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Ensino de qualidade focado em concursos. A) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na Nova Inglaterra, em busca de liberdade religiosa. B) à invasão holandesa no Brasil, no período de União lbérica, e ao domínio do nordeste açucareiro. C) às invasões francesas no litoral fluminense e à instalação de uma sociedade cosmopolita no Rio de Janeiro. D) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de uma sociedade moderna, influenciada pelo Renasci- mento. E) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na Guerra da Reconquista lbérica, nos Países Baixos e à fundação da Companhia das Índias Ocidentais. GABARITO: 1 -E 2 -A 3 -A 4-D 5 -E 6 -E 7 -C 8 -D 9 -C 10-C 11-B 12-A 13-B 14-A 15-B HISTÓRIA COLONIZAÇÃO DO BRASIL CICLO DO OURO: A MINERAÇÃO NO SÉCULO XVIII O ciclo do ouro é a época em que a extração e exportação do ouro figurava como principal atividade econômica no período colonial. Teve seu início no final do século XVII, momento em que as exportações do açúcar nordestino caíam pela concorrência exercida pela produção açucareira dos holandeses no Caribe. Assim, a descoberta de grandes quantidades de ouro no Brasil, tornava-se um motivo de esperanças de enriquecimento e estabilidade econômica para os Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos, portugueses. As jazidas de ouro descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso foram divididas em datas (lotes auríferos para exploração). Exploração e administração do ouro Esse período representou o maior momento de controle do Brasil por Portugal, pois a Coroa cobrava altos impostos sobre o minério extraído. A administração ficava a cargo da Intendência das Minas e o ouro era fundido e taxado nas Casas de Fundição, onde recebia um selo que atestavam que o imposto já tinha sido pago. No entanto, haviam desvios e, quando descobertos, eram penalizados duramente. Os principais mecanismos de controle foram: Quin- to: 20% de toda a produção do ouro caberiam ao rei de Portugal; Derrama: uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano que deveria ser atingida pela colônia, caso contrário, penhoravam-se os bens dos senhores de lavras; Capitação: imposto pago pelo senhor de lavras por cada pessoa escravizada que trabalhava em seus lotes. Consequências: - Houve um grande fluxo de pessoas que vieram de Portugal e do litoral nordestino para a região das minas. - Surgimento da classe média (comerciantes, pequenos e médios mineradores, advogados, médicos...) - Integração econômica entre as regiões; - Nascimento de um comércio interno; - Deslocamento do eixo econômico do nordeste para o sudeste; - O enriquecimento fez surgir uma elite letrada; - processo de urbanização; - transferência da capital colonial de Salvador para o Rio de Janeiro, para assegurar a fiscalização nas regiões de mineração. 222 Ensino de qualidade focado em concursos. Durante o período colonial, as incursões inglesas no Brasil restringiram-se a ataques de piratas e corsários. Foram saques ocasionais, que tornaram a presença inglesa na colônia bem menos intensa que a francesa e a holandesa. Embora tanto a pirataria quanto o corso se caracterizassem pela pilhagem e pelo saque, o pirata agia por conta própria, enquanto o corsário tinha o apoio oficial de uma entidade ou governo. Os invasores franceses Os franceses invadiram o Brasil em duas ocasiões e estabeleceram colônias no território: no Rio de Janeiro (1555-1567), fundaram a França Antártica; no Maranhão (1612-1615), a França Equino- cial. Um dos motivos das invasões foi o fato de que o Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e Espanha, excluía a França e outras nações da divisão do Novo Mundo. Essas nações ficavam à margem das cobiçadas riquezas brasileiras, como o pau-brasil, a pimenta nativa e o algodão. França Antártica e França Equinocial A primeira invasão da França foi comandada por Villegaignon. Os franceses se estabeleceram na baía de Guanabara em novembro de 1555, onde fundaram a França Antártica. Para facilitar sua permanência na região, aliaram-se aos índios tamoios, apoiando-os na luta contra os portugueses. O governador-geral Duarte da Costa empreendeu diversas tentativas de expulsar os franceses, mas não obteve sucesso. Isso só aconteceu em 1567, sob o comando de Estácio de Sá, sobrinho do terceiro governador-geral, Mem de Sá. Para isso, contou com o apoio de jesuítas, colonos e algumas populações indígenas da região, além de reforços mandados pela metrópole. Expulsos do Rio de Janeiro, os franceses voltaram-se para a região norte da colônia. Comandados por La Touche, em 1612 ergueram no Maranhão o forte de São Luís, em homenagem ao rei francês Luís XIII, e fundaram ali a França Equinocial. Foram expulsos três anos depois, graças a uma aliança luso-espanhola com o apoio dos índios tremembés. Os invasores holandeses Os holandeses invadiram e ocuparam o território do Brasil em duas ocasiões: em 1624, invasão na Bahia; em 1630, invasão em Pernambuco INVASÕES ESTRANGEIRAS E AS REVOLTAS COLONIAIS Piratas e corsários ingleses e invasores franceses e holandeses ameaçaram o domínio português no território colonial. Ao longo do século XVI e no início do século XVII, disputaram o poder invadindo a colônia ou comercializando mercadorias. Piratas e corsários ingleses Com a invasão, os holandeses pretendiam estabelecer uma colônia voltada para a exploração econômica do Brasil, controlando os centros de produção açucareira. Desejavam, ainda, romper o monopólio comercial ibérico e recuperar seu papel no comércio do açúcar. Os historiadores têm dividido a invasão holandesa do território colonial em três períodos: • primeiro período, entre 1630 e 1637, carac- terizou-se pelo enfrentamento militar entre holan- deses e portugueses. A partir de 1632, entretanto, os holandeses conseguiram se deslocar de Olinda e con- quistaram também a Paraíba, o Rio Grande do Norte e Itamaracá, sedimentando sua ocupação na região Nordeste. • segundo período, entre 1637 e 1645, foi marca- do pelo governo de João Maurício de Nassau, man- dado pelo governo holandês para organizar a nova colônia. Apesar dos conflitos constantes, esse período é considerado por alguns estudiosos como a “idade de ouro” do domínio holandês em Pernambuco. • terceiro período da ocupação holandesa, entre 1645 e 1654, correspondeu às guerras de restauração e à derrota definitiva das forças holandesas. REVOLTAS COLONIAIS 223 Ensino de qualidade focado em concursos. As Revoltas do Período Colonial Brasileiro foram separadas em interesses nativistas e separatistas. Os movimentos nativistas surgiram no final do século XVII, no intuito de mostrar o descontentamento que os colonos brasileiros tinham com as decisões da Coroa Portuguesa. Os movimentos separatistas lutavam pela independência dos territórios brasileiros em relação a Portugal, baseados na autodeterminação dos povos e motivados por questões políticas, econômicas, religiosas ou culturais. 