pedido de desocupação do bem limitado às hipóteses previstas no art. 9º e 47 da Lei nº 8.245/1991. Diante disso, Júlio o procura como advogado(a). Questiona: as cláusulas do contrato firmado entre ele e Bernardo devem ser respeitadas ou está o locador obrigado por lei a acolher a prorrogação da locação após findo o prazo de 12 meses? Qual seu entendimento? Justifique indicando fundamento(s) legal(is). Vide art. 1º, parágrafo único, “a”, “2” da Lei nº 8.245/91. “Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei: Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: a) as locações: [...] 2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos;” Ou seja, não se aplica à Lei do Inquilinato aos contratos de locação de vagas autônomas de garagem. 2. Bento quer emprestar gratuitamente, por meio de um Contrato de Comodato, sua casa para José por 6 (seis) meses. Ocorre que, dentre as cláusulas do pacto, previu-se que, além de pagar os gastos com luz, água e gás, José também alcançará para Bento a quantia de R$ 600,00 a cada 2 (dois) meses. Poder-se-ia compreender que se trata de Contrato de Locação a avença firmada entre eles (mesmo que o contrato tenha sido intitulado Comodato)? As regras da Lei das Locações (Lei nº 8.245/91) são aplicáveis ao negócio firmado entre eles? Justifique. De acordo com o art. 112, CC/02: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.” Logo trata-se de locação e não de comodato, independentemente do nome que fora dado ao contrato firmado entre as partes. 3. Laís e Jorge casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens em 2009. O casal adquiriu uma casa em Camboriú no ano de 2010. Atualmente Jorge está fazendo Pós- Doutorado em Engenharia na Itália com previsão de retornar ao Brasil somente no final do ano. Francisco interessa-se em alugar a casa do casal por 5 anos. Laís possui dúvida se pode assinar sozinha o contrato locatício ou se precisaria de uma procuração de Jorge com poderes específicos para tanto. Você, advogado(a) especialista em Contratos, é por ela procurado(a). Qual seu parecer? Fundamente sua resposta indicado dispositivo(s) legal(is), se possível. O art. 3º, caput, da Lei das Locações disciplina que “o contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos.” Embora a lei não discrimine, entende-se que a vênia conjugal é exigida tanto para locadores quanto para locatários quando o prazo do contrato for igual ou superior a 10 anos. No caso em apreço, Laís pode contratar sem a necessidade de outorga de procuração do esposo para representar seus interesses. 4. Fábio loca verbalmente para Maicon, Cézar e Pedro um apartamento para fins de moradia no Bairro Bom Fim em Porto Alegre - RS por R$ 900,00 por mês. Os inquilinos combinaram entre si que Cézar repassaria sempre o valor do aluguel ao locador, sendo que os companheiros lhe alcançariam antes suas quotas-partes (R$ 300,00 cada) para fins de integralização da quantia. Ocorre que, nos dias atuais, Maicon e Pedro estão incomunicáveis em viagem em um cruzeiro marítimo. Os amigos saíram em férias e esqueceram por completo de deixar para Cézar as quantias correspondentes às suas partes no aluguel. Mesmo diante dessa situação, assiste direito à Fábio de exigir de Cézar a totalidade do valor do aluguel? A locação verbal firmada entre as partes é válida? Justifique. Fábio pode exigir a totalidade do valor do aluguel devido de Cezar (depois, em ele pagando, pode buscar o reembolso das quotas-partes dos outros codevedores). Esse entendimento está fundamentado no caput do art. 2º da Lei nº 8.245/91 (LI) que refere que “havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se estipulou.” Ademais, o contrato de locação possui forma livre, sendo válido se celebrado verbalmente, embora haja exceções a essa regra, tais como as previstas nos artigos 13 e 51 da LI. 5. Liana locou um sítio para morar com seu esposo Roberto e suas 2 filhas, Amanda e Ângela. No contrato assinaram Gabriela, na condição de locadora e Liana figurando como inquilina. O contrato vigerá até dezembro de2020. Ocorre que, durante a locação, a inquilina faleceu. Sua família está muito abalada. Além da morte de Liana que muito os surpreendeu, estão aflitos temendo ser despejados. A família da falecida tem direito de continuar a locação após a morte da inquilina até o encerramento do prazo previsto no contrato ou, tendo em vista não haver cláusula expressa no contrato nesse sentido, pode ela ser obrigada a desocupar o imóvel? Comente. Sim, a família da falecida tem direito de continuar a locação após a morte da inquilina até o encerramento do prazo previsto no contrato, conforme art. 11, I da LI. Veja-se: “Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite - se aos herdeiros. Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub-rogados nos seus direitos e obrigações: I - nas locações com finalidade residencial, o cônjuge sobrevivente ou o companheiro e, sucessivamente, os herdeiros necessários e as pessoas que viviam na dependência econômica do de cujus, desde que residentes no imóvel;” 6. Alisson quer locar uma sala comercial em Santa Maria - RS de Patrícia por R$ 1.000,00/mês. A locadora exige garantias. Ele não consegue 2 fiadores como lhe foi solicitado tampouco aprovação de seguro fiança. Diante disso, Patrícia exige uma caução em dinheiro de R$ 6.000,00 a ser paga antes da ocupação do imóvel pelo locatário. A exigência de Patrícia é amparada por lei? E, em não dispondo Alisson de toda essa quantia, poderia então Patrícia exigir 1 fiador e caução em dinheiro de R$ 3.000,00 para viabilizar essa locação? Justifique sua resposta indicando fundamento(s) legal(is). Não, conforme art. 38, § 2º da LI: “A caução em dinheiro, que não poderá exceder o equivalente a três meses de aluguel, será depositada em caderneta de poupança, autorizada, pelo Poder Público e por ele regulamentada, revertendo em benefício do locatário todas as vantagens dela decorrentes por ocasião do levantamento da soma respectiva.” Poderia então Patrícia exigir 1 fiador e caução em dinheiro de R$ 3.000,00 para viabilizar essa locação? Não, de acordo com o art. 37, parágrafo único da LI. Veja-se: “Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as seguintes modalidades de garantia: I - caução; II - fiança; III - seguro de fiança locatícia. IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das modalidades de garantia num mesmo contrato de locação.” 