Buscar

HIST COLONIA A REGENCIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
A) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na 
Nova Inglaterra, em busca de liberdade religiosa. 
B) à invasão holandesa no Brasil, no período de 
União lbérica, e ao domínio do nordeste açucareiro. 
C) às invasões francesas no litoral fluminense e à 
instalação de uma sociedade cosmopolita no Rio de 
Janeiro. 
D) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de 
uma sociedade moderna, influenciada pelo Renasci-
mento. 
E) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na 
Guerra da Reconquista lbérica, nos Países Baixos e à 
fundação da Companhia das Índias Ocidentais. 
 
 
GABARITO: 
 
1 -E 2 -A 3 -A 4-D 5 -E 6 -E 7 -C 8 -D 9 -C 
10-C 11-B 12-A 13-B 14-A 15-B 
 
 
HISTÓRIA 
 
COLONIZAÇÃO DO BRASIL 
CICLO DO OURO: A MINERAÇÃO NO SÉCULO XVIII 
 
O ciclo do ouro é a época em que a extração e 
exportação do ouro figurava como principal atividade 
econômica no período colonial. Teve seu início no final 
do século XVII, momento em que as exportações do 
açúcar nordestino caíam pela concorrência exercida 
pela produção açucareira dos holandeses no Caribe. 
Assim, a descoberta de grandes quantidades de ouro 
no Brasil, tornava-se um motivo de esperanças de 
enriquecimento e estabilidade econômica para os 
 
Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos 
escravos, portugueses. As jazidas de ouro descobertas 
em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso foram divididas 
em datas (lotes auríferos para exploração). 
 
Exploração e administração do ouro 
Esse período representou o maior momento de controle 
do Brasil por Portugal, pois a Coroa cobrava altos 
impostos sobre o minério extraído. A administração 
ficava a cargo da Intendência das Minas e o ouro era 
fundido e taxado nas Casas de Fundição, onde recebia 
um selo que atestavam que o imposto já tinha sido 
pago. No entanto, haviam desvios e, quando 
descobertos, eram penalizados duramente. 
 
Os principais mecanismos de controle foram: Quin-
to: 20% de toda a produção do ouro caberiam ao rei 
de Portugal; 
Derrama: uma quota de aproximadamente 1.500 kg de 
ouro por ano que deveria ser atingida pela colônia, caso 
contrário, penhoravam-se os bens dos senhores de 
lavras; 
Capitação: imposto pago pelo senhor de lavras por 
cada pessoa escravizada que trabalhava em seus 
lotes. 
 
Consequências: 
- Houve um grande fluxo de pessoas que vieram de 
Portugal e do litoral nordestino para a região das minas. - 
Surgimento da classe média (comerciantes, pequenos e 
médios mineradores, advogados, médicos...) 
- Integração econômica entre as regiões; 
- Nascimento de um comércio interno; 
- Deslocamento do eixo econômico do nordeste para o 
sudeste; 
- O enriquecimento fez surgir uma elite letrada; 
- processo de urbanização; 
- transferência da capital colonial de Salvador para o 
Rio de Janeiro, para assegurar a fiscalização nas 
regiões de mineração. 
222
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
Durante o período colonial, as incursões inglesas no 
Brasil restringiram-se a ataques de piratas e corsários. 
Foram saques ocasionais, que tornaram a presença 
inglesa na colônia bem menos intensa que a francesa 
e a holandesa. Embora tanto a pirataria quanto o corso 
se caracterizassem pela pilhagem e pelo saque, o 
pirata agia por conta própria, enquanto o corsário tinha 
o apoio oficial de uma entidade ou governo. 
 
Os invasores franceses 
Os franceses invadiram o Brasil em duas ocasiões e 
estabeleceram colônias no território: 
 no Rio de Janeiro (1555-1567), fundaram 
a França Antártica; 
 no Maranhão (1612-1615), a França Equino-
cial. 
Um dos motivos das invasões foi o fato de que 
o Tratado de Tordesilhas, assinado entre Portugal e 
Espanha, excluía a França e outras nações da divisão 
do Novo Mundo. Essas nações ficavam à margem das 
cobiçadas riquezas brasileiras, como o pau-brasil, a 
pimenta nativa e o algodão. 
 
França Antártica e França Equinocial 
A primeira invasão da França foi comandada 
por Villegaignon. Os franceses se estabeleceram na 
baía de Guanabara em novembro de 1555, onde 
fundaram a França Antártica. Para facilitar sua 
permanência na região, aliaram-se aos índios tamoios, 
apoiando-os na luta contra os portugueses. 
O governador-geral Duarte da Costa empreendeu 
diversas tentativas de expulsar os franceses, mas não 
obteve sucesso. Isso só aconteceu em 1567, sob o 
comando de Estácio de Sá, sobrinho do terceiro 
governador-geral, Mem de Sá. Para isso, contou com o 
apoio de jesuítas, colonos e algumas populações 
indígenas da região, além de reforços mandados pela 
metrópole. 
Expulsos do Rio de Janeiro, os franceses voltaram-se 
para a região norte da colônia. Comandados por La 
Touche, em 1612 ergueram no Maranhão o forte de 
São Luís, em homenagem ao rei francês Luís XIII, e 
fundaram ali a França Equinocial. Foram expulsos três 
anos depois, graças a uma aliança luso-espanhola com 
o apoio dos índios tremembés. 
Os invasores holandeses 
Os holandeses invadiram e ocuparam o território do 
Brasil em duas ocasiões: 
 em 1624, invasão na Bahia; 
 em 1630, invasão em Pernambuco 
 
INVASÕES ESTRANGEIRAS E AS REVOLTAS 
COLONIAIS 
Piratas e corsários ingleses e invasores franceses e 
holandeses ameaçaram o domínio português no 
território colonial. Ao longo do século XVI e no início do 
século XVII, disputaram o poder invadindo a colônia ou 
comercializando mercadorias. 
 
Piratas e corsários ingleses 
Com a invasão, os holandeses pretendiam estabelecer 
uma colônia voltada para a exploração econômica do 
Brasil, controlando os centros de produção açucareira. 
Desejavam, ainda, romper o monopólio comercial 
ibérico e recuperar seu papel no comércio do açúcar. 
Os historiadores têm dividido a invasão holandesa do 
território colonial em três períodos: 
• primeiro período, entre 1630 e 1637, carac-
terizou-se pelo enfrentamento militar entre holan-
deses e portugueses. A partir de 1632, entretanto, os 
holandeses conseguiram se deslocar de Olinda e con-
quistaram também a Paraíba, o Rio Grande do Norte e 
Itamaracá, sedimentando sua ocupação na 
região Nordeste. 
• segundo período, entre 1637 e 1645, foi marca-
do pelo governo de João Maurício de Nassau, man-
dado pelo governo holandês para organizar a nova 
colônia. Apesar dos conflitos constantes, esse período 
é considerado por alguns estudiosos como a “idade 
de ouro” do domínio holandês em Pernambuco. 
• terceiro período da ocupação holandesa, entre 
1645 e 1654, correspondeu às guerras de restauração e 
à derrota definitiva das forças holandesas. 
 
REVOLTAS COLONIAIS 
223
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
As Revoltas do Período Colonial Brasileiro foram 
separadas em interesses nativistas e separatistas. 
Os movimentos nativistas surgiram no final do século 
XVII, no intuito de mostrar o descontentamento que os 
colonos brasileiros tinham com as decisões da Coroa 
Portuguesa. Os movimentos separatistas lutavam pela 
independência dos territórios brasileiros em relação a 
Portugal, baseados na autodeterminação dos povos e 
motivados por questões políticas, econômicas, 
religiosas ou culturais. 
1- As revoltas nativistas foram: Revolta de Beckman., 
Guerra dos Emboabas, Guerra dos Mascates e a 
Revolta de Filipe dos Santos. 
2- As revoltas separatistas foram: Inconfidência Mineira 
e Conjuração Baiana. 
 
