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Página 1 de 11 PEDIATRIA Questão Dissertativa Área de conhecimento: Hematologia pediátrica + triagem neonatal + emergência Carolina, 7 meses, portadora de Anemia Falciforme, é trazida ao PS com história de que evoluiu há 1 dia com choro intenso, acompanhado de edema em mão direita, com hiperemia dos dedos e em pé esquerdo. A mãe nega trauma no local. Ao exame: bom estado geral, acianótica, descorada 2+/ 4+, ictérica, eupneica, afebril, hidratada. FR: 30 irpm, FC: 110 bpm, SatO2; 96%. Aparelho pulmonar: MV +, bilateral, sem ruídos. Aparelho cardiovascular: BRNF 2T, sem sopros. Abdome: ruídos hidroaéreos presentes, flácido, com baço palpável a 3 cm do rebordo costal esquerdo. Membros: presença de edema em mão direita, com hiperemia de dedo indicador e polegar, e edema em pé esquerdo com hipertermia e dor à palpação. Determine o diagnóstico atual e explique sua fisiologia. Elabore o tratamento. Explique a fisiopatologia da Anemia Falciforme. Cite o resultado que é encontrado no teste do pezinho e na eletroforese de hemoglobina desta patologia. Gabarito: O diagnóstico atual é Síndrome Mão Pé. A Síndrome Mão Pé, é uma das primeiras manifestações da Anemia Falciforme, e é consequente a primeira queda da hemoglobina fetal, ocorrendo depois do sexto mês. Ela se caracteriza com dactilia isquêmica, provocada por vasoclusão. Há dor e edema de extremidades, com ou sem febre. Está indicado medidas locais como compressas mornas e analgesia. A Anemia Falciforme, é uma doença hereditária que resulta da troca do ácido glutâmico por valina na posição 6 da cadeia beta da hemoglobina, causando diversas alterações físico-químicas na hemoglobina. Em situações de estresse como hipóxia, desidratação, infecções, pode sofrer polimerização, decorrendo em deformidade da célula, adquirindo forma de foice, causando obstrução vascular. As principais características fisiopatológicas envolvem anemia hemolítica crônica e fenômenos de vasoclusão. O teste do pezinho terá como resultado FS, já na Eletroforese de Hemoglobina teremos a hemoglobina S > 50%, A2 normal e Fetal normal ou aumentada. Referências: Hematologia para o Pediatra / Coordenadores JosefinaAparecida Pellegrinio Braga, Luiz Gonzaga Tone, Sandra Regina Loggetto. - São Paulo: Atheneu, 2007. Hematologia pediátrica/ [ coordenador] Jorge David Aivazoglou Carneiro, -Barueri, SP: Manole, 2008.- (Coleção pediatria. Instituto da Criança HC-FMUSP/ editores da seleção Benita G. Soares Schvartsman, Paulo Taufi Maluf Jr.) Página 2 de 11 Questão 1 Área de conhecimento: Reanimação neonatal Autor: IAMSPE (2022) Um recém-nascido, em sala de parto, com idade gestacional de 39 semanas e parto normal, ao nascimento encontra-se hipotônico e sem choro. A conduta imediata neste caso é: A) clampeamento imediato do cordão umbilical e levar ao berço aquecido para medidas de reanimação. B) clampeamento tardio/oportuno do cordão umbilical e levar ao berço aquecido para medidas de reanimação. C) clampeamento imediato do cordão umbilical e deixar em contato pele a pele com a mãe durante a primeira hora de vida. D) clampeamento tardio/oportuno do cordão umbilical e deixar em contato pele a com a mãe durante a primeira hora de vida. Gabarito: A Justificativa: Em um RN em apneia e/ou hipotônico, deve-se realizar clampeamento imediato do cordão e encaminhá-lo à mesa de reanimação Referência: - ALMEIDA, M. F. B.; GUISNBURG, R. