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Zootecnia: Classificação, Origem e Aptidões dos Animais

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
ZOOTECNIA 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS 
Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842z Zootecnia / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 110p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-562-7 
1. Zootecnia. 2. Classificação zootécnica. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 636.08 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 EVOLUÇÃO DA ZOOTECNIA COMO ARTE E COMO CIÊNCIA ............................................. 4 
2 CLASSIFICAÇÃO ZOOTÉCNICA .............................................................................................. 7 
2.1 CLASSE MAMMALIA ................................................................................................................. 7 
2.2 CLASSE AVES ........................................................................................................................... 9 
2.3 CLASSE PISCES ...................................................................................................................... 10 
2.4 CLASSE INSECTA .................................................................................................................... 11 
3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO .................... 12 
3.1 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS SUÍNOS ........................................................................... 12 
3.2 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS BOVINOS ......................................................................... 15 
3.3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS AVES ................................................................................ 17 
4 APTIDÕES E FUNÇÕES MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS E ECONÔMICAS ................... 19 
4.1 BOVINOS .................................................................................................................................. 19 
4.2 SUÍNOS ..................................................................................................................................... 23 
4.3 OVINOS ..................................................................................................................................... 25 
4.4 CAPRINOS ................................................................................................................................ 28 
4.5 BUBALINOS .............................................................................................................................. 30 
4.6 AVES ......................................................................................................................................... 31 
4.7 PEIXES ...................................................................................................................................... 34 
4.8 EQUINOS .................................................................................................................................. 34 
 
 
3 
 
5 NOMENCLATURA E LOCALIZAÇÃO DAS REGIÕES DOS CORPOS DOS ANIMAIS .......... 36 
5.1 EQUINO .................................................................................................................................... 36 
5.2 BOVINO ..................................................................................................................................... 37 
5.3 SUÍNO ....................................................................................................................................... 39 
5.4 AVES ......................................................................................................................................... 40 
6 IDADE DOS ANIMAIS ............................................................................................................... 42 
7 APRUMOS ....................................................................................................................... 44 
8 PELAGEM DOS ANIMAIS ........................................................................................................ 73 
9 NORMAS PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO REGISTRO GENEALÓGICO ............................ 75 
9.1 CATEGORIAS E REGISTROS .................................................................................................. 76 
10 SISTEMAS DE CRIAÇÃO ......................................................................................................... 83 
11 CONTENÇÃO ........................................................................................................................... 99 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 1 EVOLUÇÃO DA ZOOTECNIA COMO ARTE E COMO CIÊNCIA 
 
 
A evolução da Zootecnia se sustenta entre a Arte e a Ciência, pois só a partir destas 
definições a atual Zootecnia foi difundida. A Zootecnia como Arte pode ser historiada a partir da 
Idade Média, onde iniciou a agricultura em áreas semiáridas e montanhosas. Em 8.000 a.C., 
aproximadamente, há indícios de que o homem começou a colher grãos naturais, sendo 
posteriormente cultivados, assim como a criação de animais domésticos. 
Quando o homem deixou de ser nômade e se tornou definitivamente sedentário, ou 
seja, quando teve que manter o alimento no local de sua instalação, a criação de animais e o 
cultivo de alimentos foram essenciais. 
O homem criou animais para satisfazer seu totemismo, em seguida, com a 
indisponibilidade de alimentos espontâneos próximos às aldeias, passou a utilizá-los como 
alimento e, por último, com os rigores climáticos ou intempéries, para proteção. 
A Zootecnia como Ciência, se sustenta a partir do termo Zootechine, que do grego é 
definido como “arte animal”, a partir do Conde Adrien de Gasparin, que publicou o livro "Cours 
d'Agriculture", que é referência da ciência de estudo da criação dos animais, o que então pela 
primeira vez diferia do cultivo de vegetais. 
Em 1848, com a instalação do Instituto Agronômico de Versailles, em Paris, foi adotada 
a distinção proposta pelo Conde Adrien de Gasparin e para o ensino teórico da exploração dos 
animais domésticos foi estabelecida a Cátedra de Zootecnia. 
Pode-se datar o ano de 1849 como o surgimento da Zootecnia como Ciência, na 
França, com a aprovação de uma tese apresentada pelo naturalista Emile Baudement em 
concurso para a Cátedra de Zootecnia do Instituto Agronômico de Versailles, ao tornar-se o 
primeiro docente de Zootecnia. 
O objetivo da Zootecnia é realizar o perfeito conhecimento dos animais domésticos, 
melhorando sua nutrição, sua sanidade, seu manejo e sua genética, para, desta forma, obter 
desse grupo de animais uma maior produtividade econômica possível de seus produtos. 
DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
5 
 
Retiram-se destes animais, alimentos indispensáveis à vida humana; objetos como pele, lã, 
pelos; produtos farmacêuticos; esterco; gera empregos; promove avanço no desenvolvimento 
socioeconômico de um povo; serve como terapia para deficientes físicos e mentais, entre outros. 
O objeto da Zootecnia é o animal doméstico, ou seja, o animal que pertence a uma 
espécie criada e reproduzida pelo homem, dotada de mansidão hereditária e que proporciona 
algum proveitoao homem. 
Para atingir o estado de domesticação, a espécie animal deve possuir os atributos de: 
 
 Fecundidade em cativeiro, de modo que os indivíduos não precisem ser 
continuamente aprisionados para serem utilizados pelo homem. 
 
 Ter tendência hereditária a mansidão, atributo pelo qual os animais que nascem no 
cativeiro aceitam facilmente o convívio com o homem e com outras espécies. 
 
 Sociabilidade, característica das espécies dotadas de hábitos gregários, que 
permite a vida em bando, própria dos animais em domesticidade. 
 
As espécies que não possuem estes atributos permanecem selvagens, mesmo 
aquelas cuja domesticação foi tentada pelo homem, ou seria resultado do seu convívio com o 
homem, como é o caso da zebra, do chacal, do leão, do bisão Americano, do falcão e do 
papagaio. 
No Brasil, a Zootecnia foi ensinada como disciplina especial nos cursos de agronomia 
até 1966 quando foi criado, na PUC de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, o primeiro curso de 
graduação em Zootecnia. 
A profissão foi regulamentada em 4 de dezembro de 1968 pela lei federal nº 5.550. 
Quem se forma no curso de Zootecnia recebe o título acadêmico-profissional de Zootecnista. 
 
 
 
6 
 
Segundo esta lei, podem exercer a Zootecnia, também, o graduado em Medicina 
Veterinária e o graduado em Agronomia, conforme transcrito a seguir: 
 
Art. 2º Só é permitido o exercício da profissão de Zootecnista: 
 
a) ao portador de diploma expedido por escola de Zootecnista oficial 
ou reconhecida e registrado na Diretoria do Ensino Superior do 
Ministério da Educação e Cultura; 
 
b) ao profissional diplomado no estrangeiro, que haja revalidado e 
registrado seu diploma no Brasil, na forma da legislação em vigor; 
 
c) ao Agrônomo e ao Veterinário diplomados na forma da lei. 
 
As grades curriculares das graduações em Zootecnia contemplam disciplinas focadas 
na área botânica, cálculo e física, fisiologia e anatomia animal, bem-estar animal, bromatologia, 
genética e melhoramento de espécies, biologia, sociologia, direito, gestão de recursos 
ambientais, microbiologia, patologia e solos. 
O Zootecnista como profissional para poder atuar nos mais diversos setores da cadeia 
produtiva do agronegócio, as quais lhe são designadas e/ou permitidas por lei, precisa registrar-
se no Conselho Regional de Medicina Veterinária – CRMV, órgão responsável pela fiscalização, 
regulamentação e cobrança de taxas para a consolidação e divulgação da profissão, 
principalmente da Medicina Veterinária. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2 CLASSIFICAÇÃO ZOOTÉCNICA 
 
 
A Zootecnia como Ciência envolve a criação de animais domésticos como um todo, 
sendo fundamental o conhecimento da classificação taxonômica das principais espécies, a 
origem das principais raças e aptidões, além de outras características. 
As criações dos animais condizem do produto final que se destina, ou seja, animais 
que possuem raças características a fatores, como por exemplo, o clima, assim animais mais 
rústicos apresentam melhores desempenhos. Algumas espécies que se destinam à produção de 
leite, somente ou dupla aptidão, sendo então caracterizados por carne e leite, ou pela sua 
pelagem, para a produção de lã. 
O Zootecnista deve saber a classificação inerente das diferentes raças domésticas 
destinadas à produção comercial, sendo fundamental o conhecimento destas características. 
A saber, dentro da Taxonomia, os animais de interesse zootécnico, estão enquadrados 
nas classes: Mammalia, Aves, Pisces e Insecta. 
Vamos estudar cada classe e saber quais famílias e espécies são estudadas na 
Zootecnia: 
 
 
2.1 CLASSE MAMMALIA 
 
 
Esta classe é a maior de todas, pois estão agrupados mais de dez famílias, sendo as 
de destaque a família Equidae, que é a família dos cavalos, asnos e zebras. O gênero e espécie 
representativos de interesse zootécnico é a Equus caballus, que são os cavalos propriamente 
ditos. Mais adiante, no segundo módulo, veremos as raças desta espécie. 
 
 
8 
 
Outra família de importância é Suidae, que são os suínos, cujo nome científico é Sus 
domesticus. 
Os bovinos pertencem a família Bovidae, que são representados pelos bovinos 
zebuínos (Bos indicus) e os bovinos europeus (Bos taurus), além dos bubalinos (Bubalus 
bubalis), que representam criação comercial no país. Também se enquadram nesta como 
subfamília, os caprinos (Capra hircus) e os ovinos (Ovis aries). 
Outra família que se enquadra nesta classe é a Cavidae, na qual se encontram as 
cobaias (Cavia cobaya), que para nós é comumente chamado de porquinho da Índia. São muito 
usadas nos laboratórios, para experiências sobre doenças, nutrição, biologia e principalmente 
para testes e diagnósticos bacteriológicos, porque as cobaias são susceptíveis de adquirirem 
algumas doenças que normalmente não possuem. Sua carne é muito apreciada em países 
andinos (Figura 1). 
 