1 – REVOLTAS NATIVISTAS 
 
A Guerra dos Mascates 
Ano: 1710 a 1711, Local: Pernambuco – Recife Causa 
e Objetivo: A Guerra dos Mascates foi um conflito 
entre Olinda e Recife. Na época, os senhores de 
engenho de Olinda, estavam em má situação 
econômica, pois as Antilhas holandesas haviam aberto 
concorrência com a produção açucareira do Nordeste. 
Assim, para cobrir suas despesas, esses senhores 
criaram uma dívida com os comerciantes de Recife, 
fazendosurgir uma rivalidade entre esses povoados. 
Olinda não pretendia acertar o que devia com os 
mascates, como haviam sido apelidados 
depreciativamente os recifenses. Esses últimos, 
lutavam por sua autonomia política, já que eram 
administrados por uma câmara de Olinda. 
Na verdade, essa luta pela autonomia de Recife tinha o 
interesse de executar as dívidas com os senhores de 
Olinda. Essa disputa de interesses, adquiriu ainda um 
caráter nativista, pois a aristocracia olindense era de 
origem pernambucana e os mascates de recife, 
imigrantes portugueses. 
independente de Olinda. Esse foi o estopim para o 
início do conflito. 
Líderes: Bernardo Vieira, Leonardo Bezerra Cavalcanti 
Consequências: Os senhores de engenho olindenses 
não concordaram com a independência dos mascates 
e invadiram Recife, destruindo o pelourinho (símbolo de 
autonomia recém-conquistada). Os mascates 
reagiram, e o conflito continuou. Depois, Portugal 
interveio, querendo conciliar os dois lados, mas mesmo 
assim, os mascates de Recife se beneficiaram, 
mantendo sua independência e tornando-se política e 
economicamente mais importantes do que Olinda. 
 
A Guerra dos Emboabas 
Ano: 1708 a 1709, Local: região das Minas Gerais 
Causa e Objetivo: Logo depois da descoberta do ouro, 
começaram os conflitos. Os paulistas, que haviam 
encontrado primeiro, achavam que tinham o direito 
exclusivo sobre elas. Mas os portugueses e forasteiros 
(baianos e pernambucanos) também tinham interesses 
nessa nova descoberta. Eles foram chamados de 
No ano de 1770, a Coroa portuguesa apoiou os 
mascates elevando Recife à condição de vila 
emboabas. Ou seja, o objetivo da Guerra dos 
Emboabas era conquistar as minas de ouro das Gerais. 
Líderes: Manuel Nunes Viana (emboabas) e Borba 
Gato (paulistas) 
Consequências: Dado o início dos conflitos, os 
emboabas foram conquistando muitas vitórias, pois 
eram mais ricos. Os paulistas foram recuando até 
chegar perto de um rio, nas proximidades de São João 
Del Rei. Lá foram cercados pelos forasteiros e 
acabaram firmando um acordo de paz: os paulistas se 
rendiam e os emboabas lhes davam liberdade. 
Os paulistas, sem outra alternativa, se renderam, mas 
os emboabas, não cumpriram sua parte e mataram 
todos os inimigos, na região que viria a ser conhecida 
como Capão da Traição. 
Após os conflitos, a Coroa Portuguesa tentou pacificar 
a região, criando a Capitania de São Paulo e das Minas 
de Ouro e nomeando um novo governador. Já os 
paulistas, depois do episódio da Guerra dos Emboabas, 
abandonaram a região das Gerais e acabaram 
descobrindo novas jazidas em Goiás e Mato Grosso. A 
Revolta de Beckman 
Ano: 1684, Local: Maranhão – São Luís 
224
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
Causa e Objetivo: A Companhia do Comércio do 
Maranhão não estava agradando os colonos: eles 
traziam um número insuficiente de escravos e 
cobravam caro por eles. Também adulteravam preços 
e medidas e seus produtos eram de má qualidade. A 
população então, passou a se sentir roubada com isso 
e organizou essa revolta com o objetivo de acabar com 
a Companhia e expulsar os jesuítas da cidade, além de 
assumir o governo de São Luís. 
Líderes: Manuel e Tomás Beckman 
Consequências: Os objetivos propostos pela revolta de 
Beckman foram cumpridos, mas quando o movimento 
tentou se estender para Belém, foi facilmente 
controlado pelas tropas reais, comandadas por Gomes 
de Freire de Andrada e fracassou. Tomás Beckman foi 
preso e seu irmão Manuel, condenado à morte. O 
Colégio dos Jesuítas e a Companhia do Comércio do 
Maranhão foram reabertos, mas aos poucos, este 
último devido a sua ineficiência, foi se extinguindo. 
 
A Revolta de Filipe dos Santos ou A Revolta de Vila 
Rica 
Ano: 1720, Local: Vila Rica, na região das minas 
Causa e Objetivo: Os donos das minas estavam sendo 
prejudicados com as novas medidas da Coroa para 
dificultar o contrabando do ouro em pó. A Coroa 
Portuguesa decidiu instalar quatro casas de fundição, 
onde todo ouro deveria ser fundido e transformado em 
barras, com o selo do Reino (nessa mesma ocasião era 
recolhido o imposto -de cada cinco barras, uma ficava 
para a Coroa portuguesa). 
Líder: Filipe dos Santos 
Consequências: Os revoltosos realizaram uma marcha 
até a sede do governo da capitania em Mariana, e como 
o governador conde de Assumar não tinha como barrar 
a força dos donos das minas, ele prometeu que as 
casas de fundição não seriam instaladas e que o 
comércio local seria livre de impostos. Os rebeldes 
voltaram então para Vila Rica, de onde haviam saído. 
Aproveitando a trégua, o conde mandou prender os 
líderes do movimento, cujas casas foram incendiadas. 
Muitos deles foram deportados para Lisboa, mas Filipe 
do Santos foi condenado e executado. 
 
Aclamação de Amador Bueno (São Paulo/SP – 
1641) 
Durante a União Ibérica (1580-1640), período em que o 
trono português esteve sob domínio espanhol, os 
holandeses, além de invadirem o nordeste brasileiro 
(1630-1654), ocuparam na África importantes feitorias 
portuguesas que forneciam escravos ao Brasil. 
Enquanto os fazendeiros nordestinos tinham o 
fornecimento garantido pelos holandeses, a Capitania 
de São Vicente sofria com o desabastecimento de 
escravos africanos. 
Nesse período, fazendeiros e bandeirantes paulistas 
fizeram da escravidão indígena seu grande negócio, 
chegando a estabelecer relações com o Rio da Prata, 
já que o Tratado de Tordesilhas estava em desuso. Os 
índios capturados em missões jesuíticas, além de 
servirem às fazendas paulistas, eram vendidos nas 
proximidades de Buenos Aires. 
N lucrativo comércio de índios escravizados entre a 
Capitania de São Vicente e Buenos Aires foi 
interrompido quando a União Ibérica chegou ao fim, em 
1640, com a Restauração do Trono Português. 
Buscando ampliar o comércio atlântico de escravos 
africanos, que gerava muitos lucros a Portugal, o rei 
João I decretou a proibição da escravidão indígena na 
colônia. 
Essa foi a causa principal do movimento. Fazendeiros 
e bandeirantes iniciaram a revolta em São Paulo com 
a expulsão dos jesuítas, contrários à escravidão 
indígena. Depois aclamaram o rico fazendeiro Amador 
Bueno como rei de São Paulo, buscando o rompimento 
com Portugal e com a Dinastia de Bragança. 
 
2- REVOLTAS SEPARATISTAS 
 
Inconfidência Mineira - 1789 
Em Minas Gerais, grande parte da população colonial 
mineradora vivia na pobreza havia muito tempo. Essa 
situação agravou-se com o declínio da exploração do 
ouro, a partir da segunda metade do século XVIII. Um 
clima de tensão e revolta tomou conta dos proprietários 
das minas de ouro quando o governador da capitania 
225
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
anunciou que haveria uma nova derrama (cobrança 
forçada dos impostos atrasados). 
Membros da elite de Minas começaram a se reunir e 
planejar um movimento contra as autoridades 
portuguesas e a cobrança da derrama. O projeto dos 
inconfidentes incluía medidas como: 
- separar o Brasil de Portugal, criando uma república 
com capital em São João Del Rei; 
- adotar uma nova bandeira; 
- desenvolver indústrias no país; 
- criar uma universidade em Vila Rica (Ouro Preto); 
- criar o serviço militar obrigatório; 
- incentivar a natalidade. 
O movimento dos inconfidentes foi denunciado por 
Joaquim Silvério dos reis ao governador de Minas 
Gerais e, em troca, obteve o perdão de suas dívidas 
com a Fazenda Real. Os participantes da Inconfidência 
foram presos, julgados e condenados. Onze deles 
receberam sentença de morte, mas a rainha de 
Portugal, d. Maria I, modificou a pena para exílio 
perpétuo em colônias portuguesas da África. Só 
Tiradentes teve sua pena de morte mantida. 
 
