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Capitalismo financeiro

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capitalismo financeiro 
(filósofo trans feminista)
"Não estamos assistindo à crise do capitalismo, mas à sua expansão exponencial, à sua mutação de um modelo industrial para um modelo informático-financeiro: uma forma mais abstrata e arbitrária. O novo liberalismo nunca se sentiu tão livre. As multinacionais nadam em imundície e lucro, não nos enganemos: o mercado está exultante. A que dívida se refere o FMI? À dívida que a Europa tem com a África e a América Latina por tê-las espoliado durante séculos? À dívida que os homens têm com as mulheres por anos de trabalhos sexuais e domésticos não pagos? À dívida que os ricos têm com os pobres por ter-lhes roubado tempo e beleza? A dívida “soberana” (visto que a única coisa soberana que resta aos países europeus é a dívida), produto da especulação com o coletivo, é apenas uma desculpa para legitimar o último cercamento. O neoliberalismo dá mais uma volta ao parafuso: uma vez que nada permitiu provar que a democracia beneficia o livre mercado, transformemos a própria democracia em mercado. Em sua ascensão selvagem, o mercado neoliberal sonha com a extensão global do modelo chinês ou saudita, enclave de inovação governamental: totalitarismo político mais capitalismo econômico mais devastação ecológica mais morte social.
PRECIADO, Paulo. Um apartamento em Prefácio de Virginie Despentes. Zahar.2020. L.49. Quem tá ligado na história transvestigênere brasileira é só bater o olho nessa imagem e já reconhece, mas pra maioria da população essa obra é uma completa desconhecida: "A queda para o alto" (1982), de Anderson Herzer. Eis o primeiro relato autobiográfico publicado por uma pessoa trans, mas o curioso é que o objetivo do texto não era esse, mas sim denunciar as violências que sofrem menores em situação de cárcere. Herzer passa parte da adolescência na FEBEM, onde descobre que poderia tanto ficar com mulheres quanto reivindicar pra si uma identidade masculina e, embora nunca se diga trans ou mesmo homem, ele se trata no masculino da primeira à última linha e sempre pelo nome de Anderson ou seu apelido Bigode. Como então não considerar essa uma obra de autoria trans? No texto de hoje da minha coluna do Buzzfeed Brasil, falo sobre esse livro e as peculiaridades com que se deu essa publicação. Prontes pra conhecer mais um pouquinho de narrativas trans.
O dia 25 de julho registra pelo menos três momentos importantes: nesta data rememoramos o dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha; dia da agricultura familiar; e dia de resistência do quilombola Tereza de Benguela. Por essa razão, divido com vocês uma imagem de uma artista brasileira que admiro muito, Anna Cunha, dedicada à memória de Tereza. Rememorar é uma forma de manter nossa história viva, bem como um ato de engajamento filosófico que impede que nos roubem a memória de um passado e as chances de um outro futuro possível e sensível.
Trata-se da insurreição dos saberes, não tanto contra os conteúdos, os métodos e os conceitos de uma ciência, mas de uma insurreição dos saberes antes de tudo contra os efeitos de poder centralizadores que estão ligados à instituição e ao funcionamento de um discurso científico organizado no interior de uma sociedade como a nossa. [...] são os efeitos de poder próprios a um discurso considerado científico que a genealogia deve combater. (FOUCAULT, 1979, p. 171)

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