FIGURA 1 - COBAIAS (CAVIA COBAYA). 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.agrov.com/animais/peq_ani/cobaia.htm>. 
Acesso em: 21 nov. 2011. 
 
 
 
 
9 
 
A família Leporidae é representada pelos coelhos (Oryctolagus cuniculus), que em 
muitos locais é uma iguaria muito apreciada, além de serem também criados como animais de 
estimação. 
A ordem Carnívora, dentro da classe Mammalia, é a família Felidae e a família 
Canidae. Muito comuns em nossos lares os cães (Canis familiaris) e gatos (Felis domestica) são 
essencialmente animais de estimação, porém podem ser consumidos em alguns países como 
alimento. Para o Zootecnista o conhecimento destas espécies está intimamente ligado à nutrição 
animal, hoje a formulação de rações, das mais variadas opções para estes animais é atributo 
deste profissional. 
 
 
2.2 CLASSE AVES 
 
 
A família Anatidae, está representada pelas espécies dos patos (Cairina moschata), 
marrecos (Anas boschas), cisnes (Cygnus olor) e os gansos (Anser domesticus). Estas aves são 
apreciadas em pratos típicos em certas regiões, inclusive no nosso país, porém também são 
criadas como aves ornamentais. Podem ainda serem utilizadas como controle biológico em 
algumas culturas, como no caso do arroz irrigado em Santa Catarina (Figura 2). 
 
 
FIGURA 2 - MARRECOS EM PLANTAÇÃO DE ARROZ IRRIGADO, COM O OBJETIVO AO 
CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS 
 
 
 
 
 
10 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.pragasarroz.xpg.com.br/Imagens/PColmoMarrecos.jpg>. 
Acesso em: 28 nov. 2011. 
 
 
As galinhas (Gallus domesticus) estão classificadas na família Phasianidae, que com 
certeza é a espécie de maior importância dentro dos animais de interesse doméstico, quando 
condiz a aves. Além das galinhas estarem enquadradas nesta família, o pavão (Pavo cristatus), 
o faisão (Phasianus colchicus) e o capote (Numida galeata) também estão presentes nesta 
família. 
O peru (Meleagris gallopavo), ave muito apreciada no Natal, pertence à família 
Penelopidae. 
 
 
2.3 CLASSE PISCES 
 
 
 
 
11 
 
Nesta classe enquadram-se os peixes de água doce, que estão enquadrados na ordem 
Ostariophysi. No próximo módulo, serão abordadas as principais espécies de peixes de interesse 
zootécnico. 
 
 
2.4 CLASSE INSECTA 
 
 
Esta classe sem dúvida é pouco lembrada pela maioria das pessoas, quando se trata 
de interesse comercial. Porém, na Zootecnia há disciplinas dedicadas somente ao estudo dessa 
classe, é o caso da Apicultura, em que as abelhas (Apis mellifera) são as principais fabricantes 
de produtos utilizados como alimento, assim como na indústria farmacêutica e cosmética e a 
Sericultura, que são o bicho-da-seda (Bombyx mori), atividade importante em municípios do 
Paraná (Figura 3). 
 
FIGURA 3 - BICHO DA SEDA 
 
FONTE: Disponível em: <http://charquinho.weblog.com.pt/arquivo/2007/05/index0>. 
Acesso em: 30 nov. 2011. 
 
 
12 
 
3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO 
 
 
A Zootecnia é a ciência que estuda as criações de animais de interesse zootécnico,espécies que podem ser criadas em nível comercial, sendo este o principal objetivo, como vimos 
no módulo I. 
A domesticação destas espécies foi evoluindo conforme as tecnologias chegaram à 
profissão, assim como tantas outras coisas em nossas vidas. No caso dos suínos, desde a 
domesticação, de uma espécie que se apresentava muito rústica, passando pela criação, que 
convertia em mais gordura do que carne, chegando até os dias atuais, com a criação enfática de 
suínos, que contribui para o novo estilo de vida. 
Aparentemente, a domesticação foi iniciada de uma forma inconsciente. Mais tarde, a 
pressão que o aumento demográfico exerceu sobre os recursos alimentares e em especial sobre 
o terreno cultivável, terá feito o homem tomar consciência sobre os reais benefícios da sua 
utilização. 
A seguir, serão abordadas a origem e domesticação das espécies de interesse 
econômico dos suínos, bovinos e aves. 
 
 
3.1 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS SUÍNOS 
 
 
Durante muitos anos, creditou-se aos chineses a domesticação do suíno por volta de 
4900 a.C. Porém, pesquisas recentes efetuadas pelo arqueólogo americano M. Rosember, da 
Universidade de Delaware, mostraram que a domesticação do suíno ocorreu há 10.000 anos em 
aldeias do leste da Turquia. 
 
 
13 
 
O primeiro javali a ser domesticado foi o Sus vittatus, no norte da Ásia pelos povos 
arianos (árias). Esta espécie ainda é encontrada na Índia, Paquistão, China, Vietnam, etc. É um 
animal de porte menor, tido como o ancestral das raças chamadas do tipo Asiático, 
caracterizadas pela face curta, de perfil ultracôncavo, orelhas curtas e propensão à engorda, 
enquanto o Javali Europeu difundido pelo oeste Asiático e norte da África, deu origem a diversas 
raças primitivas europeias, chamadas do tipo Céltica, com face longa e estreita, de perfil 
côncavo e orelhas longas e caídas. 
Tudo leva a crer que estes povos (os árias) nas suas migrações levaram o Sus vittatus 
“domesticado” para o sul (Índia), leste (China) e oeste (Europa), ensinando os povos das regiões 
invadidas a arte de criá-los. Com a criação em cativeiro ocorreram os cruzamentos entre o javali 
asiático e o europeu, dando origem ao javali mediterrâneo ou tipo ibérico (Sus mediterraneus). 
Na América não existia nenhum representante do gênero Sus, até que Cristóvão 
Colombo, em 1493, na sua segunda viagem trouxe consigo alguns suínos Ibéricos. Os primeiros 
suínos chegados ao Brasil vieram com Martim Afonso de Souza em 1532, em São Vicente. 
Pertenciam às raças da Península Ibérica existentes em Portugal, muitos fugiram e deram 
origem aos suínos asselvajados ou porco monteiro em Mato Grosso. 
Desde a sua domesticação os suínos sofreram grandes transformações morfológicas e 
fisiológicas, em consequência das condições que viveram e das necessidades do homem, em 
relação ao melhor aproveitamento do animal. 
Exemplo desta transformação está no javali, antes um animal selvagem, que vivia na 
floresta e se alimentava de arbusto, pastos nativos, frutos e pequenos animais. Entre suas 
principais armas de defesa e ataque estavam os dentes, que evidenciavam para fora da arcada 
bucal, e sua robusta cabeça. Além disso, o javali era um animal muito veloz, que usava esta 
capacidade para fugir dos inimigos e predadores que não podia enfrentar. 
O javali se caracterizava por membros dianteiros musculosos e fortes; corpo 
relativamente curto e musculoso, capaz de transmitir com rapidez os movimentos dos membros 
motores; tórax profundo e largo, com ampla capacidade de abrigar o coração e os pulmões. Sua 
cabeça era pesada e forte muito bem implantada no pescoço, representava uma de suas 
principais armas de defesa. O javali, portanto, era um animal possuidor de uma frente muito 
 
 
14 
 
forte, cabeça, tórax e membros anteriores, enquanto o posterior era leve e tinha membros com 
fracas massas musculares. 
Com a domesticação, o porco selvagem foi tomando o formato de um paralelepípedo, 
de comprimento pequeno ou médio, com uma grande papada e quartos traseiros mais amplos 
do que tinham os seus ascendentes selvagens. O perímetro torácico foi reduzido com a vida 
sedentária, o coração e os pulmões foram envoltos em uma grossa camada de gordura. 
Na Europa, com a miscigenação ocorrida entre os suínos lá existentes e os de origem 
chinesa houve o desenvolvimento de diferentes tipos genéticos, alguns de pequeno porte e com 
bastante tendência para acúmulo de gordura, outros magros e de porte mais elevados e ainda o 
tipo intermediário, que atendia bem a necessidade de produção de gordura e carne. No entanto, 
na Inglaterra, com a revolução industrial e o aumento das populações urbanas, associados à 
dificuldade em obtenção de gordura vegetal, os suínos foram selecionados para um tipo mais 
especializado na produção de gordura, portanto que a partir de 1750 o termo suíno “melhorado” 
estava associado à criação de raças especializadas na produção de gordura. 
Nesta época, a gordura, além de oferecer grande aporte de energia para os 
trabalhadores braçais (operários), também servia para o preparo de outros alimentos (frituras). A 
partir daí, tivemos origem ao suíno tipo banha, e assim, a criação de suíno se expandiu, porque 
era o animal ideal para o homem, já que lhe fornecia grande quantidade de gordura, além de 
carne. Foi esse o período do porco tipo banha, que se estendeu de 1750 a 1950. 
É importante lembrar que a mesma tendência não ocorreu entre os criadores de suínos 
do continente, onde a facilidade de obtenção de gordura vegetal era maior. Portanto, na Europa 
tinham sido preservados tipos genéticos magros, com maior tendência para a produção de 
carne, embora as massas musculares não fossem muito desenvolvidas. 
Após a Segunda Guerra Mundial, e com o surgimento do óleo vegetal produzido em 
larga escala, a criação de suínos tomou novo rumo, agora selecionando e melhorando os 
animais para a produção de carne. Os animais foram selecionados de tal forma que passou a 
apresentar nova conformação, ou seja, passou a apresentar 30% da massa corporal no anterior 
e 70% no posterior (pernil). 
 
 
 
15 
 
Atualmente, com a busca por maior eficiência e maior produtividade em termos de 
quantidade e qualidade de carcaça, observamos o aparecimento do suíno “4 pernis”, ou seja, 
com distribuição mais homogênea das massas musculares entre os membros anteriores e 
posteriores, e também maior massa muscular na região lombar (Figura 4). 
 
