Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Endométrio fisiológico No ciclo menstrual é essencial a preparação para uma possível nidação. Estradiol estimula: - Proliferação endometrial **MITOSES** - Formação glandular - Crescimento vascular - Preparação endometrial para a ação da progesterona Progesterona: - Decidualização das células do estroma - Continuação do desenvolvimento glandular e vascular já iniciado Na ausência da nidação, a involução do corpo lúteo acarreta a queda de estrógeno e progesterona - Colapso dos vasos sanguíneos - Descamação de ⅔ do endométrio = Menstruação - Decídua basal - não descama - Fonte para regeneração endometrial no próximo ciclo Pólipos Uterinos - Projeção digitiforme de tecido glandular, representando hipertrofia focal deste tecido, com pedículo vascular, por isso crescem mais (devido ao pedículo) - Habitualmente benigno - São classificados de acordo com a localização dentro do útero: Pólipos endometrais Pólipos Cervicais Pólipos Endometrais Projeções da mucosa endometrial Base Larga ou Pediculada Únicos ou Múltiplos Alguns milímetros / mais de um centímetro Doença benigna que acomete aproximadamente 25% das mulheres Em geral, assintomático, suspeita por ultrassom de rotina Podem causar: - Sangramento Uterino Anormal (SUA) - presente em 15 a 50% das mulheres com SUA - Infertilidade - Lesões Pré-malignas - Lesões Malignas Padrões de sangramento associados ao pólipo endometrial: - Menorragia - Sangramento intermenstrual - Sinusiorragia - Sangramento pós-menopausa: sangramento mais significativo do que na pré menopausa Infertilidade: - Oclusão do orifício Interno do colo pelo pólipo - Obstrução dos óstios tubáreos - "Inflamação local" pela presença do pólipo com liberação de citocinas e metaloproteinases Aspecto histeroscópico: - Superfície homogênea - Coloração esbranquiçada - Revestido por endométrio - Pode ter superfície hemorrágica Pólipo com transformação maligna: - Vascularização aumentada e irregular - Consistência amolecida - Áreas de necrose - Sangramento Diagnóstico - Ultrassom transvaginal com imagem endometrial - Vaso nutriente ao doppler - Espessamento endometrial - Pós-menopausa: >5 mm - Histeroscopia Tratamento - Histeroscopia é padrão-ouro para diagnóstico e tratamento dos pólipos endometriais - Em pacientes de maior risco de malignização, opta-se pela exérese (com ou sem anestesia) - Pós-menopausa - Sangramento presente - Tamanho maior de 1 cm - HAS, DM, uso de tamoxifeno - ? - Na menacme: pólipos menores de 10 mm tendem à resolução espontânea, sendo aceita conduta expectante por até 1 ano. Isabelle Maia (Endometriais) - Fator limitante entre exérese ambulatorial X cirúrgica: tamanho da base do pólipo Pólipos Endocervicais - Projeção digitiforme de tecido glandular que recobre o canal cervical - Acometem 2 a 5% das mulheres - Malignização em até 1,5% dos casos - Geralmente assintomáticos - achados de exame ginecológico - Quando sintomáticos: SUA, dispareunia, infertilidade - Tamanhos variados, geralmente menores de 3 cm - Acometem normalmente multíparas de 40 a 65 anos, maior risco para diabéticas e com vaginites recorrentes Diagnóstico diferencial: - Mioma parido - Pólipo Endometrial: o tratamento de ambos é diferente - Neoplasia - Ocasionalmente pode ser diagnosticado por US que mostra dilatação ou irregularidade no canal endocervical - Padrão-Ouro: histeroscopia Avaliação da lesão por completo - coloração, tamanho, base Caracterização - 15 a 20% são, na realidade, endometriais - Tratamento: Exérese com pinça em consultório quando vista a base Base larga: uso de eletrocirurgia para hemostasia Grandes, atípicos: remover por histeroscopia Investigar a cavidade uterina - associação com pólipos endometriais Hiperplasias Endometriais - Proliferação endometrial não contraposta pela progesterona (NÃO É DIGITIFORME) - Pode estar ou não associada a formação de pólipos - Quando presente, é importante a pesquisa de atipias para definir o tratamento. Manifestações Clínicas - Sangramento Uterino Anormal - Sangramento pós-menopausa - Espessamento endometrial pós-menopausa Tratamento - Baseia-se na compreensão da evolução natural da doença - Hiperplasia complexa com atipia - Histerectomia - Progestógeno (oral, parenteral ou DIU) às pacientes