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Hipertensão Arterial Sistêmica

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Beatriz Machado de Almeida 
 Internato – 9º semestre 
1 
CONCEITO 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma 
condição clínica multifatorial caracterizada por: 
níveis elevados e sustentados de pressão arterial – 
PA (PA ≥140 x 90mmHg). Associa-se, 
frequentemente, às alterações funcionais e/ou 
estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins 
e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com 
aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais 
e não fatais. 
RASTREAMENTO 
Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, quando 
vier à Unidade Básica de Saúde (UBS) para consulta, 
atividades educativas, procedimentos, entre outros, e 
não tiver registro no prontuário de ao menos uma 
verificação da PA nos últimos dois anos, deverá tê-
la verificada e registrada. * 
EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA 
• Prevalência média no Brasil de 21,4 a 32,3% da 
população total. 
• Primária ou essencial (90-95% dos casos) e 
secundária (5-10%) dos casos. A principal causa 
secundária é a doença parenquimatosa renal. 
FATORES DE RISCO 
• Idade (65); 
• Sexo feminino; 
• Negros; 
• Sobrepeso e obesidade; 
• Apneia obstrutiva do sono; 
• Sedentarismo; 
• Excesso de sal e álcool e baixo consumo de 
potássio e cálcio; 
• Fatores socioeconômicos; 
• Fatores genéticos. 
QUADRO CLÍNICO 
• Doença geralmente ASSINTOMÁTICA. 
• Manifestações de LOA. 
• Emergência (COM LOA) ou urgência (SEM LOA) 
hipertensiva: crise hipertensiva (PA>= 
180X120mmHg). 
DIAGNÓSTICO 
• Média de 02 medidas em, pelo menos, 02 
consultas: >= 140x90 mmHg (Diretriz Americana 
>= 130x80 mmHg); 
• PA >= 180X110 mmHg; 
• MAPA: 
❖ >= 130X80 mmHg (24 H) 
❖ >= 135x85 mmHg (vigília) 
❖ >= 120x70 mmHg (sono) 
• MRPA: >= 135X85 mmHg (médias >= 130x80 
mmHg) – 06 medidas ao dia (03 pela manhã e 03 
a noite) durante 05 dias; 
• Presença de LOA. 
INDICAÇÕES PARA MAPA OU MRPA: 
• A pesquisa de HA do avental branco é mais comum, 
particularmente nas seguintes situações: 
❖ HÁ estágio 1 no consultório. 
❖ Elevação acentuada da PA no consultório, com 
ausência de LOA. 
• A pesquisa de HA mascarada é mais comum, 
particularmente nas seguintes situações: 
❖ Pré-hipertensão no consultório. 
❖ PA normal no consultório em pacientes com LOA 
ou com alto risco cardiovascular. 
• Confirmação do diagnóstico de HA resistente. 
• Avaliação do controle da HA, especialmente em 
pacientes de alto risco cardiovascular. 
• Indivíduos com resposta exacerbada da PA ao 
exercício. 
• Presença de grande variabilidade da PA no 
consultório. 
• Avaliação de sintomas sugestivos de hipotensão 
durante o tratamento. 
 
• Indicações específicas para MAPA: 
❖ Avaliação da PA durante o sono e/ou descenso 
vigília/sono (ex. suspeita de HA noturna, apneia 
Hipertensão Arterial Sistêmica 
 Beatriz Machado de Almeida 
 Internato – 9º semestre 
2 
obstrutiva do sono, doença renal crônica, 
diabetes, HA endócrina ou disfunção autonômica). 
❖ Investigação de hipotensão postural e pós-
prandial em pacientes não tratados e tratados. 
CLASSIFICAÇÃO 
DIRETRIZ BRASILEIRA DE HAS 
Aferições PA sistólica 
(mmHg) 
PA diastólica 
(mmHg) 
PA ótima <120 <80 
PA normal 120-129 80-84 
Pré-hipertensão 130-139 85-89 
HAS estágio 1 140-159 90-99 
HAS estágio 2 160-179 100-109 
HAS estágio 3 >=180 >=110 
Hipertensão 
sistólica isolada 
>=140 <90 
DIRETRIZ AMERICANA 
Categoria PA PA sistólica 
(mmHg) 
PA diastólica 
(mmHg) 
Normal <120 <80 
Elevada 120-129 <80 
HAS estágio 1 130-139 80-89 
HAS estágio 2 >=140 >=90 
RASTREAMENTO 
 
• Importante: Sinais de crise hipertensiva: 
❖ Cefaleia (dor de cabeça); 
❖ Alterações visuais; 
❖ Déficit neurológico (diminuição da força 
muscular/dormência); 
❖ Dor precordial (dor no peito); 
❖ Dispneia (falta de ar). 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE HIPERTENSO 
• Anamnese e exame físico completos. 
• Exames considerados de rotina para o paciente 
hipertenso: variam de acordo com a fonte. 
 
