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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PROF.A MA. LYDIANA POLLIS NAKASUGI Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Gestão Educacional: Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira Letícia Toniete Izeppe Bisconcim Luana Ramos Rocha Produção Audiovisual: Heber Acuña Berger Leonardo Mateus Gusmão Lopes Márcio Alexandre Júnior Lara Pedro Paulo Liasch Gestão de Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................5 1 - PROCESSO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL.....................................................................................................6 1.1. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL .............................................................................................................................. 7 1.1.1. PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 7 1.1.2. CRITÉRIOS DE CIENTIFICIDADE ................................................................................................................. 7 1.1.3. AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO .........................................................................................................................8 1.1.4. ETAPAS AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ............................................................................................................8 1.1.5. ANAMNESE ....................................................................................................................................................8 2 - AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR ........................................................................................................9 2.1. TÉCNICAS E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR ........................................................9 2.2. TIPOS DE INSTRUMENTOS PARA AVALIAR O CONSUMO ALIMENTAR ...................................................9 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR PROF.A MA. LYDIANA POLLIS NAKASUGI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 4WWW.UNINGA.BR 2.3. CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA ...................................................................................11 2.4. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA INGESTÃO DE NUTRIENTES .....................................................................11 2.4.1. RECORDATÓRIO DE 24 HORAS (R24) ........................................................................................................11 2.4.2. DIÁRIO ALIMENTAR (DA) OU REGISTRO ALIMENTAR (RA) .................................................................. 13 2.5. AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ALIMENTOS OU GRUPOS ALIMENTARES .............................................. 16 2.5.1. QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA ALIMENTAR (QFA) ............................................................................ 16 2.6. AVALIAÇÃO DO PADRÃO ALIMENTAR ......................................................................................................... 18 2.6.1. HISTÓRIA ALIMENTAR ............................................................................................................................... 18 2.7. FONTES DE ERROS DOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR .................................. 18 2.7.1. ERROS RELACIONADOS À COLETA DE DADOS ........................................................................................ 18 2.7.2. ERROS RELACIONADOS ÀS RESPOSTAS ................................................................................................. 18 2.7.3. VARIABILIDADE INTRA-INDIVÍDUOS ........................................................................................................ 19 2.7.4. VARIABILIDADE INTERINDIVIDUAL .......................................................................................................... 19 2.7.5. DIFICULDADES PARA AVALIAR O CONSUMO .......................................................................................... 19 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................................................20 5WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Este material tem como objetivo trazer os conceitos de avaliação do consumo alimentar e a sua importância para a avaliação do estado nutricional, assim como apresentar ferramentas para a avaliação do consumo alimentar. Também apresenta as técnicas e métodos de avaliação do consumo alimentar. A nutrição adequada é essencial para o bem-estar de qualquer indivíduo, grupos ou populações. A pouca variedade, os desequilíbrios na qualidade e na quantidade de alimentos disponíveis, assim como o padrão inadequado de ingestão alimentar, podem afetar a saúde. “A avaliação nutricional tem como objetivo identi� car os distúrbios nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de forma a ajudar na recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo” (McLAREN, 1976 apud VASCONCELOS, 2000, p. 19). 6WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - PROCESSO DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL A assistência nutricional a indivíduos, grupos e populações obrigatoriamente obedece a uma sequência de conditas e eventos que podem ser generalizados conforme � gura 1. Todo o processo de intervenção se inicia com a avaliação. É a partir da avaliação nutricional que todo o direcionamento do tratamento nutricional será dado. A avaliação nutricional é um processo de identi� cação da condição nutricional de indivíduos, grupos ou populações, mensura todos os indicadores do estado nutricional, a � m de identi� car a possível ocorrência, natureza e extensão da alteração que pode variar de de� ciência a toxicidade. Figura 1 - Etapas da assistência nutricional. Fonte: Tirapegui e Ribeiro (2006, p. 3). O estado nutricional é “o estado resultante do equilíbrio entre a oferta de nutrientes de um lado e do gasto do organismo do outro” (� gura 2) (McLAREN, 1976 apud VASCONCELOS, 2000, p. 19). Figura 2 - Estado nutricional. Fonte: Google imagens (2019). 7WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A avaliação do estado nutricional de indivíduos, grupos ou de populações utiliza procedimentos diagnósticos. Essa área evoluiu da avaliação das � utuações de peso e da ingestão alimentar para investigações mais profundas,incluindo fatores inter-relacionados, testes laboratoriais so� sticados e análises complexas da composição corporal. De uma forma geral, um único método de avaliação não re� ete, de maneira precisa, o estado nutricional e metabólico dos indivíduos, grupos e populações. Precisando então de métodos objetivos e subjetivos. Quatro deles estão representados na � gura 3. Figura 3 - Métodos objetivos e subjetivos de avaliação nutricional. Fonte: Martins (2008). 1.1. Avaliação nutricional A avaliação do estado nutricional envolve o exame das condições físicas do indivíduo, crescimento e desenvolvimento, comportamento, níveis de nutrientes na urina, sangue ou tecidos e a qualidade e quantidade de nutrientes ingerida (MAHAN, ESCOTT-STUMP e RAYMOND, 2013). A avaliação nutricional consiste na coleta de dados clínicos, dietéticos, bioquímicos e da composição corpórea, com a � nalidade de identi� car e tratar as alterações do estado nutricional. 1.1.1. Princípios da avaliação - Determinar a população alvo. - Reconhecer os objetivos da avaliação. - Escolher quais os testes e equipamentos que serão utilizados. - Determinar a ordem de aplicação dos testes/medidas. - Orientação da avaliação – duração e objetivo. 1.1.2. Critérios de Cientificidade - Validade - Objetividade - Reprodutibilidade 8WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A validade é a capacidade que uma medida ou teste tem de mensurar aquilo que se propõe. A objetividade é a capacidade que uma medida ou teste tem de apresentar os mesmos resultados, quando realizados por avaliadores diferentes no mesmo grupo e nas mesmas condições. A reprodutibilidade é a capacidade que uma medida ou teste tem de apresentar os mesmos resultados, quando realizados pelo mesmo avaliador no mesmo grupo e nas mesmas condições. 1.1.3. Avaliação e Prescrição A avaliação é processo que considera protocolos estabelecidos e compara o indivíduo com valores anteriormente estabelecidos. A prescrição é o conjunto de decisões que permitem determinar os critérios relacionados ao comportamento alimentar, ou ações que resultam em mudanças funcionais previsíveis. 1.1.4. Etapas Avaliação Nutricional - Avaliação clínica - Investigação da ingestão atual/habitual - Avaliação de parâmetros bioquímicos - Avaliação da composição corporal - Avaliação do gasto energético - Avaliação da maturação biológica - Avaliação psicossocial - Cálculo de necessidades - Adequação da dieta 1.1.5. Anamnese A anamnese tem como � nalidade conhecer o indivíduo, grupo ou população que será atendido, signi� ca identi� car diferentes aspectos da saúde e do comportamento alimentar, dentre outras informações. De acordo com as condições � siológicas ou grupo etário, questões especí� cas assumem maior ou menor importância. Na anamnese, de uma forma geral, deve conter questões relacionadas a: - Dados demográ� cos (nome, idade, sexo, data de nascimento, endereço, ocupação, local de trabalho, plano de saúde, data da entrevista, nome do pro� ssional); - Informações sobre saúde: doenças existentes ou preexistentes, antecedentes familiares, uso de medicamentos e/ou suplementos, hábitos de vida (fumo e álcool). - Informações sobre aspectos do comportamento alimentar: conhecimento sobre a nutrição e alimentação, relações afetivas e situacionais com alimentos (preferências, aversões, restrições, condições � nanceiras e físicas para a aquisição e preparo de alimentos), aspectos demográ� cos e geográ� cos relacionados a facilidade ou di� culdades de consumo de alimentos. - Informações sobre o nível de atividade física, funcionamento intestinal, alergias e intolerâncias, consumo de líquidos, aparência física geral. 9WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 2 - AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR Um dos principais objetivos de um processo de acompanhamento nutricional é intervir positivamente no padrão alimentar. Assim é de fundamental importância que se avalie o consumo alimentar, pois desta forma é possível propor modi� cações. A avaliação do consumo alimentar tem como � nalidades: - Obter o consumo, atual ou habitual, de alimentos e bebidas para avaliar a qualidade da dieta de indivíduos ou de coletividades; - Monitorar o padrão alimentar de indivíduos ou grupos de indivíduos para identi� car mudanças eu tendências de consumo; - Pesquisa em relação entre dieta e doenças; - Fornecer elementos para o planejamento e a avaliação de políticas públicas na área de alimentação e nutrição. 2.1. Técnicas e métodos de avaliação do consumo alimentar Há na literatura vários métodos disponíveis, contudo cada um apresentando as suas vantagens e suas limitações de uso. A escolha das técnicas e métodos para avaliação do consumo alimentar para avaliar a dieta do indivíduo, grupo ou população vai depender de vários fatores, tais como: objetivos do acompanhamento nutricional, das condições do avaliado no quesito memória, à alfabetização, à motivação para preenchimento de instrumentos de avaliação, dentre outros. Deve-se ainda levar em consideração se o objetivo da avaliação se refere ao consumo atual ou habitual, se deseja avaliar o consumo de nutrientes ou de alimentos, e se deseja avaliar indivíduos, grupos ou populações. 2.2. Tipos de instrumentos para avaliar o consumo alimen- tar - Avaliação quantitativa da ingestão de nutrientes (Recordatório de 24 horas e Diário alimentar ou Registro alimentar): requer informações sobre o consumo e a posterior comparação dos valores obtidos com as necessidades individuais. 10WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 4 - Vantagens e desvantagens dos métodos de inquérito alimentar segundo objetivos da avaliação do consu- mo alimentar na prática clínica. Fonte: Fisberg, Marchioni e Colucci (2009). - Avaliação do consumo de alimentos ou grupos alimentares (Questionário de frequência alimentar): avalia a frequência da ingestão de determinados alimentos. Figura 5 - Vantagens e desvantagens dos métodos de inquérito alimentar segundo objetivos da avaliação do consu- mo alimentar na prática clínica. Fonte: Fisberg, Marchioni e Colucci (2009). - Avaliação do padrão alimentar (História alimentar): consta de uma entrevista ou anamnese detalhada sobre os hábitos alimentares do entrevistado. Figura 6 - Vantagens e desvantagens dos métodos de inquérito alimentar segundo objetivos da avaliação do consu- mo alimentar na prática clínica. Fonte: Fisberg, Marchioni e Colucci (2009). 11WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 2.3. Classificação dos instrumentos de coleta Os métodos podem ser divididos em: - Métodos qualitativos: avaliam a quantidade da dieta, isto é, quais alimentos ou grupos de alimentos são consumidos com frequência. Ex. Questionário de frequência alimentar (QFA). - Métodos quantitativos: avaliam os alimentos e as quantidades consumidas em 24 horas. Exemplo: Recordatório 24 h e diário alimentar ou registro alimentar. - Métodos semiquantitativos: relaciona-se a uma variação do QFA, é incorporada ao questionário de frequência uma porção de referência para cada um dos alimentos citados. - Método prospectivo: quando a informação é obtida ao mesmo tempo em que o alimento é consumido. - Método retrospectivo: refere-se ao consumo do passado, dependendo da capacidade de cada entrevistado em lembra-se do consumo recente (últimas 24 horas) ou de longo prazo (última semana/mês/ano). 2.4. Avaliação quantitativa da ingestão de nutrientes 2.4.1. Recordatório de 24 horas (R24) É um instrumento utilizado mundialmente e consiste em uma entrevista realizado pelo nutricionista onde o entrevistado descreve o consumo de alimentos e bebidas nas últimas 24 horas precedentes ou, mais comumente, o dia anterior. O questionamento sobre o dia anterior geralmente facilita a recordação, pois o entrevistado pode usar vários parâmetrosdurante a entrevista, como o horário em que acordou ou foi dormir ou a rotina de trabalho, por exemplo. As quantidades consumidas são estimadas em medidas usuais, unidades ou porções de alimentos e transformadas, em gramas, posteriormente. É uma entrevista pessoal conduzida pelo pro� ssional nutricionista durante uma consulta. A qualidade da informação coletada dependerá da cooperação e capacidade de comunicação do entrevistado, da habilidade do entrevistador em conduzir a entrevista e da capacidade do entrevistado em estimar as quantidades consumidas. O nutricionista deverá possuir amplo conhecimento dos hábitos e costumes da população em geral, assim como dos alimentos e modos de prepara-los. Respostas precisas e não tendenciosas exigem respeito e atitude neutra diante de hábitos e consumo de alimentos socialmente censurados. Além da descrição do tipo de alimento consumido, é necessário que o entrevistado responda detalhadamente sobre o horário, tipo de refeição, o tamanho e o volume da porção consumida, tipo de preparação culinária. 12WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Como aplicar? 1) Comece perguntando tudo o que o indivíduo consumiu no dia anterior. 2) Horários e lugares. 3) Detalhamento, como: medidas caseiras, tamanho da porção (G/M/P), forma de cocção (frito/cozido/assado/etc.), produtos (marcas/integrais/etc.), variabilidades dos alimentos, alimentos compostos, saladas (tempero), quanti� car sobras (crianças). ** Recursos que podem ser utilizados: fotos com tamanho das porções, medidas caseiras, marcas comerciais. 4) Não faça perguntas tendenciosas e procure não demonstrar sentimentos de surpresa, aprovação ou reprovação. 5) Lembre-se de questionar sobre o consumo de água, bebidas alcoólicas, balas, cafés, pipoca, biscoitos. Vantagens: - Baixo custo; - Curto tempo de administração; - O preenchimento não altera a ingestão alimentar; - Recordatórios seriados podem estimar a ingestão habitual; - Pode ser aplicado em qualquer faixa etária e em analfabetos. Desvantagens: - Depende da memória do entrevistado; - Depende da capacidade do entrevistador estabelecer canais de comunicação; - Um recordatório não estima o consumo alimentar habitual (a ingestão prévia pode ser atípica); - Di� culdades em estimar o tamanho das porções; - Pode não considerar a variabilidade do consumo de alimentos, portanto o recordatório 24 horas não re� ete o consume do indivíduo; - Pode subestimar o consumo de bebidas alcoólicas, alimentos “não saudáveis” ou quando o consume é alto e superestimar o consume de alimentos saudáveis, mais caros ou quando o consumo é baixo. CARACTERÍSTICAS: - MÉTODO DE AVALIAÇÃO QUANTITATIVO - AVALIA A DIETA ATUAL - MÉTODO DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVO 13WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 7 - Recordatório alimentar 24 horas. Fonte: Ficha de atendimento da Clínica de Nutrição da Uningá (s/d.). 2.4.2. Diário alimentar (DA) ou registro alimentar (RA) São instrumentos para avaliação do consumo alimentar onde é anotado em formulários especí� cos o consumo de alimentos e bebidas realizado ao longo do dia. O entrevistado anota, em formulários especí� cos, todos os alimentos e bebidas consumidos ao longo de um ou mais dias, incluindo os alimentos ingeridos fora de casa. Este método pode ser aplicado durante três, cinco ou sete dias, período maiores podem prejudicar a adesão e � delidade dos dados. A prática do registro alimentar deve ser em dias alternados e abrangendo um dia do � nal da semana. O registro alimentar pode ser feito de duas maneiras: - Pela estimativa do tamanho da porção em medidas usuais, unidades e porções; ou - Pela pesagem dos alimentos e bebidas utilizando balança apropriada (utilizada em geral, em estudos nos quais é necessário estimar com precisão os nutrientes). 14WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Em ambos as formas, o entrevistado registrará de forma detalhada o nome da preparação, os ingredientes que a compõem, a marca do alimento e a forma de preparação. Além de anotar as especi� cações tais como adição de sal, açúcar, óleo e molhos, se a casca do alimento foi ingerida e também se o alimento ou bebida ingerido era normal, diet ou light. O diário alimentar tem sido utilizado no tratamento da obesidade como uma ferramenta de intervenção na tomada de consciência e de mudanças no comportamento alimentar. Além de poder ser utilizado para o indivíduo relatar sentimentos e emoções relacionadas à ingestão de alimentos. O nutricionista deve: - Motivar o indivíduo para a importância do diagnóstico alimentar e da sua cooperação no correto preenchimento do instrumento de avaliação do consumo; - Enfatizar que não haja alteração no consumo alimentar em função do preenchimento do diário; - Orientar como o diário deve ser preenchido; - Fornecer orientações por escrito e com exemplos. Vantagens: - Não depende da memória do entrevistado; - Apresenta maior precisão; - Vários registros podem estimar o consume atual. Desvantagens: - Baixa cooperação em estudos de longa duração; - O registro pode levar o entrevistado a alterar a sua dieta; - Di� culdade de estimar a quantidade consumida; - Registro de quantidades não ingeridas (sobras); - Custo elevado ao se utilizar a técnica da pesagem dos alimentos. CARACTERÍSTICAS: - MÉTODO DE AVALIAÇÃO QUANTITATIVO - AVALIA A DIETA ATUAL - MÉTODO DE AVALIAÇÃO PROSPECTIVO 15WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 8 - Registro alimentar. Fonte: Google imagens (2019). 16WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 2.5. Avaliação do consumo de alimentos ou grupos alimen- tares 2.5.1. Questionário de frequência alimentar (QFA) O QFA consiste em uma lista de alimentos/preparações previamente de� nida, para os quais o entrevistado deve indicar a frequência do consumo em um determinado período de tempo. É considerado o mais prático e informativo método de avaliação em estudos que investigam a relação entre o consumo dietético e a ocorrência de desfechos clínicos, utilizado amplamente em grandes estudos epidemiológicos. Alguns questionários, podem conter a informação de uma porção média de referência consumida, para que assim o entrevistado relate se o seu consumo é maior ou menor do que o disponibilizado em medidas caseiras. Quando incluído a quantidade ingerida, é chamado questionário quantitativo de frequência alimentar (QQFA). A escolha dos alimentos que compõem a lista é direcionada pela hipótese do estudo e/ou objetivo. O QFA depende da memória do entrevistado e de estudo prévio para elaboração do instrumento: lista de alimentos, frequência e tamanho das porções. - Lista de alimentos: deve ser composta pelos alimentos habitualmente consumidos pela população estudada. - Frequência de consumo: a unidade de tempo mais utilizada é o ano precedente (consumo no último ano). No período de um ano considera-se o consumo diário, semanal e mensal, dentro destas categorias pode-se registrar o número de vezes em que o alimento é habitualmente consumido. - Porção consumida: deve se adotar como referência uma porção habitualmente consumida, podendo se utilizar as porções da pirâmide dos alimentos. Vantagens: - Pode ser auto aplicado; - Custo baixo; - Caracteriza a dieta habitual; - Discrimina a variação de consumo interindividual. Desvantagens: - São listas de alimentos muito extensas; - Perda de informações sobre o consume de alimentos não incluídos no QFA; - Menor acurácia na quanti� cação da ingestão alimentar quando comparada a outros métodos; - Não apropriado para estimar consume de nutrientes de indivíduos. 17WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA CARACTERÍSTICAS: • MÉTODO DE AVALIAÇÃO QUANTITATIVO, QUALITATIVO E SEMIQUANTITATIVO• AVALIA DIETA HABITUAL • MÉTODO DE AVALIAÇÃO RETROSPECTIVO Figura 9 - Questionário de frequência alimentar qualitativo. Fonte: Ficha de atendimento da Clínica de Nutrição da Uningá (s/d). 18WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 2.6. Avaliação do padrão alimentar 2.6.1. História alimentar É uma entrevista com o propósito de gerar informações sobre os hábitos alimentares atuais e passados. É um instrumento de avaliação do consume alimentar que avalia o consume habitual do entrevistado durante um período longo (último mês ou ano). Utiliza-se um formulário semelhante ao R24 h, para que o paciente relate sobre a dieta habitual com maior detalhamento sobre: número de refeições, apetite, preferências alimentares, uso de suplementos nutricionais, tamanho da porção (P/M/G), variações sazonais, exercícios físicos, fumo, alergias alimentares e adição de sal, açúcar. Vantagens: - Elimina variações do dia a dia; - Considera sazonalidade; - Descreve a ingestão habitual em relação aos aspectos qualitativos e quantitativos. Desvantagens: - Requer avaliador bem treinado; - Di� culdade de padronização/variabilidade; - Não existe modelo padrão - Memória do entrevistador; - Longo tempo de administração (1-2h). 2.7. Fontes de erros dos métodos de avaliação do consumo alimentar Os fatores que podem interferir na avaliação dos instrumentos de avaliação são de características diversas, afetando em maior ou menor grau a qualidade dos resultados. 2.7.1. Erros relacionados à coleta de dados - Diferenças entre o que o entrevistador deseja quanti� car e o que o método e instrumento utilizado estão mensurando. 2.7.2. Erros relacionados às respostas - Respostas sobre o que deveria consumir e não o que efetivamente consume; - Instruções imprecisas sobre o preenchimento de questionários; - Perguntas formuladas de forma inadequada. 19WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 2.7.3. Variabilidade intra-indivíduos - Variação do consumo de um dia para outro. 2.7.4. Variabilidade interindividual - Diferenças existentes no hábito alimentar entre indivíduos para estimar o consumo médio de grupos populacionais. 2.7.5. Dificuldades para avaliar o consumo - Di� culdade na percepção e quanti� cação do tamanho das porções consumidas pelo entrevistado; - Informações não disponíveis, incompletas ou imprecisas para conversão das medidas usuais, unidades e porções; - Tabelas de composição centesimal dos alimentos incompletas. Não existe um método “padrão ouro” que retrate o consumo real de um indivíduo, grupo ou população, por isso, avaliar o consumo alimentar sempre será acompa- nhado de algum grau erro. Para um atendimento nutricional individual um único método de avaliação do con- sumo alimentar seria sufi ciente? Diante do que foi visto até agora, pode-se obser- var que nem sempre um único método seja capaz de avaliar o consumo alimentar de forma geral, sendo necessário a associação de mais métodos. O que vale é traçar qual o objetivo de avaliação e com isso defi nir o(s) método(s) de avaliação. Para mais informações sobre a efi cácia dos inquéritos alimentar na avaliação do consumo alimentar, acessar: PIERRI, L.A.; ZAGO, J.N.; MENDES, R. C. D.. Efi cácia dos inquéritos alimentares na avaliação do consumo alimentar. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Vol.19, nº 2, p. 91-100, 2015. Disponível em: <http://www. periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rbcs/article/view/19679/15056>. Acesso em: 16 jan. 2019. 20WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Uma indicação interessante de como fazer uma entrevista para preenchimento da fi cha de avaliação do consumo alimentar. 1. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Pr0sLrFDTX8. Acesso em: 29 nov. 2018. 2. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=h0SMIOi71Gs. Acesso em: 29 nov. 2018. 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de complexo o processo de avaliação do consumo alimentar, tendo em vista a de� ciência reconhecida dos instrumentos de avaliação da dieta, esta deve fazer parte da avaliação nutricional e pode fornecer dados importantes para a de� nição da conduta dietoterápica. Espera-se que tais conhecimentos corroborem para um plano tratamento nutricional individualizado, promovendo expectativas reais que resultem em maior adesão ao tratamento nutricional. 2121WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................................23 1 - ANTROPOMETRIA ............................................................................................................................................24 1.1. PESO CORPORAL ............................................................................................................................................24 1.1.1. MEDIDA DIRETA DO PESO ...........................................................................................................................24 1.1.1.1. BALANÇA ELETRÔNICA .............................................................................................................................25 1.1.1.2. BALANÇA MECÂNICA ................................................................................................................................25 1.1.2. MEDIDA INDIRETA DO PESO ...................................................................................................................... 27 1.1.2.1. PESO EM CADEIRAS DE RODAS .............................................................................................................. 27 1.1.2.2. CAMA BALANÇA ........................................................................................................................................28 1.1.2.3. FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DO PESO ................................................................................................28 1.2. PESO ATUAL (PA) ...........................................................................................................................................30 1.3. PESO USUAL/HABITUAL (PU/PH) ...............................................................................................................30 1.4.1. CÁLCULO DO PESO IDEAL PARA ADULTOS PELO IMC ............................................................................30 ANTROPOMETRIA PROF.A MA. LYDIANA POLLIS NAKASUGI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 22WWW.UNINGA.BR 1.4.2. CÁLCULO DO PESO IDEAL PELA COMPLEIÇÃO FÍSICA .......................................................................... 