7. Mariana quer locar um apartamento por 60 dias, período em que sua casa será reformada. Ajustou com Diogo, locador, o pagamento da quantia de R$ 1.500,00 por mês a título de aluguel. Mariana necessita ocupar o apartamento alugado somente em janeiro de 2021, ocasião em que as obras em sua residência vão se iniciar. As partes assinam o contrato de locação em março de 2020. No ato da assinatura, Diogo exige o pagamento do aluguel de uma só vez e antecipadamente. A inquilina, bastante contrariada, efetua o pagamento. Ato contínuo, ela ingressa na Justiça contra o locador pleiteando a manutenção do contrato, mas a devolução das quantias já adiantadas. Justifica seu pedido em 2 principais motivos: 1) o contrato de locação ainda não criou obrigações entre as partes, já que o imóvel só será ocupado a partir de janeiro de 2021, ocasião em que o aluguel passaria a ser devido; e, 2) tendo em vista o pacto firmado entre eles não se tratar de locação de imóvel para temporada de férias, as quais, tradicionalmente possuem prazo contratual enxuto, ilegal seria a cobrança antecipada do aluguel. Você, como julgador(a), como decidira? Fundamente sua resposta. Tendo em vista que os contratos de locação no Direito brasileiro tem natureza consensual, eles já existem, valem e estão aptos a produzirem efeitos no momento da assinatura, não se exigindo a entrega das chaves do imóvel locado para fins de, somente a partir de tal momento, criaremse direitos e deveres entre as partes. Logo, descabida o pedido da autora Mariana. Ademais, assiste razão à Diogo, já que se trata por locação por temporada, onde a lei expressamente admite a cobrança antecipada e em uma única vez dos valores devidos a título de aluguel nos artigos 48 e 49 da LI. 8. Antão, na condição de inquilino, efetua o pagamento de consertos envolvendo problemas hidráulicos e elétricos no imóvel em que loca. Trata-se de benfeitorias necessárias e, em razão disso, mesmo não tendo pedido autorização prévia do locador para fazê-las, quer ressarcimento de tais despesas mediante abatimento do aluguel que tem a pagar por saber que a lei ampara esse seu pedido. Ocorre que, no contrato de locação escrito firmado entre as partes, consta cláusula em que o locatário renuncia expressamente ao direito de se ver indenizado pelas benfeitorias que porventura realizar no imóvel locado. Tal cláusula contratual é válida? Fundamente. A cláusula é válida consoante art. 35 da LI e Súmula nº 335, STJ. Veja-se: “Art. 35 da LI: Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção. Súmula 335, STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.” 9. O contrato de locação firmado entre José e Fabrício é omisso com relação à possibilidade de sublocação. Valendo-se da máxima “aquilo que não é proibido, é permitido”, pretende o inquilino sublocar um dos quartos do imóvel para Juliano, seu primo. Haveria a necessidade do consentimento expresso do locador para a validade da sublocação? Comente. Sim, há necessidade. Trata-se da regra do art. 13, caput da LI: “A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador.” 10. Betina aluga uma casa para Micheli. A locação entre elas foi firmada por escrito por prazo determinado de 36 meses a se encerrar em fevereiro de 2021. O contrato locatício não foi registrado na matrícula do imóvel junto ao Registro Imobiliário. Durante a locação, Betina pretende vender o imóvel. A inquilina tem preferência em adquiri-lo. Já se passaram 2 meses da data em que Micheli foi comunicada da intenção de venda do imóvel para exercer sua preferência. Atualmente, Micheli está em lua-de- mel em um retiro no Himalaia, praticamente sem contato algum. Na data de hoje surge um interessado em comprar a casa e quer pagar à vista o valor do bem, mas precisa fechar o negócio o mais rápido possível. Porém, 2 dúvidas estão engessando a negociação: 1) Betina tem receio de negociar com o interessado e depois ser acionada na Justiça pela inquilina, a qual alegaria que houve desrespeito ao seu direito de preferência; e, 2) o interessado teme comprar o imóvel e só poder tomar posse do mesmo em fevereiro de 2021, ou seja, após a locação se findar. Diante de tais impasses, eles o(a) procuram em seu escritório de advocacia. Qual o seu parecer para tais questionamentos? Justifique sua resposta indicando fundamento(s) legal(is). Conforme art. 28 da LI o direito de preferência do inquilino deve ser manifestado em 30 dias a contar da comunicação. O seu silêncio faz presumir recusa. Logo, Betina não tem o que temer. Por outro lado, o adquirente não estará obrigado a aguardar a extinção do prazo da locação com Micheli, conforme art. 8º da LI, podendo conceder- lhe 90 dias para desocupar o imóvel (art. 8º, § 2º da LI). 