Conjuração Mineira - 1798 
Quase dez anos depois da Inconfidência Mineira, 
ocorreu na Bahia um novo movimento revolucionário, 
quese diferenciava dos episódios mineiros por um 
motivo fundamental: foi promovido por brancos e 
negros pobres. Até mesmo alguns homens ricos e 
letrados que participavam da conjuração afastaram-se 
quando perceberam seu alcance popular. Partici-
param da Conjuração Baiana soldados, negros livres 
e profissionais como alfaiates, pedreiros e 
sapateiros, motivo pelo qual o movimento também ficou 
conhecido pelo nome de Revolta dos Alfaiates. Os 
planos dos revoltosos baianos incluíam: 
- o fim da dominação portuguesa sobre o Brasil; 
- a proclamação de uma república democrática; 
- a abolição da escravidão; 
- o aumento da remuneração dos soldados; 
- a abertura dos portos brasileiros a navios de todas as 
nações; 
- a melhoria das condições de vida da população. 
Os revoltosos produziram panfletos revolucionários e 
foram denunciados por inúmeras pessoas motivadas 
pelas recompensas do governo. Mais de 30 
participantes foram presos e processados. Ao final, as 
penas mais severas recaíram sobre os líderes mais 
pobres. 
 
Revolução Pernambucana (1817) 
Muitos moradores estavam desgostosos com o 
crescente aumento dos impostos, que serviam para 
sustentar o luxo da Corte portuguesa instalada no Rio 
de Janeiro. Além dessa insatisfação, outros dois 
problemas afetavam os habitantes da região: a grande 
seca de 1816 que causou graves prejuízos à agricultura 
e provocado fome no Nordeste e os preços do açúcar e 
do algodão que eram os principais produtos cultivados 
em Pernambuco, cujos preços estavam caindo no 
mercado internacional devido à concorrência do açúcar 
antilhano e do algodão norte-americano. 
Tudo isso serviu para dar início à revolta contra o 
governo de d. João VI. O principal objetivo era 
proclamar uma república, que seria organizada 
conforme os ideais de igualdade, liberdade e 
fraternidade que inspiraram a revolução Francesa. 
O movimento conseguiu tomar o poder e constituir um 
governo provisório, que decidiu: 
- extinguir alguns impostos; 
- elaborar uma Constituição; 
- decretar a liberdade religiosa e de imprensa e a 
igualdade para todos, exceto para os escravos. 
D. João VI tratou de combater violentamente a 
revolução, enviando tropas, armas e navios para a 
região. Os revoltosos foram duramente atacados e, 
depois de muita luta, acabaram por se entregar. Esta 
foi a única rebelião anterior à independência do Brasil 
que ultrapassou a fase de conspiração. 
 
QUESTÕES 
1) (Fuvest) – A elevação de Recife à condição de vila; 
os protestos contra a implantação das Casas de 
Fundição e contra a cobrança de quinto; a extrema 
miséria em Salvador, no final do século XVIII, foram 
226
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
episódios que colaboraram, respectivamente, para as 
seguintes sublevações coloniais: 
 
A) Guerra dos Emboabas, Inconfidência Mineira e 
Conjuração dos Alfaiates. 
B) Guerra dos Mascates, Inconfidência Mineira e 
Revolta dos Malês. 
C) Revolta de Felipe dos Santos, Inconfidência Mineira 
e Guerra dos Emboabas. 
D) Confederação do Equador, Revolta de Felipe dos 
Santos e Revolta dos Malês. 
E) Guerra dos Mascates, Revolta de Felipe dos Santos 
e Conjuração dos Alfaiates. 
 
 
2) (Unibero-SP) – A Guerra dos Emboabas (1707- 
1709) e a Inconfidência Mineira (1789) foram revoltas 
ocorridas no Brasil. Sobre elas, assinale a alternativa 
correta: 
 
A) A primeira pela posse do território das minas pelos 
paulistas e a segunda tinha caráter separatista, com a 
intenção de formar uma república em Minas Gerais. 
B) A primeira é considerada uma revolução separatista 
e mais radical do que a segunda, tendo ocorrido na 
região de São Paulo e liderada pelos Bandeirantes. 
C) Tanto a primeira como a segunda foram 
influenciadas pelas ideias iluministas e pela 
D) independência das Treze Colônias inglesas, mas 
só a segunda teve êxito nos seus objetivos. 
E) A primeira foi bem-sucedida, garantindo aos 
paulistas a posse da região da mineração, enquanto a 
segunda foi reprimida pela Coroa portuguesa antes de 
acontecer. 
 
 
3) “Eis que uma revolução, proclamando um governo 
absolutamente independente da sujeição à corte do Rio 
de Janeiro, rebentou em Pernambuco, em março de 
1817. É um assunto para o nosso ânimo tão pouco 
simpático que, se nos fora permitido [colocar] sobre ele 
um véu, o deixaríamos fora do quadro que nos 
propusemos a tratar.” F. A. Varnhagen. História geral 
do Brasil, 1854. 
 
O texto fala da Revolução Pernambucana de 1817. 
Com relação a esse acontecimento é possível afirmar 
que os insurgents 
 
A) pretendiam a separação de Pernambuco do restante 
do reino, impondo a expulsão dos portugueses desse 
território. 
B) contaram com a ativa participação de homens 
negros, pondo em risco a manutenção da escravidão 
na região. 
C) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, 
decretando o fim dos privilégios da Companhia do 
Grão-Pará e Maranhão. 
D) propuseram a independência e a república, 
congregando proprietários, comerciantes e pessoas 
das camadas populares. 
E) implantaram um governo de terror, ameaçando o 
direito dos pequenos proprietários à livre exploração da 
terra. 
 
 
4) (Cesgranrio) – A colonização brasileira foi sempre 
marcada por confrontos que refletiam a diversidade de 
interesses presentes na sociedade colonial como pode 
ser observado nos(as): 
1) conflitos internos, sem conteúdo emancipacionista, 
como as Guerras dos Emboabas e dos Mascates. 
2) ideais monárquicos e democráticos defendidos pelos 
mineradores e agricultores na Conjuração Mineira. 
3) projetos imperiais adotados pela Revolução 
Pernambucana de 1817 por influência da burocracia 
lusitana. 
4) reações emancipacionistas, como na Conjuração 
Baiana e na Inconfidência mineira. 
5) características nacionalistas de todos os movimentos 
ocorridos no período colonial, como nas Revoltas de 
Vila Rica e de Beckman. 
 
Os fatos corretos referem-se: 
 
227
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
A) 1 e 2 
B) 1, 2 e 3 
C) 1, 2, 3 e 5 
D) 1 e 4 
E) todos estão corretos. 
 
 
5) As expedições chamadas de Entradas e Bandeiras 
tinham como objetivo a procura de riquezas minerais 
e/ou a caça ao índio, para escravizá-lo e vendê-lo no 
litoral. O papel histórico das Entradas e Bandeiras, 
pode ser assim resumido: 
 
A) Contribuíram para a implantação de uma 
nova política colonizadora, aproximando índios e co-
lonos. 
B) Determinaram a ocupação efetiva do interior 
do Brasil e deram ao nosso país sua atual configura-
ção geográfica. 
C) Iniciaram aproveitamento verdadeiro das terras 
agrícolas do oeste mudando a situação econômica da 
Colônia. 
D) Por razões políticas e econômicas, con-
tribuíram para a mudança da capital do Vice- Reino, 
do Rio de Janeiro para a Bahia. 
E) Respeitaram o Meridiano de Tordesilhas, evitan-
do, assim, conflitos armados entre portugueses 
e espanhóis. 
 
 
6) Com a descoberta das minas de metais e pedras 
preciosas nos séculos XVII e XVIII, muitos colonos 
aventureiros de outras capitanias do Brasil dirigiram-se 
à Capitania de São Paulo, onde, à época, encontravam- 
se centros da mineração. A relação entre mineradores 
paulistas e aqueles que lá chegavam passou a ficar 
tensa na primeira década do século XVIII, fato que deu 
origem a um confronto sangrento conhecido como: 
 
A) Guerra dos Emboabas 
B) Guerra de Canudos 
C) Revolta do Contestado 
D) Guerra dos Tropeiros 
E) Guerra do Distrito Diamantino 
 
 
7) Relacione as colunas levando em consideração 
informações sobre o Brasil Colônia. 
 
1.
 
Exploração
 
do
 
Pau-brasil
 
2.
 
Produção
 
do
 
Açúcar
 
3.
 
