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Claudio Mikio Suzuki
Direito
Processual Penal
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Das Nulidades e dos Recursos em Geral
Claudio Mikio Suzuki 
Direito 
Processual Penal
Das Nulidades e dos Recursos em Geral
Direito Processual Penal
Nelson Boni
Leandro Lousada
Claudio Mikio Suzuki
Vitor Bertollini
Wagner Boni
Célia Ferreira Pinto
Coordenação Geral
Coordenação de Projetos
Professor Responsável
Projeto Gráfico e Diagramação
Capa 
Revisão Ortográfica e 
Coordenação Pedagógica 
de Cursos EaD
1ª Edição: Agosto de 2012
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD KnowHow 2012
Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Das Nulidades e dos 
Recursos em Geral
Das Nulidades
1.1. Nulidades Absolutas e Relativas
1.2. Nulidades em Espécie
Questões
Dos Recursos em Geral
2.1. Conceito
2.2. Princípios
2.3. Pressupostos
 2.3.1. Pressupostos objetivos
 2.3.2. Pressupostos subjetivos
2.4. Efeitos
2.5. Recurso em sentido estrito
 2.5.1. Conceito
 2.5.2. Cabimento
 2.5.3. Prazo
 2.5.4. Efeitos
 2.5.5. Competência
2.6. Recurso de Apelação
 2.6.1. Conceito
 2.6.2. Cabimento
 2.6.3. Prazo
 2.6.4. Procedimento
 2.6.5. Características da Apelação
 2.6.6. Efeitos
 2.6.7. Competência
2.7. Embargos de Declaração
 2.7.1. Conceito
 2.7.2. Cabimento
 2.7.3. Prazo
 2.7.4. Efeitos
2.8. Embargos Infringentes e de Nulidade
 2.8.1. Conceito
Capítulo 1
Capítulo 2
7
27
Sumário
 2.8.2. Cabimento
 2.8.3. Prazo
 2.8.4. Efeitos
 2.8.5. Competência
2.9. Habeas Corpus
 2.9.1. Conceito
 2.9.2. Espécies
 2.9.3. Legitimidade Ativa
 2.9.4. Cabimento
 2.9.5. Competência
 2.9.6. Pedido de Liminar
 2.9.7. Prazo
2.10. Revisão Criminal
 2.10.1. Conceito
 2.10.2. Características
 2.10.3. Pressuposto
 2.10.4. Prazo
 2.10.5. Procedimento
 2.10.6. Legitimidade
 2.10.7. Hipóteses legais de cabimento
 2.10.8. Competência
Questões
Gabarito
Bibliografia
54
55
- 7 -
CAPÍTULO 1
DAS NULIDADES
As regras de Processo Penal visam a tornar o processo 
um percurso equilibrado para que se alcance uma deci-
são correta, que espelhe a justa aplicação da Lei ao caso 
concreto.
Como as partes têm interesses a defender, a todo o mo-
mento estarão tentando influenciar o convencimento 
do julgador das mais diversas maneiras. Para assegurar 
o equilíbrio na relação processual, existem as normas 
processuais. Sem a obediência às normas da legislação 
processual, o desfecho seria desequilibrado, o que, além 
de prejudicar as partes, seria insuportável ao Estado. 
Cabe ressaltar que a função jurisdicional busca solucio-
nar o conflito com justiça, o que só poderá ser alcança-
do em uma relação realmente equilibrada.
Na análise específica do Processo Penal, em que gran-
de parte das normas traz limites ao Estado em prol do 
cidadão, poderia surgir a dúvida: é interesse do Estado 
que tais fórmulas sejam respeitadas? Sim, pois em um 
Estado Democrático de Direito, o exercício do poder 
punitivo apenas se legítima, quando é respeitado o de-
vido processo legal, tanto em sua feição formal como 
material. Assim, os limites impostos pelas normas pro-
cedimentais ao exercício do poder estatal também im-
- 8 -
portam ao Estado, que necessita de tais limites, porque 
é democrático.
Daí, a ideia de que sempre que uma norma for desres-
peitada, deve ser repetido o ato, para que tudo volte 
a correr de forma equilibrada e regular. Como os atos 
são praticados de forma contígua, como elos de uma 
corrente, também os subsequentes deveriam ser repeti-
dos, para que o desenrolar do caminho processual desa-
guasse em decisão justa, conforme prevê o princípio da 
causalidade (também chamado de princípio da sequen-
cialidade ou consequencialidade dos atos processuais), 
descrito no art. 571, § 2º, CPP.
No entanto, percebeu-se que, por vezes, ainda que o 
aspecto formal da norma não tivesse sido seguido, não 
havia desequilíbrio, pois o ato, ainda que contrário ao 
mandamento da Lei tivesse atingido o objetivo visado 
pelo ordenamento. Daí, a ideia da instrumentalidade das 
formas, ou seja, o ato tem uma forma que visa a padroni-
zar o alcance de seus fins, mas, se apesar de desobedecida 
a forma, o ato tiver atingido os objetivos previstos, não 
será necessária a repetição, e o ato continua plenamente 
válido. Eis o sentido de um sistema de nulidades.
O Código de Processo Penal trata do sistema de nulida-
des a partir do art. 563 do Código de Processo Penal. 
No sistema brasileiro, há a classificação dos vícios dos 
atos processuais em inexistentes, irregulares e nulos, 
sendo que os últimos são classificados como relativa-
mente nulos e absolutamente nulos. As soluções e clas-
sificações são as mais controversas.
- 9 -
Inexistente é o ato que, por desrespeitar de forma es-
sencial a tipologia necessária, os requisitos imaginados 
para sua relevância, é considerado um não ato, um ato 
inexistente, que não precisa sequer ter seu vício reco-
nhecido, ou seja, não gera qualquer efeito (nem o de 
provocar uma decisão que o declare inexistente, como 
acontece no ato nulo, que precisa ser declarado). Não 
existe, e não tem qualquer relevância. É o caso da sen-
tença prolatada por quem não é juiz.
Irregular quando não gera qualquer desequilíbrio ao 
processo, ainda que respeite a forma da Lei. É o caso 
da denúncia oferecida fora de prazo.
Diferenciar a nulidade entre absoluta e relativa é tarefa mais 
complexa, seja para doutrina, seja para jurisprudência.
Há classificação sugerida na Lei, mas que não é aceita 
de forma pacífica. Pela letra do CPP (art. 572), as nuli-
dades arroladas no inciso III, alíneas “d”, “e” (segunda 
parte), “g” e “h”, e IV, do art. 564 do CPP, serão con-
sideradas sanadas, se não arguidas em tempo oportuno, 
se alcançarem o fim querido pelo ordenamento ou se a 
parte, ainda que tacitamente, aceitar seus efeitos. Seriam 
nulidades absolutas, contrário senso, as demais.
