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ABDOME AGUDO DEFINIÇÃO Síndrome que se refere a sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominais, de instalação súbita ou de evolução progressiva, podedo ser de extrema gravidade, necessitando de conduta terapêutica imediato. Toda dor de parede abdominal que persiste por mais de 6 horas deve ser afastado a hipótese de abdome agudo Existem 5 tipos de abdome agudo: • Obstrutivo • Inflamatório • Perfurativo • Vascular • Hemorrágico ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO No abdome agudo obstrutivo ocorre uma obstrução em algum nível do TGI, impedindo a progressão de gases e do alimento pelo trato. Com isso, suge o quadro clínico que será descrito a seguir É o 2º tipo de abdome agudo mais frequente, ficando atrás apenas do abdome agudo inflamatório A distensão em excesso pode CAUSAS As duas principais causas são: • Hérnias de parede • Formação de aderências cirúrgicas tardias(Bridas) QUADRO CLÍNICO • Dor tipo cólica • Distensão abdominal: Maior quanto mais baixo for a obstrução • Vômitos: Podem ser fecalóides, biliosos ou com conteúdo gástrico • Parada da eliminação de gases e fezes • Ruídos de luta na ausculta abdominal e hipertimpanismo a percussão DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O grande diagnóstico diferencial deve ser feito com o íleo paralítico, na qual ambas as patologias possuem o mesmo qudaro clínico, entretanto: • No abdome agudo obstrutivo a dor é em cólica e no íleo paralítico a dor é mais pela distensão abdominal • RAIO-X: No íleo paralítico existe distribuição difusa de gases com gás na ampola retal, já no abdome agudo obstrutivo se vê um níveis hidroaéreos(imagem abaixo) RAIO-X DE ABDÔME AGUDO OBSTRUTIVO: RAIO-X DE UM ÍLEO PARALÍTICO(DIVERSOS NÍVEIS HIDROAÉREOS E GÁS NA AMPOLA RETAL): ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO É o tipo de abdome agudo mais frequente, sendo causada por processos inflamatórios e infecciosos como os abaixo: • Apendicite: É a causa mais comum • Colecistite • Diverticulite: Quando se trata de diverticulite, ela tem 3 graus(leve, moderado, grave), sendo que o leve pode ser feito ATB e AINE’s domiciliares, moderados é necessária ATB IV, já nos graves a cirurgia é preconizada o OBS: Diverticulite pode complicar gerando fístulas(colo-vesical), estenoses e aderências, necessitando nesses casos tratamento cirúrgico com ressecção do sigmóide(parte mais acometida) • Pancreatite QUADRO CLÍNICO • Dor difusa que pode se tornar mais precisa no quadrante inferior direito(apendicite) • Febre • Defesa de parede(Blumberg) • Náuseas e vômitos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O diagnóstico diferencial deve ser feito com litíase ureteral, o qual é possibilitado pela realização de uma USG ABDOME AGUDO PERFURATIVO • É o 3º tipo de abdome agudo mais frequente, na qual ocorre a perfuração de uma víscera oca do TGI, acontecendo principalmente como complicação de uma úlcera péptica que perfurou OBS: Se for um rompimento por facada ou tiro(trauma), não é abdome agudo perfurativo e sim trauma abdominal QUADRO CLÍNICO • Dor súbita, intensa, aguda, difusa e persistente, que piora com o movimento • Peritonite • Pode evoluir para choque séptico DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • O grande diagnóstico diferencial deve ser feito com pancreatite, pois as duas possuem quadro clínico igual, inclusive com elevação de amilase e lipase nos exames laboratoriais. Entretanto, o tratamento da pancreatite é clínico e o do abdôme agudo perfurativo é cirúrgico • Para se realizar o diagnóstico diferencial se pede um RX de tórax ou TC com o paciente sentado ou em pé para se ver gás na cúpula diafragmática, que é o pneumoperitônio(resultado do extravasamento de gás através do buraco perfurado no TGI), após isso se procede para a laparotomia(ou videolaparoscopia se o paciente está