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Organização do trabalho educativo em Ambiente não escolar

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Prévia do material em texto

2014
OrganizaçãO dO 
TrabalhO EducaTivO Em 
ambiEnTE nãO EscOlar
Profª Mônica Conzatti
Copyright © UNIASSELVI 2014
Elaboração:
Prof. Profª Mônica Conzatti
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 370.733
 C882o Conzatti, Mônica
 Organização do Trabalho Educativo em Ambiente 
não Escolar / Mônica Constate. Indaial: Uniasselvi, 2014.
 259 p. 
 ISBN 978-85-7830-852-0
 
 1. Prática de Ensino. 2. Pedagogia. I. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
aprEsEnTaçãO
Caro(a) acadêmico(a)!
A educação direcionada aos ambientes não escolares objetiva ampliar 
as possibilidades de atuação do pedagogo, visando também desmistificar o 
olhar reducionista que a este foi empregado.
Na concepção da pedagogia diferenciada e na busca dos sentidos 
relacionados aos conteúdos a serem ministrados, percebemos a importância 
do pedagogo, enquanto profissional sensível, mediante as diversidades 
apresentadas pelos educandos. Ao tratarmos das diversidades, estamos 
nos referindo a uma vasta manifestação cultural que faz parte da formação 
de cada sujeito envolvido neste processo, sendo a educação uma espécie 
de ponte que liga o indivíduo ao mundo que o cerca em seus campos de 
manifestação, como a família, a escola, a comunidade, as organizações, entre 
outras, que fazem parte de seu cotidiano. Para tanto, cabe-nos mostrar que o 
pedagogo pode desenvolver seu trabalho independentemente da idade dos 
que necessitam da mediação dos seus saberes.
Este Caderno de Estudos objetiva ampliar a visão relacionada à 
organização do trabalho educativo em ambientes não escolares e estará 
acompanhando-o(a) ao longo da sua caminhada por meio das mais diversas 
possibilidades que vão desde a educação de jovens e adultos (mediante os 
conceitos de andragogia e heutagogia), até a pedagogia aplicada às políticas 
públicas, às empresas, aos hospitais e à educação carcerária. 
A cada nova unidade de estudo, precisamos estar cientes de que 
todos os espaços de atuação lidam com um coletivo individualizado, ou seja, 
independentemente do lugar em que o pedagogo atuará, estará carregado de 
crenças, metodologia própria e diretrizes norteadoras, além de contar com 
uma equipe multiprofissional já instaurada em cada um dos espaços.
 
Sendo o pedagogo um profissional preparado para o trabalho em 
equipe, é válido lembrar que os espaços não escolares, em sua maioria, 
contam com profissionais de outras áreas, implicados na busca do bem-estar 
e desenvolvimento dos sujeitos que, muitas vezes, fragilizados, possuem 
condições de crescimento social.
Acreditando que educar é amar, faço votos que seu amor pela 
educação rompa as mais resistentes barreiras, em busca da promoção da 
qualidade de vida e cidadania, a todos que a ela têm direito.
Professora Mônica Conzatti
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES 
 NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS ................................ 1
TÓPICO 1 – A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ............. 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3
2 PHILIPPE PERRENOUD: UM NOME DE EXPRESSÃO DA PEDAGOGIA 
 DIFERENCIADA .............................................................................................................................. 3
3 A PEDAGOGIA DIFERENCIADA ............................................................................................... 5
4 BREVE INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ........................................................ 9
5 CONCEITUANDO A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ................................................................ 12
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 – CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES ............................................. 19
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 19
2 PEDAGOGIA: TEORIA E PRÁTICA ............................................................................................ 19
3 OUTROS SENTIDOS PARA EDUCAÇÃO ................................................................................. 25
4 DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE A EDUCAÇÃO FORMAL, INFORMAL 
 E NÃO FORMAL .............................................................................................................................. 28
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 32
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 34
TÓPICO 3 – A IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PEDAGOGO .......................................... 35
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 35
2 TODOS POR UM: O GRUPO NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE .................................... 35
3 A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO PEDAGOGO ........................................................ 41
 3.1 O PAPEL DO PEDAGOGO NA ATUALIDADE ..................................................................... 44
4 ÉTICA APLICADA À PEDAGOGIA – UMA BREVE REFLEXÃO ......................................... 46
5 O PROFESSOR NA PÓS-MODERNIDADE ............................................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO3 .................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 56
TÓPICO 4 – A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES PROFESSOR E ALUNO NA 
 CONSTRUÇÃO DOS SABERES ............................................................................... 57
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 57
2 A RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO NO ENSINAR E APRENDER ...................................... 57
3 AS EXPECTATIVAS NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO ................................................... 60
4 O PAPEL DO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DA AUTOESTIMA DA CRIANÇA .......... 65
5 A DIDÁTICA ASSERTIVA: UM NOVO CAMINHO PARA O TRABALHO DO 
 PROFESSOR ...................................................................................................................................... 69
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 73
RESUMO DO TÓPICO 4 .................................................................................................................... 76
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 77
sumáriO
VIII
UNIDADE 2 – ASPECTOS RELEVANTES DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ....................... 79
TÓPICO 1 – DIVERSIDADE CULTURAL: BASE DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL .......... 81
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 81
2 A CULTURA E SUAS CULTURAS ................................................................................................ 81
3 EDUCANDO PARA A DIVERSIDADE ....................................................................................... 89
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 95
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 96
TÓPICO 2 – INSTRUMENTOS PEDAGÓGICOS APLICADOS À EDUCAÇÃO NÃO 
 FORMAL ......................................................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 97
2 O SIGNIFICADO DO APRENDER E A DEFINIÇÃO DE EDUCADOR .............................. 97
3 O ESTUDO ATIVO E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ............................................................ 99
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 109
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 110
TÓPICO 3 – ANDRAGOGIA E HEUTAGOGIA ........................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 111
2 A FASE ADULTA DO DESENVOLVIMENTO ........................................................................... 111
3 PEDAGOGIA OU ANDRAGOGIA .............................................................................................. 116
4 HEUTAGOGIA, QUE MODALIDADE DE ENSINO É ESTA? ............................................... 120
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 122
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 125
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 126
TÓPICO 4 – O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO, 
 ANDRAGÓGICO E HEUTAGÓGICO ..................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 127
2 O TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇAO INTEGRAL NO BRASIL ...................... 127
3 O TRABALHO PEDAGÓGICO A PARTIR DA VISÃO HOLÍSTICA .................................. 131
 3.1 DEFINIÇÕES, CARACTERÍSTICAS E FINALIDADES DA EDUCAÇÃO 
 HOLÍSTICA .................................................................................................................................. 133
4 O TRABALHO PEDAGÓGICO NA PERSPECTIVA HUMANISTA ..................................... 134
5 AS BASES DA METODOLOGIA ANDRAGÓGICA PARA A APRENDIZAGEM ............ 137
6 ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO 
 HEUTAGÓGICO .............................................................................................................................. 140
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 142
RESUMO DO TÓPICO 4 .................................................................................................................... 150
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 151
UNIDADE 3 – PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES ............ 153
TÓPICO 1 – A PEDAGOGIA SOCIAL E O PAPEL DO PEDAGOGO NAS POLÍTICAS 
 PÚBLICAS ...................................................................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 155
2 UM PANORAMA SOBRE HISTÓRIA E ATUALIDADE DA PEDAGOGIA 
 SOCIAL ............................................................................................................................................... 155
 2.1 A PEDAGOGIA SOCIAL NA ALEMANHA ........................................................................... 158
 2.2 IDENTIDADE E PERSONALIDADE DA PEDAGOGIA SOCIAL ....................................... 161
 2.3 A PEDAGOGIA SOCIAL E A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO SOCIAL NO BRASIL ......... 164
3 A INSERÇÃO DA PEDAGOGIA SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS ........................... 166
IX
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 172
TÓPICO 2 – PEDAGOGIA HOSPITALAR: O ENSINAR EM UM AMBIENTE DE 
 FRAGILIDADE ............................................................................................................. 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 173
2 A CRIANÇA HOSPITALIZADA ................................................................................................... 173
3 A PEDAGOGIA HOSPITALAR ..................................................................................................... 177
4 A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO HOSPITALAR: POSSIBILIDADES E DESAFIOS .......... 179
5 A BRINQUEDOTECA ...................................................................................................................... 183
 5.1 OS BRINQUEDOS .......................................................................................................................194
6 A BRINQUEDOTECA HOSPITALAR .......................................................................................... 197
7 COMO FALAR SOBRE A MORTE PARA AS CRIANÇAS? .................................................... 200
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 207
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 208
TÓPICO 3 – PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL ....................................................................... 209
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 209
2 O PAPEL DO SETOR DE RECURSOS HUMANOS NO TREINAMENTO DE 
 PESSOAL ............................................................................................................................................ 209
3 O PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES .................................................................................... 216
 3.1 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: O ESPAÇO DE TRABALHO DO 
 PEDAGOGO ORGANIZACIONAL ......................................................................................... 220
 3.2 A RELAÇÃO ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÃO ............................................................ 228
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 234
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 236
TÓPICO 4 – PEDAGOGIA CARCERÁRIA .................................................................................... 237
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 237
2 BREVE HISTÓRICO DAS PRISÕES ............................................................................................ 237
3 LEGISLAÇÃO APLICADA À EDUCAÇÃO DE ADULTOS EM RECLUSÃO ..................... 238
4 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS APLICADA AO CÁRCERE PRIVADO ........... 244
5 O PEDAGOGO E A EDUCAÇÃO CARCERÁRIA: DESAFIOS APLICADOS A 
 ESTE CONTEXTO ............................................................................................................................ 247
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 249
RESUMO DO TÓPICO 4 .................................................................................................................... 251
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 252
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 253
X
1
UNIDADE 1
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO 
ESCOLARES: TRABALHANDO OS 
CONCEITOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir desta unidade, você será capaz de:
• conhecer o conceito e a aplicação da Pedagogia Diferenciada de Philippe 
Perrenoud;
• identificar os espaços educativos em ambientes não escolares a partir da 
compreensão do conceito de educação não formal;
• reafirmar a identidade do pedagogo diante do perfil de atuação direciona-
do à educação não formal;
• traçar a importância do estabelecimento dos vínculos entre aluno e professor.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles, 
você encontrará atividades que o(a) ajudarão a internalizar os conhecimentos 
estudados.
