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METODOLOGIA E PRÁTICAS DA MATEMÁTICA APOSTILA

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METODOLOGIA E PRÁTICAS 
DA MATEMÁTICA
PROF.A MA. ALINE RODRIGUES ALVES ROCHA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Luana Ramos Rocha
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande 
responsabilidade sobre as escolhas que 
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida 
acadêmica e profissional, refletindo diretamente 
em nossa vida pessoal e em nossas relações 
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade 
é exigente e busca por tecnologia, informação 
e conhecimento advindos de profissionais que 
possuam novas habilidades para liderança e 
sobrevivência no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a 
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, 
capaz de formar cidadãos integrantes de uma 
sociedade justa, preparados para o mercado de 
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................................4
1. O CONHECIMENTO MATEMÁTICO AO LONGO DA HISTÓRIA: PERSPECTIVAS PARA ENSINAR ..................5
2. AS DIFERENTES VISÕES DO CURRÍCULO ..........................................................................................................6
3. A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO E AS DIMENSÕES DA MATEMÁTICA ................................9
3.1 DIMENSÃO HISTÓRICA DA MATEMÁTICA ....................................................................................................... 10
3.2 A MATEMÁTICA ALÉM DA PERSPECTIVA HISTÓRICA ................................................................................... 12
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................................................... 15
O CURRÍCULO NA MATEMÁTICA: UM DEBATE 
DE PROPOSIÇÕES PARA UM ENSINO CRÍTICO
PROF.A MA. ALINE RODRIGUES ALVES ROCHA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
METODOLOGIA E PRÁTICAS 
DA MATEMÁTICA
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INTRODUÇÃO
Na Unidade I, iremos apresentar as diversas concepções de currículo, para que você 
seja capaz de compreender de que maneira ele se materializa em sala de aula e colabora para a 
formação do aluno para a convivência na sociedade na qual está inserido. Para tanto, é primordial 
compreender que a matemática assume o papel de elemento social que busca desenvolver no 
aluno o raciocínio lógico, o pensamento concreto e abstrato e sua capacidade de compreender os 
usos da matemática em seu dia a dia. 
Objetivo
• Promover um debate sobre as diferentes concepções de currículo na escola e a forma 
como elas contribuem para a compreensão da matemática enquanto elemento social. 
Tópicos abordados
• Desenvolvimento do Pensamento Científico. 
• Aspectos políticos, sociais e pedagógicos da Matemática no ensino fundamental. 
• Ação educativa e formas de apresentação de conteúdo ao aluno. 
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ENSINO A DISTÂNCIA
1. O CONHECIMENTO MATEMÁTICO AO LONGO DA 
HISTÓRIA: PERSPECTIVAS PARA ENSINAR 
Para compreender as metodologias de ensino da matemática, é preciso aprofundar os 
estudos na questão da formulação do currículo e o espaço dessa área na formação do indivíduo. Para 
isso, compreender o conhecimento matemático, seus objetivos e elementos que o correlacionam 
com a sociedade é fundamental. Assim, podemos entender que 
A Educação Matemática, em seu sentido crítico, intenciona contribuir para 
preparar os alunos para a cidadania, estabelecendo a matemática como uma 
ciência que analisa as características críticas de relevância social, favorecendo a 
compreensão dos mecanismos sociais existentes para que ele, enquanto cidadão, 
possa dispor deles ou lutar para consegui-los, a fim de transformar a realidade 
em que está inserido (PINHEIRO; SILVA; SANTOS JUNIOR, 2007, p. 165).
Nesta perspectiva, o grande desafio é ensinar a matemática ao aluno de forma que seja 
possível que ele compreenda sua aplicação no mundo e na sociedade em que vive. É algo para 
além dos exercícios vistos como quase insolúveis ou sem usos “para a vida”. Ou, como salientam 
os autores,
A matemática, aliada à ciência e à tecnologia, poderá contribuir na criação 
de formas de manipular a maneira como as pessoas percebem a realidade, 
percepção essa que é condição essencial para a compreensão das diversas formas 
de convívio social, político e econômico (PINHEIRO; SILVA; SANTOS JUNIOR, 
2007, p. 165).
A formação de um currículo que integre tais questões e norteiem e/ou embasem as 
discussões acerca de como ensinar matemática de modo crítico é primordial. A própria Base 
Nacional Curricular Comum (BNCC) traz em sua introdução apontamentos que orientam a 
formulação de um currículo que seja voltado para um ensino que seja capaz de suprir aquilo que 
é posto como objetivo da etapa básica da educação. Para esta finalidade, a BNCC estabelece que 
O conhecimento matemático é necessário para todos os alunos da Educação 
Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja 
pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas 
responsabilidades sociais. A Matemática não se restringe apenas à quantificação 
de fenômenos determinísticos – contagem, medição de objetos, grandezas – e 
das técnicas de cálculo com os números e com as grandezas, pois também estuda 
a incerteza proveniente de fenômenos de caráter aleatório. A Matemática cria 
sistemas abstratos, que organizam e inter-relacionam fenômenos do espaço, 
do movimento, das formas e dos números, associados ou não a fenômenos do 
mundo físico. Esses sistemas contêm ideias e objetos que são fundamentais para 
a compreensão de fenômenos, a construção de representações significativas e 
argumentações consistentes nos mais variados contextos (BRASIL, 2018, p. 263).
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Existe, portanto, uma compreensão de que a matemática é uma área cujos conteúdos 
estão diretamente ligados à sociedade como um todo. Por isso, é necessário que o/a estudante 
desenvolva competências que o/a tornem capaz de viver em sociedade. 
Figura 1 – As 10 competências gerais a serem desenvolvidas na Educação Básica. Fonte: Brasil (2018).
2. AS DIFERENTES VISÕES DO CURRÍCULO 
Tradicionalmente, a matemática se construiu como uma área de estudo em que regras e 
fórmulas eram vistas como algo totalmente desvinculado da realidade social dos alunos. A visão 
da escola tradicional retratava justamente essa realidade. Pereira (2011) afirma que, ao longo da 
história, a matemática era um retrato da sociedade na qual estava inserida, por isso, sua forma 
de ensino estava diretamente ligada à concepção que aquele que ensinava tinha em relação à 
matemática. 
Paraos egípcios, por exemplo, cuja matemática era de natureza 
predominantemente prática, o ensino ministrado pelos escribas baseava-se em 
orientações e resolução de exercícios com forte acentuação na mensuração de 
terras, cálculo de áreas, estimativa de produção de grãos e do valor de impostos 
a serem cobrados da população (PEREIRA, 2011, p. 2).
Assim, cada povo dava sentido próprio à sua maneira de ensinar a matemática, pois 
ela mesma tinha um significado peculiar para cada cultura. E nesta concepção, ainda que de 
forma bastante rudimentar, percebe-se a formação de diferentes currículos. Não obstante, na 
atualidade não é diferente. Vale, porém, lembrar o que pode ser compreendido como currículo, 
para entender como se dá o seu processo de formulação. 
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O currículo tem sido visto como: (a) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos; 
(b) as experiências de aprendizagem escolares vivenciadas pelos estudantes; (c) 
os planos pedagógicos elaborados por profissionais da educação; (d) os objetivos 
a serem atingidos por meio do ensino; (e) os processos de avaliação, que afetam 
a determinação dos conteúdos e dos procedimentos pedagógicos (MOREIRA; 
CANDAU, 2006 apud MOREIRA, 2010, p. 1-2).
Para além dos aspectos que emergem e são debatidos no currículo, enquanto elemento/
documento que norteia as práticas pedagógicas e de conteúdo na escola, os autores também 
salientam que
As discussões sobre o currículo necessariamente abordam, com maior ou menor 
ênfase, os conhecimentos escolares, os procedimentos e as relações sociais que 
conformam o cenário pedagógico, as transformações que desejamos efetuar nos 
alunos, os valores que desejamos inculcar e as identidades que pretendemos 
construir. Em outras palavras, discussões sobre conhecimento, verdade, poder e 
identidade marcam, invariavelmente, as teorizações sobre questões curriculares 
(MOREIRA; CANDAU, 2006; SILVA, 1999 apud MOREIRA, 2010, p. 2).
Dito isto, é possível perceber que o currículo pode ser formulado a partir de duas grandes 
e distintas abordagens: uma centrada no conteúdo e outra centrada no aluno. 
A perspectiva da formação curricular centrada no conteúdo tem como centralidade a 
busca por uma apropriação científica e cultural que promova conhecimento acumulado, mas sem 
grandes mutações na forma de ensinar ao longo do tempo.
Figura 2 – Elementos que compõem o currículo centrado no conhecimento. Fonte: a autora.
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Já a perspectiva curricular centrada no aluno compreende que a composição curricular 
parte do próprio conhecimento do aluno e de suas experiências culturais e individuais. É uma 
concepção que tem como objetivo principal promover um conhecimento que, antes de acumulado, 
deve ser emancipatório. 
Figura 3 – Elementos que compõem o currículo centrado no aluno. Fonte: a autora.
