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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DA FFLCH/USP HISTÓRIA DA ÁFRICA (FFLCH 0649) Profa. Leila Maria Gonçalves Leite Hernandez TERCEIRO TEXTO “Sou um escritor ibo, porque essa é minha cultura básica; nigeriano, africano e escritor...não primeiro negro, depois escritor. Cada uma dessas identidades efetivamente invoca certo tipo de compromisso de minha parte. Devo enxergar o que é ser negro – e isso significa ser suficientemente inteligente para saber como gira o mundo e como se saem os negros no mundo. É isso que significa ser negro. Ou africano – dá no mesmo: que significa a África para o mundo? Quando se vê um africano, que significa isso para um homem branco?” Chinua Achebe. “(...) Assim, embora o europeu possa sentir o problema de quem ele ou ela é constitui um problema particular, o africano sempre pergunta não é ‘quem sou eu, mas ‘quem somos nós? ’. ‘Meu’ problema não é apenas meu, mas ‘nosso’. Essa constelação particular de problemas e projetos não é encontrada com frequência fora da África: uma história colonial recente, uma multiplicidade de variadas tradições locais subnacionais, uma língua estrangeira cuja cultura metropolitana tradicionalmente definiu os “nativos” como inferiores, por sua raça, e uma cultura literária ainda basicamente em processo de formação. É por eles compartirem esse conjunto de problemas que faz sentido falar de um escritor nigeriano como um escritor africano, (...). KRUMAH, Kwame. O mito de um mundo africano. In Na casa de meu pai: A África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997, respectivamente p.111 e p.116.
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