TÓPICO 1– A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO 
FORMAL 
TÓPICO 2 – CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
TÓPICO 3 – A IDENTIDADE DO PEDAGOGO EM AMBIENTES NÃO 
ESCOLARES
TÓPICO 4 – A RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A 
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
1 INTRODUÇÃO
Para iniciarmos o estudo relacionado à educação não formal, faz-se necessário 
termos clareza de alguns conceitos básicos, que darão suporte a esta modalidade 
educativa. Para tanto, discutiremos, neste primeiro tópico, alguns aspectos que 
marcam a importância da educação não formal na atuação do pedagogo, bem como 
a contribuição na fortificação das relações entre a escola e a comunidade. 
2 PHILIPPE PERRENOUD: UM NOME DE EXPRESSÃO DA 
PEDAGOGIA DIFERENCIADA
Para compreendermos o que virá a seguir, passaremos a conhecer um 
pouco mais sobre o estudioso Philippe Perrenoud e sua contribuição no que 
condiz aos aspectos relevantes da Pedagogia Diferenciada.
FIGURA 1 – PHILIPPE PERRENOUD
FONTE: Disponível em <http://pedagogiaunicidiesdeguaianas.
spaceblog.com.br/624060/PERRENOUD-PHilLIPE-ENSINAR-AGIR-
NA-URGENCIA-DECIDIR-NA-INCERTEZA/>. Acesso em: 13 jan. 2014.
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
4
De acordo com Paula (2011), Philippe Perrenoud é sociólogo e antropólogo 
com doutorado nestas duas áreas. Sua atuação concentra-se às relacionadas ao 
currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação, nas faculdades de 
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Genebra. Para Perrenoud, 
o sucesso e o fracasso escolar não são exclusivos ao ambiente escolar, ou seja, 
o estudioso considera que cada aprendizado objetiva preparar os alunos para 
enfrentarem as etapas subsequentes ao currículo escolar, tornando o aluno capaz 
de mobilizar suas aquisições escolares fora do ambiente escolar, tornando assim 
qualquer ambiente pedagógico, independente de quaisquer situações. 
Perrenoud, conforme Paula (2011), reforça que o problema da transposição 
didática ou da construção das competências, vem de encontro a uma proposta 
norteadora em relação ao desenvolvimento significativo do potencial dos alunos, 
tanto dentro, quanto fora do ambiente escolar. Para ele, competência significa 
capacidade de agir de maneira eficaz em um determinado tipo de situação, 
apoiada em conhecimento, mas sem limitar-se a ela; lembrando que o mundo 
do trabalho se apoia na noção de competência e que a escola deve seguir estes 
passos no intuito de buscar a modernização e a inserção, na corrente de valores 
da economia de mercado.
Em suas obras, Perrenoud abarca o conceito de competência, porém 
enfoca que não há uma definição clara e objetiva do seu significado. Para este 
estudioso existem três aspectos do que pode vir a ser competência: desempenho, 
hábito e sucesso.
Perrenoud em sua proposta, enfatiza também, que quando os professores 
aceitam a ideia de competência, consideram-se encarregados de dar conhecimentos 
básicos aos seus alunos, pensando que antes de mobilizá-los em determinada 
situação, devem prestar-lhes informações básicas e metódicas no contexto do saber. 
Desta forma o estudioso inicia a discussão sobre uma das suas linhas de trabalho a 
transposição didática, assunto que trataremos no decorrer de nossos estudos.
TÓPICO 1 | A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
5
NOTA
Acadêmico(a)! A fim de esclarecer uma das áreas de formação deste estudioso, 
veremos o conceito de Antropologia, que é a ciência que estuda o homem e as implicações 
e características de sua evolução física (Antropologia Biológica), social (Antropologia Social), 
ou cultural (Antropologia Cultural). A palavra antropologia deriva das palavras gregas antropos 
(humano, ou homem) + logos (pensamento ou razão). Esta é uma ciência tardia que surgiu, 
ou se constituiu como disciplina científica, em meados do século XIX, a partir das descobertas 
de Darwin e sua teoria evolucionista, quando se concentrava na elaboração de teorias sobre 
a evolução do homem, sociedade e cultura. O homem não era mais fruto da criação Divina, 
então os cientistas começaram a procurar pela sua origem:o chamado “elo perdido”, que 
ligaria o homem moderno a seus ancestrais hominídeos. Com o tempo, os estudos sobre 
o homem ganharam forma, os cientistas começaram a se interessar pelos grupos humanos 
primitivos e seus costumes, cultura e características, passando a entender o homem não 
mais como uma criação de Deus, mas da natureza.
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/ciencias/antropologia/>. Acesso em: 13 
jan. 2014.
3 A PEDAGOGIA DIFERENCIADA
Antes de abordarmos a pedagogia aplicada aos ambientes não formais, 
vamos concentrar nossos estudos na pedagogia diferenciada como uma maneira 
de transpormos nossa visão além dos métodos clássicos.
Para Perrenoud (2000) diferenciar (no aspecto social) significa lutar pelas 
desigualdades diante do espaço escolar, objetivando elevar o nível do ensino. 
Diante deste pressuposto, nós pedagogos, devemos ir muito além dos conteúdos, 
valorizando as experiências vivenciadas pelos alunos, objetivando acrescentar 
também estes conhecimentos, inserindo-os no currículo. 
O pedagogo que apresenta sensibilidade aos níveis de fracasso escolar, 
preocupa-se com a forma de ajustar suas aulas às características individuais dos 
alunos, buscando novos métodos de ensino que respeitem a diversidade.
Permanecendo rígido aos métodos tradicionais e posteriormente 
aplicando-os da mesma forma a todos os alunos, o pedagogo estará sendo 
indiferente às diferenças. Perrenoud (2000) deixa claras as consequências a partir 
do momento em que o pedagogo:
a) Evidencia o êxito daqueles que dispõem de maiores condições e acesso a 
estímulos culturais, dos códigos, do nível de desenvolvimento, das atitudes, 
dos interesses e apoios que permitem um aprendizado mais ágil que refletem 
nas notas das provas.
b) Provoca o fracasso nos que não dispõem das mesmas condições, convencendo-
os de que são incapazes de aprender, fazendo-os acreditar que o fracasso é 
sinal de insuficiência pessoal mais do que da inadequação da escola. 
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
6
Acadêmico(a)! Você já presenciou ou vivenciou estas situações enquanto 
frequentava a escola regular? Saiba que a forma como o sucesso e o fracasso escolar é 
exposta pelos professores, influenciam diretamente na construção da personalidade 
do estudante, principalmente no que tange à sua autoestima. Procure refletir sobre 
sua postura em relação a esta problemática enquanto futuro educador.
DICAS
O filme Escola de Rock retrata esta questão do reforçamento realizado pelo 
professor referente ao sucesso ou fracasso escolar. 