1- As revoltas nativistas foram: Revolta de Beckman., Guerra dos Emboabas, Guerra dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos. 2- As revoltas separatistas foram: Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana. 1 – REVOLTAS NATIVISTAS A Guerra dos Mascates Ano: 1710 a 1711, Local: Pernambuco – Recife Causa e Objetivo: A Guerra dos Mascates foi um conflito entre Olinda e Recife. Na época, os senhores de engenho de Olinda, estavam em má situação econômica, pois as Antilhas holandesas haviam aberto concorrência com a produção açucareira do Nordeste. Assim, para cobrir suas despesas, esses senhores criaram uma dívida com os comerciantes de Recife, fazendosurgir uma rivalidade entre esses povoados. Olinda não pretendia acertar o que devia com os mascates, como haviam sido apelidados depreciativamente os recifenses. Esses últimos, lutavam por sua autonomia política, já que eram administrados por uma câmara de Olinda. Na verdade, essa luta pela autonomia de Recife tinha o interesse de executar as dívidas com os senhores de Olinda. Essa disputa de interesses, adquiriu ainda um caráter nativista, pois a aristocracia olindense era de origem pernambucana e os mascates de recife, imigrantes portugueses. independente de Olinda. Esse foi o estopim para o início do conflito. Líderes: Bernardo Vieira, Leonardo Bezerra Cavalcanti Consequências: Os senhores de engenho olindenses não concordaram com a independência dos mascates e invadiram Recife, destruindo o pelourinho (símbolo de autonomia recém-conquistada). Os mascates reagiram, e o conflito continuou. Depois, Portugal interveio, querendo conciliar os dois lados, mas mesmo assim, os mascates de Recife se beneficiaram, mantendo sua independência e tornando-se política e economicamente mais importantes do que Olinda. A Guerra dos Emboabas Ano: 1708 a 1709, Local: região das Minas Gerais Causa e Objetivo: Logo depois da descoberta do ouro, começaram os conflitos. Os paulistas, que haviam encontrado primeiro, achavam que tinham o direito exclusivo sobre elas. Mas os portugueses e forasteiros (baianos e pernambucanos) também tinham interesses nessa nova descoberta. Eles foram chamados de No ano de 1770, a Coroa portuguesa apoiou os mascates elevando Recife à condição de vila emboabas. Ou seja, o objetivo da Guerra dos Emboabas era conquistar as minas de ouro das Gerais. Líderes: Manuel Nunes Viana (emboabas) e Borba Gato (paulistas) Consequências: Dado o início dos conflitos, os emboabas foram conquistando muitas vitórias, pois eram mais ricos. Os paulistas foram recuando até chegar perto de um rio, nas proximidades de São João Del Rei. Lá foram cercados pelos forasteiros e acabaram firmando um acordo de paz: os paulistas se rendiam e os emboabas lhes davam liberdade. Os paulistas, sem outra alternativa, se renderam, mas os emboabas, não cumpriram sua parte e mataram todos os inimigos, na região que viria a ser conhecida como Capão da Traição. Após os conflitos, a Coroa Portuguesa tentou pacificar a região, criando a Capitania de São Paulo e das Minas de Ouro e nomeando um novo governador. Já os paulistas, depois do episódio da Guerra dos Emboabas, abandonaram a região das Gerais e acabaram descobrindo novas jazidas em Goiás e Mato Grosso. A Revolta de Beckman Ano: 1684, Local: Maranhão – São Luís 224 Ensino de qualidade focado em concursos. Causa e Objetivo: A Companhia do Comércio do Maranhão não estava agradando os colonos: eles traziam um número insuficiente de escravos e cobravam caro por eles. Também adulteravam preços e medidas e seus produtos eram de má qualidade. A população então, passou a se sentir roubada com isso e organizou essa revolta com o objetivo de acabar com a Companhia e expulsar os jesuítas da cidade, além de assumir o governo de São Luís. Líderes: Manuel e Tomás Beckman Consequências: Os objetivos propostos pela revolta de Beckman foram cumpridos, mas quando o movimento tentou se estender para Belém, foi facilmente controlado pelas tropas reais, comandadas por Gomes de Freire de Andrada e fracassou. Tomás Beckman foi preso e seu irmão Manuel, condenado à morte. O Colégio dos Jesuítas e a Companhia do Comércio do Maranhão foram reabertos, mas aos poucos, este último devido a sua ineficiência, foi se extinguindo. A Revolta de Filipe dos Santos ou A Revolta de Vila Rica Ano: 1720, Local: Vila Rica, na região das minas Causa e Objetivo: Os donos das minas estavam sendo prejudicados com as novas medidas da Coroa para dificultar o contrabando do ouro em pó. A Coroa Portuguesa decidiu instalar quatro casas de fundição, onde todo ouro deveria ser fundido e transformado em barras, com o selo do Reino (nessa mesma ocasião era recolhido o imposto -de cada cinco barras, uma ficava para a Coroa portuguesa). Líder: Filipe dos Santos Consequências: Os revoltosos realizaram uma marcha até a sede do governo da capitania em Mariana, e como o governador conde de Assumar não tinha como barrar a força dos donos das minas, ele prometeu que as casas de fundição não seriam instaladas e que o comércio local seria livre de impostos. Os rebeldes voltaram então para Vila Rica, de onde haviam saído. Aproveitando a trégua, o conde mandou prender os líderes do movimento, cujas casas foram incendiadas. Muitos deles foram deportados para Lisboa, mas Filipe do Santos foi condenado e executado. Aclamação de Amador Bueno (São Paulo/SP – 1641) Durante a União Ibérica (1580-1640), período em que o trono português esteve sob domínio espanhol, os holandeses, além de invadirem o nordeste brasileiro (1630-1654), ocuparam na África importantes feitorias portuguesas que forneciam escravos ao Brasil. Enquanto os fazendeiros nordestinos tinham o fornecimento garantido pelos holandeses, a Capitania de São Vicente sofria com o desabastecimento de escravos africanos. Nesse período, fazendeiros e bandeirantes paulistas fizeram da escravidão indígena seu grande negócio, chegando a estabelecer relações com o Rio da Prata, já que o Tratado de Tordesilhas estava em desuso. Os índios capturados em missões jesuíticas, além de servirem às fazendas paulistas, eram vendidos nas proximidades de Buenos Aires. N lucrativo comércio de índios escravizados entre a Capitania de São Vicente e Buenos Aires foi interrompido quando a União Ibérica chegou ao fim, em 1640, com a Restauração do Trono Português. Buscando ampliar o comércio atlântico de escravos africanos, que gerava muitos lucros a Portugal, o rei João I decretou a proibição da escravidão indígena na colônia. Essa foi a causa principal do movimento. Fazendeiros e bandeirantes iniciaram a revolta em São Paulo com a expulsão dos jesuítas, contrários à escravidão indígena. Depois aclamaram o rico fazendeiro Amador Bueno como rei de São Paulo, buscando o rompimento com Portugal e com a Dinastia de Bragança. 2- REVOLTAS SEPARATISTAS Inconfidência Mineira - 1789 Em Minas Gerais, grande parte da população colonial mineradora vivia na pobreza havia muito tempo. Essa situação agravou-se com o declínio da exploração do ouro, a partir da segunda metade do século XVIII. Um clima de tensão e revolta tomou conta dos proprietários das minas de ouro quando o governador da capitania 225 Ensino de qualidade focado em concursos. anunciou que haveria uma nova derrama (cobrança forçada dos impostos atrasados). Membros da elite de Minas começaram a se reunir e planejar um movimento contra as autoridades portuguesas e a cobrança da derrama. O projeto dos inconfidentes incluía medidas como: - separar o Brasil de Portugal, criando uma república com capital em São João Del Rei; - adotar uma nova bandeira; - desenvolver indústrias no país; - criar uma universidade em Vila Rica (Ouro Preto); - criar o serviço militar obrigatório; - incentivar a natalidade. O movimento dos inconfidentes foi denunciado por Joaquim Silvério dos reis ao governador de Minas Gerais e, em troca, obteve o perdão de suas dívidas com a Fazenda Real. Os participantes da Inconfidência foram presos, julgados e condenados. Onze