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PERIODONTIA ll DIAGNÓSTICO CLINICO DA DOENÇA PERIODONTAL Para pensar em um tratamento adequado, é necessário antes que o diagnóstico seja apropriado (só vou tratar corretamente se eu souber o que o paciente tem de fato) DIAGNOSTICO APROPRIADO – consegue saber se a DOENÇA ESTÁ PRESENTE – e determinar TIPO, EXTENSÃO, GRAVIDADE Limitadas ao tecido gengival perda de inserção e óssea (Profundidade de sondagem No Max: 3mm) • As doenças gengivais são divididas em dois grandes grupos: Nesse caso a placa apenas piora a situação, mas a causa é a doença (mesmo assim é importante fazer o controle de placa) • Periodontite: • Alteração do desenvolvimento ou adquiridas: Sequência dos procedimentos clínicos Anamnese: IMPORTANCIA CLINICA: auxilia no diagnóstico de manifestações orais de doenças sistêmicas; detecção de condições sistêmicas que podem estar afetando a resposta do tecido periodontal; precauções ou modificações nos procedimentos de tratamento IMPORTANCIA PARA O PACIENTE: para ele saber que a doença dele ou até aquele habito dele, interfere ou pode interferir na causa de uma doença periodontal; e que as infecções orais podem interferir também nas doenças sistêmicas que eles podem ter e estar agravando ela 1. DADOS GERAIS DO PACIENTE: Telefone é o mais importante para ter uma forma de comunicação Necessidade e expectativas do paciente em relação ao tratamento Encontrar o equilíbrio entre as necessidades do paciente e avaliação do profissional O que o paciente está sentindo? Quanto tempo os sintomas começaram? Foi feito algum procedimento prévio? Já se sentiu assim antes? 2. HISTÓRICO MÉDICO: Destacar fatores médicos de risco para a terapia periodontal Quatro complicações possíveis de ser prevenidas: riscos cardiovasculares e circulatórios; distúrbios sanguíneos; risco de infecções e reações alérgicas Explicar para o paciente o que significa cada patologia, ele não tem obrigação de saber Importante para identificar formas agressivas da doença Noção de suas prioridades na vida, incluindo a atitude em relação ao cuidado dentário 3. HISTÓRICO BUCAL: História dentária: avaliação dos cuidados dentários anteriores e as visitas de manutenção; sinais e sintomas de periodontite percebidos pelo paciente; conforto a mastigação e a possível necessidade de substituição de dentes Hábitos de higiene oral: avaliação da rotina dos cuidados dentários: frequência e duração da escovação Tratamento periodontal anterior Sinais e sintomas de periodontite Hábitos de higiene oral Problemas de oclusão Exame clínico: 1. EXTRA ORAL: avaliação da musculatura facial; sensibilidade a palpação; avaliação da ATM; exame dos linfonodos da cabeça e pescoço (aumentados, palpáveis e imóveis) Mesmo se não houver problemas tem que escrever que não houve (para saber que você olhou para isso e deixou registrado) 2. INTRA-ORAL: Exame da cavidade bucal: dentista detectar todas as modificações patológicas presentes na boca (mucosa labial externa e interna, mucosa jugal, mucosa palatina, língua dorso ventre e lados, região sublingual) Exame geral dos dentes: impactação alimentar, relações proximais defeituosas, excessos de restaurações, cáries, extrusão, inclinação e rotação dental, prótese fixa, removível, força oclusal anormal, facetas de desgastes, lesões periapicais, inserção alta de freio, hipersensibilidade dental, dente impactado, fistula e sensibilidade a percussão (não anota nada em relação a gengiva) Exame periodontal: escrever: INFORMAÇÕES NO PERIOGRAMA 1- Exame visual e palpação da gengiva: cor, tamanho, contorno, consistência, textura, posicionamento, facilidade de sangramento e dor SAUDAVEL INFLAMADA Coloração rósea Coloração avermelhada Consistência firme Edema Contorno parabólico Alterações de contorno Aparência pontilhada Aumento do fluido gengival 2- Índice de placa visível: ver quanto de placa o paciente tem nos dentes, avaliar as 4 faces em cada dente. Pode ser observado com ajuda da sonda ou por meio da placa corada (cora com fucsina, porém é muito complicado sua remoção após o teste e ela também cora a película adquirida, dando um falso positivo Importante calcular o índice no começo e no final do tratamento periodontal, para ver se foi eficaz 3- Índice de sangramento marginal: avalia o estado de inflamação gengival. Comparar a saúde gengival antes e depois do tratamento Com a sonda, percorrer na entrada do sulco, depois espera uns segundos e avalia quais sítios tiveram sangramento (avalia também 4 faces por dente) Se tiver bastante sangramento, no mínimo uma gengivite o paciente deve ter O movimento deve ser feito seguindo a margem da gengiva, começa por uma proximal e vai circundando todos os dentes 4- Periograma: (nível gengival; profundidagem de sondagem; nível de inserção clínica; mobilidade; furca) Com o auxílio da sonda periodontal de Williams, é milimetrada, de pequeno diâmetro e marcação fácil Vestibular Palatina Ao todo serão examinados 6 sítios: vestibular (D, V, M) mais na palatina (D, L, M) NÍVEL GENGIVAL: distância da margem gengival até um ponto fixo, normalmente a junção cemento-esmalte Em um paciente que não tem recessão gengival nem displasia, a margem gengival estará na altura da junção cemento – esmalte, que é o normal (0 mm) Recessão gengival: a margem gengival está abaixo da junção cemento-esmalte (mede com a sonda milimetrada da junção até a margem gengival). No caso das proximais, se há preservação de papila o nível gengival será sempre 0; no entanto se tiver perda de papila pode medir com a sonda Hiperplasia genngival: gengiva cresceu e está acima da junção cemento-esmalte (mede com a sonda milimetrada) mede por fora, não coloca a sonda dentro do sulco PROFUNDIDADE DE SONDAGEM: distância da margem gengival livre até o ponto em que a sonda encontra resistência (fundo da bolsa periodontal), nesse caso sim vamos introduzir a sonda dentro do sulco Paralelamente ao eixo vertical do dente Inserida delicadamente no sulco com pressão suave “Caminhar” circunferencialmente em torno de cada superfície do dente para detectar áreas de penetração mais profunda (vai anotar no periograma a sondagem que der o maior valor), que for mais profunda SANGRAMENTO A SONDAGEM: presença de infiltrado de células inflamatórias; sinal precoce de inflamação; determinação da atividade de doença (durante a profundidade de sondagem). Muito importante pois indica uma probabilidade de perda de inserção Marca no periograma com uma bolinha se tiver o sangramento Sangramento – indicativo para progressão de doença (30%) Ausência – alto valor de previsão negativo (98,5%) NÍVEL DE INSERÇÃO CLÍNICA: distância entre a base da bolsa e um ponto fixo na coroa, como a junção amelocementária Quando tem recessão sinal positivo (+) Quando tem hiperplasia sinal negativo (-) LESÃO DE FURCA: com o auxílio de uma sonda de Nabers para ver se tem perda entre as raízes. Só anota no periograma se tiver mesmo. Apenas dentes multirradiculados Grau 1: envolvimento de 1/3 da área interradicular (sonda entrou só um pouquinho entre as raízes) Grau 2: envolvimento ultrapassa 1/3 da área inter-radicular; porem, não envolve toda sua extensão (entra até a metade) Grau 3: envolvimento atinge toda a área inter-radicular, crinado uma comunicação lado a lado (sonda atravessa a raiz ao meio) MOBILIDADE: com auxílio de 2 instrumentos rombos (espelho e pinça por exemplo), colocar um no vestibular e um na lingual e movimentar na horizontal Não tem mobilidade? Não marca nada Grau1: < 1mm no sentido horizontal Grau 2: > 1mm no sentido horizontal Grau 3: mobilidade no sentido horizontal e vertical (cervico-apical) – dente perdido (não tem o que fazer 3. RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS: proporcionam uma imagem geral da distribuição e gravidade da destruição óssea na doença periodontal 4. RADIOGRAFIAS INTRA-ORAIS: série radiográfica intra-oral de toda a boca (14 filmes periapicais e 4 bite-wings) Necessária para diagnosticar a doença periodontal e planejar o tratamento 5. MODELOS EM GESSO: posição e inclinação das margens gengivais; posição e inclinação dos dentes; áreas de imapctação alimentar; registro da dentição antes do tratamento; auxílio visual para discussão com o