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DOUTO JUÍZO DA 1º VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CIDADE DE MACAPÁ-AP MARIA DA SILVA, (brasileira), (agricultora), inscrita no CPF (MF) sob o nº. 777.888.999-10, e APOLÔNIO SILVA, (solteiro), ambos residentes e domiciliados na Rua das Flores, nº. 111, em Macapá - AP – CEP nº. 995566, de mesmo endereço eletrônico teste@teste.com.br, por sua advogada devidamente constituídos pelo instrumento de mandato anexo, nos termos do art. 39 do CPC/1973 e art. 287 do NCPC/2015 (documento 1), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO INDENIZATÓRIA Em face de FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO, pessoa jurídica de direito público interno, com endereço referido para citações na Av. Procópio Rola, nº. 90, em Macapá (AP) – CEP 68900-081, endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I. DA JUSTIÇA GRATUITA A autora não possui condições de pagar as despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família já que possui idade avançada e problemas de saúde e também porque gastou as últimas economias para proporcionar um funeral digno para o filho. O fato pode ser comprovado por meio da declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Novo Código de Processo Civil, art. 98 e seguintes e pelo artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal. Assim, faz jus a autora da concessão da gratuidade de Justiça. Importante frisar a lesão causada aos mais humildes, caso entenda-se de outra forma, impedindo-os de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito. II. DOS FATOS A elaboração desta ação se faz necessária devido a morte do ex-detento Apolônio Silva, esse com idade de 29 (vinte e nove) anos e 5 (Cinco) meses na data do óbito o qual ocorreu em 10 de janeiro de 2022. A confirmação de tal fato pode ser feita por meio das certidões de nascimento (do filho) e óbito, ora anexadas. (docs. 01/03) A vítima cumpria pena de 12 anos de prisão pela prática do crime de lesão corporal seguida de morte no Presídio Alfa, desde o dia 01/02/2020. Em anexo se encontram a guia de recolhimento e prontuário que comprovam essa informação. (docs. 04/07) Ocorre que, a despeito das tentativas reiteradas da Defensoria de retirá-lo do encarceramento, Apolônio continuou preso até ser brutalmente assassinado igualmente a outros companheiros de cela por tiros de arma de fogo durante uma rebelião, segundo alude a certidão de óbito carreada. (doc. 10) Resta comprovado, inclusive, que estas armas adentraram o presídio mediante pagamento de propina aos agentes penitenciários. Contudo, mais uma vez pontuo que, essa morte poderia ter sido evitada caso os pedidos adequadamente fundamentados da defensoria fossem acatados. O falecimento de Apolônio impactou grandemente a todos os familiares e amigos próximos da vítima, No entanto, sem dúvidas, sua mãe, Maria da Silva, uma idosa de 77 anos, foi a mais afetada, já que acabou perdendo seu único filho o qual, inclusive, anteriormente à reclusão não possuía filhos e trabalhava, contribuindo primordialmente no sustento da casa. III. DO DIREITO A Responsabilidade Civil do Estado por atos de seus agentes, está expressa na nossa Constituição Federal de 1988, mais precisamente no seu art. 37, § 6º que assim nos diz: Art. 37 – A administração pública direta ou indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (BRASIL, 1988). O Código Civil de Janeiro de 2002, Lei 10.406 assim determina, reforçando o Art. 43 da Constituição Federal: Art. 43 - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Ainda no Código Civil, encontramos outros reforços a ideia de que o dano deve, necessariamente, ser reparado por aquele que o causa, tanto no artigo 186 quanto no 927 que assim dizem: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. O Instituto Jurídico do dano moral é regulado pela Constituição Federal de 1988 que reforça a sua tríplice função, dentre elas, a de punir o agente causador do dano: Art. 5º, V. É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. Art. 5º, X. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; IV. DOS REQUERIMENTOS Ante o exposto, requer: a) o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC/2015 por ser pobre juridicamente, não podendo arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento e de sua família; b) A dispensa da audiência de conciliação por não ser de interesse da parte autora ante a inércia do Estado até o momento em sanar a questão, mesmo diante das inúmeras tentativas da requerente. c) a citação do requerido por meio postal, nos termos do art. 246, inciso I, do CPC/2015 [7]; h) Seja condenado o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos moldes do art. 546 do CPC/2015; IV. DAS PROVAS Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial, pelos documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem arroladas em momento oportuno e novos documentos que se mostrarem necessários. V. DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 60. 000, 00 , para fins de alçada, nos moldes do art. 292, III do NCPC/2015. Nestes Termos. Pede Deferimento. Macapá, 03 de dezembro de 2021. LC OAB XXXXXX,
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