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2016 da Sociedade Brasileira de Pediatria. São Paulo, 2016. Questão 2 Área de conhecimento: Emergências pediátricas Autor: (Hospital estadual Dirceu Arcoverde – 2019) Um menino de doze anos de idade, asmático com crises não controladas, apresentou quadro de tosse e cansaço há um dia, sem febre. Iniciou, nesse dia, em casa, salbutamol e prednisona, mas manteve quadro de tosse importante e piora da dispneia. Depois de uma hora desse quadro, sua mãe chamou o SAMU. Durante o transporte, apresentou parada respiratória, iniciando ventilação bolsa-valva-máscara com oxigênio a 100%. À entrada na emergência, foi realizada intubação orotraqueal com cânula 6,5 com Cuff, sem intercorrências. Foi colocado em ventilação pulmonar mecânica, modo assistido/controlado (PINSP 30 cmH2O, PEEP 5 cm H2O, FR 16 ipm e FiO2 100%), apresentando saturação de O2 de 85%, ausculta com diminuição de murmúrio vesicular à direita e sibilos difusos à esquerda. Evoluiu, após 10 minutos, com parada cardiorrespiratória em atividade elétrica sem pulso. Nesse caso hipotético, além das manobras de ressuscitação e epinefrina, deve-se considerar, na tentativa de reversão do quadro: A) desfibrilação com 2 J/Kg. B) punção de provável pneumotórax. C) administração de bicarbonato de sódio se a reanimação for prolongada. D) troca de cânula orotraqueal por uma de maior tamanho, sem Cuff. Gabarito: B Justificativa: Paciente com broncoespasmo (patologia obstrutiva e de hiperinsuflação pulmonar), ao ser intubado não apresentou melhora da saturação e ao exame físico apresentou diminuição do MV a direita com parada cardiorrespiratória logo após a IOT. A PCR é não chocável, a cânula tem tamanho adequado e por ser patologia respiratória deve ter cuff, além das manobras de RCP, pensando no exame físico, na patologia e nos 5H e 5T, deve ser feita a hipótese diagnóstica de pneumotórax e realizada a punção torácica. Referências: Página 3 de 11 AMERICAN HEART ASSOCIATION. Identificação e Tratamento de PCRs. In: Suporte de vida avançado em pediatria: Manual do Profissional. Guarulhos: Artes Gráficas e Editora Sesil LTDA – Gráfica Bandeirantes, 2012. P.141-162. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Identificação e Tratamento de PCR. In: Suporte de vida avançado em pediatria: Manual do Profissional. Guarulhos: Artes Gráficas e Editora Sesil LTDA – Gráfica Bandeirantes, 2017. P.69-104. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Suporte básico e avançado de vida pediátrico. In: Destaques das Diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American Heart Association. 7272 Greenville Avenue, Dallas, Texas 75231-4596, USA. P.18-32. Carvalho P.R.A., Silva A.P.P., Muller H. Diagnóstico e tratamento de lesões de vias aéreas superiores em unidade de terapia intensiva pediátrica. In: Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Pediatria; Piva JP, Carvalho WB, organizadores. PROTIPED Programa de Atualização em Terapia Intensiva Pediátrica: Ciclo 8. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2016. p. 11-44. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1). Questão 3 Área de Conhecimento: Neonatologia RN, 37 semanas, nascido de parto cesáreo, na ausência de trabalho de parto, apresentando desde o nascimento, taquipneia (FR:85 ipm), gemência e cianose. Mãe primigesta realizou pré-natal sem intercorrências. A principal hipótese diagnóstica e os principais achados radiológicos incluem, respectivamente: A) pneumonia neonatal – infiltrado em vidro moído com aerobroncogramas. B) taquipneia transitória do RN – aumento da trama vascular peri-hilar e cisurite. C) síndrome de desconforto respiratório – infiltrado reticulogranular difuso. D) síndrome de aspiração meconial – infiltrado algodonoso grosseiro e pneumotórax. Gabarito: Justificativa: Trata-se de um caso típico de taquipneia transitória ou síndrome do pulmão úmido. Em geral os pacientes portadores desta condição são recém-nascidos a termo por parto cesáreo na ausência de trabalho de parto. A ausência de trabalho de parto retarda a absorção do líquido pulmonar e esta circunstância justifica a fisiopatologia desta doença. A doença se expressa clinicamente por um quadro