Dewey Finn (Jack Black) é um músico que acaba de ser demitido de sua banda. Cheio de 
dívidas para pagar e sem ter o que fazer, ele aceita dar aulas como professor substituto 
em uma escola particular de disciplina rígida. Logo Dewey se torna um exemplo para seus 
alunos, sendo que alguns deles se juntam ao professor para montar uma banda local, sem o 
conhecimento de seus pais. Assista!
FONTE: Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-47016/>. Acesso em: 13 
jan. 2014.
Perrenoud (2000) reforça que a pedagogia diferenciada está relacionada à 
didática, ao questionamento sobre o sentido do trabalho escolar, à relação com os 
outros saberes e à utilização dos conteúdos ministrados.
É bem possível que você já se questionou, no período em que frequentou 
a escola regular, sobre a importância de aprender fórmulas matemáticas, 
composições químicas, espaços geográficos e até mesmo fatos históricos, 
buscando um sentido maior do que as reproduções mecanizadas nas avaliações. 
Em relação às dúvidas a respeito da aplicabilidade das informações, 
Perrenoud (2000) aponta que é preciso refletir sobre duas questões:
TÓPICO 1 | A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
7
• A primeira refere-se à finalidade da informação a ser repassada, pois se 
considerarmos que o objetivo da escola é influenciar o mundo, os conhecimentos 
não transferíveis não despertam interesse. Portanto, para que serve a 
democratização do acesso ao saber, se não for mobilizável fora da escola?
• A segunda refere-se à didática, sendo que a falta de sentido relacionado às 
aprendizagens origina uma parte das dificuldades deste contexto, pois 
traz como consequência uma visão limitada sobre dois campos de grande 
significação: as relações entre os saberes escolares e as práticas sociais.
A educação nos provoca a pensarmos nos sentidos relacionados aos 
conteúdos escolares e, à consciência do trabalhar objetivando favorecer a 
transferência de conhecimentos no intuito de desenvolver competências. Este 
posicionamento nos direciona a outra forma de atuarmos, ou seja, buscar e 
transferir os significados do que queremos ensinar. Podemos arriscar dizer, que 
uma parcela dos alunos em fracasso escolar resiste às aprendizagens escolares, 
por não verem sentido nas informações que o educador fornece. 
Perrenoud (2000, p. 55) reforça esta questão ao comentar que
O melhor a ser dito é que não se deve esperar dominar um saber para 
perguntar-se o que se poderia fazer com ele! Se uma parte dos jovens 
adultos oriundos da escolaridade obrigatória lê com muita dificuldade, 
se alguns correm o risco de tornarem-se analfabetos funcionais, não é 
apenas por não transferir um savoir-faire adquirido, é simplesmente 
por não tê-lo realmente construído durante sua escolaridade.
NOTA
Acadêmico(a)! A expressão savoir-faire significa habilidade para executar algo.
FONTE: Disponível em: <http://www.dicionarioweb.com.br/savoir-faire/>. Acesso em: 21 jan. 
2014.
Neste sentido, o educador necessita estar atento ao constatar que o aluno 
está aquém do esperado para sua idade ou formação, na execução de alguma 
atividade, para que não corra o risco de rotulá-lo precipitadamente, como incapaz. 
É interessante questionar o aluno sobre como foram formadas as bases 
que sustentam aquela atividade, por exemplo: o aluno com dificuldades em 
matemática pode não ter compreendido as operações fundamentais consideradas 
simples, como adição, subtração, divisão e multiplicação, sendo esta a causa de sua 
dificuldade em avançar nos conteúdos mais complexos em relação à disciplina.
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
8
Um educador comprometido com o processo de aprendizagem, fará 
o possível para que este educando possa avançar na aprendizagem, buscando 
métodos alternativos como: aulas extras, encaminhamento a outros profissionais, 
formulação de uma metodologia mais lúdica e realista etc., evitando movimentar-
se de forma desnecessária na busca de culpados pela condição do aluno.
É neste momento que Perrenoud (2000) traz a importância do conceito de 
transferência ao caracterizá-la como a capacidade de um sujeito de reinvestir suas 
aquisições cognitivas, ao se fazerem necessárias mediante outras situações (que 
fogem do contexto escolar), considerando que sem o mínimo de transferência, 
toda aprendizagem seria, portanto, totalmente inútil, visto que corresponderia a 
uma situação passada e não reprodutível em outra ocasião.
A transferência traz à tona a necessidade de pensarmos em novas formas 
de demonstração, no que condiz a possibilidade de tornamos os conteúdos 
menos abstratos e mais próximos da realidade vivenciada naquela comunidade, 
constituída pelos alunos e suas famílias. Desta maneira estaremos preparando-
os para que os conhecimentos adquiridos sejam reinvestidos nos mais variados 
cenários ao longo do seu desenvolvimento, sendo estes: na vida cotidiana, 
política, familiar e pessoal.
FIGURA 2 – TRANSFÊNCIA DE CONHECIMENTO FORA DA ESCOLA
FONTE: Disponível em: <http://paradigmasdapedagogia.blogspot.com.
br/2011_05_01_archive.html>. Acesso em: 22 jan. 2014.
Desta forma, Perrenoud (2000, p. 57) enfatiza que “globalmente, a 
importância atribuída à transferência de conhecimentos está ligada à mobilidade 
das pessoas e ao ritmo de transformação das sociedades”.
Porém, não significadizer que as formas tradicionais de aprendizagem 
tenham que desaparecer por completo e nem que toda a aquisição precisa ser 
transferível a situações diferentes para ser digna de interesse; mas que seja 
considerada e valorizada a bagagem cultural e os saberes da criança ou adulto no 
decorrer da vida escolar. Pense nisso!
TÓPICO 1 | A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
9
4 BREVE INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
Sendo a educação não formal um dos campos de atuação do pedagogo, 
torna-se interessante conhecer os momentos mais importantes da construção desta 
modalidade educacional. Gohn (2011) coloca que até a década de 80, a educação 
não formal era um campo pouco valorizado no Brasil, tanto nas políticas públicas 
quanto entre os educadores, pois todas as atenções estavam voltadas à educação 
formal. Mesmo que de maneira discreta, alguns estudiosos da época, acreditavam 
que se tratava de uma extensão das atividades escolares e enfatizavam esta ideia. 
Nesta época, a visão mais otimista lançada à educação não formal, estava 
relacionada à educação de jovens e adultos, que além de ter um projeto voltado à 
alfabetização, objetivava integrá-los ao contexto urbano-industrial.
 
Gohn (2011, p. 100) enfatiza que:
Genericamente, a educação não formal era vista como o conjunto de 
processos delineados para alcançar a participação de indivíduos e de 
grupos em áreas denominadas extensão rural, animação comunitária, 
treinamento vocacional técnico, educação básica, planejamento familiar 
etc. Os conteúdos a serem adquiridos na aprendizagem via educação 
não formal, incluíam: atitudes positivas em relação à cooperação 
na família, trabalho, comunidade, colaboração para o crescimento 
nacional, progresso etc.; a alfabetização funcional; o conhecimento 
de habilidades funcionais para o planejamento familiar, sustentação 
econômica e participação cívica, além de uma visão científica para 
compreensão elementar de determinadas áreas específicas.
Em 1990, esta modalidade passou a destacar-se devido a mudanças 
significativas na economia, na sociedade e no mundo do trabalho, quando houve 
uma valorização das questões referentes à aprendizagem em grupos e aos valores 
culturais que regiam as comunidades naquela época, considerando que as crenças 
e valores sociais eram determinantes na conduta dos indivíduos. 
Diante disso, outra forma de pensar a educação não formal estava 
surgindo, ou seja, era necessário investir em uma nova cultura organizacional 
que apostasse na aprendizagem de habilidades extraescolares.
Gohn (2011) coloca que a instauração desta nova visão foi muito além 
de configurar um novo campo para esta modalidade educacional. Houve 
organizações importantes posicionando-se em defesa de investimentos nesta 
área, sendo estas: agências internacionais como a ONU (Organização das Nações 
Unidas) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência 
e Cultura).
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
10
FIGURA 3 – UNESCO
FONTE: Disponível em: <http://www.concursosmuseologia.com.br/2013/08/
unesco-abre-processo-seletivo.html>. Acesso em: 20 jan. 2014.
Em 1990, foi realizada na Tailândia, uma conferência em que dois 
documentos de considerável expressão foram elaborados, sendo denominados 
“Declaração mundial sobre educação para todos” e “Plano de ação para satisfazer 
necessidades básicas da aprendizagem”; particularidades relacionadas à América 
Latina juntamente com experiências de ONGs (Organizações não Governamentais) 
em programas de educação na região, elencaram novas possibilidades de trabalho 
destinadas a esta área. 