Extração
 
do
 
Ouro
 
 
(
 
)
 
ação
 
litorânea
 
envolvendo
 
a
 
mão-de-obra
 
indígena
 
(
 
)
 
aguçou
 
o
 
interesse
 
holandês
 
no
 
Brasil,
 
propiciando
 
a
 
invasãobatava
 
no
 
Nordeste
 
(
 
) produção
 
vinculada
 
à
 
existência
 
de
 
latifúndios
 
(
 
)
 
deslocou
 
o
 
eixo
 
de
 
atenção
 
do
 
Nordeste
 
para
 
o
 
Sudeste
 
e
 
estimulou
 
atividades
 
econômicas
 
em
 
outras
 
regiões
 
do
 
país
 
(
 
)
 
a
 
organização
 
visava
 
à
 
monocultura
 
para 
exportação
 
 
Assinale
 
a
 
sequência
 
correta
 
da
 
segunda
 
coluna:
 
 
A)
 
1
 
.
 
3
 
.
 
2
 
.
 
2
 
.
 
3
 
B)
 
2
 
.
 
3
 
.
 
3
 
.
 
1
 
.
 
1
 
C)
 
1
 
.
 
2
 
.
 
2
 
.
 
3
 
.
 
2
 
D)
 
2
 
.
 
1
 
.
 
2
 
.
 
3
 
.
 
2
 
E)
 
.
 
3
 
.
 
1
 
.
 
2
 
.
 
2
 
 
 
8)
 
Analise
 
as
 
afirmativas
 
abaixo,
 
relacionadas
 
às
 
atividades
 
econômicas
 
no
 
Brasil
 
colonial.
 
 
 
228
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
I. A área colonial recebeu intenso fluxo de migração 
interna e externa e nela predominou, inicialmente, uma 
atividade econômica sem o suporte adequado de 
outras, o que gerou escassez de alimentos e inflação. 
II. Salvador deixou de ser a capital do Brasil, sendo 
substituída pelo Rio de Janeiro, que possuía melhor 
localização, segundo os interesses da Coroa. 
III. A metrópole passou a exercer um maior controle 
fiscal e político sobre a área colonial em questão, 
aumentando o corpo de funcionários administrativos. 
 
Os fatos I, II e III referem-se à/ao: 
 
A) mineração; 
B) pecuária; 
C) cana-de-açúcar; 
D) pau-brasil. 
E) criação de gado 
 
 
GABARITO 
 
 
 
 
 
 
O PERÍODO JOANINO: (1808-1822) 
 
O Período Joanino começou em 1808 e se estendeu 
até 1821. Esse é um período importante na História do 
Brasil. Foi marcado pela transferência da corte 
portuguesa para a colônia, com a vinda do regente Dom 
João, sua família e um contingente de quase 15 mil 
pessoas, entre funcionários e pessoas ligadas à corte. 
 
Contexto Histórico 
O começo do século XIX foi marcado pelo domínio 
napoleônico da Europa. Napoleão Bonaparte, depois 
da Revolução Francesa, conquistou muitos territórios 
e começou a comandar países que passaram a 
estar submetidos ao domínio do Primeiro Império 
Francês. É nesse contexto que Napoleão 
decretou o chamado Bloqueio Continental no ano 
de 1806, na tentativa de isolar a Inglaterra do 
restante do continente. 
O Bloqueio Continental proibiu que as nações 
europeias sob influência napoleônica 
comercializassem com a Inglaterra. Isso, porque 
França e Inglaterra eram inimigas e concorrentes, no 
âmbito territorial e industrial. O problema é que muitos 
países eram dependentes economicamente da 
Inglaterra, principalmente Portugal, que tinha 
muitos tratados e acordos diplomáticos assinados com 
os ingleses. Nesse período, Portugal era comandado 
por Dom João, regente do país, uma vez que sua mãe, 
a Rainha Dona Maria I, era considerada louca e, por 
isso, não governava efetivamente. 
Por um lado, Dom João passa a ser muito pressionado 
pelos franceses, uma vez que não havia cumprido o 
Bloqueio Continental e continuava a comercializar com 
a Inglaterra. Por outro, pelos próprios ingleses, de 
quem Portugal dependia economicamente. 
Na iminência da invasão napoleônica em Portugal, 
sabendo que seus exércitos não seriam suficientes, e 
apoiado pelo governo inglês, Dom João 
decide transferir a corte portuguesa para sua maior 
colônia, o Brasil. 
 
A mudança 
Em março de 1808, a corte se instalou no Rio de 
Janeiro, que desde o Período Pombalino já era capital. 
Inaugurou-se, assim, o Período Joanino, que trouxe 
importantes modificações na colônia. Pode-se dizer 
que a mudança mais imediata foi estrutural. O Rio de 
Janeiro não tinha condições de receber essa 
quantidade de pessoas. Foi preciso que o rei 
expulsasse antigos moradores de suas casas para 
abrigar os membros da corte. Uma transformação 
fundamental foi também a abertura dos portos, 
assinada logo em 1808. 
A abertura significou a possibilidade de comércio da 
colônia com outras nações. Essa foi uma medida 
importante e uma das etapas do processo de 
emancipação do Brasil. A abertura dos portos rompeu 
com o chamado pacto colonial, que garantia a 
1 – 
E 
2 - 
A 
3 - 
D 
4- 
D 
5 - 
B 
6 - 
A 
7 - 
C 
8 - 
A 
229
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
exclusividade de comércio da metrópole com a colônia. 
Os ingleses tiveram realmente um papel importante 
nesse processo. Afinal, foram eles que financiaram a 
vinda da corte para o Brasil e pressionaram para que 
Dom João permitisse a abertura dos portos. As 
medidas tomadas pelo regente favoreceram 
principalmente este país, de quem Portugal ainda 
dependia. 
Outras dessas medidas benéficas para a Inglaterra 
foram os Tratados de Comércio e 
Navegação e Tratado de Amizade e Aliança. Neles 
foram estabelecidas as taxas de impostos cobrados 
nos produtos que chegavam no Brasil: 15% para a 
Inglaterra, 16% para Portugal e 24% para outros 
países. A abertura dos portos para os ingleses e os 
baixos impostos pagos por eles acabaram por inundar 
o Brasil de produtos vindos de lá, o que prejudicou o 
desenvolvimento da indústria brasileira. Foram nesses 
tratados assinados no Período Joanino que Portugal se 
comprometeu a abolir a escravidão, o que viria 
acontecer, na verdade, bons anos depois, somente em 
1888. 
 
Criações do Período Joanino 
A vinda da Família Real para o Brasil significou 
a criação de instituições e construções que tinham por 
finalidade tornar a vida da corte portuguesa melhor e 
melhorar a economia local. É nesse contexto que se 
deu a criação do Banco do Brasil, do Teatro 
Nacional, Biblioteca Nacional e Jardim Botânico. Dom 
João também investiu na criação de estradas e aboliu 
a lei que proibia a criação de fábricas no Brasil. Além 
disso, Dom João criou e imprensa real e contratou 
artistas franceses para retratar o Brasil, a 
chamada Missão Francesa. O mais conhecido artista 
francês foi Jean-Baptiste Debret. 
Foi também durante o Período Joanino que o regente 
reuniu tropas para invadir a Guiana Francesa e 
a Cisplatina (atual Uruguai), que estavam sob domínio 
da França e Espanha, respectivamente. Essa decisão 
aconteceu em represália à aliança desses países e sua 
intenção de conquistar Portugal. Em 1815, o Brasil foi 
elevado a Reino Unido de Portugal e Algarves. 
 
Revolução do Porto 1820 
A Revolução Liberal do Porto eclodiu em 1820 e 
foi organizada pela burguesia portuguesa inspirada em 
ideais liberais. Um dos grandes objetivos dos 
portugueses era o retorno do rei para Portugal. Na visão 
da burguesia portuguesa, Portugal deveria ser a sede 
do Império português. 
Outra reivindicação importante dos portugueses foi 
a exigência de restabelecimento do monopólio 
comercial sobre o Brasil. Essa exigência causou grande 
insatisfação no Brasil, uma vez que demonstrava a 
intenção dos portugueses em permanecer com os laços 
coloniais em relação ao Brasil. O rei português, 
pressionado pelos acontecimentos em seu país, 
resolveu retornar para Portugal em 26 de abril de 1821. 
Com o retorno de D. João VI, Pedro de Alcântara 
tornou-se regente do Brasil. 
 