deles receberam sentença de morte, mas a rainha de Portugal, d. Maria I, modificou a pena para exílio perpétuo em colônias portuguesas da África. Só Tiradentes teve sua pena de morte mantida. Conjuração Mineira - 1798 Quase dez anos depois da Inconfidência Mineira, ocorreu na Bahia um novo movimento revolucionário, quese diferenciava dos episódios mineiros por um motivo fundamental: foi promovido por brancos e negros pobres. Até mesmo alguns homens ricos e letrados que participavam da conjuração afastaram-se quando perceberam seu alcance popular. Partici- param da Conjuração Baiana soldados, negros livres e profissionais como alfaiates, pedreiros e sapateiros, motivo pelo qual o movimento também ficou conhecido pelo nome de Revolta dos Alfaiates. Os planos dos revoltosos baianos incluíam: - o fim da dominação portuguesa sobre o Brasil; - a proclamação de uma república democrática; - a abolição da escravidão; - o aumento da remuneração dos soldados; - a abertura dos portos brasileiros a navios de todas as nações; - a melhoria das condições de vida da população. Os revoltosos produziram panfletos revolucionários e foram denunciados por inúmeras pessoas motivadas pelas recompensas do governo. Mais de 30 participantes foram presos e processados. Ao final, as penas mais severas recaíram sobre os líderes mais pobres. Revolução Pernambucana (1817) Muitos moradores estavam desgostosos com o crescente aumento dos impostos, que serviam para sustentar o luxo da Corte portuguesa instalada no Rio de Janeiro. Além dessa insatisfação, outros dois problemas afetavam os habitantes da região: a grande seca de 1816 que causou graves prejuízos à agricultura e provocado fome no Nordeste e os preços do açúcar e do algodão que eram os principais produtos cultivados em Pernambuco, cujos preços estavam caindo no mercado internacional devido à concorrência do açúcar antilhano e do algodão norte-americano. Tudo isso serviu para dar início à revolta contra o governo de d. João VI. O principal objetivo era proclamar uma república, que seria organizada conforme os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade que inspiraram a revolução Francesa. O movimento conseguiu tomar o poder e constituir um governo provisório, que decidiu: - extinguir alguns impostos; - elaborar uma Constituição; - decretar a liberdade religiosa e de imprensa e a igualdade para todos, exceto para os escravos. D. João VI tratou de combater violentamente a revolução, enviando tropas, armas e navios para a região. Os revoltosos foram duramente atacados e, depois de muita luta, acabaram por se entregar. Esta foi a única rebelião anterior à independência do Brasil que ultrapassou a fase de conspiração. QUESTÕES 1) (Fuvest) – A elevação de Recife à condição de vila; os protestos contra a implantação das Casas de Fundição e contra a cobrança de quinto; a extrema miséria em Salvador, no final do século XVIII, foram 226 Ensino de qualidade focado em concursos. episódios que colaboraram, respectivamente, para as seguintes sublevações coloniais: A) Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira e Conjuração dos Alfaiates. B) Guerra dos Mascates, Inconfidência Mineira e Revolta dos Malês. C) Revolta de Felipe dos Santos, Inconfidência Mineira e Guerra dos Emboabas. D) Confederação do Equador, Revolta de Felipe dos Santos e Revolta dos Malês. E) Guerra dos Mascates, Revolta de Felipe dos Santos e Conjuração dos Alfaiates. 2) (Unibero-SP) – A Guerra dos Emboabas (1707- 1709) e a Inconfidência Mineira (1789) foram revoltas ocorridas no Brasil. Sobre elas, assinale a alternativa correta: A) A primeira pela posse do território das minas pelos paulistas e a segunda tinha caráter separatista, com a intenção de formar uma república em Minas Gerais. B) A primeira é considerada uma revolução separatista e mais radical do que a segunda, tendo ocorrido na região de São Paulo e liderada pelos Bandeirantes. C) Tanto a primeira como a segunda foram influenciadas pelas ideias iluministas e pela D) independência das Treze Colônias inglesas, mas só a segunda teve êxito nos seus objetivos. E) A primeira foi bem-sucedida, garantindo aos paulistas a posse da região da mineração, enquanto a segunda foi reprimida pela Coroa portuguesa antes de acontecer. 3) “Eis que uma revolução, proclamando um governo absolutamente independente da sujeição à corte do Rio de Janeiro, rebentou em Pernambuco, em março de 1817. É um assunto para o nosso ânimo tão pouco simpático que, se nos fora permitido [colocar] sobre ele um véu, o deixaríamos fora do quadro que nos propusemos a tratar.” F. A. Varnhagen. História geral do Brasil, 1854. O texto fala da Revolução Pernambucana de 1817. Com relação a esse acontecimento é possível afirmar que os insurgents A) pretendiam a separação de Pernambuco do restante do reino, impondo a expulsão dos portugueses desse território. B) contaram com a ativa participação de homens negros, pondo em risco a manutenção da escravidão na região. C) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da Companhia do Grão-Pará e Maranhão. D) propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e pessoas das camadas populares. E) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à livre exploração da terra. 4) (Cesgranrio) – A colonização brasileira foi sempre marcada por confrontos que refletiam a diversidade de interesses presentes na sociedade colonial como pode ser observado nos(as): 1) conflitos internos, sem conteúdo emancipacionista, como as Guerras dos Emboabas e dos Mascates. 2) ideais monárquicos e democráticos defendidos pelos mineradores e agricultores na Conjuração Mineira. 3) projetos imperiais adotados pela Revolução Pernambucana de 1817 por influência da burocracia lusitana. 4) reações emancipacionistas, como na Conjuração Baiana e na Inconfidência mineira. 5) características nacionalistas de todos os movimentos ocorridos no período colonial, como nas Revoltas de Vila Rica e de Beckman. Os fatos corretos referem-se: 227 Ensino de qualidade focado em concursos. A) 1 e 2 B) 1, 2 e 3 C) 1, 2, 3 e 5 D) 1 e 4 E) todos estão corretos. 5) As expedições chamadas de Entradas e Bandeiras tinham como objetivo a procura de riquezas minerais e/ou a caça ao índio, para escravizá-lo e vendê-lo no litoral. O papel histórico das Entradas e Bandeiras, pode ser assim resumido: A) Contribuíram para a implantação de uma nova política colonizadora, aproximando índios e co- lonos. B) Determinaram a ocupação efetiva do interior do Brasil e deram ao nosso país sua atual configura- ção geográfica. C) Iniciaram aproveitamento verdadeiro das terras agrícolas do oeste mudando a situação econômica da Colônia. D) Por razões políticas e econômicas, con- tribuíram para a mudança da capital do Vice- Reino, do Rio de Janeiro para a Bahia. E) Respeitaram o Meridiano de Tordesilhas, evitan- do, assim, conflitos armados entre portugueses e espanhóis. 6) Com a descoberta das minas de metais e pedras preciosas nos séculos XVII e XVIII, muitos colonos aventureiros de outras capitanias do Brasil dirigiram-se à Capitania de São Paulo, onde, à época, encontravam- se centros da mineração. A relação entre mineradores paulistas e aqueles que lá chegavam passou a ficar tensa na primeira década do século XVIII, fato que deu origem a um confronto sangrento conhecido como: A) Guerra dos Emboabas B) Guerra de Canudos C) Revolta do Contestado D) Guerra dos Tropeiros E) Guerra do Distrito Diamantino 7) Relacione as colunas levando em consideração informações sobre o Brasil Colônia. 