31 1.4.2.1. LARGURA DO COTOVELO ......................................................................................................................... 31 1.4.2.2. RAZÃO ENTRE A ALTURA E A CIRCUNFERÊNCIA DO PULSO. .............................................................33 1.5. PESO AJUSTADO (PAJ) ...................................................................................................................................35 1.6. PORCENTAGEM DE MUDANÇA DE PESO ....................................................................................................35 1.7. ESTATURA ........................................................................................................................................................36 1.7.1. MEDIDA DIRETA DA ESTATURA ..................................................................................................................36 1.7.1. MEDIDA INDIRETA DA ESTATURA .............................................................................................................. 37 1.7.1.1. RECUMBENTE ............................................................................................................................................ 37 1.7.1.2. EXTENSÃO DOS BRAÇOS .........................................................................................................................381.7.1.3. ALTURA DO JOELHO ..................................................................................................................................40 1.8. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) ..........................................................................................................40 1.9. CIRCUNFERÊNCIAS .......................................................................................................................................42 1.9.1. CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) ....................................................................................................... 42 1.9.1.1. CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB) ..............................................................................44 1.9.1.2. ÁREA MUSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA (AMBC) ..............................................................................46 1.9.1.3. ÁREA DE GORDURA DO BRAÇO (AGB) ...................................................................................................47 1.9.2. CIRCUNFERÊNCIAS NA DISTRIBUIÇÃO DA GORDURA CORPORAL ......................................................49 1.9.2.1. RAZÃO CINTURA QUADRIL (RCQ)...........................................................................................................49 1.9.2.2. CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC)................................................................................................ 50 1.9.2.3. CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL ............................................................................................................ 51 1.9.3. CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA ......................................................................................................52 1.9.4. CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO ..............................................................................................................52 1.10. PREGAS CUTÂNEAS .....................................................................................................................................53 1.10.1. ADIPÔMETROS ...........................................................................................................................................54 1.10.2. DOBRAS CUTÂNEAS ..................................................................................................................................55 1.10.3. CLASSIFICAÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL .............................................................58 1.10.3.1. CLASSIFICAÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL EM DE SÍTIO ÚNICO ......................58 1.10.3.2. CLASSIFICAÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL POR SOMATÓRIA DE DOBRAS CUTÂ- NEAS .......................................................................................................................................................................60 2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................................................70 23WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Este material tem como objetivo trazer as ferramentas que compõem as medidas corporais, assim como os conceitos, técnicas, métodos e classi� cação. A antropometria é parte essencial da avaliação do estado nutricional. Este material também apresenta as medidas de peso, estatura, circunferências e pregas cutâneas. A antropometria é amplamente utilizada para determinar o estado nutricional e tem grande interesse para os pro� ssionais da saúde, cientistas e ao público de uma forma em geral. É de fundamental importância para o diagnóstico e tratamento de problemas nutricionais. O conhecimento profundo e a aplicação da antropometria geram habilidades que são inestimáveis para o trabalho no campo da Nutrição. Mesmo com novos métodos sendo introduzidos a antropometria mantêm sua utilidade quando utilizada para prever a composição corporal total e regional. 24WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - ANTROPOMETRIA A antropometria é a medida do tamanho corporal e de suas proporções. Trata-se de um dos indicadores diretos do estado nutricional, sendo as medidas mais utilizadas na avaliação antropométrica o peso, a estatura, as circunferências (braço, cintura, quadril, etc.) e as pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular e suprailíca, etc.). As medidas de peso, estatura, circunferências e pregas cutâneas são denominadas variáveis antropométricas. Pontos fortes da antropometria: - Não é invasivo; - Prático, simples e rápido; - Baixo custo; - Treinamento relativamente fácil do avaliador. Pontos fracos da antropometria: - Sofre in� uência do estado de hidratação; - Não mede o conteúdo ósseo; - Não mede água corporal; - Apresenta acurácia moderada; - Apresenta variação intra e inter-avaliador; - Baixa acurácia em obesos. 1.1. Peso corporal É uma das medidas antropométricas mais importantes, está incluso nas medidas de gasto energético e índices de composição corporal. O peso se caracteriza como uma medida simples e representa a soma de todos os componentes corporais, re� etindo o equilíbrio proteico energético do indivíduo. A medida de peso corporal tem limitações, tais como: não discrimina a composição corporal, a condição hídrica (desidratação e edema) interfere, e diferenças na estrutura óssea. O peso corporal deve ser interpretado com cautela. 1.1.1. Medida direta do peso Medida obtida quando o indivíduo � ca me pé sem assistência. Pode ser obtida por balança eletrônica (� gura 1) ou mecânica (� gura 2). 25WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1.1.1.1. Balança Eletrônica - Tendem a ser mais leves, portáteis; - Uso mais rápido e simples; - Mostrador digital de fácil leitura (reduz erros); - Quando calibradas corretamente são altamente acuradas. Figura 1 - Balança eletrônica. Fonte: Google imagens (2019). Procedimento: - Ligar a balança; - Esperar que o visor mostre o zero; - Colocar a pessoa em pé parada no meio da plataforma da balança, em posição ereta; - Sem tocar em nada; - Com o peso do corpo igualmente distribuído em ambos os pés; - Os pés devem estar juntos, e os braços estendidos ao longo do corpo; - Pesar o indivíduo com os pés descalços e com roupas leve; - Solicitar que o indivíduo � que parado; - Aguardar que o peso seja mostrado no visor; - Realizar a leitura; - Anotar o peso; - Realizar duas medidas sucessivas, que devem estar próximas de 100g; - Retirar o avaliado da balança. 1.1.1.2. Balança Mecânica - Podem ocorrer erros na leitura; - As balanças devem ser colocadas em superfície plana, rígida; - Todos os modelos exigem manutenção adequada; - Todas as vezes que forem removidas devem ser recalibradas. 26WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 2 - Balança plataforma mecânica. Fonte: Google imagens (2019). Procedimento: - Destravar a balança; - Se necessário calibrar a balança antes da medida; Como verifi car se a balança está calibrada? - A agulha do braço e o fi el devem estar no mesmo nível horizontal - Caso não esteja, girar lentamente o calibrador até alcançar a calibração Figura 3 - Passo a passo para cerifi car se a balança está calibrada. Fonte: Google imagens (2019). 27WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA - Travar novamente a balança; - Colocar a pessoa em pé; - Parada no meio da plataforma da balança; - Em posição ereta; - Sem tocar em nada; - Com o peso do corpo igualmente distribuído em ambos os pés; - Os pés devem estar juntos, e os braços estendidos ao longo do corpo; - Destravar a balança; - Mover o cursor maior sobre a escala numérica, para marcar os quilos; - Mover o cursor menor para marcar os gramas; - Aguardar que a agulha do braço e o � el estejam nivelados; - Travar a balança; - Realizar a leitura de frente para a balança, para melhor a visualização dos valoresapontados pelos cursores; - Registrar o peso; - Retirar o avaliado da balança; - Retornar os cursores da balança aos pontos zero, da escala numérica; - Travar a balança; - Duas medidas tomadas sucessivamente devem estar próximas de 100 g. 1.1.2. Medida indireta do peso Quando não é possível utilizar os métodos convencionais deve-se utilizar técnicas especiais: - Peso em cadeira de rodas; - Maca ou cama balança; - Fórmulas. 