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Civil V - Materia do Semestre

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Caderno: Civil V
Criada em: 06/03/2020 16:52 Atualizada … 06/03/2020 17:05
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
AULA 1 - 04/03/20
CONTRATOS EM ESPÉCIE
E-mail: liane.tabarelli@pucrs.br
P1 - 29/04 - MISTA
P2 - 01/07 - MISTA
PE - 06/07 - DISSERTATIVA
G2 - 13/07 - OBJETIVA
Não é cumulativa.
Provas valem 9 pontos.
Consulta ao Código Civil.
Haverá elaboração de 2 minutas.
Escritores: Rizzardo, Peluzo e Sanseverino.
Código Civil/02
Lei 10.406/2002 - Ciclo da existência humana
Parte Geral 
Livro I - Pessoas
Livro II - Bens
Livro III - Fatos Jurídicos
Parte Especial
Livro I - Obrigações + Contratos
Livro II - Empresa
Livro III - Coisas/Reais
Livro IV - Família
Livro V - Sucessões
Art. 538 a Art. 853
Exercício da cidadania.
Avaliação 1 e 2 = entrega 29/04 - vale 1
Avaliação 3 e 4 = entrega 01/07 - vale 1
mailto:liane.tabarelli@pucrs.br
Caderno: Civil V
Criada em: 09/03/2020 09:41 Atualizada … 27/06/2020 12:32
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
AULA 2 - Doação - 09/03/20
DOAÇÃO
Esta disciplinado a partir do art. 538 do CC.
Ex.: doação de bens para os filhos
Doador -> Donatário
Elementos dos contratos - Doação
Partes Doador e donatário
Objeto Bens ou vantagens
Forma Escrita (regra geral)
No mínimo 2 partes.
Doador - é aquele que se desfaz de algo do seu patrimônio. Ou seja, realiza a
transferência patrimonial (móveis ou imóveis) e/ou vantagens (ex.: cheque pré datado,
ações da bolsa de valores)
Donatário - beneficiário. 
Liberalidade -> espontânea, livre -> Se não for poderá ser revogado ou anulado.
Doação - Elementos
 Subjetivo: Doador -> "Animus Donandi" - vontade livre - ato espontâneo
 Objetivo: bens ou vantagens -> Transferência patrimonial
*A doação é contrato, em regra, gratuito, unilateral, consensual e formal. - Resposta -
Em regra geral, o contrato de doação é Unilateral, Gratuito, Consensual e Formal.
Bilateral (deveres recíprocos) ≠ Unilateral (dever só para 1 dos contratantes)
Oneroso (sacrifício no patrimonial para ambos os contratantes) ≠ Gratuito (sacrifício no bolso só
para 1 dos contratantes)
Real (a partir da entrega da "res" negociada) ≠ Consensual (a partir do consenso/acordo -
assinatura) - A partir de que momento o contrato é considerado existente, valido e capaz de
produzir efeitos
Informal (= não solene) ≠ Formal (= solene - escrito)
Doação mais comum: doação pura e simples (= típica) não solicita nada em troca. -
Contrato unilateral: Doador -------------> Donatário
 DEVER
Doação menos comum: Doação com encargo (doação onerosa ou doação com ônus ou
doação gravada ou doação modal) - há um dever/uma tarefa - Contrato bilateral -
Admite revogação pelo descumprimento do encargo.
Doador <----------------> Donatário
 DEVER
Forma dos Contratos (como eles são celebrados) - Livre
Verbal
Símbolos
Escrita *
 - Instrumento Público de doação - Será realizado por tabelião (agente
público), são as chamadas escrituras públicas. 
 - Instrumento Particular de doação - Será realizado por pessoas particulares
(partes e/ou advogados)
Toda vez que for doação de imóvel acima de 30x o salario mínimo do Brasil (30 mil)
deverá ser feito por escrituras públicas.
Reconhecimento de Firma (Assinatura) em contrato
Por semelhança - Conferencia da assinatura.
Por autenticidade - Na frente do tabelião.
Art. 541, caput - doação sempre por forma escrita - solene
Exceção: Art. 541, parag. único - objeto de pequeno valor econômico não precisa ser
escrito, basta só entregar. Pode-se ser verbalmente mas exige a tradição dos bens
doados.
Caderno: Civil V
Criada em: 09/03/2020 19:44 Atualizada … 23/03/2020 19:08
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
AULA 3 - Cont. da doação - 11/03/20
Continuação da aula sobre Doação.
*A doação é um contrato que automaticamente transfere a propriedade do bem doado.
Resposta: Errado.
A propriedade do bem doado somente se transmite pela tradição, se bem móvel ou
pelo Registro Imobiliário, se imóvel.
O contrato é apenas a causa da transferência.
Propriedade
Bem Imóvel ->1245, CC -> "Quem não registra não é dono" -> registrar o
contrato -> Cartório de registros de imóveis
Bem Móvel -> 1267, CC -> Tradição (entrega) da coisa
*A aceitação é indispensável para o aperfeiçoamento (formação) da doação e sempre
deve ser expressa. Resposta: Errado
Contrato= Proposta + Aceitação
Embora a aceitação seja indispensável para o aperfeiçoamento da doação, pode ser
expressa, tácita ou presumida (ou ficta).
Expressa - no próprio Contrato - assinatura no contrato
Tácita - comportamento do donatário - retirar o bem, regularização, pagamento
do ITCD ("causa mortis", Contribuinte doador)
Presumida - pela lei - Art. 539 (prazo para aceitação) e Art. 546 (casamento
futuro)
 - Divorcio - presume a lei que
eu aceite.
*O silêncio atua como manifestação da vontade (aceitação). Resposta: Certo, desde
que a doação seja pura.
*Mesmo sendo donatário absolutamente incapaz não se dispensa a aceitação, tendo em
vista ser a doação um contrato formal. Resposta: Errada
Sujeito ativo da doação -> Doador
Sujeito passivo da doação -> Donatário
Art. 543 - Se o donatário for absolutamente incapaz dispensa-se a aceitação, desde que
se trata de doação pura.
*Doador informa ao seu advogado que deseja doador um imóvel ao seu neto
absolutamente incapaz. Diz que seus pais não podem comparecer representando-o
como donatário. É possível a lavratura da escritura pública somente com a presença do
doador? Resposta: Certo - Doação Pura a absolutamente incapaz - art. 543
*Não há restrição à doação de ascendentes para descendente, pelo que não se necessita
da anuência dos demais descendentes ou do cônjuge. Resposta: Certo
Para compra e venda necessita da concordância dos demais descendentes ou do
cônjuge.
Art. 544 - A doação de ascendente a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa
adiantamento do que lhes cabe por herança.
Instituto da colação - aviso - alegar que já recebeu o adiantamento - deverá ser
corregido monetariamente (dinheiro)
Ex.: 2020 - patrimônio 900mil
 Doação para um dos três filho no valor de 300mil
 2040 - falecimento da doadora - patrimônio 600mil
 Logo o filho que já recebeu o adiantamento deverá apresentar a colação, então
nesse caso apenas os outros dois filhos irão receber. 900 -600 = 300
2020 - 900mil
 Doação 100 mil para um filho de três.
2040 - falecimento - 500mil + 100 = 600
 1 filho recebe 100
2 filho recebe 200
3 filho recebe 200
2020 - 900 mil
 Doação 300mil para um filho de três
2040 - falecimento - 300mil + 300 = 600
1 filho recebe 200
2 filho recebe 100 + 100 do irmão 
3 filho recebe nada, deverá passar o valor para os irmão, visto que já recebeu.
Caderno: Civil V
Criada em: 23/03/2020 19:15 Atualizada … 23/03/2020 20:08
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
URL: https://moodle.pucrs.br/course/view.php?id=63926
AULA 5 - Cont. da Doação - 18/03/20
1) Em forma de subvenção periódica (art. 545) - em vezes de ser entregue em um único
momento, será entregue periodicamente (ex.: mês a mês), termina na morte do doador. 
2) Em comum a mais de uma pessoa (conjuntiva) (art. 551) - em conjunto a mais de uma
pessoas. Precisa ser feito expressamente (ex.: doar a quantia de 900 mil. E eu quero que
apenas uma das três pessoas receba 600 mil).
3) Inoficiosa (art. 549) - o doador tendo pessoas por lei herdeiros necessário, acaba
disponibilizando apenas 50% do seu patrimônio, ou seja pode doar apenas 50% de seus
bens, só a parte excedente ser nula..
4) Com cláusula de retorno ou reversão (art. 547) - Caso o donatário morra antes, será
retornado para o doador o bem doado, mas deverá ter essa clausula no contrato, caso não
tenha será incluído no inventario do donatário.
5) Feita a entidade futura (art. 554) - Caduca-se em 2 anos, caso a entidade não esteja
pronta.
6) Doaçãouniversal (art. 548, CC) - Trata-se de uma modalidade nula. Vedada. Não pode
alguém se desfazer de todo o seu bem.
Revogação do Contrato de doação. 
Art. 555, CC - 2 causas: 1. Descumprimento do encargo (Art. 562, CC); 2. Ingratidão do
donatário 
-Não existem motivos, outros, que autorizem que uma doação seja revogada. Que não os
motivos expressamente em leis, sendo o fato e que por leio o donatário seja ingrato.
Descumprimento do encargo - prazo -> atraso -> mora (tem que estar expresso no
contrato o prazo, ou seja judicialmente notificado do prazo)
Ingratidão do donatário - Expressamente no art. 557. - Causas praticadas pelo
donatário 
Art. 556, CC - renúncia antecipada? - veda, por parte do doador, evitar que os donatário se
valha de sua torpezas.