1. Exploração do Pau-brasil 2. Produção do Açúcar 3. Extração do Ouro ( ) ação litorânea envolvendo a mão-de-obra indígena ( ) aguçou o interesse holandês no Brasil, propiciando a invasãobatava no Nordeste ( ) produção vinculada à existência de latifúndios ( ) deslocou o eixo de atenção do Nordeste para o Sudeste e estimulou atividades econômicas em outras regiões do país ( ) a organização visava à monocultura para exportação Assinale a sequência correta da segunda coluna: A) 1 . 3 . 2 . 2 . 3 B) 2 . 3 . 3 . 1 . 1 C) 1 . 2 . 2 . 3 . 2 D) 2 . 1 . 2 . 3 . 2 E) . 3 . 1 . 2 . 2 8) Analise as afirmativas abaixo, relacionadas às atividades econômicas no Brasil colonial. 228 Ensino de qualidade focado em concursos. I. A área colonial recebeu intenso fluxo de migração interna e externa e nela predominou, inicialmente, uma atividade econômica sem o suporte adequado de outras, o que gerou escassez de alimentos e inflação. II. Salvador deixou de ser a capital do Brasil, sendo substituída pelo Rio de Janeiro, que possuía melhor localização, segundo os interesses da Coroa. III. A metrópole passou a exercer um maior controle fiscal e político sobre a área colonial em questão, aumentando o corpo de funcionários administrativos. Os fatos I, II e III referem-se à/ao: A) mineração; B) pecuária; C) cana-de-açúcar; D) pau-brasil. E) criação de gado GABARITO O PERÍODO JOANINO: (1808-1822) O Período Joanino começou em 1808 e se estendeu até 1821. Esse é um período importante na História do Brasil. Foi marcado pela transferência da corte portuguesa para a colônia, com a vinda do regente Dom João, sua família e um contingente de quase 15 mil pessoas, entre funcionários e pessoas ligadas à corte. Contexto Histórico O começo do século XIX foi marcado pelo domínio napoleônico da Europa. Napoleão Bonaparte, depois da Revolução Francesa, conquistou muitos territórios e começou a comandar países que passaram a estar submetidos ao domínio do Primeiro Império Francês. É nesse contexto que Napoleão decretou o chamado Bloqueio Continental no ano de 1806, na tentativa de isolar a Inglaterra do restante do continente. O Bloqueio Continental proibiu que as nações europeias sob influência napoleônica comercializassem com a Inglaterra. Isso, porque França e Inglaterra eram inimigas e concorrentes, no âmbito territorial e industrial. O problema é que muitos países eram dependentes economicamente da Inglaterra, principalmente Portugal, que tinha muitos tratados e acordos diplomáticos assinados com os ingleses. Nesse período, Portugal era comandado por Dom João, regente do país, uma vez que sua mãe, a Rainha Dona Maria I, era considerada louca e, por isso, não governava efetivamente. Por um lado, Dom João passa a ser muito pressionado pelos franceses, uma vez que não havia cumprido o Bloqueio Continental e continuava a comercializar com a Inglaterra. Por outro, pelos próprios ingleses, de quem Portugal dependia economicamente. Na iminência da invasão napoleônica em Portugal, sabendo que seus exércitos não seriam suficientes, e apoiado pelo governo inglês, Dom João decide transferir a corte portuguesa para sua maior colônia, o Brasil. A mudança Em março de 1808, a corte se instalou no Rio de Janeiro, que desde o Período Pombalino já era capital. Inaugurou-se, assim, o Período Joanino, que trouxe importantes modificações na colônia. Pode-se dizer que a mudança mais imediata foi estrutural. O Rio de Janeiro não tinha condições de receber essa quantidade de pessoas. Foi preciso que o rei expulsasse antigos moradores de suas casas para abrigar os membros da corte. Uma transformação fundamental foi também a abertura dos portos, assinada logo em 1808. A abertura significou a possibilidade de comércio da colônia com outras nações. Essa foi uma medida importante e uma das etapas do processo de emancipação do Brasil. A abertura dos portos rompeu com o chamado pacto colonial, que garantia a 1 – E 2 - A 3 - D 4- D 5 - B 6 - A 7 - C 8 - A 229 Ensino de qualidade focado em concursos. exclusividade de comércio da metrópole com a colônia. Os ingleses tiveram realmente um papel importante nesse processo. Afinal, foram eles que financiaram a vinda da corte para o Brasil e pressionaram para que Dom João permitisse a abertura dos portos. As medidas tomadas pelo regente favoreceram principalmente este país, de quem Portugal ainda dependia. Outras dessas medidas benéficas para a Inglaterra foram os Tratados de Comércio e Navegação e Tratado de Amizade e Aliança. Neles foram estabelecidas as taxas de impostos cobrados nos produtos que chegavam no Brasil: 15% para a Inglaterra, 16% para Portugal e 24% para outros países. A abertura dos portos para os ingleses e os baixos impostos pagos por eles acabaram por inundar o Brasil de produtos vindos de lá, o que prejudicou o desenvolvimento da indústria brasileira. Foram nesses tratados assinados no Período Joanino que Portugal se comprometeu a abolir a escravidão, o que viria acontecer, na verdade, bons anos depois, somente em 1888. Criações do Período Joanino A vinda da Família Real para o Brasil significou a criação de instituições e construções que tinham por finalidade tornar a vida da corte portuguesa melhor e melhorar a economia local. É nesse contexto que se deu a criação do Banco do Brasil, do Teatro Nacional, Biblioteca Nacional e Jardim Botânico. Dom João também investiu na criação de estradas e aboliu a lei que proibia a criação de fábricas no Brasil. Além disso, Dom João criou e imprensa real e contratou artistas franceses para retratar o Brasil, a chamada Missão Francesa. O mais conhecido artista francês foi Jean-Baptiste Debret. Foi também durante o Período Joanino que o regente reuniu tropas para invadir a Guiana Francesa e a Cisplatina (atual Uruguai), que estavam sob domínio da França e Espanha, respectivamente. Essa decisão aconteceu em represália à aliança desses países e sua intenção de conquistar Portugal. Em 1815, o Brasil foi elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves. Revolução do Porto 1820 A Revolução Liberal do Porto eclodiu em 1820 e foi organizada pela burguesia portuguesa inspirada em ideais liberais. Um dos grandes objetivos dos portugueses era o retorno do rei para Portugal. Na visão da burguesia portuguesa, Portugal deveria ser a sede do Império português. Outra reivindicação importante dos portugueses foi a exigência de restabelecimento do monopólio comercial sobre o Brasil. Essa exigência causou grande insatisfação no Brasil, uma vez que demonstrava a intenção dos portugueses em permanecer com os laços coloniais em relação ao Brasil. O rei português, pressionado pelos acontecimentos em seu país, resolveu retornar para Portugal em 26 de abril de 1821. Com o retorno de D. João VI, Pedro de Alcântara tornou-se regente do Brasil. A independência do Brasil O processo de independência do Brasil aconteceu, de fato, durante a regência de Pedro de Alcântara no Brasil. As Cortes portuguesas (instituição surgida com a Revolução do Porto) tomaram algumas medidas que foram bastante impopulares aqui, como a exigência de transferência das principais instituições criadas durante o Período Joanino para Portugal, o envio de mais tropas para o Rio de Janeiro e a exigência de retorno do príncipe regente para Portugal. Essas medidas junto com a intransigência dos portugueses, no decorrer das negociações com representantesbrasileiros, e do tratamento desrespeitoso em relação ao Brasil fizeram com que a