11. A empresa Sorvetes Amarelinhos Ltda. é sucessora da locação escrita com prazo de 12 anos da antiga sorveteria instalada no imóvel alugado, a qual permaneceu durante os 5 anos iniciais do contrato comercializando sorvetes. Assim, dos 12 anos de contrato de locação, a antiga inquilina permaneceu no imóvel durante os 5 primeiros, ocasião em que passou o ponto e a empresa Sorvetes Amarelinhos Ltda. tornou-se a nova inquilina, sendo, pois, sucessora da locação. Encerrado o prazo contratual, o locador se recusa, injustificamente, a renovara locação comercial. Poderia a inquilina adotar alguma providência judicial para obrigá-lo a renovar a avença? Em caso positivo, existe prazo para o ingresso desse pleito em Juízo? Comente. Existe a hipótese de ação renovatória nas locações comerciais ajuizada pela sucessora da locação (art. 51, § 1º, LI), porém essa demanda para ser exitosa precisa preencher os requisitos do art. 51 da LI e ser proposta no prazo previsto no § 5º desse artigo. “Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. [...] § 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.” Logo, tendo o contrato já se encerrado, a ação renovatória da locação não pode mais ser proposta. 12. Thadeu, estudante de Direito, questiona você, seu(sua) tio(a) e advogado(a), sobre o que seja denunciar um contrato. Ainda, quer saber o que significa, nos contratos de locação residencial, denúncia vazia e denúncia cheia. Explique para seu sobrinho tal distinção e sua importância prática. Denunciar um contrato significa declarar o desejo de terminar um contrato celebrado com outro. As hipóteses de denúncia vazia e cheia se referem ao desejo do locador de retomar o imóvel locado. As regras de denúncia vazia e cheia são específicas para a locação residencial. Denúncia vazia: art. 46, LI Denúncia cheia: art. 47, LI “Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a trinta meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso. § 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel alugado por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantidas as demais cláusulas e condições do contrato. § 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a qualquer tempo, concedido o prazo de trinta dias para desocupação. Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: I - Nos casos do art. 9º; II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego; III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento; V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. [...].” Caderno: Civil V Criada em: 01/04/2020 14:03 Atualizada … 27/06/2020 12:31 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com AULA 8 - LOCAÇÃO DE SHOPPING CENTER (54, LI) - 30/03/20 LOCAÇÃO DE SHOPPING CENTER (54, LI): Pacta Sunt Sevanda - livre estipulação * 2 contratos - momento de celebração: 1. Res Sperata (contrato de reserva do ponto) - Estudos técnicos anteriores 2. Locação: - Aluguel: * mínimo (fixo) * percentual (variável) - faturamento bruto - fiscalizar vendas, ver livros contábeis + - Contribuição: * Fundo de Administração (aproxima-se a uma taxa condominal) - limpeza, taxas de administração, despesas de conservação da estrutura * Fundo de Promoções (atração freguesia) - ALUGUEL DOBRADO EM DEZEMBRO - NÃO CESSÃO - PROIBIDA ABERTURA DE LOJA PRÓXIMA - IMUTABILIDADE RAMO DO COMÉRCIO Caderno: Civil V Criada em: 01/04/2020 14:07 Atualizada … 27/06/2020 12:31 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com AULA 9 - CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - 01/04/20 CONTRATO DE EMPRÉSTIMO: 2 modalidades: COMODATO (579 a 585, CC): BEM INFUNGÍVEL MÚTUO (586 a 592, CC): BEM FUNGÍVEL EMPRÉSTIMO: O Código Civil Brasileiro trata sob a forma de empréstimo, duas figuras contratuais, que são o Comodato e o Mútuo, sendo que ambas implicam a idéia de uso ou utilização de coisa alheia com a obrigação de restituir, diferenciando-se uma da outra quanto a sua natureza, celebração e efeitos. I – COMODATO: Conceito Legal e Definições Doutrinárias: “Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.” CCB WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO: “Um contrato unilateral e a título gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível, para ser usada temporiamente e depois restituída.” (Curso de Direito Civil – Direitos das Obrigações, 2° vol.) ORLANDO GOMES: “É a cessão gratuita de uma coisa para seu uso com estipulação de que será devolvida em sua individualidade, após algum tempo.” (Direito Civil – Contratos ) MARIA HELENA DINIZ: “Constitui o empréstimo de uso em que o bem emprestado deverá ser restituído em espécie, ou melhor, em sua individualidade, razão pela qual não poderá ser fungível ou consumível.” (Curso de Direito Civil Brasileiro, 3° vol.) Nomenclatura: Comodante = quem empresta a coisa a outrem; Comodatário = quem recebe a coisa por empréstimo. Características ou Natureza Jurídica: 1) Unilateral: embora exista a manifestações de duas vontades, apenas um das partes assume a posição de devedor, ficando a outro como credor. Todavia podeacontecer em casos excepcionais, que o Comodante assuma algumas obrigações, tornando o contrato bilateral. 2) Gratuito: por que onera apenas uma das partes na relação, proporcionando-lhe vantagens. Constitui-se em um favor do Comodante ao Comodatário por questões de amizades ou proximidade. O fato do Comodatário assumir as obrigações de pagar impostos, taxas de luz, condomínio, etc. de um apartamento que lhe foi dado em comodato, não descaracteriza a natureza de contrato gratuito. 3) Real: por que só se completa com a tradição (entrega) da coisa ao Comodatário que passa ter a posse direita sobre a mesma. E, assim, sendo o Comodatário poderá defender a posse através de interditos, muito embora tal posse seja precária ou inapta a aquisição da propriedade (usucapião). 4) “Intuito Personae”: pois as condições e as qualidades do Comodatário são que determinam a sua formação. A própria gratuidade demonstra tratar-se de um ato jurídico feito em contemplação aos méritos e à amizade da pessoa beneficiada. Disto decorre a impossibilidade de cessão a favor de terceiros, sem o consentimento do Comodante. 