de desconforto respiratório quase sempre leve e de rápida resolução. A radiografia sela o diagnóstico, o padrão encontrado é o de hiperinsuflação pulmonar consequente ao edema bronquiolar e aprisionamento de ar,congestão vascular pelo líquido em processo de reabsorção e, por vezes, um discreto derrame pleural ou intercisural por transudação de líquido para o interior do espaço pleural. Na grande maioria dos casos, a doença é leve, autolimitada. A conduta terapêutica indicada, e por vezes a única necessária, é a administração de oxigênio inalatório ou através de CPAP nasal enquanto se aguarda a resolução espontânea da doença. Bibliografia: SEGRE, Conceição A. M. Perinatologia: fundamentos e prática. São Paulo: Servier, 3.ed, 2015. Página 4 de 11 Questão 4 Área de Conhecimento: CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA Paciente de 3 anos de idade, sexo feminino, vem em consulta de rotina com pediatra apresentando tosse seca, cansaço, limitação para as atividades de esforços intensos e não aceitando alimentação adequadamente nas últimas semanas. A paciente mora em zona rural e faz poucas consultas de rotina pelo difícil acesso. Criança ativa durante a consulta, peso abaixo do P3, pálido 1+, saturação periférica de O2 98%, taquipneia leve, FC 42ipm, ausculta pulmonar sem ruídos adventícios. As cardiopatias que podem evoluir com os sintomas descritos acima são: A) Transposição dos grandes vasos e comunicação interatrial. B) Comunicação interatrial e persistência do canal arterial. C) Persistência do canal arterial e coarctação da aorta. D) Comunicação interventricular e tetralogia de Fallot. Gabarito: B Justificativa: os sintomas descritos do paciente são cansaço, taquipneia, saturação O2 normal (acima de 92%), baixo ganho ponderal, são sintomas de cardiopatias com hiperfluxo pulmonar. As principais cardiopatias de hiperfluxo pulmonar com saturação normal são: comunicação interatrial, comunicação interventricular, persistência do canal arterial, conexão anômala parcial de veia pulmonar. Bibliografia: MARCONDES, Eduardo et al. Pediatria Básica. 9º edi. São Paulo: Ed. Sarvier.. 2002 Questão 5 Área de Conhecimento: Hebiatria PROVA DE RESIDÊNCIA MÉDICA USP – 2020 Um adolescente de 14 anos é trazido à consulta e seus pais queixam-se de que ele mudou completamente o modo de relacionar-se em casa. Não aceita mais os padrões vigentes na família, não mantém mais suas coisas arrumadas e passa muitas horas ouvindo música com o som excessivamente alto. Na escola, o padrão de comportamento de Pedro é normal, não havendo qualquer queixa dos professores. É um aluno bastante responsável com suas obrigações escolares. Ao orientar a família, qual a explicação que o médico deve fornecer à família sobre o comportamento do filho? a) Está apresentando a Síndrome da Personalidade Dupla. b) Está vivenciando um evidente conflito e deve ser encaminhado à psicoterapia. c) Está apresentando características normais, assumindo identidades circunstanciais. d) Está vivenciando um intenso conflito e a melhor abordagem é a farmacológica. Gabarito: C Justificativa: É importante que o médico pediatra esteja atento sobre a “síndrome da adolescência normal”, que é um conceito psicanalítico sobre o desenvolvimento do ser humano, durante sua fase de adolescência, sendo um processo evolutivo considerado “normal” e comum à maioria dos indivíduos, podendo apresentar algumas das seguintes fases: 1. Busca de si mesmo e da identidade adulta; Página 5 de 11 2. Tendência grupal; 3. Necessidade de intelectualizar e fantasiar; 4. Crises religiosas; 5. Deslocação temporal; 6. Evolução sexual; 7. Atitudes sociais reivindicatórias; 8. Contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta; 9. Separação progressiva dos pais; 10. Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo. Podemos considerar que o garoto representado na questão busca um afastamento dos pais e sua própria identidade. Não há evidências de qualquer patologia. Não há indício de uso de drogas e o desempenho escolar está mantido adequadamente. Bibliografia: Maakaroun, MF. Síndrome da Adolescência Normal. Disponível em: http://www.janehaddad.com.br/new/artigos-indicados/198-mauricio-knobel-e-a-sindrome-normal-da- adolescencia [último acesso Abr 2022] Questão 6 Área de Conhecimento: Hebiatria FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP (HOSPITAL DE BASE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - HB – 2019) Paciente de 14 anos, sexo feminino, 1 ano após a menarca, comparece à consulta de rotina, acompanhada da mãe. Após entrevista com a mãe e adolescente juntas, o médico pede para que a mãe aguarde na sala de espera e entrevista individualmente a adolescente. Durante a entrevista individual, a adolescente refere ao pediatra estar tendo relações sexuais com o namorado. A melhor conduta a ser tomada pelo médico neste caso seria orientar a adolescente: A) para que exija do parceiro o uso do preservativo, sugerir que a adolescente converse a respeito com a mãe, prescrever anticoncepcional oral, oferecer orientações sobre anticoncepção de emergência e doenças sexualmente transmissíveis e encaminhar ao ginecologista. B) para que exija do parceiro o uso do preservativo, conversar a respeito com a mãe da adolescente, encaminhar ao ginecologista e não prescrever anticoncepcional. C) sobre os riscos de uma vida sexual nesta faixa etária, sugerir que a adolescente postergue sua vida sexual e termine o ensino médio, encaminhar ao ginecologista e orientar retorno breve. d) para que exija do parceiro o uso do preservativo, oferecer orientações sobre anticoncepção de emergência, aguardar 2 anos após menarca para introdução do anticoncepcional oral devido efeitos indesejáveis do uso contínuo hormonal nesta fase de crescimento, encaminhar ao ginecologista e orientar retorno breve. Gabarito: A Justificativa: Para menores de 14 anos, a presunção de estupro deixa de existir quando o profissional possui informação de sua não-ocorrência e pode e deve prescrever anticoncepcionais. Quando menor de Página 6 de 11 14 anos, a prescrição de anticoncepcional deve ser criteriosa, não constituindo ato ilícito ao médico, desde que não haja situação de abuso ou vitimização. Correta alternativa “a”: Está correto. Os adolescentes tem direito à orientação sexual e também tem direito ao sigilo quanto ao início da vida sexual, podendo o profissional sugerir que conte a mãe, mas nunca ele mesmo contar para a mãe. A adolescente tem direito ao acesso à informação sobre contracepção, inclusive com prescrição de anticoncepcional oral, que pode ser prescrito independentemente da idade. O médico deve orientar sobre doenças sexualmente transmissíveis e sua prevenção, dando ênfase no uso do preservativo do parceiro. A contracepção de emergência também deve ser orientada, faz parte da orientação sexual. Lembra que esses medicamentos não são considerados abortivos. A adolescente deve ser encaminhada ao ginecologista para iniciar exames ginecológicos periódicos. Incorreta alternativa “b”: Nessa alternativa tem alguns erros, além de enfatizar o uso do preservativo do parceiro, o profissional pode e deve prescrever anticoncepcional oral para a adolescente. O médico nesse caso não pode conversar com a mãe, isso seria quebra de sigilo médico sem um justificativa aceitável. Incorreta alternativa “c”: Não cabe ao médico julgar a idade de início da vida sexual, é uma decisão da própria pessoa, desde que não seja caracterizado estupro, nem violência. Cabe ao médico acolher a paciente, orientar quando doenças sexualmente transmissíveis, contracepção e encaminhar ao ginecologista para exames periódicos. Incorreta