FIGURA 4 - CONFORMAÇÕES DOS SUÍNOS AO LONGO DO TEMPO 
 
 
FONTE: Arquivo do autor. 
 
 
3.2 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DOS BOVINOS 
 
 
O processo de domesticação do gado selvagem foi de grande importância para o 
desenvolvimento da população humana. Os animais domesticados representavam uma 
importante fonte de carne, leite, pele e força de trabalho. De acordo com estudos arqueológicos, 
acredita-se que todos os bovinos atuais, com exceção do gado de Bali e do gado Mithan, 
originaram-se de um ancestral comum, o Auroque (Bos primigenius). Esses animais, extintos a 
mais de dois mil anos, nas regiões onde viviam, tiveram seu último representante em 1627, na 
Europa. 
 
 
16 
Não é para tanto que estes animais distribuíam-se por todo este continente, assim 
como no nordeste da África e sudeste da Ásia, sendo divididos em três raças continentais: Bos 
primigenius namandicus (Ásia), Bos primigenius opisthonomus (África) e Bos primigenius 
primigenius (Europa) (Figura 5). 
 
FIGURA 5 - MAPA COM A DIVISÃO DAS ESPÉCIES DAS TRÊS RAÇAS CONTINENTAIS DE 
BOVINOS 
 
 
FONTE: MacHugh (1996). 
 
 
 
17 
 
Apesar das evidências de que o centro da evolução dos Auroques foi a Ásia, análises 
de estudos do registro fóssil, indicam que os bovinos foram sim domesticados a partir da espécie 
Bos primigenius primigenius (Europeu), cerca de 10 mil anos atrás. Além disso, um único evento 
de domesticação teria ocorrido, originando as primeiras raças de bovinostaurinos. As raças 
zebuínas (mais rústicas) teriam sido originadas, posteriormente a partir das taurinas. 
 
 
3.3 ORIGEM E DOMESTICAÇÃO DAS AVES 
 
 
As galinhas domésticas são originárias do Sudoeste da Ásia e descendem única ou 
principalmente, de uma ave silvestre, a galinha Vermelha do Mato (Red Jungle Fowl), que foi 
classificada inicialmente como Gallus bankiva e recentemente como Gallus gallus gallus; ave 
selvagem ainda encontrada nas selvas do Sudoeste Asiático. Outras espécies como a galinha de 
Java (Gallus varius), do Ceilão (Gallus lafayetti) e a de Sonnerat (Galus sonnerati), para alguns 
pesquisadores, também contribuíram para o desenvolvimento da galinha moderna – Gallus 
gallus domesticus. 
As galinhas foram introduzidas no Brasil pelos primeiros navegadores europeus que 
aqui desembarcaram, por volta de 1500. De acordo com a carta histórica escrita por Pero Vaz de 
Caminha ao rei de Portugal Dom Manuel, de 22 de abril de 1500, foi de espanto e admiração a 
reação dos índios ao terem contato com os primeiros exemplares de galinhas trazidas ao Brasil 
(PICOLI, 2004). Entretanto, é provável que os corsários franceses, muito antes do 
descobrimento, também tenham trazido galinhas, quando abasteciam seus navios com pau-
brasil e animais silvestres e os trocavam por espelhos, pentes, ferramentas e galinhas que 
sobravam de suas despensas. 
Eles trouxeram raças orientais, mediterrâneas e do sul da Europa, que foram deixadas 
em liberdade nos quintais das casas, sítios e fazendas. Proporcionando cruzamentos aleatórios 
e, desta miscigenação de raças, originaram-se as galinhas caipiras brasileiras, ou simplesmente, 
 
 
18 
 
galinhas caipiras (caipira em tupi-guarani significa “habitante do campo”), que também são 
conhecidas como galinhas crioulas, da colônia, de terreiro, de capoeira ou naturalizadas. 
A origem destas aves ainda é incerta, entretanto há fortes evidências de que seja pré-
colombiana, ou seja, quando Colombo, Cabral e os demais “descobridores” das Américas 
chegaram aqui, estas galinhas já eram bastante difundidas entre os índios, em particular entre os 
sul-americanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
4 APTIDÕES E FUNÇÕES MORFOLÓGICAS, FISIOLÓGICAS E ECONÔMICAS 
 
 
4.1 BOVINOS 
 
 
Primeiramente, vamos conhecer a classificação das raças bovinas de corte, uma vez 
que há raças específicas para a produção de leite. 
 
 
 Raças Europeias Britânicas 
 
 
Apresenta como vantagem, ser uma raça maternal, boa taxa de sobrevivência, boa 
conversão alimentar, taxas reprodutivas (atinge a maturidade com pesos menores) e de 
crescimento ótimas e boa carcaça. Como desvantagem, raças europeias britânicas apresentam 
partos distócicos, menos músculo e muita gordura, taxa de conversão alimentar menor. As vacas 
adultas podem apresentar um peso de 500 a 600 kg e os machos adultos entre 800 a 900 kg. 
Exemplos de raças desta categoria são a Hereford (Inglaterra), Shorthorn (Inglaterra), 
Aberdeen Angus (Escócia), Red Angus (Escócia) e Devon (Inglaterra). 
 
 
 Raças Europeias Continentais 
 
 
 
20 
 
É considerada uma raça terminal, com alto potencial de crescimento. Mais músculo 
com pouca gordura e boa conversão alimentar, porém, também apresenta partos distócicos, 
peso adulto elevado, quando condiz com a maturidade, grande exigência nutricional para 
matança. Vacas adultas podem pesar até 800 kg e os machos entre 1000 a 1200 kg. 
Charolês, Limousin e Bond D’Aquitaine são raças oriundas da França, outros exemplos 
são as originárias da Itália como a Chianina e Marchigiana, suíça como a Pardo Suíço, Blanc-
Belgian-Blue da Bélgica e a Caracu de Portugal. 
 
 
 Raças Zebuínas 
 
 
Compõe cerca de 85% dos genes do rebanho brasileiro, apresenta como vantagens 
excelente taxa de sobrevivência, boa habilidade materna, tolerantes a parasitas e altas 
temperaturas, o que a caracteriza como uma raça rústica. Assim como as raças europeias, a 
zebuína também apresenta algumas desvantagens como baixa taxa de crescimento, baixos 
índices reprodutivos, carcaça de pouca aceitação. Só para um comparativo dos pesos dos 
animais de origem europeia, as vacas adultas oriundas de raças zebuínas apresentam um peso 
de 350 a 450 kg e os machos, também adultos, entre 600 a 700 kg. 
Os exemplos que podemos citar são o Nelore, Guzerá, Gir, Tabapuã, Indubrasil, Sindi 
e Brahman (EUA). 
A introdução do Zebu no Brasil promoveu ações simultâneas como: o povoamento e 
abertura de grandes propriedades na região centro-oeste, substituição gradual das pastagens 
nativas por cultivadas e absorção do rebanho nativo por animais zebuínos, principalmente o 
Nelore. 
 
 
 
 
21 
 
 Raças Sintéticas 
 
 
Originam-se por meio do cruzamento de diferentes raças com objetivo de aproveitar a 
rusticidade e a produtividade, vejamos algumas: 
 
Santa Gertudris = 3/8 Brahman x 5/8 Shorthom 
Canchin = 3/8 Zebu x 5/8 Charolês 
Simbrasil = 3/8 Zebu x 5/8 Simental 
Brangus = 3/8 Brahman x 5/8 Angus 
Pitangueiras = 3/8 Zebu x 5/8 Red Polled 
 
Acesse o Link abaixo e descubra as principais raças, informações e imagens de cada uma delas. 
Confira! 
 
ANEXO I - 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_i_Zootecnia_b
ovinos_corte.pdf 
 
 
 Raças Europeias produtoras de Leite 
 
 
 
 
 
22 
 
A raça Holandesa Preto e Holandesa Branco, são originárias da província de Frísia, 
Holanda, é a raça de maior potencial para a produção de leite e considerada a melhor raça 
leiteira do mundo! Esta raça não apresenta boa tolerância ao clima tropical e suas exigências de 
manejo sanitário e nutricional requerem cuidados especiais. 
Originária da Ilha de Jersey (Inglaterra) a raça Jersey é bem distribuída em quase todo 
o mundo, nas regiões tropicais se mostra com elevada tolerância ao calor, sendo encontrada 
com facilidade na maioria dos Estados do Brasil, pelo fato de se aclimatar-se bem. 
É comum encontrar um exemplar desta raça em criações de Holandesas pelo fato de 
apresentar um bom teor de gordura em seu leite, assim aumenta o teor deste nutriente na 
produção. 
A raça Guernsey é originária da Ilha de Guernsey que pertencente à Inglaterra, é 
considerada uma raça bem rústica. 
A Ayrshire é proveniente da Escócia, recebeu sangue de várias raças especializadas, 
entre elas a Holandesa. A aptidão dominante da raça Ayrshire é leiteira. 
A Pardo Suíça, originária da Suíça, também conhecida como gado Schwyz, é uma das 
raças mais antigas, apresentando predominantemente aptidão leiteira. Animal considerado 
adaptado às condições brasileiras. 
 
 
 Raças Zebuínas produtoras de Leite 
 
 
Originária do Paquistão o Sindi, de espécies zebuínas é encontrada principalmente nas 
regiões Norte e Nordeste no país. Apresenta excelente adaptabilidade adversa de clima e de 
manejo no semiárido nordestino. 
 
 
 
23 
 
 Raças Sintéticas produtoras de Leite 
 
 
O Girolando é formado a partir de 5/8 Holandês mais 3/8 do Gir (leiteiro), isso porque se 
aproveitou da rusticidade da raça zebuína, ou seja, o Gir mais o potencial de produção do 
Holandês. Este cruzamento gerou uma raça com grande resistência e adaptação ao meio 
ambiente. É a raça mais utilizada como receptora de embrião no Brasil. 
O Guzolando é originário do cruzamento do Guzerá com o Holandês, sendo entre 56% 
a 68% de Holandês mais 44% a 32% do Guzerá. É um animal rústico, o touro é utilizado em 
fêmeas Girolando para melhorar ligamentos do úbere. Apresenta uma média de produção de 
3.500 a 5.000 kg/ano. 
O cruzamento de Red Poll (5/8) entre Guzerá (3/8) condiz com a raça sintética 
denominada de Pitangueiras, que apresenta um teor de gordura bastante satisfatório (4% a 5%). 
Apresenta dupla aptidão, ou seja, tanto para a produção de leite quanto de carne. As vacas 
Pitangueiras são boas produtoras, dando em média entre4.000 a 5.000 kg por lactação em 300 
dias. Típico gado leiteiro para condições de campo. 
 