Art. 557, CC - rol taxativo - Matou/tentar matar, ofensa física, injuria/calunia/difamação e
recusar alimentos (no momento de vulnerabilidade do doador).
Art. 558, CC - outras vítimas - doador pode ser vitima dos atos do art. 555, bem como
podendo ser conjugues, ascendentes, descendentes, ou irmão do doador.
Art. 559, CC - direito personalíssimo + prazo ação revocatória - Prazo de 01 ano, a contar do
dia que soube o fato, que soube dos fatos praticados pelo donatário.
Art. 560, CC - prosseguimento pelos herdeiros da ação ajuizada pelo doador - Direito
personalíssimo do doador (animus donanti), por lei só poderá o doador solicitar a revogação.
Tentativa de homicídio, e caso o doador venha falecer poderá os herdeiros. 
Art. 563, CC - direitos de terceiros - caso eu seja o donatário e vendi o bem que foi doado para
mim, e doador solicita revogação, a compradora do bem não tem nada a haver com a relação,
sendo assim deverei ressarcir com o valor do bem. 
Art. 564, CC - doação não sujeitas à revogação - 
Caderno: Civil V
Criada em: 23/03/2020 20:10 Atualizada … 23/03/2020 20:55
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
AULA 6 - Locação Urbana - 23/03/20
Contrato de arrendamento (paga imóvel alheio para explorar - agropecuária, pecuária
ou extrativa - Estatuto da terra - 4504/64 - Decreto 59.566) x contrato de locação
(residencial ou comercial) - 
Distinção: Critério da destinação do imóvel (pouco importa aonde é, se situa
geograficamente na área rural ou urbana)
Locação: residencial ou não residencial
LOCAÇÃO URBANA
Diploma Legal: Lei n° 8.245, de 18/10/1991 (Lei do inquilinato - LI ou Lei das
locações)
Código Civil Brasileiro – Art. 565 a Art. 578 – Locação de Coisas
Conceito Legal: “Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à
outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante
certa retribuição.”
Na locação de coisas, que pode ter por objeto bens móveis e imóveis, as disposições
gerais do Código Civil aplicam-se principalmente ao tocante à locação de móveis e
subsidiariamente, quando não houver disposição específica em contrário, às locações
imobiliárias. Alugam-se veículos, animais de carga ou montaria, máquinas e
vestimentas, como alugam-se lotes, lojas, residências e apartamentos. Não se alugam
energia elétrica, gás, calor ou semelhantes, por que seu uso os consome.
Nomenclatura:
 Locador: aquele que cede ou dá uma coisa em locação;
 Locatário: aquele que recebe uma coisa em locação.
Características: 
1) Cessão temporária do uso e gozo da coisa, não há transferência da propriedade; 
2) Cessão remunerada através de um aluguel ou locativo;
3) Contratualidade – tem natureza contratual, consistindo em: 
 a) Contrato Bilateral (locador e locatário se obrigam reciprocamente)*;
 b) Contrato Oneroso: há vantagem para ambas as partes (pagamento de
aluguel e uso para o outro); 
 c) Contrato Comutativo: as vantagens mútuas são equivalentes e conhecidas
na celebração do contrato*; 
 d) Contrato Consensual: se perfectibiliza com a manifestação da vontade das
partes, não necessitando a entrega da coisa e salvo algumas exceções não exigem
formalidades;
 e) Contrato de Execução Continuada: as obrigações se renovam no decorrer
do prazo contratado.
 Ex.: o pagamento do aluguel. 
 * É aplicável o princípio da exceção do contrato não cumprido (art. 476 e
477, CCB/02).
4) Presença das Partes Intervenientes – LOCADOR de um lado e o LOCATÁRIO de
outro;
Distinções com outros contratos (Sílvio de Salvo Venosa): 
A locação distingue-se da compra e venda, embora na origem romana tenha havido
confusão, porque nesta há obrigação de transferir o domínio; na locação, cede-se o uso
com obrigação de restituição. Distingue-se, também, do depósito, embora neste possa
haver autorização de uso da coisa, porque depósito é contrato real, enquanto a locação
é consensual; nesta a remuneração é essencial, podendo o depósito ser gratuito. Com
empréstimo, a locação também apresenta afinidade, porque ambos os negócios
implicam utilização da coisa alheia. No comodato, porém, empréstimo destinado às
coisas não fungíveis, a gratuidade é essencial, enquanto a onerosidade é essencial na
locação. Mútuo é empréstimo de coisas fungíveis, implicando a transferência da
propriedade. Na enfiteuse, também existe cessão onerosa de uso, mas esta é instituto
dos direitos reais e implica cessão temporária. O mesmo se pode dizer com relação ao
direito de superfície, instituto de direito real, reintegrado ao ordenamento positivo pelo
presente Código (arts. 1.369 a 1.377).
Elementos Essenciais: 
1) CONSENTIMENTO VÁLIDO – a manifestação recíproca de vontade em se
obrigar um em relação ao outro em determinada prestação. (A – paga o aluguel ao
outro; B – entrega a coisa à locação ao outro) 
 O Consentimento não pode ser viciado (ERRO, DOLO, LESÃO, ESTADO DE
PERIGO, COAÇÃO, SIMULAÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES) como
também deve ser INEQUÍVOCO, não se exige forma escrita para que seja expresso.
Pode ser indireto o consentimento ou tácito desde que pague o aluguel e outro permita
o uso e gozo do bem.
 2) CAPACIDADE DOS CONTRATANTES – exige-se que os contratantes tenham
consciência de seu ato e o pratique livre e espontaneamente.
 O contrato de locação envolve somente atos de administração, pois não transfere
o domínio, apenas o uso e gozo sobre a coisa, pelo que não é tão rigoroso quando a
capacidade das partes. P. ex. a pessoa casada não precisa do consentimento do outro
para locar. EXCEÇÃO: art. 3º Lei no. 8.245/91 – locação predial urbana por prazo
igual ou superior a dez anos).
 Qualquer um dos consortes poderá contratar como locatário e o outro terá direito
de continuar a locação após a sua morte, diante da presunção de que a locação foi feita
em nome da família. 
3) CESSÃO DE POSSE DO OBJETO LOCADO: o objeto deverá ser:
 a) Infungível – ao final da locação o locatário deverá devolver a coisa sem
diminuição de sua substância, ou seja, deverá devolver em mesmo estado que foi
locada. 
 LOCAÇÃO IMÓVEIS COMERCIAIS – Lei n° 8.245/91 – art. 51 a art.
57 e art. 71 a art. 75.
 Direito à renovação compulsória: 
 - contrato a renovar for escrito e com prazo determinado;
 - o prazo mínimo da locação do contrato a renovar for de 5 (cinco)
anos;
 - o locatário estiver em exploração de seu negócio, mesmo ramo,
pelo prazo ininterrupto de 3 (três) anos consecutivos.
 
 Direito à renovação deverá ser exercido dentro do prazo decadencial – de
um ano até os seis meses precedentes da data do término do contrato a prorrogar.
 
 Hipóteses de recusa à renovação (Lei n° 8.245/91 - art. 52): 
 - realização de obras por determinação do Poder Público;
 - para fazer modificações que aumente o valor do negócio ou da
propriedade; 
 - para uso próprio; 
 - para transferência de fundo de comércio existente hámais de um
ano, sendo o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendentes detentor da maioria do
capital; 
 LOCAÇÃO IMÓVEIS RESIDENCIAIS – Lei n° 8.245/91 – art. 17, art. 18
e art. 85.
 b) Inconsumível – a coisa não pode ser consumível, pois do contrário impediria a
sua restituição pelo locatário;
 c) Suscetível de gozo – tanto material ou jurídico, ou seja, deverá ser lícito e
possível o objeto da locação, sob pena de nulidade do contrato; 
 d) Determinado ou determinável – o objeto deve ser identificável; 
 e) Dado por quem de direito possa – ou o proprietário, ou mandatário, etc. 
 f) Alienável ou inalienável – não precisa o bem estar no comércio, pois não
implica ato de disposição do bem.
 LOCAÇÃO PARA TEMPORADA – Lei n° 8.245/91 – art. 48.
 “Art. 48. Considera-se locação para temporada aquela destinada à
residência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cursos,
tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos que decorram tão-
somente de determinado tempo, e contratada por prazo não superior a 90 (noventa)
dias, esteja ou não mobiliado o imóvel.”
 a) quando imóvel for mobiliado a descrição dos móveis deverá
constar obrigatoriamente no contrato; 
 b) o aluguel poderá ser pago de uma só vez e antecipadamente; 
 c) o locador poderá exigir qualquer das garantias previstas no artigo
37, da Lei n° 8.245/91; 
 d) a permanência do locatário por mais de 30 (trinta) dias após o
término do prazo resulta em prorrogação da locação por prazo indeterminado, não
mais podendo ser exigível o aluguel e encargos de forma antecipada; 
 e) sendo prorrogada a locação inicialmente para temporada por prazo
indeterminado, o locador somente poderá denunciar o contrato após 30 (trinta) meses
de seu início ou nas hipóteses do art. 47.
4) REMUNERAÇÃO – o aluguel que o locatário paga periodicamente ao locador.
 O aluguel deverá ser certo e determinado ou determinável. Normalmente em dinheiro
ou em percentual da arrecadação obtida com uso do bem dado em locação. Ex.:
Cinema paga “x” da arrecadação da bilheteria. 
Ver artigos 17, 18 e 19, Lei n° 8.245/91 (valor, reajuste, revisão)
5) LAPSO DE TEMPO DETERMINADO OU NÃO – a locação poderá ser por prazo
determinado ou indeterminado, mas nunca perpetuamente. É um contrato temporário.