A classificação com tais rigores já não encontra adeptos 
na doutrina atual, quer pela evolução do sistema pro-
cessual, quer pela entrada em vigor da nova Constitui-
1.1. Nulidades Absolutas e Relativas
- 10 -
ção Federal, com amplo rol de garantias individuais.
Há quem indique como absoluta a nulidade, quando 
prevalecer o interesse público, e relativa quando for 
maior o interesse da parte (Vicente Greco Filho ain-
da traz a categoria da anulabilidade, quando a exigência 
é preconizada pela Lei no interesse da parte de forma 
dispositiva). 
Acredita-se, bastante insuficiente à ideia, pois, como já 
descrito, o Estado tem interesse no processo equilibra-
do e decisão justa, sendo seu dever manter a igualdade 
de forças e oportunidades, em razão do mandamento 
constitucional do “devido processo legal”. Assim, acre-
dita-se que os princípios do prejuízo, do interesse e da 
convalidação, orientados por construções jurispruden-
ciais, melhor configuram nosso atual panorama acerca 
das nulidades.
Majoritário, ainda, na doutrina que, se há afronta ao 
princípio constitucional, a nulidade é absoluta. Enten-
de-se como valorosa a orientação, embora seja muito 
difícil afastar a desobediência à norma procedimental 
da afronta ao princípio do devido processo legal (ao 
menos em seu aspecto formal), que tem índole constitu-
cional. Embora elogiável, o entendimento não traz cri-
tério fácil de instrumentalizar. Assim, na verdade, cabe 
aos Tribunais decidir que vícios atingem diretamente o 
princípio constitucional de forma a gerar nulidade ab-
soluta, e que outros vícios apenas violam a constituição 
de forma reflexa, sendo que os últimos resultariam ape-
nas em nulidades relativas.
- 11 -
Pelo princípio do prejuízo, apenas pode ser reconhe-
cida nulidade quando houver prejuízo. Assim, se o ato 
atingiu sua finalidade, jamais deverá ser repetido. Por 
outro lado, em alguns casos o prejuízo é evidente, como 
nos casosem que garantias constitucionais são afronta-
das ou em que o desequilíbrio é patente, como a falta 
de oportunidade para oferecer alegações finais (não é 
necessário demonstrar que houve prejuízo: é evidente). 
Em outros casos, o prejuízo deve ser demonstrado, não 
com a certeza de que influiria na decisão, mas com a 
probabilidade. Classificam-se as primeiras como nulida-
des absolutas e as segundas, como relativas. 
Em suma, pelo enfoque das partes, quando a nulidade 
é classificada pela jurisprudência como absoluta, não 
será preciso demonstrar o prejuízo, pois é presumido. 
Quando classificado o vício como suficiente apenas a 
provocar nulidade relativa, será ônus da parte, demons-
trar o prejuízo, ou seja, demonstrar em que ponto sua 
atividade na marcha contraditória foi prejudicada, que o 
quadro probatório poderia ter outra direção.
Por outro lado, o princípio do interesse indica que ape-
nas o interessado pode requerer que seja reconhecida a 
nulidade, ou seja, se a nulidade aproveita apenas à parte 
contrária, não pode ser reconhecida a pedido. Vale res-
saltar aqui que o julgador pode, tratando-se de nulidade 
absoluta, reconhecê-la a qualquer momento e de ofício, 
com uma exceção: em recurso da acusação, não pode 
ser reconhecida nulidade não arguida que prejudique a 
defesa, conforme Súmula 160 do STF: ”é nula a deci-
são do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não 
- 12 -
arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de 
recurso de ofício”.
Ada Pellegrini Grinover assinala que o Ministério Pú-
blico, por ter interesse na formação de título executivo 
válido, pode arguir nulidades não arguidas pela defesa, 
quando não se convença que se trate de nulidades rela-
tivas. Também não pode pedir que seja reconhecida a 
nulidade que lhe deu causa.
Pelo princípio da convalidação, restam convalidados os 
atos cuja nulidade não foi arguida no momento oportu-
no, ditado pela Lei. Tal princípio tem como fundamen-
to a necessidade de evolução da marcha procedimental. 
Também são consideradas convalidadas as nulidades 
em favor da acusação, quando se esgotam seus recur-
sos, uma vez que a coisa julgada apenas poderá ser 
afrontada pela defesa.
Prevalece que, no rito ordinário, as nulidades relativas 
devem ser arguidas até o momento das alegações finais. 
No rito do júri há três momentos:
 a) até as alegações finais (art. 411, §4º, do CPP) as 
ocorridas até aquele momento;
 b) as ocorridas após a pronúncia devem ser arguidas 
quando do anúncio do julgamento em plenário, assim 
que apregoadas as partes;
 c) as ocorridas em plenário, assim que ocorrerem.
A nulidade absoluta que aproveita a defesa pode ser re-
conhecida, mesmo após o trânsito em julgado da deci-
- 13 -
são, por meio de habeas corpus e revisão criminal. O 
primeiro, por seu rito especial, no caso de não ser ne-
cessário exame mais profundo das provas para perceber 
o prejuízo. Se for preciso tal exame, melhor a via da 
revisão criminal.
Há previsão especial na legislação processual de três 
convalidações:
 a) art. 568 CPP: a nulidade por ilegitimidade do repre-
sente da parte poderá ser a todo tempo sanada, median-
te ratificação dos atos processuais. Trata o dispositivo de 
irregularidades vinculadas a pressupostos processuais, 
como a ausência de menção ao fato criminoso na procu-
ração outorgada a advogado para a propositura da ação 
penal privada: desde que respeitado o prazo decadencial, 
o patrono do querelante poderá retificar os termos da 
procuração, e não precisará repetir os atos praticados, 
como, por exemplo, propor nova queixa.
 b) art. 569 CPP: as omissões da peça acusatória ini-
cial (denúncia ou queixa) poderão ser supridas até a sen-
tença final: a legislação apenas se fere, aqui, às omissões 
não essenciais, ou seja, aquelas que não prejudicam o 
amplo exercício da defesa. Se faltar elemento essencial, 
como a narrativa do fato comum, todas as circunstân-
cias estritamente necessárias à defesa, o vício não pode-
rá ser convalidado, e outra inicial deverá ser oferecida.
 c) art. 570 CPP: a ausência de citação, intimação 
ou notificação será considerada convalidada desde que 
o interessado compareça. Aqui, a parte final do dispo-
- 14 -
sitivo já adverte que cabe ao magistrado analisar se a 
irregularidade provocou ou não algum prejuízo para a 
parte, sendo que, se reconhecer o prejuízo (ainda que 
potencial), deve adiar o ato.
Ada Pellegrini Grinover destaca que, em analogia ao 
disposto no art. 249, §2º, do CPC: “quando puder 
decidir do mérito em favor da parte a quem aprovei-
te a declaração de nulidade, o juiz não a pronunciará 
nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta”. Daí, 
o famoso entendimento de que é possível ao julgador 
absolver ao invés de pronunciar nulidade alegada pela 
defesa, ainda que a reconheça.