Agora você terá a oportunidade de conhecer as principais raças, informações e imagens dos 
Bovinos de leite. Confira acessando o link abaixo: 
 
ANEXO II – 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_ii_Zootecnia_
bovinos_leite.pdf 
 
 
4.2 SUÍNOS 
 
 
24 
 
 Raças de Origem Brasileira 
 
 
As principais características destas raças são a produção de banha, animais tardios, 
pouco prolíferos e baixa produtividade. Piau, Pereira, Mouro, Tatu, Nilo, Pirapitinga, Canastra, 
Canastrão, Caruncho, Sorocaba e Junqueira, são as principais raças. 
O sistema de criação é feito pelo método extensivo, na sua totalidade. Os animais são 
alimentados com restos de lavoura ou comida, em instalações inadequadas, sem qualquer tipo 
de manejo e sanidade. 
 
 
 Raças de Origem Estrangeira 
 
 
Principais características e aptidões destas raças são a prolificidade, precocidade e 
qualidade de carcaça. As raças mais conhecidas dentro desta categoria são: Large White, 
Landrace, Duroc, Hampshire, Wessex, Essex, Pietrain, Berkshire, Polland China e Tamworth. 
 
 
 
No anexo III, você encontrará as principais raças, informações e fotos de suínos. Confira! 
 
ANEXO III - 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_iii_Zootecnia_
suinos.pdf 
 
 
25 
 
4.3 OVINOS 
 
 
 Raças produtoras de Carne 
 
 
A raça Dorper, originária da África do Sul, foi criada com o único propósito de produzir 
carne, o mais eficientemente possível. Pode ser semideslanado ou lanado. 
Hampshire é uma raça especializada na produção de carne. Apresenta boa 
capacidade de adaptação aos diferentes meios e regimes de criação. Carcaça de boa qualidade, 
boa fertilidade e prolífera, atingindo índices de nascimento de 140%. Muito indicada ainda para 
cruzamentos industriais. 
O Poll Dorset é originário da Inglaterra, é uma raça especializada para a produção de 
carne. Fêmeas apresentam também excelente produção de leite e habilidade materna. Alta 
prolificidade, atingindo de 110 a 130% de parição. Raça muito adequada para cruzamentos 
industriais. 
O Santa Inês foi desenvolvido no Nordeste brasileiro. É um animal deslanado, com 
pelos curtos e sedosos. Rústicos e precoces adaptáveis a qualquer sistema de criação e regiões 
do país. As fêmeas apresentam-se prolíferas e com boa habilidade materna. 
 
 
 Raças produtoras de Lã 
 
 
O merino Australiano produz a melhor lã fina do mundo! Adapta-se bem às condições 
de alta temperatura e vegetação pobre. 
 
 
26 
 
 Raças de dupla ou tripla aptidão 
 
 
A raça Bergamácia é originária da Itália, ovelhas apresentam boa produção de leite. O 
leite desta raça é muito utilizado no seu país de origem para a fabricação do queijo Gorgonzola. 
Ovelhas desta raça são muito prolíferas. A lã é de baixa qualidade, presta-se para a fabricação 
apenas de tecidos grosseiros. Os ovinos desta raça são bastante rústicos, porém exigentes 
quanto à alimentação. Apresenta fácil adaptação às condições climáticas do Centro e do 
Nordeste brasileiro. 
Originário da França, a raça Lacune apresenta dupla aptidão (leite e carne). Para a 
fabricação do queijo Roquefort é utilizado o leite deste ovino. 
A Border Leicester é originária da Escócia, raça de duplo propósito, apresentando 60% 
produção de carne e 40% para lã grossa. Raça muito rústica, prolífera e precoce. É indicada 
para cruzamentos industriais, em que colabora eficientemente com a sua prolificidade e aptidão 
materna. 
A raça Cariri originou-se no Nordeste, apresenta aptidão mista, ou seja, tanto para 
carne quanto para pele. Ovelhas muito prolíferas, ocorrendo partos múltiplos com frequência. 
Apresenta boa aptidão materna, com boa produção leiteira e cria-se muito bem. São animais 
muito rústicos, adaptando-se bem ao semiárido. 
Os ovinos da raça Corriedale, são originários da Nova Zelândia, que aliás é um dos 
principais países criadores de ovinos no mundo. Esta raça apresenta boa produção de carne 
(50%) e lã (50%). 
A raça Crioula é de origem brasileira, mais precisamente do Rio Grande do Sul. 
Possuem puberdade precoce. Apresentam boa produção de lã, que é utilizada em artesanato e 
tapeçaria industrial e carne, que apresenta maciez e sabor diferenciados. A pele destes animais 
apresenta-se de qualidade industrial superior, no que se refere à resistência e suavidade. 
Rusticidade é vista nesta raça, adaptando-se a diferentes condições de clima, solo e vegetação. 
 
 
 
27 
 
A raça Ideal, Polwarth ou Coopworth é originária da Austrália, apresentando equilíbrio 
zootécnico de 70% para produção de lã e 30% para carne. Raça rústica e prolífera produz muito 
bem no sistema extensivo (os tipos de sistemas de criação serão abordados no módulo III). A lã 
produzida deste ovino apresenta alta qualidade e valor industrial. 
A Ile de France é considerada raça de duplo propósito, produção de carne (60%) e lã 
(40%). Produz uma carcaça pesada e de muita qualidade, apresenta também precocidade e 
prolificidade, atingindo médias de nascimentos de 160%. Produz cordeiros em diferentes épocas 
do ano. 
A raça rústica Karakul adapta-se a diferentes climas, com exceções dos locais muito 
úmidos. Produtora de peles de cordeiro, de grande valor na indústria peleteira. A carne é 
praticamente isenta de gordura e muito saborosa. A cola (cauda) que é muito grossa, nos 
animais desta raça, constitui numa reserva destinada a suprir o animal nos períodos de carência 
alimentar. 
A raça Polypay é de origem norte-americana, produtora de carne, apresentando uma 
razoável carcaça e produtora de lã de qualidade e razoável peso. Muito fértil e prolífera de 
puberdade precoce e com grande habilidade materna. A duração estacional de cio é muito 
prolongada nesta raça. 
A raça Rabo Largo, apresenta como característica a cauda de base larga e ponta de 
lança, origem do nome desta raça. São deslanados ou apresentam-se com pouca lã, porém a 
dupla aptidão se dá pela produção de carne e pele. São animais rústicos, bem adaptados às 
condições do Nordeste semiárido. 
Raça originária da Inglaterra, o Romney Marsh é produtor de carne e lã, com maior 
ênfase econômica para a carne. É extremamente rústico, suportando bem as condições de 
campos úmidos. 
A Somalis Brasileira é originária da Somália e Etiópia, porém apresenta diferenciação 
no Brasil desta raça em particular. Animal para produção de carne e pele, apresentando 
rusticidade, pois se adaptam bem às condições climáticas da região semiárida. 
Originária da Inglaterra, a Sufolk apresenta grande capacidade de adaptações a 
diferentes climas, rústica, porém necessita de boa alimentação. Muito precoce e prolífera, com 
 
 
28 
 
índices de nascimento de até 165%. Apresenta ótimo rendimento de carcaça (50 a 60%), com 
pouca gordura externa. A lã é resistente, o que a torna apta para a fabricação de carpetes e 
forrações. 
A raça Texel, originária da Holanda, é considerada de dupla aptidão, pois produz carne 
e lã, em sistemas extensivo e semi-intensivo. Produz uma ótima carcaça, com gordura muito 
reduzida. 
A Morada Nova, raça nativa do Nordeste Brasileiro, não apresenta chifres. É bastante 
rústica, adaptando-se bem às regiões mais áridas. Produzem carne e, principalmente, peles de 
ótima qualidade. 
 
No anexo IV, você encontrará várias informações importantes sobre as principais raças dos 
ovinos. Confira! 
 
ANEXO IV - 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_iv_Zootecnia_
ovinos.pdf 
 
 
4.4 CAPRINOS 
 
 
 Raças Europeias 
 
 
 
 
 
29 
 
Animais desta raça são cabras essencialmente leiteiras. Apresentam chanfro reto ou 
subcôncavo, orelhas pequenas e leves (no módulo III, será estudada a anatomia dos animais 
domésticos de interesse zootécnico). Precocidade reprodutiva,boa conversão alimentar e maior 
produção leiteira, são características das raças Saanen, Alpina, Toggenbourg e Alpina Britânica. 
 
 
 Raças Asiáticas 
 
 
Apresentam média a baixa produção de leite. São animais de maior porte, com orelhas 
grandes e pesadas, chanfro convexo ou ultraconvexo. Principais raças desta categoria: 
Mambrina, Jamnapari, Bhuj, Bôer e Alpina Americana. 
 
 
 Raças Brasileiras 
 
 
São animais de porte reduzido e baixa produção de leite, porém são perfeitamente 
adaptados ao meio ambiente. Se bem manejadas e alimentadas, podem se reproduzir durante 
todo o ano. Caprinos introduzidos no Nordeste do Brasil por colonizadores. Canindé, Marota, 
repartida e Moxotó são as principais raças. 
 
No anexo V, você encontrará as principais raças, informações e fotos sobre os caprinos. Confira! 
 
 
 
 
30 
 
ANEXO V - 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_v_Zootecnia_
caprinos.pdf 
 
 
4.5 BUBALINOS 
 
 
Existem quatro raças de búfalos no Brasil, com diferenciação no formato dos chifres, a 
saber, são: 
 
 
 Búfalos de Rio 
 
 
 A Mediterrânea predomina a cor preta, com alguns pontos marrons, vassoura da 
cauda com pontas brancas, chanfro retilíneo e chifres. 
O Jafarabadi apresenta perfil cefálico, chifres arredondados, subconvexo, em forma de 
“j”. 
O Murrah apresenta chifres em forma de caracol. É um animal de dupla aptidão, ou 
seja, tanto para carne quanto para leite. 
 