Não há limite de prazo. Exceto prédios da união que não poderão ser locados por mais
de 10 anos. Dec-Lei n° 9.760/46 – art. 96, parágrafo único. 
 O contrato de locação predial urbana poderá ser estipulado por qualquer prazo, mas
se for igual ou superior a dez (10) anos dependerá da vênia conjugal (art. 3º da Lei n°
8.245/91).
 Havendo prazo convencionado o locador não poderá exigir a retomada do prédio
antes do vencimento do prazo, nem o locatário poderá devolver ao locador senão
pagando multa (art 4º Lei n° 8.245/91). 
 O contrato de locação residencial por tempo determinado por prazo igual ou
superior a 30 (trinta) meses, cessará de pleno direito, findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso. Se o locador não promover a retomada, a
locação se prorrogará por prazo indeterminado. (art. 46 parágrafos 1º e 2º , Lei n°
8.245/91).
 - DENÚNCIA VAZIA (prazo de 30 meses) – Art. 46 d Lei n° 8.245/91; 
 - DENÚNCIA CHEIA (prazo inferior a 30 meses e prazo indeterminado) – Art
47, I a V, Lei n° 8.245/91
 Se por prazo indeterminado, o LOCATÁRIO pode devolver mediante aviso prévio
ao LOCADOR com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. 
 COISA VENDIDA DURANTE A LOCAÇÃO, na locação residencial, o adquirente
poderá pedir a retomada nos termos do art. 8º da Lei n° 8.245/91, ou seja, mediante
denúncia cheia ou motivada, exceto se a locação for por tempo determinado e o
contrato contiver cláusula de vigência no caso de alienação e estiver registrado no
Registro de Imóveis, hipóteses em que o adquirente deverá respeitá-lo. 
 O meio de reaver a coisa é através da Ação de Despejo – art. 59 – Lei n° 8.245/91. 
 MORTE DO LOCADOR – transfere-se aos herdeiros a locação (art. 10 – Lei n°
8.245/91) 
 EXTINÇÃO DO CONCUBINATO, CASAMENTO – a locação continua com o
cônjuge que continuar a residir no imóvel. (art 12 – Lei n° 8.245/91)
6) FORMA LIVRE – a lei não exige uma forma especial ao contrato. Não é necessário
ser escrito, a não ser em casos em a lei exigir a forma escrita. Por exemplo: art. 13 e
art. 51, I e II da Lei n° 8.245/91.
Direitos e Deveres do Locador:
A) Direitos: 
1) Receber o pagamento do aluguel (art. 565, CCB) 
 *penhor legal de bens que guarnecem o imóvel – art. 1.467, II, CCB) 
 *prescrição – art. 206, parágrafo 3º , I, CCB – 3 anos. 
2) Cobrar antecipadamente o aluguel quando a locação não seja garantida por caução
real ou fidejussória e seja por temporada (Lei n° 8.245/91, art. 20, 42 e 49) 
 *Art. 43 Lei n° 8.245/91 – contravenção penal. 
3) Exigir garantias do Locatário, sendo apenas uma das seguintes: caução; fiança;
seguro fiança; (art. 37, I, II, III, Lei n° 8.245/91)
4) Mover Ação de Despejo (Lei n° 8.245/91, art. 59 a 66) 
5) Reaver o imóvel após o término do prazo da locação ou ressarcindo o locatário das
perdas e danos (art . 571, parágrafo único, CCB) 
6) Autorizar, por escrito, a cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel
(art. 13 da Lei n° 8.245/91) 
7) Pedir a revisão judicial do aluguel após 3 (três) anos. (art. 19, Lei n° 8.245/91) 
8) Ser comunicado da sub-rogação na locação (divórcio, separação), poderá exigir
novas garantias em substituição as anteriores (art. 12, parágrafo único – Lei n°
8.245/91)
B) Deveres:
1) Entregar ao Locatário o imóvel locado em estado de servir ao uso a que se destina;
2) Manter o bem nesse estado pelo tempo do contrato (art. 22, III, Lei n° 8.245/91, art.
566, do CCB); 
3) Responder pelos defeitos ou vícios ocultos do imóvel locado (art. 22, IV, Lei n°
8.245/91, art. 568, do CCB); 
4) Garantir o uso pacífico da coisa locada (art. 566, CCB); 
5) Pagar impostos, prêmio de seguro contra incêndio; taxa de administração
imobiliária e despesas extraordinárias; 
6) Fornecer recibo de aluguel e encargos; 
7) Indenizar benfeitorias úteis ou necessárias (art. 1.219, CCB); 
8) Dar preferência ao locatário ou sublocatário para adquirir o imóvel (art. 27 a art. 34,
Lei n° 8.245/91); 
9) Não exigir quantia além do aluguel ou encargos permitidos.
Direitos e Deveres do Locatário:
A) Direitos: 
1) Exigir a entrega do bem, recibo de pagamento de manutenção de seu estado,
garantia de uso pacífico; 
2) Pedir do locador a relação do estado (VISTORIA) do imóvel no momento da
locação. (art. 22, V, Lei n° 8.245/91); 
3) Reter o imóvel enquanto não for ressarcido quando o imóvel foi requerido antes do
vencimento da locação (art. 571, parágrafo único, CCB) e de benfeitorias necessárias
ou úteis com consentimento por escrito do locador (art. 35, Lei n° 8.245/91); 
4) Ter preferência para aquisição do imóvel (art. 27 a art. 34, Lei n° 8.245/91); 
5) Purgar a mora para evitar a rescisão da locação; 
6) Ser despejado mediante denúncia vazia ou cheia; 
7) Sublocar, ceder ou emprestar o bem com consentimento prévio e expresso do
locador; 
8) Alegar impenhorabilidade dos bens móveis que guarnecem o imóvel (Lei n°
8.009/90, art. 2º , parágrafo único).
B) Deveres: 
1) Servir da coisa para o uso convencionado (art. 569,I, CCB; art. 23, II, Lei n°
8.245/91); 
2) Cuidar do bem locado como se fosse seu (art. 569, I, CCB; art. 23, II, Lei n°
8.245/91); 
3) Pagar pontualmente o aluguel; 
4) Dar conhecimento ao locador de danos causados ao imóvel e turbações de terceiros.
(art. 569, III, CCB; art. 23, IV, Lei n° 8.245/91); 
5) Restituir a coisa ao final da locação no estado em que recebeu; 
6) Pagar os encargos de limpeza, força e luz, água, condomínio. (art. 23, VII, VIII, X e
XII, Lei n° 8.245/91);
7) Reparar o imóvel dos estragos que der causa(art. 23, V, Lei n° 8.245/91); 
8) Consentir nos reparos urgentes (art. 26, parágrafo único, Lei n° 8.245/91); 
9) Dar caução em dinheiro, garantia fidejussória ou seguro fiança (art. 37, Lei n°
8.245/91); 
10) Pedir prévio consentimento expresso do locador para poder sublocar, ceder ou
emprestar o imóvel locado (art. 13, Lei n° 8.245/91); 
11) Responder pelos prejuízos causados no imóvel por ato abusivo; podendo o locador
exigir além das perdas e danos, rescindir o contrato (art. 570, CCB). Por exemplo:
colocar fogo no imóvel.
EXTINÇÃO DA LOCAÇÃO: 
1) Distrato ou resilição bilateral; 
2) Retomada do bem locado nos casos da lei; 
3) Implemento de causa resolutória expressa (contrato de trabalho); 
4) Perda da coisa locada (total); 
5) Perda parcial da coisa locada; 
6) Vencimento do prazo contratual (art. 46, Lei n° 8.245/91); 
7) Desapropriação (art. 5º , parágrafo único, Lei n° 8.245/91); 
8) Morte do Locatário, se não tiver sucessores (art. 11, Lei n° 8.245/91); 
9) Nulidade ou anulabilidade do contrato (art. 45, Lei n° 8.245/91); 
10) Resolução unilateral por infração contratual; 
11) Extinção de usufruto ou fideicomisso; 
12) Falência ou recuperação judicial (antiga concordata).
Notas: 
1) os artigos do CCB não estão derrogados pela Lei Especial, sendo aplicável
subsidiariamente à mesma naquilo que não for conflitante; 
2) o imóvel urbano é definido pelo seu uso e não de acordo com sua localização.
Ainda que situado em área rural, mas destinado à moradia ou ao comércio, o imóvel
deve ser considerado urbano para fins da locação e do direito que a rege (art. 1º da Lei
n° 8.245/91); 
3) prédio, na acepção jurídica, pode ser edificado ou não. Um lote ou terreno vazio
pode ser locado para fins comerciais ou industriais e até mesmo residenciais; 
4) a vinculação do aluguel à moeda estrangeira, à variação cambial ou ao salário
mínimo é proibida (art. 17, Lei n° 8.245/91); 
5) estão excluídos da regulamentação da Lei n° 8.245/91: os imóveis de propriedade
do Estado (União, Estados e Municípios – Dec. n° 9.760/46 e Dec.-Lei n° 6.874/44);
as locações de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de
veículos (contrato de locação de coisas, depósito e de locação de serviços); espaços
destinados à publicidade (cartazes, luminosos e assemelhados); apart-hotéis, hotéis
residência ou equiparados; arrendamento mercantil ou leasing; arrendamentos rurais
(Lei n° 4.504/64); 
6) a Lei n° 8.245/91 estipula condições especiais para rescisão de contrato de locação
de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, bem como
estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público,
como também templos religiosos. (art. 53 cc art. 63, parágrafos 2º e 3º , Lei n°
8.245/91); 
7) a Lei n° 8.245/91 dá tratamento diferenciado à sublocação, consoante se verifica do
disposto no art. 13 e seus parágrafos; art. 14; art. 15, art. 16; art. 21; art. 28;
Caderno: Civil V
Criada em: 25/03/2020 19:41 Atualizada … 25/03/2020 20:04
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
AULA 7 - ESTUDO DE CASOS: CONTRATO DE LOCAÇÃO URBANA - 25/03/20
ESTUDO DE CASOS: CONTRATO DE LOCAÇÃO URBANA
1. Júlio quer alugar sua vaga de garagem atualmente ociosa para seu vizinho Bernardo,
que possui veículo. Bernardo reside no mesmo edifício que Júlio e, assim, a pernoite
do carro se dará vinculada a necessidade de moradia do inquilino. Firmam por escrito
um contrato de locação do box por 12 meses, onde consta cláusula expressa de
impossibilidade de prorrogação do pacto. Ocorre que Júlio toma conhecimento de que
a Lei das Locações estabelece que, em se tratando de locação para moradia, não pode
haver retomada do imóvel por parte do locador livremente findo o prazo contratado,
estando o pedido de desocupação do bem limitado às hipóteses previstas no art. 9º e 47
da Lei nº 8.245/1991. Diante disso, Júlio o procura como advogado(a). Questiona: as
cláusulas do contrato firmado entre ele e Bernardo devem ser respeitadas ou está o
locador obrigado por lei a acolher a prorrogação da locação após findo o prazo de 12
meses? Qual seu entendimento? Justifique indicando fundamento(s) legal(is).