Vicente Greco Filho lembra que os vícios precisam ser 
declarados para que o ato viciado deixe de gerar efeitos, 
o que significa que se não houver oportunidade proces-
sual para a decretação (decisão absolutória com trân-
sito em julgado), o ato nulo persistirá gerando efeitos 
indefinidamente. É que o autor denomina princípio da 
restrição processual à declaração de nulidade.
Conforme Súmula 523 do STF, a inexistência de defesa 
torna o processo absolutamente nulo, mas a deficiência 
de defesa gera nulidade relativa.
Vicente Greco Filho assinala ser comum que os Tribu-
nais reconheçam a nulidade do feito a partir de deter-
minado ato, invalidando todos os posteriores em nome 
do princípio da consequencialidade. Anota, no entanto, 
que essa prática deve ser afastada, pois é possível que 
um ato posterior não dependa de um anterior, devendo 
- 15 -
ser preservado em homenagem ao princípio da conser-
vação dos atos processuais.
O artigo 564 do Código de Processo Penal traz o rol 
das nulidades processuais. A nulidade ocorrerá nos se-
guintes casos:
I – por incompetência, suspeição ou suborno do juiz.
Gera nulidade relativa à incompetência relacionada ao 
território, bem como quando não há união de proces-
sos derivada da conexão e continência. Há nulidade ab-
soluta nos casos de nulidade relacionada à competência 
em razão da matéria, funcional, hierárquica ou das jus-
tiças especiais.
Apesar de não expressa a previsão, há nulidade absoluta 
no caso de impedimento do juiz. Para alguns autores, 
em relação à suspeição, a nulidade é relativa, devendo 
ser arguida em exceção, sendo que, em caso contrário, 
ainda será possível o reconhecimento da eiva, desde que 
demonstrado o prejuízo.
O “suborno” refere-se à hipótese de recebimento de 
vantagem, normalmente relacionada com os crimes de 
corrupção passiva, concussão e prevaricação, gerando 
nulidade absoluta, uma vez que a imparcialidade do juiz é 
um dos mais importantes pilares da função jurisdicional.
1.2. Nulidades em Espécie
- 16 -
II - por ilegitimidade de parte.
A ilegitimidade pode ser “ad causam” (para a causa) e “ad 
processum” (para o processo). Ad causam no caso de 
ação proposta por quem não é o titular do direito, como 
na inversão dos titulares das ações públicas e privadas, 
enquanto que a Ad processum dá-se, por exemplo, com a 
propositura de denúncia contra o menor de 18 anos, que 
não tem capacidade processual penal passiva.
As nulidades apontadas são absolutas. A possibilidade de 
convalidação do art. 568 do CPP, já referida, apenas vale 
para os representantes das partes, ou seja, está relaciona-
da com a capacidade postulatória.
III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos pro-
cessos de contravenções penais, a portaria ou o auto de 
prisão em flagrante;
A doutrina costuma apontar aqui a efetiva ausência da 
inicial acusatória, o que sem dúvida geraria a nulidade 
absoluta. Enquadra-se aqui também, os casos em que 
falta formalidade essencial para o ato especificamente 
previsto, como no caso de denúncia que não narra o 
fato delituoso.
b) O exame do corpo de delito nos crimes que deixam 
vestígios,ressalvado o disposto no art. 167;
A previsão busca evitar acusações infundadas contra a 
pessoa, ou seja, em tese, a denúncia sequer deveria ser 
recebida quando, em crimes que deixam vestígios, não foi 
- 17 -
feito exame de corpo de delito, ressalvada a possibilidade 
de exame de corpo de delito indireto.
Há exceções legais, como no caso da Lei de Drogas, em 
que é possível o recebimento da denúncia apenas com 
o chamado auto de constatação, sendo que o exame de 
corpo de delito pode ser juntado aos autos até a sentença 
(art. 50, §§ 1º e 2º, da Lei 11.343/06).
Lamentavelmente, a ineficiência dos aparelhos persecu-
tórios em conjunto com o desprezo pelas garantias indi-
viduais tem orientado a jurisprudência a admitir a acusa-
ção, ou seja, receber a denúncia, ainda que sem o exame 
de corpo de delito, exigindo-o apenas para a sentença, 
mesmo fora dos casos da lei de drogas.
A nulidade da presente alínea é apontada pela doutrina 
como absoluta.
c) A nomeação de defensor ao réu presente, que o não 
tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
A nomeação de defensor é necessária desde o momento 
da apresentação da resposta ou defesa escrita.
Também há nulidade quando, apesar de presente, o de-
fensor técnico não atua, ou seja, não cumpre seu mister, 
deixando o réu indefeso.
Súmula 523 STF: “No processo penal, a falta de defesa 
constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o 
anulará se houver prova de prejuízo para o réu”.
- 18 -
d) A intervenção do Ministério Público em todos os ter-
mos da ação por ele intentada pela parte ofendida, quan-
do se tratar de crime de ação pública;
Esta nulidade, como dispõe o art. 572 CPP, será consi-
derada sanada se não arguida em tempo oportuno.
e) A citação do réu para ver-se processar, o seu interro-
gatório, quando presente, e os prazos concedidos à acu-
sação e à defesa;
A doutrina classifica a ausência de citação como nulidade 
relativa, uma vez que o acusado pode abrir mão de ser 
citado, quando comparece espontaneamente em juízo.
Quanto ao interrogatório, o artigo 185 CPP determi-
na que “o acusado que comparecer perante a autoridade 
judiciária, no curso do Processo Penal, será qualificado 
e interrogado na presença de seu defensor, constituí-
do ou nomeado”. Com base na antiga redação do arti-
go, que também tratava do réu preso, há jurisprudência 
amplamente majoritária no sentido de que, se o acusa-
do apresenta-se espontaneamente ou é preso, sem que 
tenha sido interrogado, deve ser imediatamente inquiri-
do. A jurisprudência admite a providência mesmo que o 
processo já esteja em grau de recurso, como homenagem 
à autodefesa, elemento essencial à ampla defesa, que é 
garantia individual com índole constitucional. 
É corrente a decretação da nulidade da sentença quando 
o réu, que não foi interrogado, no momento próprio, vê-
-se preso antes da sentença, sem que o juiz o interrogue.
f) A sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da res-
- 19 -
pectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos 
perante o Tribunal do Júri;
g) A intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo 
Tribunal do Júri, quando a Lei não permitir o julgamen-
to à revelia;
h) A intimação das testemunhas arroladas no libelo e na 
contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
i) A presença pelo menos de quinze jurados para a 
constituição do júri;
j) O sorteio dos jurados do Conselho de Sentença em 
número legal e sua incomunicabilidade;
k) Os quesitos e as respectivas respostas;
l) A acusação e a defesa, na sessão de julgamento.
As alíneas indicadas tratam de nulidades relativas ao 
procedimento especial dos crimes dolosos contra a 
vida, e, pela clareza, não demandam maiores esclare-
cimentos. A ausência da decisão de pronúncia impli-
ca nulidade absoluta, que até porque é a primeira que 
“submete o réu a julgamento”.