 
 Búfalo de Pântano 
 
 
31 
 
O Carabao produz somente carne e apresenta o chifre mais reto. 
 
Acesse o link abaixo e confira as principais raças, informações e fotos sobre os Bubalinos. 
 
ANEXO VI – 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_vi_Zootecnia_
bubalinos.pdf 
 
 
4.6 AVES 
 
 
 Raças Puras de Galinhas de Duplo Propósito 
 
 
Plymouth Rock é uma raça americana de pele amarela, crista serra e ovos de casca 
marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 4,313 e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas 
produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 55g. 
Originária dos Estados Unidos, a Rhode Island é uma raça de pele amarela, e ovos de 
casca marrom. Muitos anos atrás existiam muitas variedades dessa raça e quase todas de alta 
produção de ovos. 
New Hampshire apresenta-se como uma raça americana de pele amarela, e ovos de 
casca marrom. Apresenta cor vermelho-claro e crista serra. Por muitos anos foi utilizada para a 
produção de frangos de corte. Mais tarde passou a ser utilizada para cruzamentos com outras 
 
 
 
32 
 
raças de corte na produção de frangos. Atualmente, apenas poucos criadores se dedicam à 
comercialização desta raça. 
A raça Minorca é de origem mediterrânea de crista serra admitida nas variedades 
preta, branca e amarela e de crista rosa nas variedades preta e branca. É a mais pesada das 
raças leves e produz ovos de casca branca de tamanho extragrande. Quando adultos, os 
machos pesam em média 4,086 kg e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas produzem em média 170 
ovos que pesam em média 60g. 
De origem inglesa, a Sussex apresenta crista serra, pele branca e ovos de casca 
marrom, predominantemente de duplo propósito com variedades pintada, vermelha e branca 
(light), das quais a Light Sussex é a mais popular. É boa produtora de carne. 
Raça desenvolvida na Inglaterra nos anos 1880, a Orpington apresenta dupla 
finalidade (carne e ovos). Existe nas variedades preta, branca, amarela e azul. Apresentam crista 
serra, pele branca e ovos de casca marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 4,540 
kg e as fêmeas 3,632 g. As galinhas produzem em média 160 ovos de casca marrom, que 
pesam em média 55 g. 
Australorp é uma abreviatura para Australian Black Orpington, que foi desenvolvida na 
Austrália sob a justificativa de que é uma Orpington melhorada tanto para ovos como para carne, 
com pele branca. 
A Turken é originária da Transilvânia, apresenta pescoço pelado e crista serra. 
Admitida nas variedades vermelha, branca, amarela e preta. Característica essa que confere a 
aparência semelhante aos perus. 
 
 
 Raças Puras de Galinhas de Postura de Ovos Brancos 
 
 
 
 
 
33 
 
A Leghorn é uma raça mediterrânea de crista serra ou crista rosa dobrada para a 
esquerda. As aves são de tamanho pequeno (ao redor de 2,043 kg para as galinhas e 2,724 kg 
para os galos) e as galinhas produzem grande número de ovos por ciclo de postura (em média 
200), com casca saudável e peso médio de 55 g. 
 
 
 Raças Puras de Galinhas de interesse Nacional 
 
 
A Cornish é uma raça inglesa de corte com variedades preta, branca laceada vermelho 
e amarela. Apresenta crista ervilha, pele amarela e produz ovos de casca marrom. Apresenta 
corpo de conformação diferente das outras raças, tendo pernas mais curtas, corpo amplo com 
peito musculoso. As habilidades de produção de carne são muito apreciadas nesta raça e tem 
sido explorada no cruzamento de galos Cornish com galinhas de raças como a Plymouth Rock 
Barrada, Plymouth Rock Branca, New Hampshire e linhas híbridas. Entretanto, produz poucos 
ovos, de tamanho pequeno e com eclodibilidade pobre. 
Originária da China, a Brahma é para os propósitos de ornamentação e corte, embora 
grande parte de seu desenvolvimento tenha se dado nos Estados Unidos. 
As Cochin, originárias da China, são aves ornamentais por excelência, com grande 
habilidade para chocar, sendo frequentemente utilizadas como chocadeiras para outras aves 
ornamentais. Quando adultos, os machos pesam em média 4,994 e as fêmeas 3,859 kg. As 
galinhas produzem em média 120 ovos de casca marrom, que pesam em média 53 g. 
 
Acesse o link abaixo e confira as principais raças, informações e fotos. 
ANEXO VII - 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_vii_Zootecnia
_aves.pdf 
 
 
34 
 
4.7 PEIXES 
 
 Peixes de Água Doce (Ilustrações em azul) 
 
 
Os principais peixes criados oriundos de água doce são: o Dourado, a Tilápia, o Pacu, 
o Tambaqui, o Pintado, o Tucunaré, o Matrinxã, a Traíra, a Cachorra, a Truta Arco-Íris, o Black 
Bass, o Bagre, as Carpas, o Lambari e o Curimbatá. 
 
 Peixes de Água Salgada 
 
 
Peixes oriundos da criação em água salgada são: a Anchova, o Badejo, o Salmão, o 
Robalo, a Cavala, a Barracuda, a Sardinha, o Atum, o Pescada, a Tainha, o Bonito e o 
Espadarte. 
 
No anexo VIII, você encontrará as principais raças, informações e fotos sobre os peixes. Confira! 
 
ANEXO VIII - 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_viii_Zootecnia
_peixes.pdf 
 
 
4.8 EQUINOS 
 
 
35 
 
 Raças Mestiças 
 
 
São animais puro sangue, raças conhecidas como o Árabe e o Puro Sangue Inglês, os 
cavalos de tiro (Bretão e Percherão) e os cavalos meio sangue, sendo as raças Hackney, 
Andaluz e Lusitano. 
 
 
 Raças Nacionais 
 
 
As raças criadas a partir de cruzamento são a Crioulo, originária do Rio Grande do Sul, 
Manga-larga, Campolina, Manga-larga Marchador, Pantaneiro, Campeiro, Marajoara, Lauradeiro 
e Guarapuavano. 
 
Acesse o link abaixo e confira as principais raças, informações e fotos de equinos. 
 
ANEXO IX - 
http://www.portaleducacao.com.br/arquivos/arquivos_sala/Media/07022012/anexo_ix_Zootecnia_
equinos.pdf 
 
 
 
 
 
 
36 
 
5 NOMENCLATURA E LOCALIZAÇÃO DAS REGIÕES DOS CORPOS DOS ANIMAIS 
 
 
5.1 EQUINO 
 
 
As regiões do corpo do cavalo são divididas em quatro partes: cabeça, pescoço, tronco 
e membros (Figura 6). 
 
 
FIGURA 6 - ANATOMIA EXTERIOR DO EQUINO 
 
 
FONTE: Dittrich (2006). 
 
 
37 
 
 Cabeça: nuca, garganta, parótida, fronte, chanfro, focinho, orelha, fonte, olhal, olho, 
bochecha, narina, faude, ganacha, barba, boca, lábio superior e lábio inferior, 
mento. 
 
 Pescoço: crineira, tábuas. 
 
 Tronco: cernelha, dorso, lombo, anca, garupa, peito, interaxila,axila, costado, 
flanco, cilhadouro, ventre virilha, cauda, ânus, períneo, órgãos genitais. 
 
 Membros anteriores: espádua, braços, codilho, antebraço e joelho. 
 
 Membros posteriores: coxa, nádega, soldra, perna e jarrete. 
 
 Membros comuns aos quatro membros: canela, boleto, quartela, machino, coroa 
e casco. 
 
 
5.2 BOVINO 
 
 
O corpo do bovino pode ser dividido em: cabeça, pescoço, tronco e membros, com as 
seguintes constituições (Figura 7): 
 
 Cabeça: nuca, fronte, testa, marrafa, chanfro, garganta, boca, focinho, chifres, 
orelhas, olhos, bochechas, narinas, ganachas ou mandíbulas. 
 
 
 
 
38 
 
 Pescoço: bordo superior e bordo inferior, tábua direita e esquerda, goteira da 
jugular e barbela. 
 
 Tronco: cernelha, giba ou cupim (gado de corte – zebuíno), dorso, lombo, ancas, 
garupa, cauda, ânus, períneo, peito, axilas, costados, flancos, ventre, virilhas, 
umbigo, bolsa escrotal, prepúcio ou bainha, vulva, úbere e tetas (vacas leiteiras). 
 
 Membros anteriores ou mãos: pá ou espádua, braços, antebraços, joelhos, 
canelas, boletos, quartelas, coroas, cascos ou unhas. 
 
 Membros posteriores ou pés: coxas, pernas, jarretes, canelas, boletos, quartelas, 
coroas e cascos que se dividem em unhas. 
 
 
FIGURA 7 - ANATOMIA EXTERIOR DO BOVINO 
 
 
FONTE: Almeida (2005). 
 
 
39 
 
5.3 SUÍNO 
 
 
Existem dois tipos de suínos: o tipo carne e o tipo banha. Essas variedades são devido 
a fatores, tais como: o manejo nutricional, a seleção dos animais e o tempo de abate. Por este 
motivo não existe uma nítida divisão entre as raças suínas. Na década de 70, o tipo banha era 
muito visado e, é muito fácil correlacionar o motivo. Até a década de 80 não havia a gordura 
vegetal, por isso o suíno tipo banha era tão cultuado. Foi então que a partir dessa década 
passou a desenvolver-se o suíno tipo carne, apresentando maior prolificidade. 
Na figura 8, é possível visualizar o exterior do animal tipo carne. Se dividirmos em 
cabeça, pescoço e tronco é possível avaliar sua conformação anatômica, principalmente da 
parte dianteira da traseira, assim como visto no módulo I. 
 
FIGURA 8 - ANATOMIA EXTERIOR DO SUÍNO TIPO CARNE 
 
 
FONTE: Scandolera (2006). 
 