resistência dos brasileiros com os portugueses aumentasse, e reforçou a ideia de separação em alguns locais do Brasil, como no Rio de Janeiro. A exigência do retorno de D. Pedro para Portugal resultou em uma reação instantânea no Brasil. Em dezembro de 1821, chegou a ordem exigindo o retorno de D. Pedro para Portugal e, como consequência disso, surgiu o Clube da Resistência. Em janeiro de 1822, durante uma audiência do Senado, um documento com mais de 8 mil assinaturas foi entregue 230 Ensino de qualidade focado em concursos. a D. Pedro. Esse documento exigia a permanência do príncipe regente no Brasil. A relação das Cortes portuguesas com as autoridades brasileiras permaneceu irreconciliável e prejudicial aos interesses dos brasileiros. Em 28 de agosto de 1822, ordens de Lisboa chegaram ao Brasil com a mensagem que o retorno de D. Pedro para Portugal deveria ser imediato. Além disso, anunciava-se o fim de uma série de medidas em vigor no Brasil e tidas pelos portugueses como “privilégios”, e os ministros de Pedro eram acusados de traição. O grande debate era acerca do alcance dos poderes políticos do impe- rador. Os constituintes queriam que os poderes do imperador fossem limitados e que ele não tivesse a permissão de dissolver a Constituinte quando bem entendesse. Essa postura dos constituintes, de procurar limitar o poder real, naturalmente, gerou insatisfação em D. Pedro I, que defendia que seu poder fosse centralizador e autoritário sobre a nação. Essa disputa entre os constituintes e o imperador resultou em um evento conhecido como Noite da Agonia. No dia 12 de novembro de 1823, por ordens de D. Pedro I, militares invadiram a Assembleia Constituinte e prenderam os deputadores opositores do imperador. Com isso, a constituição que havia sido elaborada foi barrada por D. Pedro I. Essa medida de D. Pedro I aconteceu porque, em setembro do mesmo ano, a Constituinte havia finalizado a elaboração da constituição que, além de possuir um caráter liberal, também limitava os poderes reais. A partir da prisão de seus opositores e da impugnação desse documento, D. Pedro I formou um Conselho de Estado e passou a elaborar uma constituição que lhe agradasse. A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho foi outorgada, isto é, foi imposta por vontade do imperador no dia 25 de março de 1824. Portanto, a primeira constituição brasileira foi produto do autoritarismo e definida de cima para baixo. Esse conjunto de regras também possuía alguns princípios liberais, porém dava poderes irrestritos ao imperador brasileiro. A Constituição de 1824 tinha como principais fundamentos estabelecidos: Existência de quatro poderes: o executivo, legislativo, judiciário e o poder moderador. O poder moderador representava unicamente a figura do imperador e cedia-lhe direitos políticos plenos. A ordem, lida por Maria Leopoldina, a convenceu da necessidade do rompimento com Portugal e, em 2 de setembro, organizou uma sessão extraordinária, assi- nou uma declaração de independência e a enviou para D. Pedro que estava em viagem a São Paulo. BRASIL IMPERIAL Primeiro Reinado (1822-1831) Os primeiros dois anos do Brasil como nação independente tiveram como principal debate (além da procura pelo reconhecimento internacional) a elaboração de uma constituição para o país. Esse doc- umento seria elaborado por uma [Assembleia] Con- stituinte que havia sido escolhida em eleições real- izadas após a independência. A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823 Pedro I. O grande debate era acerca do alcance dos poderes políticos do imperador. Os constituintes queriam que os poderes do imperador fossem limitados e que ele não tivesse a permissão de dissolver a Con- stituinte quando bem entendesse. Essa postura dos constituintes, de procurar limitar o poder real, natu- ralmente, gerou insatisfação em D. Pedro I, que de- fendia que seu poder fosse centralizador e autoritário sobre a nação. 231 Ensino de qualidade focado em concursos. Essa disputa entre os constituintes e o imperador resultou em um evento conhecido como Noite da Agonia. No dia 12 de novembro de 1823, por ordens de D. Pedro I, militares invadiram a Assembleia Consti- tuinte e prenderam os deputadores opositores do impera- dor. Com isso, a constituição que havia sido elabora- da foi barrada por D. Pedro I. Essa medida de D. Pedro I aconteceu porque, em setembro do mesmo ano, a Constituinte havia finalizado a elaboração da constituição que, além de possuir um caráter liberal, também limitava os poderes reais. A partir da prisão de seus opositores e da impugnação desse documento, D. Pedro I formou um Conselho de Estado e passou a elaborar uma constituição que lhe agradasse. A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho foi outorgada, isto é, foi imposta por vontade do impe- rador no dia 25 de março de 1824. Portanto, a primeira constituição brasileira foi produto do autoritarismo e definida de cima para baixo. Esse conjunto de regras também possuía alguns princípios liberais, porém dava poderes irrestritos ao imperador brasileiro. A Constituição de 1824 tinha como principais fundamentos estabelecidos: • Existência de quatro poderes: o ex- ecutivo, legislativo, judiciário e o poder moderador. O poder moderador representava unicamente a figura do imperador e cedia-lhe direitos políticos plenos. • A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823, e a elaboração da Constituição gerou desentendimentos profundos entre os deputados e D. • O imperador foi considerada figura sagrada e invi- olável. • Forma de governo escolhida foi a monarquia, com a transmissão do poder feita de maneira hereditária, religiões que não fossem o catolicismo), proteção à propriedade privada etc. • As eleições foram estabelecidas como indiretas, e o direito ao voto era censitário, ou seja, foram estabelecidos critérios de renda para determinar quem teria direito ao voto. Além desses critérios, foi estabelecido que somente homens livres e com mais de 25 anos poderiam votar. • A constituição também garantiu alguns direitos individ- uais importantes, como tolerância religiosa (foi permitido o culto privado a outras. As posturas autoritárias de D. Pedro I geraram forte insatisfação, principalmente entre as elites do Nordeste. Essa insatisfação foi intensificada nessa região com a influência de Cipriano Barata e Joaquim do Amor Divino, também conhecido como frei Caneca. Eles veiculavam suas críticas ao imperador em jornais que circulavam em Pernambuco, chamados Sentinela da Liberdade (Cipriano Barata) e Tífis Pernambucano (frei Caneca). Além do autoritarismo do imperador, os altos impostos e os impactos ideológicos que a Revolução Per- nambucana de 1817 ainda geravam nessa região le- varam a província de Pernambuco a uma nova rebe- lião: a Confederação do Equador. Essa revolta iniciou- se em 2 de julho de 1824 e foi liderada por frei Caneca e Manoel de Carvalho Paes de Andrade. A Confederação do Equador, assim como a Revolução Pernambucana, possuía caráter separatista e defendia o republicanismo. Essa revolta espalhou-se por outras regiões do Nordeste brasileiro, como as províncias da Paraíba, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Em setembro de 1824, as tropas imperiais já haviam retomado Recife e controlado essa revolta. Os envolvidos foram duramente reprimidos, e frei Caneca, por exemplo, foi executado. Além da Confederação do Equador, outra revolta eclodiu na Cisplatina, província ao sul que havia sido integrada por