alternativa “d”: Nessa alternativa o que está errado é que não precisa aguardar 2 anos após a menarca introduzir do anticoncepcional oral. Ele pode ser iniciado em qualquer idade, principalmente se com vida sexual ativa. Bibliografia: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Adolescência. Azevedo AEBI et al. Consulta do Adolescente: Abordagem Clínica,Orientações Éticas e Legais como Instrumentos ao Pediatra. Manual de Orientação Nº 10. Janeiro de 2019. Disponível em: http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21512c-MO_-_ConsultaAdolescente_- _abordClinica_orientEticas.pdf [último acesso Abr 2022] World Health Organization Department of Reproductive Health and Research. Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health Center for Communication Programs Knowledge for Health Project. United States Agency for International Development Bureau for Global Health Office of Population and Reproductive Health. Family Planning. A Global Handbook for Providers. Updated 3rd Edition 2018. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/260156/9780999203705- eng.pdf;jsessionid=4D9BA80B26253F318EA624A31DFBA5A8?sequence=1 [último acesso Abr 2022] Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Adolescência. Guia Prático de Atualização. Anticoncepção na Adolescência. Nº7, Fevereiro de 2018. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/20290c-GPA_-_Anticoncepcao_na_Adolescencia.pdf [último acesso Abr 2022] Questão 7 Área de conhecimento: Alergia e Imunologia De acordo com as diretrizes, a urticária é definida como uma condição determinada pelo surgimento de urticas, angioedema ou ambos. A urtica é caracterizada por uma lesão com edema central de tamanho variável, quase sempre circundada por eritema, sensação de prurido ou queimação, e natureza fugaz, com a pele voltando a normalidade entre 30 minutos e 24 horas. Sobre esse tema, julgue as seguintes afirmações: Página 7 de 11 I – A urticária é classificada de acordo com o tempo decorrido desde o início das manifestações clínicas, sendo considerada aguda quando os sinais e sintomas persistem por menos do que 3 semanas. II – Não é recomendada qualquer medida diagnóstica de rotina na urticária aguda. III – Em nosso meio, alimentos e veneno de insetos himenópteros são causas relevantes de urticária IgE mediada. IV- Os AINEs podem provocar urticária por mecanismos imunológicos ou não imunológicos, sendo o último o mais frequente. É correto o que se afirma em: A) Apenas II. B) Apenas II e III. C) Apenas II, III e IV. D) Apenas I e III. Gabarito: C. Justificativa: Afirmação I está incorreta pois urticária é classificada de acordo com o tempo decorrido desde o início das manifestações clínicas, sendo considerada aguda quando os sinais e sintomas persistem por menos do que 6 semanas, ou crônica nos casos em que se manifesta diariamente ou quase diariamente por mais do que 6 semanas. Já as demais afirmações encontram-se corretas. Referências: - Solé, D. et al. Compêndio de Alergia e Imunologia Clínica – do básico a prática clínica. Ed dos editores, São Paulo, 2022. - Ensina LF, Valle SOR, Campos RA, Agondi R, Criado P, Bedrikow RB, et al. Guia prático da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia para o diagnóstico e tratamento das urticárias baseado em diretrizes internacionais. Arq Asma Alerg Imunol. 