A partir das diferentes concepções de currículo, é possível compreender como o ensino 
da matemática mudou ao longo do tempo. Se antes, com um currículo centrado puramente 
no conhecimento, o alunado deveria decorar um amontoado de fórmulas, sem compreender 
o porquê, na atualidade, temos outra realidade. O currículo centrado no aluno faz com que a 
questão da individualidade e formação em um determinado contexto assuma papel primordial 
no ensino. Assim, 
A criança começa a ser vista, dentro dessa concepção matemática, como um 
elemento ativo do processo, e as atividades desenvolvidas, com material didático 
adequado, constituem um forte estímulo para levá-la a descobrir aquilo que está 
ali, próximo a ela, no seu universo de relações com os objetos e outras crianças. 
Essa perspectiva, associada às ideias advindas do método intuitivo, da criança 
como centro do processo de aprendizagem, fundamentada na Escola Nova, dá à 
matemática [...] uma dimensão de conjunto entre seus conceitos e sua concepção. 
Essa visão ganha fôlego e predomínio nas falas presentes [...] pela associação da 
aprendizagem da matemática pela criança com os jogos, brinquedos, contato 
com objetos, e pela associação de ideias advindas da observação e manipulação 
(PEREIRA, 2011, p. 10).
 
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Considerando as questões apontadas, é possível notar que o ensino na matemática não é 
tão óbvio quanto parece, pois vai bem além de fórmulas e expressões. É preciso levar ao aluno a 
compreensão de que o conteúdo a ser aprendido é complexo e está ligado à sua convivência em 
sociedade. 
3. A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO E AS 
DIMENSÕES DA MATEMÁTICA
Uma vez que compreendemos a concepção de currículo que fundamenta nossa prática, é 
preciso entender como se dá o processo de construção do conhecimento científico no indivíduo. 
Ensinar matemática, historicamente, não tem sido visto como das tarefas mais fáceis 
e, por isso, exige do professor diferentes abordagens e metodologias. Isto porque partimos do 
pressuposto de que cada criança tem sua individualidade e sua experiência e percepção de mundo, 
de modo que cada atividade pensada e proposta poderá não favorecer todas elas. 
Na trilha pelo ensino do conhecimento matemático, portanto, o professor assumirá 
primordialmente o papel de mediador, pois é a partir da atividade mediada que o aluno 
conseguirá construir solidamente seu conhecimento. Isso requer do professor uma formação 
teórica e metodológica consistente, pois, enquanto mediador, ele necessitará mobilizar todo seu 
conhecimento relativo ao ato de ensinar e aprender em prol do conhecimento do aluno.
Assim, entendendo a matemática enquanto uma ciência dinâmica e aberta à incorporação 
de conhecimentos novos, caberá ao professor o papel de trazer para a realidade da sala de aula um 
saber matemático traduzido e acessível ao aluno. É preciso destacar, então, que
Muitos dos grandes modelos pedagógicos propostos ao longo da história estão 
vinculados a essa ideia metafísica da matemática, que pressupõe a existência de 
significados matemáticos universais e absolutos passíveis de serem descobertos 
por meio de algum método. Para Platão, por exemplo, os objetos matemáticos 
estariam situados em um mundo celestial, e o papel do mestre seria conduzir 
o seu discípulo por meio de um diálogo, aproximando-o desses entes ideais, 
método que ficou conhecido como a maiêutica socrática. Já para Rousseau, 
o conhecimento matemático seria obtido no próprio mundo empírico, do 
mesmo modo que se procede nas ciências naturais: por meio de observações 
e experimentações. O preceptor de Emílio teria apenas que propiciar o 
necessário contato com a natureza e com as coisas, retardando ao máximo o 
conhecimento dos homens, educação por ele mesmo denominada de ‘negativa’. 
Mais recentemente, o pragmatismo de Dewey procurou conciliar as perspectivas 
racional e empírica, ao considerar o conhecimento institucionalizado, 
organizado nas disciplinas escolares, e seus respectivos conceitos como sendo 
ferramentas úteis que, aplicadas à experiência do aluno, produziriam outras 
experiências cristalizadas em novos conceitos, à maneira do cientista que aplica 
leis para prever novos fatos da natureza. O método pedagógico por excelência 
seria, portanto, o método científico (GOTTSCHALK, 2008, p. 76).
Assim, mesmo entre os grandes pensadores e filósofos, respeitadas suas peculiaridades 
teóricas, destacou-se a importância do papel do professor no processo de mediação do saber 
matemático para que o aluno pudesse ter acesso e construir/evoluir seu conhecimento ao longo 
do tempo nesse campo de saber.
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Figura 4 – Características diversas de um aluno na sua relação com a aprendizagem matemática. Fonte: a autora.
Assim,como nos aponta a Figura 4, se faz necessário compreender que, considerando 
a diversidade de experiências e culturas presentes dentro de um mesmo espaço escolar, não é 
possível haver exclusivismo no método de ensino da matemática, a não ser no ponto em que o 
papel do professor e o uso de recursos metodológicos diversificados são necessários. 
3.1 Dimensão Histórica da Matemática 
A compreensão de que a matemática pode ser compreendida de maneira distinta é 
importante no processo de organização e apresentação de conteúdo ao aluno: vejamos que há a 
matemática tradicional, conforme apresentada em livros e manuais especializados (principalmente 
nos livros didáticos) e a matemática enquanto um grupo de conhecimento socialmente construído 
e presente no mundo em que vivemos. Nesta perspectiva última, 
A Matemática é um conhecimento produzido e sistematizado pela humanidade. 
Está presente em todas as ações do dia-a-dia, sendo, portanto, um saber 
histórico, com o objetivo de conhecer, interpretar e transformar a realidade. Essa 
compreensão da História da Matemática indissociável da história da humanidade 
– em processo de produção nas diferentes culturas – busca romper com algumas 
concepções fundamentadas na corrente de pensamento positivista e entender 
o caráter coletivo, dinâmico e processual da produção deste conhecimento 
que ocorre de acordo com as necessidades e anseios dos sujeitos (SANTOS; 
OLIVEIRA, 2014, p. 189). 
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Faz parte do universo humano contar, selecionar, calcular, mensurar, mesmo sem ter a 
consciência disso. Então, desde o surgimento da humanidade, é possível observar a presença 
desses comportamentos, e a matemática, enquanto conhecimento sistematizado, surge para 
organizar tais processos. 
A Matemática do homem do Paleolítico Inferior era formada de esquemas 
mentais que lhe possibilitava alterar tamanhos, aumentar ou diminuir 
quantidades e dar formas a pais e pedras, dando-lhes utilidade. Além disso, 
podiam fazer alguma classificação e seriar atividades (ROSA NETO, 2003, p. 8 
apud SANTOS; OLIVEIRA, 2014, p. 193).
Desde então, tal como a criança em suas fases iniciais de desenvolvimento, o indivíduo 
teve ações sobre objetos e espaços até atingir um determinado grau de conhecimento.
Figura 5 – O conhecimento matemático na Pré-História. Fonte: Matemática em Foco (2013).
 
Com a criança não é diferente. Ela vai agindo de forma processual, repetindo 
comportamentos e relações que se apresentavam desde os primórdios da humanidade, partindo 
de seu universo concreto até conseguir chegar ao abstrato na construção de seu saber matemático. 
Por esse motivo, é primordial que o professor conheça a história da matemática, a fim de reunir 
elementos que auxiliem em tal processo. Então, devemos partir do princípio de que 
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[...] a Matemática se justifica, nas escolas, por ser útil como instrumento para a 
vida, para o trabalho, parte integrante das nossas raízes culturais, porque ajuda 
a pensar com clareza e raciocinar melhor. Também por sua universalidade, sua 
beleza intrínseca, como construção lógica, formal etc. Assim, torna-se evidente 
a utilidade social da Matemática para fornecer instrumentos aos sujeitos, para 
atuarem no mundo de forma mais eficaz, necessitando que a escola precisa 
‘[...] desenvolver a capacidade do aluno para manejar situações reais, que se 
apresentam a cada momento, de maneira distinta (D’AMBRÓSIO, 1990, p. 16 
apud SANTOS; OLIVEIRA, 2014, p. 191).
Quem nunca ouviu a pergunta: por que estou aprendendo isso? Onde vou usar isso na 
vida? Ora, entender a história da matemática perpassa o fato de mostrar ao aluno, de maneira 
concreta, quais as aplicações desse conhecimento em seu cotidiano. E, para além disso, auxiliá-lo 
a dar sentido e significado àquilo que ele está aprendendo. 
3.2 A Matemática além da Perspectiva Histórica
No debate para o ensino da matemática, vemos emergir outros campos correlatos que 
fundamentam e devem, por isso, ser considerados no trabalho com o conhecimento matemático 
em sala de aula. É preciso considerar as seguintes dimensões:
• Dimensão Filosófica: é a discussão acerca da natureza do conhecimento matemático, 
a forma como ela é vista e utilizada enquanto campo do conhecimento. A esse respeito, 
destaca-se o conceito de filosofia matemática e filosofia da matemática. 
