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PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL PROF.A MA. RENATA EMY KOYAMA Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Gestão Educacional: Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira Letícia Toniete Izeppe Bisconcim Luana Ramos Rocha Produção Audiovisual: Heber Acuña Berger Leonardo Mateus Gusmão Lopes Márcio Alexandre Júnior Lara Pedro Paulo Liasch Gestão de Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................4 1 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL..........................................................................................................................5 1.1. PSICOLOGIA..........................................................................................................................................................5 1.2. PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E A GESTÃO DE PESSOAS ...........................................................................7 2 - A PESSOA NA ORGANIZAÇÃO: VISÃO BIOPSICOSSOCIAL...............................................................................9 3 - PERSONALIDADE ................................................................................................................................................10 3.1. ESTRUTURA DA PERSONALIDADE ...................................................................................................................12 3.1.1. HEREDITARIEDADE ..........................................................................................................................................12 3.1.2. AMBIENTE ........................................................................................................................................................12 3.2. PERSONALIDADE E ORGANIZAÇÃO .................................................................................................................14 3.2.1. A CLASSIFICAÇÃO TIPOLÓGICA DE MYERS-BRIGGS (MBTI).....................................................................15 3.2.2. O MODELO DOS CINCO GRANDE FATORES .................................................................................................16 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................18 PSICOLOGIA E A PESSOA NA ORGANIZAÇÃO PROF.A MA. RENATA EMY KOYAMA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 4WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Neste estudo será abordado sobre a psicologia, o seu desenvolvimento e conceituação. Você deve já ter escutado as pessoas no cotidiano usarem a palavra psicologia. Alguns pro� ssionais dizem que são psicólogos por terem que conversar com seus clientes que vêm ao estabelecimento muitas vezes para “desabafar”, como os vendedores, balconistas de bares, manicures e cabeleireiros. Estes pro� ssionais utilizam da psicologia do senso comum. No entanto, neste estudo, abordaremos sobre a psicologia cientí� ca, uma ciência com seu objeto de estudo e seu signi� cado. O conhecimento sobre a psicologia é vital para a formação dos gestores de recursos humanos, que lidam com os pro� ssionais na organização, buscando auxiliá-los no desenvolvimento do seu trabalhado para obter uma maior e� ciência e atingir os objetivos individuais e da organização. Para isso, entender e compreender o comportamento organizacional é de suma importância para os pro� ssionais da organização, mas nesse processo de compreensão deve-se ter um olhar não somente de um trabalhador como uma produção de resultados, mas considerá-lo como um ser humano de forma global, com seus aspectos biológico, psicológico e social, ou seja, uma visão biopsicossocial. Todo ser humano possui sua própria personalidade. O que seria personalidade? Como ela se forma? Podem-se desenvolver personalidades iguais? Todo este questionamento será respondido no estudo a seguir, que será esclarecido o signi� cado de personalidade, sua estrutura, e a in� uência da organização na personalidade do trabalhador. Através do conhecimento da personalidade, o gestor de recursos humanos terá um maior subsídio para auxiliá-lo nas relações interpessoais da organização, uma vez que entenderá, compreenderá o comportamento das pessoas e poderá modi� car certos comportamentos não aceitáveis pela organização. 5WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 1.1. Psicologia O termo “psicologia” é utilizado no dia a dia das pessoas com vários signi� cados. Em uma negociação que o negociador obteve o poder de persuasão, se diz que ele utilizou da psicologia para o convencimento de um investimento; quando escutamos uma pessoa que estava precisando desabafar, fala-se que usou da psicologia para acalmá-la. Essa psicologia referida pelas pessoas é chamada de “psicologia do senso comum”, um conhecimento super� cial da psicologia cientí� ca. A psicologia cientí� ca é uma ciência que busca explicar ou compreender os problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico (BOCK, 2008). Ela se compõe de um conjunto de conhecimentos sobre os aspectos da realidade expressa por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Etimologicamente a palavra psicologia se origina de duas palavras gregas psyche, que signi� ca alma, e logos, que signi� ca discurso (razão). Ela era uma área de estudo da Filoso� a Mental, que os � lósofos passaram a traduzir o termo psyche por mente, e a psicologia passou a ser a ciência da mente (AGUIAR, 2005). No entanto, foi somente no � nal do século XIX, em 1879, que ela foi reconhecida como uma ciência, quando Wilhelm Wundt (1832-1926) criou o primeiro laboratório de experimentos em psico� siologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha (BOCK, 2008). No Brasil, a pro� ssão de psicólogo foi reconhecida mais tarde, somente em 1962 com a Lei 4.119/62. Ao se comparar a ciência da psicologia com as outras ciências, constata-se que ela é nova. O estudo do homem se iniciou com o que se estava distante dele, como a astronomia, uma das primeiras ciências estudadas por ele, que se utiliza de cálculos matemáticos na busca de resolver os problemas da agricultura, da arquitetura, navais, e depois que buscou o estudo para se conhecer, olhar para si, uma das grandes di� culdades do ser humano. Assim, após 1879,com a criação do laboratório de Wundt o estudo da psicologia se desliga das ideias abstratas e espiritualistas, pois até então, os estudiosos defendiam a existência da alma e considerava que nela estava a vida psíquica. Por isso, que muitas práticas não psicológicas são associadas às práticas psicológicas, sendo confundidas apesar de não fazerem parte da psicologia. Como exemplo, a quiromancia um estudo da vida por meio da leitura das mãos; o tarô, um estudo que se utiliza das cartas com adivinhações; a astrologia, um estudo através dos astros; numerologia, um estudo dos números que re� etem as pessoas e outras práticas místicas que não são consideradas ciência e que não possuem relação com a psicologia cientí� ca. Estas práticas que relatam o destino da pessoa de forma pronta, que em seu estudo visualizam a existência de forças que não fazem parte do mundo material e não presentes no campo humano, elas estão de modo opostos aos princípios da psicologia. A psicologia com o tempo foi se de� nindo com o surgimento das novas teorias e se apresentando com enfoques diferentes sobre o ser humano, como exemplo: para a mentalismo ela é a ciência da vida mental; para o comportamental, é o estudo do comportamento; para o estruturalismo, é a ciência que investiga os processos e estados conscientes, suas origens e efeitos; para a psicanálise, é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivíduos-psiquismo. E a partir destas teorias, outras novas teorias foram surgindo e atualmente se tem mais de cem teorias da psicologia catalogadas, e novas teorias surgem devido à complexidade do estudo do ser humano. 6WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A primeira teoria psicológica a explicar o funcionamento da mente (psiquismo) foi a Psicanálise, cujo criador Sigmund Freud publicou o seu livro em 1900, “A inter- pretação dos sonhos”, referindo a existência de três instâncias psíquicas: incons- ciente, pré-consciente e consciente. Dessa forma, pode-se entender que a psicologia é a ciência que contribui com o estudo da subjetividade do ser humano. Pode-se entender que a subjetividade é uma forma particular, especí� ca de contribuição para a compreensão da totalidade da vida humana. Ela é a nossa matéria prima, em todas as suas expressões, as visíveis (comportamento) e as invisíveis (os sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim), é o ser humano corpo, afeto, ação e pensamento (BOCK, 2008). A subjetividade é o mundo das ideias, signi� cados e emoções que se constrói internamente por cada pessoa a partir das suas relações sociais, vivências, contribuições biológicas, juntamente com suas manifestações afetivas e comportamentais (BOCK, 2008). Ou seja, a subjetividade se constrói no modo de cada um ser, e aos poucos ela é moldada com suas novas formas. Com o desenvolvimento cientí� co de áreas de conhecimento como a sociologia, antropologia, biologia, ciências políticas e economia, trouxe uma grande contribuição no estudo do comportamento humano. Pois, esta integração dos conhecimentos de outras áreas do conhecimento humano possibilitou a identi� cação de fatores que in� uenciam o comportamento, entendendo-se que o comportamento é resultante de fatores psicológicos e não psicológicos, que se interagem e mantém uma dinâmica responsável pela formação e desenvolvimento das características e processos psicológicos e pela mudança do comportamento (AGUIAR, 2005). Figura 1 - Complexidade e comportamento humano. Fonte: Aguiar (2005, p. 138). 7WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Quanto à atuação da psicologia, apesar de existirem diversas áreas de atuações, pode-se dividir em três grandes vertentes: a) A Psicologia Clínica, que realiza psicoterapia em consultórios particulares, clínicas, hospitais visando reduzir o sofrimento ou desenvolver o autoconhecimento. b) A Psicologia Educacional, que atua nas escolas, instituições educacionais auxiliando no processo de ensino-aprendizagem, bem estar dos alunos, relação aluno-professor e aluno-escola. c) A Psicologia Organizacional, que atua nas empresas, indústrias, organizações em geral com sua aplicação aos problemas das pessoas na organização. Neste estudo, será dada ênfase na última vertente da psicologia, a psicologia organizacional que se divide em duas áreas principais de atuação. A área industrial – recursos humanos, e a área organizacional. A área industrial é o campo mais antigo que busca gerenciar a e� ciência organizacional através do uso dos recursos humanos, como na e� ciência de projetos de tarefa, seleção, treinamento e avaliação de desempenho das pessoas na organização. A área organizacional se desenvolveu a partir do fortalecimento do movimento das relações humanas, o seu foco na pessoa é maior do que na parte industrial, ela se preocupa em compreender o comportamento individual e melhorar o bem-estar das pessoas no ambiente de trabalho (SPECTOR, 2012). 1.2. Psicologia Organizacional e a Gestão de Pessoas A Psicologia Organizacional tem suas raízes no século XIX, desde o início do campo da psicologia que os psicólogos experimentais se interessaram em aplicar os princípios da psicologia para resolver problemas nas organizações. No entanto, foi somente no século XX que ocorreu a sua criação, e seu desenvolvimento foi amadurecendo na primeira metade deste século com a in� uência da teoria da administração cientí� ca de Frederick Winslow Taylor; os estudos do tempo e movimento de Frank Gilbreth e Lilian Gilbreth que estudaram a forma pela qual as pessoas executam as tarefas; a Primeira Guerra Mundial com seu uso pelas Forças Armadas e os estudos de Hawthorne que apresentou a importância dos fatores sociais no desempenho das pessoas no trabalho. Figura 2 - Experiência em Hawthorne- Operárias trabalhando na sala de relés. Fonte: Bezerra (2017). 8WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA A partir destes estudos, a área de atuação da psicologia organizacional foi se ampliando, uma vez que a psicologia auxilia no aspecto individual mensurando, explicando, desenvolvendo e modi� cando o comportamento das pessoas na organização. Muitos estudos surgem para mostrar a importância de seu conhecimento para os pro� ssionais da organização, na busca de resolver ou minimizar os problemas de fadiga, tédio, condições de trabalho que prejudicam o desempenho organizacional. Além da sua relevância sobre o conhecimento da personalidade, percepção, emoções, processo de aprendizagem, motivação, liderança, avaliação de desempenho, estresse, design de trabalho, variáveis do comportamento (cultura, clima, trabalho em grupo, produtividade, satisfação) e consultoria organizacional. Sendo assim, a psicologia organizacional tem seu foco na interação do comportamento das pessoas no trabalho e na organização. Ou seja, busca compreender numa visão microorganizacional (valores, crenças, percepção, atitudes, emoções) articulando estes fenômenos a processos macroorganizacionais (cultura, poder, política, entre outros) (VISC; VASCONCELOS; PELLICIOLI, 2017). Assim como a psicologia organizacional se desenvolveu, o gestor de recursos humanos também passou por transformações nesse período juntamente com suas atuações. O seu surgimento ocorre no início da industrialização para contabilizar os registros dos trabalhadores, como horas trabalhadas, atrasos, faltas para pagamento, tinha o papel de controlador de pessoas, era o feitor. Em 1920, com o movimento das relações humanas tem que se preocupar com o trabalhador e suas necessidades, e foi denominado de chefe de pessoal. Em 1945, surgem os estudos sobre liderança, motivação, um cenário de “cuidar do pessoal” é valorizado, e de chefe de pessoal ganha à denominação de gerente de Relações Industriais, além das atribuiçõesanteriores foi agregado a responsabilidade da medicina e higiene, segurança patrimonial e industrial, cargos e salários, recrutamento e seleção, treinamento e benefícios. No período de 1970 a 2000, é denominada de gerente de recursos humanos, que é agregado nas suas funções a responsabilidade da avaliação de desempenho, qualidade de vida, desenvolvimento gerencial, relações trabalhistas e sindicalismo, desenvolvimento organizacional e estrutura organizacional. Na contemporaneidade, a gestão de recursos humanos ou também denominada gestão de pessoas ou gestão de talentos surge para auxiliar no atendimento das demandas organizacionais. Desta forma, o gestor de recursos humanos tem a responsabilidade de diagnosticar, desenvolver as pessoas na organização com e� cácia para que estas cumpram seus objetivos resultando no atingimento dos objetivos organizacionais. Para que isso ocorra, o gestor de recursos humanos primeiramente necessita ter o conhecimento da psicologia para saber, entender e lidar com as pessoas. Quando se conhece melhor o colega de trabalho ou grupo de trabalho, permite-se compreender o comportamento das pessoas e do grupo no ambiente laboral. Sabe-se que as pessoas são diferentes, não possuem os mesmos ritmos de trabalho, reações emocionais e motivações. Deste modo, o gestor de recursos humanos com a utilização do conhecimento da psicologia em conhecer melhor as pessoas, saberá distribuir as tarefas de modo mais e� caz para seus membros, resolver os con� itos do dia a dia de forma e� ciente, e proporcionar um relacionamento interpessoal saudável na organização. O conhecimento da psicologia proporciona o gestor de recursos humanos desenvolver o seu autoconhecimento re� etindo que será re� etido no seu crescimento pro� ssional. E consequentemente expandirá a sua competência comportamental. O mercado de trabalho exige cada vez mais quali� cação, e a competência comportamental faz parte deste requisito pro� ssional almejado pelas organizações. 9WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 2 - A PESSOA NA ORGANIZAÇÃO: VISÃO BIOPSICOSSOCIAL Ao entrar na organização toda pessoa possui sua bagagem psicológica, que compõe de suas características físicas, conhecimento, preconceitos e experiências anteriores. E esta bagagem psicológica se diferencia de forma singular entre as pessoas. Para França (2008), a pessoa ao entrar na organização se manifesta de maneira psicossomática, com suas potencialidades e reações biológicas, psicológicas e sociais que respondem simultaneamente as condições de vida. O conceito biopsicossocial tem sua origem na medicina psicossomática que propõe uma visão integrada do homem. Ela se compõe segundo França (2008) em três camadas: a) Camada biológica que se refere às características físicas da pessoa, herdadas e adquiridas. b) Camada psicológica que são os processos afetivos, emocionais e de raciocínio, consciente e inconsciente, que formam a personalidade. c) Camada social que incorpora valores, crenças, papel desempenhado na família, trabalho e grupos que se pertence. Diante desta interação das camadas, pode ocorrer somatizações que são frequentes e in� uenciadas pelas condições de vida da pessoa, sua qualidade de interações e características ergonômicas do ambiente físico que estão se submetendo. Quando surgem as somatizações são sinal de alerta para as mais diversas intercorrências relativas à vida no trabalho que necessitam ser alteradas. Assim, conforme França (2008), no ambiente de trabalho algumas questões que emergem da visão biopsicossocial estão relacionadas com a: • Atitude do grupo; • Avaliações do grupo sobre necessidades especí� cas; • Modelos de gestão e estrutura organizacional; • Reorganização das tarefas; • Desdobramentos burocráticos; • Política da empresa; • E� cácia da produtividade; • Autopercepção da pessoa; • Padrões da cultura organizacional. Desta forma, os conteúdos sociais como mal-estares, ou conteúdos culturais, ou limite da dor do corpo pode afetar a saúde e estar relacionada com o trabalho, produtividade e doença do trabalhador nesta interação mente-corpo-ambiente. 10WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 3 - Visão Biopsicossocial. Fonte: França (2008) Sendo assim, quando a organização exige metas elevadas dos trabalhadores, estes podem entrar no limiar da dor física ou sofrimento psíquico fazendo com que estas camadas se interacionam favorecendo o surgimento de doenças contagiando a produtividade do trabalhador e consequentemente os objetivos individuais e organizacionais. Deste modo, o gestor de recursos humanos necessita ter um olhar biopsicossocial com os trabalhadores da organização, ou seja, considerando o seu aspecto biológico, psicológico e social e não somente como uma pessoa que deve executar a sua função. 