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Adenocarcinoma de Pâncreas Anatomia Cirúrgica - A íntima relação do pâncreas com os vasos mesentéricos dificulta a abordagem cirúrgica e favorece as metástases: • O intestino delgado é um órgão vital (não pode ser ressecado totalmente) • A lesão dos vasos mesentéricos compromete a vascularização do intestino delgado, causando sérias complicações - Além disso, a cauda do pâncreas também estabelece íntima relação com o baço e, por isso, é comum ocorrer fístulas pancreáticas em esplenectomias Introdução e Generalidades - Tanto radioterapia como quimioterapia são limitadas no tratamento do adenocarcinoma pancreático - É a 5ª causa de morte por câncer no ocidente, sendo que corresponde a 2% de todos os canceres e 5% do total de morte por câncer no Brasil (INCA, 2018) - Apresenta alta mortalidade - Em 65% dos casos o tumor apresenta-se na cabeça do pâncreas - Tem prognóstico ruim - Mais de 80% são detectados quando invadem órgãos vizinhos, sendo que nesses casos a sobrevida média é <5% em 5 anos. - Mais de 90% se tratam de Adenocarcinomas Ductais - Apresentam início insidioso, dificultando o diagnóstico precoce - É mais útil a associação de neo-adjuvância, e não somente o uso de radioterapia ou quimioterapia Fatores de Risco - Cigarro - Doenças hereditárias - Obesidade - Diabete - Álcool, café e pancreatite crônica são duvidosos - Alterações genéticas: K-ras (oncogene); os supressores tumorais P-16, p-53, e DPC-4 Quadro Clínico - Icterícia e prurido: • Por obstrução do colédoco pela cabeça do pâncreas - Dor lombar em CA distais – 90% - DM (insuficiência pancreática endócrina) - Náuseas e vômitos (em doença avançada) - Esteatorréia - Propedêutica: • Sinal de Courvoisier (vesícula dilatada à palpação) • Nódulo Sister Mary Joseph (palpação de gânglio metastático) • Prateleira de Blumer (visto no raio x) Exames Laboratoriais - Provas de função hepática (sinais de Colestase: aumento de bilirrubina, fosfatase alcalina, transaminases) - Elevação de amilase e lipase infrequentes (são comuns de estarem aumentadas em casos de pancreatite) - Marcadores tumorais: CA19-9 em 80% dos casos (no entanto, também está elevado na colestase e colangite) Diagnóstico por Imagem - TC (preferível) ou Angiotomografia - PET-CT: útil para diferenciação entre processos inflamatórios e neoplásicos, além de fazer estadiamento - RM e Colangio-ressonância: mostra o ponto de obstrução - Pancreatografia endoscópica: observa dilatações de ductos. Funciona como diagnóstico e terapêutica. - Ultra-sonografia abdominal: não é muito bom para visualizar pâncreas - Ultra-sonografia endoscópica: muito melhor do que o US abdominal. Permite realizar estadiamento, biópsia e observa nódulos menores de 2cm. Diagnóstico Histopatológico - Não é obrigatório - A PAAF apresenta especificidade de 99% e sensibilidade de 60-80% - Indicações: • Diagnóstico diferencial • Tumores < 2cm • Estadiamento - Complicações: • Hemorragia • Pancreatite e fístulas • Implante neoplásico no trajeto Tratamento Clínico - Tratamento da dor - Tratamento da má absorção: • Enzimas pancreáticas + dieta fracionada e hipergordurosa. - Suporte nutricional: • TCM (triglicerídeo de cadeia média) é uma boa opção, pois é absorvido no trato alto sem necessidade da secreção pancreática - Tratamento do diabetes mellitus - Tratamento endoscópico (ex: stents para desobstrução dos ductos) Tratamento Cirúrgico - Tratamento da dor - Procedimentos de drenagem - Pancreatojejunostomia - Ressecções pancreáticas - Procedimentos cirúrgicos disponíveis: • Lapacoscopia diagnóstica • Cirurgia de Whipple: • É a cirurgia curativa do CA de pâncreas • Nessa operação são removidos a cabeça do pâncreas, parte do ducto biliar, vesícula biliar e duodeno, juntamente com a parte final do estômago • Após a etapa de ressecção, o restabelecimento do trânsito digestivo é feito unindo o remanescente do pâncreas, o ducto biliar e o estômago a um segmento de alça do intestino delgado • Pode ser feito via aberta, laparoscópica ou robótica
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