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DIABETES: -Conjunto de distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia decorrente de insuficiência insulínica (diminuição de produção pancreática, inadequada liberação ou resistência periférica). -DM1 (destruição de células beta - autoimune/idiopática). -DM2 (diferentes graus de diminuição de secreção e resistência à insulina). -DMG (gestacional). -Outros tipos DM (defeitos genéticos, drogas, infecções, doenças pâncreas exócrino, etc). -Alta prevalência/repercussões materno-fetais. -DM na gestação: previamente diagnosticada (1 ou 2), DM diagnosticada durante a gestação (over DM) e DMG (hiperglicemia diagnosticada na gestação com níveis que não atingem critérios para DM1 ou 2). FATORES DE RISCO PARA HIPERGLICEMIA (não fazem diagnóstico): -Idade. -Sobrepeso e obesidade. -Antecedente familiar. -Antecedente pessoal de alteração metabólica (SOP, HbA1 >ou= 5,7, DLP, acantose, medicamentos). -Antecedentes obstétricos (abortos, DMG prévio, polidrâmnio, macrossomia, óbito fetal, malformações fetais). -DMG aumenta riscos de DM2 futuro. FISIOPATOLOGIA: -Gestação: potencialmente diabetogênica: estado de resistência insulínica. -Normal: hipoglicemia de jejum leve, hiperglicemia pós prandial, hiperinsulinemia. -Assegurar suprimento contínuo de glicose ao feto. -Meia via da insulina não se modifica. -Hormônios placentários - hipertrofia, hiperplasia e hipersecreção das células beta. -Aumento do lactogênio placentário humano - maiores respostas de insulina pelas células beta. -Progesterona - aumento da concentração basal de insulina e reposta a estímulos com glicose oral. -Estradiol - hiperinsulinismo. -Insulina aumentada - resposta à ingestão de glicose: hiperglicemia prolongada, hiperinsulinemia e supressão maior do glucagon. -Compatível com estado de resistência periférica à insulina: aumento da reposta da insulina à glicose, redução da captação periférica da glicose e supressão da resposta da glicose. -Lactogênio tem ação semelhante ao GH - aumento da lipólise e liberação de ácidos graxos livres, aumentando a resistência insulínica. -Implicações: piora de quadros de DM prévios e se alteração desse metabolismo - DMG. DM NA GESTAÇÃO - DIAGNÓSTICO: -DM na gestação: Glicemia de jejum >ou= 126mg/dL;ü HB glicada >ou= 6,5%;ü Dextro ao acaso >ou= 200mg/dL.ü -DMG: Glicemia de jejum >ou=91 e <ou=126mg/dL;ü 1 valor alterado no TOTG 75g de glicose com 3 medidas - feito entre 24-28 semanas.ü -Adaptações maternas na gestação predizem e aceleram risco de doenças crônicas futuras na mãe e criança. -Pré natal: janela oportunidade para diagnosticar, tratar e prever futuros riscos: DM, obesidade, doenças cardiovasculares. -Impactos a curto prazo DM na gestação: HAS gestacional e pré eclâmpsia, polidrâmnio (líquido amniótico aumentado), macrossomia, aumento da primeira PCS, tocotraumatismos (distócia de ombro, lesão de plexo braquial, lacerações), óbito fetal, desconforto respiratório e hipoglicemia RN, atraso amamentação. -Impactos a longo prazo: DMG recorrente, DM2. -Objetivos: HD precoce, início imediato de tratamento, controle glicêmico rígido, momento da resolução, monitoramento pós parto. DM NA GESTAÇÃO - DIAGNÓSTICO NO BRASIL: -Incidência: cerca de 18% das gestantes. -Fatores clínicos de risco. -Diagnóstico universal - proporcionar a todas as gestantes a possibilidade de diagnóstico. -De acordo com a viabilidade financeira e disponibilidade de técnica. -Melhor teste TOTG 75g, 2 horas - teste padrão