D. João VI ao invadir a região e derrotar José Artigas na década de 1810. A revolta na Cisplatina declarava a separação dessaregião do Brasil e sua anexação às Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina). Isso deu início, em 1825, a um conflito conhecido como Guerra da Cisplatina. Esse acordo foi visto como uma derrota, pois o Brasil não conseguiu retomar o controle sobre a Cisplatina. Além disso, o envolvimento do Brasil nessa guerra preju- dicou enormemente a economia, e a soma dos fatores 232 Ensino de qualidade focado em concursos. (autoritarismo político, derrota na guerra e crise econômi- ca) resultou no enfraquecimento da posição de D. Pedro I. A abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de seu filho deu início a um período da história brasileira conhecido como Período Regencial, no qual Pedro de Alcântara tinha apenas cinco anos e, portanto, não tinha idade legal para assumir o trono brasileiro. Período Regencial (1831-1840) Período Regencial O Período Regencial brasileiro, como vimos, começou em 1831 e estendeu-se até 1840, quando a maioridade de D. Pedro II foi antecipada para que ele assumisse o trono do Brasil. Nesse período destacou-se a atuação de três grupos políticos que, ao longo da regência, foram transformando-se nos dois grupos que dividiram a políti- ca brasileira no Segundo Reinado. Os grupos políticos do Período Regencial eram: o Liberais exaltados: os liberais exaltados eram defen- sores do federalismo, ou seja, de conceder mais autonomia as províncias brasileiras. Os membros des- se grupo dividiam- se entre monarquistas e republi- canos. Um representante influente dos exalta- dos era Cipriano Barata. o Liberais moderados: os liberais moderados eram monarquistas que sustentavam a coroação de D. Pedro II, no entanto, defendiam a restrição dos po- deres imperiais. Um representante influente dos moderados era Padre Diogo Antônio Feijó. o Restauradores: os restauradores eram monar- quistas que defendiam o retorno de D. Pedro I para o trono brasileiro. Regências trinas Durante as regências trinas, algumas ações importantes foram tomadas, como a criação do Código de Processo Criminal em 1832 que, entre muitas de- terminações, ampliou os poderes dos juízes de paz e, além disso, determinou o uso de júri no julgamento de crimes mais graves e criou o habeas corpus – um me- canismo jurídico que permite o réu responder por seu crime em liberdade. Outra ação de importância foi a criação da Guarda Nacional em 1831, que possibilitou aos cidadãos formar um corpo armado para conter os excessos governamentais e as rebeliões que pudessem acontecer. A jurisdição da Guarda Nacional era municipal, e ela era composta por todos os cidadãos que tinham direito ao voto entre 21 e 60 anos. A decisão mais importante tomada nesse período foi a aprovação do Ato Adicional em 1834. Esse ato foi considerado uma vitória dos liberais exaltados, pois promoveu uma série de emendas na Constituição de 1824 e concedeu maior autonomia para as províncias brasileiras. Alguns historiadores afirmam que o Ato Adicional de 1834 iniciou uma breve ex- periência republicana no Brasil monárquico. Com essa medida, foi determinado que o Poder Moderador não teria validade durante o período das regências e que o Conselho de Estado do Imperador seria abolido. A mudança mais importante permitiu o surgimento de Assembleias Provinciais, as quais teri- am atribuições que até então não existiam. Assim, foi permitido, por exemplo, que as províncias criassem impos- tos locais e nomeassem e demitissem fun- cionários públicos. A delegação de maiores poderes para as províncias brasileiras fortaleceu as disputas políticas locais, e isso contribuiu consideravelmente para que uma série de rebeliões provinciais acontecesse. Essas rebeliões possuíam motivações específicas relacionadas ao contexto político-social da própria província. Regências Unas 233 Ensino de qualidade focado em concursos. Com a aprovação do Ato Adicional em 1834, também foi determinada a substituição da regência trina por uma regência una. A escolha do representante da regên- cia brasileira foi feita em eleições que definiram o Padre Feijó como primeiro regente do Brasil. Padre Feijó man- teve-se na função até 1837, quando renunciou ao cargo, forçando novas eleições. Entre as possíveis causas de sua renúncia, estavam as pressões polí- ticas e problemas de saúde. As novas eleições determinaram a vitória de Pedro de Araújo Lima como segundo – e último – regente. Durante o período da regência de Araújo Lima, aconteceu o conhecido “regresso”, que caracterizou o crescimento da ala dos conservadores na política brasileira. Com isso, algumas medidas em vigor, como a descentralização do poder, foram revertidas. Nesse período das regências unas, consolidou-se uma im- portante modificação no quadro político brasileiro. Os grupos políticos sofreram mudanças e foram redefinidos como liberais e conservadores. O primeiro era formado pela mescla de moderados e exaltados, e o segundo era formado por moderados e restauradores. A ascensão política dos conservadores fez com que os liberais criassem um discurso político que defendia a antecipação da maioridade de D. Pedro II, para que ele pudesse assumir mesmo com menos de 18 anos de idade. Esse discurso foi aceito pela elite econômica e política do país que promoveu o conhecido Golpe da Maioridade. Assim, em 1840, a maioridade de D. Pedro foi antecipada e ele foi coroado com apenas 14 anos. Esse fato marcou o início do Segundo Reinado. Segundo Reinado Política Na política, o Segundo Reinado foi marcado pelo retorno do Poder Moderador. Logo após a abdicação de Dom Pedro I e na impossibilidade de Dom Pedro II as- sumir o trono por conta da sua pouca idade, o Poder Moderador foi suspenso durante o Período Regencial, pois, de acordo com a Constituição de 1824, apenas o imperador poderia exercê-lo. Com o Golpe da Maioridade e a coroação de Dom Pedro II, o Poder Moderador voltou a ser exercido até a Proclamação da República em 1889. Dessa forma, consolidavam-se a centralização política e o fortalecimento da figura do imperador. O Parlamento foi o grande local de debates durante o Segundo Reinado. Dois partidos políticos dominavam a cena política: conservadores e liberais. Seus representantes não tinham diferenças ideológicas. Assim, não importava se o Parlamento fosse dominado por conservadores ou liberais, pois havia disputas apenas por prestígio e vantagens políticas. O Parlamento brasileiro buscava inspiração na Inglaterra. Todavia, o Poder Moderador concedia a Dom Pedro II interferir no Conselho de Estado e também dissolver o Parlamento. Isso era o oposto do Parlamento britânico, no qual o rei não interferia nas atividades parlamentares. Por essa razão, essa forma de governo no Brasil ficou conhecida como “parlamentarismo às avessas”. Economia A economia permaneceu durante o período imperial como agroexportadora, ou seja, atendendo às necessidades do mercado europeu. Em meados do século XIX, um produto começou a ser exportado de forma mais intensa: o café. Plantado primeiramente na região do Vale do Paraíba (entre as províncias de São Paulo e Rio de Janeiro), a exportação do café ocupou espaço na economia brasileira do Segundo Reinado, gerando lucros para os cafeicultores. A mão de obra utilizada era a escrava. Com o êxito das lavouras de café, aumentou a movimentação de escravos da região Nordeste e das minas de ouro para a região do Vale do Paraíba. A partir de 1850, o café expandiu-se para a região do Oeste Paulista, tornando-se o maior produtor de café do Império. Ao contrário das lavouras do Vale do Paraí- ba, o café plantado no Oeste Paulista contou com a mão de obra imigrante. Inúmeros europeus vieram para o 234Ensino de qualidade focado em concursos. Brasil em busca de melhores condições de vida e es- tabeleceram-se em São Paulo. Esses imigrantes fugiam dos conflitos sociais e guerras relativos à unificação alemã e italiana. Essa mão de obra tinha mais qualificação do que a escrava e isso foi fundamental para o êxito da produção cafeeira da região. A partir desse momento, a província de São Paulo passou a se destacar no cenário do Se- gundo Império. O café, ao longo do século XIX, tor- nou-se a principal atividade econômica do Brasil, mas não era a única. Mesmo em menor número, ainda havia a produção de açúcar, exploração do ouro e outras ati- vidades econômicas secundárias. Além disso, havia projetos de investimento em outros ramos econômicos, como a indústria. Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, procurou meios para desenvolver a indústria no Brasil, mas não conseguiu superar o domínio do café. Mauá foi pioneiro na indústria e também na construção de ferrovias, que foram utilizadas no transporte do café até o Porto de Santos, onde o produto era exportado para a Europa. Sociedade A sociedade brasileira do Segundo Império passava por transformações. A maioria da população ainda vivia no campo, mas as cidades começavam a receber maior número de habitantes. Os donos de lavouras de café ganhavam prestígio social e aproximavam-se do imperador, que os agraciava com títulos de nobreza. A vinda de imigrantes trouxe também mudanças para a so- ciedade brasileira, como a influência cultural e políti- ca, aumentando consideravelmente a presença europe- ia em nosso território. Além disso, a chegada do imigrante foi substituindo gradativamente a mão de obra escrava. O Parlamento brasileiro, ao longo da segunda metade do século XIX, aprovou leis que proibiam o tráfico negreiro (Lei Eusébio de Queiroz) e libertou o escravo recém-nascido (Lei do Ventre Livre). Era uma sociedade mais informada. Vários jornais começaram a circular pelo Rio de Janeiro informando notícias, mas também disseminando ideias republicanas e aboli- cionistas. Porém, ainda era uma sociedade herdeira das características coloniais: elitista e escravocrata. Abolição da escravidão Foi no Segundo Reinado que a abolição da escravidão teve ampla discussão e sua concretização. Intelectuais, jornalistas e políticos, como Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, José do Patrocínio, André Rebouças, discutiam o fim da escravidão em jornais, discursos no Parlamento e em praça pública. O Parlamento acabaram com a escravidão. Porém, elas tinham suas limitações, como se observa a seguir: o Lei Eusébio de Queiros (1850): aboliu o tráfico negreiro no Brasil. Buscava impedir a chegada de navios vindos da África com negros para o trabalho escravo. Como o tráfi- co negreiro era muito lucrativo, a lei demorou a ter o seu efeito esperado e motivou o deslocamento de escravos dentro do Império brasileiro. Os que estavam no Nordeste eram vendidos para os senhores do Vale do Paraíba que estavam investindo na lavoura de café. o Lei do Ventre Livre (1871): o recém-nascido de escrava era liberto, mas, enquanto não completasse 21 anos de idade, estava sob tutela e trabalhando para o seu senhor. o Lei do Sexagenário (1885): dava liberdade aos escra- vos com mais de 65 anos. Porém, o número de escravos que chegavam a tal idade era bastante reduzido. o Lei Áurea (1888): aboliu definitivamente a escravidão no Brasil, mas sem diretrizes para inserir o escravo liberto na sociedade. A abolição da escravidão foi um dos fatores que determinaram a queda do Império em 1889. Dom Pedro II perdeu o apoio dos cafeicultores, que tiveram de liber- tar os escravos após a assinatura da Lei Áurea e não receberam nenhuma indenização por parte do governo central. Fim do Segundo Reinado O Segundo Reinado começou a entrar em crise principalmente após a Guerra do Paraguai. Foram 235 Ensino de qualidade focado em concursos. vários fatores que levaram à queda de Dom Pedro II em 1889. Questão military Após a vitória na Guerra do Paraguai e influenciados pelos ideais do positivismo, os militares, em especial os do Exército, decidiram participar ativamente da política bra- sileira. Foram criados Clubes Militares, que discutiam a crise vivida pelo Segundo Reinado, os ideais republicanos e as ideias positivistas. Dom Pedro II, utilizando as prerrogativas do Poder Moderador, man- dou fechar esses clubes. Essa censura imperial fez com que os militares se organizassem para derrubar Dom Pedro II do poder. Questão da Igreja A Constituição de 1824, que vigorou durante todo o período imperial, dizia que a religião oficial do Brasil era a católica. Porém, era comum haver conflito entre “o trono e o altar”. Decretos eclesiásticos só entravam em vigor no território brasileiro desde que o imperador autorizasse. O Papa Pio IX emitiu um decreto reafirmando o poder da Igreja e do papa sobre o mundo. Esse de- creto chegou ao Brasil, e os católicos buscaram atitudes mais rígidas que reforçassem a disciplina religiosa. Dom Vital, bispo de Olinda, na província de Pernam- buco, decidiu proibir a entrada de maçons nas irm- andades religiosas. Alguns ocupantes de cargos de destaque do Império eram maçons, como o Visconde de Rio Branco, que presidia o Conselho de Ministros. Dom Vidal foi preso, acusado de “rebeldia”, mas foi solto dias depois. Essa crise abalou o apoio eclesiástico a Dom Pedro II. Questão escravista A abolição da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Porém, os escravos foram libertos sem que os donos de fazen- da de café fossem indenizados por causa da abolição. Isso fez com que os cafeicultores| abandonassem Dom Pedro II e apoiassem a causa republicana. Esses cafeicultores que abandonaram o apoio a Dom Pedro II nos últimos momentos do Segundo Reinado foram apelidados na época de “republicanos de última hora”. A República no Brasil foi proclamada em 15 de novembro de 1889. Tropas do Exército lideradas pelo Marechal Deodoro da Fonseca depuseram Dom Pedro II, e a família imperial foi exilada na Europa. Segundo relatos da época, muitos viram a mo- vimentação das tropas como um mero desfile militar. Já o jornalista Aristides Lobo conseguiu resumir muito bem o que foi o 15 de novembro de 1889: “O povo assistiu bestializado”. QUESTÕES 1) O Bloqueio Continental, em 1807, que ocasionou a vin- da da família real portuguesa para o Brasil, e a abertura dos portos, em 1808, foram fatos significativos para: A) início das disparidades econômicas entre as regiões da colônia. B) a Revolução Industrial no Brasil. C) a consolidação da nacionalidade brasileira. D) processo de emancipação política. E) a constituição do ideário federalista. 2) O Tratado de Comércio e Navegação, foi assinado em 1810, entre Brasil e Inglaterra, e determinava: A) fim do tráfico negreiro. B) a abolição da escravidão. C) fechamento dos portos. D) as tarifas alfandegárias. E) a suspensão das importações. 3) Leia a charge: 236 Ensino de qualidade focado em concursos. BECK, A. “Armandinho” Diário Catarinense. Edição de 5 set. 2017. Disponível em: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/ notícia/2017/09/confi ra-a-tirado-armandinho- desta-terca-feira- 9887947html>. Acesso em: 9 jul. 2018. No contexto da independência brasileira, a charge ironiza o(a): A) influência econômica inglesa sobre o Brasil. B) imperialismo dos EUA sobre a América do Sul. C) controle napoleônico sobre Portugal. D) domínio brasileiro sobre a Província Cisplatina. E) vigência da União Ibérica. 