paciente 6. FOTOGRAFIAS CLÍNICAS: aparência do tecido antes e após o tratamento; mudanças morfológicas gengivais; problemas mucogengivais Avaliação dos dados coletados e determinação do diagnóstico: Sangramento gengival – gengivite Nível de inserção – menos de 30% dos sítios avaliados demonstram inserção e perda óssea (PERIODONTITE LOCALIZADA) Mais de 30% dos sitios avaliados demonstram perda de inserção e perda óssea (PERIODONTITE GENERALIZADA) Sangramento à sondagem - indicador do processo de atividade da doença periodontal Conclusões finais: Estabelecer uma relação de confiança e motivação entre dentista e paciente É a chave fundamental para o completo conhecimento do estado de saúde do individuo Para elaboração de um correto plano de tratamento, afim de controlar/eliminar as causas de seus problemas CONTROLE DO BIOFILME SUPRAGENGIVAL – métodos mecânicos e químicos • Controle do biofilme: remoção do biofilme dental de uma forma regular prevenindo seu acúmulo sobre os dentes e as superfícies gengivais (feita pelo paciente na casa dele para manter por mais tempo o que foi feito durante a raspagem e alisamento radicular no consultório pelo dentista) Se esse controle não for feito, depende do tempo de cada paciente, mas vai desenvolver os sinais clínicos de gengivite (que precede a periodontite) • Saúde periodontal: equilíbrio entre a formação de biofilme que está na superfície do dente do paciente e a resposta do hospedeiro, os tecidos de suporte do dente estão preservados • Doença periodontal: A partir do momento em que acontece um desequilíbrio entre esses fatores há o desenvolvimento da doença 1. OBS: quando é feito um adequado controle do biofilme supragengival, isso vai afetar o crescimento e a composição da placa subgengival. Portanto, retarda a formação do biofilme subgengival 2. Diminui o número total de microorganismos em bolsas moderadamente profundas e reduz ainda o número de P. gingivalis 3. É a parte crítica de todos os procedimentos envolvidos no tratamento e na prevenção da DP 4. Essencial para o sucesso em longo prazo de todo o tratamento periodontal ADEQUADO CONTROLE DO BIOFILME SUPRAGENGIVAL - > FORMA EFETIVA DE TRATAR E PREVENIR A GENGIVITE Controle mecânico: • A escova de dente: DESENHO: modelo ideal para indicar ao paciente depende da facilidade de uso e da percepção do paciente de que a escova funciona bem CERDAS: Podem ser cerdas naturais de crina ou filamentos artificiais de náilon (comercialmente se encontra mais as de náilon) Agrupadas em tufos dispostas em 3 a 4 fileiras O tipo da borda das cerdas deve ser arredondado pois machuca menos a gengiva que as bordas com corte de plano reto Dureza: macias (0.2mm), média (0.3mm), dura (0.4mm) – as recomendadas são as macias, pois são flexíveis, não traumatizam a gengiva e conseguem limpar ligeiramente abaixo da margem gengival e nas superfícies proximais. Já as médias e duras causam retração gengival e abfração FORÇA DE ESCOVAÇÃO: escovação vigorosa (recessão gengival, ulceração, defeitos em forma de cunha na cervical – não é necessário para remoção eficaz da placa). Instruir o paciente a segurar a escova apenas como o polegar e o indicador, isso vai impedir que seja feita uma força durante o movimento que normalmente se faz quando segura a escova com toda a palma da mão SUBSTITUIÇÃO: substituídas periodicamente a cada 3 meses (tempo estimado com uma escovação adequada, porém sempre que as cerdas estiverem desgastadas devem ser trocadas) Recomendações para o paciente na primeira consulta: as escovas de cerdas macias e de náilon limpam efetivamente, permanecem por um período razoável e não tendem a traumatizar a gengiva ou as superfícies radiculares. As escovam devem ser substituídas a cada 3 meses ou quando as cerdas começarem a abrir. Se os pacientes perceberem algum benefício de desenho característico de escova eles devem utilizar se as outras características estiverem ok. O tamanho da cabeça da escova deve ser até 2 molares, mais que isso é muito grande e não vai alcançar os dentes do fundo OBS: escova de dente elétrica: movimentos oscilatórios e rotatórios. Indicados para pacientes que realizam uma escovação precária, crianças e adolescentes, crianças com deficiências físicas ou mentais, pacientes com aparelho ortodôntico fixo, pacientes impossibilitados de realizar essa tarefa (idosos e hospitalizados) CONVENCIONAL X ELÉTRICA: há um pequeno aumento na remoção da placa quando usa escova elétrica, tem uma redução no sangramento gengival (6% mais efetiva em relação a redução do sangramento). Entretanto, o custo alto limita seu uso • Métodos de escovação: a melhor técnica é aquela que possibilita uma completa remoção da placa dental no menor tempo possível sem causar nenhum dano ao tecido Nenhum método de escovação foi considerado superior; para escolher então deve se levar em conta a morfologia da dentição, o tipo e a gravidade da destruição periodontal e a habilidade manual do paciente Técnicas podem ser mudadas dependendo das alterações morfológicas decorrentes do tratamento O método de escovação é classificado com base na posição e movimentação da escova ESCOVAÇÃO HORIZONTAL: técnica de Scrub, mais comumente utilizada. A cabeça da escova perpendicular à superfície do dente e aplica-se o movimento horizontal Faz o movimento a cada 2 dentes, repetindo de 5 a 6 vezes Superfícies oclusais, linguais e palatinas: boca aberta Superfícies vestibulares: boca fechada ESCOVAÇÃO VERTICAL: técnica de Leonard, cabeça da escova perpendicular a superfície do dente e aplica-se o movimento vertical Movimentação para cima e para baixo ESCOVAÇÃO CIRCULAR: técnica de fones, com a boca fechada a escova é colocada dentro da bochecha, e com movimentos rápidos e circulares indo da gengiva da maxila até a gengiva da mandíbula com leve pressão a limpeza é feita ESCOVAÇÃO SULCULAR: técnica de Bass, método que enfatiza a limpeza da área diretamente abaixo da margem gengival e também subgengival. Muito importante para o paciente que tem doença periodontal 1- Cabeça da escova posicionada obliqua voltada para o ápice radicular 2- As cerdas são direcionadas para dentro do sulco em ângulo de 45° com o longo eixo do dente 3- Escova é deslocada no sentido antero-posterior com movimentos curtos sem remover a cerda do interior do sulco 4- Na superfície lingual e palatina dos dentes anteriores a cabeça da escova trabalha na vertical TÉCNICA VIBRATÓRIA: técnica de Stillman, cabeça da escova é posicionada numa direção obliqua voltada para o ápice do dente. As cerdas devem estar localizadas parcialmente na gengiva e na superfície do dente, e deve ser feito uma leve pressão e um movimento vibratório no cabo Garante o massageamento e estimula a limpeza das gengivas e das áreas cervicais dos dentes Técnica de Chartes, a cabeça da escova é posicionada numa direção obliqua à superfície dentária. As cerdas são voltadas para a superfície oclusal ou incisal. Fazer levepressão para flexionar as cerdas em direção aos espaços interproximais e fazer movimento vibratório. Ela aumenta a eficiência da limpeza das áreas proximais, sendo efetiva em casos de recessão de papila interdental (cerdas podem penetrar nos espaços interproximais) TÉCNICA DE ROTAÇÃO: indicada para pessoas com recessão gengival 1- Cabeça da escova é posicionada numa direção obliqua voltada para o ápice da raiz 2- Cerdas localizadas parcialmente na gengiva e nas superfícies dos dentes 3- Cerdas pressionadas levemente contra a gengiva 4- Escova é girada sobre a gengiva e os dentes na direção oclusal TÉCNICA DE BASS/ STILLMAN MODIFICADO: método de Bass e Stillman podem ser modificados adicionando movimentos de rotação de maneira que após os movimentos antero- posteriores, a cabeça da escova é girada sobre a gengiva e o dente na direção oclusal (ótimo para alcançar os espaços interproximais) • Frequência de escovação: 1x ao dia ou 1x a cada 2 dias é o suficiente para não desenvolver sinais clínicos de gengivite No entanto, existem outras preocupações, como a carie, mal hálito. Portanto é indicado que no mínimo a cada 48 horas em indivíduos periodontalmente saudáveis a escovação deve ser deita Já no caso de indivíduos periodontalmente comprometidos a escovação deve ser feita no mínimo