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Lara de Aquino Santos PROVA DA INFRAESTRUTURA, INSTALAÇÃO E CONTROLE EM PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL SEQUÊNCIA CLÍNICA DE CONFECÇÃO DE UMA PPR: As sessões clínicas são intercaladas com etapas laboratoriais. 1. Anamnese e Exames Extra e Intraoral: → Avaliar a condição de saúde do paciente, bem como suas necessidades. 2. Preparo de Boca I: → Adequar a cavidade oral para receber a PPR. 3. Moldagem Inicial: → Realizada para a obtenção do modelo de estudo. 4. Delineamento: → Realizado para a determinação da trajetória de inserção e remoção da prótese, com o maior número de superfícies paralelas entre si. 5. Preparo de Boca II e Moldagem de Trabalho: → Uso das coroas guias para a confecção dos planos guias; → Preparo dos nichos; → Acréscimos de resina composta; → Moldagem para a obtenção do modelo de trabalho. 6. Prova da Infraestrutura Metálica: → Após a prova, enviaremos novamente para o laboratório, para que seja montado os dentes artificiais. 7. Prova dos Dentes Artificiais: → Após a prova, a peça voltará para o laboratório acrilizar. 8. Instalação; 9. Controle Posterior e Manutenções. ANÁLISE DA INFRAESTRUTURA METÁLICA: 1. Avaliação no Modelo de Trabalho: → Observar se o modelo se encontra desgastado; → Analisar o acabamento e polimento da IE, se encontra com porosidades ou falhas na fundição; → Verificar se a armação coincide com o desenho enviado; → Avaliar se os alívios se encontram adequados; → Avaliar as características dos componentes rígidos e flexíveis; → Avaliar a trajetória de inserção e remoção. 2. Avaliação na Cavidade Oral: Lara de Aquino Santos Trajetória de Inserção, Adaptação e Remoção: → Ensinar ao paciente como realizar; → Não deve apresentar grandes esforços, deve possuir uma retenção considerável; → Explicar que a mesma não deve ser mordida para que tenha o seu assentamento, pois isso deforma a PPR. O encaixe dever ser realizado com os dedos, iniciando o posicionamento sobre os dentes de suporte com o posicionamento sobre as superfícies rígidas, isto é, sobre os apoios. Estética e Fonética: → Avisar que no início pode ocorrer alterações na fala e excesso de saliva. Qualidade Biomecânica (estabilidade): → Adaptação e posição dos grampos; → Adaptação dos apoios e conectores menores; → Conectores maiores superiores com relação de contato; → Conectores maiores inferiores com relação de alívio; → Limite de localização dos conectores: Superiores em média de 6 mm da margem gengival e inferior 4 mm. Em Casos de Resistência: → Analisar o local de impedimento, através do uso de evidenciadores. Protocolo Clínico do Uso de Evidenciadores: → Secar bem a IE e os dentes; → Aplicar uma fina camada do evidenciador; → Inserir e remover cuidadosamente a peça na posição; → Observar áreas de interferências (região em que houve a remoção do evidenciador); → Ajustar as interferências através de desgaste criterioso (a IE deve conter no mínimo 1,5 mm); → Remover o evidenciador e provar em boca. Se a interferência continuar, deve- se reaplicar o evidenciador e desgastar. Adaptação Adequada: → Apoios assentados completamente nos nichos; → Elementos rígidos tocando confortavelmente as superfícies dentárias de suporte, apresentando os alívios quando necessários; → Ponta ativa dos braços de retenção corretamente posicionados, abaixo do equador protético; → Conectores maiores superiores com relação de contato e os inferiores com relação de alívio, sem comprimir a mucosa, ou seja, ausência de áreas isquêmicas. Avaliação da Oclusão: → Através de papel carbono com pinça Muller; → Deve marcar as oclusais de todos os dentes; → Realizar ajuste em cêntrica (abertura e fechamento) e em movimentos excêntricos (protrusão e lateralidade); → Em casos de interferências: Avaliar espessura e realizar o acabamento. Lara de Aquino Santos Registro Maxilomandibular Para Montagem em ASA: → O registro maxilomandibular estabelece a relação da mandíbula com a maxila (o seu posicionamento); → O laboratório enviará a IE contendo os planos de cera na região de sela, para que o registro seja