Assim, Gohn (2011, p. 101-102) considera que:
A partir da definição de necessidades básicas de aprendizagem, vistas 
como “ferramentas essenciais para a aprendizagem” e de seus novos 
“conteúdos básicos”, abrangendo, além dos conteúdos teóricos e 
práticos, valores e atitudes para viver e sobreviver, e a desenvolver 
a capacidade humana, os documentos da conferência ampliam o 
campo da educação para outras dimensões além da escola. [...] Os 
documentos prosseguem preconizando a necessidade de mudanças, 
numa visão ampliada da educação, inovando os canais existentes, 
fazendo-se alianças e utilizando-se recursos de forma a universalizar o 
acesso à educação e fomentar a equidade. 
As ONGs ocupam um lugar de grande destaque no cenário educacional 
não formal, devido a trabalhos desenvolvidos no âmbito educativo comunitário e 
intrafamiliar, na área de educação fundamental junto a comunidades indígenas e 
rurais, bem como em programas de educação para o trabalho voltado a entidades 
que promovam programas sobre tecnologias apropriadas, autogestão, agricultura 
sustentável e preservação do meio ambiente.
Gohn (2011) destaca que as ONGs são agências que possuem know-how 
em metodologias, estratégias e programas de ação, tendo se firmado ao longo 
das últimas décadas como incentivadoras do trabalho voluntário, bem como 
destacam-se no resgate do conhecimento, crenças e costumes das culturas locais, 
adotando uma postura de valorização e não de desprezo.
TÓPICO 1 | A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
11
NOTA
Acadêmico(a)! O termo know-how provém do inglês e significa “saber como”. 
Ao ser aplicado a alguém que apresenta know-how em alguma atividade, refere-se à pessoa 
que sabe desempenhar essa tarefa com conhecimento de causa e experiência. 
FONTE: Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/know-how/. Acesso em: 17 
jan. 2014.
Gohn (2011) coloca que ainda na década de 90, o Brasil sofreu com um 
balanço na economia, provocando uma onda de desemprego motivada por 
políticas globalizantes, com características excludentes que desestabilizaram o 
mercado de trabalho, criando uma situação de precariedade do trabalhador em 
relação a um sistema de direitos. Os trabalhadores perderam seu status, segurança 
e, às vezes, a própria identidade, com o findar do sistema salarial.
Esta situação trouxe à tona o novo modelo desenhado pela ONU em 
que enfatizava-se o poder do conhecimento e não mais da economia, ou seja, 
passava-se a exigir das pessoas o domínio de habilidades consideradas básicas, 
como por exemplo, ter fluência em mais de um idioma, bem como das questões 
relacionadas à gestão, sejam na carreira profissional, nos conflitos, ou no trabalho 
em equipe etc.; visando ao planejamento de todos, na vida pessoal e profissional.
Além disso, passa-se a exigir do trabalhador um perfil criativo e 
compreensivo dos processos, além de uma postura flexível às novas ideias, 
com capacidades que visem ao raciocínio rápido na tomada de decisões e 
responsabilidade com suas atividades e com as outras pessoas, nos campos 
relacionados à sociedade e ao meio ambiente. 
Gohn (2011) ressalta que para a formação desta nova personalidade 
profissional preparada a enfrentar as demandas deste mercado de trabalho, foram 
desenvolvidos alguns cursos por certos programas oficiais, a fim de atender 
às necessidades básicas do cidadão. Diante do fato do maior problema ser o 
desemprego, foi preciso alterar políticas públicas, de forma que se priorizasse 
a retomada do desenvolvimento e a expansão do setor produtivo. Estes cursos 
fizeram parte das políticas do modelo econômico vigente na época, porém 
priorizavam os interesses do capital especulativo internacional em detrimento do 
desenvolvimento nacional.
Na prática, a nova organização mundial trouxe benefícios em nível de 
capacitação profissional e oportunidade de ampliação dos segmentos relacionados 
à indústria, mas como consequência, a sociedade tornou-se mais competitiva, 
individualista e violenta, sendo relevante mencionar o aumento considerável de 
doenças diretamente ligadas ao trabalho.
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
12
5 CONCEITUANDO A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
É comum associarmos a educação somente ao ambiente formal (escolar) 
com suasnormativas e diretrizes, mas é necessário lembrar que seu conceito é 
amplo e vai muito além dos muros das escolas, ou seja, está diretamente associado 
ao conceito de cultura. 
Para Gohn (2011) a cultura é concebida como modos, formas e processos 
de atuação na história, onde é construída, passando constantemente por 
modificações, sendo diretamente influenciada por valores que se sedimentam 
em tradições e são transmitidos de uma geração para outra. Considerando 
que a educação de um povo consiste no processo de absorção, reelaboração e 
transformação da cultura existente, entende-se que ela é geradora da cultura 
política de uma nação. 
Nos aspectos relacionados à educação não formal, Gohn (2011, p. 106) 
destaca cinco importantes dimensões que designam este processo: 
O primeiro envolve a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos 
enquanto cidadãos, isto é, o processo que gera a conscientização dos 
indivíduos para a compreensão dos seus interesses e do meio social 
e da natureza que o cerca, por meio da participação em atividades 
grupais. Participar de um Conselho de escola poderá desenvolver 
essa aprendizagem. O segundo, a capacitação dos indivíduos 
para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou 
desenvolvimento de potencialidades. O terceiro, a aprendizagem e 
exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem 
com os objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas 
coletivos cotidianos. [...] O quarto, e não menos importante, é a 
aprendizagem de conteúdos da escolarização formal, escolar, em 
formas e espaços diferenciados. Aqui, o ato de ensinar se realiza 
de forma mais espontânea, e as forças sociais organizadas de uma 
comunidade têm o poder de interferir na delimitação do conteúdo 
didático ministrado bem como estabelecer as finalidades a que se 
destinam àquelas práticas. O quinto é a educação desenvolvida na e 
pela mídia, em especial eletrônica.
Vivemos em uma época em que as mídias fazem parte do nosso 
cotidiano e o influenciam diretamente, tornando o acesso à informação quase 
que instantaneamente no ato do acontecimento. A modernização da sociedade 
trouxe uma aceleração da rotina, provocando vários efeitos colaterais entre eles: 
frustração, estresse, relações familiares frágeis, ansiedade, doenças de caráter 
psicossomático etc. 
TÓPICO 1 | A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
13
NOTA
Acadêmico(a)! A psicossomática é uma doença caracterizada por sinais e 
manifestações apresentadas pelo corpo, onde os exames médicos não conseguem descobrir 
uma origem orgânica ou biológica para o sintoma.
FONTE: Disponível em: <http://elidioalmeida.com/2011/01/doenca-psicossomatica-o-que-
e-isso/>. Acesso em: 20 jan. 2014.
Diante destes atenuantes, a sociedade busca formas alternativas de lidar 
com a fragilidade expressa no corpo, na procura por cursos que visam trabalhar 
maneiras de reduzir os impactos da rotina no organismo, como o: autoconhecimento, 
o relaxamento, a meditação e os alongamentos etc. Estes recursos vêm crescendo 
constantemente, sendo considerados um campo da educação não formal. 
Conforme Gohn (2011), a educação transmitida pela família, nas relações 
de amizade, clubes, nos teatros, na leitura de jornais, nos livros, nas revistas, entre 
outros meios são considerados temas da educação informal. A diferença entre 
educação não formal e informal é que na primeira existem dois sujeitos, ou seja, 
fazem parte desta modalidade alcançar objetivos e/ou desenvolver competências. 
Já a educação informal decorre de processos espontâneos não havendo rigidez 
metodológica na sua condução. 
Os espaços de educação não formal se desenvolvem: nas associações de 
bairro, nos movimentos sociais, nas igrejas, nos sindicatos, nos partidos políticos, 
nas ONGs, nos espaços culturais e nas próprias escolas. As escolas fazem parte 
desta modalidade de ensino ao serem palco de atividades culturais abertas à 
comunidade ou mesmo quando proporcionam aos seus alunos oficinas temáticas 
de trabalho como artesanato, teatro etc.
FIGURA 4 – OFICINA DE TEATRO
FONTE: Disponível em: <http://www.spbarueri.com.br/workshop-teatro-
de-rua-em-barueri-%E2%80%93-inscricoes.html>. Acesso em: 20 jan. 2014.
