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Hanseníase: Manifestações e Prevenção

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HANSENÍASE 
- Manifestações dermatológicas variadas
- Comprometimento neurológico geralmente precede manifestações dermatológicas 
- Dormência dos pés e mãos 
- Doença infectocontagiosa crônica, transmissível, de notificação compulsória e investi-
gação obrigatória em todo território nacional 
- Necessária a investigação dos familiares/ciclo próximo
- Inserida no objetivo 3 dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU, que visa 
promover o bem-estar e uma vida saudável, com a meta proposta de combater as epidemias 
de aids, tuberculose, malária e outras doenças transmissíveis e tropicais negligenciadas, até o 
ano de 2030.
- A hanseniase é uma doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória.
- Os casos diagnosticados devem ser notificados, utilizando-se a ficha de Notificação/Investiga-
ção, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
- O que a doença representa:
- Doença de saúde pública -> atendimento e medicação gratuita em razão do risco de in-
capacitância (o que impactaria financeiramente; custeamento pela sociedade)
- Doença negligenciada 
- Doença infectocontagiosa, passível de transmissão (nem todo portador transmite; ape-
nas metade das formas clínicas transmitem)
- Doença dermatológica, por vezes deformante
- Doença neurológica -> comprometimento do SN periférico, possivelmente incapacitante 
(não é obrigatoriamente incapacitante; quanto mais tardio o diagnóstico, maior o risco; em 
nenhum contexto o tratamento é retardado)
- Não atinge o SNC: não gera demência, problema de equilíbro, etc
- Doença imunológica: variação individual (resposta imunológica vai determinar combate e 
vulnerabilidade ao microorganismo; 90% da população é resistente ao M. leprae)
- Doença social: aspectos psicológicos e econômicos envolvidos
- Pontos importantes:
- Doença infectocontagiosa, crônica, cujo agente etiológico é o Mycobacterium le-
prae, bacilo álcool-ácido resistente, que infecta a pele e os nervos periféricos e, 
mais especificamente, os macrófagos cutâneos e as células de Schwann (células que 
irão determinar resposta imunológica frente ao microorganismos)
- Pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade
- Risco aumentado quando há vulnerabilidade socioeconômica: ambientes de aglome-
ração facilitando a transmissão -> contato social aumentado 
- Homem é o principal reservatório natural do bacilo 
- A maioria da população possui resistência imunológica à infecção 
- Alta infectividade e baixa patogenicidade
- Resistência imunológica da maioria da população (90%) 
- Período de incubação: 2 a 5 anos (lento; precisa ser exposto a carga bacilar contínua) -> 
verificar contatos próximos nos últimos 5 anos
- Transmissão via respiratória (mucosa nasal) e principalmente interfamiliar 
- Perda de sensibilidade progressiva: térmica -> dolorosa -> tátil 
- M. leprae 
- Bacilo intracelular obrigatório de macrófagos cutâneos e células de Schwann
- Não visualizado no sangue 
- Não é cultivável
- Reprodução de 12 a 15 dias (lenta)
- Única mycobacteria neurotrófica -> nenhuma outra ataca os nervos 
- Tropismo por áreas frias do corpo
- Epidemiologia:
- Ainda endêmica em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento: vulnerabilidade 
socioeconômica, desnutrição na infância, etc
- Em 2018 foram deportados 208.619 casos novos de hanseníase no mundo, resultando em 
uma taxa de deteção de 2,74 casos por 100.000 habitantes
- Principais países: Índia, Brasil, Indonésia -> representam 80% dos casos do mundo
- Brasil está entre os 22 países que possuem as mais altas cargas da doença em nível glo-
bal. Ocupa a segunda posição em número de casos novos e detém cerca de 92% do total 
de casos das Américas, em 2018.
- Brasil supera a Índia em incidência 
- Distribuição heterogênea no Brasil
- Sul e sudeste: baixas taxas
- Sul eliminou: menos de um caso a cada 10.000 hab.