confeccionado sobre eles; → O registro interoclusal será obtido com a impressão dos dentes remanescentes sobre os roletes de cera; → Importante observar se o plano de cera estar em uma altura compatível com o plano oclusal. Se estiver com excesso é necessário cortar com a lecron até que ela permaneça na altura do plano oclusal; → A cera deve receber a impressão da face oclusal dos dentes de modo a não promover pressões excessivas sobre o rolete; → Após a impressão, iremos utilizar o poliéter, silicona na consistência leve ou a pasta zinco enólica, para uma moldagem com maior precisão. Montagem em Articulador Semiajustável: Depende do tipo de reabilitação. → MIH: É a posição de máximos contatos dentários, independente da sua posição condilar. É uma posição mutável. Iremos utilizar em casos de oclusão estável; → RC: É uma posição fisiológica, estritamente relacionada à posição condilar, e reproduzível, pois não apresenta nenhuma relação com os contatos dentários. A articulação está o mais estável e confortável dentro da cavidade articular. É utilizada para casos de instabilidade oclusal, como por exemplo, pacientes com extensas perdas dentárias ou desdentados totais; → Oclusão ideal: Oclusão de relação cêntrica (RC=MIH). 80% da população não apresenta e não é necessário modificar, apenas em casos de instabilidade oclusal. O que diferencia que a população não apresente RC=MI é a presença de contatos prematuros. Seleção dos Dentes Artificiais: → Por meio de uma escala, iremos selecionar a cor baseado nos dentes remanescentes (adjacentes e antagonistas); Lara de Aquino Santos → Importante utilizar luz o mais natural possível e fotografar a tomada de cor; → O tipo do dente é escolhido baseado no incisivo central, na distância entre os caninos e no formato do rosto do paciente; → Altura incisal: É baseada na quantidade de exposição de dente em repouso (distância entre a ponta do incisivo central até o lábio em repouso). Em pacientes jovens essa exposição geralmente é de 3-4 mm. Com o passar da idade a tendencia é diminuir (1-2 mm); → Formato do rosto: O dente tende a imitar o formato. Importante escutar a opinião do paciente. PROVA DOS DENTES ARTIFICIAS: → Os dentes voltarão do laboratório em cera para que seja realizado a prova. → Observar: o Linha média está coincidente? o Paciente gostou dos dentes? o A inclinação do plano oclusal está adequada (dentes se tocando)? o Corredor bucal adequado? o Verificar os sons sibilantes. Moldagem Funcional: → Realizada em próteses extremos livres, para que se tenha a cópia mais fiel possível do rebordo; → Pode-se realizar por meio do poliéter, pasta leve da silicona de adição ou pasta zinco enólica; → Insere-se o material sob a sela, posiciona a estrutura na cavidade oral e pede para o paciente morder; → O laboratório realizará a adaptação. Seleção da Cor da Gengiva: → De acordo com a gengiva natural do paciente; → Pode ter diferentes tonalidades dependendo da região analisada; → Sistema Tomaz Gomez: Apresenta diferentes tonalidades, simula vasos sanguíneos e pigmentação melânica. Última fase antes da acrilização. INSTALAÇÃO E AJUSTES: Cuidados Prévios à Instalação: → Examinar: o Acabamento final, polimento, presença de bolhas ou cristas cortantes; o Interferências de freios, bridas e inserções musculares; o Superfícies irregulares. Lara de Aquino Santos Ajustes: → Pequenos ajustes o cirurgião-dentista pode realizar no consultório, por meio do kit de prótese; →Ajustar irregularidades e asperezas; → Remover arestas cortantes e interferências de freios e bridas. Alterações maiores que ponham em risco a durabilidade da peça é necessário enviar ao laboratório. Instalação: → Mostrar ao paciente a trajetória de inserção e remoção da prótese; → Informar que a instalação deve ser realizada por pressão sobre os apoios e conectores maiores; → Orientar que a remoção deve ser feita através do terço médio dos braços retentivos dos grampos (sem se apoiar na porção flexível – pode deformar o grampo permanentemente). Em Casos de Interferências: → Limpa e seca a prótese; → Pincela a pasta branca da zinco enólica no acrílico; → Leva