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Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário Direito das coisas ............................................................................................................ 2 1.1 Posse ................................................................................................................. 2 1.1.1 Possuidor ..................................................................................................... 2 1.1.2 Teorias da posse .......................................................................................... 3 1.1.2.1 Teoria subjetiva .................................................................................... 3 1.1.2.2 Teoria objetiva da posse ...................................................................... 3 1.1.3 Detenção ...................................................................................................... 3 1.1.4 Composse .................................................................................................... 4 Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br Direito das coisas Direito das coisas é gênero do qual são espécies a posse e os direitos reais. Portanto, para o nosso legislador, a posse não é um direito real. No entanto, essa discussão hoje é irrelevante, pois todas as características dos direitos reais estão na posse. 1.1 Posse 1.1.1 Possuidor O código civil de 2002 não definiu posse, mas definiu possuidor. E ele diz em seu art. 1.196 que possuidor é aquele que exerce pelo menos um dos poderes de proprietário. Os poderes de proprietário estão no art. 1.228, CC, que são os poderes de usar, fruir (gozar), dispor e reivindicar. Código Civil, art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. § 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. A propriedade é chamada de direito real elástico, pois o proprietário pode exercer os poderes de proprietário na sua totalidade ou não. O proprietário pode abrir mão de alguns desses poderes dominiais. Os poderes de dispor e reivindicar são exclusivos do proprietário. O proprietário sempre será também um possuidor, isso ocorre para que ele possa propor os interditos possessórios. Há o jus possessiones e o jus possidendi. O jus possessiones é a posse do não proprietário. O jus possidendi é a posse do proprietário. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br 1.1.2 Teorias da posse 1.1.2.1 Teoria subjetiva Foi desenvolvida por Savigny, que disse que para haver posse seriam necessários dois elementos: o corpus e o animus domini. O corpus seria o contato efetivo do indivíduo com a coisa e o animus domini é a intenção de ser proprietário. Essa teoria não é admitida no nosso ordenamento jurídico, pois ela excluía várias situações concretas. Exemplo: o locatário não seria possuidor, o comodatário também não. 1.1.2.2 Teoria objetiva da posse Essa teoria foi formulada por Ihering, que defendia que para haver a posse deveria haver: corpus e affection tenendi. O corpus é o contato com a coisa e o affection tenendi é “agir como se fosse proprietário”. É a teoria adotada pelo nosso código, conforme o art. 1196, CC. Código Civil, art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Ihering dizia que posse é a exteriorização da propriedade. 1.1.3 Detenção Enquanto a posse é um direito, a detenção é um fato. A detenção aparece no nosso código em dois momentos: art. 1208, 1ª parte, CC e no art. 1198, CC. Código Civil, art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. Código Civil, art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Direito Civil O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br Pelo art. 1198, CC o detentor é aquele que conserva a coisa em nome de outrem em razão de uma relação e subordinação. Por isso que o detentor desse artigo é chamado de servidor da posse, também chamado de fâmulo da posse. Exemplo: caseiro, porteiro, careiro, bibliotecário, motorista com relação ao veículo, policial em relação à arma funcional. Pelo art. 1208, 1ª parte, CC informa que não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância, induzem detenção. Qual a intervenção de terceiros que o detentor faz jus quando é demandado em razão de um direito que o demandante tem em face do possuidor? art. 62, CPC nomeação à autoria. O detentor pode se tornar um possuidor? Parágrafo único do 1198, CC. 1.1.4 Composse art. 1199, CC. Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. É a posse de duas ou mais pessoas sobre um bem indivisível. É uma posse simultânea. Um compossuidor pode fazer uso dos interditos possessórios em face do outro? Sim, pode.
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