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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PROGRAMA 5S´s Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE PROGRAMA 5S´s MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO 1.1 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QUALIDADE 2 HISTÓRIA E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROGRAMA 5S’S MÓDULO II 3 ORIGEM DO PROGRAMA 3.1 OBJETIVOS GERAIS 3.2 CONCEITUAÇÃO DOS SENSOS 3.3 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS MÓDULO III 4 IMPLANTAÇÃO 4.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E RESPONSABILIDADES 4.1.1 Plano de Implantação 4.1.2 Preparando o ambiente para a mudança 5 SENSIBILIZAÇÃO DA ALTA ADMINISTRAÇÃO 5.1 ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 6 FERRAMENTAS PARA IMPLEMENTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO 5S’S 6.1 BRAINSTORMING 7 PLANO DE AÇÃO (5W 2H) 7.1 JOGOS, NARRATIVAS E HUMOR 7.2 REGISTRO VISUAL 8 DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA AN02FREV001/REV 4.0 4 MÓDULO IV 9 PROCESSO DE AUDITORIA 9.1 CONCEITOS RELACIONADOS COM A AUDITORIA 9.2 PRINCÍPIOS DA AUDITORIA 9.3 O CICLO DA AUDITORIA DO PROGRAMA 5S’S 9.4 SELEÇÃO E COMPOSIÇÃO DA EQUIPE AUDITORA 10 RELATÓRIO DE AUDITORIA E ATIVIDADES DE ACOMPANHAMENTO 11 QUALIFICAÇÃO DO AUDITOR 11.1 CONHECIMENTO E HABILIDADES 11.1.1 Conhecimentos e habilidades de líderes de equipe da auditoria (Auditor Líder) 11.2 PSICOLOGIA DA AUDITORIA 11.2.1 Percepção 11.2.2 Percepção e Categorização 11.2.3 Atitude MÓDULO V 12 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS 12.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 13 TÉCNICAS PARA ESCUTAR DE FORMA DINÂMICA 13.1 BARREIRAS À COMUNICAÇÃO 13.2 PRIMEIRAS IMPRESSÕES E RÓTULOS 13.3 COMUNICAÇÃO E POSTURA DO AUDITOR 14 COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO 1.1 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QUALIDADE O conceito de qualidade não é recente, pois fazendo uma revisão da história é possível verificar diversas preocupações das empresas com a qualidade dos produtos desde o início da humanidade. A procura por materiais mais resistentes para desenvolver suas armas, fez com que o homem primitivo desenvolvesse novos métodos e habilidades para a sua própria evolução. A partir do século XVI, com a Revolução Mercantil, foi possível efetivar a integração de várias sociedades por meio da troca de produtos. Naquela época o artesão era a unidade produtiva e cada sociedade tinha o seu artesão com os seus produtos e atributos. Com a troca de produtos entre as sociedades o diferencial dos produtos fabricados pelos artesãos foi conhecido em diversas partes, criando expectativas e gerando interesses por atributos complementares dos produtos. Dessa forma, a qualidade passa a ser associada aos valores percebidos pelos consumidores. Com a Revolução Industrial no início do século XIX, as máquinas e equipamentos que permitiram a produção em série permitiram a padronização e a uniformidade aos processos e produtos. No século seguinte, as preocupações com a qualidade passaram a ser sistematizadas por meio de normas e procedimentos industriais. O conceito de Administração Científica que surgiu nos EUA através de Frederick Taylor, que utilizava como base a divisão do trabalho e em estudos de tempo de movimento, inseriu no meio produtivo conceitos e técnicas para viabilizar a produção em larga escala, assegurando a alta velocidade e a produtividade, possibilitando a medição e a inspeção do processo e do produto final. AN02FREV001/REV 4.0 6 Em 1940 as indústrias bélicas foram impulsionadas com a Segunda Guerra Mundial, pois precisavam produzir mais, com maior eficácia, atendendo aos prazos exigidos e com isso foram motivadas a buscar novas técnicas de controle da produção e da qualidade. Nesse momento foram inseridas técnicas estatísticas aprimoradas e os conceitos de confiabilidade passaram a ser mais utilizados. Após a Segunda Guerra Mundial nos anos 1950, países como Alemanha, França, Inglaterra e Japão tiveram as suas áreas industriais destruídas e, com isso, os Estados Unidos passaram conduzir os principais modelos de gestão e ampliar as suas empresas por todo o mundo. A procura por bens industriais ocasionadas pela sua escassez no mercado, a existência de clientes carentes e com pouco poder de exigência fez com que empresas americanas deixassem de aplicar algumas técnicas de qualidade e produtividade utilizadas durante a década de 50. Alguns profissionais responsáveis pela implantação destas técnicas foram para o Japão visando auxiliar na reconstrução do país por meio do Plano Marshall. Dentre os profissionais que orientaram tecnicamente a recuperação do Japão estavam Willian Edwards Deming e Joseph M. Juran, dois dos maiores gurus da qualidade e produtividade no mundo. DEMING foi quem popularizou a utilização do ciclo PDCA. A forma mais utilizada do ciclo PDCA é o ciclo de quatro etapas: Plan (planejar), Do (executar), Check (verificar), e Act (atuar corretivamente). Cada etapa deve seguir uma sequência de ações conforme destacado a seguir. AN02FREV001/REV 4.0 7 FIGURA 1 – O CICLO DO PDCA FONTE: Falconi, 2009 – Adaptado pelo autor. O PDCA é também conhecido como o ciclo de melhoria contínua e tem como objetivo identificar e organizar as atividades de um processo de solução de problemas de forma a garantir, de maneira eficiente e eficaz, o desenvolvimento de uma atividade planejada. A correta utilização desta ferramenta auxilia a organização a crescer de maneira ordenada, gerando assim uma melhoria contínua sólida e estruturada, como podemos verificar no detalhamento a seguir: PLAN Selecionar a oportunidade de melhoria - Criar uma lista de oportunidades - Verificar se nenhuma oportunidade relevante deixou de ser considerada - Analisar e selecionar a mais importante Identificar os requisitos dos clientes - Identificar os clientes do processo - Conhecer e avaliar as suas exigências Identificar o problema AN02FREV001/REV 4.0 8 - Analisar os problemas - Verificar os problemas prioritários - Identificar qual o desvio entre a situação ideal e a desejada - Definir qual é o problema e resolvê-lo Recolher dados - Mapear o fluxo do processo - Escolher os indicadores - Coletar dados para análise Identificar as causas do problema - Elaborar um diagrama de causa-efeito - Selecionar as causas mais prováveis Mapear soluções - Definir critérios para as soluções - Localizar as soluções ideais Preparar o plano de implementação - Definir os objetivos de melhoria - Preparar o plano - Identificar os pontos críticos de controle DO Treinar - Educar - Capacitar Implantar solução - Executar o plano e implementar solução CHECK Avaliar os resultados obtidos - Mensurar o desvio entre os resultados obtidos e os planejados - Levantar os benefícios Identificar as causas dos desvios - Houve falha no planejamento? Onde? - Por que falhou? Implantar as ações corretivas - Inserir as modificações ao plano Aplicar a solução identificada - Mudar para o novo processo definido AN02FREV001/REV 4.0 9 ACTION - Torná-lo permanente - Revisar os procedimentos Refletir- Houve aprendizado? Em que? - Como será o início da nova melhoria? Como você sabe, atualmente, o Japão é uma megapotência mundial. A tão conhecida dedicação e disciplina e os aspectos culturais dos japoneses, aliadas às técnicas de controle e produção, criaram modelos e poderosas técnicas de gestão. Grandes empresas japonesas conhecidas em todo o mundo lideram este processo, como a Toyota que apresentou ao mundo o Sistema Toyota de Produção. Dentre os japoneses que participaram da criação dos modelos de gestão e métodos de controle de qualidade se destacaram Kaoru Ishikawa e Masaaki Imai. Ishikawa foi o responsável pelo lançamento das Sete Ferramentas para o Controle Estatístico de Qualidade, assim como a criação do Diagrama de Causa e Efeito e dos Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Já Imai era defensor da ideia que as melhores soluções para os problemas nas empresas eram as mais simples e baratas e que as empresas deveriam seguir uma filosofia de melhoria contínua, que ele definiu como kaisen. Estes são alguns dos “gurus” da qualidade que serão apresentados adiante. Os Círculos de Controle de Qualidade (CCQs) são pequenos grupos de funcionários que conduzem voluntariamente procedimentos de controle de qualidade uma determinada área da empresa. É uma atividade que faz parte dos programas de qualidade e que torna acessível o controle da qualidade. Seus objetivos são o de contribuir para o desenvolvimento contínuo da empresa, melhorar o clima organizacional e incentivar o aumento da criatividade dos funcionários para a resolução dos problemas e geração da melhoria contínua. AN02FREV001/REV 4.0 10 FIGURA 2 – MODELO DE DIAGRAMA DE ISHIKAWA Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama de Ishikawa FONTE: Elaborado pelo autor. Ferramenta de representação das possíveis causas que levam a um determinado efeito/problema. AN02FREV001/REV 4.0 11 TABELA 1 – ETAPAS PARA CONSTRUÇÃO DE UM DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO Etapas para construção de um Diagrama de Causa e Efeito Etapa 1 Definir e delimitar o problema ou a não conformidade a ser analisada. Etapa 2 Convocar a equipe para