Vide art. 1º, parágrafo único, “a”, “2” da Lei nº 8.245/91. 
“Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei: Parágrafo
único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: a) as locações:
[...] 2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de
veículos;” 
Ou seja, não se aplica à Lei do Inquilinato aos contratos de locação de vagas
autônomas de garagem.
2. Bento quer emprestar gratuitamente, por meio de um Contrato de Comodato, sua
casa para José por 6 (seis) meses. Ocorre que, dentre as cláusulas do pacto, previu-se
que, além de pagar os gastos com luz, água e gás, José também alcançará para Bento a
quantia de R$ 600,00 a cada 2 (dois) meses. Poder-se-ia compreender que se trata de
Contrato de Locação a avença firmada entre eles (mesmo que o contrato tenha sido
intitulado Comodato)? As regras da Lei das Locações (Lei nº 8.245/91) são aplicáveis
ao negócio firmado entre eles? Justifique.
De acordo com o art. 112, CC/02: “Nas declarações de vontade se atenderá mais à
intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.” Logo trata-se
de locação e não de comodato, independentemente do nome que fora dado ao contrato
firmado entre as partes.
3. Laís e Jorge casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens em 2009. O casal
adquiriu uma casa em Camboriú no ano de 2010. Atualmente Jorge está fazendo Pós-
Doutorado em Engenharia na Itália com previsão de retornar ao Brasil somente no
final do ano. Francisco interessa-se em alugar a casa do casal por 5 anos. Laís possui
dúvida se pode assinar sozinha o contrato locatício ou se precisaria de uma procuração
de Jorge com poderes específicos para tanto. Você, advogado(a) especialista em
Contratos, é por ela procurado(a). Qual seu parecer? Fundamente sua resposta
indicado dispositivo(s) legal(is), se possível.
O art. 3º, caput, da Lei das Locações disciplina que “o contrato de locação pode ser
ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez
anos.” Embora a lei não discrimine, entende-se que a vênia conjugal é exigida tanto
para locadores quanto para locatários quando o prazo do contrato for igual ou superior
a 10 anos. No caso em apreço, Laís pode contratar sem a necessidade de outorga de
procuração do esposo para representar seus interesses.
4. Fábio loca verbalmente para Maicon, Cézar e Pedro um apartamento para fins de
moradia no Bairro Bom Fim em Porto Alegre - RS por R$ 900,00 por mês. Os
inquilinos combinaram entre si que Cézar repassaria sempre o valor do aluguel ao
locador, sendo que os companheiros lhe alcançariam antes suas quotas-partes (R$
300,00 cada) para fins de integralização da quantia. Ocorre que, nos dias atuais,
Maicon e Pedro estão incomunicáveis em viagem em um cruzeiro marítimo. Os
amigos saíram em férias e esqueceram por completo de deixar para Cézar as quantias
correspondentes às suas partes no aluguel. Mesmo diante dessa situação, assiste direito
à Fábio de exigir de Cézar a totalidade do valor do aluguel? A locação verbal firmada
entre as partes é válida? Justifique.
Fábio pode exigir a totalidade do valor do aluguel devido de Cezar (depois, em ele
pagando, pode buscar o reembolso das quotas-partes dos outros codevedores). Esse
entendimento está fundamentado no caput do art. 2º da Lei nº 8.245/91 (LI) que refere
que “havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são
solidários se o contrário não se estipulou.” Ademais, o contrato de locação possui
forma livre, sendo válido se celebrado verbalmente, embora haja exceções a essa
regra, tais como as previstas nos artigos 13 e 51 da LI.
5. Liana locou um sítio para morar com seu esposo Roberto e suas 2 filhas, Amanda e
Ângela. No contrato assinaram Gabriela, na condição de locadora e Liana figurando
como inquilina. O contrato vigerá até dezembro de2020. Ocorre que, durante a
locação, a inquilina faleceu. Sua família está muito abalada. Além da morte de Liana
que muito os surpreendeu, estão aflitos temendo ser despejados. A família da falecida
tem direito de continuar a locação após a morte da inquilina até o encerramento do
prazo previsto no contrato ou, tendo em vista não haver cláusula expressa no contrato
nesse sentido, pode ela ser obrigada a desocupar o imóvel? Comente.
Sim, a família da falecida tem direito de continuar a locação após a morte da inquilina
até o encerramento do prazo previsto no contrato, conforme art. 11, I da LI. Veja-se:
“Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite - se aos herdeiros. 
Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub-rogados nos seus direitos e obrigações: 
I - nas locações com finalidade residencial, o cônjuge sobrevivente ou o companheiro
e, sucessivamente, os herdeiros necessários e as pessoas que viviam na dependência
econômica do de cujus, desde que residentes no imóvel;”
6. Alisson quer locar uma sala comercial em Santa Maria - RS de Patrícia por R$
1.000,00/mês. A locadora exige garantias. Ele não consegue 2 fiadores como lhe foi
solicitado tampouco aprovação de seguro fiança. Diante disso, Patrícia exige uma
caução em dinheiro de R$ 6.000,00 a ser paga antes da ocupação do imóvel pelo
locatário. A exigência de Patrícia é amparada por lei? E, em não dispondo Alisson de
toda essa quantia, poderia então Patrícia exigir 1 fiador e caução em dinheiro de R$
3.000,00 para viabilizar essa locação? Justifique sua resposta indicando fundamento(s)
legal(is).
Não, conforme art. 38, § 2º da LI: “A caução em dinheiro, que não poderá exceder o
equivalente a três meses de aluguel, será depositada em caderneta de poupança,
autorizada, pelo Poder Público e por ele regulamentada, revertendo em benefício do
locatário todas as vantagens dela decorrentes por ocasião do levantamento da soma
respectiva.”
Poderia então Patrícia exigir 1 fiador e caução em dinheiro de R$ 3.000,00 para
viabilizar essa locação?
Não, de acordo com o art. 37, parágrafo único da LI. Veja-se: 
“Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as seguintes
modalidades de garantia: 
I - caução; 
II - fiança; 
III - seguro de fiança locatícia. 
IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. 
Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das modalidades de
garantia num mesmo contrato de locação.”
7. Mariana quer locar um apartamento por 60 dias, período em que sua casa será
reformada. Ajustou com Diogo, locador, o pagamento da quantia de R$ 1.500,00 por
mês a título de aluguel. Mariana necessita ocupar o apartamento alugado somente em
janeiro de 2021, ocasião em que as obras em sua residência vão se iniciar. As partes
assinam o contrato de locação em março de 2020. No ato da assinatura, Diogo exige o
pagamento do aluguel de uma só vez e antecipadamente. A inquilina, bastante
contrariada, efetua o pagamento. Ato contínuo, ela ingressa na Justiça contra o locador
pleiteando a manutenção do contrato, mas a devolução das quantias já adiantadas.
Justifica seu pedido em 2 principais motivos: 1) o contrato de locação ainda não criou
obrigações entre as partes, já que o imóvel só será ocupado a partir de janeiro de 2021,
ocasião em que o aluguel passaria a ser devido; e, 2) tendo em vista o pacto firmado
entre eles não se tratar de locação de imóvel para temporada de férias, as quais,
tradicionalmente possuem prazo contratual enxuto, ilegal seria a cobrança antecipada
do aluguel. Você, como julgador(a), como decidira? Fundamente sua resposta.
Tendo em vista que os contratos de locação no Direito brasileiro tem natureza
consensual, eles já existem, valem e estão aptos a produzirem efeitos no momento da
assinatura, não se exigindo a entrega das chaves do imóvel locado para fins de,
somente a partir de tal momento, criaremse direitos e deveres entre as partes. Logo,
descabida o pedido da autora Mariana. Ademais, assiste razão à Diogo, já que se trata
por locação por temporada, onde a lei expressamente admite a cobrança antecipada e
em uma única vez dos valores devidos a título de aluguel nos artigos 48 e 49 da LI.
8. Antão, na condição de inquilino, efetua o pagamento de consertos envolvendo
problemas hidráulicos e elétricos no imóvel em que loca. Trata-se de benfeitorias
necessárias e, em razão disso, mesmo não tendo pedido autorização prévia do locador
para fazê-las, quer ressarcimento de tais despesas mediante abatimento do aluguel que
tem a pagar por saber que a lei ampara esse seu pedido. Ocorre que, no contrato de
locação escrito firmado entre as partes, consta cláusula em que o locatário renuncia
expressamente ao direito de se ver indenizado pelas benfeitorias que porventura
realizar no imóvel locado. Tal cláusula contratual é válida? Fundamente.