A filosofia matemática poderia ser encarada manifestamente como a região 
para filósofos, e teria como objeto de investigação certas teorias matemáticas 
de cunho especulativo que teriam sido introduzidas por matemáticos, mas 
que permaneceram ou permanecem pouco desenvolvidas. Já a filosofia da 
educação matemática é bem mais recente, e parece que foi apenas na década 
de 80 do século XX que ela começou a se constituir como campo autônomo de 
investigação (MIGUEL, 2005, p. 140).
Embora o autor destaque que são formas distintas de conceber a matemática, é preciso 
que, enquanto profissionais, tenhamos clareza de sua correlação e sentido de complementaridade 
para a organização do trabalho pedagógico. 
• Dimensão Psicológica: esta dimensão está centrada na compreensão de indivíduo 
enquanto estrutura biológica e cognitiva, dando destaque para a teoria de Piaget em 
relação ao processo de aquisição do conhecimento. Segundo esse teórico, a origem, a forma 
de estruturação do conhecimento está pautada em três eixos principais: conhecimento 
físico, conhecimento lógico-matemático e social. Compreender a forma como esses 
conhecimentos se relacionam pode auxiliar nas melhores escolhas metodológicas para a 
prática docente. 
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Figura 6 – Modelo de conDtribuição piagetiana para a aprendizagem matemática com ênfase na dimensão psicoló-
gica, destacando os papéis dos diferentes atores da relação ensino-aprendizagem. Fonte: a autora.
Todas as atividades propostas em educação matemática devem ser pensadas de acordo 
com as dimensões e estruturas que fazem parte do universo do aluno, considerando seus 
conhecimentos prévios e a aplicabilidade, bem como sua estrutura cognitiva, entendendo que 
atividades da matemática não se restringem aos números, mas a um universo de conteúdos 
presentes na educação formal e informal. 
• Dimensão Sociológica: é a perspectiva que busca integrar diferentes aspectos tidos 
como relevantes no processo de ensino e aprendizagem da matemática. Assim, se faz necessário 
compreender que
[...] a expressão sociologia da matemática parece ter sido empregada, pela 
primeira vez, na década de 40 do século XX, mais precisamente em um artigo 
de autoria do historiador da matemática Dirk J. Struik, publicado, em 1942, na 
revista Science and Society, sob o título ‘On the sociology of mathematics’. A 
partir dessa época, abordagens sociais, culturais ou socioculturais da matemática 
começam a se tornar mais frequentes (MIGUEL, 2005, p. 139).
Visto dessa forma, determinados pontos devem ser considerados para o estudo da 
matemática: a importância do contexto social, lembrando que a matemática surgiu e vem 
evoluindo conforme a necessidade da humanidade (é não apenas uma forma de pensamento, 
mas uma ferramenta humana); a importância da interação social no processo de construção do 
conhecimento, que entende o indivíduo dentro de suas relações (construindo e sendo construído 
nestas); e, por fim, a importância do conhecimento matemático na vida social das pessoas (a 
capacidade que a pessoa que aprende a matemática desenvolve em transpor os conhecimentos da 
sala de aula para o seu cotidiano). 
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Figura 7 – Dimensões fundamentais no processo de ensinoe aprendizagem da Matemática. Fonte: a autora. 
Para informações sobre a história da matemática, assista ao filme e leia o texto 
indicados a seguir:
Filme: História da Matemática.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ztz6VX0kIPc>. 
Texto: Lisa - Biblioteca da Matemática Moderna, de Antônio Marmo de Oliveira. 
Disponível em: <https://www.somatematica.com.br/historia/seculoix.php>.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta unidade, foi possível debater um pouco da importância da Matemática 
ao longo do tempo, destacando as suas transformações. Entendemos que, por ser um campo de 
conhecimento que está inserido no cotidiano das pessoas, ele se refaz continuamente e, por isso, 
não pode ser visto como uma ciência estática.
A partir desse pressuposto, percebemos que o espaço da matemática em sala de aula vai 
muito além de fórmulas e exercícios decorados. É preciso mostrar ao aluno de que forma ela está 
presente em nosso cotidiano, tornando o processo de aprendizagem muito mais significativo. 
Para atingir essa finalidade, porém, é preciso compreender qual é a concepção de currículo que 
o espaço escolar adota e quais são as diretrizes de trabalho em sala de aula, pois é a partir destes 
que a prática cotidiana é planejada e se materializa. 
Contudo, embora se parta do pressuposto de que a matemática é importante na vida e 
tem diversos usos, quando deslocamos esta discussão para a prática, percebemos que não é bem 
assim. O ensino dessa disciplina ainda está pautado no tradicionalismo, o que, geralmente, o 
torna desinteressante para o aluno ou, em outras palavras, 
A chegada do ideário do ensino intuitivo, como experimental e concreto, 
constrói uma representação do ensino de Aritmética tradicional no primário, 
profundamente negativa. Trata-se de um ensino abstrato, com uso quase exclusivo 
de processos de memorização, sem utilidade. Também ela, a Aritmética, imersa 
nessa escola ineficiente, deve ser transformada (SILVA; VALENTE, 2013, p. 862).
O grande desafio seria, então, modificar a realidade tradicional, entendendo a história 
da construção da disciplina e do ensino (principalmente no que se refere a objetivos e métodos). 
E, a partir daí, compreender que o processo de mudança perpassa, também, o entendimento das 
diferentes dimensões da matemática enquanto campo de estudo e disciplina escolar (dimensão 
histórica, filosófica, psicológica e sociológica). Devemos lembrar que
Os conhecimentos são os meios transmissíveis (por imitação, iniciação, 
comunicação etc.), mas não necessariamente explícitos, de controlar uma 
situação e dela obter um certo resultado em conformidade a uma atitude ou a 
uma exigência social. O conhecimento – ou o reconhecimento – não é analisado, 
mas exigido como uma performance relevante da responsabilidade do ator. 
O saber é o produto cultural de uma instituição que tem por objetivo juntar, 
analisar e organizar os conhecimentos a fim de facilitar a sua comunicação, o seu 
uso sob a forma de conhecimento ou de saber, e a produção de novos saberes 
(BROUSSEAU; CENTENO, 1991, p. 176 apud SILVA; VALENTE, 2013, p. 867-
868).
 
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 17
1. PLANEJAMENTO: CONCEITO E ETAPAS ............................................................................................................. 18
2. SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS ..................................................................................................... 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 30
PLANEJAMENTO DO ENSINO DA MATEMÁTICA
PROF.A MA. ALINE RODRIGUES ALVES ROCHA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
METODOLOGIA E PRÁTICAS 
DA MATEMÁTICA
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INTRODUÇÃO
Após entender a importância do currículo e suas múltiplas determinações no processo 
de formação do indivíduo, a Unidade II traz para o debate a importância do planejamento para 
o ensino da matemática. Conceituaremos o que é o planejamento, quais elementos fazem parte 
dele e qual a importância de se fazer um planejamento de aula, de disciplina, para que o processo 
de ensino e aprendizagem da matemática se consolide de maneira eficaz.
Objetivo 
• Compreender o que é o planejamento de ensino e a sua importância para atingir os 
objetivos da disciplina.
Tópicos abordados
• Etapas do planejamento. 
• Seleção e organização de conteúdos. 
• Objetivos de ensino. 
• Seleção e organização da disciplina, procedimentos e recursos didáticos. 
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1. PLANEJAMENTO: CONCEITO E ETAPAS
Para compreender como fazer um bom planejamento de aula, antes de tudo, é preciso 
entender qual o seu conceito. Trata-se de entender o que é um planejamento e como ele funciona 
enquanto instrumento que auxiliará o docente na execução de suas atividades em sala de aula. 
Planejar é uma atividade inerente ao trabalho do professor, que exige dele um trabalho 
de reflexão sobre o ensino e a aprendizagem. O que vai ensinar, como vai ensinar, quais os 
instrumentos necessários, quais métodos, quais os objetivos são alguns pontos que estão implícitos 
na reflexão de como fazer um planejamento.
Para Cervi (2013, p. 51-52), quando se pensa no planejamento de aulas, é preciso ter 
em mente que os objetivos propostos “[...] proporcionam um senso de direção [...], os objetivos 
concentram nossos esforços [...] e os objetivos guiam os nossos planos e decisões”. Nesse sentido, 
é primordial compreender que o objetivo proposto para o trabalho em sala de aula nada mais é 
que o ponto de partida para o planejamento: onde queremos e com qual finalidade fazemos o que 
fazemos. Em outras palavras,
O Planejamento constitui, em primeiro lugar, um instrumento para o aluno, 
no qual o professor estabelece com objetividade, simplicidade, validade e 
funcionalidade a ação educativa em matemática, cuja finalidade é contribuir 
com a formação do aluno em dimensão integral. Todavia, as ações matemáticas 
educativas necessitam serem pensadas, de forma crítica e consciente, pois devem 
visar ao atendimento de melhoria de vida dos alunos como pessoas (MELO, 
2014, p. 2).