hemodinamicamente estável) caso confirmado o abdome agudo perfurativo • Imagem de uma úlcera péptica perfurada ao lado de uma TC evidenciando pneumoperitônio: ABDOME AGUDO VASCULAR • É o tipo mais grave de todos os abdome agudos e o de mais difícil diagnóstico CAUSAS • Trombose da artéria ou veia mesentérica superior • Embolia da artéria mesentérica superior QUADRO CLÍNICO • Dor súbita, difusa, de forte intensidade • Mal estado geral • Distensão abdominal • Desproporção entre a clínica e exame físico: Sintomas exacerbados porém poucos achados no exame físico • No início do abdome agudo vascular o abdome é flácido FATORES DE RISCO • O que chama a atenção para um possível abdome agudo vascular é pacientes idosos, com DM, HAS, arritmias(Fibrilação atrial principalmente) EXAMES LABORATORIAIS • Amilase elevada • Acidose metabolica com lactato aumentado: Frase - “Paciente com dor abdominal aguda e acidose metabólica apresenta isquemia intestinal até que se prove o contrário” EXAMES DE IMAGEM • USG com doppler dos vasos intrabdominais • Angiorresonância: É o exame de imagem recomendado para diagnóstic • TC com contraste: Uma das poucas exceçoes de abdome agudo que o contraste é necessário • Arteriografia mesentérica: Para determinar o plano de revascularização TRATAMENTO • Cirurgia de emergência: “Tempo é alça”. Quanto mais tempo se passa, menores as chances de se salvar a alça isquemiada ou necrosada e, com isso, ter que fazer a ressecção(se a alça já estiver necrosada se faz a resecção) • Anticoagulação • Medidas de suporte: Suporte hemodinâmico, ATBterapia, coleta de exames laboratoriais OBS: Na trombose de vaso mesentérico inferior ocorre necrose do jejuno até a metade direita do cólon transverso caso não tenha ocorrido uma cirurgia precoce, com isso o paciente evolui com a Síndrome do Intestino Irritável TRAUMA FECHADO DO ABDOME • No trauma fechado, pode ocorrer uma situação na qual o paciente chega clinicamente estável, mas tem uma lesão em uma víscera sólida(baço ou fígado) e está sangrando, fazendo um hematoma subescapular que está cada vez aumentando de tamanho, e o paciente está assintomático. Caso isso não seja diagnosticado, uma hora esse hematoma subescapular se rompe e o paciente pode vir ao óbito • Por isso, deve-se realizar em um paciente vítima de trauma fechado: RX, EAS, hemograma, USG OBS: A realização do USG permite identificar a formação do hematoma subcapsular. TRATAMENTO • Nesse caso se faz a laparotomia ou videolaparoscopia(caso paciente estável hemodinamicamente) para buscar o foco de hemorragia e para-lo ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO • Acontece pelo sangramento intra-abdominal decorrente da rotura de vasos ou situações como gravidez ectópica rota QUADRO CLÍNICO • Dor abdominal de início súbiro, difusa, com intensidade variável • Choque hipovolêmico dependendo da quantidade de sangramento • Irritação peritoneal • Equimoses na cicatriz umbilical(Sinal de Cullen) e nos flancos (Sinal de Gray-Turner) • Sinal de Lafond(Dor referida no ombro) devido a irritação do nervo frênico EXAMES DE IMAGEM • USG: Permite o diangóstico ao se ver líquido livre na cavidade abdominal • TC: Mostra o foco do sangramento, porém não é possível de se realizar em pacientes hemodinamicamente instáveis TRATAMENTO • Laparoscopia: Tem funçao diagnóstica(identificar foco de sangramento) e terapêutica TC NO ABDOME AGUDO É feita na maioria dos casos sem contraste A TC com contraste se restinge as ocasiões abaixo: • Abdome agudo vascular(principal indicação) • No diagnóstico diferencial de abdome agudo obstrutivo ou íleo paralítico CAUSAS DE ABDOME AGUDO NÃO-CIRÚRGICO São causas que mimetizam um abdome agudo mas não são situações que deve ser realizada cirurgia: • Cetoacidose diabética, tetano, doenças hematológicas(como anemia falciforme), tuberculose intestinal, dentre outras
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