- Centro-oeste: maiores taxas
- Observações: 
- Multibacilar: múltiplos bacilos; forma contaminante -> transmissores
- Paucibacilar: poucos bacilos; forma não contaminante 
- Resposta celular: th1
- Resposta humoral: th2 -> IL-4, IL-10 - inibem resposta celular 
e quimiotaxia, permitindo a proliferação do bacilo
- Estados reacionais: respostas imunológicas do organismo 
frente ao microorganismo -> pode ou não ocorrer, alterando o 
aspecto clínico das lesões
- Tuberculoide e Dimorfa-Tuberculoide: paucibacilar; bacilosco-
pia negativa
- Dimorfa-Dimorfa, Dimorfa-virchowiana e virchowiana: multiba-
cilar; baciloscopia positiva
- Classificações: 
- Classificação de Madri (class. clínica)
- Polo estável: não passa de um polo para ou-
tro -> aspecto não altera
- Tuberculoide: uma lesão normalmente 
ou lesões isoladas; boa reposta celular, 
mas não 100% efetiva
- Virchowiana: múltiplas lesões; sem resposta celular; 
resposta humoral ineficaz
- Polo instável/mutante: doença pode transitar 
- Indeterminada: poucos bacilos; pode evoluir para ou-
tras formas
- Dimorfa: mais de uma apresentação clínica em razão 
de instabilidade imunológica 
- Classificação de ridley e Jopling (class. clínica) -> pouco utilizada 
- Tuberculoide
- Dimorfa
- Virchowiana
- Apresentações: 
- Dimorfa-Tuberculoide
- Dimorfa-Dimorfa
- Dimorfa-virchowiana 
- Classificação operacional (OMS)
- Hanseníase paucibacilar (PB) 
- < 5 lesões 
- Boa resposta celular
- Hanseníase multibacilar (MB) 
- > 5 lesões 
- Baixa resposta celular 
- Observação: 
- Necessário examinar corpo inteiro.
- Se a baciloscopia for positiva, o paciente é classificado como MB indepen-
dente do número de lesões 
- Pele, anexos e nervos:
- A lesão neural acarreta distúrbios sensitivos, motores, tróficos e vasomotores/secretórios
- Redução do suor e sebo, quantidade de pêlos, sensibilidade, etc
- Imagem: principais troncos nervosos afetados pelo M. leprae -> cervical posterior, cubital, 
mediano, radial, fibular superficial e tibial posterior. 
- Fisiopatogenia:
- Boa resposta: recuperação espontânea
- Resposta mediana: tuberculoide
- Resposta celular inexistente: virchowiana 
- Transmissão: 
- Indivíduo doente (multibacilar) -> transmissão -> 90% das pessoas não pegam hansenía-
se e 10% contraem o bacilo e ficam doentes -> pode curar sozinho ou evoluir para uma 
das três formas (indeterminada, dismorfa ou virchowiana)
- Forma espontânea (PB -> não transmite): cura espontânea e/ou com tratamento 
- Com o tratamento adequado, qualquer forma de hanseníase tem cura 
- Após 30 dias de tratamento, não transmite mais -> sem necessidade de isolamento
- Não é uma transmissão imediata 
- Sem tratamento, um novo ciclo se inicia
- Lesão pode ficar pigmentada durante o tratamento
- Independente da forma clínica, analisar contatos próximos do indivíduo
FORMAS CLÍNICAS
FORMA INDETERMINADA 
- Forma paucibacilar
- A lesão de pele geralmente é única, mais clara (hipocrômica) do que a pele ao redor (mancha), 
não é elevada (sem alteração de relevo), apresenta bordas mal delimitadas e é seca (“não pega 
poeira” - uma vez que não ocorre sudorese na respectiva área; oleosidade e sudorese com-
prometida)
- Geralmente manchas pequenas, que podem estar em qualquer parte do corpo. Geralmen-
te menos de 5.
- Mancha pode estar associada à perda de pelo, redução de suor, perda de sensibilidade, 
redução de gordura, da região
- Doença ainda no início -> tronco neural não está comprometido; paciente ainda sem incapaci-
dades.