a análise do problema ou não conformidade e definir o método a ser utilizado. É recomendado utilizar o brainstorming. Etapa 3 Definir as principais categorias e buscar as possíveis causas, coletando junto à equipe o maior número possível de sugestões (causas) Etapa 4 Construir o diagrama no formato de uma espinha de peixe e agrupar as causas nas categorias previamente definidas. São exemplos de categorias: mão de obra, máquinas, métodos, materiais, meio ambiente, ou outras de acordo com a especificidade do problema em análise. Etapa 5 Detalhar cada causa identificada preenchendo o diagrama Etapa 6 Analisar e identificar no diagrama as causas mais prováveis FONTE: Elaborado pelo autor. No início da década de 70 o mundo se deparou com a crise energética gerada pelo aumento do preço do petróleo, em especial os Estados Unidos, que não estavam acostumados a viver com escassez. Os japoneses que aprenderam com o pós-guerra a superar as adversidades com disciplina e perseverança, invadiram o ocidente, assim os americanos tiveram que aceitar e assumir os produtos japoneses como superiores aos produtos dos demais países do mundo. Um pouco antes disso, na década de 60, Armand Feigenbaum criou o conceito de Total Quality Management - TQM (Gestão da Qualidade Total). Nessa visão, a qualidade dentro da empresa deve ser conduzida por especialistas em controle de qualidade, visão que contrariava o enfoque japonês que incentivava o AN02FREV001/REV 4.0 12 envolvimento de todos os empregados no estudo e implantação dos processos de melhoria. A grande vantagem competitiva dos japoneses se manteve sem ser afetada até o início da década de 80, quando novas ações por iniciativas dos governos e empresas foram adotadas no ocidente, como a metodologia Malcolm Baldrige, expandido posteriormente para outros países como o próprio Brasil com o Prêmio Nacional da Qualidade, e a criação da Norma ISO 9000 que estabelece padrões de qualidade de aceitação mundial para a conformidade de processos e o atendimento das expectativas dos clientes. TABELA 2 – CONCEITOS DE QUALIDADE Mas afinal, o que é qualidade? O termo qualidade é originado do latim Qualitas, mas possui várias definições distintas: “Qualidade é a capacidade de satisfazer objetivos”. Deming “Qualidade é a adequação ao uso”. Juran Qualidade é satisfazer ao cliente, interno ou externo, atendendo ou superando as suas expectativas, por meio da melhoria contínua do processo. Ishikawa FONTE: Elaborado pelo autor. A palavra qualidade faz parte do vocabulário de muitas pessoas e pode estar associada a diferentes fatores. Quando compramos uma roupa, por exemplo, nos certificamos se o tecido é firme, se resistirá às lavações constantes sem deformar nem perder a coloração, se o acabamento é bom, entre outros aspectos. No caso da compra de um eletrodoméstico, queremos saber se ele é prático, se o manuseio não é complexo, se é durável, se tem garantia contra defeitos, se consome pouca energia, etc. Nesses casos, associamos qualidade àquilo que é bom. No âmbito organizacional o conceito de qualidade está diretamente ligado a três fatores: redução de custos, aumento da produtividade e satisfação dos clientes. AN02FREV001/REV 4.0 13 Para ficar mais claro, fazer melhor, com menos custo e entregar ao cliente produtos que correspondam às suas expectativas ou as superem. Uma premissa que deve ser considerada na definição de qualidade é que ela não gera aumento de custos, ao contrário, diminui. Por reduzir a quantidade de erros nos processos, a qualidade total faz as empresas gastarem menos e produzirem mais, ou seja, evita o desperdício de recursos, reduz o tempo de produção e gera menos estresse e mais satisfação ao trabalhador. FIGURA 3 – CONCEITO BÁSICO DE QUALIDADE FONTE: Elaborado pelo autor. De acordo com os tópicos vistos até este momento, falar sobre qualidade, para a grande maioria dos autores, é falar em aprimorar de maneira contínua os produtos e serviços para atender melhor às necessidades dos clientes. Como os mercados se tornam cada vez mais competitivos, o investimento em qualidade nas empresas são grandes diferenciais estratégicos frente a concorrência. A seguir serão apresentados os oito princípios que são considerados os pilares sobre os quais deve se sustentar a gestão de uma empresa que tenha como objetivo a qualidade. AN02FREV001/REV 4.0 14 TABELA 3 – OS OITO PRINCÍPIOS DA QUALIDADE Foco no cliente O cliente deve ser a preocupação central das empresas, pois esses são a razão de existir. Dessa forma, é importante a atenção constante às suas expectativas, atuais e futuras, objetivando atendê-las e até mesmo superá-las. Liderança É de responsabilidade dos líderes a criação de um ambiente interno propício à cooperação, visando o atingimento dos objetivos estabelecidos para a organização. Os líderes devem criar condições para que os funcionários se sintam partícipes e se disponham a trabalhar para a consecução dos objetivos organizacionais Envolvimento das pessoas As pessoas são a principal força para a execução dos processos, pois suas habilidades são a maior contribuição que elas podem proporcionar para uma organização. Dessa forma, é importante estabelecer programas de desenvolvimento de competências dentro da empresa. Abordagem de processo Todas as atividades das empresas, sejam as mais simples ou complexas, são processos que podem ter impacto no resultado final da organização. Portanto, a abordagem por processonão pode ser desconsiderada para a garantia dos resultados esperados. Abordagem sistêmica Cada processo da empresa está conectado com outros processos e precisam ser geridos de maneira conjunta e não isoladamente, assim como funciona o organismo humano. Melhoria contínua Fazer a gestão pela qualidade significa incorporar a qualidade como principal elemento norteador. A melhoria contínua é natural e decorre dessa AN02FREV001/REV 4.0 15 incorporação. Abordagem factual para a tomada de decisões Os líderes das organizações devem analisar profundamente os dados e informações para terem subsídios para a tomada de decisões. Todas as principais ferramentas de gestão e de qualidade devem ser utilizadas de modo que auxilie na análise acurada e assertiva para o monitoramento constante das situações da empresa. Geração de benefícios mútuos nas relações com os fornecedores Negociar com os fornecedores utilizando o princípio do ganha-ganha, confiança e respeito é uma excelente estratégia de relação que gera benefícios para todos os envolvidos. FONTE: Elaborado pelo autor. Os experts da qualidade No transcorrer do século XX, diversos conceitos e teorias foram utilizados para a implantação de abordagens para a qualidade, especialmente nos Estados Unidos e no Japão, países que mais se destacaram nesta época nos estudos e aplicações desta temática. O Japão é o país que se destaca na aplicação das técnicas relacionadas à qualidade, mas os principais teóricos e pesquisadores deste tema são norte- americanos. Vamos conhecê-los um pouco mais? AN02FREV001/REV 4.0 16 FIGURA 4: W. EDWARDS DEMING FONTE: Blog IBS. Disponível em: <http://info.ibs-us.com/blog/bid/47941/Quality-101-W-Edwards- Deming-14-Points-Explained>. Acesso em: 29 ago. 2013. W. Edwards Deming nasceu em 1900 nos Estados Unidos e formou-se em física fazendo posteriormente doutorado em Matemática. Foi o primeiro dos estudiosos da qualidade a ir ao Japão para treinar o empresariado local no uso dos controles estatísticos de qualidade. Para Deming (1950), a qualidade pode ser medida por meio da interação entre o produto em si, o cliente (com sua expectativa e a utilização do produto) e o atendimento a esse cliente, no que tange as orientações de uso, assistência técnica, etc. Umas das principais contribuições de Deming sobre os estudos relacionados à qualidade foram os 14 pontos do método para a melhoria, que se trata de uma série de princípios que fundamentaram as orientações feitas para o empresariado japonês e mais tarde propostas como base para a transformação da indústria norte- americana. São eles: 1 - Estabelecer a constância de propósitos para a melhoria dos produtos e serviços, ou seja, devem ser feitos investimentos de longo prazo, englobando novos produtos e novos métodos de produção, treinamento de equipes e de lideranças, AN02FREV001/REV 4.0 17 melhoria constante dos projetos, processo e produtos com vistas a atender melhor o cliente; 2 - Adotar a nova filosofia da qualidade, pois sem ela a empresa não se manterá competitiva no mercado; 3 – Extinguir a dependência da inspeção em massa, pois ela é reativa e, portanto, não evita o desperdício, retrabalho e consequentemente a elevação dos custos. Além disso, é dispendiosa e ineficiente. 4 – Não aprovar orçamento baseados apenas no preço, pois o barato pode sair caro. Um fornecedor deve ser selecionado pela qualidade do seu produto e devem ser estabelecidas relações de longo prazo, pautadas pela confiança e ganhos mútuos. 5 – Melhorar constantemente o sistema de produção e serviços. Isso equivale a dizer que a qualidade tem início no projeto e que a melhoria contínua dos processos reduz os custos. 6 – Treinar os funcionários da empresa. 7 – Adotar e instituir a liderança, que deve funcionar não apenas como uma supervisão, mas ajudando as pessoas e máquinas a desempenharem melhor suas funções. 