A independência do Brasil 
O processo de independência do Brasil aconteceu, de 
fato, durante a regência de Pedro de Alcântara no 
Brasil. As Cortes portuguesas (instituição surgida com 
a Revolução do Porto) tomaram algumas medidas que 
foram bastante impopulares aqui, como a exigência de 
transferência das principais instituições criadas durante 
o Período Joanino para Portugal, o envio de mais tropas 
para o Rio de Janeiro e a exigência de retorno do 
príncipe regente para Portugal. 
Essas medidas junto com a intransigência dos 
portugueses, no decorrer das negociações com 
representantesbrasileiros, e do tratamento 
desrespeitoso em relação ao Brasil fizeram com que a 
resistência dos brasileiros com os portugueses 
aumentasse, e reforçou a ideia de separação em 
alguns locais do Brasil, como no Rio de Janeiro. A 
exigência do retorno de D. Pedro para Portugal resultou 
em uma reação instantânea no Brasil. 
Em dezembro de 1821, chegou a ordem exigindo o 
retorno de D. Pedro para Portugal e, como 
consequência disso, surgiu o Clube da Resistência. Em 
janeiro de 1822, durante uma audiência do Senado, um 
documento com mais de 8 mil assinaturas foi entregue 
230
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
a D. Pedro. Esse documento exigia a permanência do 
príncipe regente no Brasil. 
A relação das Cortes portuguesas com as autoridades 
brasileiras permaneceu irreconciliável e prejudicial aos 
interesses dos brasileiros. Em 28 de agosto de 1822, 
ordens de Lisboa chegaram ao Brasil com a mensagem 
que o retorno de D. Pedro para Portugal deveria ser 
imediato. Além disso, anunciava-se o fim de uma série 
de medidas em vigor no Brasil e tidas pelos 
portugueses como “privilégios”, e os ministros de 
Pedro eram acusados de traição. O grande debate era 
acerca do alcance dos poderes políticos do impe-
rador. Os constituintes queriam que os poderes do 
imperador fossem limitados e que ele não tivesse a 
permissão de dissolver a Constituinte quando bem 
entendesse. Essa postura dos constituintes, de 
procurar limitar o poder real, naturalmente, gerou 
insatisfação em D. Pedro I, que defendia que seu 
poder fosse centralizador e autoritário sobre a nação. 
Essa disputa entre os constituintes e o imperador 
resultou em um evento conhecido como Noite da 
Agonia. No dia 12 de novembro de 1823, por ordens de 
D. Pedro I, militares invadiram a Assembleia 
Constituinte e prenderam os deputadores opositores do 
imperador. Com isso, a constituição que havia sido 
elaborada foi barrada por D. Pedro I. 
Essa medida de D. Pedro I aconteceu porque, em 
setembro do mesmo ano, a Constituinte havia 
finalizado a elaboração da constituição que, além de 
possuir um caráter liberal, também limitava os poderes 
reais. A partir da prisão de seus opositores e da 
impugnação desse documento, D. Pedro I formou um 
Conselho de Estado e passou a elaborar uma 
constituição que lhe agradasse. 
A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho 
foi outorgada, isto é, foi imposta por vontade do 
imperador no dia 25 de março de 1824. Portanto, a 
primeira constituição brasileira foi produto do 
autoritarismo e definida de cima para baixo. Esse 
conjunto de regras também possuía alguns princípios 
liberais, porém dava poderes irrestritos ao imperador 
brasileiro. 
A Constituição de 1824 tinha como principais 
fundamentos estabelecidos: 
 Existência de quatro poderes: 
o executivo, legislativo, judiciário e o poder 
moderador. O poder moderador representava 
unicamente a figura do imperador e cedia-lhe 
direitos políticos plenos. 
A ordem, lida por Maria Leopoldina, a convenceu da 
necessidade do rompimento com Portugal e, em 2 de 
setembro, organizou uma sessão extraordinária, assi-
nou uma declaração de independência e a enviou para D. 
Pedro que estava em viagem a São Paulo. 
 
BRASIL IMPERIAL 
Primeiro Reinado (1822-1831) 
Os primeiros dois anos do Brasil como nação 
independente tiveram como principal debate (além da 
procura pelo reconhecimento internacional) a 
elaboração de uma constituição para o país. Esse doc-
umento seria elaborado por uma [Assembleia] Con-
stituinte que havia sido escolhida em eleições real-
izadas após a independência. 
A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823 
Pedro I. O grande debate era acerca do alcance dos 
poderes políticos do imperador. Os constituintes 
queriam que os poderes do imperador fossem limitados e 
que ele não tivesse a permissão de dissolver a Con-
stituinte quando bem entendesse. Essa postura dos 
constituintes, de procurar limitar o poder real, natu-
ralmente, gerou insatisfação em D. Pedro I, que de-
fendia que seu poder fosse centralizador e autoritário sobre 
a nação. 
231
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
Essa disputa entre os constituintes e o imperador 
resultou em um evento conhecido como Noite da 
Agonia. No dia 12 de novembro de 1823, por ordens de D. 
Pedro I, militares invadiram a Assembleia Consti-
tuinte e prenderam os deputadores opositores do impera-
dor. Com isso, a constituição que havia sido elabora-
da foi barrada por D. Pedro I. 
Essa medida de D. Pedro I aconteceu porque, em 
setembro do mesmo ano, a Constituinte havia 
finalizado a elaboração da constituição que, além de 
possuir um caráter liberal, também limitava os poderes 
reais. A partir da prisão de seus opositores e da 
impugnação desse documento, D. Pedro I formou um 
Conselho de Estado e passou a elaborar uma 
constituição que lhe agradasse. 
A constituição elaborada por D. Pedro I e seu conselho foi 
outorgada, isto é, foi imposta por vontade do impe-
rador no dia 25 de março de 1824. Portanto, a 
primeira constituição brasileira foi produto do 
autoritarismo e definida de cima para baixo. Esse 
conjunto de regras também possuía alguns princípios 
liberais, porém dava poderes irrestritos ao imperador 
brasileiro. 
A Constituição de 1824 tinha como principais 
fundamentos estabelecidos: 
• Existência de quatro poderes: o ex-
ecutivo, legislativo, judiciário e o poder moderador. O 
poder moderador representava unicamente a figura do 
imperador e cedia-lhe direitos políticos plenos. 
• A Constituinte assumiu suas funções em maio de 1823, 
e a elaboração da Constituição gerou desentendimentos 
profundos entre os deputados e D. 
• O imperador foi considerada figura sagrada e invi-
olável. 
• Forma de governo escolhida foi a monarquia, com a 
transmissão do poder feita de maneira hereditária, 
religiões que não fossem o catolicismo), proteção à 
propriedade privada etc. 
• As eleições foram estabelecidas como 
indiretas, e o direito ao voto era censitário, 
ou seja, foram estabelecidos critérios de renda para 
determinar quem teria direito ao voto. Além desses 
critérios, foi estabelecido que somente homens livres e 
com mais de 25 anos poderiam votar. 
• A constituição também garantiu alguns direitos individ-
uais importantes, como tolerância religiosa (foi 
permitido o culto privado a outras. 
As posturas autoritárias de D. Pedro I geraram forte 
insatisfação, principalmente entre as elites do 
Nordeste. Essa insatisfação foi intensificada nessa 
região com a influência de Cipriano Barata e Joaquim do 
Amor Divino, também conhecido como frei Caneca. Eles 
veiculavam suas críticas ao imperador em jornais que 
circulavam em Pernambuco, chamados Sentinela da 
Liberdade (Cipriano Barata) e Tífis Pernambucano (frei 
Caneca). 
Além do autoritarismo do imperador, os altos impostos e 
os impactos ideológicos que a Revolução Per-
nambucana de 1817 ainda geravam nessa região le-
varam a província de Pernambuco a uma nova rebe-
lião: a Confederação do Equador. Essa revolta iniciou-
se em 2 de julho de 1824 e foi liderada por frei Caneca e 
Manoel de Carvalho Paes de Andrade. 
A Confederação do Equador, assim como a Revolução 
Pernambucana, possuía caráter separatista e defendia o 
republicanismo. Essa revolta espalhou-se por outras 
regiões do Nordeste brasileiro, como as províncias da 
Paraíba, do Ceará e do Rio Grande do Norte. Em 
setembro de 1824, as tropas imperiais já haviam 
retomado Recife e controlado essa revolta. Os 
envolvidos foram duramente reprimidos, e frei Caneca, por 
exemplo, foi executado. 
Além da Confederação do Equador, outra revolta 
eclodiu na Cisplatina, província ao sul que havia sido 
integrada por D. João VI ao invadir a região e derrotar 
José Artigas na década de 1810. A revolta na Cisplatina 
declarava a separação dessaregião do Brasil e sua 
anexação às Províncias Unidas do Rio da Prata (atual 
Argentina). Isso deu início, em 1825, a um conflito 
conhecido como Guerra da Cisplatina. 
Esse acordo foi visto como uma derrota, pois o Brasil não 
conseguiu retomar o controle sobre a Cisplatina. Além 
disso, o envolvimento do Brasil nessa guerra preju-
dicou enormemente a economia, e a soma dos fatores 
232
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
(autoritarismo político, derrota na guerra e crise econômi-
ca) resultou no enfraquecimento da posição de D. Pedro I. 
A abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro em favor de 
seu filho deu início a um período da história brasileira 
conhecido como Período Regencial, no qual Pedro de 
Alcântara tinha apenas cinco anos e, portanto, não 
tinha idade legal para assumir o trono brasileiro. 
 