5) Temporário: o comodato pode ser por prazo determinado ou interminado, todavia em qualquer caso não poderá ser perpétuo, pois caracterizaria a doação. Se for por prazo indeterminado resultará na presunção de tempo necessário ao uso do Comodatário. “Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencionado, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou que se determine pelo uso outorgado.” 6) Infugibilidade ou não-consumibilidade do bem: desde que infungível a coisa emprestada poderá ser móvel ou imóvel. “Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.” CCB 7) Obrigatoriedade de restituição da coisa emprestada apóso uso, porque o Comodante ao dar em comodato não perde o domínio sobre a coisa. Havendo recusa em devolver, o Comodatário torna-se um esbulhador, podendo o Comodante promover a Ação de Reintegração de Posse. Se o Comodante falecer, o Comodatário deverá restituir a coisa emprestada ao inventariante ou aos herdeiros. REQUISITOS: Tem-se três requisitos básicos em um contrato de comodato: 1) CAPACIDADE: É o requisito subjetivo do Contrato de Comodato, onde aqueles que tem capacidade para administrar estão autorizados a contratar, diferentemente da capacidade para alienar, que é ato de disposição. Todavia, o Art. 580, do CCB, traz algumas vedações, vejamos: “Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios, não poderão dar em comodato, sem autorização especial os bens confiados à sua guarda.” CCB 2) OBJETO: O requisito objetivo, é de que qualquer coisa não fungível e inconsumível, móvel ou imóvel, pode ser dada em comodato. Comodatário receberá os bens no estado em que se encontram, não havendo ao Comodante qualquer dever de repará-los. 3) FORMA: A forma é livre, não exige nenhuma solenidade para a contratação. Portanto, tratase de um contrato consensual, que poderá ser feito oralmente, hipótese em que caberá ao Comodatário provar que recebeu a coisa em comodato. Na hipótese de dúvida será admitido como contrato de locação, visto que a presunção é em favor do Comodante, por força do disposto no art. 114, do CCB. “Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.” CCB OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO: a) guardar e conservar a coisa emprestada como se fosse sua, de modo a garantir a integralidade da coisa, sem desgastá-la ou desvalorizá-la, sob pena de responder por perdas e danos. “Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.” Em face tal obrigação, caberão ao Comodatário os ônus oriundos da guarda e manutenção do bem emprestado, não podendo cobrar do Comodante as despesas ditas ordinárias (IPTU, luz, água, etc.). Todavia despesas ditas extraordinárias e necessárias são de responsabilidade do Comodante, mesmo que feitas em situação de urgência pelo Comodatário, que por algum motivo pode ter ficado impossibilitado de buscar a autorização prévia daquele. Valem as mesmas regras dispostas no CCB para as benfeitorias, devendo o Comodatário ser ressarcido pelas despesas realizadas ou retê-las até seu pagamento. “Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.” CCB “Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.” CCB b) limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato ou acordo, sob pena de responder por perdas e danos. “Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.”CCB “Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.” CCB c) restituir a coisa emprestada “in natura” no momento devido, e, se não houver prazo estipulado, findo o tempo necessário ao uso concedido. Se Comodatário não devolver a coisa ao final do contrato, tornar-se-á esbulhador e estará sujeito a responder Ação de Reintegração de Posse. Quando ao Comodante deverá respeitar o prazo convencionado, entretanto poderá pedir a coisa apenas em casos de necessidade urgente e imprevista por ocasião do empréstimo. d) responder pela mora, suportado os riscos pela deterioração ou perda da coisa emprestada e pagar o aluguel pelo tempo de atraso na restituição, estipulado pelo Comodante, como forma de indenização pela mora. e) responder pelos riscos da coisa no caso do previsto no artigo 583, a saber: “Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodante juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.” CCB f) responsabilizar-se solidariamente, se houver mais comodatários. “Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.” CCB OBRIGAÇÕES DO COMODANTE: Sendo o contrato de comodato, unilateral, não há obrigações contratuais a serem impostas ao Comodante. Todavia a lei civil prevê determinadas obrigações decorrentes de fatos supervenientes ao curso do negócio, que poderão ou não ocorrer, que são: a) não pedir a restituição do bem dado em comodato, antes do prazo estipulado ou necessário para o uso do comodatário, a não ser por acordo. Se o contrato for prazo indeterminado poderá ser solicitada a retomado do bem a qualquer momento sem necessidade de justificativa. “Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencionado, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou que se determine pelo uso outorgado.” b) pagar as despesas extraordinárias e necessárias feitas pelo Comodatário com a conservação da coisa, nos casos de urgência, se não pode ser avisado oportunamente para autorizá-las; c) responsabilizar-se perante o Comodatário, pela posse útil e pacífica da coisa dada em comodato, se procedeu dolosamente. Todavia não responderá pela evicção ou por vícios redibitórios que pressupõem contrato comutativo. EXTINÇÃO DO COMODATO: 1) pelo vencimento do prazo convencionado quando estipulado ou necessário ao uso do Comodatário, na hipótese contrária (Ex. Empréstimo de um trator para lavrar uma determinada área). 