3 - PERSONALIDADE Quando se pretende conhecer o comportamento das pessoas, deve-se primeiramente ter o conhecimento da personalidade, para poder reconhecer, entender e compreender a subjetividade e unicidade de cada ser humano. O termo personalidade se origina da palavra latina “persona”, que era o nome que se referia as máscaras que eram utilizadas nas peças teatrais gregas. Cada máscara era considerada uma extensão que o ator se identi� cava com o papel que era representado por cada máscara. No entanto, mais tarde, a palavra personalidade surge na língua portuguesa com a função de representar as características intrínsecas e extrínsecas de cada pessoa, com suas particularidades. O termo personalidade tem sido pouco utilizado em seu verdadeiro sentido psicológico. Constata-se o seu uso no dia a dia, pelo senso comum, com signi� cados inadequados e equivocado tornando-se necessário redimensionar seu signi� cado. Por exemplo, a palavra personalidade utilizada pelos leigos com signi� cado de um traço de personalidade ou habilidade de uma pessoa, um adjetivo ou de forma pejorativa. • “José tem personalidade forte”. Pode estar se referindo a um traço de personalidade como teimosia ou in� exibilidade. 11WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • “João é uma pessoa de personalidade”. Pode estar relatando que seja uma pessoa com iniciativa ou participativa. • “Maria não tem personalidade”. Pode estar tentando mencionar que ela possui pouca iniciativa ou indecisa. Nenhuma destas a� rmativas com uso da palavra personalidade corresponde ao seu signi� cado de forma cientí� ca. A sua de� nição foi criada em 1937 por Gordon Allport, que descreve a personalidade como uma “organização dinâmica, dentro do indivíduo, daqueles sistemas psicofísicos que determinam seus ajustamentos únicos ao seu ambiente” (ROBBINS; JUDGE,2014, p.86). Ao abordar a personalidade como uma “organização dinâmica”, Allport refere que ela está em constante desenvolvimento, se modi� cando; o termo “psicofísico” é uma relação corpo e mente; “determinam” se constitui de fatores determinantes no comportamento. Conclui-se, desse modo, que a personalidade pode ser compreendida como uma organização em constante desenvolvimento, com uma relação única entre corpo e mente e seus fatores determinantes para se ajustar em seu ambiente. Complementa Bock (1995, p.114) que a personalidade é um, modo relativo constante e peculiar de perceber, sentir e agir do indivíduo. A de� nição tende a ser ampla e acaba por incluir habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, o modo de comportar-se, e inclusive, os aspectos físicos do indivíduo. A de� nição de personalidade engloba também aspectos que se integram, se organizam, conferindo peculiaridade e singularidade ao indivíduo. Aguiar (2005, p. 291) enfatiza essa de� nição, descreve que a personalidade é: um conjunto de traços psicológicos com propriedades particulares, relativamente permanentes e organizados de forma própria. Ela se revela na interaçãodo indivíduo com o seu meio ambiente e individualiza a maneira de pensar, sentir e de agir de cada pessoa. Desta forma, constata-se que para os pro� ssionais da organização, principalmente o gestor de recursos humanos, ter o conhecimento das características da personalidade pode permitir uma previsão de comportamentos diante de determinadas situações. Levando-se em consideração que o comportamento da pessoa é resultado de sua personalidade e sua interação com o meio externo. Ela se desenvolve, podendo ser modi� cada por meio dos fatores externos e internos. E este conhecimento da personalidade permite concluir que as pessoas são únicas, tendo um padrão único de características psicológicas, não podendo existir pessoas com a mesma personalidade. E cada pessoa mantém certa consistência psicológica, permitindo sua identi� cação. Os traços psicológicos se interagem e se organizam durante toda a vida. E ela é um constructo inferido do comportamento observável (AGUIAR, 2005). 12WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 3.1. Estrutura da Personalidade A estrutura da personalidade é a base que irá organizar e unir entre si as diferentes condutas, disposições da pessoa, formando a sua unicidade, individualidade. Nessa estrutura da personalidade, estão os conteúdos que relacionados às vivências concretas das pessoas no seu meio familiar, social, cultural, religioso, educacional e do trabalho. E a personalidade se dinamiza se desenvolvendo, modi� cando e se expressando através do comportamento e o seu estar no mundo com a presença do outro. Dessa forma, cada pessoa desenvolve a sua personalidade que é estabelecida em suas relações afetivas, cultura vivenciada, juntamente com os valores, opiniões in� uenciando em seu comportamento e lhe conferindo a sua individualidade. Constata-se, dessa maneira, que a personalidade se desenvolve através de fatores genéticos e/ou hereditários e ambientais. Os fatores genéticos se apresentam na estrutura orgânica e do processo de desenvolvimento corporal. E os fatores ambientais se dispõem através do ambiente físico e social desde o início de sua existência. Cada um destes fatores que compõem a estrutura da personalidade será abordado a seguir. 3.1.1. Hereditariedade A hereditariedade são fatores determinados na concepção, ou seja, herdada pelos pais biológicos. Desse modo, ela é uma herança genética que não sofre modi� cações. Os aspectos hereditários não possuem in� uencia direta no comportamento humano, mas de forma indireta por meio de suas estruturas orgânicas que respondem a certos estímulos vivenciados. Ela é formada pela composição de vários aspectos como a: a) Biotipologia, que representa as características físicas de cada pessoa, como exemplo: altura, cor de cabelo, tipo de pele, formato do nariz, olhos entre outros. b) Sexo, uma conformação particular que de� nirá entre o masculino e feminino, em suas características anatômicas, psíquicas e emocionais. c) Temperamento, ele interfere no ritmo da pessoa, o grau de vitalidade e emotividade. Pode ser classi� cado como sanguíneo, � eugmático, colérico ou melancólico. d) Inteligência, uma predisposição ou aptidão a determinada área de domínio, como linguística, lógica-matemática, espacial, interpessoal, intrapessoal, corporal entre outras. e) Tipo sanguíneo, classi� cado como tipo A, tipo B, tipo AB e tipo O. Estudos apresentam que determinado tipo sanguíneo predispões a certos comportamentos. Todos estes aspectos que compõe a hereditariedade in� uencia a formação da personalidade de cada pessoa, mas deve-se considerar que cada aspecto proporciona uma predisposição que a pessoa pode desenvolver em níveis diferentes e in� uenciados por outro grande fator o ambiente. 3.1.2. Ambiente O fator ambiente possui um grande poder na formação da personalidade de cada pessoa. Nele está contida a cultura, hábitos, valores que vivenciamos desde o início de nossa existência. Para uma melhor compreensão os diversos tipos de ambiente que vivenciamos serão a presentados em categorias, que são: 13WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • O ambiente físico é retratado pelos componentes que a pessoa está inserida ao seu redor, como a temperatura, altitude, nutrição. E estes componentes in� uencia na personalidade impactando na constituição física, motora, atenção, inteligência entre outros. • O ambiente familiar está presente desde o seu nascimento, relação com os pais, irmãos, que se constitui peças regras, normas, valores, comportamentos que são reproduzidos de pais para � lho e que durante o desenvolvimento dos anos estes podem ser mantidos ou retirados de seu repertório. • O ambiente educacional se inicia na infância podendo perdurar até a juventude. Neste ambiente possui regras, normas, valores, comportamentos de devem ser incutidos por cada estudante para a manutenção do bem comum da instituição educacional. E neste ambiente cada pessoa precisa desenvolver e se adaptar para estar inserido nesta sociedade e ser aceito pelas outras pessoas. • O ambiente de trabalho ocorre na juventude ou fase adulta no momento que a pessoa entra no mundo do trabalho. Cada organização é composta por uma cultura que o trabalhador necessitará desenvolver e se adaptar diante das exigências. • O ambiente social representa as interações onde a pessoa está inserida para realização de seu lazer no clube, associações, time de futebol, grupo de moradores do bairro, amigos de infância entre outros. Todos estes ambientes sociais in� uenciam na formação da cultura do ser humano e nas suas relações interpessoais afetando o comportamento. • O ambiente psíquico-afetivo, representa as interações com as pessoas que possuem maior proximidade de relacionamento, que se sente a vontade para expressar as suas emoções, desejos, se comunicar de forma espontânea, trocar experiências, e neste ambiente desenvolve aspectos importantes para uma boa convivência. É importante lembrar que cada tipo de ambiente está in� uenciando e é in� uenciado por outro ambiente a todo o momento, eles estão inter-relacionados que auxiliam a pessoa a se desenvolver, alterar ou mesmo manter os seus traços de personalidade. Sendo assim, o fator ambiente é mutável a todo o momento, uma vez que possamos mudar de emprego, de escola, de amizades, promovendo alteração de traços de personalidade. Conclui-se, desse modo, que a estrutura da personalidade é formada pelos fatores da hereditariedade e do ambiente. O fator hereditário possui composições que predispõe a pessoa a determinado comportamento, e estas composições não se alteram; no entanto, o fator ambiente in� uencia no desenvolvimento de traços da personalidade podendo se alterar, inserindo, retirando ou desenvolvendo comportamentos diante de cada necessidade vivenciada, sendo um fator que pode sofrer modi� cações. E complementa Vecchio (2008, p.27) que “a hereditariedade pode predispor um indivíduo a certos padrões de comportamento, ao passo que as forças ambientais podem ser responsáveis por padrões de ações mais especí� cos”. Juntos, os fatores hereditários e ambientais são imprescindíveis para o desenvolvimento da personalidade humana. 14WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA É ético utilizar o conhecimento da personalidade na busca de satisfazer as neces- sidades pessoais na organização? O conhecimento da personalidade permite a pessoa conhecer melhor a si e aos outros, e com o seu uso na prática desenvolve- mos habilidades de comunicação e persuasão do próximo na busca de satisfação das necessidades muitas vezes pessoais. Desde que esta satisfação das neces- sidades pessoais não prejudique o próximo e o bem comum da organização e não ferindo a moralidade desta sociedade pode se considerar ético. 3.2. Personalidade E Organização A organização necessita de pessoas para poderatingir seus objetivos organizacionais, e as pessoas necessitam das organizações para satisfazerem suas necessidades pessoais, dessa forma, é uma relação necessária à organização e a pessoa. E o pro� ssional responsável em manter esta boa relação são os gestores de recursos humanos. Deste modo, neste desa� o de buscar a satisfação de ambas as partes, este pro� ssional precisa desenvolver suas habilidades interpessoais para manter uma boa relação com os trabalhadores, auxiliando no seu bem-estar e atingimento de seus objetivos para que consequentemente os objetivos organizacionais sejam alcançados. Para que isso ocorra, os gestores necessitam conhecer sobre a personalidade e a formação de sua estrutura a � m de auxiliar na compreensão e entendimento do comportamento das pessoas. Quanto maior for o seu conhecimento sobre este assunto, poderá colocar em prática para entender melhor o seu comportamento, potencialidades, habilidades e das outras pessoas que se relaciona; e assim, buscar a manutenção , alteração e eliminação de comportamentos que possam melhorar na produtividade e no clima organizacional. Sabe-se que a estrutura organizacional in� uencia a personalidade das pessoas e isso será maior ou menor dependendo das características de cada trabalhador. Os mais comprometidos com o poder e o status se conforma mais, uma vez que seus valores e motivos o levam ao conformismo, sendo considerados os mais maduros, e que adquirem status e poder mais rapidamente no sistema organizacional. Já o impacto da estrutura organizacional na personalidade é menor em trabalhadores que centram seus objetivos e valores na independência intelectual, em sua autorrealização pro� ssional, em sua liberdade afetiva. São os membros mais críticos da organização, trabalham para mudar a estrutura da organização e não se acomodar a ela. Essa interação organização-personalidade mostra que a estrutura organizacional representa forças poderosas que in� uenciam na personalidade da pessoa a � m de que ela se adapte, e do mesmo modo, a personalidade de cada um representa forças internas que levam a pessoa a selecionar, criar, sintetizar certas formas de adaptação (AGUIAR,2005). 15WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Patch Adams, O Amor é Contagioso Para entendermos melhor sobre o desenvolvimento da personalidade assista o fi lme indicado a seguir. Este fi lme permite visualizar a personalidade de Robin Wiliams que passa por transformações diante de suas vivencias e busca incita a ajudar outras pessoas a se divertirem. O bobo da corte torna situações chatas menos pesadas. Seu espírito alegre e descontraído permite que a inovação e a informalidade descompliquem tarefas cotidianas, muitas vezes maçantes. Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams (Robin Williams) voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam inicialmen- te espanto, mas aos poucos ele conquista a todos. Há vários instrumentos que podem ser utilizados na busca de um maior conhecimento sobre a personalidade do trabalhador na organização. Serão explanados os mais utilizados na contemporaneidade. 3.2.1. A classificação tipológica de Myers-Briggs (MBTI) O MBTI é o instrumento de avaliação de personalidade mais utilizado no mundo. É um teste de personalidade que contém cem questões que pergunta as pessoas como elas costumam se sentir ou agir em certas situações. Os sujeitos são avaliados e classi� cados como extrovertido ou introvertido, sensoriais ou intuitivos, racionais ou sentimentais, julgadores ou perceptivos. Conforme Robbins e Judge (2014) descrevem estas classi� cações: • Extrovertido, considerado como sociável, expansivo, assertivo. • Introvertido, caracterizado como quieto e tímido. • Sensoriais, de� nido como prático, prefere a rotina e a ordem, concentram nos detalhes. • Intuitivos, usam processos inconscientes, observam o todo. • Racionais, usam a razão e a lógica para lidar com o problema. • Sentimentais, con� am em seus valores pessoais e emoções. •Julgadores, querem controlar e preferem que seu mundo seja organizado, estruturado. • Perceptivos, possuem � exibilidade e espontaneidade. Essas classi� cações descrevem dezesseis tipos de personalidade ao identi� car quatro pares. Por exemplo: introvertido, intuitivo, racional e julgador, uma classi� cação de personalidade INTJ sendo pessoas visionaria com mentes originais e grande empenho (ROBBINS; JUDJE, 2014). 16WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 1 - Dicotomias dos Tipos de personalidade de Myers-Briggs (MBTI). Fonte: a autora. O MBTI pode ser considerada um instrumento valioso para os pro� ssionais que buscam desenvolver sua quali� cação, pois ela fornece um aumento de autoconsciência e orientação de carreira. 3.2.2. O modelo dos cinco grande fatores O Modelo dos Cinco Grandes Fatores é um instrumento que auxilia em prever como as pessoas se comportam em uma variedade de situações da vida real. Representa a reputação social, no sentido que elas descrevem como a pessoa se parece quando vista por outras pessoas. Ela se apresenta em cinco dimensões básicas que formam a base para todas as outras e abrangem uma grande variação das características da personalidade. O fato das dimensões serem expressas nos termos da reputação social se torna altamente relevante para o entendimento do comportamento organizacional. Robbins e Judge (2014) descrevem os cinco grande fatores como: • Extroversão: esta dimensão captura o nível de conforto nos relacionamentos, pois pessoas extrovertidas são gregárias, assertivas e sociáveis. Pode-se caracterizar ao contrário das pessoas introvertidos, que tendem a serem conservadoras, tímidas e quietas. • Sociabilidade: esta dimensão se caracteriza a propensão da pessoa em aceitar os outros. São pessoas altamente agradáveis, cooperativas, afetuosas e con� áveis. Quando as pessoas pontuam baixo nível de sociabilidade são consideradas frias, desagradáveis e antagônicas. • Escrupulosidade: esta dimensão é uma medida de con� abilidade. Pessoas com alta pontuação nesta dimensão tendem a ser responsáveis, organizada, con� ável e persistente. Os que possuem baixo nível de escrupulosidade são considerados distraídos, desorganizados e pouco con� áveis. • Estabilidade emocional: esta dimensão aborda a habilidade de uma pessoa a suportar o estresse. As pessoas com estabilidade emocional positiva tendem a serem calmas, seguras e autocon� antes. Já as pessoas que possuem baixa estabilidade emocional tendem ao nervosismo, ansiedade, insegurança e comportamento depressivo. • Abertura para experiências: esta dimensão aborda pessoas com uma variedade de interesse e fascinação pela novidade, são criativas, curiosas e artisticamente sensíveis. No entanto, uma pessoa com pouca abertura para experiências são convencionais e encontra conforto nas coisas familiares. 17WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Estudiosos sobre este tema apontam que pessoas que são con� áveis, cuidadosas, meticulosas, capazes de planejar, organizados, trabalhadores, persistentes e que visam a realização tendem a ter maior desempenho no trabalho em sua maioria. Quadro 2 - Modelo de como os Cinco fatores in� uenciam os critérios do comportamento organizacional. Fonte: Robbins e Judge (2014, p. 92). Para se aprofundar sobre as teorias da personalidade leia o livro: Teorias Psico- lógicas. SCHULTZ, Diane; SCHULTZ, Sydney. Teorias da Personalidade. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 10ed. 18WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo, pode-se entender que a psicologia éuma ciência nova ao se comparar com as outras ciências, e sua compreensão sobre o comportamento humano é essencial para poder reconhecer, entender e predizer as pessoas dentro do seu ambiente organizacional. O conhecimento sobre a psicologia auxilia no entendimento sobre a subjetividade humana, e assim, ter uma visão biopsicossocial do trabalhador. Essa visão se iniciou no � m do século XX, quando a psicologia começa a ser inserida nas organizações e surge uma área especí� ca da psicologia, que é a psicologia organizacional, e seus estudos permitiram a visualizar o trabalhador como um ser social. E isso se decorreu com os resultados da pesquisa em Hawthorne, que teve uma grande importância para a mudança de uma visão do trabalhador de homem máquina para um ser social. A psicologia organizacional trouxe um melhor entendimento no aspecto individual do trabalhador, mensurando, explicando, desenvolvendo e modi� cando certos comportamentos na organização, além de resolver e minimizar problemas como fadiga, tédio, stress, condições de trabalho que possam prejudicar o desempenho de cada pro� ssional e consequentemente da organização. O foco da psicologia organizacional está em uma visão microorganizacional, ou seja, na interação do comportamento do trabalhador com a organização, e numa visão macrorganizacional, a relação da cultura, poder, política da organização com o trabalhador. Um aspecto importante para se compreender o comportamento humano é o estudo da personalidade. Ela é formada por centenas de traços psicológicos que se interacionam e integram formando a subjetividade de cada pessoa, tornando-as única e irrepetível. A personalidade se desenvolve a partir de suas bases hereditárias e fatores ambientais. Os fatores genéticos que formam cada pessoa não se modi� cam, mas os fatores ambientais que cada um está inserido e se relaciona, in� uencia na formação e desenvolvimento de inúmeros traços psicológicos que podem modi� car e desenvolver vários comportamentos. Assim, o conhecimento sobre a personalidade permite o gestor de recursos humanos aplicar a teoria em sua prática, a � m de auxiliá-lo a compreender cada pessoa inserida na organização, as relações interpessoais, grupais e mediar con� itos e negociações. 1919WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 20 1 - VALORES ...............................................................................................................................................................21 2 - ATITUDES .............................................................................................................................................................24 2.1. SATISFAÇÃO NO TRABALHO ..............................................................................................................................25 2.2. SATISFAÇÃO E PRODUTIVIDADE ......................................................................................................................25 2.3. SATISFAÇÃO E CIDADANIA ORGANIZACIONAL ..............................................................................................25 2.4. A TEORIA DA DISSONÂNCIA COGNITIVA ........................................................................................................25 3 - PERCEPÇÃO .........................................................................................................................................................27 3.1. DEFINIÇÃO .........................................................................................................................................................27 3.2. O PROCESSO PERCEPTIVO .............................................................................................................................28 3.3. OS FENÔMENOS DA PERCEPÇÃO: FORMAS, PADRÕES E OBJETOS ...........................................................28 3.4. FATORES EXTERNOS QUE AFETAM A PERCEPÇÃO HUMANA ....................................................................32 3.5. USO DO PROCESSO PERCEPTIVO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL........................................................33 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................34 ASPECTOS DO COMPORTAMENTO HUMANO PROF.A MA. RENATA EMY KOYAMA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 20WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Neste estudo serão abordados os aspectos que compõem e in� uenciam o comportamento humano. Sabe-se que é um tema complexo, pois são vários aspectos que in� uenciam a pessoa a se comportar de determinada forma. Assim, o gestor de recursos humanos necessita ter este conhecimento para poder entender, compreender e auxiliar as pessoas em seu ambiente laboral. Inicialmente, será explanado o tema valores, o seu conceito, formação e classi� cação. Perceberá a sua importância na conduta de cada pessoa, sociedade e temporalidade. Serão os valores imutáveis? Podem ser incutidos nas pessoas em qualquer fase de seu desenvolvimento? Os valores são iguais independente da sociedade que se pertence? Estes questionamentos serão respondidos durante o estudo. Para as organizações, o conhecimento sobre os valores de cada trabalhador é imprescindível, uma vez que ele impacta no modo de agir e comportar de cada trabalhador in� uenciando nos resultados de sua produção. Em seguida, será abordado sobre o tema atitude. Ela é uma in� uenciadora de determinados comportamentos, sendo a� rmações a� rmativas favoráveis ou não, de uma situação, objeto ou pessoa. As atitudes possuem diversas funções e serão descritas as mais utilizadas e com ênfase nas atitudes voltadas ao mundo do trabalho, como a satisfação no trabalho, do envolvimento com o trabalho e o comprometimento organizacional. Logo depois, será apresentado o tema percepção, sua de� nição, como ocorre o processo perceptivo, os fenômenos envolvidos em seu processo como forma, padrão e objeto. E posteriormente, será descrito sobre os fatores externos que afetam a percepção, e o seu uso no processo perceptivo do ambiente organizacional. Na contemporaneidade, as organizações estão utilizando cada vez mais a percepção humana para atrair e aumentar o consumo de seus produtos e serviços, sendo necessário os pro� ssionais da organização conhecer este aspecto. 21WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - VALORES Os valores humanos representam a base para compreender as atitudes e as motivações das pessoas, e ela possui uma grande in� uência no processo de percepção conduzindo a um determinado comportamento. Quando se questiona em uma determinada sociedade se a pena de morte é algo correto ou não, a resposta dependerá dos valores que possui. Alguns irão dizer que a pena de morte é correta por ser uma forma de punição contra crimes graves, como um assassinato. Outros irão dizer que não é correto a pena de morte, pois ninguém possui o direito de tirar a vida de outra pessoa. Deste modo, entende-se que os valores são diferentes conforme a sociedade que pertence e se diferencia mais especi� camente em níveis de importância para cada pessoa. Robbins e Judge (2014, p. 98) retratam que os “valores representam convicções básicas de que um modo especí� co de conduta ou dos objetivos de vida são pessoal e socialmente preferíveis a quaisquer outras condutas ou razão de ser”. Entende-se, assim, que através dos valores que a pessoa possui, ela julgará se é certo ou errado, se é bom ou ruim. Os valores possuem sua intensidade e atributos especi� cando o grau de importância para cada pessoa. Dessa forma, ao classi� car o sistema de valores de cada pessoa em sua intensidadese terá uma hierarquia de valores de intensidade. Por exemplo, nos valores de honestidade, obediência, liberdade, prazer e respeito, cada pessoa possui uma ordem diferente de importância em seu sistema de valores que norteará seu comportamento. Sobre os valores, eles são intactos? Já nascemos com os valores? Eles modi� cam seu grau de importância no sistema de valores de cada pessoa? Os valores são adquiridos desde que nascemos através da socialização. Primeiramente tem-se a aquisição de valores familiares, em seguida os valores sociais, valores da instituição educacional, do mundo do trabalho e assim por diante. Os valores são relativamente estáveis e duradouros, pois ele se adquire nas relações sociais através da aprendizagem modi� cando sua intensidade no sistema de valores conforme a vivência experimentada. No entanto, pode-se perceber que os valores são construídos impactando na subjetividade da pessoa resultando em um sombreamento na objetividade e racionalidade guiando certas atitudes e comportamentos. Por exemplo, em uma empresa o trabalhador possui valores que acredita ser correto uma remuneração por desempenho e não por tempo de serviço, e a empresa resolve conceder benefícios por tempo de serviço aos seus colaboradores. Com isso, o trabalhador pode � car insatisfeito no trabalho diminuindo seu comprometimento nas atividades. A sua atitude e comportamento poderia ser diferente se os benefícios fossem concedidos por desempenho. Por isso, a importância do gestor de recursos humanos em conhecer os valores das pessoas que fazem parte da organização, pois poderá intervir como exemplo nesta situação, para evitar a diminuição de produtividade devido à insatisfação do benefício concedido. Milton Rokeach realizou uma pesquisa e classi� cou os valores em dois conjuntos: valores terminais e valores instrumentais. Os valores terminais referem-se a um conjunto de valores que a pessoa gostaria de alcançar durante toda a sua vida, refere-se a objetivos � nais desejáveis. São eles: prosperidade e sucesso econômico, liberdade, saúde e bem-estar, paz no mundial, reconhecimento social, signi� cado na vida. Os valores instrumentais referem-se aos modos preferíveis de comportamento, os meios de alcançar os valores terminais. São eles: autoaperfeiçoamento, autonomia e autossu� ciência, disciplina pessoal, bondade, ambição e foco nos objetivos (ROBBINS; JUDGE, 2014) 22WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 1 - Valores Terminais e Instrumentais na pesquisa de valores de Rokeach. Fonte: Robbins e Judge (2014, p. 100). Estudos relatam que os valores terminais variam