Todas as nulidades relativas à formação do conselho de 
sentença geram nulidade absoluta, porque ferem inte-
resse da própria administração da Justiça.
Súmula 206 do STF: “é nulo o julgamento pelo Júri com 
- 20 -
a participação de jurado que funcionou em julgamento 
anterior do mesmo processo”.
Os quesitos devem ser formulados com clareza, haven-
do nulidade na deficiência dos quesitos ou de suas res-
postas e nas contradições entre estas.
Aliás, o parágrafo único do presente artigo traz: “Ocor-
rerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou 
das suas respostas, e contradição entre estas. Há súmula 
156 do STF no seguinte sentido: “É absoluta a nulida-
de do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obriga-
tório.”
A defesa deve ser suficiente a não causar prejuízo, con-
forme já explanado. A acusação não significa o ato de 
acusar, mas sim a tomada de palavra pelo promotor, 
que pode inclusive pleitear a absolvição do réu, quando 
não convencido de sua culpa, uma vez que também zela 
pela correta aplicação da Lei penal.
É claro que a inexistência da sentença macula o proces-
so, mas nesse caso quis a Lei atingir a sentença que não 
conta com seus elementos essenciais, como motivação 
e lógica interna. A falta de elementos essenciais da sen-
tença incide no inciso IV, sendo que a presente previsão 
trata, na verdade, de inexistência de sentença.
n) O recurso de ofício nos casos em que a Lei o tenha 
estabelecido;
Só gera nulidade a ausência de recurso de ofício (hoje 
chamado reexame necessário) se não houver recurso 
- 21 -
voluntário. A ausência de recurso de ofício impede o 
trânsito em julgado da decisão, ou seja, o que se anula 
é a certidão de trânsito em julgado, bem como outros 
atos praticados com base no trânsito.
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela Lei, 
para ciência de sentenças e despachos de que caiba re-
curso;
A ciência dos atos é necessária para permitir a partici-
pação das partes, aperfeiçoando-se o contraditório. A 
ausência das comunicações devidas, como a intimação 
das decisões recorríveis, viola o contraditório na medi-
da em que cerceia a utilização dos “recursos inerentes” 
ao seu exercício.
O defensor público deve ser intimado pessoalmente de 
todas as decisões.
Súmula 155 STF: “É relativa a nulidade do processo 
criminal por falta de intimação da expedição de preca-
tória para inquirição de testemunha”.
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de 
Apelação, o quórum legal para o julgamento;
Trata-se, mais uma vez, de nulidade absoluta, pois fere 
interesse na correta administração da Justiça.
IV – por omissão de formalidade constitua elemento 
essencial do ato.
Trata-se de cláusula residual, que rege todo sistema pro-
cessual, devendo incidir a nulidade sempre que a desobe-
diência à fórmula legal provocar desequilíbrio na relação 
- 22 -
processual, obedecidos os princípios e regras gerais.
- 23 -
Questões
1. (MP/SE – Analista – 2009). Não constitui nulidade:
a) a falta de intimação do advogado dativo para os atos 
instrutórios.
b) a não apreciação da sentença de tese subsidiária 
constante das alegações finais defensivas.
c) o patrocínio de defesas colidentes pelo mesmo advo-
gado constituído.
d) o julgamento de habeas corpus em segunda instância, 
sem prévia intimação ou publicação de pauta.
e) a citação por edital de réu preso na mesma unidade 
da Federação.
2. (TJ/MG – Técnico Judiciário – 2007). Analise as se-
guintes afirmativas a respeito das nulidades no Proces-
so Penal.
I. O art. 185 do Código de Processo Penal exige como 
forma de resguardar os direitos constitucionais do acu-
sado, que o interrogatório se realize na presença de 
um defensor e do representante do Ministério Público, 
cujas ausências causam nulidade ao processo. 
II. Em tema de nulidades processuais, o nosso Código 
de Processo Penal acolheu o princípio pas de nullité 
sans grief, do qual se resume que somente há de decla-
rar-se a nulidade do feito, quando, além de alegada op-
portune tempore, reste comprovado o efetivo prejuízo 
dela decorrente. 
III. Decretada a nulidade do processo por incompe-
tência absoluta do Juízo, que pode serreconhecida em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, o novo decisum 
- 24 -
a ser proferido pelo Órgão judicante competente está 
adstrito ao entendimento firmado no julgado anterior, 
sob pena de violação indireta do princípio ne reforma-
tio in pejus. 
IV. A constatação de desempenho insatisfatório do de-
fensor dativo, caracterizando deficiência de defesa téc-
nica, é causa de nulidade do processo somente quando 
demonstrado prejuízo à defesa do acusado.
A partir dessa análise, pode-se concluir que:
a) apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
c) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
d) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
3. (TJ/MG – Técnico Judiciário – 2007). Analise as 
seguintes afirmativas sobre as nulidades no Processo 
Penal.
I. A intimação do defensor público ou dativo deve ser 
pessoal, sob pena de nulidade absoluta por cerceamen-
to de defesa. 
II. A nomeação de defensor ad hoc em razão do não 
comparecimento do defensor constituído, regularmen-
te intimado, à audiência de ouvida de testemunha, não 
é causa de nulidade. 
III. Não há cerceamento de defesa quando ocorre o in-
deferimento de diligências requeridas, se o juiz as consi-
derar protelatórias ou desnecessárias e sem pertinência 
com a instrução do processo.
IV. Nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos 
funcionários públicos, a inobservância do art. 514 do 
CPP, que determina, precedendo ao recebimento da 
- 25 -
denúncia, a notificação do acusado, para responder por 
escrito, no prazo quinze dias é causa de nulidade relati-
va, devendo, pois, ser arguida no momento processual 
oportuno, sob pena de preclusão. 
A partir dessa análise, pode-se concluir que:
a) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
b) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
c) apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) todas as afirmativas estão corretas.
4. (TJ/PE – Técnico Judiciário – Área Administrativa 
– 2007). A respeito das nulidades no Processo Penal, é 
correto afirmar que:
a) a nulidade de ato processual será declarada ainda que 
não houver influído na decisão da causa.
b) a nulidade de um ato, uma vez declarada, não causa-
rá a dos atos que dele diretamente dependam, ou seja, 
consequência.
c) da decisão que anula o processo, no todo ou em par-
te, não cabe qualquer recurso.
d) a nulidade de ato processual será declarada ainda que 
não houver influído na apuração na verdade substan-
cial.
e) as nulidades relativas considerar-se-ão sanadas se, 
praticado de outra forma, o ato tiver atingido o seu fim.