2) pela resolução por inexecução contratual. Havendo violação ao contrato, não há nenhum impedimento ao Comodante requerer a restituição da coisa antes do prazo convencionado. 3) pela resilição unilateral. Quando o Comodante provar a necessidade urgente e imprevista à época do negócio, ou quando se foi contraído em seu interesse, visto que o contrato de comodato é gratuito. 4) pelo distrato. 5) pela morte do comodatário, se convencionado que o uso da coisa era pessoal (“intuito personae”); 6) pela alienação da coisa emprestada, exceto se o adquirente assumir a obrigação de manter o comodato. II – MÚTUO: Conceito Legal e Definições Doutrinárias: “Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.” ARNALDO RIZZARDO: “Enquanto no comodato a entrega é feita para o simples uso da coisa, excluindo-se qualquer disponibilidade, com a obrigação de restituir após certo tempo, no mútuo ocorre a entrega para outra parte da plena disposição da coisa, implicando transferência do domínio, e acarretando ao acipiente a devolução de coisas do mesmo gênero, da mesma quantidade e qualidade.” (CONTRATOS) CLÓVIS BEVILACQUA: “O contrato pelo qual alguém transfere a propriedade da coisa fungível a outrem, que se obriga a lhe pagar coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.” (Código Civil dos Estados Unidos doBrasil Comentado, vol IV) MARIA HELENA DINIZ: “É o empréstimo de consumo, pois a coisa emprestada, sendo fungível ou consumível, não poderá ser devolvida, de modo que a restituição se fará no seu equivalente, ou seja, por outra coisa do mesmo gênero, quantidade e qualidade.” (Curso de Direito Civil Brasileiro, 3° vol.) Nomenclatura: Mutuante = quem empresta a outrem; Mutuário = quem recebe o empréstimo. Características ou Natureza Jurídica: 1) Unilateral: embora existam manifestações de duas vontades, em princípio, apenas uma das partes assume obrigações (Mutuário). Todavia pode acontecer que o Mutuante assuma algumas obrigações, especialmente no mútuo oneroso, tornando o contrato ser bilateral. SILVIO DE SALVO VENOSA, assim ensina: “É contrato unilateral porque, em princípio, apenas o mutuário contrai obrigações. O mutuante esgota sua atividade com a entrega da coisa emprestada, cuja tradição não pode ser vista como obrigação por ser integrante da estrutura do negócio. No entanto, o mútuo oneroso é contrato bilateral, como defendem alguns. Pontes de Miranda (1971, v. 42:18), por exemplo, afirma que o mútuo com juros se assemelha à locação de uso; o mútuo sem juros, ao comodato. (p. 242) 2) Gratuito: por que onera apenas uma das partes na relação, proporcionando-lhe vantagens. Porque o mutuante nada recebe do mutuário em troca do favor que lhe faz, podendo ser Oneroso se houver ajuste de uma contraprestação por parte do mutuário (Ex. pagamento de juros) Ver Artigos 591, 406 e 882 do CCB). O mesmo doutrinador antes mencionado ressalta que: “O enfoque que o considera contrato gratuito é tradicional, mas não se harmoniza com a realidade, quando se trata de empréstimo de dinheiro. Raramente, esse mútuo se apresenta sem o caráter especulativo. Em sua origem romana, sempre foi pacto gratuito. Nos negócios atuais, o empréstimo de dinheiro vem primeiro plano; assim não era no passado. Incomum, porém, se apresentará empréstimo de dinheiro sem exigência de juros.” (p. 243) 3) Real: por que só se completa com a tradição (entrega) do bem emprestado ao Mutuário. 4) Temporário: o mútuo é constituído geralmente por um certo prazo, pois se fosse perpétuo, caracterizaria a doação. (ver art. 592) 5) Fungibilidade, embora possa recair sobre coisa inconsumível pelo uso, que por convenção ou destinação, se tornou fungível (ex. empréstimo de dois livros) 6) Obrigatoriedade de restituição de outra coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade. O Mutuante pode exigir uma garantia para restituição (art. 590 CCB) quando houver mudança na condição financeira do Mutuário. SÍLVIO DE SALVO VENOSA ressalta que “o principal direito do mutuante é exigir a restituição da coisa no momento oportuno: findo o prazo determinado, escoado o prazo da notificação quanto indeterminado ou finda a utilização da coisa para o fim emprestado (prazo presumido). Pode, no entanto, o mutuante exigir garantia de restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança de fortuna que faça periclitar sua solvência (art. 590; antigo, art. 1.261). Não sendo prestada essa garantia de forma eficiente, o mutuante pode considerar vencido o empréstimo.” (p. 245) REQUISITOS: 1) CAPACIDADE: É o requisito subjetivo do Contrato de Mútuo, devendo o Mutuante ter capacidade para dispor (alienar) a coisa, caso contrário não poderá emprestá-la. Também deverá ter capacidade geral para contratar. (art. 588 e art. 589 do CCB). 