A cláusula é válida consoante art. 35 da LI e Súmula nº 335, STJ. Veja-se: 
“Art. 35 da LI: Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias
necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem
como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do
direito de retenção. 
Súmula 335, STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à
indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.”
9. O contrato de locação firmado entre José e Fabrício é omisso com relação à
possibilidade de sublocação. Valendo-se da máxima “aquilo que não é proibido, é
permitido”, pretende o inquilino sublocar um dos quartos do imóvel para Juliano, seu
primo. Haveria a necessidade do consentimento expresso do locador para a validade
da sublocação? Comente.
Sim, há necessidade. Trata-se da regra do art. 13, caput da LI: “A cessão da locação, a
sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do
consentimento prévio e escrito do locador.”
10. Betina aluga uma casa para Micheli. A locação entre elas foi firmada por escrito
por prazo determinado de 36 meses a se encerrar em fevereiro de 2021. O contrato
locatício não foi registrado na matrícula do imóvel junto ao Registro Imobiliário.
Durante a locação, Betina pretende vender o imóvel. A inquilina tem preferência em
adquiri-lo. Já se passaram 2 meses da data em que Micheli foi comunicada da intenção
de venda do imóvel para exercer sua preferência. Atualmente, Micheli está em lua-de-
mel em um retiro no Himalaia, praticamente sem contato algum. Na data de hoje surge
um interessado em comprar a casa e quer pagar à vista o valor do bem, mas precisa
fechar o negócio o mais rápido possível. Porém, 2 dúvidas estão engessando a
negociação: 1) Betina tem receio de negociar com o interessado e depois ser acionada
na Justiça pela inquilina, a qual alegaria que houve desrespeito ao seu direito de
preferência; e, 2) o interessado teme comprar o imóvel e só poder tomar posse do
mesmo em fevereiro de 2021, ou seja, após a locação se findar. Diante de tais
impasses, eles o(a) procuram em seu escritório de advocacia. Qual o seu parecer para
tais questionamentos? Justifique sua resposta indicando fundamento(s) legal(is).
Conforme art. 28 da LI o direito de preferência do inquilino deve ser manifestado em
30 dias a contar da comunicação. O seu silêncio faz presumir recusa. Logo, Betina não
tem o que temer. Por outro lado, o adquirente não estará obrigado a aguardar a
extinção do prazo da locação com Micheli, conforme art. 8º da LI, podendo conceder-
lhe 90 dias para desocupar o imóvel (art. 8º, § 2º da LI).
11. A empresa Sorvetes Amarelinhos Ltda. é sucessora da locação escrita com prazo
de 12 anos da antiga sorveteria instalada no imóvel alugado, a qual permaneceu
durante os 5 anos iniciais do contrato comercializando sorvetes. Assim, dos 12 anos de
contrato de locação, a antiga inquilina permaneceu no imóvel durante os 5 primeiros,
ocasião em que passou o ponto e a empresa Sorvetes Amarelinhos Ltda. tornou-se a
nova inquilina, sendo, pois, sucessora da locação. Encerrado o prazo contratual, o
locador se recusa, injustificamente, a renovara locação comercial. Poderia a inquilina
adotar alguma providência judicial para obrigá-lo a renovar a avença? Em caso
positivo, existe prazo para o ingresso desse pleito em Juízo? Comente.
Existe a hipótese de ação renovatória nas locações comerciais ajuizada pela sucessora
da locação (art. 51, § 1º, LI), porém essa demanda para ser exitosa precisa preencher
os requisitos do art. 51 da LI e ser proposta no prazo previsto no § 5º desse artigo.
“Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a
renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos
contratos escritos seja de cinco anos; 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e
ininterrupto de três anos. [...] 
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um
ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo
do contrato em vigor.” 
Logo, tendo o contrato já se encerrado, a ação renovatória da locação não pode mais
ser proposta.
12. Thadeu, estudante de Direito, questiona você, seu(sua) tio(a) e advogado(a), sobre
o que seja denunciar um contrato. Ainda, quer saber o que significa, nos contratos de
locação residencial, denúncia vazia e denúncia cheia. Explique para seu sobrinho tal
distinção e sua importância prática.
Denunciar um contrato significa declarar o desejo de terminar um contrato celebrado
com outro. 
As hipóteses de denúncia vazia e cheia se referem ao desejo do locador de retomar o
imóvel locado. 
As regras de denúncia vazia e cheia são específicas para a locação residencial. 
Denúncia vazia: art. 46, LI 
Denúncia cheia: art. 47, LI 
“Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a trinta
meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado, independentemente
de notificação ou aviso. 
§ 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel alugado por
mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a locação por
prazo indeterminado, mantidas as demais cláusulas e condições do contrato. 
§ 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a qualquer
tempo, concedido o prazo de trinta dias para desocupação. 
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta
meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo
indeterminado, somente podendo ser retomado o imóvel: 
I - Nos casos do art. 9º; 
II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo
locatário relacionada com o seu emprego; III - se for pedido para uso próprio, de seu
cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que
não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial
próprio; 
IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras
aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte
por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta
por cento; 
V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos. [...].”
Caderno: Civil V
Criada em: 01/04/2020 14:03 Atualizada … 27/06/2020 12:31
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
AULA 8 - LOCAÇÃO DE SHOPPING CENTER (54, LI) - 30/03/20
LOCAÇÃO DE SHOPPING CENTER (54,
LI): 
 Pacta Sunt Sevanda - livre estipulação
* 2 contratos - momento de celebração: 
1. Res Sperata (contrato de reserva do ponto) - Estudos técnicos anteriores 
2. Locação: 
 - Aluguel: * mínimo (fixo) 
 * percentual (variável) - faturamento bruto - fiscalizar vendas, ver
livros contábeis 
 + 
- Contribuição: * Fundo de Administração (aproxima-se a uma taxa condominal) -
limpeza, taxas de administração, despesas de conservação da estrutura 
 * Fundo de Promoções (atração freguesia)
- ALUGUEL DOBRADO EM DEZEMBRO 
- NÃO CESSÃO 
- PROIBIDA ABERTURA DE LOJA PRÓXIMA 
- IMUTABILIDADE RAMO DO COMÉRCIO 
Caderno: Civil V
Criada em: 01/04/2020 14:07 Atualizada … 27/06/2020 12:31
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
AULA 9 - CONTRATO DE EMPRÉSTIMO - 01/04/20
CONTRATO DE EMPRÉSTIMO: 
2 modalidades:
COMODATO (579 a 585, CC): BEM INFUNGÍVEL
MÚTUO (586 a 592, CC): BEM FUNGÍVEL
EMPRÉSTIMO: O Código Civil Brasileiro trata sob a forma de empréstimo, duas
figuras contratuais, que são o Comodato e o Mútuo, sendo que ambas implicam a idéia
de uso ou utilização de coisa alheia com a obrigação de restituir, diferenciando-se uma
da outra quanto a sua natureza, celebração e efeitos. 
I – COMODATO: 
Conceito Legal e Definições Doutrinárias:
 “Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se
com a tradição do objeto.” CCB
WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO: “Um contrato unilateral e a título
gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível, para ser usada
temporiamente e depois restituída.” (Curso de Direito Civil – Direitos das
Obrigações, 2° vol.)
ORLANDO GOMES: “É a cessão gratuita de uma coisa para seu uso com
estipulação de que será devolvida em sua individualidade, após algum tempo.”
(Direito Civil – Contratos ) 
MARIA HELENA DINIZ: “Constitui o empréstimo de uso em que o bem emprestado
deverá ser restituído em espécie, ou melhor, em sua individualidade, razão pela qual
não poderá ser fungível ou consumível.” (Curso de Direito Civil Brasileiro, 3° vol.)
Nomenclatura: 
Comodante = quem empresta a coisa a outrem; 
Comodatário = quem recebe a coisa por empréstimo.
Características ou Natureza Jurídica:
1) Unilateral: embora exista a manifestações de duas vontades, apenas um das partes
assume a posição de devedor, ficando a outro como credor. Todavia podeacontecer em
casos excepcionais, que o Comodante assuma algumas obrigações, tornando o
contrato bilateral. 
2) Gratuito: por que onera apenas uma das partes na relação, proporcionando-lhe
vantagens. Constitui-se em um favor do Comodante ao Comodatário por questões de
amizades ou proximidade. O fato do Comodatário assumir as obrigações de pagar
impostos, taxas de luz, condomínio, etc. de um apartamento que lhe foi dado em
comodato, não descaracteriza a natureza de contrato gratuito.
3) Real: por que só se completa com a tradição (entrega) da coisa ao Comodatário que
passa ter a posse direita sobre a mesma. E, assim, sendo o Comodatário poderá
defender a posse através de interditos, muito embora tal posse seja precária ou inapta a
aquisição da propriedade (usucapião). 
4) “Intuito Personae”: pois as condições e as qualidades do Comodatário são que
determinam a sua formação. A própria gratuidade demonstra tratar-se de um ato
jurídico feito em contemplação aos méritos e à amizade da pessoa beneficiada. Disto
decorre a impossibilidade de cessão a favor de terceiros, sem o consentimento do
Comodante.
5) Temporário: o comodato pode ser por prazo determinado ou interminado, todavia
em qualquer caso não poderá ser perpétuo, pois caracterizaria a doação. Se for por
prazo indeterminado resultará na presunção de tempo necessário ao uso do
Comodatário.
“Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencionado, presumir-se-lhe-á o
necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade
imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa
emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou que se determine pelo uso
outorgado.”