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
14
Nas atividades relacionadas à educação não formal, as questões referentes 
às categorias de espaço e tempo recebem outra conotação. Gohn (2011) enfatiza 
que o espaço, neste caso, é algo criado e recriado segundo os modos de ação 
previstos nos objetivos maiores que dão sentido ao fato de determinado grupo 
social estar reunido. Já o tempo não é algo fixado a priori e são respeitadas as 
diferenças existentes para a absorção e reelaboração dos conteúdos, implícitos e 
explícitos, no processo de ensino-aprendizagem.
A educação não formal busca evitar o enquadramento dos indivíduos que 
participam desta forma educativa, procurando flexibilizar o currículo com o objetivo 
de atender à demanda da clientela. Considerando que um dos principais objetivos da 
educação não formal é o exercício da cidadania, busca, entretanto pensar suas ações 
voltadas ao coletivo, sendo estas elaboradas em função destes, nos quais destacamos: 
grupos de trabalhadores, grupos de jovens, adultos, mães, terceira idade etc.
Gohn apud Afonso (1992) nos contempla com um quadro comparativo 
entre as escolas tradicionais (educação formal) e as associações democráticas para 
o desenvolvimento não formal:
QUADRO 1 – COMPARATIVO ENTRE AS ESCOLAS TRADICIONAIS (EDUCAÇÃO FORMAL) E AS 
ASSOCIAÇÕES DEMOCRÁTICAS PARA O DESENVOLVIMENTO NÃO FORMAL
Tipos de Aprendizagem
Escolas tradicionais Associações democráticas para o desenvolvimento
Apresentam um caráter compulsório Apresentam um caráter voluntário
Dão ênfase apenas à instrução Promovem sobretudo a socialização
Favorecem o individualismo e a 
competição Promovem a solidariedade
Visam à manutenção dos status quo Visam ao desenvolvimento
Preocupam-se essencialmente com a 
reprodução cultural e social
Preocupam-se essencialmente com a 
mudança social
São hierárquicas e fortemente 
formalizadas
São pouco formalizadas e pouco ou 
incipientemente hierarquizadas
Dificultam a participação Favorecem a participação
Utilizam métodos centrados no 
professor-instrutor
Proporcionam a investigação-ação e 
projetos de desenvolvimento
S u b o r d i n a m - s e a u m p o d e r 
centralizado
São, por natureza, formas de 
participação descentralizada 
FONTE: AFONSO (1992)
TÓPICO 1 | A PEDAGOGIA DIFERENCIADA E A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
15
NOTA
Acadêmico(a)! A expressão “status quo” significa o estado atual das coisas. No 
estado que devem estar as coisas.
FONTE: Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/status%20quo/>. Acesso em: 
20 jan. 2014.
Acadêmico(a)! É importante frisar que as duas modalidades educativas 
(não formal e informal) possuem aspectos considerados positivos e negativos, 
sendo assim, na prática educativa necessitamos filtrar as possibilidades que cada 
uma delas nos oferece.
A aprendizagem relacionada à educação não formal se dá através da 
prática social, sendo pautada no pressuposto que por meio das experiências 
vivenciadas pelo grupo o aprendizado é originado, considerando que esta prática 
educativa é de caráter coletivo. 
FIGURA 5 – APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
FONTE: Disponível em: <http://www.gthidro.ufsc.br/comunidade-de-aprendizagem-
em-governanca-do-saneamento>. Acesso em: 20 jan. 2014.
A respeito disso Gohn (2011, p. 112) nos enfatiza que:
A maior importância da educação não formal está na possibilidade 
de criação de novos conhecimentos, ou seja, a criatividade humana 
passa pela educação não formal. O agir comunicativo dos indivíduos, 
voltado para o entendimento dos fatos e fenômenos sociais cotidianos, 
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
16
baseia-se em convicções práticas,muitas delas advindas da moral, 
elaboradas a partir das experiências anteriores, segundo as tradições 
e as condições histórico-sociais de determinado tempo e lugar. O 
conjunto desses elementos fornece a amálgama para a geração de 
soluções novas, construídas em face dos problemas que o dia a dia 
coloca nas ações dos homens e das mulheres.
A educação não formal proporciona aos seus participantes um espaço 
importante de reflexão e posteriormente, ações que possam vir a beneficiar 
diretamente a comunidade no qual estão inseridos. Para que isso seja concreto, 
é necessário empenho e determinação dos grupos envolvidos com essa prática 
educativa, motivando a participação da comunidade.
 Gohn (2011) considera que é importante esclarecer que os processos 
metodológicos utilizados na educação não formal estão pouco relacionados à 
leitura e à escrita, ou seja, a discussão e a troca de ideias se dão por meio dos 
saberes disponíveis, no passado e presente e são consideradas prioridades nesta 
modalidade. Estes momentos possibilitam aos participantes a expressão de seus 
desejos, emoções e pensamentos, que por algum motivo (carência socioeconômica, 
direito individual, demanda não atendida) permaneceram calados.
Acadêmico(a)! A educação não formal exige do pedagogo um pensamento 
crítico e aberto às diferentes situações que irão fazer parte do seu cotidiano; pois 
como vimos anteriormente, as modalidades educativas estão separadas somente 
por conceitos teóricos, porém a realidade as une.
Pensar a escola hoje é reconhecer a existência de demandas individuais e 
coletivas, orientando para a liberdade do sujeito, preparando-o para o exercício do 
diálogo democrático e para as mudanças sociais. Buscar desenvolver a capacidade 
do sujeito em compreender o outro em sua cultura, deve fazer parte do conteúdo 
programático das atividades a serem desenvolvidas, quebrando paradigmas.
17
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para Perrenoud (2000), o sucesso e o fracasso escolar não são exclusivos ao 
ambiente escolar, pois o estudioso considera que cada aprendizado objetiva 
preparar os alunos para enfrentarem as etapas subsequentes ao currículo 
escolar, tornando o aluno capaz de mobilizar suas aquisições escolares fora 
do ambiente escolar, tornando qualquer ambiente, um ambiente pedagógico, 
independente de quaisquer situações. 
• O conceito de competência enfocado por Perrenoud diz que não há uma 
definição clara e objetiva do seu significado, sendo que para o estudioso existem 
três aspectos do que pode vir a ser competência, como: desempenho, hábitos e 
sucesso.
• Perrenoud (2000) nos coloca ainda que a pedagogia diferenciada está relacionada 
com: a didática, o questionamento sobre o sentido do trabalho escolar, a relação 
com os outros saberes e a utilização dos conteúdos ministrados.
• Um educador comprometido com o processo de aprendizagem, fará o possível 
para que este educando possa avançar na aprendizagem, buscando métodos 
alternativos como: aulas extras, encaminhamento a outro profissional, 
formulação de uma metodologia mais lúdica e realista etc., evitando 
movimentar-se de forma desnecessária na busca de culpados pela condição do 
aluno.
• A diferença entre educação não formal e informal é que na primeira existem 
dois sujeitos, ou seja, fazem parte desta modalidade alcançar objetivos e/
ou desenvolver competências. Já a educação informal decorre de processos 
espontâneos não havendo rigidez metodológica na sua condução. 
• ONGs são agências que possuem know-how em metodologias, estratégias 
e programas de ação, tendo se firmado ao longo das últimas décadas como 
incentivadoras do trabalho voluntário. Elas se destacam no resgate do 
conhecimento, crenças e costumes das culturas locais, adotando uma postura 
de valorização e não de desprezo.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Para Perrenoud (2000) diferenciar significa lutar pelas desigualdades diante 
do espaço escolar, objetivando elevar o nível do ensino. Desta forma, como o 
profissional da educação precisa trabalhar este conceito de diferenciar?
2 Como você, acadêmico(a), visualiza a educação não formal e como ela 
acontece dentro desta estrutura? Exemplifique.
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 2
CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Durante seus estudos nesta disciplina, vamos juntos caminhar pelos 
espaços não escolares, seus significados e forma como o pedagogo se destaca 
neles em seus formatos de atuação. 
Inicialmente, faremos um resgate de alguns conceitos importantes, 
sendo estes: educação formal, informal e não formal, bem como o conceito de 
pedagogia. Posteriormente, veremos alguns dos possíveis ambientes de educação 
não formal, nos quais os saberes pedagógicos contribuem de forma significativa 
no transcorrer dos processos educativos.
Desejamos, acadêmico(a), que seus estudos sejam produtivos e que 
enriqueçam sua visão diante destas possibilidades de trabalho. Bons estudos!
2 PEDAGOGIA: TEORIA E PRÁTICA
Por muito tempo a visão sobre o conceito e missão da Pedagogia, 
permaneceu limitada ao modo como se ensina ou o uso de técnicas de ensino, 
sendo então restritos ao ambiente escolar. Porém, um novo cenário da educação 
inicia-se a partir de novas perspectivas para o profissional, tornando seu 
significado mais amplo e complexo.