4) A nossa independência ainda não foi proclamada. Frase típicade D. João VI: − Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça. Ex- pulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bra- gantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte. Con- tra a realidade social, vestida e opressora, ca- dastrada por Freud − a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matri- arcado de Pindorama. (ANDRADE, Oswald de. Manifesto An- tropófago. Revista de Antropofagia, n. 1, ano 1, maio de 1928. Apud SCHWARTZ, Jorge (org). Vanguardas latino-americanas. Polêmicas, manifestos e textos críticos. São Paulo: Edusp/ Iluminuras/ Fapesp, 1995, p. 147) Entre os fatores que contribuíram para que D. Pedro I proclamasse a Independência do Brasil, havia A) a pressão exercida pelas correntes positivistas e os movimentos tenentistas, exigindo que o Brasil, de forma semelhante aos países vizinhos, aderisse ao regime republicano, em prol da ordem e do progresso. B) a articulação política entre militares, a elite ilustrada e alguns políticos ligados ao Partido Liberal, motivada pela insatisfação com a histórica subordinação do Brasil a Portugal. C) a mobilização da elite portuguesa, após a Revolução Liberal do Porto, pressionando o príncipe regente para que regressasse a sua terra natal e para que o Brasil voltasse à condição colonial. D) o impacto do crescimento de movimentos populares independentistas, a exemplo da Confederação do Equador, em Pernambuco, e da Cabanagem, no Grão- Pará, que tiveram grande repercussão nacional. E) a rejeição nacional à monarquia da coroa portuguesa e à escravidão, uma vez que os países vizinhos ao Brasil já eram repúblicas e haviam abolido o trabalho escravo. 5) As elites coloniais, influenciadas pelo liberalismo, organizaram os movimentos de independência na América Latina. Após esses movimentos, uma característica que diferenciou o Brasil foi: A) a abolição imediata da escravidão. B) a manutenção da unidade territorial. C) a realização de ampla reforma agrária. D) o fim da dependência econômica à Inglaterra. E) o controle do governo pelas classes populares. 6) (Enem 2014) A transferência da corte trouxe para a América Portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808. (NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997) Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América Portuguesa por terem: A) incentivado o clamor popular por liberdade. B) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana. C) motivado as revoltas escravas contra a elite colonial. D) obtido o apoio do grupo constitucionalista português. E) provocado os movimentos separatistas das províncias. 237 Ensino de qualidade focado em concursos. 7) Leia o esquema a seguir: A partir da análise do quadro e tendo em vista o contexto do Brasil no I Império, é possível classificar o voto, naquele período, como A) censitário, amplo, indireto e irrestrito. B) universal, masculino, direto e representativo. C) censitário, masculino, indireto e em dois graus. D) universal, apartidário, direto e em quatro graus. 8) Considere as afirmações abaixo sobre o Período Imperial brasileiro (1822-1889): I. Primeiro Reinado caracterizou-se pelos constantes conflitos entre o Imperador e as elites do País, tendo em vista que D. Pedro I praticamente governou de forma auto- ritária, desconsiderando o Legislativo. II. Durante o Período Regencial, os governantes deixa- ram de ser hereditários e passaram a ser selecio- nados por eleições, o que leva a historiografia a consider- ar essa fase como sendo a primeira experiência republicana no País, pois os regentes eram escolhidos pelo voto universal direto. III. O Segundo Reinado foi um período de grande estabilidade política da história impe- rial, pois o imperador D. Pedro II ficou quase 50 anos no poder, governando com o apoio de um só partido, o Partido Conservador. IV. Dentre os fatores que contribuíram para a crise do regime imperial, podemos elencar o conflito do Imperador com o Exército, a crise en- tre a monarquia e a Igreja e, por fim, a abolição da escravidão, que levou a elite cafeeira a romper politicamente com a monarquia. Estão corretas apenas as afirmativas A) I e III. B) I e IV. C) II e III. D) I, II e IV. E) II, III e IV. 9) A Confederação do Equador de 1824 é um marco na luta social contra o absolutismo monárquico. Amplas camadas da população local participaram do conflito. Comerciantes, padres, militares, negros e pardos, e até senhores de engenho se envolveram no conflito que opôs setores da população pernambucana à Monarquia de D. Pedro I. Sobre os pensamentos que funda- mentaram a luta dos revoltosos, é CORRETO afirmar que foram ideias A) liberais e constitucionalistas, oriundas dos princípios iluministas então em expansão na Europa e nos Estados Unidos. B) absolutistas moderadas, uma vez que os revoltosos ainda pensavam em manter a monarquia, desde que constitucional e respeitando a autonomia provincial. C) socialistas, o que justifica a presença expressiva de negros e pardos e de padres sensíveis às injustiças sociais e ao racismo. D) inspiradas na Igreja Católica Romana, instituição que, naquele momento, procurava distanciar-se das monarquias europeias, o que justifica a participação de padres. E) anarquistas, por isso defendiam, além da derrubada do governo monárquico e absolutista, o fim da escravidão em terras pernambucanas. 238 Ensino de qualidade focado em concursos. 10) Três momentos distintos marcaram o período monárquico Brasil: Primeiro Reinado, Período Regencial e Segundo Reinado. Dentre os fatos significativos que marcaram cada momento, pode-se destacar, respectivamente, A) Constituição de 1824; abdicação de D. Pedro I; e Guerra da Cisplatina. B) Guerra do Paraguai; governo de Dom Pedro I; e Constituição de 1824. C) Guerra do Paraguai; Constituição de 1824; e Guerra do Paraguai. D) Confederação do Equador; revoltas deflagradas; e Guerra do Paraguai. E) abdicação de D. Pedro I; Constituição de 1824; e as revoltas deflagradas. GABARITO 1 - D 2 - D 3 - A 4- C 5 - B 6 - B 7 - C 8 - B 9 - A 10 - D BRASIL REPUBLICANO A organização política e econômica do Estado republicano O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um signifi- cativo salto. Na área social, várias revoltas e prob- lemas sociais aconteceram nos quatro cantos do territó- rio brasileiro. A República da Espada (1889 a 1894) Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca tornou- se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixo- to. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia. Após o início da República havia a necessidade da elabo- ração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891 garantiu alguns avanços políticos, embora apresen- tasse algumas limitações, poisrepresentava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos (mul- heres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto. República das Oligarquias O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista. Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foram dois exemplos do movimento tenentista. Política do Café-com-Leite A maioria dos presidentes desta época eram politicos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os 239