a cada 24 horas (entretanto, para o paciente devemos sempre dizer que ele deve escovar de 2 a 3 vezes ao dia, e o fio dental e demais métodos auxiliares 1x ao dia) O objetivo de repetir a escovação é que a maioria dos indivíduos não consegue remover adequadamente o biofilme em uma única escovação (por isso pelo menos 2 vezes ao dia, para uma escovação complementar a outra) • Duração da escovação: duração da escovação está correlacionada com a quantidade de placa removida 2 minutos possibilitam uma ótima remoção de placa Mesma sequência para que não fique nenhuma superfície sem escovar Além disso, escovar primeiro a região mais difícil e depois a mais fácil (porque o paciente vai cansando e diminuindo a eficácia da escovação) Recomendações para o paciente: pequenas mudanças no próprio método de escovação do paciente 1- Pergunta como o paciente costuma a escovar os dentes primeiro 2- Escolhe a técnica que estiver mais próxima do que ele nos falou e começa a adaptar por aí • Auxiliares de limpeza interdentária: qualquer escova de dente independentemente do método de escovação utilizado não remove completamente o biofilme das superfícies interdentais. A remoção da placa interdental é crucial para aumentar os efeitos da escovação pois a maioria das doenças gengivais se inicia nas regiões interproximais A utilização desses métodos vai depender de: 1- Arquitetura dentária do paciente 2- Presença de furca 3- Alinhamento dentário 4- Aparelhos ortodônticos e PF 5- Facilidade de uso e cooperação do paciente Pacientes com doença periodontal: grandes espaços abertos entre os dentes e longas superfícies radiculares expostas FIO DENTAL: método mais amplamente recomendado para a limpeza das superfícies proximais o Fio de náilon multifilamentado torcido ou não torcido, laçado ou não laçado, encerado ou não encerado, fino ou grosso o Fios monofilamentados feitos de um material tipo teflon Não existe diferença na capacidade dos vários tipos de fio (a única coisa é que a fita é achatada e o fio é circular, então as vezes para o paciente que tem contato interproximal muito justo pode se identificar mais com o uso da fita, entretanto é mais caro) Portanto, a escolha deve ser feita com base na facilidade de uso e na preferência pessoal Como usar o fio dental? 1- Cortar um pedaço de +/- 30cm de fio 2- Enrolar quase todo em uma mão e um segmento pequeno na outra mão 3- A região que fica entre as mãos deve ser inserida entre os dentes 4- Abraçar os dentes, de forma que entre dentro do sulco gengival porem sem causar danos a gengiva 5- Remove, enrola essa parte no dedo que tem menor quantidade e solta o fio da mão que tem mais (assim estará utilizando sempre um segmento limpo de fio dental) Suporte de fio dental: pacientes sem destreza manual; pessoal de enfermagem o A desvantagem é que é rígido para manter o fio esticado e consome mais tempo do paciente Superfloss: para pacientes que tem aparelhos fixos ou PF. Ele já vem com o passa fio na ponta dele o que facilita muito na limpeza do aparelho Agulha para fio dental: para pacientes com aparelhos e PF. Passa o fio dental na agulha e depois a agulha no aparelho (demanda tempo, por isso mais fácil usar o superfloss) Fio antes ou depois da escovação? Os resultados mostram que o uso do fio dental seguido de escovação é preferível a fim de reduzir a placa interdental e aumentar a concentração de flúor na placa interdental (para que o fio dental não remova o flúor da pasta que ficou no dente) ESCOVA INTERDENTAL: adequadas para limpeza de superfícies largas, irregulares ou côncavas adjacentes a espaços interdentários que não são adequadamente limpos com o fio dental o As ameias interdentais variam bastante em forma e tamanho o Maior o espaço, maior o dispositivo de limpeza o Para o paciente que tem retração gengival o mais indicado é a unitufo, com movimento de baixo para cima na superfície radicular exposta Técnica: inseridas nos espaços interproximais e movidas para frente e para trás com golpes curtos (desde a base da gengiva até a incisal) Diâmetro da escova ligeiramente maior que a ameia dental • Raspadores de língua: papilas e sulcos no dorso da língua atuam como reservatório para bactérias e restos alimentares. Servindo como fonte de disseminação bacteriana para a superfície dentária favorecendo a formação do biofilme Pode ser feito com o raspador de língua ou com a própria escova de dente Para os pacientes que relatam ânsia, uma opção é escovar sem a pasta Controle químico • Ação das substâncias químicas: tem ação para reduzir a formação do biofilme bacteriano (bacteriostático e bactericida), porém não faz nem de perto o que a escova faz, sozinho não é capaz de fazer essa limpeza. Por isso sempre vai ser um adjunto a escovação Elas interagem com a superfície do dente, impedindo que os colonizadores primários façam a adesão a superfície e gerem a película adquirida Efeito direto na prevenção da gengivite e indireto na periodontite • Propriedades ideais: Segurança: tem que ser testada in vitro vivo antes, para monitoramento em relação a efeitos adversos (alergia, queimação...) Especificidade: agir no controle da formação do biofilme sem causar efeitos adversos na cavidade bucal (agir somente contra o biofilme, mais nada). Não pode causar afta por exemplo Estabilidade: estável a temperatura ambiente. Armazenado até chegar ao consumidor Eficácia: capacidade de ação (antimicrobiana sob a formação do biofilme dental) Substantividade: capacidade de o produto permanecer retido no local de ação (persistência da ação na boca avaliada em horas). Adsorção e retenção prolongada nas superfícies orais. Manutenção da atividade antimicrobiana • Veículos para administração: Dentifrícios: é o veículo ideal; mais fácil de usar; raramente causa reações adversas; financeiramente mais compatível; Possui abrasivos (sílica, alumina, fosfato dicalcio e carbonato de cálcio) que dão consistência de pasta e ajudam no controle da pigmentação extrínseca Possui detergentes (lauril sulfato de sódio) que promove a espuma, ajuda a dissolver ingredientes ativos e tem propriedades antimicrobianas e inibidoras de placa. O problema é que interage com a clorexidina e estrôncio. Se for recomendar clorexina para o paciente tem que dizer para bochechar 30 min depois que escovou os dentes (porque o lauril vai inativar o efeito daclorexidina) Possui espessadores (sílica e gomas) responsável por dar viscosidade Possui umectantes (glicerina e sorbitol) responsáveis por prevenir o ressecamento da pasta Possui flavorizantes (menta ou hortelã e pimenta) responsáveis pelo sabor Possui princípios ativos (substancias que são colocadas na pasta para ser especifica a um determinado sintoma (EX: fluoreto para prevenção de cárie; Triclosan anti-séptico para reduzir os microorganismos reduzindo os sintomas de gengivite e doença periodontal; amplo espectro in vitro, eficaz contra gram positivos, gram negativos e fungos, mesmo com pequenas concentrações. É bacteriostático e bactericida, dependendo da concentração. Tem propriedades anti-inflamatórias. Baixa toxidade, ausencia de efeitos colaterais Entretanto tem pequena atividade antiplaca, que pode ser aumentada pela associação com citrato de zinco, potencializando os efeitos antimicrobianos, ou com éter de polivinilmetil aumentando a sua substantividade O uso de triclosan em dentifrício reduz de forma significante a placa bacteriana e gengivite, quando comparado aos dentifrícios tradicionais com flúor É lipossolúvel, sendo necessário o laurel sulfato de sódio e propilenoglicol para dissolve-lo e tornar hidrossolúvel CURIOSIDADE: pasta colgate total 12 é o único creme dental que contem triclosan com um copolímero. Triclosan é um ingrediente antibacteriano que é efetivo no controle de uma vasta gama de bactérias. O copolímero é usado na formula para prolongar a retenção do triclosan nos tecidos orais moles e duros, e na placa. Sem o copolímero, o triclosan seria rapidamente perdido na boca, reduzindo seu efeito clinico Pirofosfato para inibição da formação e crescimento de cristais de fosfato de cálcio sendo anticalculo; Citrato de Zinco também anticalculo; Polifosfatos que são clareadores; Estrôncio e K que são dessensibilizantes; Cloreto de