Libâneo (2010, p. 29) aponta que a Pedagogia
[...] é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa 
na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz 
orientadora da ação educativa. O pedagógico refere-se às finalidades 
da ação educativa, implicando objetivos sociopolíticos a partir dos 
quais se estabelecem formas organizativas e metodológicas da ação 
educativa. Nesse entendimento, o fenômeno educativo apresenta-se 
como expressão de interesses sociais em conflito com a sociedade. É 
por isso que a Pedagogia expressa finalidades sociopolíticas, ou seja, 
uma direção explícita da ação educativa. 
A pedagogia ensaia novos passos que vão além dos muros das escolas 
direcionando o ato educativo a uma prática concreta realizada para a sociedade 
como um todo, respondendo aos novos movimentos que estão sendo estabelecidos 
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
20
como a globalização, o neoliberalismo, o terceiro setor, e a educação on-line, 
exigindo dos profissionais pedagogos maior qualificação e preparo.
Diante destes novos movimentos, Libâneo (2010) nos mostra que a 
educação é um conjunto de ações, processos, influências e estruturas, que através 
de suas práticas intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos, 
estabelecendo uma relação ativa com o meio natural e social, diante de um 
determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais.
O campo de atuação da pedagogia é vasto, pois a educação ocorre em 
várias instâncias como na família, no trabalho, na rua, nas organizações, nos 
meios de comunicação, na política, entre outras. 
FIGURA 6 – EDUCAÇÃO NA FAMÍLIA
FONTE: Disponível em: <http://www.novabrasilfm.com.br/blog/marcio-cruz/
familia-familia-acorda-junto-todo-dia-nunca-perde-essa-mania/>. Acesso em: 
6 jan. 2014.
Estas modalidades educativas manifestam-se de diferentes formas e 
são classificadas em: educação formal, não formal e informal. Libâneo (2010) as 
diferencia da seguinte forma:
a) Educação informal: corresponde às ações e influências exercidas pelo meio, ou 
seja, o ambiente sociocultural em que o indivíduo está inserido, por meio das 
relações do indivíduo com outros indivíduos ou grupos em vários aspectos, 
sejam estes: social, ecológico, físico e cultural. Este envolvimento resulta em 
conhecimentos, experiências e práticas que não estão ligadas à uma instituição, 
sendo assim, não apresentam uma função intencional ou organizada.
TÓPICO 2 | CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
21
FIGURA 7– EDUCAÇÃO INFORMAL
FONTE: Disponível em: <http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/03/
fundamentos-historicos-e-filosoficos-da.html>.Acesso em: 6 jan. 2014.
b) Educação não formal: caracteriza-se pela relação educacional realizada em 
espaços fora dos marcos institucionais, mas que obedecem a certo grau de 
sistematização e estruturação. 
FIGURA 8 – EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
FONTE: Disponível em: <http://www.sorocaba.sp.gov.br/pagina/230/>. Acesso em: 
7 jan. 2014.
c) Educação formal: é composta pelas instâncias de formação, escolares ou não, 
em que há objetivos educativos explícitos resultantes de uma ação intencional 
institucionalizada, estruturada e sistemática.
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
22
FIGURA 9 – EDUCAÇÃO FORMAL
FONTE: Disponível em: <http://gifrana.blogspot.com.br/2009/12/educacao-
formal.html>. Acesso em: 7 jan. 2014.
Acadêmico(a)! Estas modalidades de educação possuem particularidades, 
porém não podem ser consideradas de forma isolada. 
Considerando que as práticas educativas fazem-se presentes em muitos 
lugares, o pedagogo passa a fazer parte de outros cenários, reconstruindo sua 
atuação em novos espaços.
 
Gadotti (2005) aponta que a educação não formal é mais difusa, menos 
hierárquica e menos burocrática, pois os programas desenvolvidos nesta 
modalidade educacional não necessitam seguir um sistema sequencial e 
hierárquico de progressão. Sua duração pode ser de acordo com a necessidade da 
instituição que o desenvolve, podendo fornecer certificados ou não. 
Diante do exposto, Gadotti (2005, p. 2) sustenta que:
O tempo da aprendizagem na educação não formal é flexível, 
respeitando as diferenças e as capacidades de cada um, de cada uma. 
Uma das características da educação não formal é sua flexibilidade 
tanto em relação ao tempo quanto à criação e recriação dos seus 
múltiplos espaços. 
São caracterizados como espaços de atuação do pedagogo para a 
educação não formal: empresas, hospitais, ONGs, associações, igrejas, eventos, 
emissoras de transmissão (rádio e TV), penitenciárias, agências de viagem, entre 
outros lugares em que os saberes pedagógicos façam a diferença. Desta forma o 
pedagogo acompanha as transformações sofridas pela sociedade fazendo com 
que esta também a perceba de outra forma, deixando de ser visto como um 
TÓPICO 2 | CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
23
profissional diretamente ligado à educação formal, passando a desenvolver um 
trabalho mais amplo e diversificado.
Para Libâneo (2010), a educação está associada aos processos de 
comunicação e interação nos quais os membros de uma sociedade assimilam 
saberes, habilidades, técnicas, atitudes e valores existentes em um meio 
culturalmente organizado, ganhando com isso a importância necessária para 
produzir outros saberes, técnicas, valores etc.
 Este profissional, que sempre exerceu o papel de transformador do 
conhecimento e do comportamento humano, agora acompanha as mudanças 
sociais, efetivando sua atuação além dos muros da escola, e que, no entanto, 
também objetivam a aprendizagem e a modificação do comportamento humano 
dentre a educação não formal.
Libâneo (2010) chama nossa atenção ao afirmar que o pedagogo é o 
profissional cuja atuação é ampliada às várias instâncias da prática educativa, 
direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e 
assimilação de saberes e modos de ação, tendo por objetivo a formação humana 
previamente definida em sua contextualização histórica. 
Partindo do pressuposto de que a evolução social tem inserido o pedagogo 
em um mercado de trabalho cada vez mais amplo e diversificado, faz-se importante 
compreendermos que muitas foram as mudanças na dinâmica desta sociedade 
contemporânea, devido à globalização e às modernizações. Também foram 
valorizadas, com mais intensidade, ações como inclusão social, voluntariado, 
projetos e pesquisas voltados às várias modalidades educativas (formal, informal 
e não formal), reforçando que o processo de ensino-aprendizagem não se restringe 
somente ao espaço escolar.
Libâneo (2010) enfatiza que no campo da ação pedagógica extraescolar 
encontramos profissionais que exercem sistematicamente atividades pedagógicas 
e outros que ocupam apenas parte de seu tempo nestas atividades, dentre eles:
a) Formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, 
orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não escolares) em 
órgãos públicos, privados e públicos não estatais, os ligados às empresas, à 
cultura e aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc.
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
24
FIGURA 10 – ORIENTAÇÃO EM SAÚDE
FONTE: Disponível em: <http://linkdigital.ifsc.edu.br/2012/05/21/ifsc-participa-
da-semana-municipal-de-conscientizacao-e-orientacao-sobre-saude-mental-em-
joinville/>. Acesso em: 8 jan. 2014.
b) Formadores que atuam nas empresas com a transmissão de saberes e técnicos 
ligados a outras atividades profissionais especializadas. Neste quesito temos, 
por exemplo, engenheiros, supervisores de trabalho, técnicos etc., que dedicam 
boa parte de seu tempo a supervisionar e ensinar trabalhadores no local de 
trabalho, orientar estagiários etc.
FIGURA 11 – ORIENTAÇÃO DE ESTÁGIO
FONTE: Disponível em: <http://economia.terra.com.br/lei-do-estagio-ajuda-
empreendedor-a-descobrir-novos-talentos,857832c35076b310VgnCLD200000bb
cceb0aRCRD.html>. Acesso em: 8 jan. 2014.
TÓPICO 2 | CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
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c) Trabalhadores sociais, monitores e instrutores de recreação e educação física, 
bem como profissionais das mais diversas áreas onde ocorre algum tipo de 
atividade pedagógica, tais como: administradores de pessoal, redatores de 
jornais e revistas, comunicadores sociais e apresentadores de programas de 
rádio e TV, criadores de programas de TV, de vídeos educativos, de jogos 
e brinquedos, elaboradores de guias urbanos e turísticos, mapas, folhetos 
informativos, agentes de difusão cultural e científica etc. 
FIGURA 12 – GUIA TURÍSTICO
FONTE: Disponível em: <http://www.tocadacotia.com/turismo/guia-de-turismo>. 
Acesso em: 8 jan. 2014.