entre grupos possuem variações. Pessoas com a mesma ocupação ou categorias semelhantes possuem os mesmos valores terminais, como gestores, pais e alunos. Robbins e Judge (2014) descrevem que, na década de 1970 foi realizado uma análise das variações entre as culturas por Geert Hofstede. Ele entrevistou mais de 116 mil trabalhadores da IBM em quarenta países sobre os valores relacionados ao trabalho, e descobriu que os gestores e sua equipe tinham uma variação em cinco dimensões de valores da cultura nacional. São elas: • Distância do poder: representa até que grau as pessoas em um país aceitam que o poder seja distribuído de forma desigual. Alta classi� cação em distância do poder signi� ca grandes desigualdades de poder e riqueza que são toleradas na cultura. • Individualismo versus coletivismo: o individualismo representa até que grau as pessoas preferem agir de forma individual e terem seus direitos individuais acima de tudo. Coletivismo enfatiza o que as pessoas esperam que os outros no grupo cuidem dela e protejam. • Masculinidade versus feminilidade: masculinidade refere o grau que a cultura favorece os papéis masculinos tradicionais, os homens dominando a sociedade. Feminilidade representa que a cultura visualiza pouca diferença entre papéis masculinos e femininos, são iguais em todos os aspectos. • Aversão à incerteza: até que grau as pessoas preferem situações estruturadas às não estruturadas de� ne o grau de aversão à incerteza. • Orientação para longo prazo versus orientação para curto prazo: as pessoas com a cultura de orientação a longo prazo olham para o futuro e valorizam a parcimônia, a persistência e a tradição. As pessoas com a cultura de orientação a curto prazo valorizam o aqui e agora, aceitam as mudanças com mais facilidade e não visualiza os compromissos como barreiras a mudança. Essa pesquisa mostrou por exemplo, que os Estados Unidos é um país muito individualista, tendem a ter uma orientação a curto prazo e possuem baixa distância de poder, com baixa aversão à incerteza e masculinidade com alta pontuação. Já o México e Filipinas tem pontuação mais alta em relação à distância de poder, as nações sul-americanas tendem a ter maior aversão à incerteza do que as outras nações. 23WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Quadro 2 - Valores dominantes na força de trabalho atual. Fonte: Robbins (2009, p. 19). Constata-se, assim, que os valores se diferenciam entre as pessoas, comunidade, nação que se pertence e época. Para os gestores de recursos humanos é importante conhecer os valores do trabalhador, pois através destes valores podem-se compreender os comportamentos, atitudes e percepção do outro. Assim, o desempenho e a satisfação das pessoas que fazem parte da organização tendem a serem maiores quando os seus valores são similares com os valores da organização. Os gestores são mais propensos a apreciar, avaliar de modo positivo e recompensar os seus subordinados que possuem maior adaptação a mudanças, que se sentem satisfeitos e se encaixam na organização. Isso estimula os gestores a procurarem pessoas não somente por sua competência, experiência e motivação, mas com valores compatíveis com o da organização (ROBBINS; JUDGE, 2014). Por que é importante desenvolver valores na organização? Os valores da organização são formados pelas crenças e atitudes que a organi- zação possui conferindo a sua particularidade. E através deles que se defi ne a ética para a atuação dos profi ssionais e da organização. Os valores infl uenciam e agregam importância no produto de cada empresa. 24WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2 - ATITUDES A atitude é um componente in� uenciador de determinados comportamentos do ser humano. A todo o momento se escuta as pessoas tendo comportamentos especí� cos diante de suas atitudes. Como exemplo: “Gosto da empresa que trabalho”, “A maçã é uma fruta gostosa que como todo dia”. As atitudes são a� rmações avaliativas, podendo ser favoráveis ou desfavoráveis, em relação a objetos, pessoas ou evento (ROBBINS, 2009). Complementa Atkinson (1995, s.p.) relatando que “as atitudes são simpatias e antipatias, avaliações e reações desfavoráveis a objetos, pessoas, situações ou qualquer outro aspecto do mundo, incluindo as ideias abstratas e político-sociais”. Assim, as atitudes re� etem o que a pessoa sente em relação a um determinado objeto, pessoa ou situação e estão frequentemente ligadas as cognições, principalmente as crenças sobre os objetos da atitude. As atitudes auxiliam em diversas funções, e encontramos diferentes pessoas que podem manter a mesma atitude por diferentes razões. As funções que a atitude serve para cada pessoa in� uencia sua consistência com as atitudes da pessoa e a facilidade que podem ser modi� cadas. Sobre as funções da atitude elas podem ser de diferentes formas, Robbins (2009) as apresenta. a. Função instrumental. Expressam casos especí� cos de nosso desejo geral para obtermos benefícios ou recompensas e evitar punições. b. Função de conhecimento. Atitudes que ajudam a extrair um sentido do mundo, traz ordem às informações diversas que se assimila diariamente, servem a uma função do conhecimento. São esquemasque permite organizar e processar informações. c. Função de expressão de valores. Atitudes que expressam nossos valores e re� etem nossos autoconceitos. d. Função de defensiva do ego. Atitudes que nos protegem da ansiedade ou ameaça da nossa autoestima. e. Função do ajuste social. Atitudes que fazem com que nos sintamos parte de uma comunidade social e servem a função de ajustar socialmente. O estudo da atitude é primordial para poder predizer melhor o comportamento futuro de uma pessoa. Quando esta atitude é forte e consistente prediz o comportamento é melhor do que as atitudes fracas e ambivalentes. O mesmo pode-se dizer por atitudes baseadas na experiência direta, prediz melhor o comportamento do que atitudes formadas somente por uma leitura ou escutado sobre um assunto. E quando está relacionada especi� camente ao comportamento que está sendo avaliado tende a predizer melhor do que atitudes geralmente relacionadas. Por estarmos abordando sobre a pessoa na organização, serão apresentadas as atitudes voltadas ao mundo do trabalho que são: satisfação no trabalho, do envolvimento com o trabalho e o comprometimento organizacional, dando-se maior atenção à satisfação. 25WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2.1. Satisfação no Trabalho A satisfação no trabalho se refere a um conjunto de sentimentos que a pessoa nutre em relação ao seu trabalho. Quando é elevado o nível de satisfação no trabalho, a pessoa apresenta atitudes positivas em relação a ele. Enquanto que, um trabalhador insatisfeito apresenta atitudes negativas (ROBBINS, 2009). Evidências sugerem que a satisfação no trabalho está relacionada a um trabalho mentalmente desa� ador, recompensa justa, trabalho estimulante e colegas trabalhadores. 2.2. Satisfação e Produtividade Sabe-se que colaboradores satisfeitos são mais produtivos que os colaboradores insatisfeitos. Estudos recentes concluem que é a produtividade que conduz a satisfação no trabalho e não ao contrário. Quando se realiza um bom trabalho, a pessoa se sente bem pelo resultado. E se a empresa recompensar a produtividade, a alta produtividade se resulta em reconhecimento verbal, elevação salarial e probabilidade de promoção. Essas recompensas elevam o nível de satisfação no trabalho (ROBBINS, 2009). 2.3. Satisfação e Cidadania Organizacional Colaboradores satisfeitos são mais propensos a falar positivamente da empresa, auxilia os outros e supera as expectativas em relação ao seu trabalho. Percebe-se que colaboradores satisfeitos vão além das suas atribuições regulares para retribuir as experiências positivas. Evidências mostram que a satisfação in� uencia a cidadania organizacional por meio da percepção de justiça. Quando se tem a percepção que os processos e resultados da empresa são justos, gera-se con� ança. E essa con� ança no empregador acarreta boa vontade para trabalhar e se esforçar de forma voluntária em comportamentos que estão além das atribuições (ROBBINS, 2009). 