2) OBJETO: O requisito objetivo, é de que o bem emprestado seja fungível, isto, é bem móvel que possa ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade (art. 85 CCB). Quando feito em dinheiro vige o princípio do nominalismo, ou seja, leva-se em consideração o valor nominal, ou seja, o Mutuário se desonera restituindo a mesma soma em dinheiro. (Ver art. 591 CCB – mútuo oneroso, incidência de juros). Lei de Usura (Dec. 22.262 ) Méd. Provisória n° 2.170-36/2001) Súmula STF n° 121 – veda a capitalização de juros. Jurisprudência posterior a essa súmula: Possibilidade de capitalização de juros nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional "3. Por ora, não está em debate a questão de mérito da medida provisória [possibilidade de capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano - artigo 5º da Medida Provisória 2.170/2001]. Até porque, quanto à sua higidez material, o Supremo Tribunal Federal considerou que não havia inconstitucionalidade nas disposições normativas que estabeleciam para o sistema financeiro critérios de remuneração diferentes dos da Lei de Usura. Há súmula do Tribunal no tema (Súmula 648/STF), e a controvérsia suscitou, inclusive, uma discussão fértil a respeito da cobrança da comissão de permanência." (RE 592377, Redator para o Acórdão Ministro Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgamento em 4.2.2015, DJe de 20.3.2015, com repercussão geral - tema 33) Contratos Civis de Mútuo são vedadas taxas de juros superiores ao legalmente permitido, podendo o Juiz adequá-las quando maiores, devendo a outra parte restituir em dobro o que cobrou indevidamente (Ver. regras do pagamento no CCB). Estão excepcionadas: a) instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo BACEN no mercado de capitais e de valores mobiliários (CVM); b) sociedades de crédito que tenham por objeto a concessão de financiamentos a microempreendedores; c) sociedades civis sob a forma de sociedade simples de interesse público (Lei n° 9.790, de 23/03/99) registradas no Ministério da Justiça, que se dediquem a sistemas alternativos de créditos (cooperativas de créditos); JUROS COMPENSATÓRIOS: constituem o proveito tirado do capital emprestado, sendo compensatório quando representarem a renda ou o fruto do dinheiro mutuado, compensando o Mutuante pela indisponibilidade do dinheiro. JUROS MORATÓRIOS: se forem pagos a título de indenização pelo atraso verificado no adimplemento do contrato. Comissões de permanência (Súmula 596, STF) é permitida às instituições financeiras cobrar, porém não se pode cumular com correção monetária, segundo entendimento jurisprudencial (Súmula 472, STJ). 3) FORMA: A forma é livre, visto que a lei não exige modo especial para sua celebração. Todavia se for ONEROSO (art. 591 CCB) deverá ser expressamente convencionado e por uma questão de prova deve ser escrito. Pode ser provado exclusivamente por testemunhas se feito verbalmente. O mútuo se pode provar por títulos de crédito (Notas Promissórias, Confissões de Dívida e Recibo), uma vez que os tribunais têm entendido que o cheque também poderá servir de comprovação de mútuo, porém não é prova cabal e definitiva. (títulos de crédito são atos unilaterais, enquanto o mútuo oneroso é contrato bilateral). EFEITOS JURÍDICOS: A - Gera obrigações ao Mutuário, como: 1) restituir o que recebeu em coisa da mesma espécie, quantidade e qualidade, dentro de um prazo estipulado, ou o equivalente em pecúnia na impossibilidade de devolução; 2) pagar juros se for mútuo feneratício ou oneroso. B – Confere direitos ao Mutuante: 1) exigir garantia da restituição (Ex. hipoteca), se o mutuário vier a sofrer, antes do vencimento do prazo notória mudança no seu patrimônio (Art. 590 CCB) . 2) reclamar a restituição da coisa equivalente, uma vez vencido o prazo ajustado. Se não tiver fixação de prazo a devolução pode ocorrer a qualquer tempo (art. 592, III), desde que notifique o mutuário fixando prazo razoável para pagamento do débito (exceções: art. 592, I e II CCB); 3) demandar a resolução do contrato se o mutuário deixar de pagar juros no mútuo oneroso ou feneratício. C – Deveres do Mutuante: 1) entregar a coisa objeto do mútuo; 2) abster-se de interferir no uso (consumo) da coisa durante toda a vigência do contrato, não exigindo a devolução antes do prazo convencionado, exceto no caso de rescisão contratual motivada (infração contratual). Obs: há mútuos com finalidade específica, onde o uso é previamente convencionado e deverá ser respeitado pelo mutuante (ex. empréstimopara casa própria). EXTINÇÃO DO MÚTUO: 1) pelo vencimento do prazo convencionado; 2) hipóteses do art. 592 do CCB; 3) resolução por inadimplemento das obrigações contratuais; 4) pelo distrato. 5) pela resilição unilateral por parte do devedor, visto que se presume que o prazo foi concedido em seu favor, salvo se contrário resultar do contrato ou da lei (Art. . 133 CCB); 6) efetivação de algum modo terminativo previsto no próprio contrato, em uma de suas cláusulas. Caderno: Civil V Criada em: 11/05/2020 15:30 Atualizada … 27/06/2020 12:31 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Art. 593 a 609, CC �Art. 593, CC: “A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas* ou a lei especial, regerse-á pelas disposições deste Capítulo.” �CC: tem aplicação mais ao prestador de serviços de menor porte *Art. 3º, CLT: pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade Jurisprudência – Prestação Serviços CDC APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. ENERGIA ELÉTRICA. OSCILAÇÃO DE TENSÃO. QUEIMA DE APARELHO ELETROELETRÔNICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE NÃO DEMONSTRADA. DANO MATERIAL COMPROVADO. A parte demandada, na qualidade de concessionária de energia, é prestadora de serviço público, respondendo objetivamente pelos danos causados em decorrência de defeito na prestação dos serviços prestados, na forma do artigo 37, § 6º, da CF/88 e do art. 14, caput, do CDC. Uma vez comprovado o prejuízo e o nexo de causalidade, resulta o dever de indenizar, exceto se demonstrada alguma excludente de responsabilidade, como o caso fortuito, a força maior ou, ainda, a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (art. 14, § 3º, do CDC), o que não se verifica. No caso, restou demonstrado que o aparelho que guarnecia a propriedade da autora teve como causa da queima as quedas e/ou variações de energia elétrica, não tendo a parte demandada, por seu turno, se desincumbido do ônus de produzir prova no sentido contrário. [...]. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.