a prótese em posição; → Realiza pressão manual uniforme; → Remove a prótese e realiza um pequeno desgaste na área de compressão (onde removeu a pasta) até permanecer confortável no paciente. Importante: → O paciente deve ficar ciente que apenas os contatos grosseiros são removidos no dia da instalação, o ajuste mais detalhado ocorre após 7 a 10 dias; → No extremo livre é normal o paciente sentir um desconforto, pois demora mais tempo para ocorrer a adaptação. Passo Final: → Avaliar a oclusão; → Pedir para o paciente morder e abrir. Se os contatos não estiverem homogêneos iremos ajustar até que permaneça. É ideal que estejam nas VIPS (vestibular inferiores e palatina dos superiores). INSTRUÇÕES AO PACIENTE: → Demonstração e treinamento prático de como colocar e remover a prótese; → Alertar sobre o desconforto inicial (escoriações, sensação de boca cheia ou excesso de salivação); → Cuidados com a higiene; → Dieta inicial macia e mastigação bilateral; → Remoção da prótese em alguns períodos; → Armazenar em água durante o período de remoção (ela tende a ressecar quando não armazenada em solução úmida); → Importância dos controles periódicos; → Primeira consulta de controle pode ser com 24h, e depois com 48 e 72h; → Vida útil das próteses: 5 a 8 anos, mas depende muito do paciente; → Visitas periódicas semestrais/anuais. Lara de Aquino Santos CONTROLE POSTERIOR: Excesso de Salivação: → É normal até 20-30 dias; → Caso persista é necessário verificar a dimensão vertical da oclusão, se a mesma está com alterações. Náuseas, Engasgo e Enjoos: → Normal no início; → Se persistir é necessário verificar sobreextensões. Dificuldades de Conversação: → Normal no início; → Se persistir é necessário verificar a dimensão vertical da oclusão, se a mesma não está aumentada (sem espaço funcional livre). Dificuldade de Alimentação: → Alertar que não caracteriza necessariamente uma falha na prótese; → A prótese tenta imitar os dentes naturais, mas a eficiência mastigatória nunca vai ser igual. AVALIAÇÃO DAS PRÓTESES AO LONGO DO TEMPO: → É normal a redução do rebordo residual (reabsorção), ocasionando a desadaptação da prótese; → Comumente associado em extremos livres (a sela fica distante do rebordo); → É preciso avaliar se é necessário realizar uma nova PPR ou se dá pra reembasar. Reembasamento: → 2 tipos: o Imediato (realizado pelo CD); o Mediato (realizado pelo laboratório). Reembasamento Imediato: → É um tipo de resina acrílica com componentes que permitem acrescentar o material na base da prótese e colocar na boca do paciente para obter registro dos tecidos; → Iremos inserir sobre a sela e ela se converte em parte da prótese; → É utilizada como material temporário, devido o material ser mais poroso (acarreta em acúmulo de biofilme, pigmentação, odor fétido e fratura); → Vantagens: Paciente não fica sem a prótese e requer menos complexidade técnica; → Desvantagens: Calor e ardor podem acontecer, coloração alterada e acumular biofilme devido a porosidade. Reembasamento Mediato: → Processo laboratorial substitui material da base da prótese sem alterar o padrão oclusal; → A necessidade de reembasamento é mais comum na prótese inferior (classe I e II). HIGIENIZAÇÃO: → Explicar que a prótese deve ser removida para realizar a higienização, tanto dela como dos dentes remanescentes; → Ideal utilizar escovas macias com cerdas especiais para prótese; Lara de Aquino Santos → Evitar escovas duras e produtos abrasivos; → Na região do rebordo é ideal utilizar uma escova extramacia; → Dentifrício + sabão neutro ou bicarbonato solúvel. Métodos Químicos Para Limpeza: Peróxidos Alcalinos: → Podem ser encapsulados ou em pó; → Fazem parte da composição dos coregas; → Depositar em um recipiente e inserir a prótese. Enzimas: → São detergentes multienzimáticos; → Utilizar 1 a 2 vezes ao dia. Clorexidina: → Pode ser utilizada, mas não é interessante o uso contínuo, pois ela pode promover manchamento. Ideal utilizar 1 a 2x na semana. Hipoclorito de Sódio e Ácidos: → NÃO podem ser utilizados em PPR, porque danifica o metal.
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