Daí a importância de ter em mente o quanto se faz necessário planejar o processo de ensino 
e aprendizagem da matemática. Esta, que já é um campo de estudos rodeado de preconceitos sobre 
o fato de ser difícil, precisa ser cuidadosamente planejada para que o alunado alcance os objetivos 
traçados. E, enquanto professores, não podemos nos distanciar do fato de que estamos lidando 
com vidas, com projetos de vida e, por isso mesmo, trabalhar no sentido de que nossos estudantes 
aprendam é fundamental para que não sejamos colaboradores na produção do fracasso escolar. 
Ou seja, 
Como professores de matemática não podemos estar alheios à responsabilidade 
de nos situarmos constantemente perante a vida, a exemplo do que vem ocorrendo 
com o homem em seu movimento de vida, ao qual se coloca a necessidade de 
pensar, repensar e planejar a sua vida. E é neste movimento de nos situarmos 
perante a vida que se coloca a educação, a escola e o ensino e, portanto, o ensino 
de matemática como meios que visam possibilitar ao aluno a realização de seu 
projeto de vida. Projeto que requer continuamente a presença do ato de planejar 
que está presente em nossa vida diária e sempre acompanhou a trajetória do 
homem para administrar a realidade, e deste modo, vencer os obstáculos da vida 
(MELO, 2014, p. 2-3).
Sejamos responsáveis na organizaçãodo trabalho pedagógico. Assumamos nossa 
responsabilidade diante da ação pedagógica e de tudo o que lhe é inerente. Assim, podemos 
entender que 
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[...] os elementos que justificam a importância do planejamento para o professor, 
a saber: 1) ajuda o professor a definir os objetivos que atendam os reais interesses 
dos alunos; 2) possibilita ao professor selecionar e organizar os conteúdos 
mais significativos para seus alunos; 3) facilita a organização dos conteúdos 
de forma lógica, obedecendo a estrutura da disciplina; 4) ajuda o professor a 
selecionar os melhores procedimentos e os recursos, para desencadear um 
ensino mais eficiente, orientando o professor no como e com que deve agir; 5) 
ajuda o professor a agir com maior segurança na sala de aula; 6) o professor 
evita a improvisação, a repetição e a rotina no ensino; 7) facilita uma melhor 
integração com as mais diversas experiências de aprendizagem; 8) facilita a 
integração e a continuidade do ensino; 9) ajuda a ter uma visão global de toda 
a ação docente e discente; 10) ajuda o professor e os alunos a tomarem decisões 
de forma cooperativa e participativa (MENEGOLLA; SANT’ANNA, 1992, p. 66 
apud MELO, 2014, p. 3).
Cabe lembrar que os objetivos de se fazer um planejamento são distintos na mesma medida 
em que conteúdos e indivíduos também o são. Mais do que previsões acerca de um determinado 
fato, o planejamento permite fazer um ajuste de ações (CERVI, 2013). Desse modo, planejar 
deveria ser um movimento contínuo, no sentido de dar condições ao docente para refletir sobre 
a própria prática, criando condições de trabalho cada vez mais aprimoradas e ampliando seu 
desenvolvimento profissional enquanto elemento fundamental de desenvolvimento do discente. 
Figura 1 – Etapas do processo de planejamento de trabalho em sala de aula. Fonte: a autora.
No processo de planejamento, é preciso entender que há a organização da disciplina e a 
organização da aula (uma microunidade da disciplina como um todo) a ser ministrada. A Figura 
1 ilustra etapas que devem servir de base para a organização do trabalho pedagógico tanto no 
que se refere à disciplina quanto ao que será desenvolvido em sala de aula. É necessário então 
considerar que, no planejamento, deve constar:
• Objetivos: referem-se aos resultados esperados com aquilo que será ensinado, podendo 
se subdividir em objetivos gerais e específicos:
 Os objetivos gerais são mais amplos e complexos (por isso, demandam mais tempo 
para serem alcançados).
 Os objetivos específicos são mais simplificados e concretos e, por isso, demandam 
um tempo menor para serem alcançados. 
Objetivos Conteúdos Métodos Recursos
• Para que 
 ensinar?
• O que
aprender?
• Como
desenvolver
o processo?
• Com o que
ensinar?
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Para que os objetivos sejam vistos como definidos, é fundamental que expressem com 
clareza a intenção/intencionalidade daquilo que será ensinado, ou seja, para que ensinar e aonde 
se quer chegar com isso.
• Conteúdos: a seleção dos conteúdos que serão abordados é feita com base nos 
documentos orientadores, considerando que esses conteúdos serão o meio para atingir 
os objetivos estabelecidos previamente. O que os alunos deverão aprender? Os conteúdos 
são compostos por um vasto conjunto de conhecimentos que deverão ser alinhados para 
promover a construção do conhecimento do aluno. Assim, é fundamental que, na seleção 
de conteúdos, haja:
 Seleção: selecionar e organizar os conteúdos de acordo com os objetivos propostos.
 Organização: os conteúdos deverão conter uma lógica, com sequência, unidade e 
continuidade, partindo do mais simples para conteúdos mais complexos (ou seja, o 
processo de complexificação deve ser gradual).
 Integração: é preciso que os conteúdos estejam vinculados uns aos outros, 
entendendo que fazem parte de uma mesma disciplina. Essa unidade dá sentido e 
demonstra que a aula faz parte de um todo expresso pela disciplina. 
 • Métodos: são as ações, os processos e os comportamentos planejados pelo professor que 
colocarão o aluno diretamente em contato com o conteúdo que ele irá aprender. Definir 
um método, ou métodos de ensino, implica compreender como ensinar, como desenvolver 
o processo proposto para atingir os objetivos pré-determinados. Aqui é fundamental 
que o professor seja capaz de antever e selecionar procedimentos que proporcionem ao 
aluno experiências diversas acerca do conteúdo abordado, enfatizando a importância do 
processo de solução de problemas em detrimento da busca pelas respostas prontas. 
• Recursos: pensar os recursos é compreender com o que ensinar aquilo que está 
proposto. Os recursos, que podem ser tanto humanos quanto materiais, devem focalizar 
conhecimento, promover maior interesse, mobilizar estruturas dos indivíduos, estimular 
a imaginação, facilitar a compreensão e, principalmente, mobilizar e provocar a percepção 
do aluno sobre aquilo que é ensinado. 
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2. SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS
Figura 2 – A criança que tenta compreender o conteúdo a partir de seu lugar de fala. Processos de reflexão. Fonte: 
O bom pastor (2010).
No processo de ensino e aprendizagem da matemática, escolher os conteúdos abordados 
é um dos pontos de partida mais importantes para se fazer um bom planejamento e atingir o 
objetivo de trabalho. De acordo com a Base Nacional Curricular Comum (BNCC),
O conhecimento matemático é necessário para todos os alunos da Educação 
Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja 
pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas 
responsabilidades sociais (BRASIL, 2017, p. 265). 
Assim, no processo de seleção de conteúdos que serão abordados em sala de aula, durante 
a fase do planejamento, é fundamental conhecer e fazer a leitura dos documentos norteadores, 
para compreender de que modo podemos planejar uma aula que seja compatível com a série/
ano escolar em questão, para que sejamos assertivos na escolha metodológica, nos recursos e na 
materialização do planejamento em sala de aula. Nesse sentido, é importante compreender que
O conteúdo comumente é entendido como um conjunto de assuntos que 
compõem determinada matéria ou a relação de temas a serem estudados em 
uma disciplina. Os conteúdos, dentro do processo ensino-aprendizagem, têm 
sido objeto de estudos por parte de vários autores e, às vezes, até se encontram 
posições antagônicas sobre o seu papel nesse processo (LOPES, 2012, p. 33).
Assim, salientamos que conteúdo e conhecimento são itens distintos, mas que precisam 
estar em consonância para que o aluno atinja seu objetivo. Desse modo, podemos inferir que 
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A noção de conhecimento designa ao mesmo tempo a função teórica do espírito 
e o resultado dessa função. Seu objetivo é tornar presente aos sentidos, ou à 
inteligência, um objeto tentando discerni-lo ou possuir uma representação sua 
geralmente adequada. A condição dessa colocação em contato com o objeto do 
pensamento é a distinção do sujeito e do objeto, e o saber decorrente disso só 
é transmissível graças ao discurso (DUROZOI; ROUSSEL, 1996 apud LOPES, 
2012, p. 32).
Assim, para que haja uma mobilização de ações e conhecimentos que se transformem 
e possibilitem ao alunado abstrair e compreender, é preciso que haja a mediação por meio de 
conteúdos, como expressa a Figura 3.
Figura 3 – Ciclo da seleção e organização de conteúdos para o planejamento e a execução do trabalho em sala de 
aula. Fonte: a autora.
Em um sentido mais amplo, podemos dizer que 
[...] o conhecimento é o resultadoda relação entre o sujeito que conhece e o 
objeto a ser conhecido. Pode designar o ato de conhecer quando se estabelece 
uma relação entre o ser que conhece e o mundo que é conhecido. Pode, 
também, se referir ao produto, ao resultado, ao saber adquirido e acumulado 
pelo homem. Para Pedro Demo (1997) o conhecimento moderno está mais 
ligado aos procedimentos metódicos de superação dos conteúdos do que aos 
próprios conteúdos. Exemplifica sua afirmação com a informática, onde a ideia 
de produtos e resultados acabados não existe (LOPES, 2012, p. 33).