cetilpirididio- ccp antibacteriano Bicarbonato de sódio conversão dos CSV fétidos em formas não voláteis, que não causam mal odor (superior ao dentifrício fluoretado). Cloreto de zinco conversão dos CSV fétidos em formas não voláteis, que não causam mal odor Spray: interessante para pacientes pós cirúrgicos pois pode direcionar a aplicação sobre o local necessário. (clorexidina por exemplo tem muita reação adversa, então é interessante aplicar somente no local desejado) Reduz a dose Eficazes para inibição da placa como os colutórios Grupos incapacitados física e mentalmente é muito indicado Colutórios: são menos complexos pois tem menos componentes que a pasta O enxaguante bucal é um suplemento à limpeza mecânica dos dentes, gengivas, outros tecidos bucais e, especialmente, o dorso da língua A maioria dos enxaguantes comerciais mascara os odores e tem um efeito de curta duração, pouco mais de 30 min, assim como provêem propriedades anti-sépticas Formulações dos enxaguantes bucais: a dificuldade na formulação de um enxaguante para o tratamento da halitose envolver eliminar os microrganismos patogênicos e ao mesmo tempo manter o balanço da flora normal, bem como prevenir um aumento da proliferação dos patógenos oportunistas Enxagues não podem eliminar todos os micróbios patogênicos, a maioria dos quais sobrevie aos ataques dos anti-sépticos protegidos por espessas camadas de placa e muco Geralmente são soluções aquosas com flavorizantes, corantes e preservativos (benzoato de sódio) Alguns possuem álcool etílico (para estabilizar os ingredientes ativos e melhorar o tempo de vida). Entretanto, pode causar ardência porque desidrata a mucosa acelerando processo de descamação e aumentar a halitose OBS: PROPOSTAS PARA CONTROLE DA HALITOSE USANDO ENXAGUANTES: 1- Mascarar a halitose através de sabores e essências artificiais agradáveis (dura no max 30min, mas já dá uma aliviada para o paciente) 2- Reduzir a formação dos CSV (compostos sulfurados voláteis) através do controle do crescimento/metabolismo dos microrganismos gram-negativos da cavidade oral 3- Conversão dos CSV fétidos em formas não voláteis, que não causam o mau odor Irrigadores: espirrar agua sob pressão ao redor dos dentes; coloca o agente químico dentro do irrigador. Removem apenas resíduos, com pouco efeito sobre os depósitos de placa, ou seja, não remove biofilme • Agentes químicos: Clorexidina: anti-septico de amplo espectro que age em bactérias gram-positivas, gram- negativas, alguns vírus, leveduras e fungos O bochecho de clorexidina (0,2%) por uma semana reduz o ph da língua para 0,7 unidade de ph. Reduz em torno de 57% do odor nasal e 40% do odor da lingua Inibe a reprodução da placa e a gengivite Dicatiônica – cátions de clorexidina com carga positiva extremamente interativa com os ânios Clorexidina interage com a superfície do dente e também com a superfície dos microorganismos, impedindo a formação do biofilme Substantividade muito alta – chegando até a 12 horas de ação Usos clínicos: como complemento à higiene e à profilaxia profissional (recebe o paciente com gengivite a primeira vez, faz o controle de placa no consultório, ensina a correta maneira de limpeza em casa e marca o retorno depois de uma semana para avaliar como foi o controle dele nessa 1 semana) porque se passar na primeira consulta o CD não vai conseguir avaliar a resposta do paciente à instrução de higiene oral (a clorexidina vai tirar e não vamos ver se ele está escovando certo) ENTÃO QUANDO PASSAR CLOREXIDINA? Quando a escovação está comprometida pelo desconforto e dor, ou em casos de sensibilidade pós tratamento e cirurgias orais (fez cirurgia e não vai dá para escovar aquela região por uns dias). Em casos de pacientes deficientes físicos ou mentais. Indivíduos clinicamente comprometidos predispostos a infecções orais. Em terapia ortodôntica como complemento pela dificuldade de higiene. Paciente com halitose. OBS: pode ser tratada a saburra lingual com a clorexidina (escovando a língua com clorexidina) essa aplicação tópica reduz o efeito colateral na boca e ajuda a solucionar o problema existente EFEITOS COLATERAIS: Manchas acastanhadas nos dentes, em alguns materiais restauradores e no dorso da língua. Perturbação do paladar Utilizar até o paciente restituir sua higiene normal (já pode escovar? Suspende o uso) Fenóis e óleos essenciais: alternativas no lugar da clorexidina (paciente que não colabora, ou que já usou clorexidina e não dá para estender mais tempo) pode entrar com listerine que são menos eficazes porem ajudam também Substantividade é menor, então tem que indicar o uso mais vezes ao dia Bacteriostáticos: rompimento da parede celular bacteriana; inibição do sistema enzimático; afetam na formação da placa Peróxido de hidrogênio: bochecho/gargarejo a 1,5% pode reduzir temporariamente a halitose (H2O2 3% é o comercial) Alternativa para saburra lingual no lugar da clorexidina (controle parecido, porem com menores efeitos colaterais) É um poderoso oxidante que mata a maioria das bactérias, incluindo anaeróbicas. O uso prolongado pode ser nocivo (pode causar irritação nas mucosas, pele e olhos; e ingerido pode causar sangramento interno) Inalação em concentrações superiores a 10% pode causar irritação pulmonar severa Gera radicais livres hidroxila implicados no processo de envelhecimento dos tecidos Ozônio: ação bactericida. Possui grande atividade desinfetante na forma de agua ozonizada e é considerado capaz de prevenir o mau hálito Não causa qualquer mudança patológica na mucosa oral e pode ser usada com segurança como bochecho Amônios quartenários: alternativa também. Cepacol Tem adsorção rápida e quantitativamente, porem a efetividade é baixa Aumenta sua eficáciautilizando 2 vezes ao dia EFEITOS ADVERSOS DOS ENXAGUANTES: 1- Irritações generalizadas na cavidade bucal 2- Descamação, ulceração, inflamação, gengivite e petéquias 3- Alergenios em potencial 4- Quando presente álcool pode ressecar os tecidos orais, aumentando a descamação celular e a halitose Motivação e educação do paciente: Cada paciente vai ter sua peculiaridade (instruções diferentes) Reforço constante (toda sessão tem que falar sobre higienização) Reforçar as mudanças positivas (falar o que melhorou para incentivar ele e depois mostrar o que falta) Participação do paciente (e correção do que ver errado) • Elementos mais críticos e difíceis: 1- Compromisso do paciente 2- Visitas de retornos regulares • Paciente: 1- Receptivo e entender os conceitos de patogênese, tratamento e prevenção da doença 2- Estar disposto a mudar os hábitos de vida 3- Adquirir habilidade manual e manter os hábitos para estabelecer um regime efetivo de controle de placa 4- Apto a ajustar práticas e valores para acomodar novo regime TERAPIA PERIODONTAL INICIAL A partir do momento que o paciente foi diagnosticado com periodontite, independentemente do tipo e da gravidade sempre vamos começar o tratamento pela terapia periodontal inicial (se precisar por exemplo trocar uma restauração, ou uma prótese, não importa, primeiro começa com a terapia inicial e depois vai para as outras especialidades para esses tratamentos mais eletivos) • Patogênese da periodontite: o fator etiológico primário é o acumulo de biofilme na superfície do dente. Entretanto, precisa ter também microrganismos específicos no local que vão induzir o processo inflamatório, gerando uma resposta do hospedeiro. É por meio dessa resposta exarcebada (onde as células produzem citocinas, metaloproteinases de matriz e anticorpos) que vai ter uma alteração do metabolismo do tecido ósseo e o aparecimento dos sinais clínicos da DP (formação de bolsas periodontais, recessão gengival, perda óssea, mobilidade dentária, lesão de furca e presença de sangramento) Lembrando que todo esse processo pode ser alterado por fatores genéticos (ex diabetes) e não genéticos (ex fumo) • Objetivo da terapia inicial: eliminar o biofilme, para que essa cascata de reações seja interrompida e a doença seja estabilizada. Procedimentos fundamentais que visam eliminar os fatores etiológicos locais. Reduzindo a inflamação e estabilizando os níveis de inserção. Criar um ambiente que permita que o hospedeiro previna a recolonização bacteriana (deixar o local