Período Regencial (1831-1840) 
Período Regencial 
 
O Período Regencial brasileiro, como vimos, começou 
em 1831 e estendeu-se até 1840, quando a maioridade de 
D. Pedro II foi antecipada para que ele assumisse o trono 
do Brasil. Nesse período destacou-se a atuação de três 
grupos políticos que, ao longo da regência, foram 
transformando-se nos dois grupos que dividiram a políti-
ca brasileira no Segundo Reinado. Os grupos políticos 
do Período Regencial eram: 
o Liberais exaltados: os liberais exaltados eram defen-
sores do federalismo, ou seja, de conceder mais 
autonomia as províncias brasileiras. Os membros des-
se grupo dividiam- se entre monarquistas e republi-
canos. Um representante influente dos exalta-
dos era Cipriano Barata. 
o Liberais moderados: os liberais moderados eram 
monarquistas que sustentavam a coroação de D. 
Pedro II, no entanto, defendiam a restrição dos po-
deres imperiais. Um representante influente dos 
moderados era Padre Diogo Antônio Feijó. 
o Restauradores: os restauradores eram monar-
quistas que defendiam o retorno de D. Pedro I para o 
trono brasileiro. 
 
Regências trinas 
 
Durante as regências trinas, algumas ações 
importantes foram tomadas, como a criação do Código de 
Processo Criminal em 1832 que, entre muitas de-
terminações, ampliou os poderes dos juízes de paz e, 
além disso, determinou o uso de júri no julgamento de 
crimes mais graves e criou o habeas corpus – um me-
canismo jurídico que permite o réu responder por seu 
crime em liberdade. 
Outra ação de importância foi a criação da Guarda 
Nacional em 1831, que possibilitou aos cidadãos 
formar um corpo armado para conter os excessos 
governamentais e as rebeliões que pudessem 
acontecer. A jurisdição da Guarda Nacional era 
municipal, e ela era composta por todos os cidadãos 
que tinham direito ao voto entre 21 e 60 anos. 
A decisão mais importante tomada nesse período foi a 
aprovação do Ato Adicional em 1834. Esse ato foi 
considerado uma vitória dos liberais exaltados, pois 
promoveu uma série de emendas na Constituição de 
1824 e concedeu maior autonomia para as 
províncias brasileiras. Alguns historiadores afirmam que 
o Ato Adicional de 1834 iniciou uma breve ex-
periência republicana no Brasil monárquico. 
Com essa medida, foi determinado que o Poder 
Moderador não teria validade durante o período das 
regências e que o Conselho de Estado do Imperador 
seria abolido. A mudança mais importante permitiu o 
surgimento de Assembleias Provinciais, as quais teri-
am atribuições que até então não existiam. Assim, foi 
permitido, por exemplo, que as províncias criassem impos-
tos locais e nomeassem e demitissem fun-
cionários públicos. 
A delegação de maiores poderes para as províncias 
brasileiras fortaleceu as disputas políticas locais, e isso 
contribuiu consideravelmente para que uma série de 
rebeliões provinciais acontecesse. Essas rebeliões 
possuíam motivações específicas relacionadas ao 
contexto político-social da própria província. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regências Unas 
233
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
Com a aprovação do Ato Adicional em 1834, também foi 
determinada a substituição da regência trina por uma 
regência una. A escolha do representante da regên-
cia brasileira foi feita em eleições que definiram o Padre 
Feijó como primeiro regente do Brasil. Padre Feijó man-
teve-se na função até 1837, quando renunciou ao 
cargo, forçando novas eleições. Entre as possíveis 
causas de sua renúncia, estavam as pressões polí-
ticas e problemas de saúde. 
As novas eleições determinaram a vitória de Pedro de 
Araújo Lima como segundo – e último – regente. 
Durante o período da regência de Araújo Lima, 
aconteceu o conhecido “regresso”, que caracterizou o 
crescimento da ala dos conservadores na política 
brasileira. Com isso, algumas medidas em vigor, como a 
descentralização do poder, foram revertidas. Nesse 
período das regências unas, consolidou-se uma im-
portante modificação no quadro político brasileiro. Os 
grupos políticos sofreram mudanças e foram 
redefinidos como liberais e conservadores. O 
primeiro era formado pela mescla de moderados e 
exaltados, e o segundo era formado por moderados e 
restauradores. 
A ascensão política dos conservadores fez com que os 
liberais criassem um discurso político que defendia a 
antecipação da maioridade de D. Pedro II, para que ele 
pudesse assumir mesmo com menos de 18 anos de 
idade. Esse discurso foi aceito pela elite econômica e 
política do país que promoveu o conhecido Golpe da 
Maioridade. Assim, em 1840, a maioridade de D. 
Pedro foi antecipada e ele foi coroado com apenas 14 
anos. Esse fato marcou o início do Segundo Reinado. 
 
Segundo Reinado 
Política 
 
Na política, o Segundo Reinado foi marcado pelo 
retorno do Poder Moderador. Logo após a abdicação de 
Dom Pedro I e na impossibilidade de Dom Pedro II as-
sumir o trono por conta da sua pouca idade, o Poder 
Moderador foi suspenso durante o Período Regencial, 
pois, de acordo com a Constituição de 1824, apenas o 
imperador poderia exercê-lo. Com o Golpe da 
Maioridade e a coroação de Dom Pedro II, o Poder 
Moderador voltou a ser exercido até a Proclamação da 
República em 1889. Dessa forma, consolidavam-se a 
centralização política e o fortalecimento da figura do 
imperador. 
O Parlamento foi o grande local de debates durante o 
Segundo Reinado. Dois partidos políticos dominavam a 
cena política: conservadores e liberais. Seus 
representantes não tinham diferenças ideológicas. 
Assim, não importava se o Parlamento fosse dominado por 
conservadores ou liberais, pois havia disputas apenas 
por prestígio e vantagens políticas. 
O Parlamento brasileiro buscava inspiração na 
Inglaterra. Todavia, o Poder Moderador concedia a 
Dom Pedro II interferir no Conselho de Estado e 
também dissolver o Parlamento. Isso era o oposto do 
Parlamento britânico, no qual o rei não interferia nas 
atividades parlamentares. Por essa razão, essa forma de 
governo no Brasil ficou conhecida como 
“parlamentarismo às avessas”. 
 
Economia 
 
A economia permaneceu durante o período imperial 
como agroexportadora, ou seja, atendendo às 
necessidades do mercado europeu. Em meados do 
século XIX, um produto começou a ser exportado de 
forma mais intensa: o café. Plantado primeiramente na 
região do Vale do Paraíba (entre as províncias de São 
Paulo e Rio de Janeiro), a exportação do café ocupou 
espaço na economia brasileira do Segundo Reinado, 
gerando lucros para os cafeicultores. A mão de obra 
utilizada era a escrava. Com o êxito das lavouras de 
café, aumentou a movimentação de escravos da região 
Nordeste e das minas de ouro para a região do Vale do 
Paraíba. 
A partir de 1850, o café expandiu-se para a região do 
Oeste Paulista, tornando-se o maior produtor de café do 
Império. Ao contrário das lavouras do Vale do Paraí-
ba, o café plantado no Oeste Paulista contou com a mão 
de obra imigrante. Inúmeros europeus vieram para o 
234Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
Brasil em busca de melhores condições de vida e es-
tabeleceram-se em São Paulo. Esses imigrantes fugiam 
dos conflitos sociais e guerras relativos à unificação 
alemã e italiana. 
Essa mão de obra tinha mais qualificação do que a 
escrava e isso foi fundamental para o êxito da produção 
cafeeira da região. A partir desse momento, a província de 
São Paulo passou a se destacar no cenário do Se-
gundo Império. O café, ao longo do século XIX, tor-
nou-se a principal atividade econômica do Brasil, mas 
não era a única. Mesmo em menor número, ainda havia a 
produção de açúcar, exploração do ouro e outras ati-
vidades econômicas secundárias. 
Além disso, havia projetos de investimento em outros 
ramos econômicos, como a indústria. Irineu Evangelista de 
Sousa, o Barão de Mauá, procurou meios para 
desenvolver a indústria no Brasil, mas não conseguiu 
superar o domínio do café. Mauá foi pioneiro na 
indústria e também na construção de ferrovias, que 
foram utilizadas no transporte do café até o Porto de 
Santos, onde o produto era exportado para a Europa. 
 