Isto é, entender o conhecimento sob a perspectiva anterior é assumir a importância que o 
pensar tem sobre o processo do aprender e que, para aprender, o aluno precisa ser levado a pensar 
(tudo isso num processo contínuo e interdependente) e a aplicar tudo aquilo que aprender na 
sociedade e realidade na qual está inserido. 
O importante no conhecimento não é o conceito aprendido mas a forma, os 
procedimentos utilizados para aprender esse conceito e a utilização que se faz 
do conceito aprendido. Saber pensar aplica-se a qualquer conteúdo e implica a 
capacidade crítica frente ao próprio saber. Aí está o conhecimento como marca 
cultural histórica do ser humano. Saber pensar está perto da sabedoria (LOPES, 
2012, p. 33).
Selecionar conteúdos, afinal, seria isso: escolher e pensar sobre aquilo que será trabalhado 
em sala de aula, sempre a partir dos documentos norteadores, considerando a realidade do aluno 
e da escola e como todo esse conhecimento (objetivo final do processo de ensino e aprendizagem) 
irá se materializar. 
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Tendo em vista a importância do processo de organização dos conteúdos para a disciplina 
e para a aula (plano de disciplina e plano de aula são termos distintos, mas complementares), é 
preciso compreender que toda essa organização possui um ponto de partida. Esse ponto é o que 
chamamos de ideias fundamentais que produzem articulações entre eles: equivalência, ordem, 
proporcionalidade, interdependência, representação, variação e aproximação (BRASIL, 2018), 
que estão presentes nos conteúdos matemáticos e que são divididos de forma didática para 
serem trabalhados em sala de aula, sempre com o objetivo de desenvolver o pensamento lógico e 
matemático dos estudantes. A BNCC
[...] propõe cinco unidades temáticas, correlacionadas, que orientam a 
formulação de habilidades a ser desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. 
Cada uma delas pode receber ênfase diferente, a depender do ano de escolarização 
(BRASIL, 2018, p. 263).
Tendo como base o que a BNCC estabelece para o ensino da matemática, temos os blocos 
de conhecimento, ou unidades temáticas, divididos da seguinte forma: 
 Números e Operações. 
 Álgebra.
 Geometria (Espaço e Forma).
 Grandezas e Medidas.
 Probabilidade e Estatística (Tratamento de Informações).
Bloco de Conhecimento (Unidade Temática): Números e Operações
Figura 4 – Os números na matemática. Fonte: Mundo UOL (2019).
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A unidade temática Números tem como finalidade desenvolver o pensamento 
numérico, que implica o conhecimento de maneiras de quantificar atributos 
de objetos e de julgar e interpretar argumentos baseados em quantidades. No 
processo da construção da noção de número, os alunos precisam desenvolver, 
entre outras, as ideias de aproximação, proporcionalidade, equivalência e 
ordem, noções fundamentais da Matemática. Para essa construção, é importante 
propor, por meio de situações significativas, sucessivas ampliações dos campos 
numéricos. No estudo desses campos numéricos, devem ser enfatizados registros, 
usos, significados e operações (BRASIL, 2018).
Objetivos: 
 Que os alunos resolvam problemas com números naturais e números racionais. 
 Que os alunos desenvolvam diferentes estratégias para a obtenção dos resultados, 
sobretudo por estimativa e cálculo mental.
 Que os alunos identifiquem regularidades e padrões de sequências numéricas e não 
numéricas.
 Que os alunos compreendam os diferentes significados das variáveis numéricas.
Bloco de Conhecimento (Unidade Temática): Álgebra
Figura 5 – Fórmulas de álgebra a bordo. Fonte: kuadro(2019).
A unidade temática Álgebra, por sua vez, tem como finalidade o desenvolvimento 
de um tipo especial de pensamento – pensamento algébrico – que é essencial 
para utilizar modelos matemáticos na compreensão, representação e análise 
de relações quantitativas de grandezas e, também, de situações e estruturas 
matemáticas, fazendo uso de letras e outros símbolos. [...] Essa unidade temática 
deve enfatizar o desenvolvimento de uma linguagem, o estabelecimento de 
generalizações, a análise da interdependência de grandezas e a resolução de 
problemas por meio de equações ou inequações (BRASIL, 2018).
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Objetivos: 
 Identificar regularidades e padrões de sequências numéricas e não numéricas.
 Compreensão de leis matemáticas que expressem relação de interdependência em 
diferentes contextos.
 Criar, representar e transitar entre diferentes representações simbólicas.
 Resolver problemas por meio de equações e inequações. 
Bloco de Conhecimento (Unidade Temática): Geometria (Espaço e Forma)
Figura 6 – A geometria no espaço escolar. Fonte: Etimologia de Geometria (2019).
A Geometria envolve o estudo de um amplo conjunto de conceitos e 
procedimentos necessários para resolver problemas do mundo físico e de 
diferentes áreas do conhecimento. Assim, nessa unidade temática, estudar 
posição e deslocamentos no espaço, formas e relações entre elementos de figuras 
planas e espaciais pode desenvolver o pensamento geométrico dos alunos. 
Esse pensamento é necessário para investigar propriedades, fazer conjecturas 
e produzir argumentos geométricos convincentes. É importante, também, 
considerar o aspecto funcional que deve estar presente no estudo da Geometria: 
as transformações geométricas, sobretudo as simetrias. As ideias matemáticas 
fundamentais associadas a essa temática são, principalmente, construção, 
representação e interdependência (BRASIL, 2018).
Objetivos: 
 Estudar posição e deslocamentos no espaço, formas e relações entre elementos de 
figuras planas e espaciais. 
 Identificar e estabelecer pontos de referência para a localização e o deslocamento de 
objetos, construindo representações de espaços conhecidos e estimar distâncias.
 Tornar os alunos capazes de reconhecer as condições necessárias e suficientes para 
obter triângulos congruentes ou semelhantes e que saibam aplicar esse conhecimento 
para realizar demonstrações simples.
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Bloco de Conhecimento (Unidade Temática): Grandezas e Medidas
Figura 7 – As grandezas e medidas que utilizamos no dia a dia. Fonte: Alunos Online UOL (2019).
As medidas quantificam grandezas do mundo físico e são fundamentais para a 
compreensão da realidade. Assim, a unidade temática Grandezas e Medidas, 
ao propor o estudo das medidas e das relações entre elas – ou seja, das relações 
métricas –, favorece a integração da Matemática a outras áreas de conhecimento, 
como Ciências (densidade, grandezas e escalas do Sistema Solar, energia elétrica 
etc.) ou Geografia (coordenadas geográficas, densidade demográfica, escalas de 
mapas e guias etc.). Essa unidade temática contribui ainda para a consolidação e 
ampliação da noção de número, a aplicação de noções geométricas e a construção 
do pensamento algébrico (BRASIL, 2018).
Objetivos: 
 Propor o estudo das medidas e das relações entre elas – ou seja, das relações métricas. 
 Reconhecer que medir é comparar uma grandeza com uma unidade e expressaro 
resultado da comparação por meio de um número.
 Reconhecer comprimento, área, volume e abertura de ângulo como grandezas 
associadas a figuras geométricas e conseguir resolver problemas envolvendo essas grandezas.
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Bloco de Conhecimento (Unidade Temática): Probabilidade e Estatística (Tratamento 
de Informações)
Figura 8 – Dados como instrumento para o estudo da probabilidade e estatística. Fonte: Esquadrão do Conheci-
mento (2019).
A incerteza e o tratamento de dados são estudados na unidade temática 
Probabilidade e estatística. Ela propõe a abordagem de conceitos, fatos e 
procedimentos presentes em muitas situações-problema da vida cotidiana, 
das ciências e da tecnologia. Assim, todos os cidadãos precisam desenvolver 
habilidades para coletar, organizar, representar, interpretar e analisar dados 
em uma variedade de contextos, de maneira a fazer julgamentos bem 
fundamentados e tomar as decisões adequadas. Isso inclui raciocinar e utilizar 
conceitos, representações e índices estatísticos para descrever, explicar e predizer 
fenômenos (BRASIL, 2018).
Objetivos: 
 Raciocinar e utilizar conceitos, representações e índices estatísticos para descrever, 
explicar e predizer fenômenos.
 Desenvolvimento da noção de aleatoriedade, de modo que os alunos compreendam 
que há eventos certos, eventos impossíveis e eventos prováveis.
 Confrontar os resultados obtidos com a probabilidade teórica – probabilidade 
frequentista. 
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Um projeto interdisciplinar de uma escola estadual de São Paulo dá exemplo de 
atividade pedagógica relacionada à Copa. Para mais informações, leia Como Usar 
a Copa do Mundo nas Aulas de Matemática, de Paula Calçade (2018).