8 – Afastar o medo, pois ele impede que as pessoas deixem aflorar todos os seus potenciais e contribuam com a qualidade. 9 – Romper a barreira entre os diversos setores, permitindo que as pessoas conheçam na prática os problemas enfrentados pelos demais setores, gerando o aprendizado. 10 – Eliminar slogans, exortações e metas de produtividade, pois geram frustrações e ressentimentos, além de darem a impressão de que a administração não sabe dos problemas enfrentados pelos funcionários. 11 – Suprimir as cotas numéricas por mão de obra, pois não respeitam o ritmo de produção de cada funcionário. Além disso, devem ser eliminados os objetivos numéricos para a administração, pois em geral eles soam falsos e não se embasam em planos de melhorias. 12 – Remover as barreiras que impedem que os trabalhadores sintam orgulho do seu trabalho. Deve ser adotado um sistema que funcione AN02FREV001/REV 4.0 18 adequadamente e que dará condições a todos de saber o que está certo e o que está errado e qual a sua contribuição para isso. 13 – Estimular a formação e o autodesenvolvimento. Deve ser considerado que os funcionários querem em suas carreiras não apenas a remuneração, mas também a sensação de estarem contribuindo com a sociedade. 14 – Concretizar a transformação, seguindo energicamente os 13 princípios anteriores e demonstrando que a administração da empresa está empenhada em colocá-los em prática. FIGURA 5: JOSEPH M. JURAN FONTE: Site História da Administração. Disponível em: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/66-joseph-m-juran>. Acesso em: 29 ago. 2013. Nascido na Romênia em 1904 e emigrou para os Estados Unidos com oito anos de idade. Formado em Engenharia e Direito, foi professor na Universidade de Nova York. Juran foi o pioneiro na aplicação dos conceitos de qualidade para a gestão empresarial. Para Juran o conceito de qualidade não é simples, de forma resumida e define qualidade como: - A qualidade relacionada ao desempenho do produto, ou seja, à satisfação do cliente com o desempenho do produto. - A qualidade relacionada à ausência de deficiências, pois podem comprometer vendas futuras dos produtos da empresa. AN02FREV001/REV 4.0 19 Para Juran para se estabelecer a gestão da qualidade das empresas deve ser considerada a trilogia da qualidade, apresentada na figura a seguir: FIGURA 6 – ETAPAS DA TRILOGIA DA QUALIDADE FONTE: Elaborado pelo autor. Conforme observamos, tudo começa com o planejamento, em seguida tem início o controle de qualidade, que identificará os possíveis erros e acertos, indicando os caminhos necessários para o aperfeiçoamento. Planejamento Controle de qualidade Aperfeiçoamento Considerar a qualidade desejada e projetar meios para alcançá-la Diagnosticar erros ou acertos no processo Propor patamares de qualidade cada vez mais altos AN02FREV001/REV 4.0 20 FIGURA 7 – PHILIP CROSBY FONTE: Site Winter Park Public library. Disponível em: <http://www.wppl.org/wphistory/PhilipCrosby/>. Acesso em: 29 ago. 2013. Nasceu em 1926 nos Estados Unidos, era engenheiro, trabalhou por muitos anos em cargos de alta gestão em grandes empresas. Para Crosby, o conceito de qualidade estava associado à conformidade com os requisitos, ou seja, devem ser definidos requisitos claros para os produtos e serviços, e com base neles, deve-se verificar constantemente a conformidade do produto. Crosby indicava cinco pressupostos errôneos com relação à qualidade: - Compreender a qualidade como um significado de virtude; - Entender que a qualidade é intangível, ou seja, de impossível mensuração; - Defender a economia em detrimento da qualidade; - Atribuir os problemas de qualidadeao setor de produção; - Acreditar que a qualidade será gerada pelo setor de qualidade da empresa. http://www.wppl.org/wphistory/PhilipCrosby/ AN02FREV001/REV 4.0 21 FIGURA 8 – ARMAND V. FEIGENBAUM FONTE: Site Qualidade Brasil. Disponível em: <http://www.qualidadebrasil.com.br/pagina/armand_v._feigenbaum/110>. Acesso em: 29 ago. 2013. Feigenbaum nasceu em 1922, trabalhou por muitos anos na General Eletric (GE) e presidiu a American Society for Quality Control (ASQC). Defensor dos preceitos do controle da qualidade, o principal conceito de qualidade para ele é o conjunto de características do produto que satisfaçam as necessidades do cliente, englobando o ciclo por completo, ou seja, do planejamento da produção aos serviços de manutenção. Segundo Feigenbaum (1968), este é um modo de gerenciar organizações, pautado pela busca da excelência, permitindo atingir como resultado final a satisfação dos clientes. Feigenbaum também ressalta que para o controle de qualidade dar certo é necessário que todas as pessoas no nível de gestão sejam profundas conhecedoras do sistema que está sendo implantado, permitindo a comunicação correta a suas equipes. Outra contribuição importante de Feigenbaum foram os estudos relacionados com os custos da qualidade, muito utilizados até os dias de hoje. Feigenbaum categorizou os custos da qualidade da seguinte forma: - Custos da prevenção, estão associados ao planejamento da qualidade e à prevenção das não conformidades e defeitos. - Custos da avaliação, relacionados à avaliação da qualidade de produtos. AN02FREV001/REV 4.0 22 - Custos das falhas internas, dizem respeito a materiais e produtos defeituosos e incluem retrabalho, desperdícios e refugos. - Custos das falhas externas, são relativos a produtos defeituosos que chegam aos clientes e geram reclamações e insatisfações. FIGURA 9 – KAORU ISHIKAWA FONTE: Site Qualidade Brasil. Disponível em: <http://www.qualidadebrasil.com.br/pagina/kaoru_ishikawa/114>. Acesso em: 29 ago. 2013. Japonês, nascido em 1915 e formado em Química pela Universidade de Tóquio, Ishikawa foi um dos grandes tradutores das teorias norte-americanas e adaptação para a realidade japonesa. Embora tenha descrito com detalhes várias ferramentas de controle de qualidade, tais como o Gráfico de Pareto, os Histogramas, os gráficos de controle e os de dispersão, ficou conhecido principalmente pela disseminação dos círculos de controle de qualidade e pela criação do diagrama de Ishikawa, conforme vimos anteriormente. O Diagrama de Pareto é conhecido pela proporção 80/20, ou seja, 80% dos problemas são resultantes de 20% das causas potenciais. O diagrama é um gráfico de barras que classifica os dados de um problema por ordem de importância, de modo que possa estabelecer prioridades de ação corretiva. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 10 – EXEMPLO DE DIAGRAMA DE PARETO FONTE: Elaborado pelo autor. Os gráficos de dispersão são utilizados para estudar a possível relação entre duas variáveis, identificando as potenciais relações de causa e efeito. A análise feita do gráfico não comprova que uma variável afete a outra, mas torna claro se uma relação existe e em que intensidade. Os gráficos de dispersão são construídos de forma que o eixo horizontal represente os valores medidos de uma variável e o eixo vertical represente as medições da segunda variável. FIGURA 11 – EXEMPLO DE GRÁFICO DE DISPERSÃO FONTE: Elaborado pelo autor. AN02FREV001/REV 4.0 24 O histograma - A natureza gráfica de um histograma permite a visualização imediata da variação de um processo. FIGURA 12 – EXEMPLO DE HISTOGRAMA FONTE: Elaborado pelo autor. 2 HISTÓRIA E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROGRAMA 5S’S O mundo se volta para uma nova concepção administrativa, buscando a “sobrevivência” dos negócios, procurando a competitividade através da melhoria da produtividade e da qualidade, seja na produção de bens ou na execução de serviços. O cenário atual de alta competitividade tem obrigado as empresas a mudarem a sua postura em relação aos seus principais stakeholders como os clientes, funcionários, acionistas, comunidades, sociedades entre outros. Diversos fatores influenciam na busca do diferencial das empresas, especialmente os aspectos relativos à qualidade, preço, prazos e inovação. Estas alterações no estilo de trabalho das organizações estão pautadas em uma profunda mudança de AN02FREV001/REV 4.0 25 comportamento. Esse conceito, que cada vez mais é adotado pelas empresas, constitui a base da Qualidade Total! A implantação de Sistemas da Qualidade nas Organizações precisa da quebra de paradigmas, saindo-se da inércia em direção a mudança, e daí decorre a importância do Programa 5 S’s, como base para a Implantação destes Sistemas, promovendo a quebra de resistência das pessoas ao processo de mudança, produzindo novos padrões de comportamento, e propiciando o surgimento de um clima organizacional favorável à implantação da Qualidade Total. Para que o processo seja mantido, faz-se necessário adotar procedimentos, a fim de se garantir uma linha de conduta, que encontramos no Programa 5 S’s. Este estilo de gestão pode ser adotado de maneira mais simples e ágil quando a cultura organização e a alta administração da empresa apoiar de maneira efetiva a implantação do Programa 5S’s. Para isso, é necessário processos internos que busquem a sensibilização e a mobilização dos funcionários para adoção destas práticas. O Programa 5S’s objetiva a preparação do ambiente para as mudanças necessárias na Organização de forma a se buscar a satisfação plena de nossos clientes, garantindo a sobrevivência de