ouro, porém podemos rastrear de outras maneiras. DM NA GESTAÇÃO - TRATAMENTO: -Orientação. -Tratamento não farmacológico: terapia nutricional + atividade física + exercícios. -Cálculo de IMC - nos diz o quanto a gestante pode ganhar de peso ao longo da gestação. -Alimentação sem açúcar livres, alimentos in natura e minimamente processados, fibras, pode adoçante sucralose e stévia, fracionar alimentação, evitar jejum prolongado. -Caminhada orientada. -Monitorização: orientação, glicosímetro e fitas. -Metas: glicemia de jejum <95mg/dL, 1 hora pós prandial <140mg/dL e 2 horas pós prandial <120mg/dL. -Frequência sem medicação: ideal (diário, 4 pontos), possível (3x/semana, 4 pontos). -Frequência com medicação: ideal (diário, 6 pontos), possível (diário, 4 pontos). -1ª escolha: insulina. -Mais usadas e disponíveis: NPH e regular, liberadas de longa duração (Glargina, detemir) e ultra rápida (asparte, lispro). -Dose inicial 0,5 UI/Kg, ajustes de 15x15 dias até 20 semanas e após isso semanalmente, fracionada 2-3 tomadas ao dia com maior parte no jejum (2/3 da dose) ou BED time (dose na hora de dormir). -Metformina: categoria B, se paciente usa uma dose alta de insulina (>100UI/dia) ou se não tem adesão à insulina. -Em trabalho de parto: fazer dose basal, manter dieta, SG5% 100 ml/h, manter dextro 70-120 (preferência 100-120), controle a cada 1-2 horas, correção com insulina rápida. Se PCS (parto cesárea) eletiva: jejum, insulina 1/3 da dose e infusão de SG5%.ü OBS: A hipoglicemia mata o feto intra útero porque o feto só se alimenta de glicose. DM E VITALIDADE FETAL: -Orientar Mobilograma (após 1h da alimentação a mãe tem que avaliar a movimentação fetal). -Biometria fetal (US obstétrico) 3º trimestre (28 e 34-36 semanas). -Vitalidade fetal (Cardiotocografia): 1 a 2 vezes/semana >32 semanas. -US com doppler: não é rotina. Se paciente tem suspeita de vasculopatia (DM prévio, HAS) com >30-32 semanas. -Cuidado com hipoglicemia ou necessidade de redução da insulina no 3º trimestre - pode cursar com insuficiência placentária (lactogênio placentário humano é o hormônio que temos que ficar de olho). TEM QUE SABER!!! RESOLUÇÃO DA GESTAÇÃO COM DMG: -Dieta/atividade física/sem comorbidades: gestação pode chegar até 40 semanas e 6 dias. -Com medicação/comorbidades: gestação pode chegar até 39 semanas e 6 dias. -Difícil controle ou complicado: gestação pode chegar até 34-38 semanas e 6 dias. RESOLUÇÃO DA GESTAÇÃO COM DM PRÉVIO: -Sem complicação e bem controlado: gestação pode chegar até 38-39 semanas e 6 dias. -Vasculopatia: gestação pode chegar até 37-38 semanas e 6 dias. -Difícil controle ou complicado: gestação pode chegar até 34-38 semanas e 6 dias. RESOLUÇÃO DA GESTAÇÃO COM DM: -Conduta ativa melhor que expectante. -Peso fetal estimado <4.000g - via obstétrica. -Peso fetal estimado >4.500g - via alta (cesárea). -Peso fetal >4.000g e <4.500g - individualizar (estatura materna, parto anterior, acurácia da estimativa de peso fetal). DMG E PUERPÉRIO: -Pós parto imediato: manter monitorização. Maioria sem medicamento e, se uso de insulina usar 1/2 a 1/3 da dose apenas. -Reclassificação para todas 6 semanas pós parto. -Ideal: TOTG 75g: DM2 se jejum >ou= 126 ou 2h>ou=200;ü Glicose de jejum alterada se jejum >ou=100 e <125;ü Intolerância glicose se após 2 horas >140 e <199.ü -Sem viabilidade financeira: repetir glicemia de jejum. Profª Giuliana PROVA!!! PROVA!!! PROVA!!! DIABETES NA GESTAÇÃO 14/06/2022 08:11
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