5. (TJ/MG – Técnico Judiciário – 2005). Consideran-
do-se a nulidade absoluta ocorrida no curso de um Pro-
cesso Penal, é CORRETO afirmar que tal nulidade:
- 26 -
a) pode ser declarada, de ofício, pelo Magistrado e ar-
guida por quaisquer das partes, mas nunca após o trân-
sito em julgado da sentença. 
b) pode ser suscitada apenas pelo representante do Mi-
nistério Público. 
c) pode ser suscitada pela Defesa, após o trânsito em 
julgado de sentença condenatória.
d) não pode ser declarada, de ofício, pelo Magistrado, 
por ferir o princípio do ne proceda iudex ex oficio.
- 27 -
CAPÍTULO 2
DOS RECURSOS EM GERAL
Vem do latim “recursus” que significa retrocesso, volta.
Recurso é um pedido de reexame ou reforma da decisão 
do juízo “a quo” pelo juízo “ad quem”. É o pedido de 
nova apreciação da decisão judicial, pelo qual se obtém o 
reexame da decisão anterior.
a) duplo grau de jurisdição
Tem origem no artigo 5º, inciso LV da Constituição Fe-
deral, que assim prevê de seu texto:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra-
tivo, e aos acusados em geral são assegurados o contra-
ditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes. Ou seja, baseia-se na possibilidade de falha hu-
mana, surgindo com a finalidade de diminuir o arbítrio 
dos juízes de primeiro grau com a fiscalização, por parte 
dos juízes superiores sobre os inferiores, consequente-
2.1. Conceito
2.2. Princípios
- 28 -
mente, minimizando os erros do judiciário.
Visa também propiciar um conformismo maior com a 
decisão, pois terá sido decidida por um colegiado de 
julgadores.
b) da voluntariedade
O recurso é meio voluntário; é extensão do direito de 
ação. O Poder Judiciário só atua se provocado. Ao pro-
latar a sentença, o órgão jurisdicional entrega a presta-
ção tornando-se inerte. Logo, para que volte a apreciar a 
questão, deve ser provocado novamente com a interpo-
sição de um recurso. A inércia da jurisdição é a garantia 
da imparcialidade.
O princípio da voluntariedade do recurso é mitigado 
pelo recurso de ofício (recurso obrigatório, recurso ne-
cessário), ou seja, o juiz deve interpor recurso da decisão 
(art. 574 do CPP – revogado pelo art. 129, I da CF).
Segundo Ada Pellegrini Grinover, vê que a terminolo-
gia correta seria a garantia ao duplo grau de jurisdição.
c) da fungibilidade
Está previsto no art. 579 do CPP que possibilita o co-
nhecimento de um recurso por outro, desde que não 
haja má-fé, bem como o recurso seja tempestividade.
d) proibição do “reformatio in pejus”
Trata-se de garantia para o réu de que não terá sua pena 
agravada em qualidade, quantidade ou espécie, de recur-
- 29 -
so interposto exclusivamente por ele (art. 617 do CPP). 
São pressupostos recursais os requisitos de admissibilida-
de que o recurso deve possuir.
a) Cabimento
O recurso deve estar previsto em Lei, ter previsão legal.
b) Adequação
Ademais, não basta que o recurso tenha previsão legal; 
é necessário que seja adequado à decisão que se deseja 
impugnar. Esse pressuposto confere lógica ao sistema 
recursal. 
c) Regularidade formal
São as formalidades legais para o recurso ser recebido. 
O Código de Processo Penal estabelece a forma segun-
do a qual o recurso deve ser interposto (artigo 578 do 
Código de Processo Penal). Ex.: a apelação, e o recurso 
em sentido estrito podem ser interpostos por petição ou 
termos nos autos. Os demais recursos devem ser inter-
postos por petição.
d) Tempestividade
O recurso deve ser interposto dentro do prazo estabe-
lecido pela Lei. Os prazos para interposição de qualquer 
recurso começam a correr a partir do primeiro dia útil 
2.3. Pressupostos
2.3.1. Pressupostos objetivos
- 30 -
após a intimação, e, conforme prevê a Súmula n.º 310 
do Supremo Tribunal Federal: “quando a intimação tiver 
lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação 
for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira 
imediata, salvo se não houver expediente, caso em que come-
çará no primeiro dia útil que se seguir”. 
e) Ausência de fatos impeditivos do direito de recorrer
Fatos impeditivos são aqueles que impedem a interposi-
ção do recurso ou seu recebimento.
A renúncia é ato de disposição, ou seja, abre-se mão do 
direito de recorrer. É diferente de deixar escoar o pra-
zo sem interpor recurso. Na renúncia, há manifestação 
expressa nesse sentido. O Ministério Público não pode 
renunciar. A renúncia antecipa o trânsito em julgado.
f) Ausência de fatos extintivos do direito de recorrer
Fatos extintivos são fatos supervenientes à interposição 
do recurso.
A desistência também é ato de disposição, contudo, pos-
terior à interposição do recurso. O Ministério Público 
não pode desistir dos recursos já interpostos, conforme 
disposição expressa do art. 576 do CPP. O defensor po-
derá fazê-lo, se tiver poderes para tanto.
A deserção é o ato de abandonar o recurso, que pode 
acontecer com o não pagamento das custas processu-
ais, nos casos de ação penal privada (artigo 806, § 2º 
do CPP)
- 31 -
a) Legitimidade
A legitimidade refere-se às partes legítimas para interpo-
sição do recurso: Ministério Público, querelante, réu ou 
seu defensor (artigo 577 do Código de Processo Penal). 
Devem ser intimados o réu e seu defensor, iniciando-se 
o prazo após a última intimação.
b) Interesse jurídico
 O interesse deriva da sucumbência, que ocorre sempre 
que a parte teve frustrada alguma expectativalegítima. 
O parágrafo único do artigo 577 do Código de Processo 
Penal: “não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não 
tiver interesse na reforma ou modificação da decisão”.
a) Devolutivo: transfere à instância superior o reexame 
da matéria. É comum em quase todos os recursos;
b) Suspensivo: o recurso suspende a eficácia da decisão 
até o julgamento final;
c) Extensivo: se o recurso não tem por fundamento mo-
tivo de caráter exclusivamente pessoal, o seu julgamento 
aproveitará aos demais no concurso de agentes, ainda 
que não tenham recorrido (art. 580 do CPP);
d) Regressivo ou diferido: é a possibilidade dada ao juiz 
2.3.2. Pressupostos subjetivos
2.4. Efeitos
- 32 -
prolator da decisão impugnada de reexaminar sua pró-
pria decisão.
É o recurso que se procede ao reexame da decisão do 
juiz, nas matérias especificadas em Lei (rol taxativo), 
permitindo novo pronunciamento, para juízo de retrata-
ção, antes da remessa dos autos à instância superior, cuja 
fundamentação encontra-se nos artigos 581 a 592 do 
Código de Processo Penal.