Qual é a relevância de se fazer um planejamento bem estruturado ao ensinar 
matemática? O planejamento no ensino da matemática é de grande importância 
para que os objetivos sejam alcançados. Especificamente, o ato de planejar 
uma disciplina significa refletir não só sobre o que será ensinado, mas sobre 
a própria prática em sala de aula. Pois é a partir disso que será possível criar 
atividades e aulas que envolvam os estudantes, dando a eles compreensão de 
que estão inseridos num contexto geral, com pensamento contínuo e amplificado, 
para buscar a superação do processo de fragmentação em sala de aula. Isto é, 
primeiro o professor precisa enxergar e planejar sua disciplina de forma unificada 
e articulada, pensando em quem é seu alunado e que tipo de pessoa pretende 
formar. 
Em Busca do Infinito – Ian Stewart (Zahar)
Trata-se de um título em que o autor faz um percurso 
histórico sobre a matemática, de maneira simplificada, 
desde os primeiros símbolos até a resolução de 
grandes problemas. 
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O Homem que Viu o Infinito é um filme biográfico que 
conta a história de Srinivasa Aiyangar Ramanujan 
(1887-1920), o mais influente matemático do século 
XX. De origem humilde e sem formação acadêmica, ele 
contribuiu para a matemática com diversos trabalhos. 
Entre eles, estão a teoria dos números e séries infinitas. 
Pobre e imigrante, foi muito rechaçado antes de 
conseguir comprovar suas teorias. Uma ótima reflexão 
para pensarmos quem são nossos alunos no processo 
de ensino e aprendizagem e como ajudá-los em seu 
desenvolvimento. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Ensinar matemática não é tarefa fácil, assim como não é em outras disciplinas. Porém, 
especificamente no caso da matemática, muitos mitos tornam tudo mais complexo, principalmente 
o mito de que ela é a disciplina mais difícil. Nessa perspectiva, devemos colocar em foco que 
O movimento do planejar deve estar presente continuamente no trabalho do 
professor de matemática, o qual necessita buscar as condições de trabalho 
junto à escola onde atua, de tal modo que possa desenvolver com seus pares, 
um processo de planejar o ensino de matemática ao longo do ano letivo, tendo 
assim possibilidade de refletir e avaliar o seu trabalho com vistas à melhoria de 
sua prática pedagógica, ao mesmo tempo que se desenvolve profissionalmente, 
ampliando neste processo a produção de saberes docentes, dos quais destacamos 
o saber curricular (MELO, 2004, p. 4).
Isso pode se desfazer ao longo do tempo com um trabalho pedagógico bem planejado, no 
qual o professor procura refletir acerca de sua prática, de quem é seu aluno e quais os objetivos 
para a aula e para a disciplina. 
 
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................32
1. A ESCOLHA DOS PROCEDIMENTOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA ..............................................................33
2. RECURSOS DIDÁTICOS E PROCEDIMENTOS PARA SEREM USADOS EM SALA DE AULA: ENGENHARIA 
DIDÁTICA, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) ..................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................40
PROCEDIMENTOS E RECURSOS DIDÁTICOS 
NO ENSINO DA MATEMÁTICA
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DISCIPLINA:
METODOLOGIA E PRÁTICAS 
DA MATEMÁTICA
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Uma vez que compreendemos que uma aula bem planejada é importante para que a 
materialização do ensino dos conteúdos matemáticos ocorra de forma eficiente, na Unidade III, 
debateremos as possibilidades de escolha no que tange a procedimentos e recursos didáticos, 
considerando-os como ferramentas que instrumentalizarão o professor em sua prática em sala 
de aula. 
Objetivo 
• Definir o que são procedimentos e recursos didáticos no ensino da matemática, 
considerando e destacando como estes podem auxiliar a ação docente na e para a 
formação do aluno.
Tópicos abordados
• O que são procedimentos e recursos didáticos.
• A importância da utilização dos recursos didáticos.
• Problemas na utilização de recursos didáticos.
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1. A ESCOLHA DOS PROCEDIMENTOS NO ENSINO DA 
MATEMÁTICA 
Figura 1 – Estratégias didáticas para o ensino da matemática. Fonte: Nova Escola (2013).
Podemos definir como procedimentos de ensino as ações, os processos ou os 
comportamentos planejados pelo professor, para colocar o aluno em contato direto com coisas, 
fatos ou fenômenos que lhes possibilitem modificar sua conduta em função dos objetos previstos, 
das competências que se pretende construir. Assim, 
Os procedimentos de ensino devem, portanto, contribuir para que o aluno 
mobilize seus esquemas operatórios de pensamento e participe ativamente das 
experiências de aprendizagem, observando, lendo, escrevendo, experimentando, 
propondo hipóteses, solucionando problemas, comparando, classificando, 
ordenando, analisando, sintetizando, etc. (HAYDT, 2000, p. 144).
O que percebemos, no entanto, é que, mesmo tendo a compreensão da necessária escolha 
acerca dos procedimentos didáticos mais adequados, no ensino de matemática ainda prevalece 
a ênfase em algoritmos, fórmulas, “macetes” e regras, ou seja, predomina a visão utilitarista dos 
conhecimentos matemáticos. Contudo,
[...] o professor deve ter formação e competência para utilizar os recursos 
didáticos que estão a seu alcance e muita criatividade, ou até mesmo construir 
juntamentecom seus alunos, pois, ao manipular esses objetos, a criança tem a 
possibilidade de assimilar melhor o conteúdo (SOUZA, 2007, p. 111).
Tendo em vista essa perspectiva, podemos perceber que os procedimentos didáticos estão 
ligados a um conceito mais amplo de como se faz o trabalho pedagógico: o fazer em sala de aula. 
Desse modo, é importante frisar que 
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A utilização de novos métodos no ensino da matemática tem se mostrado de um recurso 
valioso, uma vez que o ensino tradicional não está surtindo um efeito positivo, e grande 
parte dos alunos não gostam de matemática ou tem medo achando que é muito difícil, 
criando possíveis barreiras e comprometendo o seu aprendizado. [...] quando afirma 
que o livro didático e o quadro negro são importantes para a transmissão do conteúdo 
matemático, porém não é o suficiente, pois é necessário que haja uma relação entre o que 
está sendo estudado com o cotidiano do aluno (VIEIRA; CAMAROTTI, 2016, p. 742).
Aos conjuntos de procedimentos adotados em sala de aula damos o nome de metodologia. 
Ou seja, 
A metodologia é mais bem entendida como uma associação de procedimentos 
que podem possibilitar um rico trabalho por vários meios promotores da 
aprendizagem. Moura (2009) ainda complementa afirmando que é associado à 
relação entre professor-aluno, isso claro, se a metodologia utilizada for adequada, 
através de atividades com diferentes recursos metodológicos (VIEIRA; 
CAMAROTTI, 2016, p. 737).
Na relação com os procedimentos matemáticos, podemos destacar a importância 
dos recursos para o ensino. Como recursos didáticos, podemos definir que são componentes 
presentes no ambiente de aprendizagem que estimulam o aluno, tais como: objetos, máquinas, 
equipamentos, instrumentos, ferramentas, materiais, livros, música e vídeo, recursos da natureza 
e que são empregados no ensino de algum conteúdo ou na transmissão de informações. Assim, 
durante o processo de planejamento, é fundamental que seja frisado que:
• Cabe ao professor ponderar sobre quais recursos didáticos deverão ser usados e/ou 
confeccionados pelos próprios discentes e, até mesmo, se realmente são necessários.
• Na escolha e no uso de determinado recurso didático, o professor deve se perguntar: 
“como”, “qual”, “por quê”, “quando” e “para quê”.
Estas e outras questões devem ser pensadas ao planejar uma aula para que seja possível 
refletir sobre aquilo que será proposto e se amplie a assertividade em trabalhar o conteúdo, pois
[...] o uso inadequado de um recurso didático pode resultar no que se chama 
‘inversão didática’, isso acontece quando o material utilizado passa a ser visto 
como algo por si mesmo e não como instrumento que auxilia o processo de 
ensino e de aprendizagem, um exemplo disso seria um professor que deve 
ensinar matemática com o uso do ábaco apenas deixar as crianças brincarem 
com o objeto sem resgatar a historicidade do mesmo e sua importância para o 
ensino da matemática (SOUZA, 2007, p. 113).
Assim, vejamos que, além de utilizar técnicas e procedimentos diversificados, é importante 
que o professor seja capaz de contextualizar esse uso, deixando claro o porquê da escolha. Somente 
a partir disso, técnicas e procedimentos deixam de ser utilizados com um fim em si mesmos e 
passam a colaborar com o objetivo traçado no planejamento: ensinar determinado conteúdo, 
para que o aluno seja instrumentalizado e torne-se capaz de compreender a dimensão geral e a 
sua aplicabilidade. Conforme apontam Vieira e Camarotti (2016, p. 747), 
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[...] a aula expositiva é a modalidade mais comum no ensino tendo a função de 
informar os alunos. O que caracteriza a aula expositiva é haver um professor que 
discorre ou expõe determinado tema a um grupo de alunos. Atualmente, o livro 
didático ainda permanece no cotidiano escolar como a principal ferramenta de 
apoio para os professores.
