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Contratos da sociedade falida 1. Contrato Conta Corrente: Tratando-se de contrato de conta corrente, estes serão encerrados no momento da declaração da falência, ou seja, todas as contas correntes que a sociedade falida possuía junto aos bancos, consequentemente serão encerradas. Verifica-se o respectivo saldo, este deverá ser, quando credor para a massa dos credores, pago pelo contratante, e se for o caso de possuir crédito, deverá constituir crédito habilitado na falência. Então apura-se o saldo, seja devedor ou credor, existente na data de decretação da falência para tomar as medidas cabíveis. Ademais, todos os movimentos e lançamentos posteriores de que seja beneficiária a própria instituição financeira depositária, devem ser estornados. Observa-se que na situação relativa aos movimentos e lançamentos regulares de que terceiros sejam credores, se o banco, desconhecendo a declaração judicial de quebra da sociedade depositante, liquida cheque regularmente emitido e apresentado, ele não é responsável por repor o valor do pagamento, mais se houver o conhecimento, a instituição financeira responde pelo prejuízo causado a massa de credores. 2. Contrato de Trabalho: No caso de contrato de trabalho ressalta-se o fato que é com a cessação das atividades da empresa que esses contratos de trabalho serão rescindidos e não apenas ao fato da decretação da falência. Exceto com a autorização judicial para a continuação provisória das atividades empresariais, neste caso, os contratos de trabalho não se alteram em nada, mais cabe ao admistrador judicial fazer os pagamentos das despesas trabalhistas tanto quando fiscalizar as horas de trabalho. Ressalta-se que os todos os créditos trabalhistas (saldo salário, décimo terceiro, férias, fgts, multa indenizatória e seguro desemprego entre outros) com a decretação da falência serão preservados ao trabalhador, conforme art. 449 da CLT em prioridade na classificação de ordem de pagamento, conforme o artigo 83 da lei nº 11.101 de 2005, e esses créditos trabalhistas serão pagos posteriormente no juízo falimentar. Nos contratos de trabalho posterior a decretação de falência, as obrigações trabalhistas derivadas de contrato de trabalho firmados com trabalhadores admitidos pela administração da massa falida, ou seja, o administrador judicial, que se encontra em plena atividade em fase de recuperação judicial, deverão ser por elas suportadas, conforme o art. 84 da lei 11.101 de 2005. 3. Compromisso de compra e venda É entendido como um contrato preliminar, tratado nos artigos 462 a 466 do Código Civil. Apesar de ser considerado um contrato dispensável, tem como objetivo propiciar maior segurança às partes no tocante ao presto ajustado e à forma de pagamento, além de firmar uma negociação formal entre as partes envolvidas no negócio - assim, fica registrado, por escrito, a intenção de compra por parte do interessado, assim como a de venda, pelo outro lado. É importante ressaltar que a venda do imóvel só se concretiza, oficialmente, após a escritura pública da propriedade ser lavrada, esse tipo de contrato buscar formalizar um ato que será efetivado em sequência. Art. 30 da Lei 6.766/79: A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça.” Portanto, falindo o vendedor o administrador judicial fica obrigado a dar cumprimento ao contrato, recebendo as prestações vincendas e outorgando a escritura definitiva quando o pagamento for contemplado, nos exatos termos do contrato de compromisso de compra e venda. Entretanto, falindo o comprador o administrador judicial arrecadará os direitos a ele relativos entrando o produto para a massa e os venderá em juízo através de hasta pública e quem os arrematar sub-roga-se no contrato, e pagando as prestações vencidas e vincendas recebe o imóvel loteado ou o lote. 4. Contrato de Câmbio: Introdução - O que é, para que serve e como funciona? Se um indivíduo estiver planejando, ou até mesmo atuando em um país no qual tem a moeda diferente da qual utiliza e está familiarizado, precisará enviar ou receber a moeda de acordo com o local no qual estará, e que para que ocorra sob regras de compliance, precisará de um contrato de câmbio, pois toda e qualquer movimentação precisará ser documentada, para a prestação de contas de todas as operações realizadas durante sua estadia no país referente a moeda que precisa. Quando se fala em prestar contas da operação financeira, o contrato de câmbio nada mais é que o próprio documento (em forma de contrato) que formaliza a negociação e a operação. Justamente pelo fato do dinheiro ser uma mercadoria, neste caso, a negociação exige um controle maior a fim de inibir práticas como a lavagem de dinheiro, e por esse motivo a necessidade de um Contrato de Câmbio, para que sejam documentadas e rastreadas informações como: Montante