 
PRINCIPAIS EXAMES EM POPULAÇÕES INDICADAS 
• Radiografia de tórax: comprometimento 
cardíaco e/ou pulmonar. 
• Ecocardiograma: indícios de HVE no ECG ou 
suspeita clínica de IC. 
• Albuminúria: hipertensos diabéticos com 
síndrome metabólica ou com dois ou mais fatores 
de risco. 
• USG de carótidas: presença de sopro carotídeo, 
sinais de doença cerebrovascular ou doença 
aterosclerótica em outros territórios. 
• Teste ergométrico: suspeita de doença 
coronariana estável, diabético ou antecedente 
familiar para doença coronariana em paciente 
com PA controlada. 
• RM do cérebro: indicada em pacientes com 
distúrbios cognitivos e demência para detectar 
infartos silenciosos e micro-hemorragias. 
• Velocidade de Onda de Pulso: indicada em 
hipertensos e baixo e médio risco, sendo 
considerado um método útil para avaliação da 
rigidez arterial, ou seja, do dano vascular. 
 
 Beatriz Machado de Almeida 
 Internato – 9º semestre 
3 
RISCO CARDIOVASCULAR 
ESCORE DE FRAMINGHAM 
• O que é? Escore que avalia o risco de eventos 
cardiovasculares em 10 anos, com base em dados 
clínicos e laboratoriais. 
• Indicações de uso: avaliação do risco 
cardiovascular em pacientes de 30-74 anos, sem 
doença cardiovascular de base. 
• Como interpretar? O resultado fornecido pela 
calculadora indica o risco de eventos 
cardiovasculares em 10 anos. Por eventos 
cardiovasculares, entende-se morte de etiologia 
coronariana, infarto do miocárdio, insuficiência 
coronariana, angina, AVC isquêmico, AVC 
hemorrágico, AIT, doença arterial periférica, 
insuficiência cardíaca. 
 
• Sexo (masculino, feminino); 
• Idade (anos); 
• PA sistólica (mmHg); 
• Colesterol total (mg/dL); 
• HDL (mg/dL); 
• Em uso de medicamento para HAS (simXnão); 
• Tabagista (simXnão); 
• Diabetes presente (simXnão); 
• Estratificação do risco: 
❖ <10%: baixo risco. 
❖ 10-20%: risco moderado. 
❖ >20%: alto risco. 
Limitações: não serve para estimar risco de eventos 
cardiovasculares em pacientes com histórico prévio 
de doença cardiovascular, considerados como de alto 
risco para eventos cardiovasculares. 
RC – DIRETRIZ BRASILEIRA DE HAS 
 
 
RC – DIRETRIZ AMERICANA 
 
LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO (LOA) 
• Coração: HVE, IC (sistólica e/ou diastólica), 
doença coronariana (DAC). 
• Cérebro: AVE, declínio cognitivo e demência. 
• Rim: Doença renal crônica (nefropatia 
hipertensiva). 
• Retinopatia hipertensiva: 
 Classificação de Keith-Wagener: 
❖ Grau I: estreitamento 
arteriolar. 
❖ Grau II: cruzamento 
AV patológico. 
❖ Grau III: manchas 
algodonosas, hemorragias 
em chama de vela. 
❖ Grau IV: papiledema. 
OBS: graus I e II → doença crônica; graus III e IV 
→ doença aguda. 
TRATAMENTO 
• Meta pressórica: 
❖ <140X90mmHg. 
❖ <130X80mmHg (alto risco: DM, LOA ou síndrome 
metabólica/diretriz americana). 
 Beatriz Machado de Almeida 
 Internato – 9º semestre 
4 
 
NÃO MEDICAMENTOSO 
• Cessação do tabagismo; 
• Dieta tipo DASH e semelhantes; 
• O consumo de sódio deve ser restrito a 2 g/dia, 
com substituição de cloreto de sódio por cloreto 
de potássio, se não existirem restrições; 
• O peso corporal deve ser controlado para a 
manutenção de IMC <25 kg/m2; 
• Realizar, pelo menos, 150 minutos por semana de 
atividade física moderada. Deve ser estimulada 
ainda a redução do comportamento sedentário, 
levantando-se por 5 minutos a cada 30 minutos 
sentado. 
MEDICAMENTOSO 
 
• PA 130-139 e/ou 85-89mmHg (pré-hipertensão) 
de risco alto; estágio 1 de risco baixo; muito 
idosos e/ou frágeis → monoterapia. Avaliar 
combinação de dois fármacos. 
• HA estágio 1 de risco moderado e alto; HA 
estágios 2 e 3 → combinação de dois fármacos. 
 