O Recurso em Sentido Estrito tem cabimento no rol des-
crito no art. 581 do CPP (decisão, despacho ou sentença):
I - que não receber a denúncia ou a queixa (recebimento 
com capitulação diversa equivale à rejeição);
II - que concluir pela incompetência do juízo (crime em 
cidades limítrofes, ou ainda da justiça militar para comum 
e vice e versa);
III - que julgar procedentes as exceções (incompetência, 
litispendência, ilegitimidade de parte e de coisa julgada), 
salvo a de suspeição;
2.5. Recurso em Sentido Estrito 
2.5.1. Conceito
2.5.2. Cabimento
- 33 -
IV - que pronunciar o réu (nova redação dada pela Lei 
11.689/08);
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar ini-
dônea a fiança, indeferir requerimento de prisão pre-
ventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou 
relaxar a prisão em flagrante (não cabe recurso da decisão 
do juiz que decreta a preventiva ou que indefere o pedido de 
relaxamento de prisão. Não cabe da decisão que não concede 
liberdade provisória e não arbitra a fiança ou não relaxa a 
prisão em flagrante. Cabível HC);
VI - que absolver o réu, nos casos do art. 411 do 
CPP – Absolvição sumária = casos em que este-
jam presentes as excludentes de ilicitude (revogado 
pela Lei 11.689/08);
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu 
valor (quebra-se a fiança quando deixa de comparecer a ato 
judicial, quando muda de residência sem prévio aviso e per-
missão, praticar nova infração etc. E a perda quando conde-
nado o réu deixa de recolher à prisão);
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro 
modo, extinta a punibilidade (MP);
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da pres-
crição ou de outra causa extintiva da punibilidade – 
Vide art. 107 do CP;
X - que conceder ou negar a ordem de Habeas Corpus 
(somente do juiz singular, e não do Tribunal. Ex.: HC para 
- 34 -
pedido de trancamento de Inquérito Policial);
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão con-
dicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condi-
cional; (revogados pela Lei de Execução Penal – art. 197)
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no 
todo ou em parte (MP);
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta (deserta 
é a fuga do apelante);
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude 
de questão prejudicial (arts. 92 e 93 do CPP);
XVII - que decidir sobre a unificação de penas – (revo-
gado pela Lei de Execução Penal – art. 197);
XVIII - que decidir o incidente de falsidade (quanto a 
documento ou laudos);
XIX - que decretar medida de segurança, depois de 
transitar a sentença em julgado; 
XX - que impuser medida de segurança por transgres-
são de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de seguran-
ça, nos casos do Art. 774;
- 35 -
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, 
nos casos em que a Lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão 
simples. (revogado pela Lei de Execução Penal – art. 197)
 Os incisos revogados pela Lei de Execução Pe-
nal são situações onde não cabem mais o Recurso em 
Sentido Estrito, contudo, são passíveis de um recurso 
chamado Agravo em Execução.
O prazo para interposição do recurso é de 5 (cinco) dias 
a contar da publicação do despacho (art. 586 caput do 
CPP). Sendo as suas razões devendo ser apresentadas em 
2 (dois) dias, conforme prevê o art. 588 do CPP.
O Recurso em Sentido Estrito possui os efeitos devo-
lutivo, regressivo (possibilidade de o juiz rever sua decisão 
– juízo de retratação) e suspensivo (nos casos expressos do 
art. 584 do CPP).
2.5.3. Prazo
2.5.4. Efeitos
A interposição será sempre perante o juiz recorrido, para 
que esse possa rever a decisão, mas endereçado ao tribu-
nal competente.
2.5.5. Competência
Trata-se de recurso ordinário interposto de decisão defi-
nitiva ou com força de definitiva, para a 2ª instância, para 
o reexame de matéria e a consequente modificação da 
decisão, cuja fundamentação se encontra nos artigos 593 
e seguintes do Código de Processo Penal.
Tem cabimento nas hipóteses do rol descrito no art. 593 
do CPP:
a) sentenças do juiz singular: definitivas ou não, condena-
tórias ou não, e que não se confundem com o Recurso em 
Sentido Estrito (art. 593 I e II, do CPP). Deve-se pleitear 
sempre pela absolvição, bem como toda a matéria de de-
fesa possível (aplicação de atenuantes, pena alternativa etc).
b) sentenças do tribunal do júri: de caráter restrito, por 
serem soberanas as suas decisões, ao se apelar, não se 
pode requerer a reforma da sentença, mas sim que seja o 
2.6. Recurso de Apelação 
2.6.1. Conceito
2.6.2. Cabimento
- 37 -
O recurso de apelação tem prazo de 5 (cinco) dias a con-
tar da publicação do despacho (art. 593 CPP).
Uma vez interposto o pedido de apelação o juiz poderá 
adotar 3 (três) decisões:
a) recebê-la: neste caso abre-se vista ao apelante, para que 
este arrazoe o recurso no prazo de 8 (oito) dias (art. 600 
CPP), e no caso de contravenção 3 (três) dias. Depois se 
abre vista a parte contrária para contra-arrazoar o recur-
so também em 8 dias. Com as razões e contra-razões os 
autos são remetidos ao Tribunal competente para reexa-
me da matéria;
b) denegá-la: neste caso, cabe o RESE (art. 581, XV 
do CPP);
c) recebê-la e julgá-la deserta: na hipótese em que o réu 
apelar e fugir (art. 595 CPP), ou quando não for pago 
o preparo (custas – nas ações de iniciativa privada). Neste 
caso, caberá também o RESE (artigo 581, XV do CPP).
2.6.3. Prazo
2.6.4. Procedimento
apelante submetido a novo julgamento (artigo 593, III, 
“a” a “d” do CPP) ou que seja retificada a pena imposta 
(artigo 593, § 1º ao 3º, do CPP), ou pedir a nulidade, 
quando for posterior à denúncia.
- 38 -
São características do recurso de apelação:
a) limitada e plena: apenas as razões da apelação, o Tri-
bunal não pode julgar “ultra petita” (além do pedido), 
nos termos do art. 599 do CPP e, portanto, devolve-se 
ao Tribunal no limite em que se apelou.
b) ampla: porque devolve o conhecimento da matéria 
impugnada. Há entendimento que o defensor dativo não 
é obrigado a apelar, só será obrigado se houver mani-
festação expressa do réu. O réu também pode desistir 
da apelação, o advogado só poderá fazê-lo caso tenha 
poderes especiais para tanto. A desistência é irrevogável.
c) sumária: nos casos de crimes apenados com detenção 
ou contravenção (art. 610 CPP);
d) ordinária: aplicada aos crimes de reclusão (art. 613 
CPP).
São efeitos do recurso de apelação, os efeitos devolutivos 
e suspensivos (art. 596 e 597 do CPP). Exemplo: caso 
esteja em liberdade e tiver sido condenado, tem o direito 
de recorrer em liberdade. Se a sentença for absolutória, 
haverá apenas o efeito devolutivo.
2.6.5. Características da Apelação
2.6.6. Efeitos
- 39 -
A interposição será sempre ao juiz que proferiua senten-
ça, para que uma vez recebido, possa remeter ao Tribunal 
competente.