das moedas envolvidas; taxa de conversão; Instituição financeira envolvida; tipo de Contrato de Câmbio e partes envolvidas na operação. As informações acima podem assustar, mas o Contrato de Câmbio apenas busca formalizar a operação com organização e documentos, para que assim não resulte problemas. Esse tipo de contrato envolve o exportador, o vendedor da moeda estrangeira e uma instituição bancária devidamente autorizada para fazer operações cambiais. Já a transação em si envolve o exportador, a corretora de câmbio (quando for solicitada por quem comercializa a moeda estrangeira), o banco autorizado (sejam eles comerciais, de investimentos ou múltiplos), as casas de câmbio, as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e algumas agências de turismo e meios para hospedagem – que são considerados agentes autorizados e podem realizar esse tipo de transação. Para realizar essa operação, o ideal é ter em mente quem será o operador e não apenas buscar as melhores taxas, pois é essencial que o operador de câmbio seja de confiança, para que ajude com antecipação em todos os custos envolvidos e para que surpresas não apareçam durante a operação, ou futuramente pelo não cumprimento com a conformidade normativa. Nos documentos, devem-se constar os dados da operação para que o Contrato de Câmbio siga nas conformidades, bem como os dados de quem paga e recebe no Exterior, como: Nome, VAT e endereço do pagador/recebedor; nome, VAT e endereço do Banco a pagar/receber; conta bancária, SWIFT e Código IBAN, IBAN, código SWIFT; valor e prazo para o pagamento acontecer. Após a entrega dos documentos e informações necessárias, o Contrato de Câmbio será emitido e a instituição financeira providenciará a remessa/recebimento das divisas. - Quais são as taxas e os prazos de liquidação? A moeda é um produto e quem ditará seu valor é o mercado, porém, existe o custo para essa operação ocorrer via sistema, tanto do Banco Central quanto das instituições financeiras, a fim de que se mantenham os registros em ordem e em segurança, e como qualquer custo, quem paga por ele é cliente, pois ele pode estar embutido na cotação cambial ou cobrado como uma taxa à parte, isso dependerá do volume financeiro e como cada instituição comercializará. Assim como o prazo de liquidação influencia no custo, a rapidez também influenciará na liquidação do contrato, o tornando mais caro. - Como funciona o cancelamento? Como todo contrato, é possível solicitar o cancelamento do Contrato de Câmbio desde que os envolvidos na operação estejam cientes e de acordo, do contrário, ocancelamento não será autorizado pelo BACEN. Antes de solicitar o cancelamento, deverá ser analisado os motivos pelo qual se quer realizar o cancelamento, pois não há ajustes passível, pois os campos como: data de vencimento, número de Invoice e data de emissão são alteráveis e, hoje, o BACEN disponibiliza um formulário específico para fazer essa solicitação. - Como funciona o contrato de câmbio em casos de falência? O contrato de câmbio no processo de falência, é a conversão da moeda estrangeira obedecendo um ritual diferente, vez que ela ocorre na data da decisão que se decreta a falência, cujo decreto, entre outras providências, determina que se converta todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão judicial, para todos os efeitos da Lei. Por consequência, inexistirá a preocupação acima exposta, referentemente aos credores quanto à fixação do “valor do seu crédito”, até mesmo porque o decreto de falência pode ser para todos uma surpresa, e que quando da realização de qualquer AGC a conversão, há muito tempo, já terá sido feita. O instituto da recuperação extrajudicial também teve normas expressas dedicadas aqueles credores e recuperando nas mesmas hipóteses. A sua previsão está no artigo 163, § 3º, Inciso I, sob a redação de: “Para fins exclusivos de apuração do percentual previsto no caput deste artigo: I – o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de assinatura do plano. Desta maneira, todos os legitimados para todos os institutos da Lei 11.101/05, tem reguladas as formas de conversão de qualquer moeda estrangeira que seja objeto de contratação entre os indivíduos e os respectivos credores. Conclusão Além de ser importante, o Contrato de Câmbio, é uma garantia de que a operação foi realizada de forma adequada. Assim como todas as outras partes de uma operação de Comércio Exterior, precisa ser uma etapa muito bem alinhada e exige muito cuidado com os fornecedores escolhidos para prestar esse suporte tão fundamental. Pois, além de conter todos os detalhes financeiros de empresas, costuma envolver grandes valores e erros que podem ocasionar problemas aos envolvidos. - Quais são as taxas e os prazos de liquidação? - Como funciona o cancelamento? Conclusão
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