(Apelação Cível, Nº 70081942120, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em: 02-09-2019). [grifou-se]. Prestação de serviço no CC APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA. RELAÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEL PARA LOCAÇÃO. I. A administradora imobiliária que aceita o mandato para administrar as locações do bem, assume todos os deveres inerentes ao mandatário a quem incumbe agir com zelo e diligência para o bom desempenho do mandato. II. Tendo em vista a prova de máadministração do bem imóvel, a ré deve ser responsabilizada pela desídia na prestação de serviços, com base no art. 667 do Código Civil. III. Devida a condenação da ré ao ressarcimento dos valores pagos pelo autor à título de IPTU, porém, apenas do período em que vigente o contrato locatício que administrou. IV. Sucumbência redimensionada. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº 70082338559, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ergio Roque Menine, Julgado em: 29-082019). [grifou-se]. � OBJETO: Art. 594, CC: “Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição.” CLASSIFICAÇÃO: - Bilateral - Oneroso (arts. 594, 597 e 606, CC) - Consensual - Não solene (art. 595, CC) - De execução instantânea, diferida ou trato sucessivo - Intuitu personae (art. 605, CC) – Terceirização só quando autorizado DURAÇÃO do contrato: • Limitação legal: 4 anos (art. 598, CC) • Possibilidade de novo contrato após 4 anos??? • RESOLUÇÃO ANTECIPADA: • Contrato SEM PRAZO DETERMINADO: notificação de qualquer uma das partes nos termos legais (art. 599, CC) • Contrato POR TEMPO CERTO OU OBRA DETERMINADA: Arts. 602 e 603, CC EXTINÇÃO: art. 607, CC • Morte; • Escoamento do prazo; • Conclusão da obra; • Rescisão do contrato mediante notificação prévia; • Inadimplemento; • Impossibilidade de continuação. Caderno: Civil V Criada em: 11/05/2020 15:34 Atualizada … 27/06/2020 12:31 Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com CONTRATO DE EMPREITADA CONTRATO DE EMPREITADA Art. 610 a 626, CC/02 PARTES Empreiteiro/Empreiteira Dono da obra (ou comitente ou Empreitante) O dono da obra, a depender do contrato, pode ser outras figuras também… CONCEITO •EXECUÇÃO DE OBRA, total ou parcial, pessoalmente ou por meio de terceiro* •SEM subordinação •COM remuneração *Art. 626, CC DISTINÇÕES PERTINENTES Prestação (ou locação) de serviços Empreitada Quanto ao objeto Atividade física ouintelectual Execução de obra Quanto ao tempo $ pelo tempo $ pelo resultado Quanto aos riscos Tomador do serviço Empreiteiro NATUREZAJURÍDICA •Bilateral •Oneroso •Consensual •Comutativo •Execução sucessiva ou continuada •Indivisível- Exceção: art.614,CC Contrato de Empreitada Diploma Legal: Código Civil Brasileiro – Art. 610 a Art. 626 Nomenclatura: Empreiteiro = quem executa a obra; Dono da Obra Comitente = quem contrata a execução de uma obra Conceito: é contrato pelo qual o empreiteiro se obriga a realizar, pessoalmente ou por meio de terceiros, certa obra para o dono da obra, sem que exista subordinação ou dependência entre eles, em troca de determinada remuneração. Distinção da Locação de Serviços: São dois os traços básicos distintivos entre o contrato de locação de serviços e o contrato de empreitada, a saber: a) Na locação de serviços o objeto da contratação é a atividade do locador, que poderá ser um esforço físico ou mental, sob a orientação do locatário, sendo a remuneração proporcional ao tempo de trabalho despendido, independentemente do resultado. Já na empreitada o objeto da contratação é a obra e não o esforço ou atividade do empreiteiro, portanto, interessa o resultado final (execução da obra). A remuneração independe do tempo de realização do trabalho e só será devida se alcançado o resultado – entrega da obra. b) Outro elemento diferenciador, diz respeito aos riscos e à relação de subordinação entre as partes. Na locação de serviços o patrão assume os riscos do negócio e o empregado está diretamente subordinado a ele. Enquanto que na empreitada o empreiteiro assume os riscos da produção, como um empresário, e não está subordinado ao dono da obra. Natureza Jurídica do Contrato: 1) Bilateral ou Sinalagmático: porque cria para ambas as partes obrigações recíprocas (empreiteiro = entregar a obra; dono da obra = pagar o preço); 2) Comutativo: porque as obrigações são de plano conhecidas dos contratantes no momento da conclusão da avença, sendo que cada parte assume obrigações equivalentes; 3) Oneroso: porque cada parte transfere a outra, certos direitos ou vantagens, mediante contraprestação; 4) Consensual: porque o contrato se aperfeiçoa a partir do simples consentimento das partes, não exige uma forma especial, podendo a vontade de contratar ser externada oralmente ou por escrito. Obs: O contrato poderá ser provado por prova testemunhal qualquer que seja o seu valor pelo CPC de 2015. Como ressalta SILVIO DE SALVO VENOSA, “não existe forma prescrita em lei para o contrato de empreitada, sendo portanto negócio não solene. As contratações mais singelas geralmente se aperfeiçoam sem maiores formalidades, inclusive verbalmente, como, por exemplo, a confecção de uma roupa por um alfaiate. Apenas se exige escrito na lei nas hipóteses de aumento ou de alteração da obra encomendada (art. 619; antigo art. 1.246).” 