6) Infugibilidade ou não-consumibilidade do bem: desde que infungível a coisa
emprestada poderá ser móvel ou imóvel. 
“Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.” CCB
7) Obrigatoriedade de restituição da coisa emprestada apóso uso, porque o
Comodante ao dar em comodato não perde o domínio sobre a coisa. Havendo recusa
em devolver, o Comodatário torna-se um esbulhador, podendo o Comodante promover
a Ação de Reintegração de Posse. Se o Comodante falecer, o Comodatário deverá
restituir a coisa emprestada ao inventariante ou aos herdeiros.
REQUISITOS: 
Tem-se três requisitos básicos em um contrato de comodato: 
1) CAPACIDADE: É o requisito subjetivo do Contrato de Comodato, onde aqueles
que tem capacidade para administrar estão autorizados a contratar, diferentemente da
capacidade para alienar, que é ato de disposição. Todavia, o Art. 580, do CCB, traz
algumas vedações, vejamos: 
“Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios,
não poderão dar em comodato, sem autorização especial os bens confiados à sua
guarda.” CCB
2) OBJETO: O requisito objetivo, é de que qualquer coisa não fungível e
inconsumível, móvel ou imóvel, pode ser dada em comodato. Comodatário receberá
os bens no estado em que se encontram, não havendo ao Comodante qualquer dever de
repará-los. 
3) FORMA: A forma é livre, não exige nenhuma solenidade para a contratação.
Portanto, tratase de um contrato consensual, que poderá ser feito oralmente, hipótese
em que caberá ao Comodatário provar que recebeu a coisa em comodato. Na hipótese
de dúvida será admitido como contrato de locação, visto que a presunção é em favor
do Comodante, por força do disposto no art. 114, do CCB.
“Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.”
CCB
OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO:
a) guardar e conservar a coisa emprestada como se fosse sua, de modo a garantir a
integralidade da coisa, sem desgastá-la ou desvalorizá-la, sob pena de responder por
perdas e danos.
“Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa
emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela,
sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além
de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo
comodante.” 
Em face tal obrigação, caberão ao Comodatário os ônus oriundos da guarda e
manutenção do bem emprestado, não podendo cobrar do Comodante as despesas ditas
ordinárias (IPTU, luz, água, etc.). Todavia despesas ditas extraordinárias e necessárias
são de responsabilidade do Comodante, mesmo que feitas em situação de urgência
pelo Comodatário, que por algum motivo pode ter
ficado impossibilitado de buscar a autorização prévia daquele. Valem as mesmas
regras dispostas no CCB para as benfeitorias, devendo o Comodatário ser ressarcido
pelas despesas realizadas ou retê-las até seu pagamento.
“Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.” CCB
“Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a
levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.” CCB 
b) limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato ou acordo, sob pena de responder
por perdas e danos.
“Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa
emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela,
sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além
de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo
comodante.”CCB 
“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.” CCB
c) restituir a coisa emprestada “in natura” no momento devido, e, se não houver prazo
estipulado, findo o tempo necessário ao uso concedido. Se Comodatário não devolver
a coisa ao final do contrato, tornar-se-á esbulhador e estará sujeito a responder Ação
de Reintegração de Posse. Quando ao Comodante deverá respeitar o prazo
convencionado, entretanto poderá pedir a coisa apenas em casos de necessidade
urgente e imprevista por ocasião do empréstimo.
d) responder pela mora, suportado os riscos pela deterioração ou perda da coisa
emprestada e pagar o aluguel pelo tempo de atraso na restituição, estipulado pelo
Comodante, como forma de indenização pela mora. 
e) responder pelos riscos da coisa no caso do previsto no artigo 583, a saber: 
“Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodante juntamente com outros do
comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante,
responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força
maior.” CCB 
f) responsabilizar-se solidariamente, se houver mais comodatários.
“Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma
coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.” CCB 
OBRIGAÇÕES DO COMODANTE:
Sendo o contrato de comodato, unilateral, não há obrigações contratuais a serem
impostas ao Comodante. Todavia a lei civil prevê determinadas obrigações decorrentes
de fatos supervenientes ao curso do negócio, que poderão ou não ocorrer, que são: 
a) não pedir a restituição do bem dado em comodato, antes do prazo estipulado ou
necessário para o uso do comodatário, a não ser por acordo. Se o contrato for prazo
indeterminado poderá ser solicitada a retomado do bem a qualquer momento sem
necessidade de justificativa.
“Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencionado, presumir-se-lhe-á o
necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade
imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa
emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou que se determine pelo uso
outorgado.”
b) pagar as despesas extraordinárias e necessárias feitas pelo Comodatário com a
conservação da coisa, nos casos de urgência, se não pode ser avisado oportunamente
para autorizá-las;
c) responsabilizar-se perante o Comodatário, pela posse útil e pacífica da coisa dada
em comodato, se procedeu dolosamente. Todavia não responderá pela evicção ou por
vícios redibitórios que pressupõem contrato comutativo. 
EXTINÇÃO DO COMODATO: 
1) pelo vencimento do prazo convencionado quando estipulado ou necessário ao uso
do Comodatário, na hipótese contrária (Ex. Empréstimo de um trator para lavrar uma
determinada área).
2) pela resolução por inexecução contratual. Havendo violação ao contrato, não há
nenhum impedimento ao Comodante requerer a restituição da coisa antes do prazo
convencionado. 
3) pela resilição unilateral. Quando o Comodante provar a necessidade urgente e
imprevista à época do negócio, ou quando se foi contraído em seu interesse, visto que
o contrato de comodato é gratuito. 
4) pelo distrato. 
5) pela morte do comodatário, se convencionado que o uso da coisa era pessoal
(“intuito personae”);
6) pela alienação da coisa emprestada, exceto se o adquirente assumir a obrigação de
manter o comodato.
II – MÚTUO: 
Conceito Legal e Definições Doutrinárias:
 “Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a
restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e
quantidade.” 
ARNALDO RIZZARDO: “Enquanto no comodato a entrega é feita para o simples
uso da coisa, excluindo-se qualquer disponibilidade, com a obrigação de restituir
após certo tempo, no mútuo ocorre a entrega para outra parte da plena disposição da
coisa, implicando transferência do domínio, e acarretando ao acipiente a devolução
de coisas do mesmo gênero, da mesma quantidade e qualidade.” (CONTRATOS) 
CLÓVIS BEVILACQUA: “O contrato pelo qual alguém transfere a propriedade da
coisa fungível a outrem, que se obriga a lhe pagar coisa do mesmo gênero, qualidade
e quantidade.” (Código Civil dos Estados Unidos doBrasil Comentado, vol IV) 
MARIA HELENA DINIZ: “É o empréstimo de consumo, pois a coisa emprestada,
sendo fungível ou consumível, não poderá ser devolvida, de modo que a restituição se
fará no seu equivalente, ou seja, por outra coisa do mesmo gênero, quantidade e
qualidade.” (Curso de Direito Civil Brasileiro, 3° vol.)
Nomenclatura: 
Mutuante = quem empresta a outrem; 
Mutuário = quem recebe o empréstimo.
Características ou Natureza Jurídica:
1) Unilateral: embora existam manifestações de duas vontades, em princípio, apenas
uma das partes assume obrigações (Mutuário). Todavia pode acontecer que o
Mutuante assuma algumas obrigações, especialmente no mútuo oneroso, tornando o
contrato ser bilateral. 
 SILVIO DE SALVO VENOSA, assim ensina: “É contrato unilateral porque, em
princípio, apenas o mutuário contrai obrigações. O mutuante esgota sua atividade
com a entrega da coisa emprestada, cuja tradição não pode ser vista como obrigação
por ser integrante da estrutura do negócio. No entanto, o mútuo oneroso é contrato
bilateral, como defendem alguns. Pontes de Miranda (1971, v. 42:18), por exemplo,
afirma que o mútuo com juros se assemelha à locação de uso; o mútuo sem juros, ao
comodato. (p. 242)
2) Gratuito: por que onera apenas uma das partes na relação, proporcionando-lhe
vantagens. Porque o mutuante nada recebe do mutuário em troca do favor que lhe faz,
podendo ser Oneroso se houver ajuste de uma contraprestação por parte do mutuário
(Ex. pagamento de juros) Ver Artigos 591, 406 e 882 do CCB). 
O mesmo doutrinador antes mencionado ressalta que: “O enfoque que o considera
contrato gratuito é tradicional, mas não se harmoniza com a realidade, quando se
trata de empréstimo de dinheiro. Raramente, esse mútuo se apresenta sem o caráter
especulativo. Em sua origem romana, sempre foi pacto gratuito. Nos negócios atuais,
o empréstimo de dinheiro vem primeiro plano; assim não era no passado. Incomum,
porém, se apresentará empréstimo de dinheiro sem exigência de juros.” (p. 243) 
3) Real: por que só se completa com a tradição (entrega) do bem emprestado ao
Mutuário. 
4) Temporário: o mútuo é constituído geralmente por um certo prazo, pois se fosse
perpétuo, caracterizaria a doação. (ver art. 592) 
5) Fungibilidade, embora possa recair sobre coisa inconsumível pelo uso, que por
convenção ou destinação, se tornou fungível (ex. empréstimo de dois livros) 
6) Obrigatoriedade de restituição de outra coisa da mesma espécie, qualidade e
quantidade. O Mutuante pode exigir uma garantia para restituição (art. 590 CCB)
quando houver mudança na condição financeira do Mutuário. 
