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Izabelle Santana Turma XXIV NEOPLASIA II Conceito clássico: Massa anormal de tecido cujo crescimento excede aquele dos tecidos normais e não está coordenado com ele, persistindo da mesma maneira excessiva após o término do estímulo que induziu a alteração. Conceito atual: Neoplasia é uma neoestrutura de tecido composta por células de origem clonal cujas alterações genéticas acumuladas conferem vantagem competitiva para sua proliferação e sobrevida, mas com graus variáveis de diferenciação celular. Seu crescimento integrado ao estroma poderá ou não o capacitar para a infiltração e disseminação (metástases). ANAPLASIA Proliferação irregular – as células perdem suas características de especialização, assumindo características semelhantes às das células embrionárias; Atipias nucleares, polimorfismo e hipercromasia; BENIGNAS x MALIGNAS Invasão local – quase todas as neoplasias benignas crescem como massas expansivas, sem capacidade de infiltrar, invadir ou metastatizar como as neoplasias malignas fazem. METÁSTASE Crescimento de uma neoplasia maligna secundária, a distância e descontínua com o tumor primário; Originário de células que se destacam do tumor primário e são transportadas para outro lugar; Pode ser por disseminação em cavidades corporais, vasos linfáticos e vasos sanguíneos. As principais vias de drenagem no fígado se relacionam com as ocorrências de metástase no fígado – tumores nas regiões que drenam para veia porta (vísceras abdominais) tem maiores chances de metastatizar para o fígado; PROGRESSÃO TUMORAL In situ x Invasivo In situ – apesar de maligno, limitado pela membrana basal. Ainda não tem contato com vasos sanguíneos ou linfáticos presentes na lâmina própria. Invasivo – passa a membrana basal, chega na lâmina própria e pode invadir a circulação, com risco de metástase. Possibilidade de mobilização pelo estroma. Um carcinoma primeiro cresce in situ, para depois se tornar invasivo. Todo o processo pode levar anos. Transformação epiteliomesenquimal – quando a célula ultrapassa a membrana basal e invade lâmina própria. MECANISMO DE INVASÃO Característica mais importante das neoplasias malignas – invasibilidade; O primeiro passo é a interação entre a célula tumoral e o estroma do tecido do hospedeiro. A neoplasia epitelial maligna precisa ultrapassar a membrana basal e chegar ao tecido intersticial. Izabelle Santana Turma XXIV A E-caderina é uma molécula de adesão, sem essa molécula as células se tumorais se tornam mais soltas, tornando o câncer mais invasivo. O gene da E-caderina é desativado em muitas neoplasias malignas. 1. Perda de coesão – favorece a mobilidade das células malignas (fatores de crescimento, adesinas e integrinas); ∙ Inativação do gene da E-caderina – alteração das pontes intercelulares; ∙ Afrouxamento das junções; ∙ Perda dos desmossomos = células soltas. 2. Degradação da membrana basal e do tecido conjuntivo intersticial (colagenase tipo IV e metaloproteinases) = invasão estromal devido agressividade das células malignas; 3. Ligação com as proteínas do interstício – células neoplásicas se ligam a proteínas da MEC/interstício; 4. Migração no interstício – locomoção das células tumorais através da MB e MEC; migram através interstício e chegam até vasos sanguíneos ou capilares linfáticos, viabilizando a metástase. TRANSFORMAÇÃO EPITELIOMESENQUIMAL Tecido intersticial – constituído por uma malha tridimensional de fibras (colágenas, elásticas e reticulares) embebidas em matriz gelatinosa, composta por proteoglicanos e glicoproteínas. A célula neoplásica produz glicosaminoglicanas (modificação do interstício por liberação de enzimas líticas) aumentando a hidratação da matriz, favorecendo a invasão. Laminina e fibronectina – glicoproteínas que ligam as células epiteliais a membrana basal, as fibras colágenas e a matriz; Integrinas – receptores para laminina e fibronectina na membrana basal; Membrana basal tecido colágeno diferenciado (colágeno tipo IV) degradado pela colagenase tipo IV. Colagenases e metaloproteinases em conjunto degradam a membrana basal; B. DEGRADAÇÃO C. LIGAÇÃO D. MIGRAÇÃO A. AFROUXAMENTO DAS JUNÇÕES INTERCELULARES Izabelle Santana Turma XXIV Outras enzimas como glicosidases e elastases, degradam as fibras colágenas, fibras elásticas. Cada célula de uma neoplasia pode se diferenciar e se especificar em alguma coisa, como produção dessas enzimas especificas. DISSEMINAÇÃO VASCULAR Células neoplásicas na circulação promovem agregação com elementos do sangue (plaquetas, fibrina e fatores de coagulação = êmbolos neoplásicos); Êmbolos neoplásicos – metástase mais plaquetas e fatores de coagulação; Extravasamento dos êmbolos neoplásicos em sítios distantes do tumor primário – adesão no endotélio (moléculas de adesão), ultrapassar MB (enzimas proteolíticas) – METÁSTASE (angiogênese e resistir a imunidade celular); Células neoplásicas são reconhecidas como estranhas a circulação, corpo tenta combater (imunidade celular) – linfócitos T também se juntam ao agregado de células neoplásicas para tentar combater – por isso pessoas com HIV, por exemplo, tem maiores chances de desenvolver neoplasias. Tropismo metastático maior afinidade para órgão específico (quimiocinas e quimioatraentes) – células circulam até encontrar um local atraente, então saem de dentro do vaso. Fases: 1. Adesão ao endotélio; 2. Ultrapassar a MB; 