 
40 
 
5.4 AVES 
 
 
As aves possuem um aparelho digestivo composto de boca, faringe, estômago químico 
ou ventrículo, papo, esôfago, estômago mecânico ou moela, intestino e dois órgãos anexos: o 
pâncreas e o fígado. 
A moela é um órgão específico do aparelho digestório das aves, sendo composta por 
dois pares de músculos denominados músculos intermediários e laterais, os quais possuem 
capacidade de moer alimentos. 
Da mesma forma que nos mamíferos, o aparelho circulatório das aves também é 
formado de vasos sanguíneos e coração. Este se compõe de quatro cavidades: duas aurículas e 
dois ventrículos. No lado direito do coração circula sangue venoso e no lado esquerdo, sangue 
arterial. 
O sistema respiratório das aves é composto por uma traqueia grande e pulmões 
pequenos com suas ramificações, os brônquios (local onde ocorrem as trocas gasosas), que são 
tubos abertos permitindo a passagem contínua de ar até os sacos aéreos (Figura 9). 
 
 
FIGURA 9 - ANATOMIA EXTERIOR DA GALINHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://drubivet.blogspot.com/2011/05/anatomia-dos-animais.html>. 
Acesso em: 20 dez. 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
6 IDADE DOS ANIMAIS 
 
 
Conhecer a idade dos animais é importante para que seja realizado um 
acompanhamento adequado referente à sua utilização futura. Se em um animal criado para fins 
exclusivamente produtivos a idade nos dá uma noção eminentemente econômica do que ainda 
podemos esperar dele, já em um animal de companhia e/ou lazer a idade é uma indicação 
precisa dos cuidados especiais a ter em cada fase da sua vida, de modo a podermos usufruir 
dessa relação durante o maior período de tempo possível. Em termos práticos, a idade implica 
uma variação do valor comercial do animal, assumindo assim uma importância decisiva na 
determinação do valor da sua transação. 
Os dentes são os órgãos que melhor registram a passagem do tempo, constando o 
seu exame do reconhecimento dos tipos de dentes incisivos presentes e do seu estado de 
erupção e desgaste. 
Os leitões ao nascerem apresentam oito dentes pontiagudos, quatro caninos e quatro 
cantos e só completam a dentição aos 18 meses. Algumas literaturas consideram apenas 28 
dentes na primeira dentição, sendo apenas três pré-molares em cada meia arcada dentária. Os 
animais, no caso dos reprodutores, permanecem na granja até 2,5 a 3,5 anos. Os animais para 
abate, em torno de 4 a 5 meses. Os suínos podem viver durante 10 a 12 anos. 
Nos equinos a estimativa da idade por meio do exame da dentição é realizada 
essencialmente pela observação dos dentes incisivos, tendo em conta: a arcada inferior, a 
erupção dos dentes temporários e permanentes, o seu desenvolvimento até ser atingido o nível 
da arcada e, posteriormente, as alterações da superfície oclusal ou mesa dentária devidas ao 
desgaste, no que se refere à cavidade dentária externa e ao esmalte central, à estrela dentária e 
à forma da mesa dentária, nos cantos superiores a apreciação da formação da cauda de 
andorinha e do sulco de Galvayne, o perfil do ângulo de oclusão das duas arcadas. 
As idades de erupção dos tipos de dentes dos equinos, podem também contribuir para 
a estimativa da idade de um animal. Os caninos aparecem acima dos 3,5 anos, já o primeiro pré-
molar entre os seis meses e três anos, como dentes definitivos. O segundo, terceiro e quarto 
 
 
43 
 
pré-molar, ocorrem como dentes temporários entre o nascimento e as quatro primeiras semanas. 
O primeiro pré-molar é dente definitivo com um ano de idade, o segundo molar, aos dois anos e 
o terceiro entre os 3,5 a quatro anos de idade. 
Nos bovinos, a avaliação da idade pode ser feita com base em indícios fornecidos 
pelos dentes e pelos chifres. Tanto como no bovino, os búfalos também não possuem os dentes 
incisivos superiores. A dentição temporária ou de “leite” é formada por vinte dentes, dos quais 
oito são incisivos e doze são pré-molares. Na dentição permanente, há o aumento de doze 
molares, perfazendo um total de 32 dentes. Aos nove meses, estes animais já possuem todos os 
dentes. 
A dentição permanente se dá com o primeiro par de incisivos e surge entre 2,5 a três 
anos; o segundo par, de 3,5 a quatro anos; o terceiro par irrompe de quatro a cinco anos; e, 
finalmente o quarto par, de cinco a 5,5 anos. E são a partir destes parâmetros que são obtidas 
informações importantes sobre a idade, inclusive por meio do desgaste dos dentes. Fatores 
como o mau manejo nutricional e deficiência mineral, por exemplo, podem vir a resultar em 
erupção tardia e desgaste irregular, o que dificulta a avaliação correta da idade com base nas 
épocas de muda e desgaste dentário. 
O exame da dentição não é o único meio de estimar a idade. O aspecto geral do 
animal, a sua estatura e conformação, o seu comportamento, a presença de pelos brancos na 
pelagem no animal, entre outros aspectos, são indicações valiosas que devem ser consideradas. 
A estimativa da idade por meio da avaliação do desenvolvimento ósseo por exame radiográfico é 
também um método bastante preciso, sendo muito utilizado nos dias atuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
7 APRUMOS 
 
 
Os aprumos são requisitados em algumas espécies animais de interesse zootécnico. A 
conformação dos animais em relação ao solo, angulosidade dos membros são alguns exemplos. 
No caso dos equinos, é por meio dos aprumos, que se obtém o equilíbrio do animal, sua 
anatomia harmônica e essencialmente a saúde do animal. 
São determinados pela direção dos segmentos dos membros considerados isolados e 
em conjunto, ou seja, é a exata direção que têm os membros em relação ao solo, de maneira à 
melhordistribuir o peso do animal sobre seus membros. 
Na bovinocultura de leite, no caso na raça Holandesa, os aprumos são verificados para 
classificar o animal por pontuações próprias, assim na hora da comercialização, por exemplo, 
eles rendem mais. Vejamos alguns parâmetros preconizados. 
 
 Estatura 
 
 
O animal deve possuir a estatura ideal de 1,52 cm, assim ele recebe a pontuação 
máxima neste item (Figura 10). 
 
 
FIGURA 10 - ESTATURA DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
 
 
 
45 
 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 Nivelamento da Linha Superior 
 
 
A ideal é que seja 3 cm mais alta na frente (figura 11). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
FIGURA 11 - NIVELAMENTO DA LINHA SUPERIOR DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Força (Largura Torácica) 
 
 
Quando o animal apresentar a base do peito larga, resulta em uma ampla separação 
dos membros anteriores, quanto maior a força, maior será a área pulmonar e cardíaca. Sendo o 
extremamente largo o ideal – (a) Figura 12. 
 
 
 
47 
 
FIGURA 12 - LARGURA TORÁCICA DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Tamanho (peso) e Profundidade Corporal 
 
 
Depende da idade no animal, pois o peso é conforme a idade e a fase do animal. A 
profundidade animal é ideal quando apresenta costelas largas, espaçadas entre si, bem 
arqueadas, com profundidade determinando o equilíbrio e harmonia entre as partes do animal – 
(a) Figura 13. 
 
 
FIGURA 13 - TAMANHO E PROFUNDIDADE CORPORAL DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
 
 
48 
 
 
a b c 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Força Lombar 
 
 
O lombo deve ser largo e ligeiramente arqueado, vértebras bem definidas, unidas 
ligeiramente à garupa, sendo largo e mais alto que as pontas dos íleos – (b) Figura 14. 
 
 
 
49 
 
FIGURA 14 - FORÇA LOMBAR DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Nivelamento da Garupa e Largura da Garupa 
 
 
A garupa deve ser larga, ampla, comprida na visão lateral, unida suavemente com o 
lombo e articulação coxofemoral, bem separada entre si e sem acúmulo de gordura, sua 
articulação deve ser harmônica, com a inserção da cauda suave e com uma ossatura plana. O 
nivelamento da garupa tem uma relação direta com o desempenho reprodutivo da vaca, 
relacionada com uma drenagem adequada do útero (b). A largura da garupa está relacionada 
com a facilidade do parto, sendo ideal quando esta se apresenta extremamente larga – (a) 
Figura 15. 
 
 
 
 
50 
 
FIGURA 15 - NIVELAMENTO DA GARUPA E 
LARGURA DA GARUPA DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
 
a b c 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Posição das Pernas (vista lateral) 
 
 
 
 
 
51 
 
Ossos limpos e fortes, de uma forma que o animal caminhe com facilidade e possa 
sustentar toda sua estrutura corporal. A pontuação ideal para esta característica é quando as 
pernas levemente curvadas, de forma que o animal caminhe com facilidade e possa sustentar 
toda sua estrutura corporal – (b) Figura 16. 
 
FIGURA 16 - POSIÇÃO DAS PERNAS DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Qualidade Óssea 
 
 
Avalia-se toda a ossatura do animal, desde a cabeça até a garupa, sendo o jarrete e as 
pernas posteriores os locais mais adequados para análise destas características. Animais que 
apresentam ossos extremamente limpos, fortes e planos, estão na classificação como ideais – 
(a) Figura 17. 
 
 
52 
 
FIGURA 17 - QUALIDADE ÓSSEA DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Ângulo de Casco 
 
 
A curvatura das pernas, como o ângulo de casco, determina a longevidade dos animais 
e a durabilidade dos aprumos, assim como ordenhar uma vaca é questão de manejo, cuidar dos 
cascos também é, sendo necessária a sua aparagem frequente. Esta característica é avaliada 
observando o ângulo formado entre a frente do casco (espelho do casco) e o solo, sendo 56 
graus o ângulo ideal – (a) Figura 18. 
 
 
 
 
 
 
53 
 
FIGURA 18 - ÂNGULO DE CASCO DO BOVINO LEITEIRO 
 
a b c 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Inserção do Úbere Anterior 
 
 
A inserção deve ser firme e suave com o abdômen, comprimento e largura moderados, 
quartos bem balanceados. O ideal para esta característica é extremamente forte – (a) Figura 19. 
 