Sociedade 
 
A sociedade brasileira do Segundo Império passava por 
transformações. A maioria da população ainda vivia no 
campo, mas as cidades começavam a receber maior 
número de habitantes. Os donos de lavouras de café 
ganhavam prestígio social e aproximavam-se do 
imperador, que os agraciava com títulos de nobreza. A 
vinda de imigrantes trouxe também mudanças para a so-
ciedade brasileira, como a influência cultural e políti-
ca, aumentando consideravelmente a presença europe-
ia em nosso território. Além disso, a chegada do imigrante 
foi substituindo gradativamente a mão de obra 
escrava. O Parlamento brasileiro, ao longo da segunda 
metade do século XIX, aprovou leis que proibiam o 
tráfico negreiro (Lei Eusébio de Queiroz) e libertou o 
escravo recém-nascido (Lei do Ventre Livre). Era uma 
sociedade mais informada. Vários jornais começaram a 
circular pelo Rio de Janeiro informando notícias, mas 
também disseminando ideias republicanas e aboli-
cionistas. Porém, ainda era uma sociedade herdeira das 
características coloniais: elitista e escravocrata. 
 
Abolição da escravidão 
 
Foi no Segundo Reinado que a abolição da escravidão 
teve ampla discussão e sua concretização. Intelectuais, 
jornalistas e políticos, como Joaquim Nabuco, Rui 
Barbosa, José do Patrocínio, André Rebouças, 
discutiam o fim da escravidão em jornais, discursos no 
Parlamento e em praça pública. O Parlamento 
acabaram com a escravidão. Porém, elas tinham suas 
limitações, como se observa a seguir: 
o Lei Eusébio de Queiros (1850): aboliu o tráfico negreiro 
no Brasil. Buscava impedir a chegada de navios vindos da 
África com negros para o trabalho escravo. Como o tráfi-
co negreiro era muito lucrativo, a lei demorou a ter o seu 
efeito esperado e motivou o deslocamento de 
escravos dentro do Império brasileiro. Os que estavam 
no Nordeste eram vendidos para os senhores do Vale 
do Paraíba que estavam investindo na lavoura de café. 
o Lei do Ventre Livre (1871): o recém-nascido de escrava 
era liberto, mas, enquanto não completasse 21 
anos de idade, estava sob tutela e trabalhando para o 
seu senhor. 
o Lei do Sexagenário (1885): dava liberdade aos escra-
vos com mais de 65 anos. Porém, o número de 
escravos que chegavam a tal idade era bastante reduzido. 
o Lei Áurea (1888): aboliu definitivamente a 
escravidão no Brasil, mas sem diretrizes para inserir o 
escravo liberto na sociedade. 
A abolição da escravidão foi um dos fatores que 
determinaram a queda do Império em 1889. Dom Pedro II 
perdeu o apoio dos cafeicultores, que tiveram de liber-
tar os escravos após a assinatura da Lei Áurea e não 
receberam nenhuma indenização por parte do governo 
central. 
 
Fim do Segundo Reinado 
O Segundo Reinado começou a entrar em crise 
principalmente após a Guerra do Paraguai. Foram 
235
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
vários fatores que levaram à queda de Dom Pedro II em 
1889. 
 
Questão military 
Após a vitória na Guerra do Paraguai e influenciados 
pelos ideais do positivismo, os militares, em especial os do 
Exército, decidiram participar ativamente da política bra-
sileira. Foram criados Clubes Militares, que 
discutiam a crise vivida pelo Segundo Reinado, os 
ideais republicanos e as ideias positivistas. Dom Pedro II, 
utilizando as prerrogativas do Poder Moderador, man-
dou fechar esses clubes. Essa censura imperial fez com 
que os militares se organizassem para derrubar Dom 
Pedro II do poder. 
 
Questão da Igreja 
A Constituição de 1824, que vigorou durante todo o 
período imperial, dizia que a religião oficial do Brasil era a 
católica. Porém, era comum haver conflito entre “o trono 
e o altar”. Decretos eclesiásticos só entravam em vigor no 
território brasileiro desde que o imperador autorizasse. 
O Papa Pio IX emitiu um decreto reafirmando o 
poder da Igreja e do papa sobre o mundo. Esse de-
creto chegou ao Brasil, e os católicos buscaram atitudes 
mais rígidas que reforçassem a disciplina religiosa. 
Dom Vital, bispo de Olinda, na província de Pernam-
buco, decidiu proibir a entrada de maçons nas irm-
andades religiosas. Alguns ocupantes de cargos de 
destaque do Império eram maçons, como o Visconde de 
Rio Branco, que presidia o Conselho de Ministros. Dom 
Vidal foi preso, acusado de “rebeldia”, mas foi solto dias 
depois. Essa crise abalou o apoio eclesiástico a Dom 
Pedro II. 
 
Questão escravista 
A abolição da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de 
maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Porém, os 
escravos foram libertos sem que os donos de fazen-
da de café fossem indenizados por causa da 
abolição. Isso fez com que os cafeicultores| 
abandonassem Dom Pedro II e apoiassem a causa 
republicana. Esses cafeicultores que abandonaram o 
apoio a Dom Pedro II nos últimos momentos do 
Segundo Reinado foram apelidados na época de 
“republicanos de última hora”. A República no Brasil foi 
proclamada em 15 de novembro de 1889. Tropas do 
Exército lideradas pelo Marechal Deodoro da Fonseca 
depuseram Dom Pedro II, e a família imperial foi exilada na 
Europa. Segundo relatos da época, muitos viram a mo-
vimentação das tropas como um mero desfile militar. Já o 
jornalista Aristides Lobo conseguiu resumir muito bem o 
que foi o 15 de novembro de 1889: “O povo assistiu 
bestializado”. 
 
QUESTÕES 
 
1) O Bloqueio Continental, em 1807, que ocasionou a vin-
da da família real portuguesa para o Brasil, e a abertura 
dos portos, em 1808, foram fatos significativos para: 
 
A) início das disparidades econômicas entre as regiões da 
colônia. 
B) a Revolução Industrial no Brasil. 
C) a consolidação da nacionalidade brasileira. 
D) processo de emancipação política. 
E) a constituição do ideário federalista. 
 
 
2) O Tratado de Comércio e Navegação, foi assinado em 
1810, entre Brasil e Inglaterra, e determinava: 
 
A) fim do tráfico negreiro. 
B) a abolição da escravidão. 
C) fechamento dos portos. 
D) as tarifas alfandegárias. 
E) a suspensão das importações. 
 
 
3) Leia
 
a
 
charge:
 
 
 
 
 
236
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
 
BECK, A. “Armandinho” Diário Catarinense. Edição de 5 set. 2017. 
Disponível em: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/ 
notícia/2017/09/confi ra-a-tirado-armandinho- desta-terca-feira-
9887947html>. Acesso em:
 
9 jul.
 
2018.
 
No
 
contexto
 
da
 
independência
 
brasileira,
 
a
 
charge
 
ironiza
 
o(a):
 
 
A) influência econômica inglesa sobre o Brasil. 
B) imperialismo dos EUA sobre a América do Sul. 
C) controle napoleônico sobre Portugal. 
D) domínio brasileiro sobre a Província Cisplatina. 
E) vigência da União Ibérica. 
 