5) Indivisível: em regra, o contrato deve prever a execução completa da obra, e não sua exeqüibilidade fracionada. Não é regra absoluta, pois a obra pode ser executada em partes e a empreitada ser contratada por etapas. “Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada.”CCB 6) Execução sucessiva ou continuada: resulta de uma série de atos para que seja atingido o resultado, em um determinado espaço de tempo. Modalidades de Empreitada: “Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais. § 1° - A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes; § 2° - O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.” A ART – Anotação de Responsabilidade Técnica que o CREA exige do profissional responsável pela obra é recolhida conforme a participação deste na obra, p. exemplo, projeto, execução, fiscalização ou administração. SÍLVIO RODRIGUES apresenta apenas duas modalidades de empreitada: a) Empreitada de Lavor = quando o empreiteiro contribui apenas com a mãode-obra; b) Empreitada Mista = quando o empreiteiro contribui com a mão-de-obra e fornece os materiais. MARIA HELENA DINIZ, apresenta uma classificação conforme dois critérios, entre os quais estariam as modalidades de empreitada, a saber: 1º Critério: Quanto ao modo de fixação do preço ou da remuneração: a) Empreitada a preço fixo, se a retribuição for estipulada para a obra inteira, sem considerar o fracionamento da atividade. O preço é fixado desde logo, em quantia certa e invariável. Subdivide, ainda, em Absoluta ou Relativa, conforme possa ser ou não alterado o preço. “Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra. Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.” CCB b) Empreitada por medida ou “ad mensuram”, se na fixação do preço se atender ao fracionamento da obra, considerando-se as partes em que ela se divide ou a medida. Ex.: asfaltamento, construção de termoelétrica, obra de terraplanagem. “Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada. § 1º - Tudo o que se pagou presume-se verificado; § 2º - O que se mediu presume-se verificado se, em 30 (trinta) dias, a contar da medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido da sua fiscalização.” CCB c) Empreitada de valor reajustável, se contiver cláusula que permita a variação do preço em conseqüência de aumento ou diminuição do valor da mão-de-obra ou de materiais. Utilizada em épocas de instabilidade econômica e para evitar o superfaturamento de obras como forma de garantir o empreiteiro pela desvalorização monetária. d) Empreitada por preço máximo, se for estabelecido um valor máximo que não poderá ser ultrapassado pelo empreiteiro. e) Empreitada a preço de custo, se o empreiteiro se obrigar a realizar o trabalho, ficando sob sua responsabilidade o fornecimento do material e o pagamento da mão- de-obra, mediante o reembolso do valor despendido, acrescido do lucro assegurado. (percentual de administração). 2º Critério: Quanto à execução do trabalho pelo empreiteiro, podendo ser: a) Empreitada de Lavor: se o empreiteiro assumir apenas a obrigação de fornecimento de mão-de-obra necessária à execução da obra; b) Empreitada de materiais ou mista, se o empreiteiro ao assumir a obrigação de realizar a obra, entrar com o fornecimento de materiais necessários à execução e com a mão-de-obra. “Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais. § 1° - A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes;” CCB Direitos e Deveres do Empreiteiro: 1) Direitos do Empreiteiro: a) receber o preço ajustado, podendo promover ação de cobrança. (Preço da Obra + Extras solicitados). Prazo de Prescrição para Cobrar: 10 anos (art. 205, CCB). “Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra. Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.” CCB SÍLVIO DE SALVO VENOSA, ressalta que “são muitas as dificuldades enfrentadas numa construção civil. Com muita freqüência, há necessidade de se afastar do projeto original e do memorial descritivo por motivos os mais variados: escassez de material adequado para utilização; exigência do Poder Público para concessão do ‘habite-se’; razões de segurança imprevisíveis de início etc. A regra geral, para toda alteração no preço, é a exigência de documento escrito autorizador pelo dono da obra, inclusive dentro do sistema do Código antigo. No entanto, sabiamente o atual diploma admite a cobrança pelo empreiteiro de acréscimo no preço quando a alteração da obra ocorreu com o conhecimento tácito ou implícito do encomendante: se sempre esteve presente à obra, por continuadas visitas e não podia ignorar o que se passava e nunca protestou.” b) exigir do dono da obra que a aceite, uma vez concluída nos termos contratados. “Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou com o costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalho de tal natureza.” CCB c) requerer a medição das partes já concluídas, quando se tratar de obra por etapas, presumindo-se a seu favor a verificação de tudo o que foi pago. “Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada. § 1º - Tudo o que se pagou presume-se verificado; § 2º - O que se mediu presume-se verificado se, em 30 (trinta) dias, a contar da medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido da sua fiscalização.” CCB d) reter a obra recusando a entregá-la até que o dono da obra satisfaça a sua obrigação. “Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.” CCB “Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.” CCB e) constituir o dono da obra em mora, consignando judicialmente a obra; f) ceder o contrato de empreitada, desde que não seja “intuito personae”, dando origem a subempreitada, parcial ou total, que se dará quando o empreiteiro contratar sob sua responsabilidade, com outra pessoa, no todo ou em parte, a execução da obra, mediante anuência do dono da obra. Permanece o empreiteiro responsável pela execução da obra. g) suspender a obra ou rescindir o contrato. Trata-se de rescisão por justa causa do contrato por parte do empreiteiro. “Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra: I – por culpa do dono, ou
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