todos. Como já vimos, o Programa 5S’s fortaleceu-se na década de 50, mais precisamente no Japão, utilizando esta denominação com base em 05 palavras japonesas que se iniciam com S, que são: SEIRI, SEITON, SEISO, SEIKETSU, SHITSUKE. O significado de cada S não deve ser considerado de forma absoluta ou somente com base em posições conceituais generalistas. É aconselhável que cada S tenha um sentido próprio e customizado ao modelo de negócio, às diretrizes e aos objetivos da organização. Você consegue imaginar uma fábrica japonesa suja e desorganizada? Nos dias de hoje é praticamente impossível, mas este era um fato corriqueiro no Japão derrotado do pós-guerra. O movimento 5S’s nasceu como parte do esforço empreendido para reconstruir o país, e muito contribuiu, em conjunto com outros métodos e técnicas, para o reconhecimento em todo o mundo como o modelo japonês. É importante ter noção de que o Programa 5S’s não se trata de um programa de melhoria da qualidade. Apesar de ser muito importante, tem como AN02FREV001/REV 4.0 26 objetivo a preparação da organização para a implantação de processo de melhoria, por meio de um adequado método de reeducação nos aspectos relacionados aos tópicos envolvidos. De forma prática, na percepção dos japoneses um conjunto de normas e diretrizes em favor da organização melhora a qualidade de vida diária. No dia a dia das organizações, a aplicação dos 5S’s significa maturidade e o primeiro passo para a implantação de sistemas de gestão como a ISO 9001 ou qualquer outro. No Brasil o Programa 5S’s teve início na década de 90, chegando formalmente por meio dos trabalhos pioneiros da Fundação Christiano Ottoni, liderada pelo professor Vicente Falconi, com o intuito de disseminar os conhecimentos deste Programa em muitas empresas que tinham como meta a criação de um ambiente favorável para a Qualidade Total, por meio de um processo de melhoria contínua. A tradução dos S’s para português é precedida da palavra senso, sendo consideradosos sensos de UTILIZAÇÃO, ORGANIZAÇÃO, LIMPEZA, COSERVAÇÃO e DISCIPLINA. FIGURA 13 – TRADUÇÃO DOS 5S’S FONTE: Elaborado pelo autor. Atualmente, existem várias versões e contribuições à filosofia original, mediante o acréscimo de outros S’s e interpretações diversas, conforme veremos nos próximos módulos, porém, mantêm a coerência com os princípios básicos. Cabe ressaltar que o Programa não é uma simples tradução das palavras japonesas, pois ele está conceituado em sensos, que significa uma mudança comportamental de cada um dos envolvidos. Ao ser implantado, deve-se realizar AN02FREV001/REV 4.0 27 uma análise do contexto social e de aspectos comportamentais, para que este esteja realmente adaptado à organização, pois a utilização destes conceitos trará consequências visíveis à autoestima, ao respeito com as pessoas que estão no convívio profissional e pessoal, para o meio ambiente e para com o crescimento pessoal. A implantação do Programa 5S’s está fundamentado na formação de um ambiente de trabalho que favorece à Qualidade de Vida, podendo ser considerado enraizado na cultura das organizações quando as pessoas estiverem satisfeitas com esse local e quando buscarem melhorias para o desenvolvimento das atividades que desempenham. Também é importante considerar que o Programa 5S’s exige muita disciplina, não é a toa que um dos cinco sensos utiliza esta nomenclatura. Como já visto o Programa 5S’s é uma excelente ferramenta para estimular a mudança no comportamento dos funcionários. Dentre as mudanças provocadas pela ferramenta estão a organização e melhoria dos ambientes de trabalho, a eliminação do desperdício e, consequentemente, a redução dos custos, a limpeza e o aumento na autoestima das pessoas. Apesar de ser considerado um Programa de simples implantação, os primeiros resultados obtidos com a implantação dos três primeiros sensos impressionam, mas a sua manutenção e melhoria em longo prazo é extremamente árduo e impactante para o sucesso e perpetuação. Dentre os principais benefícios gerados para as organizações com a implantação do Programa 5S’s, pode-se destacar: Criação de um ambiente de trabalho agradável; Melhoria e aproveitamento do tempo; Otimização e ampliação dos espaços físicos; Eliminação do desperdício; Redução de custos; Padronização de processos; Prevenção quanto à quebras de máquinas e equipamentos; Diminuição dos riscos a acidentes; Redução e eliminação de condições inseguras; Autodisciplina; AN02FREV001/REV 4.0 28 Melhoria no moral dos funcionários; Desenvolvimento do trabalho em equipe; Administração participativa; Estímulo para o desenvolvimento da criatividade; Mudança de comportamentos e hábitos. O Programa 5S’s tem papel fundamental como um instrumento para a integração dos funcionários. Seu objetivo principal é mudar a maneira de pensar dos funcionários a fim de buscarem um comportamento melhor em sua vida profissional e pessoal. A filosofia do Programa incentiva a capacidade criativa das pessoas por meio da formação espontânea de grupos de trabalho, assim como o aproveitamento do potencial de participação de todos, visando a melhoria contínua dos processos e serviços. Consequentemente, o Programa 5S’s ajuda a empresa a eliminar a papelada sem serventia, arrumar e manter os ambientes limpos e desobstruídos, reorganizar itens que não possuem serventia no momento para posterior utilização por outras áreas ou até para possíveis descartes e liberação de espaços. O método de implantação do Programa 5S’s busca a simplicidade para facilitar o entendimento e adequação a cultura das empresas. As atividades são divididas em dois grandes momentos, sensibilização e perpetuação. A sensibilização considera a educação e o treinamento de todos os funcionários na temática, origem e concepção do Programa. Já a perpetuação equivale à aplicação dos dois últimos S’s: Seiketsu e Shitsuke. Observando a execução de tarefas, geralmente percebemos que muitas ações não representam necessariamente um trabalho produtivo, ou seja, não estão agregando valor. Estas ações improdutivas consideram manuseio, transporte de objetos, localização de algum item, escolha e solicitação de algo, mudança de posição, entre outras. Certamente, nessas situações, as distorções causadas pelos movimentos de desperdícios citados não contribuem para que os funcionários se concentrem na execução do serviço, além de serem consideradas perdas de tempo. A aplicação da filosofia do Programa 5S’s na prática auxilia para aumentar tanto a eficiência como a eficácia do trabalho das pessoas no dia a dia. Por AN02FREV001/REV 4.0 29 exemplo, quando você seleciona os objetos realmente necessários e descarta aqueles que são desnecessários, deixará de perder tempo na localização de determinados objetos de uso. A quebra de máquinas e equipamentos pode ser ocasionada por falta de inspeção e manutenção. Os curtos espaços de tempo que são destinados para a limpeza dos ambientes pode ser utilizado para identificar as possíveis causas das paradas dos equipamentos e prevenir possíveis problemas no futuro. O hábito na adoção da cultura do Programa 5S’s também é importante para geração de condições mais seguras para os funcionários realizarem as suas diversas tarefas diárias. Itens que não são necessários para a realização das atividades podem ocasionar acidentes nos locais de trabalho. A sinalização das áreas de circulação de pessoas, a definição de espaços específicos para a movimentação de cargas pode prevenir potenciais acidentes de trabalho. Além disso, também deve ser considerada a necessidade de desobstrução das saídas de emergências e a identificação e acessibilidade aos hidrantes e extintores de incêndio. A regulamentação de uso ou manuseio de materiais perigosos, avisos de advertência com sinalização visível são fundamentais para que cada pessoa visualmente reconheça e realize ações seguras nos locais de trabalho. FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 32 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PROGRAMA 5S´s Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 33 CURSO DE PROGRAMA 5S´s MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 34 MÓDULO II 3 ORIGEM DO PROGRAMA O Programa 5 S’s tem sua origem no Japão, quando em maio de 1950, o professor Kaoro Ishikawa apresenta um método para combater o desperdício, e ajudar o país destroçado pela guerra e sem recursos naturais. O programa 5S’s tem como base à prática milenar de princípios educacionais, que os pais ensinam aos seus filhos, e que os acompanham até a fase adulta, que são: HIGIENE; SEGURANÇA; BEM-ESTAR; SENSATEZ; RESPEITO AO PRÓXIMO. Depois de ocidentalizada, essa técnica foi difundida e aplicada em diversas empresas de manufatura, tendo como objetivo a melhoria do ambiente de trabalho no “chão de fábrica”. No fim da década de 60, o estilo japonês de administração passou a ser adotado por Organizações no mundo inteiro, juntamente com as técnicas do TQC (Total Quality Control), que chegaram ao Brasil no início dos anos 80, com o nome de Qualidade Total. O Programa 5S´s é considerado pelas indústrias japonesas, como sendo o fator básicopara que as técnicas do TQC tivessem chances de serem bem- sucedidas, e recebeu esta denominação como uma analogia à letra inicial dos cinco princípios adotados que são: AN02FREV001/REV 