 
4) A nossa independência ainda não foi proclamada. 
Frase típicade D. João VI: − Meu filho, põe essa coroa na 
tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça. Ex-
pulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bra-
gantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte. Con-
tra a realidade social, vestida e opressora, ca-
dastrada por Freud − a realidade sem complexos, sem 
loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matri-
arcado de Pindorama. (ANDRADE, Oswald de. Manifesto An-
tropófago. Revista de Antropofagia, n. 1, ano 1, maio de 1928. Apud SCHWARTZ, Jorge (org). 
Vanguardas latino-americanas. Polêmicas, manifestos e textos críticos. São Paulo: 
Edusp/ Iluminuras/ Fapesp, 1995, p. 147) 
 
Entre os fatores que contribuíram para que D. Pedro I 
proclamasse a Independência do Brasil, havia 
 
A) a pressão exercida pelas correntes positivistas e os 
movimentos tenentistas, exigindo que o Brasil, de forma 
semelhante aos países vizinhos, aderisse ao regime 
republicano, em prol da ordem e do progresso. 
B) a articulação política entre militares, a elite ilustrada e 
alguns políticos ligados ao Partido Liberal, motivada pela 
insatisfação com a histórica subordinação do Brasil a 
Portugal. 
C) a mobilização da elite portuguesa, após a Revolução 
Liberal do Porto, pressionando o príncipe regente para 
que regressasse a sua terra natal e para que o Brasil 
voltasse à condição colonial. 
D) o impacto do crescimento de movimentos populares 
independentistas, a exemplo da Confederação do 
Equador, em Pernambuco, e da Cabanagem, no Grão- 
Pará, que tiveram grande repercussão nacional. 
E) a rejeição nacional à monarquia da coroa portuguesa e 
à escravidão, uma vez que os países vizinhos ao Brasil 
já eram repúblicas e haviam abolido o trabalho escravo. 
 
 
5) As elites coloniais, influenciadas pelo liberalismo, 
organizaram os movimentos de independência na 
América Latina. Após esses movimentos, uma 
característica que diferenciou o Brasil foi: 
 
A) a abolição imediata da escravidão. 
B) a manutenção da unidade territorial. 
C) a realização de ampla reforma agrária. 
D) o fim da dependência econômica à Inglaterra. 
E) o controle do governo pelas classes populares. 
 
 
6) (Enem 2014) A transferência da corte trouxe para a 
América Portuguesa a família real e o governo da 
Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do 
aparato administrativo português. Personalidades 
diversas e funcionários régios continuaram 
embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus 
empregos e dos seus parentes após o ano de 1808. 
(NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da 
vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 
1997) 
 
Os fatos apresentados se relacionam ao processo de 
independência da América Portuguesa por terem: 
 
A) incentivado o clamor popular por liberdade. 
B) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana. 
C) motivado as revoltas escravas contra a elite colonial. 
D) obtido o apoio do grupo constitucionalista português. 
E) provocado os movimentos separatistas das 
províncias. 
 
 
237
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
7) Leia o esquema a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A partir da análise do quadro e tendo em vista o 
contexto do Brasil no I Império, é possível classificar o 
voto, naquele período, como 
 
A) censitário, amplo, indireto e irrestrito. 
B) universal, masculino, direto e representativo. 
C) censitário, masculino, indireto e em dois graus. 
D) universal, apartidário, direto e em quatro graus. 
 
 
8) Considere as afirmações abaixo sobre o Período 
Imperial brasileiro (1822-1889): 
I. Primeiro Reinado caracterizou-se pelos constantes 
conflitos entre o Imperador e as elites do País, tendo em 
vista que D. Pedro I praticamente governou de forma auto-
ritária, desconsiderando o Legislativo. 
II. Durante o Período Regencial, os governantes deixa-
ram de ser hereditários e passaram a ser selecio-
nados por eleições, o que leva a historiografia a consider-
ar essa fase como sendo a primeira experiência 
republicana no País, pois os regentes eram escolhidos pelo 
voto universal direto. 
III. O Segundo Reinado foi um período de 
grande estabilidade política da história impe-
rial, pois o imperador D. Pedro II ficou quase 
50 anos no poder, governando com o apoio de 
um só partido, o Partido Conservador. 
IV. Dentre os fatores que contribuíram para a crise 
do regime imperial, podemos elencar o 
conflito do Imperador com o Exército, a crise en-
tre a monarquia e a Igreja e, por fim, a abolição da 
escravidão, que levou a elite cafeeira a 
romper politicamente com a monarquia. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas 
 
A) I e III. 
B) I e IV. 
C) II e III. 
D) I, II e IV. 
E) II, III e IV. 
 
 
9) A Confederação do Equador de 1824 é um marco na 
luta social contra o absolutismo monárquico. Amplas 
camadas da população local participaram do conflito. 
Comerciantes, padres, militares, negros e pardos, e até 
senhores de engenho se envolveram no conflito que 
opôs setores da população pernambucana à Monarquia de 
D. Pedro I. Sobre os pensamentos que funda-
mentaram a luta dos revoltosos, é CORRETO afirmar 
que foram ideias 
 
 
A) liberais e constitucionalistas, oriundas dos princípios 
iluministas então em expansão na Europa e nos 
Estados Unidos. 
B) absolutistas moderadas, uma vez que os revoltosos 
ainda pensavam em manter a monarquia, desde que 
constitucional e respeitando a autonomia provincial. 
C) socialistas, o que justifica a presença expressiva de 
negros e pardos e de padres sensíveis às injustiças 
sociais e ao racismo. 
D) inspiradas na Igreja Católica Romana, instituição 
que, naquele momento, procurava distanciar-se das 
monarquias europeias, o que justifica a participação de 
padres. 
E) anarquistas, por isso defendiam, além da derrubada do 
governo monárquico e absolutista, o fim da 
escravidão em terras pernambucanas. 
238
 Ensino de qualidade focado em concursos. 
 
 
 
10) Três momentos distintos marcaram o período 
monárquico Brasil: Primeiro Reinado, Período 
Regencial e Segundo Reinado. Dentre os fatos 
significativos que marcaram cada momento, pode-se 
destacar, respectivamente, 
 
A) Constituição de 1824; abdicação de D. Pedro I; e 
Guerra da Cisplatina. 
B) Guerra do Paraguai; governo de Dom Pedro I; e 
Constituição de 1824. 
C) Guerra do Paraguai; Constituição de 1824; e Guerra 
do Paraguai. 
D) Confederação do Equador; revoltas deflagradas; e 
Guerra do Paraguai. 
E) abdicação de D. Pedro I; Constituição de 1824; e as 
revoltas deflagradas. 
 
GABARITO 
 
1 - 
D 
2 - 
D 
3 - 
A 
4- 
C 
5 - 
B 
6 - 
B 
7 - 
C 
8 - 
B 
9 - 
A 
10 - 
D 
 
 
BRASIL REPUBLICANO A organização 
política e econômica do Estado 
republicano
 
 
 
O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a 
República Velha. Este período da História do Brasil é 
marcado pelo domínio político das elites agrárias 
mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um 
país exportador de café, e a indústria deu um signifi-
cativo salto. Na área social, várias revoltas e prob-
lemas sociais aconteceram nos quatro cantos do territó-
rio brasileiro. 
 
A República da Espada (1889 a 1894) 
Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a 
Proclamação da República, liderada pelo Marechal 
Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi 
governado por militares. Deodoro da Fonseca tornou-
se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou 
e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixo-
to. 
O militar Floriano, em seu governo, intensificou a 
repressão aos que ainda davam apoio à monarquia. Após 
o início da República havia a necessidade da elabo-
ração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda 
seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891 
garantiu alguns avanços políticos, embora apresen-
tasse algumas limitações, poisrepresentava os interesses 
das elites agrárias do pais. A nova constituição 
implantou o voto universal para os cidadãos (mul-
heres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam 
de fora). A constituição instituiu o presidencialismo e o 
voto aberto. 
 
República das Oligarquias 
O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo 
governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. 
Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido 
Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano 
Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as 
eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. 
Contavam com o apoio da elite agrária do país. 
Dominando o poder, estes presidentes implementaram 
políticas que beneficiaram o setor agrário do país, 
principalmente, os fazendeiros de café do oeste 
paulista. 
Surgiu neste período o tenentismo, que foi um 
movimento de caráter político-militar, liderado por 
tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. 
Defendiam a moralidade política e mudanças no 
sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e 
transformações no ensino público do país. A Coluna 
Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana 
foram dois exemplos do movimento tenentista. 
 
Política do Café-com-Leite 
A maioria dos presidentes desta época eram politicos de 
Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os 
239

Continue navegando