- SNP ainda preservado
- Há perda de sensibilidade variável (hipestesia ou anestesia) térmica e/ou dolorosa, mas a tátil 
(habilidade de sentir o toque) geralmente é preservada
- A biópsia da pele frequentemente não confirma (processo linfocitário inespecífico) e o diagnós-
tico e a baciloscopia é negativa 
- Portanto, os exames laboratoriais negativos não afastam o diagnóstico clínico
- Diagnósticos diferenciais: eczemátide (outros achados: pele seca, história de atopia, descama-
ção, ceratose folicular), vitiligo em forma inicial,pitiríase versicolor, etc
FORMA TUBERCULOIDE 
- Forma paucibacilar
- Manifesta-se por uma placa (mancha elevada em relação à pele adjacente), totalmente anesté-
sica ou por placa com bordas elevadas, bem delimitadas e o centro claro (forma de anel ou 
círculo)
- Já pode apresentar comprometimento do SNP -> já pode apresentar nervo espessado e seu 
comprometimento (perda de força, sensibilidade, articular, etc) -> já pode apresentar incapaci-
dade
- Quando ocorre, geralmente apenas um nervo é comprometido
- Com menor frequência, pode se apresentar como um único nervo espessado com perda total 
de sensibilidade no seu território de inervação
- A baciloscopia é negativa e a biópsia de pele quase sempre não demonstra bacilos, e nem 
confirma sozinha o diagnóstico.
- Bordas elevadas com granulações: granulomas tuberculoides -> superficializados 
- Diagnósticos diferenciais: dermatofitose (outros achados: prurido), sarcoidose cutânea, granu-
loma actínico.
HANSENÍASE VIRCHOWIANA 
- É a forma contagiosa da doença
- Forma multibacilar 
- Lesões disseminadas e com certa simetria
- Ex: infiltração orelha -> ambas estarão
- Quando ocorre comprometimento do nervo, já é múltiplo.
- Não simétrico necessariamente 
- O paciente pode apresentar-se com a pele avermelhada, seca, infiltrada, cujos poros apresen-
tam-se dilatados (aspecto de “casca de laranja”), poupando couro cabeludo, axilas e o meio 
da coluna lombar (áreas quentes)
- É comum aparecerem caroços (pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e assintomáticos 
(hansenomas). Pode haver perda parcial a total das sobrancelhas (madarose) e também dos 
cílios, além de outros pelos, exceto os do couro cabeludo
- A face costuma ser lisa (sem rugas) devido a infiltração, o nariz é congesto, os pés e mãos ar-
roxeadas e edemaciados, a pele e os olhos secos
- Face leonina: infiltração da face e orelhas
- Pode haver deformidade da orelha
- O suor está diminuído ou ausente de forma generalizada, porém é mais intenso nas áreas ain-
da poupadas pela doença, como couro cabeludo e as axilas
- Baciloscopia positiva e histopatológico evidenciando bacilos
- Diagnósticos diferenciais: sífilis
HANSENÍASE DISMORFA 
- Lesões de aspectos variados
- Lesão sugestiva da hanseníase dismorfa: foveolar -> borda interna (mais precisa) e borda 
externa (mais espraiada) 
- Ao exame, pode apresentar lesões de forma individual que se assemelham à forma vir-
chowiana ou tuberculoide.
- Muitas lesões semelhantes a forma tuberculoide: dirmofo-tuberculoide
- Muitas lesões semelhantes a forma virchowiana: dismorfo-virchowiana
- Ou seja, a lesão isolada pode se assemelhar a uma dessas formas, mas o conjunto 
das lesões não.
- Caracteriza-se por mostrar várias manchas de pele avermelhadas ou esbranquiçadas, com 
bordas elevadas, mal delimitadas na periferia, ou por múltiplas lesões bem delimitadas seme-
lhantes à lesão tuberculoide, porém a borda externa é esmaecida (pouco definida)
- Há perda parcial a total da sensibilidade, com diminuição de funções autonômicas
- É comum haver comprometimento assimétrico de nervos periféricos, as vezes visíveis ao exa-
me clínico
- É a forma mais comum de apresentação da doença (mais de 70% dos casos)
- A baciloscopia da borda infiltrada das lesões (e não dos lóbulos das orelhas e cotovelos), é 
frequentemente positiva. 