• Monoterapia: DIU, BCC, IECA, BRA, BB 
(indicações específicas, tais como: IC, pós-IAM, 
angina, controle da FC, mulheres jovens com 
potencial para engravidar, em geral em 
combinação com outros fármacos). 
• Combinação de dois fármacos: IECA ou BRA + 
BCC ou DIU. 
• Combinação de três fármacos: IECA ouBRA + 
BCC + DIU. 
• Quarto fármaco: Espironolactona. 
• Adição de mais fármacos: BB, simpatolíticos 
centrais, alfabloqueadores, vasodilatores. 
 
Importante: NÃO ASSOCIAR IECA E BRA. 
TRATAMENTO – DIRETRIZ BRASILEIRA DE 
HIPERTENSÃO ARTERIAL 2020. 
• Início de intervenções no estilo de vida: 
❖ Todos os estágios de hipertensão e pressão 
arterial 130-139/85-89 mmHg (pré-
hipertensão). 
 
• Início de terapia farmacológica: 
❖ Hipertensos estágios 2 e 3. Ao diagnóstico. 
❖ Hipertensos estágio 1 de moderado a alto risco 
cardiovascular. Ao diagnóstico. 
❖ Hipertensos estágio 1 e risco cardiovascular 
baixo; indivíduos com PA 130-139/85-89mmHg 
e DCV preexistente ou alto risco cardiovascular: 
aguardar 3 meses pelo efeito de intervenções 
no estilo de vida. 
❖ Hipertensos idoso frágeis e/ou muito idosos se 
PAS >=160mmHg. 
❖ Hipertensos idosos hígidos se PAS>= 140 mmHg. 
❖ Indivíduos com PA 130-139/85-89 mmHg sem 
DCV preexistente e risco cardiovascular baixo 
ou moderado: não recomendado. 
ANTI-HIPERTENSIVOS DE 1º LINHA 
IECA E BRA 
• IECA (¨pril¨) / BRA (¨sartan¨): 
• Indicações: jovens, brancos; doença renal, IC, 
IAM; nefroprotetora. 
• Efeitos adversos: IRA, HIPERpotassemia: não 
usar de Cr>3 (relativa); K>5,5 ou estenose 
bilateral da artéria renal; IECA: tosse e 
angioedema. BRA: exantema (raro). 
 Beatriz Machado de Almeida 
 Internato – 9º semestre 
5 
TIAZÍDICO 
• Clortalidona, hidroclorotiazida. 
• Indicações: negro, idoso, osteoporose. 
• Efeitos adversos: 4 HIPO: hipovolemia, 
hipopotassemia, hiponatremia, hipomagnesemia 
/ 3 HIPER: hiperglicemia, hiperlipidemia, 
hiperuricemia (não usar na gota). 
BCC 
• Vasos (¨dipinas¨)/Coração (diltiazem, verapamil). 
❖ Di-hidropiridínicos: anlodipino, nifedipino ... 
❖ Não di-hidropiridinícos: difenilaquilaminas 
(verapamila) e as benzotiazepinas (diltiazem). 
• Indicações: negro, idoso, arteriopatia 
periférica, fibrilação atrial. 
• Efeitos adversos: cefaleia latejante, edema 
maleolar (mais comum), bradicardia, IC, 
tontura. Ps. O rubor facial é mais comum com os 
BCC di-hidropiridínicos. A hipercromia do terço 
distal das pernas (dermatite ocre) e a hipertrofia 
gengival são efeitos adversos ocasionais. 
ANTI-HIPERTENSIVOS – 2º LINHA 
• Betabloqueadores (IC, enxaquecas, pós IAM). 
❖ Efeitos adversos: broncoespasmo, bradicardia, 
distúrbios da condução atrioventricular, 
vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, 
depressão, astenia e disfunção sexual. 
❖ São contraindicados em pacientes com asma, 
DPOC e BAV de 2 e 3º. 
 
• Metildopa (simpatolítico de ação central) e 
hidralazina (vasodilatador direto): gestantes. 
❖ Efeitos adversos da hidralazina: cefaleia, 
flushing, taquicardia reflexa e reação lúpus-like 
(dose dependente). Anorexia, náusea e diarreia. 
 
• Clonidina (atensina 0100; simpatolítico de ação 
central): urgência. 
❖ Efeitos adversos: Sonolência, sedação, boca 
seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção 
erétil. 
 
• Prazosin (HPB).

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