sem cálculos para que o paciente consiga fazer a escovação) • Avaliação e diagnóstico: anamnese, exame dos dentes, periograma • Tratamento periodontal inicial: raspagem e alisamento radicular e procedimentos que tenham como objetivo reduzir o acumulo de placa (ex: tem uma raiz residual, já planeja a exodontia dela porque só está ali ajudando no acumulo de placa) Dependendo da quantidade de sítios que tem que raspar pode variar o tempo que vai ficar com esse paciente em tratamento • Reavaliação: depois de fazer todos os procedimentos, e todo o alisamento marca o retorno para o paciente daqui 30 dias. Nesse dia deve repetir o periograma, e ver se teve redução da profundidade de sondagem e ausência de sangramento (conseguiu estabilizar esse sitio). Comparação com o periograma inicial SUGESTÃO: com 15 dias chama o paciente de volta para fazer mais uma limpeza e controle do biofilme supra gengival (não pode passar sub porque o tecido está se reparando do tratamento inicial que foi sub) OBS: paciente fumante reavalia de 45 dias a 2 meses e não com 30, porque sua cicatrização é mais lenta • Tratamento periodontal inicial: se comparar o periograma e ficaram algumas bolsas remanescentes, pode repetir a raspagem em campo fechado. Então volta para o tratamento periodontal inicial • Manutenção: se na reavaliação deu tudo certo e houve melhora do quadro e está tudo se estabilizando, o paciente vai agora para a manutenção OBS: recessão não volta, não tem como criar uma nova inserção. A não ser que faça procedimento de regeneração (que é cirúrgico) ou um recobrimento radicular por enxerto. O grande problema é que o paciente com DP geralmente já tem perda óssea, e perda de papila o que fica difícil fazer o recobrimento radicular. Infelizmente é uma sequela da doença que muitas vezes não dá para resolver. Portanto, o tratamento periodontal inicial estabiliza a doença, mas não ganha inserção • Tratamento cirúrgico: fez a reavaliação, e o paciente tem muitas lesões de furca, bolsas extremamente profundas, áreas de difícil acesso, compensa ir para o tratamento cirúrgico (abertura de retalho, raspagem em campo aberto) para ter um acesso maior aquela área e a raspagem ficar mais efetiva. Depois de 2 a 3 meses de tratamento cirúrgico é necessário fazer a reavaliação e depois a manutenção Etapas do tratamento periodontal: 1- Motivação e instrução do paciente: EDUCAÇÃO DO PACIENTE: explicar para ele o que ele tem (ele tem que entender a DP e as suas consequências), explicar qual o papel dele durante o tratamento REFORÇANDO AS MUDANÇAS POSITIVAS: para que ele não desanime, mostrar sempre o que melhorou ao mesmo tempo que diz o que ainda falta fazer e o que ele ainda tem que melhorar (o paciente tem que estar disposto a mudar os hábitos de vida, estar apto a se ajustar para acomodar os novos regimes, entender seu papel no tratamento e manutenção, estar ciente que a raspagem e o alisamento radicular periódicos associados a cuidados caseiros diminuem a perda de suporte em longo prazo) o Evidenciação de placa com corante: pode ser usado para demonstrar as mudanças que tiveram e as que ainda precisam ser feitas na higiene do paciente, pois ele cora o biofilme presente na cavidade oral. Pode ser por meio de soluções (aplicadas com auxílio de uma bolinha de algodão) ou pode ser com pastilhas (são mastigadas durante 30 segundos, seguida de enxague da cavidade bucal) DESENVOLVER UMA ESTRATÉGIA DE CONTROLE DE PLACA: estabelecer um método especifico para cada paciente de acordo com hábitos, qualidade de vida, complexidade de caso. o Fazer instrução e supervisão repetidas o Participação do paciente: fala para ele levar a escova e escovar na sua frente para ver os erros e acertos o Correção dos erros 2- Tratamento periodontal não cirúrgico: RASPAGEM: procedimento pelo qual a placa e o cálculo são removidos das superfícies dentárias supra e subgengivais ALISAMENTO RADICULAR: o cálculo incrustado e porções do cemento são removidos das raízes para produzir uma superfície lisa, dura, limpa e biocompativel com os tecidos gengivais Objetivos da RAR: 1- Eliminar ou substituir uma microbiota patogênica por uma microbiota associada a saúde (cálculo não causa DP, é um fator retentivo, garante que o biofilme (placa não mineralizada que está na superfície do cálculo) esteja em contato íntimo com a gengiva 2- Transformar bolsas ativas (que estão sangrando) em inativas (as vezes não consegue reduzir o tamanho do sulco, mas inativa ele já funciona) ou sulcos rasos e sadios. Agora se continuar sangrando, ainda tem processo inflamatório, então precisa intervir de novo 3- Produzir superfície radicular compatível com nova inserção 4- Ganho de inserção clínica (é muito difícil, geralmente não consegue) • Dois métodos podem ser utilizados: Instrumentação manual: Princípios gerais da instrumentação: Posicionamento do paciente (posição supina com a boca próxima ao apoio de cotovelo) e operador (de forma que os pés estejam planos ao solo, as coxas paralelas ao solo, coluna reta e cabeça ereta) com máxima acessibilidade CADEIRA: arcada superior 180°Arcada inferior 120° REFLETOR: arcada superior: de frente Arcada inferior: de cima Visibilidade, iluminação e afastamento: afastar bochecha, língua e lábios. Pode ser de forma direta ou indireta (com auxílio do espelho clinico) Manutenção do campo limpo: cálculo supra e subgengival logo abaixo da margem gengival (o tempo todo sugando, limpando, jogando ar) para ficar fácil de enxergar os cálculos e o que tem que remover ainda Condições do instrumental (afiação, ativação) Três tipos de instrumentação: Exploratória: reconhecimento inicial da extensão e natureza dos depósitos de cálculo e de irregularidades na superfície radicular, margens de restaurações e cáries (visual + exploração tátil). É feita antes e depois da raspagem para reavaliar os resultados obtidos depois, se a superfície ficou dura e lisa Ponta do instrumento é introduzida com cautela até a base da bolsa, e faz movimentos exploratórios leves no sentido vertical. A polpa dos dedos é capaz de sentir vibrações pela haste/cabo do instrumento Também faz a exploração com instrumento para observação de furcas Raspagem: o principal requisito é a estabilização do instrumental para ter uma raspagem controlada, efetiva e sem causar danos ao paciente e ao profissional Movimento de punho e antebraço Segundo ponto é a adaptação do instrumento, deve acomodar a extremidade ativa do instrumento conforme o contorno da superfície dentária. Para evitar traumas no tecido e garante eficácia máxima. Além disso, a angulação do instrumento (formado entre a face coronária da lamina e o dente) é importante, pois se for muito pequeno não consegue raspar (estaria só alisando o cálculo) e se for muito amplo vai dilacerar a gengiva. Portanto o ideal é de 45 a 90° com o longo eixo do dente Por último, o movimento de raspagem deve ser adequado. Pressão lateral entre a borda cortante e a superfície radicular; vários movimentos curtos e firmes; movimento forte de tração; parte final da haste paralela ao longo eixo do dente Alisamento radicular: movimento longo em golpe, com objetivo de eliminar o resto de cálculo que ficou e promover o alisamento da superfície. Movimento moderado a leve de tração (golpe de acabamento) Vários movimentos longos de impulsão Parte final da haste paralela ao longo eixo do dente OBS: a direção do movimento de raspagem pode ser: apico-coronário, horizontal ou obliquo. Isso desde que o ângulo de corte esteja em contato com a superfície que está sendo raspada Raspagem supragengival: Procedimento inicial (primeira consulta para tirar o máximo e depois planejar as raspagens sub) Remoção de cálculo supragengival Cálculo menos retentivo e calcificado Fácil acesso/visibilidade direta Pode ser completada em uma sessão Cinzéis, foices, enxadas e curetas OBS: precisa anestesiar? Depende da sensibilidade do paciente, perguntar e observar também os sinais que o paciente demonstra Vantagens: Alteração na microbiota supragengival Melhoras clinicas: diminui sangramento marginal e bolsas sem alterar o nível de inserção (isso além de ajudar no tratamento motiva o paciente) Superfície dental não favorável ao acúmulo de depósitos Afeta ambiente