2.6.7. Competência
Trata-se de recurso impetrado ao próprio juiz ou tribunal 
prolator da sentença ou do acórdão, para que os declare, 
reforme ou revogue, com a seguinte fundamentação:
- artigos 619 e 620 do CPP (para sentenças de 2.ª ins-
tância);
- artigo 382 do CPP (para sentença de 1.ª Instância);
- artigo 83 da Lei 9.099/95 (Jecrim).
Os embargos de declaração constituem-se meio de cor-
reção da decisão, tendo por característica a invocação no 
mesmo juízo ou Tribunal, para que este desfaça a:
a) Obscuridade: falta de clareza na redação, não sendo 
possível a perfeita compreensão do que foi decidido;
2.7. Embargos de Declaração 
2.7.1. Conceito
2.7.2. Cabimento
- 40 -
b) Ambiguidade: a decisão permite interpretações várias 
e distintas;
c) Omissão: quando não for apreciado algum ponto;
d) Contradição: quando os conceitos e afirmações ex-
postas na decisão são inconciliáveis, incompatíveis.
O prazo para interposição dos Embargos de Declara-
ção, em regra, é de 2 (dois) dias a contar da publica-
ção do acórdão ou da sentença, e deve ser dirigido ao 
próprio órgão que prolatou a decisão. No STF ou STJ 
(artigo 337, § 1º do Regimento Interno do STF) ou 
JECRIM (artigo 83 § 1º da Lei 9.099/95) o prazo é 
de 5 (cinco) dias.
O prazo para interposição dos Embargos de Declara-
ção, em regra, é de 2 (dois) dias a contar da publica-
ção do acórdão ou da sentença, e deve ser dirigido ao 
próprio órgão que prolatou a decisão. No STF ou STJ 
(artigo 337, § 1º do Regimento Interno do STF) ou 
JECRIM (artigo 83 § 1º da Lei 9.099/95) o prazo é 
de 5 (cinco) dias.
2.7.3. Prazo
2.7.3. Prazo
- 41 -
Os embargos de declaração interrompem o prazo de 
outro recurso e a parte contrária não será ouvida. No 
JECRIM o prazo será suspenso (artigo 83 § 2.º da 
Lei 9.099/95)
2.7.4. Efeitos
É o recurso oponível contra decisão não unânime de se-
gunda instância, em recurso de apelação e em sentido 
estrito, desde que desfavorável ao réu, com fundamenta-
ção no artigo 609, § único do CPP. Trata-se de recurso 
exclusivo da defesa.
São as hipóteses de cabimento do presente recurso:
a) Embargos infringentes: visam à modificação do acór-
dão sobre o mérito da questão, ou da pena;
b) Embargos de nulidade: visam à anulação do julgamen-
to, versando sobre matéria processual, capaz de invalidar 
o acórdão ou o processo.
Os Embargos Infringentes e de Nulidade devem ser vin-
2.8. Embargos Infringentes e de Nulidade 
2.8.1. Conceito
2.8.2. Cabimento
- 42 -
culados a matéria do objeto do voto vencido, devendo 
limitar-se ao entendimento, não podendo ser ampliado 
para questões não apreciadas no voto.
Tem prazo de 10 (dez) dias a contar da publicação do 
acórdão.
Os Embargos infringentes e de nulidade possuem efeito 
suspensivo quanto à prisão do réu que se encontra sol-
to. O Tribunal só expedirá mandado após o julgamento, 
exceto se a prisão seja decorrente da parte unânime da 
decisão (ex.: divergem sobre qualquer outra parte da decisão, 
menos da decretação da prisão).
Será sempre endereçado à Câmara que julgou o recur-
so atacado.
2.8.3. Prazo
2.8.4. Efeitos
2.8.5. Competência
- 43 -
A expressão completa é “habeas corpus ad subjicien-
dum”, cuja tradução significa “que tenhas o teu corpo”.
Trata-se de remédio jurídico destinado a tutelar a liber-
dade física do indivíduo, a liberdade de ir, ficar e vir, 
tendo por finalidade evitar ou fazer cessar a violência 
ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de 
ilegalidade ou abuso de poder (o conceito em geral é 
fornecido pelo art. 647 do CPP).
Não obstante a fundamentação do Código de Processo 
Penal, também é chamado de remédio constitucional, 
pois tem previsão no artigo 5º, LXVIII da Constituição 
Federal e nos artigos 647 a 667 do Código de Proces-
so Penal.
a) Liberatório ou repressivo: objetiva afastar o cons-
trangimento ilegal já efetivo à liberdade de locomoção;
b) Preventivo: destina-se a afastar uma ameaça à liber-
dade de locomoção. Hipótese de salvo conduto. Nesse 
caso, deve existir um fundado receio;
c) De ofício: o juiz pode conceder de ofício, se obser-
2.9. Habeas Corpus
2.9.1. Conceito
2.9.2. Espécies
- 44 -
vado constrangimento ilegal. Nem todas as correntes 
doutrinárias entendem a existência deste, eis que se tra-
ta unicamente de uma das situações anteriores, onde o 
magistrado ao verificar uma ilegalidade, concede “de 
ofício” o Habeas Corpus.
São partes legítimas o rol descrito no “caput” do art. 
654 do Código de Processo Penal. Em suma, podem 
impetrar Habeas Corpus:
- qualquer pessoa a seu favor ou de outrem, com ou 
sem capacidade postulatória, ou seja, com ou sem advo-
gado. Ex.: menor de idade, capaz ou incapaz, nacional 
ou estrangeiro;
- pessoa jurídica pode impetrar em favor de pessoa fí-
sica. Obs.: como se trata de liberdade, veda-se a favor 
dela, embora exista a responsabilidade penal de pessoa 
jurídica e o HC pode servir para trancamento de ação 
penal em caso de crime contra o meio ambiente (Lei 
9.605/98) que reconhece a possibilidade de responsabi-
lização criminal da pessoa jurídica;
- MP (art. 654 “caput”) e Juiz de Direito podem como 
qualquer do povo ou paciente, mas o juiz pode conce-
der de ofício (art. 654 § 2.º). O delegado de polícia 
não pode no exercício de suas funções, somente como 
qualquer um do povo.
2.9.3. Legitimidade Ativa
- 45 -
São hipóteses de cabimento, as que se encontram ex-
pressos no artigo 648 do Código de Processo Penal:
a) falta de justa causa: para a prisão, para o inquérito 
policial (trancamento), para o processo (ex.: visando a 
anulação, quando abuso evidente e sem provas);
b) excesso de prazo: para encerrar a instrução proces-
sual e sentenciar o processo (ex.: súmulas 21, 52 e 64 
do STJ);
c) autoridade incompetente (ex.: juiz militar, prender 
civil);
d) cessado o motivo da coação (ex.: tempo de prisão 
cumprido);
e) não concessão de fiança (ex.: art. 5º, LXVI da CF);
f) processo manifestamente nulo (ex.: não nomeação de 
advogado durante instrução do processo);
g) extinção da punibilidade (ex.: art. 107 do CP).