4.0 35 TABELA 4 – OS 5 SENSOS SEIRI UTILIZAÇÃO SEITON ORGANIZAÇÃO SEISO LIMPEZA SEIKETSU CONSERVAÇÃO SHITSUKE DISCIPLINA FONTE: Elaborado pelo autor. Na interpretação dos ideogramas que representam as palavras do japonês para o inglês, conseguiu-se encontrar palavras que iniciavam com a letra S e que tinham um significado aproximado do original em japonês. Como você pode perceber, todas as palavras apresentadas em japonês iniciam com a letra S, por isso o nome do Programa 5S’s. Ao se traduzir as palavras japonesas para o português não foi possível manter a mesma terminologia com termos que iniciassem com a letra S. Dessa forma, no Brasil foi acrescentado o termo “senso de” antes de cada palavra para manter a denominação original do programa. Dependendo da bibliografia utilizada à denominação dos sensos pode variar, por exemplo, para alguns autores o senso de utilização também pode ser aplicado com os termos Arrumação, Organização ou Seleção, o senso de Organização pode ser denominado de Sistematização ou Classificação, o senso de Limpeza pode ser chamado de Zelo, o senso de Conservação também é utilizado com os termos de Asseio, Higiene, Saúde e Integridade e, por fim, o senso de Disciplina, para alguns autores, também pode ser reconhecido como Autodisciplina, Educação e Compromisso. Os termos utilizados neste curso são os mais difundidos e os que melhor representam a essência do modelo Japonês. Algumas empresas utilizam conceitos adicionais que complementam o entendimento do Programa 5S’s e incorporam outros sensos que podem ser absorvidos pelos cinco sensos originais, incluindo itens de verificação e orientações relacionadas a treinamentos e desenvolvimentos, meio ambiente, ética, dedicação, comprometimento, procedimentos, trabalho em equipe, motivação, entre outros. AN02FREV001/REV 4.0 36 O Programa 5S’s é uma importante ferramenta de gestão que pode ser aplicada em qualquer empresa, independente do país onde se encontra ou porte e característica. Além disso, pode ser aplicado em sua vida pessoal, pois em sua essência são adotadas práticas que objetivam o bem-estar, ética, respeito e saúde e segurança. Grandes empresas no Brasil e no mundo, estão utilizando esta prática, como recurso fundamental para a preparação do ambiente para a implantação da qualidade total. Atualmente o Programa deixou de ser visto como uma ferramenta direcionada exclusivamente para melhoria de ambientes fabris, e está sendo implementado também em áreas administrativas e empresas de serviço. 3.1 OBJETIVOS GERAIS Os objetivos gerais do Programa 5S´s podem ser considerados como os macrorresultados possíveis de serem alcançados por meio da sua implantação, são eles: MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA A prática de cada princípio visa, sobretudo, à qualidade de vida, harmonizando os recursos ambientais disponíveis na natureza, e ao nosso redor, com as diversas atividades que desenvolvemos diariamente nos ambientes que frequentamos: familiar, profissional, social, etc. Lembre-se! O Programa 5S’s deve ser aplicado tanto na sua vida profissional como pessoal. PREVENÇÃO DE ACIDENTES Nos ambientes organizados e limpos, a quantidade de acidentes reduz-se cada vez mais, diminuindo assim o sofrimento das pessoas envolvidas nestes acidentes. Geralmente os acidentes de trabalho estão relacionados a erros das AN02FREV001/REV 4.0 37 pessoas, e na grande maioria poderiam ser evitados por meio de atos simples e seguros. A responsabilidade pela segurança no ambiente de trabalho é de todos. MELHORIA DA PRODUTIVIDADE O conceito de produtividade para algumas pessoas está restrito à simples relação entre o volume de recursos utilizados e o resultado obtido. Muitas vezes não se aumenta a produtividade reduzindo o volume dos recursos ou melhorando os resultados, é preciso envolver todas as pessoas para o alcance dos objetivos da Organização, que são sobrevivência e prosperidade. Se as pessoas realizam suas atividades querendo fazer bem-feito, e são permanentemente educadas e treinadas, os índices melhorarão, aumentando os lucros e garantindo a sobrevivência da Organização. REDUÇÃO DE CUSTOS O Programa 5S´s combate o desperdício, possibilitando a utilização racional dos recursos disponíveis e matérias-primas. O problema da escassez nos preocupa hoje, porque junto com a diminuição dos recursos disponíveis, está ocorrendo a destruição de materiais já utilizados e que poderiam ser reciclados. Com a aplicação do Programa 5S’s as pessoas procuram utilizar de forma consciente os recursos, harmonizando às necessidades de maneira sustentável. CONSERVAÇÃO DE ENERGIA As fontes de energia estão cada vez mais escassas, levando a um aumento de custos. Mas existe outra energia, proveniente de uma fonte inesgotável, que está dentro de cada ser humano. Esta energia vem da nossa mente e deve ser utilizada para o bem de todos. Nossas ações devem ser controladas e direcionadas para atitudes positivas, como a conservação de energia. E isso pode ser realizado por meio de ações simples, como apagar as luzes em ambientes vazios e desligar AN02FREV001/REV 4.0 38 equipamentos que não estão sendo utilizados. Além de realizar ações para a conservação de energia você também pode orientar as pessoas que estão no seu convívio social e profissional para adotar estas práticas. Sensibilize todos de tal forma que percebam os ganhos positivos reais que uma atitude consciente pode proporcionar à sociedade. PREVENÇÃO QUANTO ÀS PARADAS POR QUEBRAS Quando usamos indevidamente uma ferramenta ou equipamento, corremos o risco de provocar danos a esses itens. Podemos até mesmo ser vítimas de acidentes e causar danos físicos e/ou materiais a outras pessoas. Às vezes uma fábrica para, devido à quebra de um equipamento causada pelo seu uso indevido, causando sérios prejuízos. O programa 5S’s ajuda a eliminar esses riscos, porque cada vez mais as pessoas se conscientizam da importância de definir e seguir procedimentos e padrões estabelecidos para utilização de máquinas e equipamentos. Preocupe-se também com a sua saúde, pois assim como as máquinas e equipamentos, o seu corpo precisa de atenção. Procure frequentemente um médico e faça os exames periódicos para acompanhar a sua saúde. O comportamento preventivo auxilia muito no combate às doenças ocupacionais e torna a sua rotina mais produtiva. MELHORIA DOS AMBIENTES FREQUENTADOS O Programa 5´Ss proporciona melhoria no relacionamento das pessoas e desenvolve a prática de atitudes pautadas em padrões éticos e morais superiores, aceitos e praticados por todos, contribuindo até para melhorar o clima organizacional, familiar e social. MELHORIA DO MORAL DAS PESSOAS AN02FREV001/REV 4.0 39 Uma das boas consequências geradas com a implantação do Programa 5S’s é a melhoria do clima organizacional. Quando você trabalha em um ambiente mais confortável, limpo e seguro, certamente estará mais motivado para realizar as atividades relativas ao seu trabalho. Esta motivação também influencia no seu comportamento fora do ambiente de trabalho, o seu humor e a disposição física e mental auxiliará a proporcionar benefícios pessoais para você e sua família. 3.2 CONCEITUAÇÃO DOS SENSOS De forma a se manter a identificação original com cada um dos “s” relativos a cada princípio, estes foram denominados de “sensos”. Você vai conhecer agora os conceitos de cada senso do Programa 5S’s e alguns comentários e dicas sobre eles, de modo que você possa entendere perceber a abrangência e aplicação prática destes conceitos. Você sabe o que significa a palavra senso? TABELA 4 – SIGNIFICADO DA PALAVRA SENSO Senso: “faculdade de apreciar, de julgar, de entender”. Significa, também, “entendimento; juízo, tino” e aplicação correta da razão para julgar ou raciocinar em cada caso particular. FONTE: Dicionário Aurélio, 2012. Para facilitar o entendimento, você deve lembrar que quando desejamos destacar a característica ou boa qualidade de uma pessoa, normalmente utilizamos a palavra senso, como por exemplo, senso de responsabilidade, senso de moral, etc. SEIRI - SENSO DE UTILIZAÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 40 Consiste em identificar o que é necessário, e o que não é necessário para o trabalho; onde somente o que for necessário deve permanecer no local. Materiais, equipamentos e máquinas podem ser relacionados. Os itens desnecessários deverão ser descartados, ou disponibilizados para outros locais. Todos os recursos disponíveis devem ser avaliados de tal forma que somente sejam mantidos aqueles que realmente sejam úteis para realização de determinada atividade. Uma ação importante neste momento é não ter apego a velhos objetos ou materiais que não têm utilidade para o seu trabalho. É muito comum pensarmos que em “algum dia” aquele material pode ser necessário e por isso eu vou guardá-lo. Essa é uma das grandes falhas comuns que ocorrem no âmbito do senso de utilização. Questione-se! Avalie se todos os objetos são necessários e se a quantidade a ser adquirida está bem dimensionada. Não compre em excesso. Lembre que materiais estocados representam dinheiro parado. Um dos problemas relacionados a custos das empresas está associado à má administração dos estoques. Seja consciente na utilização de matéria-prima e compre somente a quantidade necessária. Esse e os outros sensos podem ser aplicados também na sua casa, por exemplo, verifique aquele espaço em casa onde se coloca tudo que não serve, os brinquedos quebrados, a roupa velha, as revistas e jornais que não serão mais lidos novamente, entre outros. Verifique a tabela a seguir como uma forma resumida de orientá-lo para utilização adequada de itens para o seu dia a dia: AN02FREV001/REV 4.0 41 TABELA 5 – ORGANIZAÇÃO DE ITENS Itens Necessários Sempre usado Perto de você Usado uma vez no dia Próximo a você Usado uma vez por semana Deixe-o afastado Itens Desnecessários Podendo ser usado por outros Transferir para local a ser usado Sobras ou sucata sem uso Encaminhar para reciclagem FONTE: Elaborado pelo autor. Esta tabela pode ser mais detalhada dependo da necessidade e da dificuldade inicial de implantação do Senso de Utilização. Verifique a seguir um exemplo de um detalhamento ainda maior da classificação dos itens necessários e desnecessários para o seu dia a dia: FIGURA 14 – CLASSIFICAÇÃO DE ITENS NECESSÁRIOS E DESNECESSÁRIOS FONTE: Adaptado de Pearson, 2011. AN02FREV001/REV 4.0 42 BENEFÍCIOS ESPERADOS: Liberação de espaço; Disponibilidade de objetos para outros usuários. ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA IMPLANTAÇÃO DESTE SENSO: 1. Discutir amplamente com as pessoas do ambiente o que deve ser guardado e o que deve ser descartado; 2. Identificar as causas que levaram à desarrumação e a guarda desnecessária de materiais e objetos sem utilidade e eliminar estas causas; 3. Registrar e quantificar o que estiver sendo guardado, disponibilizado ou descartado; 4. Tomar cuidado para não descartar itens que ainda podem ser utilizados, ou que são úteis para outras pessoas. REGRA: ELIMINAR TUDO QUE É DESNECESSÁRIO. SENSO DE ORGANIZAÇÃO (SEITON) Organizar é dispor adequadamente o material de trabalho, de forma a possibilitar a localização fácil, com rapidez e segurança, de qualquer item ou informação, a qualquer momento. Organização é a consequência natural de se arrumar o que se utiliza. Organizar a disposição dos materiais, objetos, máquinas, equipamentos e ferramentas, tanto no ambiente administrativo quanto no operacional, ajudam você a economizar tempo localizando os itens necessários. Vejam a importância de aplicar inicialmente o primeiro senso de forma adequada. Tendo no seu ambiente de trabalho apenas os itens necessários, fica muito mais fácil organizá-los. Nunca se esqueça de que depois do uso de qualquer material, ferramenta ou produto, ele deve voltar para o seu lugar de origem. AN02FREV001/REV 4.0 43 Verifique se o layout dos móveis, máquinas e equipamentos está adequado. Em algumas ocasiões a disposição inadequada das ferramentas de trabalho gera esforço adicional desnecessário para a realização das tarefas. Torne o seu ambiente funcional e agradável por meio de um layout bem definido e um bom método de comunicação visual. Identifique tudo que for necessário de modo que auxilie na localização dos materiais e objetos. Da mesma forma que o Senso de Utilização, o Senso de Organização também pode ser aplicado no seu dia a dia, como por exemplo, não é incomum a cena pela manhã de procura de agenda, documentos, celular, chaves, etc. Estas e outras cenas podem ser evitadas com a organização do ambiente armazenando os objetos de maneira adequada. Esteja atento na utilização de materiais estocados, é importante controlar a quantidade e a data de validade dos mesmos. Uma boa prática que pode ser adotada para gerenciamento do estoque de materiais é o método Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS) e Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS). FIGURA 15 – ETAPAS PARA ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO FONTE: Adaptado de Pearson, 2011. AN02FREV001/REV 4.0 44 BENEFÍCIOS ESPERADOS Rapidez e facilidade na busca de objetos, documentos, etc. Redução de tempo perdido; Melhor aparência do ambiente de trabalho. ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS NA IMPLANTAÇÃO DESTE SENSO: 1. Padronizar as nomenclaturas utilizadas para identificação e guarda dos materiais e objetos; 2. Usar etiquetas e código de cores para identificar os locais de guarda dos materiais e objetos; 3. Determinar como guardar levando-se em conta a facilidade de manuseio e reabastecimento; 4. Treinar e educar todas as pessoas no processo de organização estabelecido. REGRA: UM LUGAR PARA CADA COISA E CADA COISA EM SEU LUGAR. SENSO DE LIMPEZA (SEISO) Limpar é eliminar qualquer tipo de sujeira, cumprindo um conjunto de ações preventivas, de forma a manter o ambiente sempre limpo. Devemos executar a rigorosa inspeção dos locais de trabalho, máquinas, objetos, equipamentos e ferramentas de forma a detectar possíveis problemas. Geralmente a atividade de limpeza é considerada como de responsabilidade exclusiva do “pessoal da limpeza” quando na verdade todos são responsáveis por manter a sua área limpa, pois “ambiente limpo não é aquele que mais se limpa, mas aquele que menos se suja”. Ao se manter em excelentes condições de limpeza o ambiente de trabalho e os equipamentos, contribui-se para o bem-estar e a segurança de todos, bem como o aumento de produtividade. Este senso também pode ser encarado como uma AN02FREV001/REV 4.0 45 parte do processo de gestão ambiental, já que cria o hábito da eliminação de fontes de poluição. FIGURA 16 – ETAPAS PARA MANUTENÇÃO DA LIMPEZA NO AMBIENTE DE TRABALHO FONTE: Adaptado de Pearson, 2011. BENEFÍCIOS ESPERADOS Satisfação dos colaboradores em trabalhar em ambientes limpos. Preservação da imagem da empresa junto aos clientes. Maior equilíbrio físico e mental. ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA IMPLANTAÇÃO DESTE SENSO: 1. Limpar todos os locais, incluindo paredes, tetos,janelas, móveis, objetos, de forma a deixar tudo limpo; AN02FREV001/REV 4.0 46 2. Utilizar as máquinas, equipamentos, móveis e instalações inspecionando a limpeza e o funcionamento dos mesmos, detectando defeitos ou falhas durante o uso. REGRA: MAIS IMPORTANTE QUE LIMPAR, É NÃO SUJAR. SENSO DE CONSERVAÇÃO (SEIKETSU) Manter a Organização, a Ordem e a Limpeza tendo cuidado para que os estágios alcançados não retrocedam. Verificar constantemente se os três sensos anteriores estão implantados e sendo praticados, com resultados favoráveis. Nesse senso, para não retroceder aos estágios iniciais, é importante controlar as ações do dia a dia no que tange a seleção, organização e limpeza dos objetos e do próprio ambiente de trabalho. Podemos incluir ainda neste senso a conservação de ferramentas, máquinas e equipamentos (manutenção industrial), instalações em geral (manutenção predial), bem como a conservação de energia (redução do consumo: luz, água, telefone, etc.). No senso de conservação também são considerados os aspectos de saúde e segurança, em um sentido amplo (físico, mental e emocional). Nesse aspecto, é importante eliminar as fontes de perigo, além de manter conservada em boas condições a estrutura do ambiente de trabalho, tornando-o mais agradável para realização das atividades. AN02FREV001/REV 4.0 47 FIGURA 17 – ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SENSO DE CONSERVAÇÃO FONTE: Adaptado de Pearson, 2011. BENEFÍCIOS ESPERADOS Redução de custos; Redução de paradas por quebra de máquina; Redução do desperdício; Melhoria da produtividade; Redução de acidentes. AN02FREV001/REV 4.0 48 ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA IMPLANTAÇÃO DESTE SENSO: 1. Manter e melhorar permanentemente as condições do ambiente; 2. Cuidar sempre de nossa saúde física e mental; 3. Manter e melhorar permanentemente os padrões de operação e segurança das atividades desenvolvidas no dia a dia. REGRA: MELHORAR CONTINUAMENTE PARA QUE OS SENSOS ANTERIORES NÃO RETROCEDAM. CONSERVAR MATERIAIS, MÁQUINAS E AMBIENTES. CONSERVAR ENERGIA. SENSO DE DISCIPLINA/AUTODISCIPLINA (SHITSUKE) Cumprir procedimentos operacionais, éticos e padrões estabelecidos, respeitando a hierarquia, e seguindo os princípios da empresa e de conduta. Disciplinar-se é fazer tudo isso espontaneamente, e fazer disso um modo de vida, um modo de pensar e agir. É importante todos estarem conscientizados a realizar as atividades de maneira natural, sem que seja necessário o controle por meio de fiscalizações. Nenhum ambiente está tão bom que não possa evoluir. A melhoria contínua deve ser buscada em todos os casos. É o momento de observar o hábito de cumprir o que foi estabelecido, com a participação de todos e com objetivo de promover melhorias constantes visando ao aperfeiçoamento comportamental e operacional. Seja pontual quanto aos horários da jornada de trabalho e em relação às entregas acordadas. Caso seja necessário se ausentar, informe aos seus colegas. Ter consciência das responsabilidades, obrigações e direitos pessoais e alheios, colocando qualidade no trabalho que se faz. Este senso é um reforço dos quatro sensos anteriores, pois só por meio da autodisciplina é possível manter e melhorar os outros S’s. Isso significa que os procedimentos e padrões de trabalho devem ser respeitados e cumpridos. O Senso de Disciplina avalia também os aspectos relativos à ética, proatividade e motivação. AN02FREV001/REV 4.0 49 A prática desse senso pode ser constatada ao observar e avaliar a rotina estabelecida na implantação dos sensos anteriores, portanto, a implantação do Senso de Disciplina consiste na avaliação sistemática feita pela própria equipe, abrangendo os quatro sensos já implantados. Essa prática assume um papel impulsionador da melhoria contínua e contribui para consolidar conceitos aprendidos e praticados até então. FIGURA 18 – ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SENSO DE DISCIPLINA FONTE: Adaptado de Pearson, 2011. BENEFÍCIOS ESPERADOS Cumprimento de normas e procedimentos; Autoanálise e busca de aperfeiçoamento. Incentivo à capacidade criativa. Eliminação da fiscalização. AN02FREV001/REV 4.0 50 ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA IMPLANTAÇÃO DESTE SENSO: 1. Escrever padrões e orientações de forma clara e simples, informando o porquê das ações; 2. Identificar as causas de manifestações comportamentais inadequadas das pessoas; 3. Conscientizar a todos da necessidade da dedicação e compromisso com o que se está fazendo. 