Acadêmico(a)! Como você pôde observar há uma gama enorme de 
atividades pedagógicas desenvolvidas por outros profissionais, que muitas vezes 
nem se dão conta de que exercem um papel educativo e influente no cotidiano 
de outras pessoas. Neste caso, a intervenção do pedagogo é de grande valia, pois 
como profissional habilitado em lidar com questões também referentes à dinâmica 
da aprendizagem, tem muito a contribuir com as outras categorias profissionais.
3 OUTROS SENTIDOS PARA EDUCAÇÃO
Veremos a seguir que a educação se apresenta com outros sentidos, além 
daqueles que já conhecemos. Para tanto devemos também, enquanto pedagogos 
adotar outras posturas tendo como finalidade repensar nossa prática e reconstruir 
nossos métodos.
Para Libâneo apud Mialaret (1976) a educação caracteriza-se de três 
outras formas: educação-instituição, educação-processo e educação-produto, que 
se organizam da seguinte maneira:
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
26
a) Educação-instituição: esta linha corresponde a uma estrutura organizacional 
e administrativa, com normas de funcionamento e diretrizes pedagógicas que 
se referem ao sistema educacional como um todo, no caso do funcionamento 
interno de cada instituição. Neste âmbito estão as escolas e as outras formações 
de educação, como: educação brasileira, educação norte-americana e educação 
familiar, sendo esta também inclusa como instituição. O autor esclarece 
que a multiplicidade de modalidades educativas presentes na sociedade 
contemporânea não restringem o sistema educacional ao sistema de ensino, 
muito menos o reduzem às formas estritamente institucionais ou oficiais. Na 
educação não formal, encontramos outras categorias assim organizadas como 
os movimentos sociais e comunitários, as atividades de animação cultural, 
equipamentos urbanos etc.
FIGURA 13– MOVIMENTOS SOCIAIS
FONTE: Disponível em: <http://feab.wordpress.com/2009/12/03/a-une-as-fraudes-e-a-
criminalizacao-dos-movimentos-sociais/>. Acesso em: 8 jan. 2014.
b) Educação-processo: esta instância é ligada à ação educadora e suas condições/
modos pelos quais os sujeitos incorporam os meios de se educar. Considerando 
que toda educação implica uma relação de influência entre os seres humanos, 
a educação-processo objetiva formar o sujeito, de modo que o mesmo possa 
alcançar propósitos explícitos e intencionais, promovendo aprendizagens 
mediante a atividade própria dos sujeitos. É aplicada em ambientes 
organizados, objetivos e com conteúdos definidos em função das necessidades 
apresentadas pelos sujeitos, visando à utilização de métodos e procedimentos de 
intervenção educativa buscando obter determinados resultados distinguindo-
se dos processos educativos informais, que são mais difusos e espontâneos. 
O processo educativo opera com três elementos considerados essenciais: um 
agente que origina a ação educativa, um modo de atuação que se constitui 
de conteúdo ou método e um destinatário que corresponde a um indivíduo, 
grupo ou geração. 
TÓPICO 2 | CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
27
FIGURA 14 – TREINAMENTO
FONTE: Disponível em: <http://www.ines.gov.br/_layouts/mobile/view.
aspx?List=f99d462d-c61d-47a9-b3c9-abf307e38d59&View=2825c49b-0843-
4a8f-8fea-d3e10904a144>. Acesso em: 9 jan. 2014.
c) Educação-produto: este modelo caracteriza-se pelos resultados obtidos na 
execução das ações educativas, diante da configuração do sujeito educado 
como consequência dos processos educativos ministrados. Configura-se no 
aluno educado como produto da oferta de serviços educativos. Ao fazermos 
uso de comentários como “o ensino fundamental está deixando a desejar” ou “a 
criança está no quinto ano e ainda não sabe ler”, estamos avaliando a educação-
produto. Neste aspecto, estamos questionando os objetivos e conteúdos da 
educação, indiferente se esta for escolar ou não escolar, pois ambas refletem as 
expectativas sociais. Ao definirmos como projeto a formação de sujeitos com 
perfil autônomo, solidário, participativo e/ou profissionalmente capacitados, 
estamos nos remetendo ao “aluno educado” como sujeito que se comporta 
e se conduz de acordo com estas expectativas. Os educadores precisam ter 
clareza dos objetivos e efeitos do processo educativo, sendo necessário avaliar 
a educação-produto e, reformular a educação-instituição, visando aprimorar a 
educação-processo caso for necessário.
UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
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FIGURA 15 – FRACASSO X SUCESSO ESCOLAR
FONTE: Disponível em: <http://fracassoescolar2012.blogspot.com.br/>. 
Acesso em: 9 jan. 2014.
Considerando que a educação é uma ação, a educação-processo é a forma 
que norteia as bases para a educação-sistema e para a educação-produto. Neste 
ponto cabe verificar se os objetivos estão de acordo com as idades, os vários 
agrupamentos sociais e as realidades vividas pelos sujeitos educandos.
4 DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE A EDUCAÇÃO 
FORMAL, INFORMAL E NÃO FORMAL
Conforme a proposta desta disciplina, passaremos a concentrar e 
aprofundar nossos estudos na modalidade de educação não formal. Porém, 
como anteriormente vimos, as três modalidades educativas (formal, informal e 
não formal) estão de alguma forma interligadas, o que nos obriga a destrinchá-las 
para que possamos entender também o que as mantém unidas.
Primeiramente, necessitamos ser visionários de um processo educativo 
ligado a várias estruturas sociais, deixando de lado a antiga concepção de que a 
educação é restrita aos espaços das escolas, tratando-se de um movimento que 
é fruto do desenvolvimento social e que é determinada pelas relações sociais 
vigentes em cada sociedade.
A educação transforma-se no mesmo ritmo que a sociedade evolui. Um 
exemplo dessa evolução são as tecnologias de informação aplicadas à educação, 
com programas específicos que auxiliam na aprendizagem de crianças, adolescentes 
e adultos. Lembre-se também de que a educação a distância é uma mostra desse 
“pensar educação” diante dos progressos da sociedade.
 
Libâneo (2010) busca nortear nossos olhares sobre as modalidades 
educativas, ao destacar que a concepção do processo educativo leva à ampliação 
do significado da educação na sociedade, enfatizando a necessidade da distinção 
TÓPICO 2 | CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
29
entre a educação não intencional e a educação intencional. Ao tratar da educação 
não intencional, o autor nos remete a refletir:
Num sentido mais amplo, a educação abrange o conjunto das 
influências do meio natural e social que afetam o desenvolvimento do 
homem na sua relação ativa com o meio social. Os fatores naturais 
como o clima, a paisagem, os fatores físicos e biológicos, sem dúvida 
exercem uma ação educativa. Do mesmo modo, o ambiente social, 
político e cultural implicam sempre mais processos educativos, 
quanto mais a sociedade se desenvolve. Os valores, os costumes, as 
ideias, a religião, a organização social, as leis, o sistema de governo, 
os movimentos sociais, as práticas de criação de filhos, os meios de 
comunicação social são forças que operam e condicionam a prática 
educativa. A despeito desse grande poder dessas influências, boa parte 
delas ocorre de modo não intencional, não sistemático, não planejado. 
(LIBÂNEO, 2010, p. 87).
No que condiz à educação intencional, Libâneo (2010, p. 87) sustenta que:
Surge, pois, no desenvolvimento histórico da sociedade, a educação 
intencional como consequência da complexificação da vida social 
e cultural, da modernização das instituições, do progresso técnico 
científico, da necessidade de cada vez maior número de pessoas 
participarem das decisões que envolvem a coletividade. A sociedade 
moderna tem uma necessidade inelutável de processos educacionais 
intencionais, implicando objetivos sociopolíticos explícitos, conteúdos, 
métodos, lugares e condições específicas de educação, precisamente 
para possibilitar aos indivíduos a participação consciente, ativa, crítica 
na vida social global.
Deve estar claro ao pedagogo, que há uma distinção entre ambas e que 
a totalidade da educação se dá a partir da junção destas duas modalidades, 
principalmente no que tange às relações (vínculos) estabelecidos durante o 
processo de formação do indivíduo. 
A educação intencional e a não intencional unem-se a partir do momento 
em que percebemos que o indivíduo não está alheio às mudanças que ocorrem 
ao seu redor ou muito menos isolado das diretrizes que organizam os diversos 
processos dos quais ele é submetido, ao longo da vida.
Diante disso, vamos procurar esclarecer, acadêmico(a), algumas 
prerrogativas pertinentes à educação formal e à não formal, sendo estas: a 
educação formal é aplicada exclusivamente aos ambientes escolares? Qual é a 
diferença entre a educação formal e a não formal? A educação formal faz parte da 
formação dos adultos incluídos em movimentos sociais?