FIGURA 19 - INSERÇÃO DO ÚBERE ANTERIOR DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
54 
 
 Comprimento dos Tetos 
 
 
Tetos ideais devem ser uniformes e cilíndricos, comprimento intermediário 
aproximadamente de cinco a sete centímetros, objetivando uma correta ordenha (b) Figura 20. 
 
FIGURA 20 - COMPRIMENTO DOS TETOS DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Colocação dos Tetos Anteriores e Posteriores 
 
 
O ideal é a base dos tetos localizada no centro do quarto anterior e perpendicular aos 
tetos posteriores – (b) Figura 21. 
 
 
55 
 
FIGURA 21 - COLOCAÇÃO DOS TETOS ANTERIORES E POSTERIORES DO BOVINO 
LEITEIRO 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 Altura do Úbere Posterior 
 
 
A altura do úbere posterior indica o potencial da capacidade para a produção de leite. 
A observação é feita pela distância entre a vulva e o ponto onde termina o tecido secretor – (a) 
Figura 22. 
 
FIGURA 22 - ALTURA DO ÚBERE POSTERIOR DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Largura do Úbere 
 
 
A largura do úbere posterior é outra característica capaz de indicar o potencial da vaca 
para produção e armazenagem do leite. O ideal são os úberes extremamente largos – (a) Figura 
23. 
 
 
 
 
57 
 
FIGURA 23 - LARGURA DO ÚBERE DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Ligamento Mediano (suporte central) 
 
 
É o principal suporte do sistema mamário, auxilia o úbere a manter-se acima do jarrete 
(agarrado), separa o úbere anterior e posterior em duas metades (direita e esquerda). Esta 
característica quando forte mostra uma fenda entre os quartos e convergem as tetas posteriores 
perto do ligamento central – (a) Figura 24. 
 
 
 
 
 
 
58 
 
FIGURA 24 - LIGAMENTO MEDIANO DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
a b c 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 Profundidade do Úbere (altura do piso) 
 
 
Nesta característica devem ser levados em consideração o número de partos e a idade 
do animal. Ela é medida na base dos tetos (piso do úbere) em relação ao jarrete (Figura 25). O 
ideal para uma vaca de terceiro parto é que a distância entre o piso do úbere e as pontas dos 
jarretes seja de aproximadamente 10 cm para vacas com mais de três crias (a). É importante 
que o úbere tenha certo grau de profundidade, pois demonstra sua capacidade para produção, 
ao contrário do úbere extremamente raso e sem capacidade de produção. 
 
FIGURA 25 - PROFUNDIDADE DO ÚBERE DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
 Angulosidade (caracterização leiteira) 
 
 
A habilidade leiteira pode ser caracteriza pelo espaçamento existente entre as 
costelas, levando em consideração o momento da lactação e grau de desmama. Cabeça 
descarnada com pescoço comprido, delgado e feminino, unido suavemente à escápula, com 
barbela discreta e sem gordura na garganta e base do peito, ossos planos, principalmente nas 
costelas e jarretes, flanco profundo e refinado, pele fina com pelos finos e com coxas 
moderadamente musculosas e encurvadas, são características ideais – (a) Figura 26. 
 
 
FIGURA 26 - CARACTERIZAÇÃO LEITEIRA DO BOVINO LEITEIRO 
 
 
 
 
60a b c 
 
FONTE: SENAR - PR (2006). 
 
 
Para se avaliar os aprumos em cavalos, o animal deve ser posicionado de forma que 
as quatro extremidades estejam apoiadas sobre o solo, sem que nenhuma delas se encontre 
adiantada ou atrasada a respeito à contralateral. Os aprumos dos equinos advêm da seguinte 
maneira: Vista cranial (a) e lateral (b) do aprumo normal dos membros torácicos (Figura 27). 
FIGURA 27 - APRUMOS NORMAIS DO EQUINO 
 
 
a b 
FONTE: Clayton (2001). 
 
 
61 
 
Vista caudal (a) e lateral (b) do aprumo normal dos membros pélvicos de um equino e 
vista lateral do aprumo normal na região distal dos membros (Figura 28). 
 
FIGURA 28 - APRUMOS NORMAIS DO EQUINO 
 
 
 a b 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
 
Os defeitos observados em cavalos abertos (a) ou fechados (b) de frente (Figura 29), 
se caracterizam por apresentar uma distância maior ou menor entre os cascos, respectivamente, 
em relação a distância que há entre os ombros. 
 
 
 
 
 
 
62 
 
FIGURA 29 - DEFEITO DOS CASCOS DO EQUINO 
 
 
a b 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
O defeito de pinças divergentes é aquele em que elas apontam para fora da linha 
vertical de aprumo, acarretando em uma maior concussão na superfície medial do casco (Figura 
30). Esta região é a primeira a entrar em contato com o solo, durante a fase de apoio do 
membro, assim durante a fase de elevação, em vez de realizar um movimento em linha reta, 
sem que haja contato entre os membros, o animal desloca sua extremidade, realizando uma 
curvatura para o interior, podendo atingir o membro colateral. Assim, pode-se constatar o defeito 
de aprumo de pinças divergentes (a), pinças convergentes (b) e normais (c). 
 
 
 
 
 
 
63 
 
FIGURA 30 - DEFEITO DAS PINÇAS DO EQUINO 
 
 
a b c 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
 
O defeito de aprumo debruçado ou sobre si de frente (Figura 31), condiz com o 
encurtamento da fase de elevação do membro tanto em tempo como em distância, o que 
possibilita que os membros pélvicos alcancem os torácicos. Cavalos debruçados tendem a ser 
verticais, agravando as lesões nas superfícies articulares. 
 
 
FIGURA 31 - DEFEITO DO APRUMO DEBRUÇADO DO EQUINO 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
FONTE: Clayton (2001). 
Em um animal que apresenta bons aprumos, a quartela deve estar alinhada ao casco 
(Figura 32). Quartela angulação normal (a), quartela vertical (b) e quartela inclinada (c). 
 
FIGURA 32 - DEFEITO DA QUARTELA DO EQUINO 
 
 
a b c 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
 
 
 
65 
 
O casco e quartela podem ainda não serem encontrados alinhados entre si (Figura 33). 
Em relação a esta quebra normal (a) pode haver a quebra para trás (b) ou para frente (c). 
 
FIGURA 33 - DEFEITO DO CASCO E DA QUARTELA DO EQUINO 
 
a b c 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
Os desvios mediolaterais que envolvem a região metatarso, tarso e tíbia, vistos a partir 
de uma posição caudal, comprometem o alinhamento angular das articulações do tarso. No tarso 
valgo (a) que é o desvio medial do tarso, os ossos metatársicos apontam para o exterior, 
existindo também a possibilidade de um varo compensatório da articulação 
metatarsofalangeana. Já no tarso varo (b), que é o desvio lateral do tarso, a superfície das 
articulações distais do tarso está submetida a uma excessiva pressão, o que pode ocasionar 
degeneração articular (Figura 34). 
 
 
FIGURA 34 - DEFEITO DO APRUMO DAS ARTICULAÇÕES DO 
TARSO DO EQUINO 
 
 
66 
 
 
 
a b 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
 
O defeito debruçado de trás é frequentemente em animais que possuem o tronco 
demasiadamente comprido (Figura 35). 
 
 
FIGURA 35 - DEFEITO DO APRUMO DEBRUÇADO PARA TRÁS DO EQUINO 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
 
Nos cavalos com jarretes retos, o ângulo formado entre a tíbia, os ossos do tarso e 
metatársicos está aumentada e alinha de prumo cai por detrás dos talões (Figura 36). Ocorre 
uma falha no mecanismo de controle do impacto recebido pelas articulações do tarso, em 
decorrência da verticalidade da mesma. Esse defeito está diretamente relacionado com um 
ângulo obtuso, formado entre a tíbia e o fêmur. 
 
 
FIGURA 36 - DEFEITO DOS JARRETES RETOS DO EQUINO 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
Já os cavalos que apresentam jarretes em foice apresentam um excesso de flexão ou 
angulação da articulação formada entre a tíbia, ossos társicos e metatársicos (Figura 37). 
 
FIGURA 37 - DEFEITO DOS JARRETES FOICE DO EQUINO 
 
 
 
FONTE: Clayton (2001). 
 
 
69 
 
Já para os suínos, os aprumos devem estar enquadrados da seguinte maneira, para 
haver uma boa conformação do animal. 
 
 
 Membros superiores: 
 
 
Devem possuir a cabeça de tamanho médio, a face um pouco cavada, focinho médio, 
a fronte larga entre os olhos e as orelhas. As orelhas devem ser de tamanho médio, inclinada 
para frente e ligeiramente para fora, com uma curva para frente e para baixo, mas não devem 
cair sobre os olhos e a face; às vezes, é apenas quebrada na ponta, entretanto, não devem ser 
nem muito grandes, nem redondas, nem grosseiras, muito menos cabanas (Figura 38). 
As mandíbulas devem ser moderadamente largas, cheias, nítidas, lisas e sem papada. 
Devem possuir pescoço curto espesso, profundo e ligeiramente arqueado, com o corpo grande, 
maciço e liso (Figura 39). 
 
FIGURA 38 - CONFORMAÇÃO DOS TIPOS DE ORELHAS DOS SUÍNOS 
 
 
FONTE: Scandolera (2006). 
 
 
70 
 
FIGURA 39 - CONFORMAÇÃO DO PERFIL FRONTONASAL DOS SUÍNOS 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Scandolera (2006). 
 