2.4. A Teoria da Dissonância Cognitiva Até este momento foi abordado sobre a consistência entre atitude-comportamento. No entanto, é possível que o comportamento leva às atitudes. E a teoria da Dissonância Cognitiva criada por Leon Festinger é a mais � uente sobre este pensamento. Atualmente as organizações desejam profi ssionais que possuam além de co- nhecimento, habilidades técnicas e operacionais, que tenham competência com- portamental. Para que se possa desenvolver essa competência é necessário ter atitude. Atitude no trabalho é ter comprometimento, foco nos resultados, acom- panhamento dos resultados e disciplina com os horários. Detalhes pequenos que trazem grandes benefícios ou prejuízos para a organização na ausência de atitu- des. 26WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Considera-se uma dissonância cognitiva quando “há inconsistência entre duas ou mais atitudes de uma pessoa, ou entre suas atitudes e seu comportamento” (ROBBINS, 2009, p. 26). Por exemplo: você sabe que, “a honestidade é a melhor política”, mas ao ver o gabarito do colega em um dia da prova, a pessoa cópia ele e � nge que foi ele que resolveu. As pessoas buscam diminuir a dissonância cognitiva quando isso acontece. O desejo de reduzir a dissonância é determinado pela importância dos elementos que a criam, o grau de in� uência que a pessoa acredita ter sobre esses elementos e as recompensas que podem estar envolvidas na dissonância (ROBBINS, 2009). A teoria da dissonância cognitiva aborda vários tipos de inconsistência, ela é relevante para a previsão de comportamentos contrárias as atitudes da pessoa, criando uma pressão dissonante para a mudança nas atitudes para serem consistentes com o comportamento (ATKINSON, 1995, 2017). Quanto maior for à dissonância, maior a pressão para a redução. Jerry Maguire: A Grande Virada Para entendermos melhor o desenvolvimento de atitude em uma pessoa, assis- ta o fi lme de Jerry Maguire: a grande virada. Ele apresenta como o personagem principal uma história baseada na vida real de um executivo bem-sucedido, tinha um excelente emprego e muitos clientes, mas sua vida pessoal e profi ssional era pautada na mentira e no fi ngimento. Quando ele resolve colocar tudo o que pensa sobre o mundo corporativo no qual trabalha, usando a honestidade e a ética, ele é demitido e sua vida muda drasticamente. Apesar do quadro ruim, ele possui habi- lidades que o fazem manter um único cliente: o poder do convencimento. Ele se aproxima de seu cliente e o orienta de forma personalizada, o que se torna um di- ferencial. A aproximação, a humanização dos serviços, a mistura do lado pessoal com o profi ssional e os sentimentos envolvidos em seu trabalho, se transformam em ferramentas estratégicas que o fazem prosperar e, conquistar mais clientes. Neste fi lme, mantenha o foco na mudança de atitude de Jerry e seu comporta- mento. 27WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3 - PERCEPÇÃO Figura 1 – Paradoxo. Fonte: No limite (2013). Ao olhar a � gura acima, o que está visualizando primeiramente? Algumas pessoas relatam que visualizam um casal de idoso frente a frente, outras dizem ver uma taça no centro, outras um homem tocando violão sentado ao lado de uma mulher com vaso na cabeça. A partir destes relatos se constata que as pessoas possuem percepções diferentes. O que será que acontece? Esse processo de percepção será explanado a seguir. 3.1. Definição A percepção é um dos processos básicos do psiquismo humano. As pessoas experimentam o mundo através dos sentidos que possuem: visão, audição, tato, olfato e paladar. E através destes sentidos pode fazer acreditar que a nossa percepção é um re� exo da realidade. Sabe-se também que a vivência pessoal e cultural de cada pessoa in� uencia nesse processo perceptivo. Lúria (2008) fundamenta esse posicionamento, descreve que a percepção depende de práticas humanas historicamente estabelecidas e que podem alterar os sistemas de codi� cação usados no processamento da informação e in� uenciar a decisão de situar os objetos percebidos em categorias apropriadas. Complementa Robbins (2009, p. 28) que em seu trabalho que, “a percepção é o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais com a � nalidade de dar sentido ao seu ambiente”. Nesse mesmo pensamento Wagner e Hollenbeck (2012, p. 58) relatam que “a percepção é o processo pelo qual as pessoas selecionam, organizam, armazenam e recuperam informações”. Deste modo, entende-se que as pessoas percebem os fatos conforme a sua experiência vivida e a experiência da história da humanidade. Pessoas diferentes podem perceber o mesmo objeto de formas diferentes. Mas ninguém enxerga a realidade, e sim, interpretam e chamam isso de realidade para cada um. 28WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2ENSINO A DISTÂNCIA 3.2. O Processo Perceptivo A todo o momento, nossos cinco sentidos são bombardeados e o processo perceptivo se inicia com a atenção. Na fase da atenção a pessoa irá selecionar o que lhe interessa das informações disponíveis e irá interpretar o mundo ao seu redor. Deve-se considerar que as informações não- selecionadas não participarão da decisão da pessoa, desse modo que as características da pessoa afetam o modo de como a sua atenção será dirigida. Outro fator relevante são as expectativas da pessoa, elas afetarão a avaliação do objeto. Estudos mostram que a atenção é atraída mais facilmente a objetos que con� rmam a nossa expectativa. Acrescenta-se também que as necessidades, interesse, desejos, experiências anteriores e crenças in� uenciam nesse processo. Desta forma, pode-se descrever que o processo perceptivo ocorre através da sensação que se efetua através dos órgãos dos sentidos (boca, nariz, olhos, ouvidos, mãos e pele) e recebem os estímulos do ambiente com sensações de gosto, cheiro, formato, cor, luz, som e textura. Nesse processo de sensação são selecionadas, organizadas e interpretadas como estes estímulos e se processa a percepção. Ela é um processamento de informações e interpretação diante de signi� cados de cada perceptor. Figura 2 - Processo perceptivo. Fonte: Samara (2005, p. 124). 3.3. Os Fenômenos da Percepção: Formas, Padrões e Objetos Os estudos psicológicos da teoria gestaltista contribuíram para o desenvolvimento do sistema visual, e Kurt Lewin teórico sociocognitivista criou a teoria do campo psicológico e explicou como as pessoas utilizam princípios na busca da melhor forma possível em situações não estruturadas. São eles: a) Princípio da Proximidade: as pessoas tendem a visualizar os elementos que estão mais próximos e estes são melhores percebidos do que os distantes. Figura 3 – Princípio da Proximidade. Fonte: a autora. 29WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Há uma tendência de visualizar os elementos mais próximos, dois grupos de seis bolinhas cada. b) Princípio da Continuidade: há uma tendência de complementar os elementos faltantes. Figura 4 – Princípio da Continuidade. Fonte: a autora. Há uma tendência de completar os elementos faltantes da � gura e visualizar um círculo e um triângulo. c) Princípio da Semelhança: tendência a agrupar os elementos semelhantes. Figura 5 – Princípio da Semelhança. Fonte: a autora. Há uma tendência de agrupar os semelhantes e visualizar os círculos, e relatar um formato de uma cruz d) Princípio da Figura-Fundo: cada pessoa possui uma tendência de organizar o objeto observado que será sua � gura, onde está o seu foco. E o restante que não está em seu foco é considerado fundo. Figura 6 – Princípio da Figura-Fundo. Fonte: Del Picchia (2010). 30WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Nesta imagem irá visualizar uma moça ou uma velha dependendo do foco do observador. e) Princípio Contraste: há uma tendência de ressaltar o que está diferente do todo. Figura 7 – Princípio Contraste. Fonte: Frota (2018). Nesta � gura há uma tendência a destacar a maça vermelha por ser a única diferente das outras maças que são verdes. f) Princípio da Camu� agem: uma tendência a di� cultar a visualização por meio da descon� guração de um objeto com o meio. Figura 8 – Princípio da Camu� agem. Fonte: Sá (2017). A lagarta barão utiliza-se do princípio da camu� agem parecendo como parte de uma folha. g) Princípio da Ilusão: há uma tendência na percepção de organizar as � guras levando o observador a distorção das partes. Figura 9 – Princípio da Ilusão. Fonte: Piva (2018). O perceptor ao � xar o olhar no quadro irá visualizar pontos brancos e pretos que parecem estar piscando, mas na realidade estes pontos não existem. 31WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA h) Princípio da Constância: há uma tendência de visualizar o objeto em diferentes condições de tamanho, cor, textura. Figura 10 – Princípio da Constância: Fonte: Hernandez (2013). Há uma tendência de perceber os objetos como inalterados mesmo com a troca de tamanho e suas diferenciações. Além destes princípios que são utilizados no processo de percepção dinâmico da pessoa com o mundo, Karsaklian (2004) explana que as pessoas possuem sua singularidade em certos aspectos, apresentando algumas características como: • Subjetiva: quando a pessoa se apropria de um objeto ela constrói a sua própria realidade. • Seletiva: diante dos milhares de estímulos que a pessoa é bombardeada diariamente, ela seleciona o que corresponde ao seu centro de interesse. • Simpli� cadora: a pessoa não consegue absorver todos os estímulos percebidos, são muitas informações que compõe o objeto, assim, ele absorve somente parte destas informações. •Limitada no tempo: uma informação recebida é conservada durante um determinado tempo em sua maioria em período curto, exceto se ocorra a memorização destas informações. • Cumulativa: representa a soma das diversas percepções que se acumula sobre o mesmo objeto. Sendo assim, veri� ca-se que cada pessoa possui seu mecanismo interno que irá interpretar a sua realidade in� uenciada pelos valores pessoais, emoções, medos, desejos inconscientes, experiência passada, nível de desenvolvimento cognitivo e grau de maturidade psíquica (AGUIAR, 2005). E no ambiente laboral que se busca a excelência do cumprimento de metas e o desejo de ser aceito, ter segurança no trabalho pode estimular a pessoa distorcer a realidade; havendo uma relação do meio social no fator da percepção humana. 32WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3.4. Fatores Externos que Afetam a Percepção Humana Cada ser humano possui seu limiar de percepção, que é a sensação de cada pessoa diante de um limiar mínimo de intensidade que é captado pelo sistema nervoso. Samara (2005) descreve que há também fatores externos que podem in� uenciar no processo de percepção, são eles: • A intensidade: as pessoas possuem a tendência de selecionar os estímulos que apresentam a maior intensidade. Como um cheiro penetrante e luz forte. • A dimensão: há uma tendência de chamar mais a atenção das pessoas tudo que é grande. Como exemplo, objetos grandes e letras grandes em um anúncio. • A mobilidade: as pessoas observam com maior facilidade os objetos móveis. Como um anúncio móvel e bonecos se mexendo. • As cores: as cores mais fortes chamam mais atenção que as cores claras. Como o vermelho e amarelo. • A frequência: ao apresentar uma frequência que quebra a monotonia chama mais atenção. Como na televisão, a entrada dos comerciais possui um som mais alto do que o programa que está ocorrendo no momento. • A forma: a forma mais conhecida é melhor compreendida e entendida pelo receptor. Como o círculo, quadrado e triangulo. • A localização: no ocidente, as pessoas percebem com maior facilidade a parte superior esquerda e nas revistas as páginas ímpares. • O insólito: representa o que é diferente da normalidade. Por exemplo, um outdoor que na normalidade é retangular, mas este possui um complemento modi� cando o padrão convencional. • O contraste: representa aquilo que é diferente do todo. Por exemplo, um anúncio mudo na televisão falada. Complementa Braghirolli et al (1998 apud FIORELLI, 2007) que o estado psicológico de quem recebe o estímulo é outro fator que deve ser considerado no processo perceptivo. Ele refere que: • As experiências anteriores de cada pessoa, seja positiva, negativa ou neutra afeta a percepção. Por exemplo, um vendedor que já enganou um cliente em uma compra vendendo um produto de má qualidade e referindo a ele como um dos melhores produtos, faz com que este mesmo cliente não tenha mais con� ança nas informações deste vendedor. • A formação da pessoa, com sua culturade regras, valores, preconceitos, atitudes, crenças, normas, maturidade, saúde física, nível de conhecimento e outros. Por exemplo, para muitas pessoas o padre é uma pessoa de con� ança, pura (crença); um mecânico reconhece o problema do motor pelo som de seu funcionamento (conhecimento). 33WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • A emoção, expectativa e os motivos que envolvem o estímulo ou as circunstancias que o geram. Por exemplo, a propaganda de um determinado produto faz a pessoa discriminar esse produto na prateleira de um supermercado. • Pressupostos a respeito do estímulo. Por exemplo, em um email se entende a informação escrita, mas não o todo, como a emoção de quem escreveu. Outro fator é o situacional. Diferentes situações podem ser percebidas de forma diferente diante do mesmo estímulo. Por exemplo, um toque nas costas dentro de casa, em uma rua movimentada e em uma rua deserta caminhando às quatro horas da manhã. Deste modo, constata-se que os mecanismos de percepção podem classi� car e jugar boa, ruim e perigosa o mesmo estímulo e determinar grande parte do nosso comportamento (FIORELLI, 2007). 3.5. Uso do Processo Perceptivo no Ambiente Organizacional A percepção é um processo complexo e de grande valia o seu conhecimento para as empresas na contemporaneidade que estão a utilizando para atrair os consumidores através de seus sentidos, experiências anteriores, crenças e cultura, a � m de facilitar e estreitar a relação consumidor – produtos e serviços. Nos supermercados, os produtos que as empresas desejam vender � cam em destaque nas “ilhas” ou na altura dos olhos do consumidor facilitando a sua visibilidade e acesso. Já os produtos de segundo plano de venda � cam na primeira e última � leira das gondolas, em acesso que são quase despercebidos pelos consumidores. JORGE, Ana Maria Guimarães. Introdução à Percepção: entre os sentidos e o co- nhecimento. São Paulo: Paulus, 2011. Para se aprofundar sobre o estudo da percepção leia o livro: Introdução a Percep- ção: entre os sentidos e o conhecimento. A percepção é o termo que designa o ato pelo qual o indivíduo toma conhecimen- to de um fenômeno, de um objeto. Estar consciente da percepção signifi ca estar consciente da apreensão de uma situação objetiva por meio de sensações, de representações e da atribuição de signifi cados ao que foi experienciado. Entre o processar de estímulos recebidos pelo ambiente e a classifi cação conforme o sentido a que pertencem — tato, paladar, visão, olfato e audição — existe um longo e fascinante caminho a ser percorrido no cérebro, que extrai informações dos fenômenos captados e interpreta-os embasados em experiências anteriores. Mas será que as vivências de todos os seres humanos remetem às mesmas lem- branças? A autora procura responder a pergunta fazendo uso de uma linguagem simples, porém dinâmica, que ganha em qualidade com as imagens que ilustram alguns dos capítulos. 34WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Na padaria se utiliza as lâmpadas amarelas, deixando os pães mais bonitos e deixam para assar os produtos que desejam maior venda na hora do café da manhã e a tarde, a � m de atrair o consumidor pelo olfato dos produtos nos horários de maior procura destes produtos conforme a cultura do consumidor neste local. No açougue as lâmpadas vermelhas estão presentes sobre as carnes dando um tom avermelhado mais vistoso a cada corte de carnes; nos locais de armazenamento de vinho o aroma de madeira lembrando os barris de madeira onde os vinhos são produzidos. Tudo estão sendo feitos para estimular a visão, audição, olfato do cliente para que ele consuma. Conclui-se desse modo, que as pessoas tomam as suas decisões e a qualidade de suas escolhas in� uenciadas por suas percepções, que in� uenciam em seu comportamento na forma que cada um acredita ser. 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo, foi abordado sobre os aspectos que envolvem o comportamento humano. Constatou-se que o comportamento humano é complexo e singular, uma vez que são diversos os aspectos que o in� uenciam. Um dos aspectos são os valores, estes adquiridos no meio familiar, educacional, social e do trabalho. Os valores são adquiridos, incorporados durante toda a fase de vida de uma pessoa e eles irão in� uenciar no processo de percepção para guiar o comportamento humano. Ela é a base das atitudes e motivações do comportamento do trabalhador. Por esta razão, os gestores de recursos humanos num processo de identi� cação e realocação de talentos devem avaliar não somente a competência técnica operacional e conhecimento das pessoas, mas também se os valores destas são compatíveis com as da organização. Já o outro aspecto do comportamento humano são as atitudes, elas re� etem o sentimento de uma pessoa em relação a uma determinada situação ou pessoa com a� rmações positivas ou negativas durante o contexto que a pessoa está inserida. Ela pode ser apresentada de diferentes formas dependendo de cada situação tendo sua especi� cidade de função a � m de buscar a satisfação de algo. No entanto, a pessoa pode ter uma atitude não concordante com seus valores ou crenças, o que se chama de dissonância cognitiva, quanto maior for à dissonância, maior será a pressão interna para a sua redução. E � nalizando, foi abordado sobre a percepção humana, seu processo, estímulos internos e externos. Sabe-se que são vários contribuintes no processo de percepção que in� uenciam a formação da realidade de cada pessoa, são eles: valores pessoais, emoções, desejos, expectativas, interesse, experiências passadas, nível de desenvolvimento cognitivo e grau de maturidade psíquica. E na organização com a cobrança de atingimento das metas, busca de segurança no trabalho, desejo de aceitação dos colegas e da che� a, todas estas exigências externas e internas do trabalhador pode auxiliar na formação de uma distorção da realidade causando malefício para a saúde do trabalhador e consequentemente para a organização. 3535WWW.UNINGA.BR UNIDADE 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................36 1 - EMOÇÕES .............................................................................................................................................................37 1.1. EMOÇÕES NA ORGANIZAÇÃO ...........................................................................................................................39 1.2. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ..............................................................................................................................41 1.3. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA ATUAÇÃO DO GESTOR DE RECURSOS HUMANOS ................................. 45 2 - HABILIDADES SOCIAIS .......................................................................................................................................47 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 49 EMOÇÕES, INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E HABILIDADES SOCIAIS PROF.A MA. RENATA EMY KOYAMA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 36WWW.UNINGA.BR PS IC OL OG IA O RG AN IZ AC IO NA L | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Neste estudo será abordado sobre os aspectos que compõem e in� uenciam o comportamento humano. Iniciaremos relatando sobre as emoções, que durante muito tempo foram ignoradas pelas organizações, e pesquisas mostraram o quanto é importante ter o conhecimento sobre as emoções para conhecer a pessoa no ambiente laboral. Sabe-se que a emoção in� uencia as funções mentais superiores, e assim, elas podem modi� car a sensação, percepção, memória e pensamento do trabalhador. É fundamental estimular a
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