2019;3(4):382-392 Questão 8 Área de conhecimento: Alergia e Imunologia Marcha atópica pode ser definida como a história natural das manifestações alérgicas, sendo caracterizada pela sequência típica de progressão dos sinais clínicos de doença atópica, com alguns sintomas tornando-se mais proeminentes enquanto outros diminuem. Em relação a essa sequência e a sua importância, julgue as afirmativas a seguir: I – Existem semelhanças em relação à fisiopatogenia das doenças alérgicas, tais como: elevação de IgE sérico, eosinofilia e elevação de citocinas Th1. II – O prognóstico de asma em pacientes sem história de dermatite atópica é melhor. III – De um modo geral, a dermatite atópica precede o desenvolvimento da rinite alérgica e da asma, sugerindo que as manifestações cutâneas sejam a porta de entrada para o desenvolvimento subsequente das doenças alérgicas. IV- Existem medidas muito bem estabelecidas cientificamente para que possamos interromper a marcha atópica. É correto o que se afirma em: Página 8 de 11 A) Apenas II. B) Apenas II e III. C) Apenas II, III e IV. D) Apenas I e III. Gabarito: B Afirmação I está incorreta, pois nas doenças alérgicas temos predomínio de citocinas Th2 (interleucinas 4, 5, 6 e 13). Afirmações II e III estão corretas. Afirmação IV incorreta, pois vem sendo estudados mecanismos de prevenção de doenças alérgicas, mas eles não são tão bem estabelecidos. Manipulações da dieta materna, aleitamento materno exclusivo, uso de fórmulas hipoalergênicas, retardo na introdução de alimentos sólidos, ingestão de probióticos, imunoterapia e controle ambiental também têm sido citadas como intervenções potencialmente capazes de modular a marcha atópica. Referências: - Solé, D. et al. Compêndio de Alergia e Imunologia Clínica – do básico a prática clínica. Ed dos editores, São Paulo, 2022. - BOECHAT JL, FRANÇA AT. Marcha Atópica. Rev. bras. alerg. Imunopatol. 2008; 31(4):139-145 Questão 9 Área de Conhecimento: atendimento ambulatorial O agendamento de seguimento conforme a idade no ambulatório de Pediatria deve ser organizado obedecendo-se os protocolos do Ministério da Saúde. A organização recomendada é: A) de 0 a 5 meses, intervalo bimestral. B) de 12 a 23 meses, intervalo semestral. C) de 6 a 11 meses, intervalo bimestral. D) de 2 a 5 anos, intervalo trimestral. Gabarito: C Justificativa: 1º semestre mensal; 2º semestre bimestral e de 12 a 24 meses trimestral Bibliografia: Programática Estratégia 2013- Ministério da Saúde Questão 10 Área de Conhecimento: Fluidoterapia Paciente com peso de 30 kg será submetido a apendicetctomia; o volume (em ml) e a quantidade de sódio (em mEq) do soro manutenção a ser prescrito serão, respectivamente: a) 1700 e 231. b) 1360 e 231. c) 1360 e 189. d) 1700 e 189. Gabarito C. Página 9 de 11 Justificativa: Pela regra de Holiday- Segar uma criança com 30 kg necessita 1700 calorias diariamente e o soro de manutenção para repor as perdas normais seria composto por 1700 ml e 213 mEq de sódio. Porém, o paciente será submetido a cirurgia e, por esse motivo, recomenda-se soro de manutenção isotônico com 80% de volume e 80% da quantidade de sódio. Referência: Ferreira, Luciene G.B. Terapia de hidratação venosa. Disponível em http://bjhbs.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/108_pt.pdf Área de conhecimento: Pediatria Geral – Cálculo de soro de manutenção. Questão 11 Área de conhecimento: Fluidoterapia Paciente cardiopata grave pesando 20 kg é internado apresentando sódio = 152 mEq/l e K = 4,8 mEq/l. O soro de manutenção inicial é: A) Isotônico com 1500 ml de volume. B) Isotônico com 1200 ml de volume. C) Hipotônico com 1200 ml de volume. D) Hipotônico com 1500 ml de volume. Gabrito: C. Justificativa: Contra indicações para soro de manutenção isotônico são: recém-nascido, hipernatremia >150 mEq/l, diabetes insipidus, hipertensão arterial e nefropatia grave. Diante de pacientes cardiopatas graves, recomeda-se diminuir o volume do soro para 80%. Referência: Sociedade de Pediatria de São Paulo – Departamento Científico SPSP. Atualização de Condutas em Pediatria – Recomendações n78, setembro 2016. Questão 12 Área de conhecimento: Pneumologia pediátrica Lactente de 32 dias, nascido de parto normal, apresenta quadro subfebril, tosse paroxística, dispneia discreta, anorexia, tiragem subcostal e