3. Metástase (angiogênese e resistir a imunidade celular). A resistência a imunidade celular deve começar ainda in situ, pois já é reconhecido como no self. CASCATA METASTÁTICA INVASÃO E METÁSTASE Células neoplásicas malignas apresentam maior expressão de MMP-3, que favorece a degradação das E- caderinas com perda de coesão celular e aumento do poder de invasão e mobilidade. As células neoplásicas são capazes de secretar diferentes colagenases, glicosidases, e elastases, atuantes na degradação da MB e componentes do estroma. A MMP-9 induz angiogênese e crescimento tumoral. Izabelle Santana Turma XXIV CARACTERÍSTICAS DA CÉLULA MALIGNA 1. Perda de coesão – menor expressão de E-caderina; 2. Motilidade – citoesqueleto de actina das células e produção do fator de mobilidade autócrino permitem a motilidade; 3. Lise da matriz – secretam metaloproteinases (colagenases, elastases) e gelatinases, são as principais enzimas; 4. Angiogênese – secretam fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e fator de crescimento fibroblastico (FGF). ANGIOGÊNESE Processo essencial para sobrevivência das células neoplásicas malignas; Moléculas estimuladoras – fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), fator de crescimento fibroblasto (FGF), angiopoetina, fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento epidérmico (EGF), fator de crescimento transformador alfa e beta (TGF α e TGF β); Moléculas inibidoras – trombospondina-1, inibidores das metaloproteínas (TIMP), interferon e estatinas. Uma parte das células neoplásicas se habilitam a produzir fatores de crescimento VEGF – atuam no endotélio do vaso e dão origem a formação do neovaso que nutre a neoplasia maligna. CÉLULA TUMORAL – CRESCIMENTO – ANGIOGÊNESE – PERDA DA COESÃO – INVASÃO – LIGAÇÃO – MIGRAÇÃO – PENETRAÇÃO VASCULAR – SOBREVIVÊNCIA NA CIRCULAÇÃO – PARADA – SAÍDA DO VASO – CRESCIMENTO E ANGIOGÊNESE (METÁSTASE CLÍNICA) LINFANGIOGÊNESE Gene Prox-1 – desenvolvimento e diferenciação dos vasos linfáticos; VEGFR (receptor de tirosinocinase) – receptor dos subtipos VEGF-C e D, com grande atividade mitogênica; A densidade linfática tem sido utilizada na avaliação prognóstica, supondo-se que quanto maior a densidade linfática, maior a chance de células neoplásicas malignas invadirem a vasculatura e metastizarem. Múltiplos nódulos de tamanhos variados são sugestíveisde metástase, não tumor primário (com exceção de nódulos uterinos – nódulos múltiplos de tamanhos variados são comuns tumores primários). FORMAS DE METÁSTASE Invasão local não é metástase – ex. tumor de reto volumoso que invade colo do útero; Carcinomas – tumores epiteliais normalmente invadem a via linfática; Sarcomas – normalmente invadem a via sanguínea; Via linfática, sanguínea ou por implante em cavidades corpóreas. CARCINOMA RENAL Diferente dos outros, cresce por continuidade, cresce formando uma coluna sólida. Invade a veia renal, VCI, podendo chegar até o átrio direito. Metástase frequente para os pulmões. Izabelle Santana Turma XXIV COMPLICAÇÕES Qualquer tumor benigno ou maligno pode provocar morbidade e mortalidade, devido: 1. Localização e invasão de estruturas; 2. Atividade funcional (ex. síntese hormonal); 3. Sangramentos e infecções por ulcerações; 4. Ruptura e/ou infarto de órgãos; 5. Caquexia ou fraqueza. GLIOMA DE TRONCO CEREBRAL Benigno, porém letal mesmo no grau I – não se pode operar para retirar devido localização, órgão vital acometido e inoperável. SÍNDROME PARANEOPLÁSICA Sintomas complexos em indivíduos com câncer que não são explicados pela disseminação local ou a distância do tumor; Pode ser a 1° manifestação da doença; aparece em 10% dos pacientes com câncer; Endocrinopatias; Trombose venosa profunda pode ser a primeira manifestação de uma neoplasia. A neoplasia altera os constituintes do sangue, aumenta o número de plaquetas, facilitando o aparecimento de trombos. Complicação de neoplasia oculta. Izabelle Santana Turma XXIV SANGRAMENTO POR ULCERAÇÕES Carcinoma gástrico; Morte por melena e hematêmese (úlceras pépticas, varizes esofágicas ou tumores); Idoso com anemia – pesquisar estômago, intestino grosso, e em mulheres incluir endométrio. ESTADIAMENTO É a análise de até onde determinada neoplasia já se disseminou; ESTADIO – tamanho e extensão da lesão primária, metástases em linfonodos regionais ou sistêmicas; Estadiamento zero – tumor in situ, 100% curável; Estadiamento 1 – restrito apenas ao órgão; Estadiamento 4 – tumor metastático; Recebe-se todas as peças retiradas em cirurgia. São feitas análises e classificação das peças; Menor anaplasia – mais bem diferenciada; OBJETIVOS da CLASSIFICAÇÃO 1. Padronização de critérios morfológicos e moleculares; 2. Categorizar o grau de agressividade – tipo celular e grau de diferenciação (bem, moderadamente e pouco diferenciados). forma e volume celular; relação núcleo/citoplasmática; polimorfismo nuclear; distribuição da cromatina (“ploidia”); número e tipo de mitoses. TNM – UICC International Union Against Cancer T – tamanho (T1 a T4) – de acordo com o tamanho da neoplasia e seu padrão de invasão local; N – metástase para linfonodos (N0 a N3) – conforme o número de linfonodos comprometidos e a distância entre o nódulo e o tumor primitivo; M – metástases à distância ou sistêmicas (M0 a M2) – de acordo com a extensão e o número de órgãos acometidos pelas metástases.
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