más candidatas à cirurgia, ou com desejo reprodutivo. - Controle após tratamento com progestógeno: biópsia endometrial - Não há consenso no timing - Bem aceito: cerca de 3 meses após - Controle com US transvaginal A principal causa de sangramento uterino pós menopausa é atrofia do endométrio. Outras causas: terapia de reposição com estrogênio, pólipos endometrais, hiperplasia endometrial e câncer de endométrio. Câncer de Endométrio - Câncer mais comum nos países desenvolvidos - Baixa mortalidade - Diagnóstico precoce - Tratamento eficaz - 5x mais frequente proporcionalmente em países desenvolvidos - Risco vitalício 2,5% - Fatores predisponentes: exposição a estrógeno não inibido pela progesterona - Maior parte carcinomas esporádicos, a minoria ligada a fatores familiares como a Síndrome Hereditária do Câncer Colorretal Não-Polipóide - Média de idade ao diagnóstico: 62 anos - Aumento de incidência progressivo com a idade, atingindo um pico entre 55 e 64 anos Subtipos baseados na aparência microscópica, no comportamento clínico e epidemiologia: Tipo I: relacionado ao estrogênio - Endometrióide - Mucinoso Tipo II: não relacionado ao estrogênio - Carcinoma de células claras - Seroso Fatores de Risco - História familiar de câncer de endométrio (RR 1,5 a 2,37) - História familiar de câncer colorretal (associado a Sd. Lynch - 40 a 60% de chance de câncer de endométrio, diagnóstico antes dos 50 anos) - Fatores associados à maior exposição a estrogênios - Menarca precoce - Menopausa tardia - Nuliparidade - Anovulação crônica - Reposição hormonal com estrógeno isolado - Uso de tamoxifeno (RR 3,28) - antiestrogênico na mama, estrogênico no endométrio - DM, HAS (associados a obesidade?) - alta ingestão de gordura na dieta - ÍNDICE DE MASSA CORPORAL Obesidade - Principal fator de risco - Tecido adiposo converte androgênios em estrona, gerando estímulo endometrial não antagonizado pela progesterona - 50% dos casos de câncer de endométrio podem ser atribuídos ao sobrepeso e obesidade - RR 2 a 10 (!) Fatores Protetores - Uso prolongado de contraceptivos (mais de um ano) - Proteção se prolonga por muitos anos após cessação do uso - Uso de DIU não-hormonal (RR 0,54) - Mecanismo de proteção não bem elucidado - Consumo de frutas e vegetais - Tabagismo (?) - Exercício físico Classificação Tipo I - 70 a 80% dos carcinomas endometriais esporádicos - Etiopatogenia relacionada ao estrogênio - Associados à hiperplasia endometrial - Expressão de receptores de estrogênio e progesterona - Baixo grau histológico - Comportamento favorável - Histologia: Diferenciação endometrióide Adenocarcinoma mucinoso (raro) Tipo II - 10 a 20% dos carcinomas endometriais esporádicos - Etiopatogenia não relacionada ao estrogênio - Surgem no endométrio atrófico - Aparecem 5 a 10 anos mais tarde que o tipo I - Geralmente não expressam receptores de estrógeno e progesterona - Alto grau histológico - Comportamento desfavorável - Histologia: Seroso Células claras (menos frequente) Apresentações Clínicas - Sangramento Uterino Anormal Pode estar ausente principalmente em mulheres idosas com estenose cervical Hematométrio ou piométrio - corrimento mucopurulento - Desconforto pélvico Aumento uterino Doença extra-uterina - Menos de 5% das pacientes são assintomáticas Rastreamento - Não se conseguiu comprovar benefício no rastreamento para câncer de endométrio em pacientes assintomáticas. - Investigar: Sangramentos pós-menopausa Sangramentos anormais na menacme- Em pacientes com síndromes sabidamente de alto risco para câncer de endométrio, recomenda-se ultrassonografia transvaginal anual a partir dos 35 anos - Diagnóstico: biópsia endometrial (bem tolerada ambulatorialmente) - Histeroscopia e curetagem: pacientes com estenose cervical Estadiamento - Cirúrgico - Citologia de amostra de fluido peritoneal - Exploração do abdome superior e pelve e biópsia de lesões suspeitas de metástase - Histerectomia extrafascial - Salpingooforectomia bilateral - Exérese de linfonodos pélvicos ou paraórticos suspeitos - Útero deve ser aberto para avaliação - Tamanho da lesão - Invasão miometrial - Extensão cervical Tratamento: após cirurgia, é realizada a avaliação de risco recidiva da paciente e avaliada a necessidade de tratamentos adjuvantes
Compartilhar