 SÍLVIO DE SALVO VENOSA ressalta que “o principal direito do mutuante é
exigir a restituição da coisa no momento oportuno: findo o prazo determinado,
escoado o prazo da notificação quanto indeterminado ou finda a utilização da coisa
para o fim emprestado (prazo presumido). Pode, no entanto, o mutuante exigir
garantia de restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança de
fortuna que faça periclitar sua solvência (art. 590; antigo, art. 1.261). Não sendo
prestada essa garantia de forma eficiente, o mutuante pode considerar vencido o
empréstimo.” (p. 245)
REQUISITOS: 
1) CAPACIDADE: É o requisito subjetivo do Contrato de Mútuo, devendo o
Mutuante ter capacidade para dispor (alienar) a coisa, caso contrário não poderá
emprestá-la. Também deverá ter capacidade geral para contratar. (art. 588 e art. 589 do
CCB).
2) OBJETO: O requisito objetivo, é de que o bem emprestado seja fungível, isto, é
bem móvel que possa ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade e
quantidade (art. 85 CCB). Quando feito em dinheiro vige o princípio do nominalismo,
ou seja, leva-se em consideração o valor nominal, ou seja, o Mutuário se desonera
restituindo a mesma soma em dinheiro.
(Ver art. 591 CCB – mútuo oneroso, incidência de juros).
Lei de Usura (Dec. 22.262 ) Méd. Provisória n° 2.170-36/2001) 
Súmula STF n° 121 – veda a capitalização de juros.
Jurisprudência posterior a essa súmula: 
Possibilidade de capitalização de juros nas operações realizadas pelas instituições
integrantes do Sistema Financeiro Nacional
"3. Por ora, não está em debate a questão de mérito da medida provisória
[possibilidade de capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano - artigo
5º da Medida Provisória 2.170/2001]. Até porque, quanto à sua higidez material, o
Supremo Tribunal Federal considerou que não havia inconstitucionalidade nas
disposições normativas que estabeleciam para o sistema financeiro critérios de
remuneração diferentes dos da Lei de Usura. Há súmula do Tribunal no tema (Súmula
648/STF), e a controvérsia suscitou, inclusive, uma discussão fértil a respeito da
cobrança da comissão de permanência." (RE 592377, Redator para o Acórdão
Ministro Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgamento em 4.2.2015, DJe de 20.3.2015,
com repercussão geral - tema 33)
Contratos Civis de Mútuo são vedadas taxas de juros superiores ao legalmente
permitido, podendo o Juiz adequá-las quando maiores, devendo a outra parte restituir
em dobro o que cobrou indevidamente (Ver. regras do pagamento no CCB). 
Estão excepcionadas: 
 a) instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo BACEN no mercado de
capitais e de valores mobiliários (CVM);
 b) sociedades de crédito que tenham por objeto a concessão de financiamentos a
microempreendedores; 
 c) sociedades civis sob a forma de sociedade simples de interesse público (Lei n°
9.790, de 23/03/99) registradas no Ministério da Justiça, que se dediquem a sistemas
alternativos de créditos (cooperativas de créditos);
JUROS COMPENSATÓRIOS: constituem o proveito tirado do capital emprestado,
sendo compensatório quando representarem a renda ou o fruto do dinheiro mutuado,
compensando o Mutuante pela indisponibilidade do dinheiro.
JUROS MORATÓRIOS: se forem pagos a título de indenização pelo atraso
verificado no adimplemento do contrato. 
Comissões de permanência (Súmula 596, STF) é permitida às instituições financeiras
cobrar, porém não se pode cumular com correção monetária, segundo entendimento
jurisprudencial (Súmula 472, STJ). 
3) FORMA: A forma é livre, visto que a lei não exige modo especial para sua
celebração. Todavia se for ONEROSO (art. 591 CCB) deverá ser expressamente
convencionado e por uma questão de prova deve ser escrito. Pode ser provado
exclusivamente por testemunhas se feito verbalmente. O mútuo se pode provar por
títulos de crédito (Notas Promissórias, Confissões de Dívida e Recibo), uma vez que
os tribunais têm entendido que o cheque também poderá servir de comprovação de
mútuo, porém não é prova cabal e definitiva. (títulos de crédito são atos unilaterais,
enquanto o mútuo oneroso é contrato bilateral).
EFEITOS JURÍDICOS:
A - Gera obrigações ao Mutuário, como:
1) restituir o que recebeu em coisa da mesma espécie, quantidade e qualidade, dentro
de um prazo estipulado, ou o equivalente em pecúnia na impossibilidade de
devolução;
2) pagar juros se for mútuo feneratício ou oneroso.
B – Confere direitos ao Mutuante:
1) exigir garantia da restituição (Ex. hipoteca), se o mutuário vier a sofrer, antes do
vencimento do prazo notória mudança no seu patrimônio (Art. 590 CCB) .
2) reclamar a restituição da coisa equivalente, uma vez vencido o prazo ajustado. Se
não tiver fixação de prazo a devolução pode ocorrer a qualquer tempo (art. 592, III),
desde que notifique o mutuário fixando prazo razoável para pagamento do débito
(exceções: art. 592, I e II CCB);
3) demandar a resolução do contrato se o mutuário deixar de pagar juros no mútuo
oneroso ou feneratício.
C – Deveres do Mutuante:
1) entregar a coisa objeto do mútuo;
2) abster-se de interferir no uso (consumo) da coisa durante toda a vigência do
contrato, não exigindo a devolução antes do prazo convencionado, exceto no caso de
rescisão contratual motivada (infração contratual).
Obs: há mútuos com finalidade específica, onde o uso é previamente convencionado e
deverá ser respeitado pelo mutuante (ex. empréstimopara casa própria).
EXTINÇÃO DO MÚTUO: 
1) pelo vencimento do prazo convencionado; 
2) hipóteses do art. 592 do CCB;
3) resolução por inadimplemento das obrigações contratuais;
4) pelo distrato. 
5) pela resilição unilateral por parte do devedor, visto que se presume que o prazo foi
concedido em seu favor, salvo se contrário resultar do contrato ou da lei (Art. . 133
CCB);
6) efetivação de algum modo terminativo previsto no próprio contrato, em uma de
suas cláusulas.
Caderno: Civil V
Criada em: 11/05/2020 15:30 Atualizada … 27/06/2020 12:31
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
Art. 593 a 609, CC
�Art. 593, CC: “A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas* ou
a lei especial, regerse-á pelas disposições deste Capítulo.”
�CC: tem aplicação mais ao prestador de serviços de menor porte
*Art. 3º, CLT: pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade
Jurisprudência – Prestação Serviços CDC 
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. ENERGIA
ELÉTRICA. OSCILAÇÃO DE TENSÃO. QUEIMA DE APARELHO
ELETROELETRÔNICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA
CONCESSIONÁRIA. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE NÃO
DEMONSTRADA. DANO MATERIAL COMPROVADO. A parte demandada, na
qualidade de concessionária de energia, é prestadora de serviço público, respondendo
objetivamente pelos danos causados em decorrência de defeito na prestação dos
serviços prestados, na forma do artigo 37, § 6º, da CF/88 e do art. 14, caput, do CDC.
Uma vez comprovado o prejuízo e o nexo de causalidade, resulta o dever de indenizar,
exceto se demonstrada alguma excludente de responsabilidade, como o caso fortuito, a
força maior ou, ainda, a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (art. 14, § 3º, do
CDC), o que não se verifica. No caso, restou demonstrado que o aparelho que
guarnecia a propriedade da autora teve como causa da queima as quedas e/ou
variações de energia elétrica, não tendo a parte demandada, por seu turno, se
desincumbido do ônus de produzir prova no sentido contrário. [...]. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.(Apelação Cível,
Nº 70081942120, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo
Kraemer, Julgado em: 02-09-2019). [grifou-se].
Prestação de serviço no CC
APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA. RELAÇÃO DE
ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEL PARA LOCAÇÃO. I. A administradora
imobiliária que aceita o mandato para administrar as locações do bem, assume todos
os deveres inerentes ao mandatário a quem incumbe agir com zelo e diligência para o
bom desempenho do mandato. II. Tendo em vista a prova de máadministração do bem
imóvel, a ré deve ser responsabilizada pela desídia na prestação de serviços, com base
no art. 667 do Código Civil. III. Devida a condenação da ré ao ressarcimento dos
valores pagos pelo autor à título de IPTU, porém, apenas do período em que vigente o
contrato locatício que administrou. IV. Sucumbência redimensionada. DERAM
PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº
70082338559, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ergio
Roque Menine, Julgado em: 29-082019). [grifou-se].
� OBJETO:
Art. 594, CC: “Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode
ser contratada mediante retribuição.”
CLASSIFICAÇÃO:
- Bilateral 
- Oneroso (arts. 594, 597 e 606, CC)
- Consensual - Não solene (art. 595, CC) 
- De execução instantânea, diferida ou trato sucessivo 
- Intuitu personae (art. 605, CC) 
– Terceirização só quando autorizado
DURAÇÃO do contrato:
• Limitação legal: 4 anos (art. 598, CC) 
• Possibilidade de novo contrato após 4 anos???
• RESOLUÇÃO ANTECIPADA: 
• Contrato SEM PRAZO DETERMINADO: notificação de qualquer uma das partes
nos termos legais (art. 599, CC)
• Contrato POR TEMPO CERTO OU OBRA DETERMINADA: Arts. 602 e 603, CC
EXTINÇÃO: art. 607, CC 
• Morte; 
• Escoamento do prazo; 
• Conclusão da obra; 
• Rescisão do contrato mediante notificação prévia; 
• Inadimplemento; 
• Impossibilidade de continuação.