subgengival Facilita realização do exame periodontal Raspagem subgengival: (apenas os sítios que o paciente tem bolsa) Preferencialmente sob anestesia local Cálculo mais duro e resistente Visibilidade comprometida Sensibilidade tátil Movimentos limitados Vantagens: Diminuição dos patógenos periodontais Diminuição da profundidade de bolsa Raspadores sônicos e ultrasônicos: remoção de cálculos pesados e/ou bem aderidos e manchas (remoção com rapidez e menos esforço). Agiliza a raspagem supra inicial, porém não consegue tirar tudo, portanto, é um complemento da raspagem manual. As irregularidades na raiz devem ser removidas com instrumentos manuais (alisamento) Técnica: Toque e pressão leve Movimentos contínuos, constantes e rápidos Ponta deve estar paralela à superfície do dente Porção final da ponta deve tocar no depósito para fratura-lo e remove-lo Instrumento segurado em caneta modificada, com um apoio digital ou extra oral Não ficar muito tempo no mesmo dente pois aquece demais (vai caminhando, depois volta) Desvantagem: Prejudica a sensibilidade tátil Visibilidade ruim devido ao spray Contraindicações: Pacientes que usam marca-passo Pacientes que tem doença transmissível (por conta de liberar muito aerossol) Polimento: remoção de placa bacteriana e de ranhuras e sulcos resultantes da RAR Jato de bicarbonato: sistema que usa um jato de agua, ar e pó abrasivo (bicarbonato de sódio) sob pressão. Incidência do fluxo em ângulos de 45° 85°; distancia de pelo menos 0,5mm; atingir apenas os dentes (evitar gengiva e mucosa); movimentos de pincelamento sempre em direção a incisal 3- Procedimentos complementares: são todas as manobras terapêuticas que visam facilitar a higienização pelo paciente, onde é removido fatores adicionais de retenção de placa o Restauração de lesões cariosas o Correção de próteses mal-adaptadas o Tratamento de áreas de impactação alimentar o Tratamento de trauma oclusal o Splintagem: contenção provisória (quando os dentes estão muito mole e precisamos manter por mais um tempo na boca até fazer as próteses). Faz o condicionamento ácido na superfície do dente; adesivo; fotopolimeriza; coloca contenção com fio rígido de orto (molda os dentes, manda para o protético que dobra o fio, e na clínica seguinte é só instalar) e prende nos dentes com bolinhas de resina. Temos que ensinar como higienizar a região, porque não consegue mais passar o fio dental como antes. Para não virar fator retentivo de placa o paciente tem que colaborar o Pequenos movimentos ortodônticos (que estejam ajudando no acumulo de placa) o Eliminação de dentes condenados o Ajuste oclusal OBS: interlig: compósito reforçado com fibras de vidro. As fibras de vidro já são impregnadas na resina composta fotopolimerizavél, dispensando qualquer outro tipo de adesivo ou resina para impregna-las. A pré impregnação facilita o seu manuseio e melhora a união entre as fibras de vidro e resina composta • Resultados do tratamento periodontal inicial: Melhoras clinicas: Redução de patógenos periodontais Redução na profundidagem de sondagem Ganho de inserção clínica (mesmo que pouca) Redução na mobilidade dental (dependendo do grau) Resolução da inflamação e do sangramento (porque tirou o fator etiológico) O problema: (contração do tecido durante o tratamento), e aí se desenvolver esses dois pontos o paciente não vai conseguir escovar Sensibilidade dentinária Recessão gengival Reparação histológica: depois que rapa o dente os tecidos vão formando nessa ordem. Isso é uma REPARAÇÃO e não uma REGENERAÇÃO. O epitélio juncional longo se multiplica primeiro e ocupa o lugar dos outros tecidos, por isso não há tempo de haver uma regeneração Tecido epitelial: 1 semana Tecido conjuntivo: 40 dias Ligamento periodontal: +/- 45 dias Tecido ósseo: 60-90 dias Limitações da RAR: Habilidade do operador Profundidade da bolsa Anatomia radicular Acesso inadequado Instrumental cego Cálculos residuais (bolsas profundas, áreas de furca, ângulos proximais, junção cemento/esmalte, superfícies côncavas) • Manutenção: uma manutenção periódica e satisfatória se faz necessária para que o resultado alcançado com o tratamento periodontal seja duradouro • Considerações finais: 1- A RAR é o método mais eficaz na busca por uma superfície radicular descontaminada 2- A instrumentação subgengival deve visar a eliminação da maior quantidade de cálculoda superfície radicular 3- E é principalmente a conscientização do paciente e a realização de medidas corretas de higiene bucal que mantém a saúde dos tecidos periodontais ao longo do tempo TERAPIA PERIODONTAL DE SUPORTE (manutenção após o tratamento periodontal inicial) Acompanhamento continuo do paciente em intervalos regulares após a terapia periodontal ativa (inicial) para prevenir a reinfecção e uma progressão continua da doença periodontal após a terapia. Quanto maior o risco de infecção do paciente, maior a frequência de um acompanhamento • Estudos clínicos: os cuidados na manutenção profissional após a terapia é parte integrante do tratamento. Único meio de garantir a manutenção por um longo período dos efeitos benéficos da terapia. A terapia de suporte feita em intervalos regulares, pode, pelo menos até certo ponto, compensar o padrão de higiene oral pessoal “deficiente” • Após tratamento periodontal inicial: microrganismos não são totalmente eliminados, permitindo a recolonizarão, dando progressão da doença. Isso pode ser impedido com a remoção dos depósitos supra e subgengivais em intervalos regulares na terapia periodontal de suporte • Objetivos da TPS: minimizar a recorrência e a progressão da DP em indivíduos que tenham sido tratados previamente de periodontite e gengivite; reduzir a incidência de mortalidade dentária por meio do monitoramento da dentição (afinal o paciente estará sempre no consultório); aumentar a probabilidade de localizar e tratar, periodicamente, outras doenças e condições encontradas na cavidade bucal Sequência de procedimentos clínicos: A consulta de manutenção deve durar 1hora 12 a 15min iniciais faz um exame de reavaliação: 1- Atualizar as informações sobre a saúde geral e nas medicações 2- Exame extra e intra oral dos tecidos moles 3- Teste de vitalidade nos dentes pilares das próteses, para ver se não teve nenhuma alteração endodôntica 4- Exploração de lesões cariosas e conferir as restaurações 5- Fazer o periograma completo da boca toda (índice de placa e sangramento; profundidade de sondagem; sangramento a sondagem; nível de inserção; lesão de furca; mobilidade) 15 a 45min faz motivação, reinstrução e instrumentação: 1- Para os pacientes que estão realizando um adequado controle de placa temos que fazer o reconhecimento 2- Para os pacientes que apresentam uma piora na pratica de higiene oral temos que fazer uma motivação adicional 3- E para os que estão fazendo uma escovação traumática, temos que reinstruir e corrigir aquela escovação 4- Reinstrumentação (RAR) dos sítios que apresentarem sinais de inflamação e/ou atividade de progressão da doença de acordo com o novo periograma feito nos primeiros 15min (no resto da boca se o paciente tiver contenção ou placa acumulada passa a cureta ou ultrassom, mas na subgengival apenas nos sítios que tiverem precisando de acordo com o novo periograma) Tratamento dos sítios reinfectados: 1- Se houver sítios reinfectados que não vai dar para raspar dentro desses últimos 30min (sitio profundo que tem furca, ou precisa de anestesia...), irá marcar uma consulta adicional para fazer um tratamento dos sítios reinfectados com mais tempo (tempo para marcar a nova consulta. NÃO vai fazer na hora). MAS, se forem muitos sítios nessa situação é um caso de retratamento e não de reinfecção (começa tratamento periodontal inicial novamente) 45 a 60min faz polimento, flúor, próxima visita: 1- Polimento de toda a dentição para remoção dos depósitos moles remanescentes e pigmentos 2- Flúor é então aplicado a fim de repor a perda desse elemento causada pela RAR Frequência das visitas: Vai ser feita de acordo com três níveis de avaliação de risco: (nível do paciente, nível dos dentes, nível dos sítios) 1- Nível do paciente: baseado na avaliação de risco individual de susceptibilidade a progressão da doença É feito um diagrama funcional para avaliação de risco. Cada parâmetro apresenta sua própria escala de risco (leve, moderado e alto) e o perfil de risco total que vai determinar a frequência e complexidade das visitas SANGRAMENTO À SONDAGEM: parâmetro inflamatório com objetivo de determinar atividade de doença. Sangramento: indicativo para progressão de doença (30%) Ausência: alto valor de previsão negativo (98,5%) PREVALENCIA DE BOLSAS RESIDUAIS > 5MM: reflete a existência de nichos ecológicos de onde se originam as reinfecções PERDA DE DENTES DEVIDO A DOENÇA PERIODONTAL: representa o ponto final no histórico do paciente PERDA DE SUPORTE PERIODONTAL EM RELAÇÃO A IDADE: perda de osso alveolar na região posterior da maxila. 