DIAGNÓSTICO: 
- Diagnóstico clínico + técnicas semióticas 
- Técnicas semióticas
- Teste da sensibilidade (térmica, doloroso e tátil) -> testar em diferentes pontos, com 
olhos fechados
- Térmica: Algodão embebido em éter ou tubo de ensaio com água quente e fria
- Dolorosa: agulha ou estilete
- Tátil: Caneta esferográfica de ponta plástica (“tipo BIC”) ou monofilamento de 
Semmes-Weinstein
- Apenas encostar a ponta plástica da caneta
- Estesiômetro - monofilamento de Semmes-Weinstein: Análise da sensibili-
dade tátil, protetiva
- Teste de histamina
- Teste da pilocarpina
- Observação: toda perda de sensibilidade na pele (térmica, dolorosa e/ou tátil), bem 
caracterizada, é indicadora de hanseníase
- Diagnóstico laboratorial:
- Baciloscopia do raspado intradérmico -> pesquisa do BAAR (4-5 sítios)
- A baciloscopia negativa não exclui diagnóstico de hanseníase: negativa em casos 
paucibalares
- Áreas frias (orelhas, cotovelos): pinçamento da pele com pinça Kelly -> isquemia -> 
bisturi 15 ou 11 -> perfuração longitudinal -> entra 0,5 cm -> rotação da lâmina na 
derme -> coleta linfa -> cora o material 
- Biópsia/histopatológico da pele (nem sempre conclusivo)
- Indeterminada: processo inflamatorio inespecífico
- Tuberculoide: paucibacilar; no entanto, se o granuloma for ao longo do nervo -> su-
gestivo 
- Virchowiano ou dismorfo: presença do bacilo
- Biópsia/histopatológica do nervo (limitação técnica)
- Eletroneuromiografia
- Outras: teste rápido Bioclin ML flow (implementado em 2022). 
- Diagnósticos diferenciais:
- Indeterminada: pitiríase alba, pitiríase versicolor, nevo hipocrômico,hipopigmentaçãopós-
inflamatória,vitiligo, etc
- Tuberculóide e Dimorfa: granuloma anular, eritema figurados, sarcoidose, pitiríase rósea, 
psoríase, lupus eritematoso, farmacodermia, etc
- Virchowiana: esclerodermia, micose fungóide, pelagra, ictiose, eczemas, sífilis secundária, 
leishmaniose, neurofibromatose, xantomas, linfomas, etc;
- Lesões neurais: doenças inflamatórias, metabólicas, infecciosas, congênitas, tumorais, 
traumas.
- Esquema: depois do diagnóstico 
- Relevância da avaliação do grau de incapacidade física:
- Problema de saúde pública
- Importantes sinalizadores do diagnóstico tardio
- Manifestam-se por:
- Perda de sensibilidade protetora,
- Diminuição da força muscular e/ou
- Surgimento de deformidades visíveis.
- Ocorrem nas mãos e/ou nos pés e/ou nos olhos;
- Avaliação indispensável no diagnóstico e alta.
DEFINIÇÃO DE CASO 
- Considera-se caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou mais dos seguintes sinais 
cardinais, a qual necessita de tratamento com poliquimioterpia (PQT): 
- Lesão (es) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou 
tátil; 
- Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou 
autonômicas;
- Dormência, parestesia, etc
- Presença de bacilos M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço intradérmico ou 
na biopsia de pele. 