4. Motivar as pessoas, à participação no programa. REGRA: FAZER DO PROGRAMA 5S’s UM HÁBITO DE VIDA. 3.3 APLICAÇÃO DOS CONCEITOS Os padrões operacionais são descritos para especificar os métodos, procedimentos e condições de trabalho de tal forma que, ao serem adotados, a qualidade requerida do resultado do trabalho pode ser obtida. Eles devem ser redigidos de forma clara e objetiva para facilitar o entendimento das pessoas na realização das tarefas de forma adequada. Os padrões de trabalho operacionais não descrevem apenas sequências de tarefas ou ações, mas também devem especificar quais os recursos são necessários para a sua execução. Isso se torna relevante porque, a partir desse conhecimento a pessoa responsável pela execução pode controlar a eficiência do seu trabalho em termos de facilidade de execução, qualidade do resultado e segurança nas ações. Ou seja, a repetição do resultado das tarefas não é assegurada sem a existência de padrões de trabalho operacionais a serem seguidos, constituindo uma das etapas da busca pela excelência na produtividade. A utilização dos padrões operacionais faz com que os erros e eventuais falhas sejam reduzidos, assim, é possível eliminar o desperdício e diminuir o consumo de materiais e energia. AN02FREV001/REV 4.0 51 Em ambientes desorganizados se torna mais difícil a aplicação dos padrões de trabalho, pois o foco das pessoas acaba sendo destinado à resolução de problemas e correção de atividades. Da mesma forma, a existência de objetos estranhos, poeira, lixo e restos de materiais pode não apenas influenciar negativamente na saúde e integridade dos responsáveis pela execução, como também causar danos, defeitos e falhas em equipamentos. O resultado disso são eventuais quebras inesperadas de equipamentos, ferramentas não disponíveis, deterioração de peças e materiais, entre outros. Dessa forma, o sucesso da adoção de padrões operacionais pode ser alcançado após o estabelecimento de padrões ambientais adequados em relação à utilização, organização e limpeza, bem como o desenvolvimento da conservação e saúde, além da educação para a execução dos padrões de maneira disciplinada. Resumindo, o Programa 5S’s é uma poderosa ferramenta para a criação da cultura da Qualidade Total e o desenvolvimento de atitudes proativas e integradoras. Na observação da execução de tarefas, normalmente percebemos que diversas ações não significam necessariamente que estamos desenvolvendo um trabalho produtivo, ou seja, não agregam valor para a empresa. Estas ações não produtivas envolvem manuseio, transporte de objetos, localização de itens, mudanças de posicionamento, etc. Essas situações não contribuem para as pessoas se concentrarem na execução das tarefas, além de gerarem perda de tempo significativa. As paradas dos processos em virtude das quebras de máquinas e equipamentos podem estar associadas a vários motivos. Um deles é a falta de manutenção preventiva e a inexistência de procedimentos específicos para manutenção. A organização dos materiais de reposição e das peças que são utilizados na manutenção, auxilia a acelerar os reparos em máquinase equipamentos. Como já abordado, utilize dos momentos de limpeza dos ambientes para detectar eventuais necessidades de correção de falhas. Resumindo, a adoção do hábito dos 5S’s pode ajudar em muito na melhoria da qualidade da manutenção, na facilidade e na prevenção de falhas e defeitos. Outro aspecto que também deve ser considerado na elaboração e execução de padrões de trabalho operacionais é a segurança. Com a execução de hábitos de AN02FREV001/REV 4.0 52 segurança as pessoas podem exercer as suas funções confortavelmente, além de constituir um importante instrumento de educação, na adoção de atitudes proativas na busca da melhoria do ambiente de trabalho. Objetos desnecessários nos locais de trabalho podem ser agentes causadores de acidentes. A identificação das áreas de circulação de pessoas e espaços para movimentação de cargas é uma importante ação que auxilia na prevenção de acidentes. Também é importante a regulamentação de uso e manuseio de materiais perigosos, avisos de advertência com sinalização visível e a manutenção de extintores, hidrantes e mangueiras são fundamentais para a criação de um ambiente de trabalho seguro. PREPARAÇÃO DA EMPRESA PARA A IMPLANTAÇÃO DOS 5S’S Para facilitar o seu entendimento, a seguir é apresentado um resumo com lembretes de ações que devem ser executadas para a preparação adequada da empresa para a implantação de todos os sensos do Programa 5S’s. TABELA 6 – ATIVIDADES DE PREPARAÇÃO DOS SENSOS Senso de Utilização Quesito Atividades de preparação Espaço - Identificar onde cada tarefa do processo é executada; - Estar atento para que cada tarefa seja executada em local adequado e preparado para tal; - Discutir com as pessoas envolvidas. Mobiliário - Identificar cada item de mobiliário, relacionando-os; - Incluir na relação o número do patrimônio; - Avaliar a real necessidade de utilização dos móveis; - Admita adaptações criativas, mas não improvisações inseguras. Documentos - Listar todos os documentos existentes e utilizados; - Verificar a utilização dos documentos, ou seja, por que existem, por que estão ali, qual a utilidade deles, qual a frequência de uso, AN02FREV001/REV 4.0 53 quantas pessoas utilizam. Insumos - Relacionar a matéria-prima existente e a consumida no setor; - Verificar a aplicação e o consumo; - Verificar se o uso é compatível com a necessidade. Senso de Organização Quesito Atividades de preparação Dispositivos - Padronizar os nomes dos dispositivos; - Agrupar por tipo, natureza, função ou aplicação; - Discutir amplamente com as pessoas envolvidas a melhor maneira de ordenar os locais de guarda e a melhor forma de acondicionamento. Matéria-prima - Agrupar os itens por tipo para facilitar a organização (parafusos, fios elétricos, material de limpeza, etc.) e separar por tamanho, finalidade, aplicação e características; - Definir uma única forma para dispor materiais. Documentos - Uniformizar a nomenclatura dos documentos; - Definir a forma de agrupamento (por assunto, origem, procedência, finalidade, conteúdo); - Estratificar o agrupamento de tal forma a facilitar a localização e a guarda. Senso de Limpeza Quesito Atividades de preparação Espaço - Identificar as formas de sujeira; - Planejar as ações para eliminar os problemas de limpeza; - Identificar as causas de fontes de sujeira; - Planejar ações para a eliminação das fontes e causas identificadas. Mobiliário e dispositivos - Identificar as formas de sujeira; - Planejar ações para eliminar os efeitos; - Identificar as causas e fontes de sujeira; AN02FREV001/REV 4.0 54 - Planejar ações para eliminar as fontes e as causas identificadas. Senso de Conservação Quesito Atividades de preparação Espaço Mobiliário Dispositivos Documentos Matéria-prima - Identificar as necessidades de manutenção; - Identificar os fatores de risco no ambiente de trabalho; - Elaborar um plano de manutenção definindo responsáveis, prazos e máquinas, equipamentos, ferramentas e objetos necessários; - Identificar as fontes e possíveis efeitos nocivos às pessoas; - Identificar os cargos expostos a cada risco; - Identificar necessidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs); - Identificar as causas e elaborar um plano de ação para bloquear as causas, eliminar as fontes de risco ou atenuar os seus efeitos. Senso de Utilização Quesito Atividades de preparação Todos - Criar uma folha de verificação de não conformidades baseadas nos quatro primeiros sensos; - Estabelecer uma frequência de avaliação das áreas a serem submetidas ao Senso de Disciplina; - Definir um calendário de avaliações; - Definir um critério para a formação dos grupos de avaliação. FONTE: Elaborado pelo autor. FIM DO MÓDULO II AN02FREV001/REV 4.0 57 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PROGRAMA 5S´s Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 58 CURSO DE PROGRAMA 5S´s MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 59 MÓDULO III 4 IMPLANTAÇÃO 4.