1mm equivale a 10% Percentual é dividido pela idade do paciente 1- Com a régua milimetrada mede quanto perdeu de osso e divide pelo tanto que deveria ter de osso normalmente (do ápice do dente até o nível de junção cemento esmalte) 2- Multiplica por 100 para obter a porcentagem 3- Essa porcentagem divide pela idade do paciente e o resultado será o índice de perda óssea CONDIÇÕES SITÊMICAS: na presença de fatores de risco conhecidos cientificamente, a região de alto risco será marcada no diagrama Diabetes: diminuição nos mecanismos de defesa e aumento a susceptibilidade a infecção. Maior prevalência e severidade em pacientes com diabetes descompensado; considerado a sexta complicação do diabetes; tendência a aumento gengival, pólipos gengivais, formação de abscessos, bolsas periodontais profundas, perda óssea rápida; maior perda de inserção, aumento no sangramento a sondagem e aumento na mobilidade. FATORES EMBIENTAIS: Tabagismo: é o principal fator de risco para a periodontite (aumenta perda de inserção; perda óssea; envolvimento de furca; profundidade de sondagem) Calculando o risco periodontal individual: 2- Nível dos dentes: POSIÇÃO DO DENTE NA ARCADA: dentes com apinhamento tem aumento de retenção de placa (gengivite crônica) ENVOLVIMENTO DE FURCA: dentes multirradiculares com envolvimento de furca parecem ter alto risco para perda dentária durante a fase de manutenção FATORES IATROGÊNICOS: ex restaurações com sobras que o dente fica inflamando a todo momento SUPORTE PERIODONTAL RESIDUAL: grande perda do periodonto de suporte e o dente fica solto MOBILIDADE 3- Nível dos sítios: SANGRAMENTO A SONDAGEM: ausência de sangramento à sondagem é um parâmetro confiável para indicar estabilidade periodontal PROFUNDIDADE DE SONDAGEM E NIVEL DE INSERÇÃO: a primeira avaliação periodontal após a cicatrização da terapia periodontal inicial deve ser considerada a medida de referência para comparações futuras em um acompanhamento clinico de longo prazo SUPURAÇÃO: após a terapia, a supuração de uma lesão pode ser uma evidencia de que o sitio periodontal está em um período de exarcebação EXEMPLO: Independentemente do risco, na primeira manutenção é bom chamar depois de 3 meses, pois será a primeira vez, e é bacana ver como está a evolução do caso para não ter surpresas depois de muito tempo. Depois dessa primeira manutenção, aí sim, de acordo com o risco de cada paciente, você determina o tempo de retorno HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA CERVICAL (HSDC) Condição dental relativamente comum e dolorosa, que não pode ser explicado por nenhuma outra forma de patologia (no dente não tem carie, não tem fratura, perfuração... nada que justifique aquela dor) A dor acontece por meio de estímulos químicos, térmicos, mecânicos e osmóticos aplicados sobre a dentina exposta • Como é a dor? Curta e aguda, normalmente com início rápido e passageiro Terminologia empregada: HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA CERVICAL Sensibilidade dentinária Hipersensibilidade dentinária Hipersensibilidade da dentina Hipersensibilidade/sensibilidade cervical Hipersensibilidade/sensibilidade radicular Hipersensibilidade/sensibilidade cementária Hiperestesia dentinária Prevalência: um em cada seis pacientes apresentam algum dente sensível Prevalência maior a partir dos 30 anos até os 60 anos, depois dos 60 anos vai tendo obliteração da câmara pulpar, o que reduz a sensibilidade Não existe diferença na prevalência quanto ao sexo Alta prevalência em pacientes em tratamento periodontal (84%) Pacientes fumantes apresentam maior risco de recessão e HSDC o Face vestibular geralmente é a mais acometida Mecanismo: • Teoria hidrodinâmica: propõe que estímulos sobre a superfície dentinária exposta causam um deslocamento do fluido existente no interior dos túbulos dentinários, e essa perturbação mecânica causa uma pressão nos prolongamentos dos odontoblastos e consequentemente uma estimulação das fibras nervosas adjacentes, causando dor Tubulos dentinários: são canalículos que atravessam a dentina e alojam os prolongamentos odontoblásticos e estão em contato com as fibras nervosas A medida que vai chegando mais próximo da polpa o diâmetro e o número dos canalículos vão aumentando (ou seja, sensibilidade também vai aumentando) Smear Layer: é um filme de resíduos microcristalinos no tecido mineralizado radicular criado quando os tecidos dentais são cortados ou abrasionados, tanto com instrumentos rotatórios ou manuais, obliterando os túbulos dentinários. No caso de uma restauração nós passamos ácido para dissolver essa película e permitir que o adesivo entre nos túbulos. Já quando se trata de HSDC é importante que os túbulos fiquem sim obliterados para bloquear a movimentação dos fluidos e a sensibilidade Clinicamente a smear layer resulta de desgaste, como por exemplo: escovação, aglomerações de proteínas, placa, etc.…, sendo que os ácidos da dieta são capazes de remove- la. Portanto, a longeividade da smear layer depende, provavelmente das condições, sua criação e de seu ambiente Dissolução da SL expõe a dentina tornando-a mais permeável e sensível (por isso a dieta do paciente é muito importante) • Estímulos para a dor: Mecânicos: após preparos cavitários e protéticos; raspagem radicular ou cirurgia periodontal; escovação inadequada; forças oclusais não balanceadas; jogar arzinho no consultório (evaporação do fluido causando o estimulo) Térmicos: diferenças térmicas dos alimentos; choques súbitos de temperatura (sorvete, agua gelada) (FRIO: contração do fluido) (QUENTE: expansão do fluido) Químicos: alimentos ácidos, açucares (bala, chicletes) (DOCE: diferença na pressão osmótica) Estimulo tátil: movimentação do fluido Etiologia: a HSDC ocorre devido a exposição da camada de dentina após o desgaste da camada de esmalte, ou por uma exposição da raiz devido a uma recessão gengival, expondo os tubulos dentinários Abrasão: desgaste mecânico da estrutura dental pela constante fricção efetuada por um corpo estranho (ex: escovar os dentes com força, escova dura) Clinicamente aparenta-se como uma cunha, com a superfície altamente, polida, dura e lisa localizada na vestibular. Abfração/ Atrição: é uma lesão cervical, resultante de microfraturas do esmalte, provocada por flexão dos dentes em função de forças mal dirigidas (trauma de oclusão) Contato prematuro; bruxismo; apertamento dental Forma de cunha geralmente profunda; margens bem definidas; limitada a áreas cervical dos dentes Erosão: perda da estrutura mineral devido a sua dissolução por substancias acidas de origem exógena ou endógena (acomete mais a região palatina) Ex: bulimia, alimentos ácidos Amplas concavidades dentro de superfície lisa do esmalte Desgaste em superfície incisal/oclusal com exposição de dentina; translucidez incisal intensificada Recessão gengival: deslocamento da gengiva marginal apicalmente a junção amelocementaria por fenômenos inflamatórios ou traumáticos resultando em exposição radicular Não é todo paciente que tem recessão gengival que tem dor; depende da obliteração dos túbulos (a escovação forma a smear layer e ele não consome muito alimento ácido, então não tem HSDC); por isso depende muito da alimentação e estilo de vida do paciente também Tratamento periodontal: devido a raspagem e alisamento radicular, há remoção do cemento e dentina da raiz, além de causar uma recessão gengival após a eliminação da inflamação (contração do tecido e consequentemente exposição da raiz) podendo levar o paciente a desenvolver HSDC