Há momentos em que a aula expositiva e o livro didático estarão presentes, mas devemos 
entender que, para além desses materiais, considerados tradicionais, o professor poderá utilizá-
los como ferramenta de apoio para as suas aulas. 
O professor, nesse sentido, precisa garantir que haja uma vinculação entre ensino e 
aprendizagem da matemática, focando o desenvolvimento de cada aluno (individualidade é 
primordial nesse processo). Assim, é na aula que emerge o caráter mediador do professor, que 
transmite o que aprendeu, conduzindo seus alunos no processo de construção do conhecimento. 
Conforme salienta Libâneo (1994), a atividade pedagógica implícita no trabalho docente possui, 
entre seus principais objetivos:
 Proporcionar conhecimentos científicos, bem como capacidades e habilidades 
que tornem o aluno capaz de, por meio de métodos de estudo, desenvolver a 
própria autonomia no processo de aprendizagem e também na consolidação da 
independência de pensamento.
 Desenvolver a capacidade do aluno no sentido de realizar as próprias 
escolhas, por meio de atitudes e convicções que irão nortear suas opções diante 
dos problemas que estão postos no dia a dia em situações presentes na vida real.
Assim, criar situações de aprendizagem e trabalhar conteúdos sob a perspectiva de que o 
aluno é o sujeito central e que o professor tem o papel de mediador é importante para promover 
o desenvolvimento da autonomia do aluno. Partindo dessa premissa, é preciso considerar que os 
recursos empregados numa sala de aula devem ter sua escolha baseada em fatores específicos, a 
saber:
• Fatores de ordem didática: considerar a adequação ao conteúdo, aos objetivos e à 
metodologia que será utilizada em sala de aula.
• Fatores de ordem prática: considerando a diversidade contextual das escolas, no que se 
refere a questões sociais e econômicas, é preciso considerar se o material está ou estará 
disponível, se será possível adquiri-lo ou, caso já esteja disponível, se está em condições 
adequadas de uso.
• Fatores de ordem metodológica: é compatível com a aprendizagem dos alunos? Há algum 
risco para os alunos? O professor possui total domínio daquilo que será empregado em 
sala de aula?
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Figura 2 – Fatores que devem ser considerados na escolha dos recursos a serem utilizados em sala de aula para 
trabalhar os conteúdos. Fonte: a autora.
A Figura 2 salienta que os fatores considerados na escolha de recursos não possuem 
caráter concorrente entre si, mas sim devem estar em consonância e ser levados em consideração 
de forma equivalente para que o resultado seja assertivo em sala de aula. Isto é, trata-se de articular 
os fatores que são primordiais, criando condições para que o aluno tenha o maior índice possível 
de aproveitamento do conteúdo proposto. 
 
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2. RECURSOS DIDÁTICOS E PROCEDIMENTOS PARA 
SEREM USADOS EM SALA DE AULA: ENGENHARIA 
DIDÁTICA, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO (TIC)
Figura 3 – As TICs no ensino da matemática. Fonte: Matemática e Informática: funciona sim! (2012).
Com a discussão frequente sobre as novas formas de se ensinar matemática, entra em cena 
uma série de novos métodos e recursos, entre eles, figuram atualmente a Engenharia Didática e as 
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). 
A Engenharia Didática caracteriza-se, em primeiro lugar, por um esquema experimental 
baseado em “realizações didáticas” em sala de aula, isto é, na concepção, realização, observação 
e análise de sessões de ensino. Ou seja, uma metodologia de pesquisa estruturada e cuja noção
[...] emergiu na Didática da Matemática (enfoque da didática francesa) no 
início dos anos 80. Segundo Artigue (1988), é uma forma detrabalho didático 
comparável ao trabalho do engenheiro que, para realizar um projeto, se apóia 
em conhecimentos científicos de seu domínio, aceita se submeter a um controle 
de tipo científico, mas ao mesmo tempo, é obrigado a trabalhar objetos mais 
complexos que os objetos depurados da ciência. [...] A Engenharia Didática pode 
ser utilizada em pesquisas que estudam os processos de ensino e aprendizagem 
de um dado conceito e, em particular, a elaboração de gêneses artificiais para 
um dado conceito. Esse tipo de pesquisa difere daquelas que são transversais 
aos conteúdos, mesmo que seu suporte seja o ensino de certo objeto matemático 
(um saber ou um saber-fazer). (ALMOULOUD; COUTINHO, 2008, p. 66-67).
Assim, a Engenharia Didática surge como proposta para que se destaquem os processos 
de ensino e aprendizagem, enfatizando elementos, conteúdos e dando suporte ao professor, com 
ênfase na compreensão geral por parte do aluno, mas partindo de partes e dando ampla visão dos 
processos ao professor.
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Na mesma perspectiva de inovação em termos de recursos, estão as tecnologias de 
informação e comunicação (TIC) para o ensino da matemática. Vivemos num mundo globalizado, 
onde, entre outros objetos, computador, celular e internet são ferramentas presentes tanto no 
cotidiano dos alunos quanto de professores. Mas o que são essas ferramentas de TIC? 
Podemos dizer que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) atualmente 
podem ser definidas como toda e qualquer tecnologia que possa vir a interferir e mediar os 
processos de informação e comunicação dos seres humanos. E, ainda, podem ser definidas como 
um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das 
funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de 
negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem. Assim, 
Dos recursos tecnológicos que o aluno e o professor de Matemática têm ao seu 
dispor para o desenvolvimento das suas atividades de aprendizagem e de ensino, 
destacam-se a calculadora gráfica, o computador (servindo de interface com os 
softwares dinâmicos e a folha de cálculo), a Internet, o quadro interativo e a 
plataforma Moodle (VISEU; LIMA; FERNANDES, 2013, p. 298).
As TICs nos permitem estabelecer ligações entre a Matemática e os conteúdos de outras 
áreas, utilizando-as como elemento interdisciplinar. Podemos, assim, dinamizar o processo 
de ensino e aprendizagem, viabilizando potencialidades inerentes à atuação de um cidadão 
protagonista na sociedade tecnológica vigente. 
De acordo com Cerqueira (2013), “A elaboração de uma sequência didática prevê o 
diagnóstico inicial do conhecimento do aluno e a definição clara de um objetivo de 
aprendizagem”. Para mais informações, leia o texto Estratégias Didáticas para o 
Ensino da Matemática. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2197/
estrategias-didaticas-para-o-ensino-da-matematica>.
Quais maneiras de facilitar o aprendizado da matemática você acredita que 
estejam ao alcance do professor? Ensinar matemática pode se tornar um caminho 
mais interessante, menos cansativo e desmitificado. O papel do professor é 
fundamental para que isso ocorra. Entender que o planejamento, as escolhas 
metodológicas e os recursos utilizados precisam estar relacionados, bem como 
compreender e conhecer seus alunos fazem parte desse processo para percorrer 
um caminho até o objetivo proposto.
 
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Mentalidades Matemáticas na Sala de Aula: 
Ensino Fundamental – Jo Boaler, Jen Munson e 
Cathy Williams 
O livro traz ao leitor uma série de propostas de 
atividades, considerando as diversas instâncias 
do saber e formas de aprender, para tornar o 
aprendizado da matemática um caminho mais 
interessante. 
O filme Quebrando a Banca conta a história de 
um jovem superdotado que busca no carteado 
uma forma de conseguir dinheiro para pagar sua 
faculdade. Unido a um grupo de alunos e um 
professor de matemática e estatística, cria um 
código infalível para conseguirem ganhar os jogos 
que pretendem jogar nos cassinos de Las Vegas. 
É uma análise interessante da multiplicidade de 
recursos para se atingir um objetivo a partir da 
postura do professor em conhecer seus alunos 
para propor uma atividade que tenha um objetivo 
específico, utilizando-se de uma metodologia e 
de recursos específicos para que todos atinjam o 
mesmo objetivo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, estudamos o conceito de procedimentos e recursos didáticos, enfatizando 
que a escolha deles está diretamente ligada ao resultado que será obtido em sala de aula. É 
importante que o professor conheça seus alunos e tenha os objetivos traçados de maneira clara, 
destacando que utilizar esse ou aquele recurso pode gerar uma inversão didática. 
Também destacamos ao longo da unidade o quanto é importante que o professor assuma 
o papel de mediador, facilitando o processo de ensino e aprendizagem de seus alunos. Contudo, 
isso só é possível se houver um intenso processo de formação e reflexão docente nos usos dos 
recursos propostos, isto é, é fundamental que o professor tenha domínio dos recursos que se 
propõe a utilizar em sala de aula. 