TRATAMENTO 
- Tratamento esquema - PQT-U
- Paucibacilares: 6 doses
- Dose supervisionada: mensal
- Rifampicina 600mg
- Clofazimina 300mg
- Dapsona 100mg
- Medicação auto-administrada: diária
- Dapsona 100mg
- Clofazimina 5omg
- Duração: 6 doses/meses = alta com cura
- Pode terminar em até 9 meses, se não interromper por mais de 3 meses conse-
cutivos
- Multibacilares:
- Mesmos medicamentos
- Duração: 12 meses = alta com cura
- Pode terminar em até 18 meses, se não interromper por mais de 3 meses con-
secutivos
- Observações: 
- Crianças: mesmos medicamentos, doses diferentes
- Clofazimina: droga de depósito -> pode ser dada em dias alternados
- Lesões podem permanecer por tempo variável -> presença das lesões não indica neces-
sidade de continuar o tratamento após esse período 
- Não utiliza baciloscopia para alta -> bacilos mortos podem permanecer no tecido por 
tempo prolongado
- Gravidez e aleitamento não contraindicam o tratamento PQT padrão -> não retarda ou 
suspende o tratamento por nenhum motivo, além de suspeita de efeitos adversos medi-
camentosos
- Para mulheres em idade reprodutiva atentar ao fato de que a rifampicina pode interagir 
com anticoncepcionais orais, diminuindo a sua ação.
PROFILAXIA 
- Considerando as peculiaridades clínicas, epidemiológicas e psicossociais da hanseníase, as 
ações para o controle da doença no país baseiam-se na:busca ativa para detecção precoce 
dos casos, tratamento oportuno, prevenção e tratamento das incapacidades; reabilitação; ma-
nejo das reações hansênicas e dos eventos pós-alta; investigaçãodos contatos de forma a 
interromper a cadeia de transmissão; formação de Grupos de Autocuidado e ações adicionais 
que promovam o enfrentamento do estigma e discriminação às pessoas acometidas pela do-
ença.
ESTADOS REACIONAIS HANSÊNICOS - SINAIS DE ALERTA 
- Consiste na mudança da resposta imunológica frente a infecção -> resposta imunológica pode 
ocorrer antes, durante ou após o tratamento.
- Inflamação súbita de lesões pré-existentes;
- Dor aguda em nervos de face, mãos e pés;
- Aparecimento súbito de "caroços" vermelhos e doloridos;
- Piora da sensibilidade das mãos e pés;
- Perda súbita da força muscular em face, mãos e pés;
- Piora do quadro geral com febre, mal-estar, ferida e inguas;
- Dor e vermelhidão nos olhos;
- Diminuição súbita da acuidade visual;
- Edema de mãos, pernas, pés e face.
- Podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento;
- Ocorrem em média em 30 a 35% dos pacientes;
- Suscetibilidade genética;
- São de 2 tipos: reação tipo a (RTa ou reação reversa) e reação tipo a (RTa);
- RT1: ocorrem principalmente nos pacientes dimorfos (DT, DD, DV), com índices bacilos-
cópicos > 4 e sorologia anti-PGL altamente positivas; tto prednisona;
- Exacerbação da resposta celular
- RT2 - ocorrem nos pacientes DV e V; a manifestação principal é o ENH; pode haver com-
prometimento sistêmico; tratamento talidomida;
- Exacerbação da resposta humoral
- Observar: reações são mais comuns na forma dismorfa em razão da sua instabilidade 
imunológica
- No Brasil a talidomida está indicada somente para tratamento das doenças previstas nos pro-
tocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde, as quais são: o eritema nodo-
so hansênico, lúpus eritematoso, úlceras aftoides em pacientes portadores de HIV- Ais, doença 
do enxerto contra hospedeiro, mieloma múltiplo e sindrome mielodisplásica.
PONTOS IMPORTANTES 
- A hanseníase é doença ainda endêmica no Brasil, portanto lesões ou áreas de pele com perda 
de sensibilidade (térmica e/ou dolorosa) devem sempre levar os profissionais de saúde a pen-
sar no diagnóstico da hanseníase e avaliar o caso cuidadosamente.
- O diagnóstico é baseado no quadro clínico, portanto, é possível diagnosticar a maior parte dos 
casos utilizando pouco material acessório (com dois tubos de ensaio com água quente e fria 
ou com apenas uma agulha de insulina).
- Classificar os pacientes é muito importante, pois tratar um paciente multibacilar erroneamente 
como paucibacilar pode agravar a condição de saúde do paciente e prejudicar o controle epi-
demiológico da hanseniase.
- Esteja sempre atento quanto ao rápido diagnóstico e manejo das reações hansênicas, pois 
elas são importantes causas de incapacidades

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