Manejo clinico: • Diagnóstico: habilidade profissional para diferenciar a dor que está relacionada a HSDC de outras patologias (dor pulpar; trincas coronárias; perda da estrutura dental por fraturas; fraturas de restaurações; carie; sensibilidade pós restauração; dente com hiperfunção). Para isso precisa ser feito uma correta anamnese e um bom exame clinico e radiográfico Anamnese: entrevista com o paciente para obter informações do histórico da dor e identificação das suas possíveis causas Quando dói? Somente com estimulo, não dói sozinho Quanto dói? Intensidade leve a moderada Por quanto tempo dói? Pouco tempo após a remoção do estimulo Exame clinico e radiográfico: estímulos térmicos (frio), estímulos mecânicos (táteis) e evaporativos (jato de ar) Dor excessiva e de curta duração? Presença de dentina exposta de aspecto normal. Não apresenta evidencia de patologia apical (fratura, carie...) • Tratamento: correto diagnóstico + identificações das possíveis causas e potenciadores, para determinar as abordagens profissionais e domesticas que serão necessárias (agentes químicos, recobrimento radicular e/ou laser) Dieta do indivíduo: EVITAR (se tomar faz um bochecho com agua e esperar a saliva neutralizar o ácido um pouco para depois escovar os dentes) Vinhos Sucos e frutas cítricas Iogurte Refrigerantes Alimentos que contém ou elevam a produção de ácidos Estado emocional: limiar de dor dos pacientes apresenta-se frequentemente diminuído quando essa passa por problemas psíquico-emocionais A HSDC possui um EFEITO PLACEBO (portanto, se houver resoluções de problemas emocionais o impacto da HSDC vai ser diminuído, melhorando a sintomatologia do paciente) Controle de placa: esse controle também pode potencializar a dor se não for feito, causando uma condição inflamatória geral na boca do paciente Recomendações: Agentes químicos: IDEAL não existe ainda, mas temos opções melhores Não irritante a polpa Relativamente não doloroso à aplicação Fácil aplicação Rápida ação Efetivo por longos períodos de tempo Sem efeitos adversos tipo manchamentos Baixo custo Efetivo (suportado por evidências cientificas que funciona) Os agentes químicos são divididos em 3 categorias: escolhe o que melhor vai fazer efeito em cada caso 1- ANTIINFLAMATÓRIO: corticosteroides (algodão embebido em Otosporim por 5 minutos, depois aplicar verniz para amalgama, para manter o efeito) 2- OBLITERAÇÃO DOS TÚBULOS DENTINÁRIOS: nitrato de prata, formalina, cloreto de zinco e glutaraldeido (cria a deposição de proteínas no interior dos túbulos dentinários). Hidróxido de cálcio, compostos fluoretados, cloreto de estrôncio e oxalato de potássio (estimulam a deposição de cristais). Vernizes e adesivos dentinarios e procedimentos restauradores (camada de recobrimento que impermeabiliza a dentina) A combinação de arginina com o carbonato de cálcio cria uma camada rica em cálcio na superfície da dentina e no interior dos túbulos, selando-ose proporcionando alivio instantâneo e duradouro com o uso frequente. Entretanto, se o uso for suspenso e o paciente estiver utilizando alimentos ácidos, tudo volta. Portanto, o uso é continuo • Dentifrícios (em casa): colgate total 12 pró alivio, ou sensodyne repair protect Gluma desensitizer é uma solução aquosa constituída pelo monômero HEMA (hidroxietilmetacrilato) e pelo agente dessensibilizante glutaraldeido. Precipitação de proteínas que obliteram os canalículos Dessensibilize NanoP foi desenvolvido com base na tecnologia de fosfato de cálcio nanoestruturado, organizado na forma cristalina hidroxiapatita (hidroxiapatita manométrica penetra com maior facilidade ocluindo os túbulos dentinários, além do efeito de despolarização de fibras nervosas pelo nitrato de potássio) (os cristais de hidroxiapatita são altamente estáveis e mais resistentes aos desafios ácidos quando comparado aos fosfatos de cálcio amorfos). VANTAGENS: aplicação fácil, rápida e segura com excelente viscosidade; fosfato de cálcio nanoestruturado com propriedades físicas e químicas potencializadoras; contém flúor e nitrato de potássio na composição; versátil indicado tanto para casos de hipersensibilidade dental quanto para remineralização; não necessita associação com dentifrício especial durante o tratamento Desensibilize é uma solução viscosa neutra que combina dois mecanismos de dessensibilização: oclusão de túbulos dentinários do cloreto de estrôncio e neural do nitrato de potássio Oxa-gel é um dessensibilizante dentinário a base de oxalato-monopotássio-monohidrogenado, o qual se combina com o cálcio ionizado na superfície dentinária, formando um complexo insolúvel de oxalato de cálcio Duraphat verniz de flúor colgate duraphat apresenta como substancia ativa o fluoreto de sódio e quando aplicado no dente libera flúor que penetra nos túbulos dentinários Clinpro-XT selante de ionômero de vidro modificado por resina. 1 dose é capaz de recobrir 6 áreas de retração. 2 pastas, que já vem com a dosagem feita. 1 aplicação é capaz de controlar a dor por 6 meses • Consultório: GLUMA DESNSITIZER (Com isolamento absoluto ou relativo, aplica uma camada fina de 30 a 60 segundos com o microbrush. Depois seca até que ele pare de brilhar e lava abundantemente com agua) NANOP (faz a profilaxia; aplica a pasta com o microbrush; fricciona com disco de feltro por 10 segundos o local; espera 5 minutos; remova o excesso com rolinho de algodão e explicar que o paciente não pode comer ou beber por 30 minutos; recomenda-se 3 a 4 aplicações com intervalo de no mínimo 3 dias) DESENSIBILIZE (profilaxia com pedra pomes e agua; aplicação na superfície cervical do dente por 10 a 20 minutos; leve fricção do produto com escova de robson ou taça de borracha; remova o excesso do produto com jato de agua ou rolinho de algodão) repita a aplicação em diferentes sessões até obter controle sobre a sensibilidade OXA-GEL (dispensa os procedimentos convencionais de profilaxia; proceda a secagem da região dentinaria sensível e o isolamento relativo com rolos de algodão; aplica o oxa-gel sobre a superfície dentinária com o auxílio de um pincel, por 2 minutos, lavando-se em seguida o excesso de gel) DURAPHAT (coloca no pote dappen e aplica na superfície com o microbrush) paciente deve ficar 2 horas sem ingerir líquidos e alimentos sólidos por 3 horas após a aplicação; não escovar os dentes nas 12 horas após a aplicação. Repetir a aplicação de 3 a 4 vezes; associação com dentifrícios CLINPRO-XT (profilaxia com pedra pomes e agua; lavar e secar com bolinha de algodão; dosagem das pastas; aglutinação por 15 segundos até as pastas ficarem homogêneas; aplica com microbrush no dente; fotoativação por 20 segundos. Não precisa ficar reaplicando, dura em torno de 6 meses os efeitos A- Usar quando tem um desgaste e aparecimento de raiz B e C- Pode usar após um preparo cavitário OBS: não fazer procedimento restaurador em casos de sensibilidade dentinária cervical. Além de não resolver terá excesso de material no local podendo dar outros problemas. Procedimento restaurador e aplicação de resina SOMENTE quando tem desgaste de esmalte (abrasão, atrição...) 3- BLOQUEIO DA RESPOSTA PULPAR: nitrato e o cloreto de potássio (o túbulo estará aberto, porem quando a fibra nervosa for estimulada ela não vai transmitir o estimulo), aumentam o potássio extracelular, despolarizando as membranas nervosas e bloqueando o estimulo Recobrimento radicular: não podemos dizer que o recobrimento radicular é o tratamento para a sensibilidade dentinária, pois se durante o recobrimento sobrar uma porção mínima de dentina ainda exposta não terá resultado, e o paciente vai continuar com dor. Ou seja, a HSDC quem trata é os agentes químicos, o recobrimento trata apenas a recessão gengival. Por isso, o mais indicado é: 1- Faz o tratamento com o agente químico 2- E só depois faz o recobrimento Laser: ótimos resultados, tem de dois tipos: ALTA INTENSIDADE: derretimento das camadas superficiais da superfície dentinária obliterando os túbulos BAIXA INTENSIDADE: analgésica, antinflamatória e de reparação dentinária por meio de produção de dentina terciaria Considerações finais: se tiver desgaste de esmalte faz a restauração, se não tiver não faz!
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