 
 Membros inferiores: 
 
O peito deve ser largo, com o esterno saliente. O tórax grande, amplo e profundo, com 
as costelas bem arcadas, cheio atrás da paleta. As espáduas são moderadas em largura, 
profundas e consideradas cheias. O dorso e lombo são bem musculados e lisos, da mesma 
largura das espáduas e dos presuntos. Lombo estreitado é considerado um defeito. Os lados são 
bem compridos, musculados, cheios, planos e lisos. A barriga deve ser cheia, bem sustida 
(sustentada) e com boas tetas. 
A garupa é da mesma largura do corpo, arredondada ou arqueada, não muito caída. 
Cauda alta, de tamanho regular, larga na base, afinando-se, peluda na ponta, não muito 
comprida e enrolada. Os membros são fortes sem serem grosseiros, aprumados, 
 
 
71 
 
moderadamente altos, de boa ossatura. Os pernis são compridos, largos, cheios, firmes, porém 
observa-se nos tipos modernos que os animais mais pernudos tendem a ser deficientes em 
largura e profundidade. As quartelas são firmes e os cascos sólidos, locomovendo-se com 
facilidade e levemente. Desvio dos joelhos é considerado um defeito que pode ocorrer (Figura 
40). 
 
FIGURA 40 - CONFORMAÇÃO DO PERFIL FRONTONASAL DOS SUÍNOS 
 
 
FONTE: Cavalcanti (1996). 
 
As aves por sua vez, possuem alguns aprumos que conferem a boa linhagem das 
galinhas, tanto para aquelas com conformidade para postura, quanto para carne. Devem 
apresentar boa musculatura, principalmente na região peitoral, para aquelas destinadas à carne 
(Figura 41). 
 
 
FIGURA 41 - CONFORMAÇÃO DE POSTURA DE AVES 
(GALLUS GALLUS DOMESTICUS) 
 
 
72 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/aves-
peixes/avicultura/criacao-frango-de-corte-alta-densidade/>. Acesso em: 20 dez. 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
8 PELAGEM DOS ANIMAIS 
 
 
Os pelos são anexos epidérmicos queratinizados exclusivos dos mamíferos e 
constituem a segunda característica mais marcante dosmamíferos, sendo as primeiras as 
glândulas mamárias, que de fato dão a denominação de mamíferos. São formados por três 
camadas de células queratinizadas, sendo a medula, o córtex e a cutícula. 
A coloração da pesagem é determinada geneticamente por meio da interação de vários 
locos gênicos e pode ser alterada por fatores como sexo, idade, nutrição, estação do ano e 
clima. 
Uma disfunção, que é associada à pelagem dos animais é o albinismo, que se 
caracteriza pela incapacidade irreversível do animal de sintetizar a melanina devido à ausência 
da enzima tirosinase nos melanócitos, os quais estão, entretanto, presentes em número normal, 
mas são incapazes de produzir o pigmento. A despigmentação com que nascem não se modifica 
com a idade. O albinismo é uma disfunção universal que pode afetar tanto o homem quanto a 
mulher e também afeta os animais, sendo frequente em ratos, coelhos, cavalos, porcos, peixes, 
tubarões e tigres. 
O tipo de pelagem, com suas nuances variam de cada espécie animal, no caso dos 
suínos podem se apresentar da seguinte forma: 
 
 Simples (uma cor): Branco, Preto, Marrom. 
 
As raças dos suínos que apresentam a coloração simples de cor branca são os: 
LargeWhite, Landrace, Alantejano. 
Pata Negra, Fengjing apresentam coloração totalmente preta. 
As raças que têm sua pelagem de cor simples variando do marrom ao vermelho são o 
Duroc e o Tamworth. 
 
 
74 
 
 Composta: Selado, Extremidades claras, Malhado, Oveiro e Mouro. 
 
Os animais que apresentam a pelagem composta tipo selado, ou seja, que apresentam 
faixa branca no dorso são as raças: Hampshire, Wessex e Jinhua. 
Suínos Berkshire, PolandChina, Hereford e Meishang, apresentam suas extremidades 
claras (patas e cauda). 
A pelagem definida como malhado (manchas grandes definidas) é encontrada em 
raças como o Bisaro, Mini-Pig, Lituanos e Arapawa. 
O oveiro, ou manchas pequenas salpicadas são características das raças Pietrain, 
Piau, Sandblack e Spotted. 
O mouro, que é a mistura de pelos claros e escuros ou base escura com pelos mais 
claros, é encontrado na raça Moura e Ibéricos da Espanha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
9 NORMAS PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO REGISTRO GENEALÓGICO 
 
 
Para o registro genealógico dos animais, as normas são regulamentadas conforme o 
Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que aprova suas respectivas 
entidades, para todos os animais de interesse zootécnico, a saber, abaixo há o que rege para os 
bovinos e os bubalinos. 
 
PORTARIA N° 7 DE 26 DE SETEMBRO DE 1978 
 
O SECRETÁRIO NACIONAL DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, no uso das 
atribuições que lhe confere o item IV, do artigo 21, do Regimento Interno aprovado pela Portaria 
Ministerial n° 654, de 26.07.78, publicada no D.O.U. de 04.08.78 e o constante da Portaria 
Ministerial n° 294, de 13.04.78, publicada no D.O.U. de 19.04.78, 
 
RESOLVE: 
 
Aprovar as normas, anexas a esta portaria, para a execução dos serviços de registro 
genealógico aplicáveis aos bovinos e bubalinos, elaboradas pela Secretaria de Produção Animal 
- SPA. Revogar a Portaria n° 20, de 05 de setembro de 1977- DNPA - publicada no D.O.U. de 20 
de janeiro de 1978. 
 
ANDRÉS TRONCOSO VILAS 
Secretário Nacional de Produção Agropecuária 
SNAP - SECRETARIA DE PRODUÇÃO ANIMAL - SPA. 
 
 
76 
 
9.1 CATEGORIAS E REGISTROS 
 
 
Artigo 1° - O serviço de registro genealógico para bovinos e bubalinos deverá 
obedecer às seguintes normas: 
 
1 - Das Categorias 
2 - Dos Registros 
 
Artigo 2° - As associações manterão os registros de bovinos e bubalinos, de 
acordo comas seguintes categorias: 
 
a) Animais Puros de Origem (PO); 
b) Animais do Livro Aberto (LA); 
c) Animais do Livro Auxiliar (LX); 
d) Animais Puros por Cruzamento (PC); 
e) Fêmeas Mestiças (FM); 
f) Produtos de Cruzamento sob Controle de Genealogia (CCG). 
 
 Animais Puros de Origem (PO) 
 
Artigo 3° - Receberão a inscrição como puros de origem: 
 
 
 
77 
 
a) os animais importados portadores de documentos que asseguram sua origem, como 
registro genealógico oficial do país de onde provêm e após submetidos à inspeção zootécnica 
por comissão de julgamento ou juiz único do serviço de registro genealógico, além do 
atendimento das normas estabelecidas pelas entidades detentoras dos registros; 
 
b) os produtos originários de animais puros de origem, nascidos no País, obedecidas 
as condições normais sobre comunicações de padreação e de nascimento; 
 
c) os produtos de inseminação artificial, descendentes de reprodutores puros de 
origem, devidamente registrados nos livros oficiais das respectivas raças, além do atendimento 
das normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e pela entidade detentora do registro; 
 
d) nas raças zebuínas, os animais inscritos no livro fechado e seus descendentes. 
 
 
 Animais do Livro Aberto (LA) 
 
 
Artigo 4° - Serão inscritos no livro aberto os animais de ambos os sexos 
pertencentes a agrupamentos étnicos em variação, desde que portadores de caracterização 
racial definida, de produção e tipo, dentro das exigências estabelecidas pelas entidades 
detentoras do registro genealógico, devidamente homologadas pelo Ministério da Agricultura. 
 
Parágrafo Único - Nas raças bubalinas, os animais registrados de acordo com as 
normas estabelecidas pela entidade detentora do respectivo registro. 
 
 
78 
 
 Animais do Livro Auxiliar (LX) 
 
Artigo 5° - O Livro Auxiliar da Raça Holandesa Variedade Vermelha e Branca 
destina-se a receber os animais filhos PO da Variedade Preta e Branca, desde que as 
ocorrências de cobertura e nascimento tenham sido controladas pela entidade de registro oficial. 
 
 Animais Puros por Cruzamento (PC) 
 
 
Artigo 6° - São considerados puros por cruzamento os animais que não podendo 
ser incluídos na categoria de puros de origem (PO), sejam, entretanto, portadores de 
caracterização racial definida de tipo, dentro das exigências estabelecidas pelas entidades 
detentoras do registro genealógico, e devidamente homologadas pelo Ministério da Agricultura. 
 
§ 1° - Serão inscritos como de registro inicial puros por cruzamento de origem 
desconhecida (PCOD) somente as fêmeas não registradas, porém portadoras de exigências 
mínimas, estabelecidas por meio de avaliação pelas entidades detentoras de registro 
genealógico. 
 
§ 2° - Serão inscritos como puros por cruzamento de origem conhecida (PCOC), com 
identificação das gerações controladas (CG 1, CG 2, etc.), os machos e fêmeas, filhos de 
fêmeas puras por cruzamento e de reprodutores puros de origem 
 
§ 3° - As entidades detentoras de registro genealógico baixarão instruções para o 
registro de puros por cruzamentos, já citadas, podendo estabelecer modificações, consideradas 
as condições regionais indispensáveis para o melhoramento zootécnico dessa categoria, com a 
devida homologação do Ministério da Agricultura. 
 
 
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§ 4° - Se a seleção de animais puros por cruzamento de uma raça o exigir, com a 
finalidade de dar objetivo certo ao registro do PC, poderão as entidades instituir um agrupamento 
de animais, estabelecido entre as faixas do PO e PC, dando-lhe identificação que julgarem 
adequada, encaminhando a respectiva regulamentação ao Ministério da Agricultura para a 
necessária aprovação. 
 
 Fêmeas Mestiças (FM) 
 
 
Artigo 7° - Na categoria de fêmeas mestiças, para as inscrições iniciais, a 
adjudicação degrau de sangue será feita pelo técnico da inspeção, face à informação ou 
documentação que o interessado apresentar, obedecendo à classificação inicial de 1/2, 3/4, 7/8 e 
15/16 de grau de sangue. 
 
 Produtos de Cruzamento para fins de Controle de Genealogia (CCG) 
 
 
Artigo 8° - Serão inscritos nesta categoria, somente para efeito de confirmação de 
genealogia e autenticação do documento particular do criador, os produtos devidamente 
identificados, nascidos

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