intercostal baixa. História materna de vulvovaginite materna. Radiografia de tórax: infiltrado intersticial. A conduta indicada é: A) Internar / macrolídeo. B) Internar / aminoglicosídeo. C) Tratar ambulatorialmente / penicilina. D) Tratar ambulatorialmente / cefalosporina. Gabarito: B Justificativa: Caso sugestivo de pneumonia por C. trachomatis: sinais e sintomas sugerindo necessidade de hospitalização. Antibióticoindicado é um macrolídeo. Os principais sinais e sintomas da PAC são febre, tosse, frequência respiratória elevada (taquipneia) e dispneia, de intensidades variáveis. Dentre os principais agentes etiológicos nessa idade (até 2 meses) temos Estreptococo do grupo B, enterobacterias, Listeria monocytogenes, Chlamydia trachomatis, Staphylococcus aureus e vírus. Referências (conforme as normas da ABNT): Página 10 de 11 https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Pneumologia_-_20981d-DC_- _Pneumonia_adquirida_na_comunidade-ok.pdf Questão 13 Área de conhecimento: Pneumologia pediátrica Lactente 5 meses, procura a Unidade de Saúde devido a baixo ganho ponderal, fezes com cheiro forte e oleosas. Tem de histórico de uso de antibióticos por quadro respiratório. Apresenta teste do pezinho alterado, segundo a mãe, mas não sabe relatar qual especificamente está alterado. Diante dos dados clínicos, o exame mais adequado para ser solicitado é: A)Tomografia de tórax. B) Ige específica para leite de vaca. C) Cloro no suor. D) Coprocultura. Gabarito:C Justificativa: 2 manifestações clinica e provavelmente o IRT alterado no teste do pezinho Referências (conforme as normas da ABNT): J Bras Pneumol. 2017;43(3):219-245- Questão 14 Área de conhecimento: nefrologia pediátrica Hospital das Clínicas Teresópolis Costantino Ottaviano-2021 Na glomerulonefrite difusa aguda pós–estreptocócica, deve-se considerar a hipertensão arterial como decorrente de: A) Inibição do hormônio antidiurético com aumento da reabsorção tubular de água. B) Diminuição da filtração glomerular com estimulação da aldosterona. C) Diminuição da pressão oncótica por perda renal de proteínas. D) Expansão do volume extracelular por retenção de sódio e água. Gabarito: D Justificativa: A fisiopatologia do surgimento da HAS no contexto da GNPE é a hipervolemia. Na GNPE ocorre redução da superfície capilar disponível para o processo de filtração, causando retenção renal de sódio e água. Referência: - TRATADO DE PEDIATRIA: Sociedade Brasileira de Pediatria - 4ª Edição. Barueri-SP. Manole, 2017. Questão 15 Área de Conhecimento: Gastroenterologia pediátrica O Refluxo Gastroesofágico fisiológico é caracterizado pelo retorno do conteúdo gástrico para o esôfago sem repercussões clínicas e a Doença do Refluxo Gastroesofágico é caracterizada quando causa manifestações clínicas de gravidade variável associadas ou não a complicações. Existem condições associados à Doença do Refluxo Gastroesofágico que podem favorecer a evolução da doença de forma crônica ou de difícil controle como: Página 11 de 11 A) Fibrose cística, doenças neurológicas, obesidade e prematuridade. B) Diabetes, uso de dieta vegana, doenças neurológicas. C) Obesidade, Alergia alimentar, Doença renal crônica. D) Mucoviscidose, diabetes, obesidade. Gabarito: A Justificativa –fibrose cística pode evoluir de forma refratária ao tratamento devido ao quadro pulmonar crônico associado ao aumento da pressão abdominal devido tosse crônica, doenças neurológicas devido uso de medicações, dieta pastosa ou liquida e prematuridade devido imaturidade da barreira anti refluxo. Bibliografia: DOCUMENTO CIENTÍFICO - SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA -REFLUXO GASTROESOFÁGICO FISIOLÓGICO E DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁFICO EM PEDIATRIA. NÚMERO 8, outubro de 2021.
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