Caderno: Civil V
Criada em: 11/05/2020 15:34 Atualizada … 27/06/2020 12:31
Autor: vitoria.jaques.perossi@hotmail.com
CONTRATO DE EMPREITADA
CONTRATO DE EMPREITADA
Art. 610 a 626, CC/02
PARTES
Empreiteiro/Empreiteira 
Dono da obra (ou comitente ou Empreitante)
O dono da obra, a depender do contrato, pode ser outras figuras também…
CONCEITO
•EXECUÇÃO DE OBRA, total ou parcial, pessoalmente ou por meio de terceiro*
•SEM subordinação
•COM remuneração
 *Art. 626, CC
DISTINÇÕES PERTINENTES
Prestação (ou
locação) de serviços Empreitada
Quanto ao objeto Atividade física ouintelectual Execução de obra
Quanto ao tempo $ pelo tempo $ pelo resultado
Quanto aos riscos Tomador do serviço Empreiteiro
NATUREZAJURÍDICA
•Bilateral 
•Oneroso 
•Consensual 
•Comutativo 
•Execução sucessiva ou continuada 
•Indivisível- Exceção: art.614,CC
Contrato de Empreitada
Diploma Legal:
Código Civil Brasileiro – Art. 610 a Art. 626
Nomenclatura: 
Empreiteiro = quem executa a obra; Dono da Obra 
Comitente = quem contrata a execução de uma obra
Conceito: é contrato pelo qual o empreiteiro se obriga a realizar, pessoalmente ou por
meio de terceiros, certa obra para o dono da obra, sem que exista subordinação ou
dependência entre eles, em troca de determinada remuneração.
Distinção da Locação de Serviços:
São dois os traços básicos distintivos entre o contrato de locação de serviços e o
contrato de empreitada, a saber:
a) Na locação de serviços o objeto da contratação é a atividade do locador, que poderá
ser um esforço físico ou mental, sob a orientação do locatário, sendo a remuneração
proporcional ao tempo de trabalho despendido, independentemente do resultado. 
Já na empreitada o objeto da contratação é a obra e não o esforço ou atividade do
empreiteiro, portanto, interessa o resultado final (execução da obra). A remuneração
independe do tempo de realização do trabalho e só será devida se alcançado o
resultado – entrega da obra.
b) Outro elemento diferenciador, diz respeito aos riscos e à relação de subordinação
entre as partes. Na locação de serviços o patrão assume os riscos do negócio e o
empregado está diretamente subordinado a ele.
Enquanto que na empreitada o empreiteiro assume os riscos da produção, como um
empresário, e não está subordinado ao dono da obra.
Natureza Jurídica do Contrato:
1) Bilateral ou Sinalagmático: porque cria para ambas as partes obrigações recíprocas
(empreiteiro = entregar a obra; dono da obra = pagar o preço);
2) Comutativo: porque as obrigações são de plano conhecidas dos contratantes no
momento da conclusão da avença, sendo que cada parte assume obrigações
equivalentes;
3) Oneroso: porque cada parte transfere a outra, certos direitos ou vantagens, mediante
contraprestação;
4) Consensual: porque o contrato se aperfeiçoa a partir do simples consentimento das
partes, não exige uma forma especial, podendo a vontade de contratar ser externada
oralmente ou por escrito.
Obs: O contrato poderá ser provado por prova testemunhal qualquer que seja o seu
valor pelo CPC de 2015. 
 Como ressalta SILVIO DE SALVO VENOSA, “não existe forma prescrita em lei
para o contrato de empreitada, sendo portanto negócio não solene. As contratações
mais singelas geralmente se aperfeiçoam sem maiores formalidades, inclusive
verbalmente, como, por exemplo, a confecção de uma roupa por um alfaiate. Apenas
se exige escrito na lei nas hipóteses de aumento ou de alteração da obra encomendada
(art. 619; antigo art. 1.246).” 
5) Indivisível: em regra, o contrato deve prever a execução completa da obra, e não
sua exeqüibilidade fracionada. Não é regra absoluta, pois a obra pode ser executada
em partes e a empreitada ser contratada por etapas.
“Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por
medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na
proporção da obra executada.”CCB
6) Execução sucessiva ou continuada: resulta de uma série de atos para que seja
atingido o resultado, em um determinado espaço de tempo. 
Modalidades de Empreitada:
“Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou
com ele e os materiais.
§ 1° - A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da
vontade das partes;
§ 2° - O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo,
ou de fiscalizar-lhe a execução.”
A ART – Anotação de Responsabilidade Técnica que o CREA exige do profissional
responsável pela obra é recolhida conforme a participação deste na obra, p. exemplo,
projeto, execução, fiscalização ou administração.
 SÍLVIO RODRIGUES apresenta apenas duas modalidades de empreitada: 
a) Empreitada de Lavor = quando o empreiteiro contribui apenas com a mãode-obra;
b) Empreitada Mista = quando o empreiteiro contribui com a mão-de-obra e fornece os
materiais.
MARIA HELENA DINIZ, apresenta uma classificação conforme dois critérios, entre
os quais estariam as modalidades de empreitada, a saber:
1º Critério: Quanto ao modo de fixação do preço ou da remuneração:
a) Empreitada a preço fixo, se a retribuição for estipulada para a obra inteira, sem
considerar o fracionamento da atividade. O preço é fixado desde logo, em quantia
certa e invariável. Subdivide, ainda, em Absoluta ou Relativa, conforme possa ser ou
não alterado o preço.
“Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar
uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir
acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser
que estas resultem de instruções escritas do dono da obra.
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é
obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for
arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que
se estava passando, e nunca protestou.” CCB 
b) Empreitada por medida ou “ad mensuram”, se na fixação do preço se atender ao
fracionamento da obra, considerando-se as partes em que ela se divide ou a medida.
Ex.: asfaltamento, construção de termoelétrica, obra de terraplanagem.
“Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por
medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na
proporção da obra executada.
§ 1º - Tudo o que se pagou presume-se verificado;
§ 2º - O que se mediu presume-se verificado se, em 30 (trinta) dias, a contar da
medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem
estiver incumbido da sua fiscalização.” CCB
c) Empreitada de valor reajustável, se contiver cláusula que permita a variação do
preço em conseqüência de aumento ou diminuição do valor da mão-de-obra ou de
materiais. Utilizada em épocas de instabilidade econômica e para evitar o
superfaturamento de obras como forma de garantir o empreiteiro pela desvalorização
monetária.
d) Empreitada por preço máximo, se for estabelecido um valor máximo que não
poderá ser ultrapassado pelo empreiteiro.
e) Empreitada a preço de custo, se o empreiteiro se obrigar a realizar o trabalho,
ficando sob sua responsabilidade o fornecimento do material e o pagamento da mão-
de-obra, mediante o reembolso do valor despendido, acrescido do lucro assegurado.
(percentual de administração). 
2º Critério: Quanto à execução do trabalho pelo empreiteiro, podendo ser:
a) Empreitada de Lavor: se o empreiteiro assumir apenas a obrigação de fornecimento
de mão-de-obra necessária à execução da obra;
b) Empreitada de materiais ou mista, se o empreiteiro ao assumir a obrigação de
realizar a obra, entrar com o fornecimento de materiais necessários à execução e com a
mão-de-obra.
“Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou
com ele e os materiais.
§ 1° - A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da
vontade das partes;” CCB
Direitos e Deveres do Empreiteiro: 
1) Direitos do Empreiteiro:
a) receber o preço ajustado, podendo promover ação de cobrança. (Preço da Obra +
Extras solicitados). Prazo de Prescrição para Cobrar: 10 anos (art. 205, CCB).
“Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar
uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir
acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser
que estas resultem de instruções escritas do dono da obra.
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é
obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for
arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o que
se estava passando, e nunca protestou.” CCB 
 SÍLVIO DE SALVO VENOSA, ressalta que “são muitas as dificuldades enfrentadas
numa construção civil. Com muita freqüência, há necessidade de se afastar do projeto
original e do memorial descritivo por motivos os mais variados: escassez de material
adequado para utilização; exigência do Poder Público para concessão do ‘habite-se’;
razões de segurança imprevisíveis de início etc. A regra geral, para toda alteração no
preço, é a exigência de documento escrito autorizador pelo dono da obra, inclusive
dentro do sistema do Código antigo. No entanto, sabiamente o atual diploma admite a
cobrança pelo empreiteiro de acréscimo no preço quando a alteração da obra ocorreu
com o conhecimento tácito ou implícito do encomendante: se sempre esteve presente à
obra, por continuadas visitas e não podia ignorar o que se passava e nunca
protestou.” 
b) exigir do dono da obra que a aceite, uma vez concluída nos termos contratados.
“Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou com o costume do lugar, o
dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das
instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalho de tal
natureza.” CCB
c) requerer a medição das partes já concluídas, quando se tratar de obra por etapas,
presumindo-se a seu favor a verificação de tudo o que foi pago.
“Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por
medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na
proporção da obra executada.
§ 1º - Tudo o que se pagou presume-se verificado;
§ 2º - O que se mediu presume-se verificado se, em 30 (trinta) dias, a contar da
medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem
estiver incumbido da sua fiscalização.” CCB
d) reter a obra recusando a entregá-la até que o dono da obra satisfaça a sua
obrigação. 
“Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.” CCB
“Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a
levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.” CCB e) constituir o dono da
obra em mora, consignando judicialmente a obra;
f) ceder o contrato de empreitada, desde que não seja “intuito personae”, dando
origem a subempreitada, parcial ou total, que se dará quando o empreiteiro contratar
sob sua responsabilidade, com outra pessoa, no todo ou em parte, a execução da obra,
mediante anuência do dono da obra. Permanece o empreiteiro responsável pela
execução da obra.
g) suspender a obra ou rescindir o contrato. Trata-se de rescisão por justa causa do
contrato por parte do empreiteiro.
“Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:
I – por culpa do dono, ou

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