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UNIDADE 1 | A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: TRABALHANDO OS CONCEITOS
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Libâneo (2010, p. 88) nos esclarece as diferenças das respectivas 
denominações inferidas a estas modalidades educativas, ao sustentar que:
Formal refere-se a tudo que implica uma forma, isto é, algo inteligível, 
estruturado, o modo como algo se configura. Educação formal seria, 
pois, aquela estruturada, organizada, planejada intencionalmente, 
sistemática. Neste sentido, a educação escolar convencional é tipicamente 
formal. Mas isso não significa dizer que não ocorra educação formal em 
outros tipos de educação intencional. Entende-se assim, queonde haja 
ensino (escolar ou não) há educação formal. Neste caso são atividades 
educativas formais também a educação de adultos, a educação sindical, 
a educação profissional, desde que estejam presentes a intencionalidade, 
a sistematicidade e condições previamente preparadas, atributos que 
caracterizam um trabalho pedagógico-didático, ainda que realizadas 
fora do marco escolar propriamente dito.
FIGURA 16 – ASSEMBLEIA SINDICAL
FONTE: Disponível em: <http://www.bancariosdf.com.br/site/index.
php?option=com_content&view=article&id=7539:bancarios-do-bb-e-da-
caixa-participam-de-reuniao-conjunta-no-trt&catid=40:caixa&Itemid=23>. 
Acesso em: 9 jan. 2014.
Libâneo (2010, p. 89) nos apresenta o significado de educação não formal ao 
enfatizar que:
[...] são aquelas atividades como caráter de intencionalidade, porém 
com baixo grau de estruturação e sistematização, implicando 
certamente relações pedagógicas, mas não formalizadas. Tal é o 
caso dos movimentos sociais organizados na cidade e no campo, os 
Acadêmico(a)! Ao aprofundarmos esta definição de educação formal 
contemplada pelo autor anteriormente citado, foi possível compreender que esta 
modalidade está ligada a outros campos de cunho educativo possibilitando sua 
aplicação aos diversos setores da sociedade.
TÓPICO 2 | CONHECENDO OS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
31
FIGURA 17 – CAPACITAÇÃO DE MULHERES AGRICULTORAS
FONTE: Disponível em: <http://www.asbraer.org.br/noticias,ruraltins-promove-
curso-de-processamento-de-frutas-em-rio-sono,56461>. Acesso em: 9 jan. 2014.
Enquanto educadores, precisamos ter clareza de que as modalidades 
formal, não formal e informal de ensino devem ser valorizadas, cada qual em 
suas peculiaridades, porém vistas de uma maneira unificada. A educação formal 
não deve ser atribuída somente à unidade escolar, pois é neste ambiente que 
a formação sistematizada inicia seu percurso e o apresenta às demais formas 
educativas. A escola deve buscar estreitar seus vínculos com a educação formal e 
a não formal, adotando uma postura consciente, criativa, crítica e realista diante 
destes conceitos educacionais.
Libâneo (2010) reforça esta questão quando coloca que a educação não pode 
ser dissolvida nos movimentos sociais, ou seja, uma sociologização da educação, 
pois tal visão provocaria um empobrecimento da Pedagogia. Em contrapartida, a 
educação também não deve ser referenciada somente pela escolarização, negando 
a visão contextualizada da prática educativa escolar unida a outras modalidades.
Acadêmico(a)! Ao estudarmos as características de cada modalidade 
educativa, passamos a compreender seu entrelaçamento e importância na formação 
contínua do indivíduo e o quão o papel do educador consciente destas diferenças e 
semelhanças é primordial neste aspecto. 
trabalhos comunitários, atividades de animação cultural, os meios 
de comunicação social, os equipamentos urbanos culturais e de 
lazer (museus, cinemas, praças, áreas de recreação) etc. Na escola 
são práticas não formais as atividades extraescolares que provêm 
conhecimentos complementares, em conexão com a educação formal 
(feiras, visitas etc.). O exemplo da escola mostra que, frequentemente, 
haverá intercâmbio entre o formal e o não formal. Uma associação 
de bairro de educação não formal poderá reunir mães, durantes três 
dias, para um curso sobre a importância do aleitamento materno, 
onde se terão objetivos explícitos, conteúdos, métodos de ensino, 
procedimentos didáticos que são características da educação formal.
32
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico você estudou que:
• A pedagogia passa a ter nova roupagem e sai das salas de aula auxiliando 
profissionais de várias áreas, exigindo dos pedagogos maior formação e 
comprometimento.
• Para Libâneo (2010) as modalidades educacionais subdividem-se em três: 
formal, informal e não formal, assim conceituadas:
 Modalidade formal: característica das instâncias de formação, escolares ou 
não, em que há objetivos educativos explícitos direcionados para uma ação 
intencional institucionalizada, estruturada e sistemática.
 Modalidade informal: corresponde às ações e influências exercidas pelo meio, 
ou seja, o ambiente sociocultural em que o indivíduo está inserido. 
 Modalidade não formal: caracteriza-se pela relação educacional realizada em 
instituições fora dos marcos institucionais, mas que obedecem a certo grau de 
sistematização e estruturação. 
• São vastas as áreas de atuação do pedagogo; Libâneo (2010) assim os denomina: 
a) formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, 
orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não escolares) em 
órgãos públicos, privados e públicos não estatais, ligados às empresas, à 
cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc.; b) formadores 
ocasionais que ocupam parte do seu tempo em atividades pedagógicas em 
empresas, por exemplo: engenheiros, técnicos, supervisores de trabalho; c) 
trabalhadores sociais, monitores e instrutores de recreação e educação física, 
bem como profissionais das mais diversas áreas. Exemplo: comunicadores 
sociais, administradores de pessoal etc.
• A educação não permanece somente nas modalidades formal, informal 
e não formal. Para Libâneo apud Mialaret (1978), a educação possui três 
formas: educação-instituição; educação-processo; educação-produto, assim 
conceituadas:
 Educação-institucional: ocorre a partir da estrutura organizacional e 
administrativa, com normas de funcionamento e diretrizes pedagógicas que se 
referem ao sistema educacional.
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 Educação-processo: opera com três elementos considerados essenciais: um 
agente que origina a ação educativa; um modo de atuação que se constitui 
de conteúdo ou método e um destinatário que corresponde a um indivíduo, 
grupo ou geração. 
 Educação-produto: caracteriza-se pelos resultados obtidos na execução das 
ações educativas, diante da configuração do sujeito educado como consequência 
dos processos educativos ministrados.
34
1 Caro(a) acadêmico(a)! Disserte sobre as novas áreas de atuação do pedagogo. 
Mencione suas vantagens e o que este profissional necessita diante das 
mudanças que ocorrem dentro da pedagogia.
AUTOATIVIDADE
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TÓPICO 3
A IDENTIDADE PROFISSIONAL DO 
PEDAGOGO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a)! Nesta nova fase de estudos, apresentaremos 
alguns conceitos pertinentes à formação de sua identidade, além da influência 
que os diversos grupos que fazem parte da sua vida, contribuindo também com 
a formação de sua identidade enquanto pedagogo. Além disso, abordaremos 
o papel do professor na pós-modernidade e os avanços da pedagogia neste 
movimento, enfocando principalmente a postura do educador. 
2 TODOS POR UM: O GRUPO NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE
Que tal iniciarmos os estudos de uma maneira diferente? Para isto o(a) 
convidamos para um desafio: em posse de um papel e lápis, pare por um minuto e 
liste todos os grupos dos quais fez ou faz parte. Dos grupos que você listou, pense 
agora: qual é a principal razão de fazer parte deles? Certamente você terá mais 
claro os motivos que o(a) impulsionaram a participar de alguns grupos e talvez 
ficará em dúvida quanto à sua participação em outros, mas não se preocupe, 
pois no decorrer desta exposição vamos procurar juntos, as respostas para estas 
perguntas.
Para que possamos compreender melhor estas questões, precisamos 
inicialmente nos remeter à infância. Toda criança que vem ao mundo adentra 
a um cenário pronto, ou seja, construído e organizado anteriormente ao seu 
nascimento que farão parte da vida e, consequentemente, das relações sociais 
desta criança.
Bock (1995) salienta que essas relações sociais ocorrem num primeiro 
momento na família, que é responsável por orientar a criança a fim de prepará-la 
para a ampliação do círculo de relações. Ao longo da vida do indivíduo, acontecerá 
a internalização da realidade e sua formação psíquica, que são construídos a 
partir de suas experiências de vida em um processo

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