1.1.2.1. Peso em cadeiras de rodas A medida de peso é obtida através de uma balança (� gura 4) que acomode o paciente em sua cadeira de rodas. Figura 4 - Balança para cadeira de rodas. Fonte: Google imagens (2019). 28WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 - Procedimento para pesar paciente que usam cadeira de rodas. Fonte: Google imagens (2019). 1.1.2.2. Cama balança A medida de peso é obtida através de uma cama balança (� gura 6) que acomode o paciente. Figura 6 - Cama balança. Fonte: Google imagens (2019). 1.1.2.3. Fórmulas para o cálculo do peso Para análise do peso há necessidade da obtenção de medidas especí� cas como altura do joelho, circunferência da panturrilha, circunferência do braço e dobra cutânea subescapular. - Circunferência da panturrilha (CP) (� gura 7); - Altura do joelho (AJ) (� gura 8); - Circunferência do braço (CB) (� gura 9); - Prega cutânea subescapular (PCSE) (� gura 10). 29WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 7 - Circunferência da panturrilha. Fonte: Google imagens (2019). Figura 8 - Altura do joelho. Fonte: Google imagens (2019). Figura 9 - Circunferência do braço. Fonte: Google imagens (2019). 30WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 10 - Prega cutânea subescapular. Fonte: Google imagens (2019). Obs.: Estas técnicas serão descritas a frente. Equação para estimativa do peso: Esta fórmula foi desenvolvida por Chumlea et al. (1985) para a população idosa podendo também ser utilizada em adultos (é a fórmula mais utilizando, havendo na literatura outras fórmulas para a obtenção do peso estimado). Fórmulas para o cálculo do peso para adultos e idosos, segundo sexo. Chumlea et al. (1985): Mulheres: Peso = {(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35} Homens: Peso = {(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69} 1.2. Peso atual (PA) O peso atual é o peso veri� cado no momento da avaliação nutricional em uma balança calibrada, ou seja, é o peso que o indivíduo apresenta no momento. Na qual o indivíduo deverá posicionar-se em pé, no centro da base da balança, descalço e com roupas leves, é obtido por meio de método direto ou indireto. 1.3. Peso usual/habitual (PU/PH) É utilizado como referência na avaliação das mudanças recentes de peso e em casos de impossibilidade e medir o peso atual. Peso que o indivíduo geralmente (habitualmente) apresenta. 1.4.1. Cálculo do peso ideal para adultos pelo IMC Modo mais prático e utilizado para cálculo do peso ideal é pela utilização do índice de massa corporal (IMC). Peso ideal (PI) = IMC desejado x A2 31WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Em que: IMC desejado de adultos homens = 22 kg/m2 e de mulheres = 21 kg/m2 ou IMC desejado pode ser interpretado de acordo com as faixas de classi� cação das tabelas (será descrita a frente) para adultos ou percentis nas tabelas (será descrita a frente) para idosos ou IMC desejado para adultos ser utilizado o valor médio (IMC médio – 18,5 + 24,9 = 21,7 kg/m2) de 21,7 kg/m2. 1.4.2. Cálculo do peso ideal pela compleição física Para o cálculo do peso ideal conforme a compleição física, utilizam-se a largura do cotovelo e a razão entre a altura e a circunferência do pulso. 1.4.2.1. Largura do cotovelo É o método mais utilizado para estimar a estrutura física, contudo a gordura corporal pode in� uenciar. Como medir (� gura 11): - Colocar a pessoa em pé ou sentada, ereta, com o braço direito estendido na perpendicular com o corpo, e em paralelo ao chão; - Flexionar o antebraço até o cotovelo forme um ângulo de 90º, com os dedos para cima e a palma da mão voltada para o rosto do avaliado; - De frente para o avaliado, palpar a maior largura dos ossos do cotovelo e colocar as pinças do paquímetro (� gura 11), a pressão deve ser � rme su� ciente para comprimir os tecidos moles; - Medir duas vezes, com a leitura o mais próximo possível de 0,1 cm. Calcular a m média; - Anotar o resultado. Figura 11 - Instrumento utilizado para medir a largura do cotovelo e procedimento de medida da largura do coto- velo. Fonte: Google imagens (2019). 32WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Com o resultado, classi� car a estrutura óssea (quadro 1) em: - Pequena; - Média - Grande. Quadro 1 - Determinação da compleição física conforme a largura do cotovelo, sexo e altura. Fonte: Rombeau et al. (1989). Após classi� cada a compleição física, veri� car o peso ideal conforme compleição óssea, sexo e altura no quadro 2. 33WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 2 - Peso ideal conforme a compleição física pela largura do cotovelo, sexo e altura. Fonte: Metropolitan life (1983). 1.4.2.2. Razão entre a altura e a circunferência do pulso. O cálculo do peso ideal pela razão entre altura e circunferência do pulso se dá pelo valor de “R”. É um indicador con� ável e foi sugerido por Frisancho e Grant (1980), alguns estudos indicam que em obesos a medida pode ser menos con� ável. Como medir: - Escolher o pulso direito; - Flexionar o braço do avaliado no cotovelo; - Posicionar a palma da mão voltada para cima, com os músculos da mão relaxados; - Colocar a � ta métrica ao redor do pulso, entre os vincos destes e o processo estiloide do rádio e da ulna (proeminências ósseas no pulso); - Manter a � ta perpendicular ao eixo longo do antebraço; - Realizar o registro da medida, que deve estar próxima de 0,1 cm; Figura 12 - Procedimento de medida da circunferência do pulso. Fonte: Google imagens (2019). 34WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Dividir a estatura (cm) pela CP e encontrar o “R”, com este valor encontrar a compleição no quadro 3. Quadro 3 - Determinação da compleição física conforme a razão entre a altura e a circunferência do pulso e sexo. Fonte: Grant (1980). Após classi� cada a compleição física, veri� car o peso ideal conforme compleição óssea e gênero no quadro 4. 35WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 4 - Peso ideal conforme a compleição física pela razão entre altura e circunferência do pulso, sexo e altura. Fonte: Metropolitan life (1983). 1.5. Peso ajustado (Paj) É o peso ideal corrigido para a determinação da necessidade energética e de nutrientes quando a adequação do peso foi inferior a 90% ou superior a 110%. O Peso ajustado é calculado a partir da fórmula: Peso ajustado = (peso ideal- peso atual) x 0,25 + peso atual Utiliza-se especialmente para o cálculo das necessidades energéticas. 1.6. Porcentagem de mudança de peso A mudança de peso ou perda de peso involuntária constitui importante parâmetro para avaliar a gravidade de um problema de saúde, visto que a perda ponderal tem alta correlação com mortalidade. O conhecimento da porcentagem da mudança da perda de peso é necessário, pois quanto maior a perda de peso em menor tempo, maior os riscos de desenvolvimento de morbimortalidade. A fórmula para o cálculo desta porcentagem encontra-se abaixo: O percentual encontrado deve ser classi� cado no quadro 6. 36WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 5 - Classi� cação da perda de peso com relação ao tempo. Fonte: Blackburn e Bistrian(1977). 1.7. Estatura A estatura é uma medida prática de simples execução e muito útil na avaliação antropométrica. A maneira mais acurada de obter a estatura é através da medida direta. 1.7.1. Medida direta da estatura São possíveis de serem realizadas com os indivíduos que: � cam em pé, eretos, sem assistência e pode ser medida a partir dos 2 anos de idade. É aferida utilizando o estadiômetro de haste móvel (� gura 13) ou � xa (� gura 13) ou também por meio de um antropômetro. Figura 13 - Equipamentos utilizados para a aferição da estatura. Fonte: Google imagens (2019). Como medir: - Avaliado deve estar descalço e vestindo o mínimo de roupas; - Os adornos do cabelo, como tiaras, presilhas, devem ser removidos, pois podem interferir na medida; - Colocar o avaliado em pé; - Calcanhares e joelhos juntos; - Braços soltos e posicionados ao longo do corpo; - Palmas das mãos voltadas para as coxas, pernas retas; - Ombros relaxados; - Cabeça no plano horizontal de Frankfurt (olhando para frente, em linha reta na altura dos olhos). 37WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA A medida deverá realizada quando cinco pontos se encostarem à parede (cabeça, ombros, nádegas, panturrilha e calcanhar). Quando, por algum motivo (cifose, nádegas muito salientes), não for possível o contato dos cinco pontos com a parede, a medida deverá ser realizada quando pelo menos três pontos tiverem contato. Figura 14 - Técnica de medida direta da estatura. Fonte: Google imagens (2019) (2019). 1.7.1. Medida indireta da estatura São indicadas para os indivíduos impossibilitados de � car em pé (pacientes acamados, pacientes em coma, cadeirantes) ou para os indivíduos com contração signi� cativa da parte superior do corpo (curvatura espinhal grave). 1.7.1.1. Recumbente A altura recumbente (deitada) se caracteriza pela medida do comprimento do indivíduo, do topo da cabeça até a planta do pé (� gura 15) É indicada principalmente para os indivíduos jovens acamados. 38WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 15 - Medida recumbente da estatura. Fonte: Google imagens (2019). Como medir: - Colocar o avaliado em posição supina (deitado de costas), com o leito em posição horizontal completa; - Posicionar o avaliado com a cabeça reta, com a linha de visão no teto; - Realizar as medidas do lado direito ou esquerdo do corpo; - Fazer marcas no lençol, na altura do topo da cabeça e da base do pé (pode-se utilizar uma régua para auxílio); - Medir o comprimento entre as marcas, utilizando � ta métrica � exível. 1.7.1.2. Extensão dos braços É também denominada de envergadura ou chanfradura. Indicações: - Declínio na estatura, que ocorre com o envelhecimento, mudança atribuída as mudanças na coluna e cartilagens; - Di� culdades em manter a postura ereta; - Anormalidades da coluna. Limitações: - Difícil de ser realizada em enfermos graves; - Acesso venoso nos braços; - Indivíduos com osteoporose podem ter di� culdades em alongar os braços; Facilidade: - Estimativa da estatura pode ser realizada com o avaliado em pé, sentado ou deitado. 39WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Como medir: - Colocar os braços do avaliado completamente estendidos, em ângulo reto com o corpo, ao nível do ombro; - Para indivíduos sentados ou em pé, a medida é feita nas costas, colocando a � ta métrica da ponta do dedo médio (não da ponta da unha) de uma mão até o da outra (� gura 16); - Para indivíduos acamados a medida é feita à frente do corpo, medir a distância entre a ponto do dedo médio de uma mão até o de outra, passando pela clavícula. A distância da extensão dos braços corresponde à estatura do avaliado; - Como método alternativo é possível medir a extensão de um único braço (hemi envergadura), à frente até o meio (esterno) do corpo e multiplicar por dois (� gura 17). Figura 16 - Medida da extensão dos braços, envergadura ou chanfradura da estatura. Fonte: Google imagens (2019). Figura 17 - Medida da hemi envergadura da estatura. Fonte: Google imagens (2019). 40WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1.7.1.3. Altura do joelho A medida da altura do joelho está intimamente relacionada à estatura, e diminui pouco com a idade. É o método indicado principalmente para indivíduos idosos. A altura do joelho é medida com maior precisão do lado esquerdo do corpo, utiliza-se para medida o paquímetro grande (� gura 8) com uma das bordas móvel. A melhor posição para a mensuração é a deitada, mas caso não seja possível a medida pode ser realizada com o paciente sentado ou com uma perna cruzada sobre o joelho oposto. Como medir: - Colocar o paciente em posição supina; - Flexionar o joelho e o tornozelo do lado esquerdo, formando um ângulo de 90º; - Colocar a borda � xa do paquímetro embaixo do calcanhar; - Posicionar a borda móvel do paquímetro na superfície anterior da coxa, próximo à patela; - Manter o paquímetro paralelo a tíbia e pressionar para comprimir os tecidos; - Realizar duas medidas próximas de 0,1 cm e obter a média entre elas. Usando a média da medida, calcular a estatura em cm do avaliado através da fórmula: Quadro 6 - Fórmulas para o cálculo da estatura de adultos segunda sexo e raça. Fonte: Chumlea et al. (1994). Quadro 7 - Fórmulas para o cálculo da estatura de idosos, segunda sexo. Fonte: Chumlea et al. (1985). 1.8. Índice de massa corporal (IMC) O índice de massa corporal (IMC) é o indicador mais simples do estado nutricional, é calculado através da fórmula: 41WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Os critérios de diagnóstico nutricional para adultos são: Quadro 8 - Classi� cação do estado nutricional dos adultos, segundo índice de massa corpórea. Fonte: Who (1975); Who (1997). Observações: - O IMC deve ser interpretado com cuidado em pessoas com pernas curtas em relação à altura, pois os valores de IMC estarão aumentados, independentemente de sua gordura. - Atletas e indivíduos musculosos podem ter IMC na faixa de obesidade, porém são pessoas que tem massa muscular aumentada e não gordura. - Na vigência de desidratação, edema e ascite, o IMC mostra-se elevado. - Este indicador deve estar associado a outros indicadores. Os critérios de diagnóstico nutricional para idosos são: Tabela 1 - Distribuição dos valores de IMC dos idosos, segundo percentis, sexo e grupo etário. Fonte: Barbosa et al. (2005). 42WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 9 - Classi� cação do estado nutricional dos idosos pelo IMC, segundo percentis. Fonte: Barbosa et al. (2005). Observações: - A relação do IMC com a saúde, no indivíduo idoso, ainda não está bem clara. Estudos populacionais têm mostrado que excesso de peso moderado nos idosos está associado à baixa mortalidade e que nos idosos com 80 anos e mais, a saúde pode ser mais afetada pela magreza e pela perda de massa muscular do que pelo excesso de peso (WHO, 1995); - O IMC deve ser interpretado com cuidado quando o idoso estiver desidratado, apresentar edema ou ascite; - Idosos com pernas curtas em relação à estatura poderão apresentar IMC aumentado independente de sua gordura; - Este indicador deve estar associado a outros indicadores ou medidas. 1.9. Circunferências 1.9.1. Circunferência do Braço (CB) Esta medida se refere a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e gorduroso do braço. A CB diminui com a perda de peso aguda e crônica, podendo ser utilizada para avaliar mudanças na composição corporal. Esta medida é, normalmente, utilizada combinada à prega cutânea do tríceps para, indiretamente, estimar a circunferência muscular do braço (CMB), a área muscular do braço (AMB) e a área de gordura do braço (AGB). Os dados de CB são mais acurados quando utilizados de maneira seriadadurante o tempo, ao invés de medida isolada. Como medir: - O braço a ser avaliado deve estar � exionado em direção ao tórax, formando um ângulo de 90º; - Localizar e marcar o ponto médio entre o acrômio e o olecrano (� gura 18); - Solicitar ao indivíduo que � que com o braço estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa; - Contornar o braço com a � ta � exível (� gura 19) no ponto marcado de forma ajustada evitando compressão da pele ou folga (� gura 18); - Anotar o resultado; - Comparar o resultado com medidas prévias, quando disponíveis, para detectar possíveis mudanças; - O resultado obtido é comparado aos valores padrões de referência de Frisancho (1990) demonstrado nas tabelas (tabela 2) de percentis e classi� cados de acordo com o quadro 10; 43WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 18 - Medida do ponto médio e da circunferência do braço. Fonte: Manual curso de Avaliação Nutricional do Instituto Cristina Martins (s/d). Figura 19 - Modelos de � tas antropométricas � exível. Fonte: Manual curso de Avaliação Nutricional do Instituto Cristina Martins (s/d). Tabela 2 - Distribuição em percentis da Circunferência do Braço, segundo sexo e faixa etária. Fonte: Frisancho (1990). 44WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 10 - Classi� cação do estado nutricional dos adultos pela CB (cm), segundo percentis. Fonte: Frisancho (1990). - A adequação da CB pode ser determinada por meio da fórmula abaixo e classi� cado de acordo com o quadro 11. Quadro 11 - Classi� cação do estado nutricional dos adultos e idosos pela CB, segundo % de Adequação. Fonte: Blackburn e � ornton (1979). 1.9.1.1. Circunferência Muscular do Braço (CMB) A circunferência muscular do braço calcula a quantidade e a taxa de variação de proteína muscular (sem correção da área óssea). A CMB é calculada pela fórmula: O resultado obtido é comparado aos valores padrões de referência de Frisancho (1990) demonstrado nas tabelas (tabela 3 e 4) de percentis e classi� cados de acordo com o quadro 12 e 13. 45WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Tabela 3 - Distribuição em percentis da Circunferência Muscular do Braço para adultos, segundo sexo e grupo etá- rio. Fonte: Frisancho (1990). Quadro 12 - Classi� cação do estado nutricional dos adultos pela Circunferência Muscular do Braço (cm), segundo percentis. Fonte: Frisancho, 1990. Tabela 4 - Distribuição em percentis da Circunferência Muscular do Braço para idosos, segundo sexo e grupo etário. Fonte: Barbosa et al. (2005). Quadro 13 - Classi� cação do estado nutricional dos idosos pela Circunferência Muscular do Braço (cm), segundo percentis. Fonte: Barbosa et al. (2005). 46WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1.9.1.2. Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc) Este parâmetro estima a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea. A AMBc é calculada pela fórmula: Masculino Feminino Fonte: Adaptado de Heyms� eld et al.,1999. O resultado obtido é comparado aos valores padrões de referência de Frisancho (1990) demonstrado nas tabelas (tabela 5 e 6) de percentis e classi� cados de acordo com o quadro 14 e 15. Tabela 5 - Distribuição em percentis da Área Muscular do Braço corrigida para adultos, segundo sexo e grupo etário. Fonte: Frisancho (1990). 47WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 14 - Classi� cação do estado nutricional dos adultos pela Área Muscular do Braço corrigida (cm2), segundo percentis. Fonte: Frisancho (1990). Tabela 6 - Distribuição em percentis da Área Muscular do Braço corrigida para idosos, segundo sexo e grupo etário. Fonte: Barbosa et al. (2005). 