2.9.4. Cabimento
Será sempre endereçado à autoridade jurisdicional hie-
rarquicamente e imediatamente superior àquela tida 
como autoridade coautora (ex.: se a autoridade coauto-
2.9.5. Competência
- 46 -
Não se trata propriamente de recurso. É uma ação au-
tônoma destinada ao desfazimento dos efeitos de uma 
sentença condenatória transitada em julgado. É consti-
tutiva, ação de conhecimento. O condenado pode pedir 
a qualquer tempo, o reexame do processo já findo, a fim 
de ser absolvido ou beneficiado, e tem fundamentação 
nos artigos 621 a 631 do Código de Processo Penal.
Será devida indenização por erro judiciário que se vis-
lumbre culpa ou dolo por parte do Estado, isto é, de 
2.10.1. Conceito
2.10. Revisão Criminal
É admissível desde que os documentos evidenciarem a 
ilegalidade, bem como presentes os requisitos “pericu-
lum in mora” e “fumus boni juris”, conforme previsão 
expressa do art. 660, § 2º do Código de Processo Penal.
Pode ser impetrado a qualquer tempo, sempre que pre-
sente uma ilegalidade.
2.9.6. Pedido de liminar
2.9.7. Prazo
ra for o delegado de polícia, o Habeas Corpus deve ser 
endereçado ao juiz de 1.ª instância).
- 47 -
Trata-se de uma ação autônoma contra sentença, onde 
se instaura outra relação jurídica. É privativo da defesa, 
podendo ser requerida a qualquer tempo, não existindo 
decadência (artigo 622, do CPP).
É pressuposto primordial da revisão criminal, que a 
sentença penal condenatória tenha transitado em jul-
gado, não sendo cabível mais nenhum recurso, com 
exceção do “Habeas Corpus”, que também é cabível a 
qualquer tempo.
Após o transito em julgado, não há prazo para interpo-
sição, desde que tenha surgido fato novo.
Como uma petição inicial, apresentam-se os fatos, o di-
reito e os pedidos, endereçando para o Presidente do 
2.10.2. Características
2.10.3. Pressuposto
2.10.4.Prazo
2.10.5. Procedimento
seus representantes ou agentes. Agora o juiz poderá 
arbitrar a indenização, não necessitando ser liquidada 
pelo juízo cível.
- 48 -
Tribunal, que irá processar o seu julgamento.
Conforme o rol do art. 623 do Código de Processo 
Penal, são partes legítimas para propor a Revisão Cri-
minal, o próprio réu, independentemente do advogado. 
O Estatuto da OAB não revogou o dispositivo em ra-
zão da garantia da ampla defesa. Em caso de morte (e 
haver interesse), a ação pode ser proposta pelo cônju-
ge, ascendente, descendente ou irmão. Se o réu falecer 
durante o curso do processo, deverá haver nomeação 
de curador, pois há interesse no “status dignitatis” do 
condenado. O MP não tem legitimidade.
O Rol taxativo do artigo 621 do CPP:
a) quando a sentença condenatória a ser desconstituída 
for contrária ao texto expresso da Lei Penal ou à evi-
dência dos autos;
b) quando a sentença condenatória a ser desconstituí-
da fundar-se em depoimentos, exames ou documentos 
comprovadamente falsos;
c) quando, após a sentença, forem descobertas novas pro-
vas de inocência do condenado ou de circunstância, que 
determine ou autorize diminuição da pena estabelecida.
2.10.6. Legitimidade 
2.10.7. Hipóteses legais de Cabimento
- 49 -
A interposição será sempre ao Presidente do Tribunal. 
Se crime de competência Estadual, para o Tribunal de 
Justiça do Estado. Se crime de competência Federal, 
para o Tribunal Regional Federal.
2.10.8. Competência
Será admissível a revisão criminal das decisões profe-
ridas pelo Tribunal do Júri, uma vez que a soberania 
dos veredictos é instituída como uma das garantias in-
dividuais em benefício do réu, não podendo ser atingi-
da, enquanto preceito para garantir sua liberdade, não 
podendo ser invocada contra ele. Havendo anulação 
do processo, o acusado deverá ser submetido a novo 
julgamento.
- 50 -
Questões
1. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011). 
Considere as seguintes assertivas:
I. o Ministério Público poderá desistir de recurso 
que haja interposto; 
II. não se admitirá recurso da parte que não tiver 
interesse na reforma ou modificação da decisão; 
III. salvo a hipótese de má-fé, a parte não será pre-
judicada pela interposição de um recurso por outro. 
De acordo com o CPP em suas disposições gerais 
sobre os recursos (arts. 574 a 580), é correto ape-
nas, o que se afirma em:
a) II.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
2. (TJ/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL 
DE JUSTIÇA – 2009). O recurso de apelação deve ser 
interposto:
a) somente por petição.
b) por petição ou por termo nos autos.
c) por termo nos autos ou por agravo regimental.
d) mediante requerimento dirigido ao Ministério Público.
e) quando do oferecimento da defesa preliminar.
3. (TJ/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL 
DE JUSTIÇA – 2009). A decisão que deixa de receber 
- 51 -
a denúncia, ofertada por crime de roubo, pode ser ata-
cada por:
a) carta testemunhável.
b) apelação.
c) agravo em execução.
d) recurso em sentido estrito.
e) recurso extraordinário.
4. (TJ/PE – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 
2007). Considere os recursos abaixo:
I. Apelação.
II. Recurso em Sentido Estrito. 
III. Protesto por Novo Júri. 
IV. Agravo de Petição. 
V. Recurso Especial. 
VI. Recurso Extraordinário. 
São cabíveis, dentre outros, no âmbito do Processo Pe-
nal brasileiro, os indicados APENAS em:
a) I, III, IV e V.
b) I, II, III, V e VI.
c) I, II, IV, V e VI.
d) II, III, IV e VI.
e) II, IV, V e VI.
 
5. (TJ/PE – Técnico Judiciário – Área Administrativa 
– 2007). De acordo com o Código de Processo Penal:
a) a parte não será prejudicada pela interposição de um 
recurso por outro, salvo a hipótese de má-fé. 
b) a parte não será prejudicada pela interposição de um 
recurso por outro, ainda que tenha agido de má-fé. 
- 52 -
c) a interposição de um recurso por outro impede o 
respectivo conhecimento, tenha ou não a parte agido 
de má-fé.
d) a interposição de um recurso por outro não impede 
o respectivo conhecimento, mesmo que interposto fora 
de prazo.
e) a interposição fora de prazo e a má-fé não justificam 
o não recebimento de recurso interposto erroneamente 
pela parte.
Capítulo 16
1. D | 2. D | 3. D | 4. E | 5. C
Capítulo 17
1. E | 2. B | 3. D | 4. C | 5. A
Gabarito
- 55 -
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