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E RESPONSABILIDADES Umas das atividades iniciais e mais importantes da implantação do Programa 5S’s é a definição da estrutura organizacional que defina a posição da equipe do Coordenador do Programa 5S’s. Para demonstrar que o Programa recebe o apoio necessário para a obtenção do êxito esperado, o posicionamento da Coordenação do Programa 5S’s deve estar ligado diretamente à alta-administração da empresa. Dessa forma, fica claro e evidente o posicionamento favorável e o apoio dos gestores à implementação e execução do Programa. A figura a seguir apresenta o modelo de estrutura organizacional sugerida para a gestão, implementação e manutenção do Programa: AN02FREV001/REV 4.0 60 FIGURA 19 – MODELO DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PROGRAMA 5S’s FONTE: Elaborado pelo autor. Considerando-se o modelo de estrutura organizacional apresentada, as responsabilidades de cada setor ou designados para a operacionalização do Programa devem seguir as seguintes definições: DIRETORIA 1. Envolver-se e se comprometer para que o programa obtenha os resultados esperados; 2. Dar suporte a continuidade do programa; 3. Acompanhar a evolução do programa; 4. Indicar o Coordenador do Programa; 5. Indicar os membros do Grupo Gestor, juntamente com o Coordenador do Programa; Alta Administração Coordenador do Programa Grupo Gestor AREA 1 AREA 2 AREA 3 Média Gerencia Avaliador es AN02FREV001/REV 4.0 61 6. Ajudar a difundir o programa por toda empresa; 7. Sensibilizar as chefias e colaboradores para participarem do programa; 8. Atuar como facilitador, dando suporte a melhorias; 9. Estabelecer critérios de premiação, quando necessário, em concordância com a Coordenação do Programa. COORDENADOR DO PROGRAMA 1. Elaborar o Plano de Implantação do Programa; 2. Verificar a média mensal do programa 3. Reunir-se periodicamente com o Grupo Gestor para elaborar o Cronograma das Avaliações, analisar o desenvolvimento do programa e propor as melhorias necessárias;4. Elaborar Relatório de acompanhamento do programa e apresentar à Diretoria; 5. Indicar juntamente com a Direção o Grupo Gestor; 6. Desenvolver ações de Marketing para implementação do programa. 7. Levantar as necessidades de treinamento referentes ao Programa, identificando resistências internas e estabelecendo ações para superar estas resistências, melhorando a participação das pessoas, de forma motivadora e persistente. 8. Acompanhar a implantação das ações de melhoria, propondo, quando necessário, ações corretivas. GERÊNCIAS E CHEFIAS 1. Comprometer-se com o Programa; 2. Participar das atividades inerentes ao Programa; 3. Acompanhar Cronograma de avaliação de seu setor; 4. Orientar, coordenar e propiciar condições de melhorias no seu setor; 5. Participar na implementação de melhorias; 6. Facilitar a participação de seus colaboradores nas avaliações e no treinamento. GRUPO GESTOR 1. Elaborar o Cronograma das Avaliações analisar o desenvolvimento do programa e propor as melhorias necessárias, juntamente com o Coordenador do Programa; 2. Determinar os Itens de Avaliação; AN02FREV001/REV 4.0 62 3. Realizar reuniões para discutir as avaliações e obter as médias, geral da empresa e por ambiente; 4. Servir de exemplo para os colegas. AVALIADORES 1. Avaliar e determinar o estado do ambiente conforme critérios preestabelecidos; DOS COLABORADORES 1. Cumprir rigorosamente normas e procedimentos adotados pelo setor e pela empresa; 2. Participar dos Programas de Treinamento; 3. Acompanhar a Comissão de Avaliação no seu setor; 4. Propor no ato da avaliação sugestões de melhorias; 5. Sugerir melhorias para a evolução do programa. 4.1.1 Plano de Implantação A implantação e manutenção do Programa 5S’s requer uma estrutura organizacional simples para a coordenação e execução das atividades. O Coordenador do Programa deve juntamente com os facilitadores setoriais elaborar o Plano de Implantação. AN02FREV001/REV 4.0 63 FIGURA 20 – MODELO DE PLANO DE IMPLANTAÇÃO FONTE: Elaborado pelo autor. Ao elaborar um Plano de Implantação é importante definir regras e responsabilidades que considerem “o que” deve ser feito, “quem” deve fazer, AN02FREV001/REV 4.0 64 “quando” será feito, “onde” será feito e “como” deverão ser feitas as atividades necessárias para a implantação dos 5S’s. TABELA 7 – MODELO DE PLANO BÁSICO DE IMPLANTAÇÃO Implantar o Programa 5S’s O quê? Quem? Quando Definir área piloto para a implantação Coordenação Jan-Fev Capacitar às pessoas envolvidas Gerentes e Facilitadores Mar-Abr Divulgar as ações e os conceitos do Programa Gerência de Comunicação e Marketing Mai Implantar o Programa nas demais áreas Gerentes e Supervisores Jun-Dez FONTE: Elaborado pelo autor. Dependendo do porte da organização, o Plano de Implantação pode ser mais ou menos detalhado. A necessidade do nível de detalhamento deve ser definida em consenso com a equipe responsável pela implantação do Programa 5S’s e o plano deve estar claro e compreendido por todos. HOUSEKEEPING – “DIA DA GRANDE FAXINA” Denomina-se “Dia da Grande Faxina”, o dia dedicado ao início das atividades do Programa. Nesse dia convidamos todas as pessoas do ambiente a realizar os três sensos (utilização, organização e limpeza) de forma a eliminar não conformidades aparentes relacionadas com o aspecto visual imediato, tais como, caixa de papelão no chão, piso com manchas de tinta, paredes e janelas sujas, itens desnecessários sobre mesas, etc. AN02FREV001/REV 4.0 65 No entanto, não devemos parar de atender aos nossos clientes para realizar a faxina. Ninguém precisa saber que estamos iniciando um processo de melhoria, a não serem as pessoas do próprio ambiente. Para não deixar de atender aos nossos clientes, devemos planejar, da melhor maneira possível à execução das atividades, programando quem vai fazer o que, os recursos e materiais necessários, etc. 4.1.2 Preparando o ambiente para a mudança Uma das principais dificuldades da implantação de programas de Qualidade Total nas Organizações está na necessidade da implementação mudanças comportamentais, e no consequente surgimento da resistência a mudança. O grande desafio é como demonstrar para as pessoas envolvidas a necessidade de mudar, ou seja, qual a melhor resposta para a seguinte pergunta: Porque mudar ?? As pessoas devem se sentir motivadas com as mudanças. Devemos apresentar por meio de mecanismos de comunicação interna os ganhos reais gerados com a implantação do Programa 5S’s. Registrem e apresentem sistematicamente a evolução dos ambientes, por meio de fotos e imagens durante reuniões e em murais pelos corredores. Como motivar as pessoas ?? O que devemos ter sempre em mente é que, as pessoas somente mudam, quando percebem um ganho real com a mudança. O significado do ganho real para as pessoas é o entendimento de todos com relação aos verdadeiros benefícios AN02FREV001/REV 4.0 66 gerados com a implantação do Programa 5S’s. Assim, um dos desafios da equipe responsável pela implantação do Programa 5S’s é identificar os principais fatores motivadores das pessoas e comunicá-los de uma maneira efetiva. Ajustar o nosso foco é condição “sine qua non” para que possamos identificar vantagens relacionadas ao Programa 5S´s, que possam ser impulsionadoras de mudanças. Lembre-se que maneiras diferentes de se ver o mesmo fato (Focos diferentes), levam a um entendimento diferente da mudança, e aí o que é ganho para um pode significar perda para o outro, levando ao surgimento da Resistência à MUDANÇA! A percepção destas diferenças é fundamental para o sucesso da mudança. AS DIMENSÕES DA MUDANÇA A implantação do Programa 5S´s deve ser vista como uma maneira de gerenciar e que tem como objetivo atender a necessidade de investir na mudança de comportamento das pessoas e na quebra de resistências que naturalmente ocorrem em qualquer processo de mudança. Todo mecanismo da mudança exige três elementos básicos: a) Conhecimento; b) Habilidades; c) Atitudes. O “conhecimento” pode ser conseguido por meio do treinamento. Porém o conhecimento por si só, constitui informação que se perde em algum lugar do nosso cérebro se não for devidamente assimilada. Praticar o conhecimento significa ganharmos “habilidade”, e assim assimilarmos de fato aquilo que aprendemos. De forma elementar não precisamos de muito esforço mental para andar, falar, embora o processo de aprendizagem seja longo e complexo. Somente conseguimos ganhar habilidade em andar e falar porque os praticamos continuamente. O terceiro elemento fundamental no processo de mudança e que constitui sua alavanca é à vontade ou necessidade de mudar. A isto se denomina desenvolver “atitudes” que predisponham à mudança. Em situações de crise, esse AN02FREV001/REV 4.0 67 comportamento é despertado de forma instintiva. Em outras circunstâncias, ele precisa ser induzido. Com estes três componentes ativos o indivíduo caminha em direção à mudança, adotando novos comportamentos, os quais são capazes de conduzir outras pessoas a também adotarem estas mudanças. Por ser teoricamente muito simples, as pessoas costumam não captar a sua abrangência, limitando seu alcance ao mundo físico. Perde-se a grande oportunidade que o 5S’s oferece: mudar o comportamento das pessoas, quanto aos hábitos e atitudes. FIGURA 21 – GRÁFICO DE EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS FONTE: Elaborado pelo autor. A implantação e manutenção do Programa 5S´s deve acontecer por meio da aplicação de três dimensões: física, intelectual e comportamental.
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