 
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................32
1. A ESCOLHA DOS PROCEDIMENTOS NO ENSINO DA MATEMÁTICA ..............................................................33
2. RECURSOS DIDÁTICOS E PROCEDIMENTOS PARA SEREM USADOS EM SALA DE AULA: ENGENHARIA 
DIDÁTICA, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) ..................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................................40
NOVAS TENDÊNCIAS NA METODOLOGIA DO 
ENSINO DA MATEMÁTICA
PROF.A MA. ALINE RODRIGUES ALVES ROCHA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
METODOLOGIA E PRÁTICAS 
DA MATEMÁTICA
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INTRODUÇÃO
As profundas transformações presentes no mundo têm um impacto direto no fazer 
cotidiano em sala de aula. Tendo em vista estas transformações, a Unidade IV levará você a 
refletir sobre as múltiplas possibilidades de ensinar matemática na sociedade da informação 
e do conhecimento, considerando não apenas as chamadas tendências atuais no ensino da 
matemática, mas também o papel do lúdico em criar espaços dinâmicos de ensino em que se 
favoreça o processo de aprendizagem dos alunos.
Objetivo
• Contribuir com um debate acerca das novas formas de se ensinar a matemática na 
contemporaneidade.
Tópicos abordados
• Tendências de ensino.
• Utilização de materiais diversos.
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1. AS TENDÊNCIAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA
Para começar a compreender as novas tendências no ensino da matemática, é preciso 
compreender qual é a definição da palavra tendência. Sendo assim, tendência pode ser definida 
como opinião, evolução ou vocação. Nesse processo, alguns fatores precisam ser considerados:
 Fator subjetivo/objetivo.
 A identidade da tendência.
 Temporalidade. 
 Domínio de validade.
As próprias transformações sociais demandam que as maneiras de ensinar sejam 
regularmente atualizadas, visto que as características da sociedade e dos alunos mudam de forma 
cíclica.
Figura 1 – Tendências no ensino da matemáticasão compostas por aspectos diversos e que, de acordo com cada 
um, culminam em um tipo de atividade proposta. Fonte: a autora.
Ao procurar uma forma de ensinar a matemática atualmente, o professor encontra uma 
infinidade de métodos, recursos e possibilidade de procedimentos didáticos diversificados. Assim, 
[...] várias teorias descritas por autores de renome, que apontam para o que se 
chama: Tendências em Educação Matemática. Essas tendências surgiram de 
movimentos que tiveram como objetivo proporcionar um ensino de matemática 
mais eficiente. Estas estão previstas nas Diretrizes Curriculares para o ensino de 
matemática do Estado do Paraná, mas que são raramente utilizadas como proposta 
metodológica. Acredita-se que uma proposta metodológica, fundamentada nas 
Tendências em Educação Matemática, faça a diferença na compreensão, no 
significado e aplicação do conhecimento matemático, especialmente no ensino 
fundamental, que é onde se constrói a base dessa ciência (MAZUR, 2012, p. 14).
A partir do momento em que o professor busca conhecer o que é cada tendência, a 
possibilidade de utilizar uma metodologia mais assertiva se amplia. 
As metodologias tornam-se cada vez mais eficientes e o ensino e a aprendizagem da 
matemática podem se tornar mais agradáveis. Nesse contexto, é fundamental, então, que se 
observe:
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 Transformações sociais: quem é o sujeito da aprendizagem, onde ele está inserido, 
qual sua realidade.
 Mudanças na educação: recursos materiais, objetivos do Projeto Político Pedagógico 
da escola, plano de ensino, entre outros, são elementos que indicam as transformações 
presentes e os rumos ditados pela educação.
 Papel do professor: professor enquanto um mediador, que precisa facilitar e promover 
o desenvolvimento do aluno por meio de recursos, procedimentos, metodologia e 
conteúdos.
Os fatores expostos irão permear a ação educativa, permitindo ao professor uma reflexão 
acerca de sua prática cotidiana e uma reconstrução permanente do próprio fazer em sala de aula.
2. EXEMPLOS DE NOVAS TENDÊNCIAS NO ENSINO DA 
MATEMÁTICA 
 Etnomatemática: prática matemática em diferentes ambientes culturais. De acordo 
com Mazur (2012, p. 18),
Etno, vem de etnia, cultura. Assim, a etnomatemática significa desenvolver um 
ensino de matemática voltado para a valorização da cultura de um povo. Esta 
metodologia foi proposta por Ubiratan D’Ambrosio em meados da década de 
1970. Em seu livro, Da Realidade à Ação: Reflexões sobre Educação e Matemática 
escreve: ‘a incorporação de etnomatemática à prática de educação matemática 
exige, naturalmente, a liberação de alguns preconceitos sobre a própria 
matemática’.
Ou seja, é preciso valorizar a cultura do aluno, seus conhecimentos prévios e a realidade 
em que está inserido, para que, por meio dessa valorização, o processo de aprendizagem se torne 
facilitado (lembrando que partirá daquilo que o aluno conhece, de sua realidade social e cultural, 
para aquilo que ele não conhece).
 História da Matemática: abordagem da matemática a partir de seu contexto histórico. 
Isso significa que 
Ensinar matemática num contexto histórico é fundamental para a valorização 
desse conhecimento. Pela história compreende-se a necessidade social que 
motivou cada civilização a encontrar, por exemplo, formas de fazer contagens, 
registrar quantidades e expressar suas ideias matemáticas. Fazendo uma relação 
do contexto histórico com as nossas necessidades atuais, é possível concluir que 
a matemática está presente em nosso dia a dia, que os números ainda governam 
o mundo. Todas as transformações sociais, todo o desenvolvimento tecnológico 
não seria possível sem a matemática (MAZUR, 2012, p. 22).
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Ensinar a matemática a partir de sua história implica mostrar ao aluno a origem de 
determinado conteúdo, possibilitando a ele compreender todo o processo histórico para se 
chegar ao estado atual: compreender o passado, para entender os motivos atuais que justificam o 
aprendizado de determinado fato e como será a aplicabilidade dele nos diversos contextos.
 Matemática e tecnologias: recursos tecnológicos, como computadores, softwares, 
hardwares, que interferem e/ou medeiam a informação e comunicação na sociedade. 
Desse modo, justifica-se que 
Em pleno século XXI, com o avanço tecnológico existente, não tem sentido 
a escola não se apropriar desse recurso como mais uma possibilidade de 
aprendizagem. O mundo mudou, se modernizou, mas a escola caminha a 
passos lentos no desenvolvimento da aprendizagem. Ao mesmo tempo em que 
temos tanta tecnologia, parece estarmos muito longe de utilizá-la efetivamente, 
especialmente nas escolas públicas. É necessário ressaltar que tecnologia não 
envolve somente o uso de computadores, internet, softwares, Laboratórios de 
Informática. O uso da calculadora, a partir de critérios pedagógicos, também é 
uma tecnologia, recorte de jornal como material para a identificação no texto da 
notícia, do artigo, a matemática existente, o conceito matemático no contexto 
da notícia pode ser uma tecnologia. Certamente, o uso do computador é mais 
estimulante, proporcionando ao estudante a argumentação e conjecturas sobre 
as atividades que podem realizar, pois o trabalho com mídias tecnológicas 
proporciona variadas formas de ensinar e aprender, valorizando o processo de 
produção do conhecimento (MAZUR, 2012, p. 21).
Espera-se que, com os usos das mídias no ensino da matemática, considerando as 
mudanças na sociedade da informação e do conhecimento, o aprendizado se torne muito mais 
atrativo para os alunos, com maiores possibilidades de demonstrações de práticas da matemática, 
o que possibilita uma melhor compreensão do conteúdo proposto em sala de aula. 
 Resolução de Problemas: um problema é uma situação que demanda um conjunto 
de atividades para se chegar a um resultado. Resultado esse que não se mostra a priori, 
mas tem de ser construído. 
Nesse processo, o professor deve ser capaz de estabelecer um espaço de discussão 
oral, onde o educando seja levado a elaborar estratégias, apresentar hipóteses, 
fazendo o registro das soluções encontradas. Isto vem favorecer o pensamento 
matemático, passando a ser uma ação criativa. O aluno pode resolver o problema 
através da oralidade, do desenho, da dramatização, até chegar a possibilidade 
de utilização dos critérios formais impostos pelas regras matemáticas (MAZUR, 
2012, p. 16).
Mais do que propor ao aluno simplesmente resolver os exercícios e as atividades que 
se colocam no livro didático como problemas, é preciso propor situações de aprendizagem que 
levem o aluno a refletir, pensando estratégias e possibilidades diversas para solucionar aquilo 
que é proposto. Devem-se considerar aqui situações de contextualização e interdisciplinaridade 
e diversidade de jogos e materiais didáticos que podem ser utilizados como ferramentas para o 
ensino dos conteúdos matemáticos.
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 Modelagem Matemática: é uma forma de criar modelos que expliquem a realidade 
por meio de leis matemáticas. Pode ser aplicada em qualquer área do conhecimento e 
busca mostrar para o indivíduo de que forma a matemática está presente e colabora nas 
situações do cotidiano presentes na sociedade.
Através da modelagem é possível estabelecer a relação entre o tema abordado 
e o conceito utilizado para resolvê-lo. Dessa maneira, o ensino de matemática 
torna-se significativo e aquela velha pergunta: ‘para que serve a matemática’ é 
respondida. O aluno, nessa proposta metodológica pode perceber que de posse 
das ferramentas matemáticas adequadas é capaz de solucionar os mais variados 
problemas, que para isto elabora um plano, coloca-o

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