1.9.1.3. Área de Gordura do Braço (AGB) Este parâmetro estima a reserva de gordura. A AGB é calculada pela fórmula: O resultado obtido é comparado aos valores padrões de referência de Frisancho (1990) demonstrado na tabela 7 de percentis e classi� cados de acordo com o quadro 16. 48WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Tabela 7 - Distribuição em percentis da Área de Gordura do Braço para adultos e idosos, segundo sexo e faixa etária. Fonte: Frisancho (1990). 49WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 16 - Classi� cação da Área de Gordura do Braço, segundo percentis. Fonte: Frisancho (1990). 1.9.2. Circunferências na Distribuição da Gordura Corporal A localização da gordura corporal pode ser mais importante do que a quantidade de gordura corporal total. Estudos mostram que a forma pela qual a gordura está distribuída pelo corpo é mais importante que a gordura corporal total quando se fala em risco individual de doenças. A distribuição da gordura corporal pode ser denominada em: - tipo androide (obesidade superior) quando o tecido adiposo está concentrado na região abdominal (� gura 20); - tipo ginecoide (obesidade inferior) quando esse tecido concentra-se mais na região dos glúteos, quadris e coxas (� gura 20). Figura 20 - Distribuição da gordura corporal tipo androide e tipo ginecoide. Fonte: Google imagens (2019) (2019). É de suma importância clínica identi� car a distribuição de gordura, visto que a obesidade abdominal (androide) está associada ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. 1.9.2.1. Razão Cintura Quadril (RCQ) A razão cintura quadril é o indicador utilizado para identi� car o tipo de distribuição de gordura, sendo denominada pela fórmula: 50WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Na prática, uma relação maior que 1,0 para homens e 0,85 para as mulheres é indicativa de risco para o desenvolvimento de doenças. Quadro 17 - Classi� cação dos riscos para saúde dos adultos segundo relação cintura-quadril e sexo. Fonte: Bray e Gray (1998). A CC tem vantagem como indicador de risco de doença cardiovascular sobre a RCQ, contudo ainda se utiliza a RCQ como um indicador da distribuição da gordura corporal, devido a sua correlação direta entre gordura abdominal elevada e risco de doenças cardiovasculares. 1.9.2.2. Circunferência da Cintura (CC) A circunferência da cintura mostra a relação entre o acúmulo de gordura na região central do corpo com doenças crônicas não transmissíveis ou cardiovasculares ou metabólicas. A simples medida da CC também é considerada um indicador do risco de complicações da obesidade. Os locais anatômicos para aferição da CC utilizados em adultos e idosos são (WANG et al., 2003): 1) Abaixo do arco costal: não apresenta di� culdade de identi� cação, inclusive em indivíduos obesos, porém é importante padronizar esse ponto imediatamente abaixo da última costela, que é, em geral, na margem anterior da região lateral, em ambos os lados do tronco. 2) Ponto mínimo: local de recomendação mais frequente, é de fácil identi� cação visual na maioria dos indivíduos, entretanto, em outros, não há como visualizar uma mínima circunferência entre o último arco costal e a crista ilíaca, devido a grande quantidade de gordura abdominal. 3) Ponto médio (local adotado pela Organização Mundial da Saúde): ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca, esse método leva mais tempo entre as avaliações do que os outros descritos. 51WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 21 - Ponto médio para aferição da circunferência da cintura, segundo a OMS. Fonte: Oliveira e Rodrigues (2016). 4) Circunferência do abdome: é frequentemente utilizada de maneira inadequada por alguns autores para expressar a CC, o local da aferição da circunferência do abdome é sobre a cicatriz umbilical. 5) Medida imediatamente acima da crista ilíaca: é tecnicamente mais difícil, principalmenteem mulheres, além de ser difícil a estabilização da � ta na superfície da pele. É uma referência importante, uma vez que se correlaciona com a L4 e L5, local mais frequente de realização de exames de tomogra� a computadorizada para � ns de veri� cação de gordura visceral. Após escolhida e executada a técnica a leitura deve ser feita no momento da expiração e o resultado comparado aos valores de referência do quadro 17. Quadro 18 - Classi� cação dos riscos para a síndrome metabólica e cardiovascular segundo circunferência da cintura e sexo. Fonte: Who (1998). 1.9.2.3. Circunferência do Quadril Medida utilizada para o cálculo da RCQ. Como medir: - A � ta deverá circundar o quadril na região de maior perímetro entre a cintura e a coxa, com o indivíduo usando roupas � nas. 52WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 22 - Circunferência do quadril. Fonte: Google imagens (2019). 1.9.3. Circunferência da Panturrilha A circunferência da panturrilha é um marcador de reserva muscular, contudo há poucas evidências que validam a técnica para a determinação de risco nutricional ou desnutrição. Esta medida indica alterações na massa magra que ocorrem com a idade e com o decréscimo na atividade física, é a medida que fornece a medida mais sensível da massa muscular em idosos. Como medir: - A medida deverá ser realizada na perna esquerda, com uma � ta inelástica, na sua parte mais protuberante. O resultado deverá ser considerado adequado quando a circunferência for igual ou superior a 31 cm para homens e mulheres (NAJAS e NEBULONI, 2005). 1.9.4. Circunferência do Pescoço A medida da circunferência do pescoço está associada com a síndrome metabólica e aumento do risco cardiovascular. Como medir: - A medida deverá ser realizada com o avaliado sentado ou em pé, desde que esteja com a coluna ereta e a cabeça com o olhar orientado pelo plano horizontal de Frankfurt; - A � ta deverá circundar o indivíduo no ponto médio do pescoço, entre meados da coluna cervical até o meio anterior do pescoço.; - Em homens com proeminência laríngea a medida pode ser realizada abaixo da proeminência. 53WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA O valor encontrado deverá ser classi� cado segundo o quadro abaixo: Quadro 19 - Classi� cação dos riscos para a síndrome metabólica e cardiovascular segundo circunferência do pesco- ço e sexo. Fonte: Bem-Noun, Sohare Laor (2001). 1.10. Pregas Cutâneas As pregas ou dobras cutâneas se caracterizam como a espessura de uma camada dupla, de pele e de tecido adiposo subcutâneo comprimido. A lógica pela estimativa da gordura corporal total se baseia no fato de que aproximadamente metade do conteúdo corporal total localiza-se no tecido subcutâneo e essa gordura está diretamente relacionada com a gordura corporal total. Figura 23 - Dobra cutânea. Fonte: Material do curso de antropometria e bioimpedância do Instituto Ana Paula Pujol (s/d). Como a distribuição da gordura localizada no tecido subcutâneo não se apresenta de forma uniforme por todo o corpo, as medidas de espessura das dobras cutâneas devem ser realizadas em várias regiões, para assim se obter uma visão mais geral da sua disposição. As medidas de espessura das dobras cutâneas podem ser analisadas de duas formas: - Através de equações de regressão (equações preditivas) (Durnin e Womersley, 1974; Jackson e Pollock, 1978; Petroski, 1995; Pollock, Schimidt e Jackson, 1980), resultando em valores de densidade corporal e, posteriormente, aos valores de gordura em relação ao peso corporal; - Ou, considerando as medidas de espessura das dobras cutâneas de diferentes regiões anatômicas separadamente, para assim fornecer informações sobre a distribuição relativa da gordura subcutânea de região para região do corpo. 54WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA A avalição das dobras cutâneas é um método simples, de baixo custo e menos invasivo para se determinar a reserva de gordura corporal, além de tornar-se possível conhecer o padrão de distribuição do tecido adiposo subcutâneo. Há descrita na literatura, mais de 90 locais anatômicos para avaliação da reserva gordurosa, contudo alguns aspectos importantes devem ser considerados, tais como: acesso em relação a retirada de roupas, acurácia, espessura da dobras e disponibilidade de dados de referência. Quanto mais espessa a dobra mais difícil de ser medida, por este motivo, em pacientes grandes obesos as medidas das dobras cutâneas não são acuradas, justamente devido à di� culdade técnica para a medição. Para estes casos, as circunferências são mais indicadas para avaliar as reservas corporais. As dobras cutâneas são menos in� uenciadas pelo edema do que as circunferências, já que a pressão das pinças do adipômetro (� gura 22) reduz o conteúdo de água do tecido adiposo subcutâneo. Figura 24 - Modelos de adipômetros para medida da espessura de dobras cutâneas. Fonte: Google imagens (2019). Os locais de depósito de gordura mudam com a idade, por isso há valores referenciais de pregas cutâneas para cada faixa etária. Sobre qual o melhor lado para se realizar as medidas: direito ou esquerdo, há muita discrepância na literatura sobre este tema, visto que, há estudos publicados no qual as medidas foram coletadas do lado direito e estudos publicados com coletas do lado esquerdo. Do ponto de vista prático, pouco importa qual seja o lado escolhido para a realização das medidas, o mais importante é padronizar e repetir sempre do mesmo lado, para um mesmo avaliado. Para se comparar valores, a avaliação das dobras deve ter um intervalo de no mínimo trinta dias, ou seja, as dobras cutâneas são úteis para avaliar mudanças nas reservas do tecido subcutâneo a longo prazo. 