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Portaria Bianca Marinelli Quando o delegado toma conhecimento do crime ele pode instaurar de ofício o inquérito policial por meio de Portaria ou do Auto de Prisão em Flagrante. A Portaria é uma peça que a autoridade penal utiliza para registrar o conhecimento da prática de um crime de Ação Pública Incondicionada, e para saber se é um crime de Ação Pública Incondicionada a autoridade penal precisa examinar. O conhecimento do crime pode ocorrer pela atuação policial rotineira, que é a cognição direta, ou por circunstância alheia à atuação policial rotineira, que é a cognição mediata. Serão feitas investigações para averiguar a autoria e as circunstâncias de um fato aparentemente delituoso que justifiquem o início do processo, porque muitas vezes após essa investigação, eles podem entender que não houve um fato típico. Então é importante a gente entender que o inquérito policial não serve apenas como um procedimento preparatório da ação penal, mas também para demonstrar que não há necessidade de uma eventual ação penal, caso não haja. O inquérito é um instrumento imparcial que pode tanto apresentar provas que auxiliem a acusação, como também pode servir como um filtro para evitar uma movimentação judicial e uma humilhação do réu desnecessária. Por esse motivo a autoridade policial pode deixar de instaurar o procedimento investigativo caso ela entenda que se trata de fato atípico, mas claro que ela vai expor suas motivações jurídicas para não instaurar, e depois disso ela vai encaminhar o expediente ao juiz competente. Caso o juiz determine a instauração do inquérito, esse expediente vai ser dado a outro delegado que deverá instaurar o inquérito, e caso ele também entenda que não é necessário instaurar o inquérito, esse delegado vai constar na portaria os seus argumentos. Nessa hipótese poderá ser ajuizado um habeas corpus para trancar o inquérito policial. Caso alguém exija a instauração de um inquérito contra outra pessoa por requisição dirigida, será necessário conter dados suficientes para o delegado realizar a Portaria, não é cabível um ofício genérico do delegado, é necessário a existência de provas que justifiquem o inicio de um processo. Na Portaria o delegado de polícia vai expor as razões fáticas e jurídicas do ato criminoso, como especificar o lugar, o dia, a hora em que foi cometido o crime, o pronome do autor e o da vítima, o tipo penal violado etc., e vai concluir determinando a instauração do inquérito policial. A Portaria é, portanto, uma peça inicial do procedimento inquisitorial que o delegado instaura de ofício quando não tenha havido prisão do suspeito, e que deve expor os fundamentos fáticos e jurídicos que justifiquem a instauração. REFERÊNCIA: CANAL CIÊNCIAS CRIMINAIS. Portaria inaugural do inquérito policial. Jusbrasil. Disponível em: <https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/401016193/portaria- inaugural-do-inquerito-policial>. Acesso em: 20 Mar. 2022.
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