1.10.1. Adipômetros O aparelho que mede as pregas de gordura subcutânea é chamado adipômetro ou plicômetro. Vários modelos estão disponíveis, contudo existe diferença entre eles, principalmente nos resultados. Os adipômetros devem ser calibrados periodicamente e as leituras devem estar dentro de ± 1 mm, para reduzir erros: - É recomendado que as medidas repetidas de dobras cutâneas sejam realizadas por um mesmo avaliador; - Avaliador bem treinado; - Sempre utilizar os mesmo equipamentos e técnicas padronizadas; - As medidas realizadas em pacientes acamados ou em cadeirantes devem seguir os mesmos procedimentos; 55WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Como manusear o adipômetro: 1) O adipômetro deve ser manuseado com a mão direita com o polegar executando o movimento em forma de pinça e segurando o cabo maior do adipômetro, enquanto os outros dedos (indicador e médio) manipulam o cabo menor do adipômetro controlando a abertura das hastes; 2) Ao pinçar a dobra somente o polegar � ca segurando o adipômetro para mantê-lo na posição adequada, os demais dedos são soltos e as hastes do adipômetro são liberadas para executarem a pressão sobre a dobra; 3) Com um período de 2 a 4 segundos, depois de solto o cabo menor do adipômetro a leitura deve ser executada. Normalmente durante este tempo o ponteiro no relógio maior não para, pois, a dobra cutânea está sendo constantemente pressionada, por este motivo o tempo de leitura é � xo; 4) A mão esquerda que está pinçando a dobra não deve soltá-la, deve ser mantido o pinçamento da dobra durante todo o transcorrer da medida. 1.10.2. Dobras cutâneas As técnicas de medição das principais dobras cutâneas estão demonstradas no quadro 19. A avaliação das dobras deve ser feita com cuidado devido à grande variabilidade existente inter e enter avaliador, essa fonte de erro pode ser minimizada por meio da padronização dos procedimentos e treinamento das técnicas. Instruções para aferição das dobras cutâneas: - As medidas podem ser realizadas com o paciente em pé, sentado ou deitado; - Identi� car e marcaro local a ser medido; - Segurar a prega formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e indicador da mão esquerda a 1 cm do ponto marcado; - O adipômetro não deve ser colocado muito profundamente, ou estar muito próximo à extremidade da prega. O avaliador deve tentar visualizar onde está a camada dupla verdadeira de pele, para posicionar uma pinça de cada vez sobre a prega cutânea; - Pinçar a prega com o adipômetro exatamente no local marcado; - Manter a prega entre os dedos até o término da aferição; - A leitura deverá ser realizada no milímetro mais próximo em cerca de dois a três segundos; - Pelo menos duas medidas devem ser tomadas em cada sítio, sendo três usualmente realizadas. Cada medida deve ser tomada no intervalo de, pelo menos, 15 segundos. Isso permite que o sítio da dobra cutânea retorne ao normal. Caso os resultados das medidas consecutivas variem em mais de 1mm, outras medições devem ser feitas, até que haja regularidade. 56WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA DOBRAS CUTÂNEAS AXILAR MÉDIA TORÁXICA OU PEITORAL BICIPITAL TRICIPITAL TÉCNICAS DE MEDIÇÃO É localizada no ponto de intersec- ção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado desloca- do para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. È uma medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar ante- rior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior para as mulheres. É medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior no ponto que compreen- de a metade da distância entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olecrano. Deve ser medida na direção vertical. Na face posterior do braço, para- lelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súpe- ro-lateral do acrômio e olecrano. POSICIONAMENTO ADEQUADO 57WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA SUBESCAPULAR ABDOMINAL SUPRA - ILÍACA COXA PROXIMAL A medida é executada obliqua- mente em relação ao eixo longi- tudinal, seguindo a orientação dos arcos costais sendo localizada a 2 centímetros. É determinada no sentido para- lelo ao eixo longitudinal, medida aproximadamente a 2 centímetros à direita da cicatriz umbilical. É obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste levemente o braço para trás para permitir a execução da medida. É medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femural, a um terço da distância do ligamento inguinal e a bor- da superior da patela, segundo proposta por Guedes (1985) e na metade desta distância segundo Pollock & Wilmore (1993). Para facilitar o pinçamento o avaliado deverá deslocar levemente o membro inferior direito à frente, com uma semiflexão do joelho, e sustentar o peso o corpo quase totalmente sobre o membro infe- rior esquerdo. 58WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA PANTURRILHA A dobra é pinçada no ponto de circunferência máxima da perna, com o polegar da mão esquerda apoiada na borda medial da tíbia. Para execução dessa medida, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em posi- ção anatômica e o pé sem apoio. Quadro 20 - Técnicas de medição das dobras cutâneas. Fonte: o autor. 1.10.3. Classificação do percentual de gordura corporal 1.10.3.1. Classificação do percentual de gordura corporal em de sítio único A avaliação da dobra cutânea de um único local é um preditor relativamente ruim para a avaliação da quantidade absoluta de gordura, isso porque cada local do corpo responde de maneira relativamente diferente às mudanças na gordura corporal total. Esse tipo de avaliação é utilizado pela facilidade de acesso a elas, a dobra cutânea do tríceps e subescapular são as dobras de sítio único utilizadas para avaliação em um único local. Separadamente, não podem ser empregadas para a avaliação da composição corporal, contudo é possível utilizá-las para comparações das espessuras da dobra do avaliado com o padrão de referência. O resultado obtido é comparado aos valores padrões de referência de Frisancho (1990) demonstrado na tabela 8 de percentis e classi� cados de acordo com o quadro 20 para adultos. Tabela 8 - Distribuição em percentis da dobra cutânea triciptal, segundo sexo e faixa etária. Fonte: Frisancho (1990). 59WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 21 - Classi� cação do estado nutricional dos adultos pela dobra cutânea triciptal, segundo percentis. Fonte: a autora. O resultado obtido é comparado aos valores padrões de referência de Barbosa et al. (2005) demonstrado na tabela 9 de percentis e classi� cados de acordo com o quadro 21 para idosos. Tabela 9 - Distribuição dos valores de DCT dos idosos, segundo percentis, sexo e grupo etário. Fonte: Barbosa et al. (2005). Quadro 22 - Classi� cação do estado nutricional dos idosos pela DCT, segundo percentis. Fonte: a autora. O resultado obtido é comparado aos valores padrões de referência de Frisancho (1981) demonstrado na tabela 10 de percentis e classi� cados de acordo com o quadro 20 para adultos e o quadro 21 para idosos. 60WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Tabela 10 - Referência para prega cutânea subescapular. Fonte: Frisancho (1981). 1.10.3.2. Classificação do percentual de gordura corporal por so- matória de dobras cutâneas O somatório de dobras cutâneas é outra forma para analisar o comportamento da gordura corporal e sua distribuição. Para se avaliar a quantidade de gordura corporal total por meio da somatória de dobras cutâneas, utiliza-se protocolos de somatórias de três (Pollock e cols, 1980 e Guedes, 1985), quatro (Durnin e Womersley, 1974), cinco (Costa, 2001) ou nove (Costa, 2001) dobras cutâneas. Protocolo de somatório de três dobras cutâneas proposto por Pollock e cols. (1980), as dobras cutâneas devem ser somadas de acordo com o sexo, para homens, soma-se as dobras: tórax, abdominal e coxa e para mulheres, as dobras: tricipital, supraíliaca e coxa, com resultado obtido na somatória, veri� car o % de gordura no quadro 22 para homens e quadro 23 para mulheres. 61WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 22 - Valores de referência de gordura corporal segundo Pollock e cols para homens. Fonte: Pollock e cols (1980). 62WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 23 - Valores de referência de gordura corporal segundo Pollock e cols para mulheres. Fonte: Pollock e cols (1980). Conforme a % de gordura corporal encontrada no quadro acima, classi� car o estado nutricional de acordo com a idade, sexo e % de gordura no quadro 24. 63WWW.UNINGA.BR AV AL IA Çà O NU TR IC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 24 - Classi� cação do estado nutricional segundo porcentagem de gordura corporal de acordo com sexo e faixa etária. Fonte: Gallagher et al., 2000. Protocolo de somatório de três dobras cutâneas proposto por Guedes (1994), as dobras cutâneas devem ser somadas de acordo com o sexo, para homens, soma-se as dobras: tríceps, suprailíaca e abdominal e para mulheres, as dobras: subescapular, supraíliaca e coxa, com resultado obtido na somatória, veri� car o % de gordura no quadro 25 para homens e quadro 26 para mulheres. mm 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 20 6.59 6.66 6.72 6.78 6.84 6.90 6.96 7.02 7.08 7.14 21 7.19 7.25 7.31 7.37 7.43 7.48 7.54 7.60 7.65 7.71
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